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Trabalho de conclusão de curso, aluno de nutrição com foco em estudo desportivo, consiste em relatar com estudos praticos os beneficios da proteina do soro do leite no desenvolvimento da musculatura magra por praticantes de musculação
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UNIVERSIDADE PAULISTA
RAFAEL ANTONIO SCALFO
ESTUDO DOS POSSÍVEIS BENEFÍCIOS DA WHEY PROTEIN NO
DESENVOLVIMENTO DA MUSCULATURA MAGRA EM PRATICANTES DE
MUSCULAÇÃO
SÃO JOSÉ DO RIO PARDO
2014
RAFAEL ANTONIO SCALFO
ESTUDO DOS POSSÍVEIS BENEFÍCIOS DA WHEY PROTEIN NO
DESENVOLVIMENTO DA MUSCULATURA MAGRA EM PRATICANTES DE
MUSCULAÇÃO
Orientador: Mariana
SÃO JOSÉ DO RIO PARDO
2014
Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de graduação em Nutrição apresentado à UniversidadePaulista – UNIP.
Orientador: Mª, Mariana Pereira Nobrega
RAFAEL ANTONIO SCALFO
ESTUDO DOS POSSÍVEIS BENEFÍCIOS DA WHEY PROTEIN NO
DESENVOLVIMENTO DA MUSCULATURA MAGRA EM PRATICANTES DE
MUSCULAÇÃO
BANCA EXAMINADORA_____________________ __/__/___
Prof.......................................Universidade Paulista – UNIP
_____________________ __/__/___Prof. ....................................
Universidade Paulista – UNIP_____________________ __/__/___
Prof. .................................... Universidade Paulista UNIP
SÃO JOSÉ DO RIO PARDO
2014
Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de graduação em Nutrição apresentado à UniversidadePaulista – UNIP.
Orientador: Mª, Mariana Pereira Nobrega
DEDICATÓRIA
Aos meus amigos e professores, que me acompanharam e contribuíram de
maneira engrandecedora na conquista deste objetivo, sempre acreditando no meu
potencial, e me motivando cada vez mais em buscas de informações sobre este
assunto que tanto me desperta o interesse. Saibam que todo o carinho,
companheirismo e afeto transmitidos por cada um de vocês foram empregados
neste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a meu amigo Jean Menossi, que mesmo atarefado com seu
mestrado se dispôs a revisar o meu trabalho diversas vezes durante o ano.
À minha orientadora Mariana Nobréga, pela dedicação prestada, me
incentivando a pesquisar sobre o assunto muito pouco falado no Brasil, me apoiando
e se esforçando junto a mim na construção deste trabalho.
À Nutricionista Kelli Paiva, que me ofereceu suporte e atenção em momentos
de frustações pessoais.
Aos meus amigos Wallace lima, Denis Maldonado, Bruno Santos, Natália
Hilário, Marcus Andrade, Victor Demario, Tiago Binow e demais, que hoje posso
chamar de família, pois me acompanharam nessa conquista.
"A verdade é como um leão. Você
não tem que defendê-la. Deixe-a
solta. Ela irá defender-se por si só."
(Agostinho de Hipona)
RESUMO
A whey protein, atualmente utilizada por diversos praticantes de atividades
físicas, sejam amadores ou profissionais, proveniente da extração do soro de queijos
e coalhadas, o suplemento feito de proteínas do soro do leite, conhecido no Brasil
pelo seu nome em inglês. É uma bebida proteica muito famosa no ambiente
esportivo e dentro de ginásios e academias, porém muito pouco se sabe sobre seus
benefícios cientificamente comprovados. O presente trabalho revisou pesquisas e
bibliografias com referência nas principais bases de dados eletrônicas atuais que
comprovem os benefícios do uso da suplementação. Segundo a literatura revisada,
autores afirmar que seu consumo está fortemente ligado à hipertrofia muscular
devido ser uma repleta fonte de aminoácidos essências e de cadeia ramificada,
conhecidos como BCAAs, especialmente ricos em leucina, principal aminoácido
capaz de sintetizar a musculatura magra. De acordo com os pesquisadores citados e
a literatura revisada, praticantes de exercícios com peso necessitam de uma maior
ingestão de proteínas na alimentação, sendo a proteína do soro uma ótima
estratégia para suprir tais necessidades e atingir maior desenvolvimento físico
quanto rendimento nos esportes de forças e estética corporal. Além de melhorar o
sistema imune, está relacionada a redução de gordura corporal, fadiga e lesões,
causadas na musculatura pela intensidade dos exercícios. A whey protein favorece
maior anabolismo muscular devido à sua velocidade de absorção, permitindo que
aminoácidos estejam no pico plasmático sanguíneo em menor tempo e contribuindo
para maior produção de hormônios anabólicos, sendo uma ótima estratégia de
suplementação nutricional.
Palavras chaves: Proteína do soro do leite, whey protein, desenvolvimento de
musculatura magra, pós treino proteico, whey protein na musculação, benefícios da
whey protein.
ABSTRACT
The whey protein is currently used by many fitness enthusiasts, whether
amateur or professional, from the extraction of whey and cheese curds, the
supplement made from the whey protein is known in Brazil by its English name, a
protein drink very famous in the sporting environment and within academies and
gyms, but very little is known of their scientifically proven benefits, this study
reviewed research and reference bibliographies with the main base of current
electronic data to show the benefits of using supplementation. Based on the literature
reviewed, the authors state that their consumption is strongly linked to muscle
hypertrophy due to be a full source of amino acids and essences of branched chain
amino acids, known as BCAAs, particularly leucine-rich, primary amino acid able to
synthesize lean muscle. According cited researchers and the literature reviewed,
exercisers weighing require greater protein intake in the diet, so the whey protein a
great strategy to meet those needs and achieve greater physical performance in
sports as the strengths and body aesthetics. Besides improving the immune system,
is related to body fat reduction, fatigue and injuries caused by the muscles in
exercise intensity. Whey protein promotes greater muscle anabolism due to its rate of
absorption are allowing amino acids in blood plasma peak in less time contributing to
increased production of anabolic hormones is a great strategy for nutritional
supplementation.
Key-words: Whey protein, lean muscle development, protein post workout, whey
protein in bodybuilding, benefits of whey protein.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................10
2. JUSTIFICATIVA....................................................................................................14
3. OBJETIVOS..........................................................................................................15
3.1 Objetivo geral.............................................................................................................................15
3.2 Objetivos específicos..................................................................................................................15
4. METODOLOGIA....................................................................................................16
4.1 Tipo de estudo............................................................................................................................16
4.2 Período de Estudo......................................................................................................................17
4.3 Aspectos Éticos...........................................................................................................................17
4.4 Procedimentos de Pesquisa........................................................................................................17
5. DESENVOLVIMENTO...........................................................................................19
5.1 A proteína do soro do leite, whey protein..................................................................................19
5.2 Quadro de valor nutricional do suplemento Whey protein concentrado...................................20
5.3 Absorção da whey protein no organismo...................................................................................23
5.4 Benefícios da suplementação da whey protein na pratica de exercícios com pesos..................24
5.5 Administração do suplemento no pós-exercício.........................................................................25
6. CONCLUSÃO........................................................................................................28
1. INTRODUÇÃO
A nutrição esportiva é uma variante da nutrição geral que foca toda a sua
atenção na alimentação do atleta para que o seu desempenho seja melhor e se
otimize a recuperação após a prática esportiva (SANTOS; SANTOS, 2002).
A alimentação corresponde a todos os processos de ingestão e absorção de
substâncias alimentícias que podem ser utilizadas para realizar as funções
orgânicas do corpo. Tais processos envolvem nutrientes que podem ser utilizados
com finalidade energética, são carboidratos, lipídios e proteínas. Na construção e
reparo dos tecidos são utilizadas proteínas, lipídios e minerais. Para construção e
manutenção do sistema esquelético, são utilizados cálcio, fósforo e proteínas.
Reguladores e manutenção corpórea, são utilizadas vitaminas, minerais, lipídios e
água (SANTOS; SANTOS, 2002).
Quando bem equilibrada e estruturada, a alimentação tem a capacidade de
poder reduzir a fadiga, lesões, ou repará-las rapidamente, otimizar os depósitos de
energia, realizar hipertrofia muscular e também manutenção da saúde geral do
indivíduo, sendo um dos fatores que mais implicam na otimização do desempenho
atlético e esportivo (SANTOS; SANTOS, 2002).
A hipertrofia é caracterizada pelo aumento das fibras musculares em resposta
ao elevado número de carga executado em um exercício. Isso ocorre devido a
recuperação muscular, que precisa se livrar do estresse causado durante a rotina de
treinamento aumentando o volume das fibras para suportar futuramente uma carga
mais elevada. (GENTIL, 2005). Segundo Uchida (2004), podemos definir a
hipertrofia muscular como o aumento da secção transversa do músculo. Isso
significa o aumento do tamanho e número de filamentos de actina e miosina e
adição de sarcômeros dentro das fibras musculares já existentes. Estudos
demonstram que o treinamento de força resulta em hipertrofia de todas as fibras
musculares, mas um aumento maior nas fibras tipo 2 (fibras de contração rápida)
(MORAIS; MEDEIROS; LIBERALLI, 2008).
A musculatura esquelética é constituída de 45% de proteína,
aproximadamente, ou seja, em um indivíduo de 70kg do sexo masculino, 5 kg de
todo seu peso corporal é formado de proteínas contráteis. Cerca de 120g de
aminoácidos livres estão localizados dentro dos músculos esqueléticos, enquanto 10
somente 5g dos mesmos encontram-se na circulação sanguínea. Quando os
nutrientes se apresentam em quantidades equilibradas, a saúde e o bem-estar do
indivíduo são maximizados. A determinação de quais nutrientes são essenciais e
das quantidades ótimas destes têm sido foco de investigações por décadas e as
recomendações de nutrientes específicos têm sido apresentada nas recomendações
de Ingestão pela Dietary reference intakes, conhecida no Brasil pela siga DRI (IDE;
LAZARIM; MACEDO, 2011).
As DRIs foram utilizadas como base nutricional, para os profissionais
em nutrição. As Recomendações Nutricionais Diárias (DRI) junto com a Pirâmide
Alimentar, são ótimos instrumentos para uma correta educação alimentar, além de
planejar uma boa alimentação e uma melhor ingestão de nutrientes para indivíduos
comuns. Entretanto, essas DRIs aplicam-se à população não atlética normal e
podem não satisfazer as necessidades desse público alvo especifico. (IDE;
LAZARIM; MACEDO, 2011).
Já a ingestão de proteína recomendada para indivíduos adultos pela maioria
dos comitês especializados em nutrição tem variado entre 0,8 e 1,0g/kg de peso/dia,
onde esta recomendação seria o suficiente para promover a manutenção das
funções vitais relacionadas às proteínas para os atletas de força. A proteína tem
papel importante no fornecimento de “matéria-prima” para a síntese de tecido, sendo
de 1,4 a 1,8g/kg de peso as necessidades diárias (SAKZENIAN et al, 2009).
Em 1996, Wolisky e Huckson Jr. defendiam que os atletas necessitavam de
uma quantidade maior de proteínas que pessoas comuns, devido sofrerem
desgastes e estresses musculares com os treinamentos. Em 2007 Campwell junto à
Sociedade Internacional de Nutrição Esportiva, constataram maior necessidade de
ingestão de proteínas para indivíduos praticantes de exercícios físicos, pois estas
contribuem para o fornecimento de energia em exercícios de longa ou curta duração,
sendo, ainda, necessárias na síntese proteica muscular no pós-exercício devido
evitarem o catabolismo muscular e favorecer maior intensidade do treinamento
(SAKZENIAN et al, 2009).
A ingestão de proteínas é uma das maiores preocupações de um praticante
de exercícios físicos com o intuito de hipertrofia, já que este nutriente é responsável
pela hipertrofia muscular, além de fazer parte da construção de diversos outros
11
tecidos, como pele, unha, ligamentos, células nervosas, hormônios, enzimas e etc
(HARAGUCHI; ABREU; DE PAULA, 2008). A presença de todos os aminoácidos
essenciais em quantidades adequadas em um alimento formará uma proteína
completa, de alto valor biológico, garantindo a manutenção da saúde e crescimento
muscular. Proteínas de alto valor biológico são encontradas em carne, ovos, leite,
peixe e alimentos de origem animal (MOREIRA, 2010).
São formadas por unidades funcionais chamadas de aminoácidos, onde cada
aminoácido é uma unidade fundamental nos processos anabólicos, divididos em
essenciais, e não essenciais, destes, 14 podem ser sintetizados pelo corpo humano
através dos alimentos sendo os essenciais, porém 8 não podem e precisam ser
encontrados na alimentação, cujo são os não essenciais (HARAGUCHI; ABREU; DE
PAULA, 2008).
O suplemento de proteínas de rápida absorção após o exercício favorece a
recuperação e aumento da massa muscular. Quanto menor o intervalo entre o
término da atividade e a ingestão proteica, melhor será a resposta anabólica ao
exercício (MOREIRA, 2010).
Sua ingestão deve ser equilibrada, assim quando um indivíduo ingere
proteínas em quantidades adequadas promove um balanço nitrogenado positivo, o
que é importante para que os tecidos sejam formados. Se a ingestão for menor que
o gasto, promove-se um balanço nitrogenado negativo, onde o corpo excreta muito
mais nitrogênio do que é ingerido, e a cadeia de carbono que compõe o aminoácido
será responsável pelo fornecimento energético. Na falta de nitrogênio o nosso
organismo quebra o tecido muscular e tira a quantidade necessária para o corpo
continuar funcionando de forma adequada não realizando o crescimento muscular. A
administração de um suplemento proteico a base de whey protein favorece todos os
aminoácidos essenciais para evitar que haja o catabolismo muscular (MOREIRA,
2010).
A whey protein evoluiu de uma maneira significativa, tendo teores de
carboidratos reduzidos e cerca de 80% de sua massa apenas de proteínas
concentradas do soro, uma quantidade de aminoácidos essencias que não se
compara a qualquer alimento sólido, sendo atualmente o suplemento alimentar mais
conhecido no ramo esportivo (SAKZENIAN et al. 2009).
12
Os Suplementos Alimentares são recursos ergogênicos utilizados com o
intuito de melhorar a performance e desempenho nas atividades esportivas e fitness
(em especial a Musculação), Onde muitos praticantes procuram obter resultados em
curto período de tempo.
Entende-se por recursos ergogênicos todas as substâncias, artifícios, processos ou procedimentos para a melhoria da performance. Já suplemento alimentar é o produto constituído de pelo menos um desses ingredientes: vitaminas (A, C, complexo B, etc.); minerais Fe, Ca, K, Zn, etc.); ervas e botânicos (ginseng, guaraná em pó); aminoácidos (valina, isoleucina, leucina, arginina, ornitina, glutamina); metabólitos (creatina, L carnitina); extratos (levedura de cerveja) ou combinações dos ingredientes citados. Porém seu uso não deve ser considerado como alimento convencional da dieta do praticante (JESUS; SILVA, 2008).
Atletas e praticantes de atividades físicas, pessoas fisicamente ativas e até
mesmo portadores de algumas patologias, vêm procurando benefícios e vantagens
na proteína do soro. Estudos recentes de Haraguchi e colaboradores (2008)
mostraram a teoria de que as proteínas do leite (caseína), incluindo as proteínas do
soro (whey protein), além de terem um altíssimo valor biológico, possuem peptídeos
bioativos, que trabalham como agentes antimicrobianos, anti-hipertensivos,
reguladores da função imune, assim como fatores que ajudam no crescimento tanto
muscular quanto ósseo (HARAGUCHI; ABREU; DE PAULA, 2008).
A suplementação pode beneficiar pessoas praticantes de musculação e
os atletas onde a demanda alimentar é superior. A ciência alimentar e a medicina
esportiva estão cada vez mais provando serem importantes para que os atletas
aumentarem o seu desempenho com o uso de suplementos alimentares (TROG;
TEIXEIRA, 2009).
Visto que esses suplementos proteicos contêm altas concentrações de
aminoácidos essenciais, dos quais são de aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA
- Brainched-chain amino acids), estes estão presentes nos mais importantes
processos de síntese proteica e após exercício para a recuperação celular.
Também, por conterem cisteína (que tem a capacidade de elevar as concentrações
de glutationa), principal agente antioxidante, diminuindo a ação oxidantes nos
músculos esqueléticos e aumentam o desempenho e a hipertrofia muscular
(HARAGUCHI; ABREU; DE PAULA, 2008).
13
2. JUSTIFICATIVA
Com a grande expansão das indústrias de suplementos e do grande consumo
da Whey protein por praticantes de exercícios com peso no Brasil, é necessária uma
atualização sobre esse tema. O intuito deste trabalho foi levantar informações de
cunho científico e redundante sobre os possíveis benefícios da suplementação em
praticantes de musculação, treinamento com peso e demostrar os resultados
comprovados do uso da proteína.
14
3. OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
O presente trabalho teve como objetivo o estudo dos possíveis benefícios da
suplementação de whey protein em praticantes de exercícios com pesos, analisando
assim as vantagens e desvantagens da suplementação através de bases científicas
atualizadas.
3.2 Objetivos específicos
Revisar artigos acadêmicos e bibliografia dos últimos 15 anos sobre os
possíveis benefícios do uso de whey protein em praticantes de exercícios com peso.
15
4. METODOLOGIA
4.1 Tipo de estudo
A forma de estudo escolhida para fomentar a pesquisa com informações
relevantes à seu desenvolvimento foi o método de revisão bibliográfica sobre o
estado da arte no desenvolvimento muscular esportivo correlacionado à nutrição.
Máquinas de busca utilizadas foram: Scielo, por conter resultados promissores em
uma busca prévia e o Google Acadêmico, por ser uma ferramenta de resultados
conhecidos. A string de busca utilizada nas ferramentas contém três palavras
chaves, sendo elas: whey protein, por ser o objeto principal que envolve este
trabalho; Musculação, por ser o público alvo de interesse no desenvolvimento
metodológico e por fim, Ganho de Massa por ser um dos resultados diretos do uso
da proteína. Nenhum filtro primário foi utilizado durante a busca, pelo assunto ser um
novo tópico de estudo ainda sob regulamentação no Brasil.
4.2 Período de Estudo
O estudo foi realizado de março a agosto de 2014.
4.3 Aspectos Éticos
A necessidade do envolvimento do Comitê de Ética é nula pelo trabalho não
conter contato algum com qualquer indivíduo em sua metodologia, resumindo-se a
um levantamento teórico para contribuir à área acadêmica e esportiva.
16
4.4 Procedimentos de Pesquisa
Metodologia de pesquisa utilizada foi um levantamento bibliográfico sobre o
uso da proteína de soro do leite na comunidade esportiva. As máquinas de busca
foram utilizadas sem filtro algum, retornando uma quantidade de resultados que
sobrepõem o escopo dessa pesquisa. Portanto, apenas artigos datados dos últimos
15 (quinze) anos para o levantamento de qualquer informação que venha a ser
significativa ao desenvolvimento teórico e prático, apenas pesquisas científicas com
resultado comprovado sem nenhum tipo de sistema empírico para sua concepção
foram selecionados. Os trabalhos escolhidos devem conter em sua metodologia
desenvolvimento com indivíduos maiores de 18 anos, sem patologias, eutrófico que
seja classificado como um consumidor esportivo (que tem o uso programado) de
Whey protein durante a prática de exercícios com peso. Estudos que envolvam
animais, população portadora de patologia ou qualquer indivíduo que não se
enquadre na especificação já mencionada foram excluídos.
17
5. DESENVOLVIMENTO
5.1 A proteína do soro do leite, whey protein
De acordo com Pacheco e Colaboradores (2005), na década de 70 houve um
grande crescimento nos métodos de preparação e uso de hidrolisados proteicos,
tanto com finalidades clínicas e nutricionais como para a melhoria de propriedades
nutricionais de proteínas e alimentos de base proteica. Dentre eles, destacam-se os
preparados a base de proteínas do soro do leite ou whey protein. Conforme
demonstra Antunes (2003), existem à venda no mercado alguns produtos à base de
proteínas do soro do leite. Podem ser compostos pelo concentrado proteico do soro
do leite (WPC), cuja concentração de proteínas varia entre 25% e 89%. Nesses
produtos, há remoção de constituintes que não são proteicos, além do que, ao
aumentar o teor de proteínas, há redução de lactose. Tendo os isolados do soro do
leite (WPI), contendo entre 90% e 95% de proteína, com gordura e lactose em
mínima proporção, podendo inclusive nem estar presentes; e a proteína hidrolisada
do soro (WPHy), composta da fração isolada e concentrada, que é quebrada em
peptídeos de alto valor nutricional e apresenta boa digestibilidade e baixo potencial
alergênico. (TERADA et al., 2009).
É um subproduto resultante da produção de queijos, por coagulação das
proteínas do leite (caseína), que pode ser obtido por adição de ácidos ou enzimas.
Possui um alto valor nutricional repleto de aminoácidos essenciais e alto teor de
proteínas. Seus aminoácidos presentes suprem as doses recomendadas para
adultos, o que torna essa fonte proteica a mais concentrada em aminoácidos
essenciais já existente. Pode ser considerado um alimento funcional, pois sua
utilização implica em manutenção e melhoria de qualidade de vida, além de ser
utilizado como recurso ergogênico por praticantes de exercícios com peso, pode
inclusive ser utilizado como nutriente imunomodulador, favorecendo positivamente
os sistemas de defesa do organismo através de sua capacidade de elevar
substancialmente as concentrações endógenas de glutationa, potente antioxidante
(PEREIRA et al., 2009).
18
Tem sido comum o uso de suplementos proteicos associados a programas de
treinamento com pesos, porém a maioria dos indivíduos que utiliza esses tipos de
programas tem grande preocupação com a estética, resumindo-se ao aumento de
força, massa muscular e redução de gordura corporal. Nesse sentido a musculação
(treinamento com pesos amplamente praticado) demonstra aumento nos níveis de
força muscular, consequentemente proporcionará a hipertrofia. Este tipo de
treinamento também favorece maior liberação de hormônios anabólicos, como o
hormônio de crescimento (GH) e Testosterona. (TERADA et al., 2009).
As proteínas do soro podem exibir diferenças em sua composição de
macronutrientes e micronutrientes, dependendo da forma utilizada para sua
obtenção. Na década de 80, dados demonstram que em cada 100g de whey protein
havia cerca de 1,5g de lipídios, 14g de proteínas (24,1mg de aminoácidos de cadeia
ramificada) e 75g de carboidratos. Segundo o Sakzenian (2009), esses valores
estão acima da média, quando comparados àqueles de outras fontes proteicas,
fornecendo às proteínas do soro importantes propriedades nutricionais. Em relação
aos micronutrientes, possui, em média, 1,2mg de ferro, 170mg de sódio e 600mg de
cálcio por 100g de concentrado protéico.
Atualmente com os avanços tecnológicos a whey protein evoluiu a um nível
muito superior, tendo seu atual valor nutricional que demonstra a cada 100g de
whey protein contendo 1,6g de lipídios, 80g de proteínas (16g de aminoácidos de
cadeia ramificada), 8,4g de carboidratos. Os BCAA (Aminoácidos de cadeia
ramificada) perfazem 21,2% e todos os aminoácidos essenciais do organismo
(HARAGUCHI; ABREU; DE PAULA, 2008).
5.2 Quadro de valor nutricional do suplemento Whey protein concentrado
Segundo Sakzenian (2009), os valores nutricionais do whey protein estão
acima da média, quando comparados àqueles de outras fontes proteicas,
fornecendo à whey protein importantes propriedades nutricionais. Em relação aos
micronutrientes, possui, em média, 1,2mg de ferro, 170mg de sódio e 600mg de
cálcio por 100g de concentrado proteico. Proteínas possuem diferentes graus de
19
retenção de nitrogênio no organismo sendo que whey protein possui este grau mais
elevado, sendo portanto, de melhor qualidade e de mais rápida absorção, como
demonstra a tabela abaixo.
Tabela 01 - Perfil de macronutrientes em 100g de concentrado protéico do soro de leite (WPC)
Macro nutrientes QuantidadesProteínas 80
Gordura 7
Carboidrato 8
FONTE: Haraguchi, Abreu e De Paula, Proteínas do soro do leite: composição,
propriedades nutricionais, aplicações no esporte e benefícios para a saúde humana
2006.
Tabela 02 - Perfil de aminoácidos no concentrado proteico do soro de leite
(WPC)
Aminoácidos (mg/g de proteína) Concentrado proteico do soro de leite(mg/g)
Alanina 4,9
Arginina 2,4
Asparagina 3,8
Ácido aspártico 10,7
Cisteína 1,7
Glutamina 3,4
Ácido glutâmico 15,4
Glicina 1,7
Histidina 1,7
Isoleucina 4,7
Leucina 11,8
Lisina 9,5
Metionina 3,1
Fenilalanina 3,0
Prolina 4,2
20
Serina 3,9
Treonina 4,6
Triptofano 1,3
Tirosina 3,4
Valina 4,7
FONTE: Haraguchi, Abreu e De Paula, Proteínas do soro do leite: composição,
propriedades nutricionais, aplicações no esporte e benefícios para a saúde humana
2006.
Existem diferentes vias pelas quais a Whey protein favorece a hipertrofia
muscular e o ganho de força, otimizando dessa forma o treinamento e o
desempenho físico do indivíduo. A quantidade e o tipo de proteína ou de
aminoácido, fornecidos após o exercício influenciará a síntese proteica. Shimomura
(2006), afirmam que somente os aminoácidos essenciais (especialmente a leucina),
são necessários para estimular a síntese proteica. A leucina é um dos aminoácidos
que as células do corpo humano utilizam para sintetizar proteínas, porém não são
produzidas pelo mesmo. Desempenha funções importantes no aumento da
musculatura magra e atua comO fonte de energia durante os exercícios físicos,
aumentando a resistência e reduzindo a fadiga. Uma maior ingestão de alimentos
ricos em leucina contribui para reduzir a perda da massa muscular (ROGERO;
TIRAPEGUI, 2008).
Van Loon et al (2004), afirmam que a ingestão de uma solução contendo
whey protein e carboidratos de alto índice glicêmico aumenta significamente as
concentrações de aminoácidos plasmáticos na corrente sanguínea, incluindo altas
concentrações de BCAAS sendo o suficiente para provocar o anabolismo muscular.
O perfil de aminoácidos da whey protein é principalmente rico em leucina e assim
favorece maior anabolismo muscular, já que seu perfil se destaca por conter
aminoácidos semelhantes as proteínas do músculo esquelético, conseguindo
fornecer quase todos os aminoácidos em proporção similar às do mesmo.
Caracterizando o como efetivo suplemento anabólico (HARAGUCHI; ABREU; DE
PAULA, 2008). Tang e Phillips (2009), demonstram pelo mesmo raciocínio que os
aminoácidos provenientes da Whey protein apresentam maior anabolismo proteico
21
em comparação com as proteínas da soja e caseína, favorecendo maior crescimento
muscular, devido sua alta concentração de Leucina. (SAKZENIAN et al., 2009).
5.3 Absorção da whey protein no organismo
Normalmente a digestão das proteínas se inicia no estômago. A whey protein
tem suas proteínas parcialmente hidrolisadas (as proteínas sofrem quebra de sua
estrutura dentro da produção), o que facilita a transição do esôfago para o estômago
evitando que o alimento fique em degradação por muito tempo, onde por ações de
enzimas digestivas será convertido em longas cadeias de aminoácidos. Devido a
whey protein estar parcialmente digerida e em forma liquida, o processo ocorre
rapidamente.
Fonte: Terada et al., Efeitos metabólicos da suplementação do whey protein
em praticantes de exercícios com pesos, 2009.
À medida em que a solução passa pelo o estômago e chega ao intestino
delgado é novamente digerida por enzimas intestinais até que a cadeia de 22
Ingestão do suplemento proteico Esôfago
Estômago (ação de enzimas digestivas quebra as proteinas
em aminoácidos essenciais)
Intestino Delgado (Aminoácidos são
absorvidos e transportados)
Corrente sanguínea (pico plasmático,
aminoacidos absorvidos são levados para os
músculos)
aminoácidos se resuma a um ou dois aminoácidos, onde são transportados através
das células intestinais até a corrente sanguínea e musculatura magra. Abaixo o
fluxograma de absorção do suplemento proteico a base de proteínas do soro do leite
(TERADA et al., 2009).
5.4 Benefícios da suplementação da whey protein na pratica de exercícios com pesos
Layman, et al (2003), em suas séries de estudos demonstram dietas onde a
administração de whey protein foi utilizada, com maior relação proteína/carboidratos
sendo mais eficientes para o controle da glicemia e da insulina pós-prandial,
favorecendo assim a lipólise e a preservação de massa magra durante o processo
de perda de peso. Suas pesquisas têm revelado a grande contribuição dos BCAAs
para o equilíbrio glicêmico, pois os mesmos são degradados pelos tecidos
musculares em uma proporção relativa à sua ingestão. Essa degradação faz com
que as concentrações plasmáticas dos aminoácidos Alanina e Glutamina, que são
transportados para o fígado para iniciar gliconeogênese sejam mais constantes. O
ciclo Alanina-Glicose contribui em até 40% com a glicose endógena produzida
durante o exercício, e em até 70% depois de um jejum noturno, estabilizando a
glicemia em períodos de jejum e reduzindo as repostas da insulina após as
refeições, elevando as concentrações plasmáticas de BCAA (MORAIS; MEDEIROS;
LIBERALLI, 2008).
A utilização da Whey protein nesse tipo de dieta é vantajoso por produzir
liberação de insulina pós-prandial e maximizar as funções hepáticas no controle da
glicemia a partir da gliconeogênese. Ainda que a alta concentração de leucina no
suplemento proteico favorece a manutenção da massa magra durante o processo de
perda de peso (HARAGUCHI; ABREU; DE PAULA, 2008).
Outro benefício da whey protein seria a capacidade de aumentar o fluxo
sanguíneo para os músculos, pois contém peptídeos que inibem certas enzimas que
possui ações vasoconstritoras, proporcionando maior fornecimento de nutrientes,
hormônios anabólicos como GH e testosterona além de oxigênio para os músculos
durante o exercício (PERES, 2012). Apresenta um excelente perfil de aminoácidos,
23
caracterizando-se como proteínas de alto valor biológico. Possuem peptídeos
bioativos do soro, que conferem a essas proteínas diferentes propriedades
funcionais. Os aminoácidos essenciais (com destaque para os BCAAs), favorecem o
anabolismo, assim como a redução do catabolismo muscular, favorecendo o ganho
de força muscular e reduzindo a perda de massa muscular durante o processo de
emagrecimento (HARAGUCHI; ABREU; DE PAULA, 2008).
Dangin e Colaboradores (2001), citam a whey protein como fonte ideal para a
hipertrofia muscular, pois possui algumas frações proteicas que não precisarão
passar pelo processo de hidrólise. Sendo assim, as proteínas do soro do leite são de
rápida absorção e sua ingestão implica em aumentos significativos no pool
sanguíneo do aminoácido leucina, já que a mesma é uma fonte rica nesse
aminoácido essencial (PEREIRA et al., 2009).
5.5 Administração do suplemento no pós-exercício
Estudos de Miller e Colaboradores(2008) realizados, mostram que há uma
queda na concentração de aminoácidos intracelulares e nos músculos após
exercícios. Por isso, a ingestão de proteínas ou aminoácidos imediatamente após o
exercício consegue promover maior síntese proteica intra muscular. Dessa forma, a
whey protein apresenta-se como boa estratégia na recuperação ao esforço pela sua
rápida absorção e boa digestibilidade. Assim, quanto menor o intervalo entre o
término da atividade física e o consumo de proteínas, melhor será a resposta
anabólica ao exercício. O objetivo do estudo foi avaliar a relação dose-resposta de
taxas pós-absortivas de síntese proteica muscular de quantidades crescentes de
whey protein em repouso e após exercícios, em 48 indivíduos. Os voluntários
consumiram um padronizado, de alta proteína. Uma sessão de exercício unilateral (8
× 10 leg press e extensões de perna, 80% de uma repetição máxima) foi realizada.
Divididos em 4 grupos, sendo grupo 1: não recebeu o suplemento. Grupo 2: recebeu
10g do suplemento. Grupo 3: 20g do suplemento. Grupo 4: 40g do suplemento.
Após o exercício. Taxas pós-absortiva de MPS miofibrilares e as taxas de corpo
inteiro de oxidação fenilalanina e produção de uréia foram medidas durante um
período do pós-treino. Miofibrilar MPS (média ± SD) aumentaram (P < 0,05) superior
24
a 0 g de proteína de soro de leite (0,041 ± 0,015 % / h) de 49% e 56% com a
ingestão de 20 e 40 g de proteína de soro de leite, respectivamente, ao passo que
nenhum adicional a estimulação foi observada com 10 g de proteína de soro de leite
(P > 0,05). Taxas de oxidação de fenilalanina e da produção de uréia aumenta com
a ingestão de 40 g de proteína de soro de leite. Chegou-se à conclusão de que a
ingestão de 20g de whey protein no pós-exercício é o suficiente para estimular a
síntese proteica, enquanto doses mais elevadas estimulam de aminoácidos e uréia
(PAIVA, 2014).
Resultado semelhante foi observado no estudo de Esmarck e Colaboradores
(2006), que avaliaram o ganho de força e hipertrofia com o consumo proteico
imediatamente após a sessão de exercícios com pesos comparado ao consumo 2
horas após o término. O grupo que realizou a suplementação logo após o
treinamento teve ganho consideravelmente maior de força e hipertrofia em relação
ao grupo placebo (TERADA et al., 2009, p. 5).
Seguindo a mesma linha de raciocínio de Haraguchi e colaboradores, um
trabalho realizado por Susan Kleiner (2006), com 9 treinadores de força experientes,
com o intuito de demostrar a necessidade de proteínas no pós-exercício teve como
metodologia a administração de duas soluções para os participantes, uma parte
bebeu água (que serviu de controle), enquanto os demais receberam um
suplemento de carboidrato + proteínas. As soluções foram ingeridas imediatamente
após o exercício e novamente 2 horas depois. Logo após o exercício e durante as 8
horas seguintes, foram retiradas amostras de sangue dos participantes para
averiguar os níveis hormonais, como insulina, testosterona e GH. A solução de
carboidratos + proteínas em conjunto no pós-exercício, criou um ambiente hormonal
altamente propício para o crescimento muscular (KLEINER; 2007).
Bacurau (2007), mostra que o exercício com cargas não promove por si só a
deposição de aminoácidos na musculatura esquelética. Este processo depende
principalmente da ação da insulina e disponibilidade de aminoácidos, sendo que
este primeiro não promove a síntese muscular, mas facilita. No entanto, é atribuída
grande importância às proteínas no que se refere à síntese muscular crônica,
decorrente da musculação dessa forma, o papel das proteínas no metabolismo do
exercício ocorre principalmente no período da recuperação, ou seja, no pós-treino,
25
onde há a necessidade da administração de uma concentração alta de aminoácidos
de cadeia ramificada, fruto proveniente da ingestão da Whey protein, no término da
atividade com pesos, pode favorecer maior anabolismo muscular e síntese proteica.
(MORAIS; MEDEIROS; LIBERALLI, 2008).
No estudo de Kerksick (2006) foram avaliados os efeitos da whey protein na
composição corporal, força muscular, resistência muscular e capacidade anaeróbica
onde trinta e seis homens treinados em força, com idade média de 31 anos e
aproximadamente 180cm de altura participaram da pesquisa (MORAIS; MEDEIROS;
LIBERALLI, 2008). O Treinamento foi administrado em 4 vezes por semana, durante
10 semanas, sendo os indivíduos divididos em 3 grupos, o grupo WBG recebeu
whey protein com BCAAs e glutamina adicionados na solução pós-exercício. O
grupo WC recebeu whey protein com caseína (proteína do leite). E o grupo P
recebeu uma solução placebo de carboidrato. Foram avaliados a massa corporal
após os testes de forças, resistência anaeróbica por 30 segundos e repetição
máxima na máquina extensora e Leg press. Foram coletadas amostras de sangue
do vasto lateral dos indivíduos. O maior aumento de musculatura magra foi no grupo
WBC, com cerca de +/- 1,9kg de massa magra a mais, contra 0,3 kg do grupo WC e
0,05kg do grupo P, que não utilizou proteína no pós-treino. O aumento de força foi
observado em todos os grupos, visto que o grupo WBC teve maior avanço de
musculatura magra devido à ingestão de uma solução com maior concentração de
aminoácidos de cadeia ramificada (MORAIS; MEDEIROS; LIBERALLI, 2008).
Andersen (2005), avaliou a influência da suplementação de proteína no
treinamento de força a longo prazo e comparada com a suplementação de
carboidrato. O estudo foi realizado com 22 indivíduos homens, com média de 23
anos, durante 14 semanas. O grupo da proteína recebeu uma solução contendo
uma mistura de 25g de proteína (whey protein, caseína, albumina e glutamina) e o
grupo do carboidrato recebeu 25g de maltodextrina (carboidrato proveniente do
amido). Foram analisados força no salto vertical e salto contra o solo com
dinamômetro isocinético, e também biópsia muscular para verificar a secção
transversa do músculo. Após as 14 semanas de treinamento de força foi observada
maior hipertrofia no grupo da proteína em relação ao grupo do carboidrato (26% ± 5,
18% ± 5, p<0,05, respectivamente). O grupo da proteína ainda teve um maior ganho
26
na performance de altura no salto vertical (9% ± 2, p<0,01). Já no grupo do
carboidrato não foram observados ganhos significativos de massa muscular. Não
houve diferença de ganhos de força no dinamômetro entre os grupos (MORAIS;
MEDEIROS; LIBERALLI, 2008).
27
6. CONCLUSÃO
De acordo com a literatura revisada, a whey protein traz diversos benefícios
para os praticantes de atividades físicas. Sua ingestão se torna bem mais eficiente
quando realizada após o exercício com pesos onde é capaz de favorecer maior
síntese proteica e recuperação muscular melhorando a resposta anabólica à pratica
de exercício físico. Diversos autores relataram que a presença de aminoácidos de
cadeia ramificada é o maior agente responsáveis pelos seus benefícios. A
praticidade de ingestão e velocidade com que é absorvida devido ao seu processo
de hidrólise garante a entrada de aminoácidos essenciais no plasma sanguíneo em
um menor tempo comparado à ingestão de alimentos sólidos, garantindo menor
catabolismo muscular e maior produção de hormônios anabólicos como testosterona
e hormônio do crescimento refletindo em maior anabolismo muscular, redução do
percentual de gordura, aumento de força física, melhora da resposta imune e maior
hipertrofia da musculatura magra.
Apesar das poucas referencias brasileiras sobre o tema, através das
referências utilizadas é possível afirmar com segurança os benefícios da
proporcionados pela whey protein.
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