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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE
II
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
TURMA – PDE/2014
Título: A construção do currículo escolar: em foco a questão da diversidade sexual presente na escola
Autora Maria Madalena Tavares da Silva Merli
Disciplina/Área
Pedagogia
Escola de Implementação do Projeto e sua Localização
Colégio Estadual Chateaubriandense
Município da Escola
Assis Chateaubriand – Paraná
Núcleo Regional de Educação
Assis Chateaubriand
Professor Orientador
Marco Antonio Batista Carvalho
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE
Relação Interdisciplinar
Currículo; Gênero; diversidade
Resumo
As atividades propostas nesta produção didático-pedagógica, que se constituem em uma Unidade Didática, será realizada no Colégio Estadual Chateaubriandense, no Município de Assis Chateaubriand, Região Oeste do Estado do Paraná, e tratara de discutir sobre o Currículo como articulador de reflexões e possíveis mudanças sociais. O enfoque que se buscará nesse trabalho é o de teorizar sobre como a construção de um currículo escolar, pode contribuir para o enfrentamento de posturas discriminatórias ao tratar das questões que envolvem as diferenças presentes no ambiente escolar. Para tanto, essa Unidade Didática prevê uma interação com o grupo de participantes no envolvimento de atividades de leituras, análise de documentários, filmes, palestras. Portanto, espera-se oportunizar a discussão sobre a consciência ética, com relação às
INTRODUÇÃO
É possível perceber, que as discussões sobre a diversidade de gênero
sexual já estão presentes no interior do espaço escolar. Sobretudo, na maior
parte das vezes, essas discussões vêm sendo abordadas de forma
preconceituosa e, por conta disso, produzindo ainda mais violência, sofrimento
e exclusão.
As contribuições de Freire nos ajudam, no sentido de indicar o que
precisamos para nos instrumentalizar, para compreender e enfrentar os
desafios de lidar com o novo, o diferente. De fato, nos mostra o que pode ser, e
é discriminado na sociedade em constante transformação. Uma lição
importante pode ser aprendida quando se lê que:
O professor que realmente ensina, quer dizer, que trabalha os conteúdos no quadro da rigorosidade do pensar certo, nega, como falsa, a formula farisaica do “faça o que eu mando e não o que eu faço”. Quem pensa certo, está cansado de saber que as palavras a que falta a corporeidade do exemplo pouco ou quase nada valem. Pensar certo é fazer certo. (FREIRE, 2009, p. 34).
Pensar certo, nos remete a concepção de educação da escola, às
relações e determinações políticas, sociais e históricas, para agir em todos os
espaços de contradição, mediados pela escola. O currículo, certamente é um
desses. A importância de um trabalho consciente e coletivo, em defesa de uma
educação transformadora, na qual os sujeitos se sentem parte do processo, em
diferenças individuais com vistas à possibilidade de eliminar atitudes hostis e violentas na perspectiva da garantia dos direitos para todos.
Palavras-chave Currículo; Discriminação; Escola Pública; Diversidade;
Formato do Material Didático
Unidade didática
Público Alvo Professores, agentes educacionais I e II, das escolas estaduais e municipais de Assis Chateaubriand/Pr.
constante diálogo, numa relação de reciprocidade, sobretudo, visando à
construção de uma escola pública, se não livre de preconceito, mas pré-
disposta a discussão e ao debate constante, sobre a temática que envolve
posturas e ações discriminatórias no espaço escolar.
Nesse sentido, é improvável, nos tempos de hoje, a elaboração de um
currículo que não leve em conta a diversidade existente no contexto escolar,
em suas diferentes manifestações. Guacira Louro sinaliza que:
Os sentidos precisam estar afiados para que sejamos capazes de ver, ouvir, sentir as múltiplas formas de constituição dos sujeitos implicadas na concepção, na organização e no fazer cotidiano escolar. (LOURO, 2003, p. 59).
Diante desse contexto, as práticas pedagógicas necessitam um olhar
sensível, privilegiado pelo diálogo, sobre os diferentes sujeitos e saberes
escolares, sobretudo as desigualdades sexuais e de gênero, uma vez que a
escola é considera uma das instituições com espaço privilegiado para dialogar
sobre diferentes concepções e posicionamentos de sua prática.
Para tanto, a produção Didático-Pedagógica que será trabalhada em
forma de Unidade Didática, no Colégio Estadual Chateaubriandense, com os
Professores, Agentes Educacionais I e II das escolas estaduais e municipais,
no período noturno, organiza-se em torno da temática: O Currículo como
articulador de reflexões e possíveis mudanças sociais. Esse trabalho buscará
teorizar de forma dialógica, dinâmica e prazerosa, como incorporar nos
currículos escolares, os saberes culturais e os valores éticos que contribuam
na conformação da diversidade de identidades que as crianças e adolescentes,
jovens e adultos têm direito a construir. Logo, como podemos lidar
pedagogicamente com a diversidade presente na escola a partir do
planejamento curricular.
HISTÓRICO DO COLÉGIO
O histórico da escola campo de aplicação da intervenção pedagógica e,
claro, dessa Unidade Didática, ainda que seja um histórico resumido, pode ser
encontrado no Projeto Político Pedagógico – PPP e pode ser acessado no sítio:
www.asdchateaubriandense.seed.pr.gov.br
Nesse histórico se identifica que esta unidade escolar tem seu
nascedouro como Colégio Comercial Estadual de Assis Chateaubriand, criado
pelo decreto nº 17.781/69, do dia 30/12/1969.
Passou a denominar-se Colégio Estadual Engenheiro Azaury Guedes
Pereira – Ensino de 1º e 2º Graus, através do Parecer 050/79 de 07/03/78 e da
resolução nº 1.450/81 de 28/07/1981, ministrando as habilitações Plenas de
Contabilidade e Magistério e a Habilitação básica em Saúde.
Em 1984 houve um desmembramento do 1º e 2º graus, e assim este
estabelecimento passou a denominar-se, através da resolução nº 8428/84,
Colégio Estadual Chateaubriandense – Ensino de 2º Grau, sendo este nome
uma homenagem ao município de Assis chateaubriand. Em 1988, através da
Resolução nº 250/85, ficou autorizado o curso de 2º grau propedêutico,
denominado então Educação Geral, reconhecido pela Resolução nº 124/87 de
14/01/87.
A partir da nova LDB (9394/96) O colégio Estadual Chateaubriandense –
Ensino de 2º Grau passou a denominar-se Colégio Estadual
Chateaubriandense – Ensino Médio.
A partir de 1999, com o Programa de Expansão, Melhoria e Inovação do
Ensino Médio (PROEM), criado a partir da Resolução 4394/96, o Colégio
passou a oferecer apenas o curso de Formação Geral, entrando em extinção
gradativa os cursos técnicos em Contabilidade, Magistério e o Propedêutico.
Em 2002 houve a implantação do Curso Pós-Médio (Gestão
Empreendedora), proposta do Governo do Estado do Paraná para a educação
profissional, autorizado e reconhecido pela Resolução 2868/02 – DOE 06/09/02
e o Colégio passou a denominar-se Colégio Estadual Chateaubriandense –
Ensino Médio e Profissional.
No ano de 2004 com a implantação do curso de Formação de Docentes
da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível Médio,
na modalidade Normal, passou a ter a denominação atual de Colégio Estadual
Chateaubriandense – Ensino Médio, Normal e Profissional.
Fachada do Colégio.
Disponível: http://www.asdchateaubriandense.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1
A comunidade escolar do Colégio Estadual Chateaubriandense, no caso
dos educandos/as, é oriunda da zona rural e urbana, filhos de pequenos
agricultores, comerciantes, outros com empregos no comércio, cooperativas e
órgãos públicos. Esta diversidade exige que ações pedagógicas sejam
pensadas e acionadas tendo como objetivo atender esta diversidade,
respeitando as condições sociais, econômicas e religiosas da comunidade.
Atualmente, o Colégio Chateaubriandense é dirigido pelo professor
Valdomiro Peraçole, com apoio de toda comunidade escolar, APMF-
Associação de Pais Mestres e Funcionários/as, agentes educacionais I e II, e
responsáveis. Possui trinta e oito turmas, divididas nos três períodos onde são
atendidos cerca de mil e quarenta alunos.
Pensando num colégio que concentra essa diversidade de
educadores/as e os vários cursos que funcionam, é indispensável e oportuno
articular a necessária reflexão da comunidade escolar sobre o seu papel, frente
às injustiças e formas de preconceitos que geram conflitos no contexto escolar,
e que, por vezes, podem estar escamoteadas no currículo.
As atividades a serem desenvolvidas no Colégio Estadual
Chateaubriandense, durante a implementação do projeto de intervenção que
constituem essa Unidade Didática, estão distribuída em 08 (oito) encontros de
4 (quatro) h/a, sendo destinadas outras 32h/a, para a integralização total do
projeto, distribuídas em atividades que contém leituras, análise de
documentários, palestras e filmes. Os encontros para estudos e reflexões com
suas respectivas atividades estão assim dispostas.
1º ENCONTRO
TEMA:
Acolhida dos participantes.
Dinâmica do boneco.
Apresentação do projeto.
Apresentação do Vídeo: Educação e Diversidade.
OBJETIVOS:
Refletir sobre a possibilidade de reduzir preconceito relacionado à
diversidade presentes na escola;
Expor oralmente as etapas do projeto de Intervenção pedagógica;
Aguçar o colegiado escolar, a curiosidade de saber mais a respeito do
tema que está sendo proposto, a saber, “A construção do currículo
escolar: em foco a questão da diversidade sexual presente na escola”;
METODOLOGIA:
Acolhida dos participantes e entrega da pasta com material a ser
utilizado durante a implementação.
Momento de diálogo, fazer com que os participantes da implementação,
tomem ciência do encaminhamento do projeto, de que maneira ocorrerá,
e qual seus objetivos;
Trabalho com a dinâmica de grupo: o boneco;
Finalização: ilustração com o vídeo ― Educação e Diversidade;
RECURSOS:
Multimídia.
Texto da dinâmica.
Cartolina.
Pasta de material do curso.
Lápis de cor.
Cola.
Tesoura.
Fita adesiva.
Borracha.
Régua.
Barbante.
Quadro.
Sulfite.
Construindo um boneco
a) O coordenador da dinâmica deve montar dois grupos, com 13
pessoas em cada um.
b) O primeiro grupo deverá montar um boneco, usando uma
cartolina branca, mas trabalhando em equipe. Para isso, deverá
trabalhar em um canto da sala onde não possam ser visualizados pelas
pessoas que não participam do grupo.
c) O segundo grupo deverá montar o mesmo boneco. Cada pessoa do
grupo deverá confeccionar uma parte do boneco, onde não poderão
dizer para ninguém que parte é a sua e nem mostrar (para que isto
ocorra, é recomendado que cada participante sente-se longe um dos
outros).
d) O Boneco deve ser confeccionado na seguinte ordem:
1ª pessoa: cabeça → 2ª pessoa: orelha direita → 3ª pessoa: orelha
esquerda → 4ª pessoa: pescoço → 5ª pessoa: corpo (tronco) → 6ª
pessoa: braço direito → 7ª pessoa: braço esquerdo → 8ª pessoa: mão
direita → 9ª pessoa: mão esquerda → 10ª pessoa: perna direita → 11ª
pessoa: perna esquerda → 12ª pessoa: pé direito → 13ª pessoa: pé
esquerdo
DINÂMICA DE GRUPO
e) Dar um tempo de aproximadamente 10 minutos para a montagem dos
bonecos.
f) Os participantes do segundo grupo não poderão ser visualizados, de
modo que irão confeccionar partes de tamanhos diferentes, porque não
trabalharam em equipe.
g) Pedir para as equipes montarem no quadro, com a ajuda de uma fita
adesiva, seus respectivos bonecos.
h) Consequências:
A 1ª equipe terá um boneco mais uniforme, formado de partes
proporcionais;
A 2ª equipe, por não terem trabalhado juntos. Fez seu boneco com
braços, pernas e outros membros de tamanho desproporcionais.
i) Conclusão: Pedir para os grupos falarem o que observaram, bem como
as pessoas que não participaram dos grupos, e que conclusão tirou
disso tudo.
Disponível em: www.dehonbrasil.com/mdj/bm/docs/cartilha_mdj.doc
ATIVIDADE
1. Assinale: Todas as afirmativas a baixo estão corretas, exceto:
1.a)( ) O currículo não é um elemento transcendente e atemporal – ele tem
uma história, vinculada.
1.b)( ) A prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolve o
movimento dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer.
1.c)( ) O pedagogo é aquele que fica indiferente, neutro, diante da realidade.
1.d)( ) O currículo não é um elemento inocente e neutro de transmissão
desinteressada do conhecimento social.
1.e)( ) Paulo Freire é um pensador comprometido com a vida: não pensa
ideias, pensa existência.
VIDEO: EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE
Sinopse:
Miguel Gonzalez Arroyo, Pós-
Doutor em Educação, fala
sobre Educação e
Diversidade. Neste vídeo o
professor comenta sobre a
escola plural, que aceita a
diversidade, caracteriza quem
faz parte desta diversidade,
critica a pedagogia que oprime
o outro, e fala sobre os saberes da diversidade que estão incluídos no currículo
da Educação Básica.
Disponível em:
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=17765
2º ENCONTRO
TEMA:
Texto: “Extensão ou comunicação?”
Vídeo: “Educação e transformação”.
Texto; Indagações sobre Currículo: Diversidade e Currículo
Vídeo: Pedagogia da Autonomia.
OBJETIVO:
Articular a necessária reflexão da comunidade escolar sobre o seu papel
frente às injustiças e formas de preconceitos que geram conflitos no
contexto escolar, e que, por vezes, podem estar escamoteadas no
currículo.
METODOLOGIA:
Acolhida dos participantes e distribuição dos crachás para trabalho em
grupos;
Leitura dinâmica do texto de Paulo Freire;
Momento de reflexão/argumentação;
Ilustração do vídeo;
Leitura do texto: Diversidade e Currículo;
Atividade em grupo, conforme a cor do crachá de cada participante;
Apresentações das atividades propostas;
Vídeo para finalizar e fazer relação com os conteúdos trabalhados no
encontro;
RECURSOS:
Crachás.
Multimídia.
Textos.
Vídeos.
TEORIZAÇÃO E APONTAMENTO REFLEXIVO
Os teóricos sinalizam que a construção de um currículo, não é por si só,
uma tarefa fácil, uma vez que não basta simplesmente a imposição de normas
ou conceitos de forma hierarquizada para a sua construção. Exige, inclusive,
em alguns casos, a necessidade de desconstruir relações anteriores.
Comentando sobre a dimensão que ganha o currículo no contexto
educativo, os pesquisadores Thomas Tadeu da Silva e Antonio Flávio Moreira
(2005) afirmam que “o currículo não é um elemento inocente e neutro de
transmissão desinteressada do conhecimento social”. O currículo está
implicado em relação de poder, o currículo transmite visões sociais particulares
e interessadas, o currículo produz identidades individuais e sociais particulares.
O currículo não é um elemento transcendente e atemporal – ele tem
uma história vinculada as formas específicas e contingentes de organização da
sociedade e da educação. Portanto, teorizando o caso da diversidade,
principalmente em se tratando da questão de gênero, podemos inferir que essa
presença da sexualidade na escola, independe da intenção manifesta ou dos
discursos explícitos, da existência ou não de uma disciplina de “educação
sexual”, da inclusão ou não desses assuntos nos regimentos escolares. A
sexualidade está na escola porque ela faz parte dos sujeitos, ela não é algo
que possa ser desligado ou algo do qual alguém possa se “despir”. (LOURO,
1997, p. 81).
Nesse sentido, é improvável, nos tempos de hoje, a elaboração de um
currículo que não leve em conta a diversidade existente no contexto escolar,
em suas diferentes manifestações.
PARA LER E REFLETIR
1. Texto Do livro “Extensão ou comunicação?” de
Paulo Freire:
Paulo Freire nos diz com toda a razão que,
“conhecer não é o ato através do qual um sujeito
transformado em objeto, recebe dócil e passivamente os
conteúdos que outro lhe dá ou lhe impõe. O conhecimento pelo contrário, exige
uma presença curiosa do sujeito em face do mundo. Requer sua ação
transformadora sobre a realidade. Demanda uma busca constante. Implica
invenção e reinvenção”. “no processo de aprendizagem, só aprende
verdadeiramente aquele que se apropria do aprendido, transformando-o em
apreendido, com o que pode, por isso mesmo, reinventá-lo; aquele que é capaz
de aplicar o aprendido-apreendido a situações existenciais concretas. Pelo
contrário, aquele que é “enchido” por outros de conteúdos cuja inteligência não
percebe, de conteúdos que contradizem a própria forma de estar em seu
mundo, sem que seja desafiado, não aprende”.
Também é fundamental sua análise da relação entre técnica,
modernização e humanismo, onde mostra como evitar o tradicionalismo do
status quo sem cair no messianismo tecnológico. De onde afirma, com justa
razão, que embora “todo desenvolvimento seja modernização, nem toda
modernização é desenvolvimento”.
Parece-nos que a breve menção dos temas abordados é o suficiente
para assinalar a grande riqueza e profundidade deste ensaio que Paulo Freire
escreveu sob o título modesto de Extensão ou Comunicação. Oxalá seu texto
seja amplamente lido, e seu conteúdo debatido e pensado, pois não tenho a
menor dúvida de que contribuirá para nos desmistificar, para tornamos mais
conscientes da realidade em que atuamos e na mesma medida, para fazer-nos
mais responsáveis e mais verdadeiramente homens. [...] Por outro lado, o
homem, que não pode ser compreendido fora de suas relações com o mundo,
de vez que é um “ser-em-situação”, é também um ser do trabalho e da
transformação do mundo. O homem é um ser da “práxis”; da ação e da
reflexão.
Nestas relações com o mundo, através de sua ação sobre ele, o homem
se encontra marcado pelos resultados de sua própria ação.
Atuando, transforma; transformando, cria uma realidade que, por sua vez,
“envolvendo-o”, condiciona sua forma de atuar. (FREIRE, 1985, p. 7)
2. Indagações sobre Currículo; Diversidade e Currículo
Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/indag4.pdf
VÍDEO: EDUCAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO (Paulo Freire)
Sinopse: Este vídeo é uma
entrevista de Paulo Freire,
provocando uma reflexão sobre as
exigências necessárias para a
construção de uma sociedade
melhor. O Educador fala sobre as
suas experiências com os
camponeses, sua admiração por
Marx, Cristo e o MST.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=60c1RapBN7U
ATIVIDADE
Com relação à citação de Paulo Freire “só aprende verdadeiramente aquele
que se apropria do aprendido, transformando-o em apreendido, com o que
pode, por isto mesmo, reinventá-lo; aquele que é capaz de aplicar o aprendido
apreendido a situações existenciais concretas”.
Responda:
1. Que relação à citação tem com educação e com currículo?
2. Com que olhar fora e são vistos os/as educandos/as nas suas diversas
identidades e diferenças?
VÍDEO: PEDAGOGIA DA AUTONOMIA (Paulo Freire)
Sinopse: Este vídeo é um pequeno resumo do livro “Pedagogia da autonomia
de Paulo Freire”.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=AGq8IADYCeY
3º ENCONTRO
TEMA:
Parábola da vaquinha;
Pedagogia do Oprimido: Primeiras Palavras;
Vídeo; Método da Pedagogia de Paulo Freire.
OBJETIVOS:
Importância da filosofia Freireana na Educação contemporânea;
Refletir que a pedagogia não deve ser elaborada para o sujeito, e sim, a
partir dele, pois a prática da liberdade está inserida em um modo de
transmissão de conhecimentos, pela qual o indivíduo possa refletir, para
tornar-se sujeito de sua própria história;
Experimentar métodos inovadores e conscientes para um aprendizado
prazeroso.
METODOLOGIA:
Comentar sobre os pontos principais da parábola;
Primeiro momento, disponibilizar o vídeo “parábola da vaquinha”;
Momento de argumentação e reflexão, sobre a possibilidade da
utilização de um currículo que atenda os/as educandos/as, de forma
humanizada;
Leitura dinâmica do capítulo do livro, “Pedagogia do Oprimido”;
Fechamento com vídeo: Método da Pedagogia Freireana.
RECURSOS:
Multimídia
Parábola
Texto
Vídeo
ATIVIDADE
1) De acordo com os textos; responda e justifique: É possível trabalhar um
currículo que propõe olhares sensíveis, voltados às diversidades e
adversidades em sala de aula, buscando significados para o exercício
da sua prática?
PARA PENSAR
1. A Parábola da Vaquinha
Um Mestre passeava por uma floresta com seu
jovem discípulo, quando avistou ao longe um sítio de
aparência pobre, e resolveu fazer uma breve visita.
Durante o percurso ele falou ao aprendiz sobre a
importância das visitas e das oportunidades de
aprendizado que temos, também com as pessoas que
mal conhecemos.
Chegando ao sítio constatou a pobreza do lugar, sem acabamento, casa
de madeira e os moradores, um casal e três filhos, vestidos com roupas sujas e
rasgadas. Aproximou-se do senhor, que parecia ser o pai daquela família, e
perguntou:
- Neste lugar não há sinais de pontos de comércio, nem de trabalho. Como
vocês sobrevivem?
Calmamente veio a resposta:
- Meu senhor tem uma vaquinha que nos dá vários litros de leite todos os dias.
Uma parte nós vendemos ou trocamos na cidade mais próxima por outros
gêneros de alimentos. Com a outra parte fazemos queijo, coalhada, etc., para o
nosso consumo… e assim vamos sobrevivendo.
O Mestre agradeceu a informação, contemplou o lugar por uns
momentos, despediu-se e foi embora. No meio do caminho, em tom grave,
ordenou ao seu fiel discípulo:
-Pegue a vaquinha, leve-a até o precipício e empurre-a lá para baixo.
Em pânico, o jovem ponderou ao Mestre que a vaquinha era o único
meio de sobrevivência daquela família. Percebendo o silêncio do Mestre,
sentiu-se obrigado a cumprir a ordem. Assim, empurrou a vaquinha morro
abaixo, vendo-a morrer.
Essa cena ficou marcada na memória do jovem durante alguns anos.
Certo dia, ele decidiu largar tudo o que aprendera e voltar ao mesmo lugar para
contar tudo àquela família, pedir perdão e ajudá-los.
Quando se aproximava, avistou um sítio muito bonito todo murado, com
árvores floridas, carro na garagem e algumas crianças brincando no jardim.
Ficou desesperado imaginando que aquela humilde família tivera que vender o
sítio para sobreviver. Apertou o passo e ao chegar lá foi recebido por um
caseiro simpático, a quem perguntou sobre a família que ali morou há alguns
anos.
- Continuam morando aqui – respondeu o caseiro.
Surpreso, ele entrou correndo na casa e viu que era efetivamente a mesma
família que visitara antes com o Mestre. Depois de elogiar o local, dirigiu-se ao
senhor que era o dono da vaquinha que havia morrido:
- Como o senhor conseguiu melhorar este sítio e ficar tão bem de vida?
A resposta veio com entusiasmo:
-Tínhamos uma vaquinha que caiu no precipício e morreu. Daí em diante,
tivemos que aprender a fazer outras coisas e desenvolver habilidades que nem
sabíamos que tínhamos.
E completou feliz:
- Assim, conseguimos conquistar o sucesso que seus olhos veem agora!
(Autor Desconhecido).
Ponto de reflexão: Todos nós temos uma vaquinha que nos impede de ir
adiante, inovar. Descubra qual a sua, e empurre-a morro abaixo!!
VÍDEO: EMPURRE A VAQUINHA
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Gbnj6c
38NVU
2. Texto: Pedagogia do Oprimido
VÍDEO: PEDAGOGIA DO OPRIMIDO
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Fc63ZwDGT
1I
4º ENCONTRO
TEMA:
Filme: Orações para Bobby.
OBJETIVO:
Promover reflexão necessária, para se rever concepções e
posicionamentos discriminatórios, relacionado à diversidade presente no
contexto escolar.
METODOLOGIA:
Acolhimento dos participantes;
Relatar os pontos principais do filme “Orações para Bobby”;
Assistir o filme “Orações para Bobby”;
Atividade interativa;
RECURSOS:
Multimídia.
Filme.
Quadro.
Atividade.
FILME: ORAÇOES PARA BOBBY
Sinopse: Mary (Sigourney Weaver) é uma
religiosa que segue à risca todas as palavras
da bíblia. Quando seu filho Bobby (Ryan Kelly)
revela ser gay, ela imediatamente leva o filho
para terapias e cultos religiosos com o intuito
de “curá-lo”. No entanto, Bobby não suporta a
pressão e se atira de uma ponte, encerrando
sua vida aos 20 anos de idade. Depois desse
fato, Mary descobre um diário do garoto e
passa a conhecer melhor o mundo dos
homossexuais, tornando-se, logo, uma ativista
em prol dos diretos gays. Baseado em uma história real.
Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=VR7vOJLfxx4
ATIVIDADE
1) Como podemos contribuir, efetivamente para o enfrentamento da
homofobia e preconceito, que permeiam o comportamento dos sujeitos na
escola?
2) Que expectativa a mãe de Bobby tinha com relação ao comportamento do
filho?
3) Interprete e relacione com o filme: [...] é preciso ter clareza sobre a
concepção de educação, pois há uma relação estreita entre o olhar e o
trato pedagógico da diversidade e a concepção de educação que informa
as práticas educativas. (BRASIL, 2008, p. 11).
4) Que leitura pode-se fazer, diante da imagem do mapa do Brasil a baixo?
5) Trazendo essa reflexão para o interior da escola, é possível pensar um
currículo mais humano e que ao mesmo tempo, favoreça um clima
saudável no processo de aprendizagem? Justifique sua resposta.
De olhos na imagem!
Disponível em:
http://bibliotecaziraldo.zip.net/images/gedc1375.jpg
Para meditar!
“O homem, por ser inacabado, incompleto, não sabe de maneira absoluta.
Somente Deus sabe de maneira absoluta”. (Freire, 1985, p. 28)
5º ENCONTRO
TEMA:
Vídeo; Medo de quê.
Visita com palestra do professor orientador.
Palestra: Indagações sobre Currículo.
OBJETIVOS:
Possibilitar momento de reflexão e aprofundamento, teóricos e
filosóficos sobre currículo, tendo em vista a necessidade de uma
educação de qualidade;
Teorizar, sobre o desafio de como (re)orientar novas práticas educativas
no ambiente escolar, visando à formação e ao desenvolvimento humano
sem violência e discriminação;
METODOLOGIA:
Aula interativa;
Assitir o vídeo “Medo de quê”;
Momento para debate;
Aguçar os/as participantes a refletir;
Em alguns momentos no vídeo aparecem um lápis! Que comportamento
a cena representa? Quais instituições podem apresentar este contexto?
Você consegue denominar alguma forma de rejeição no vídeo? E na
vida real, há preconceito e discriminação?
Segundo momento; palestra;
RECURSOS:
Multimídia.
Vídeo.
Sinópse do vídeo: Desenho animado que promove uma reflexão crítica sobre como as expectativas que a sociedade tem em relação ao gênero influenciam a vivência de cada pessoa com seus desejos, mostrando o cotidiano de personagens comuns na vida real. O formato desenho animado, sem falas, facilita sua exibição para, pessoas de diferentes contextos culturais, independente do nível de alfabetização das/os espectadores/as. Marcelo, o personagem principal, é um garoto que, como tantos outros, têm sonhos, desejos e planos. Seus pais, seu amigo João e a comunidade onde vive mostram expectativas em relação a ele que não são diferentes das que a sociedade tem a respeito dos meninos. Porém nem sempre os desejos de Marcelo correspondem ao que as pessoas esperam dele. Mas quais são mesmo os desejos de Marcelo? Essa questão gera medo, tanto em Marcelo quanto nas pessoas que o cercam. Medo de quê? Em geral, as pessoas têm medo daquilo que não conhecem bem. Assim, muitas vezes alimentam preconceitos que se manifestam nas mais variadas formas de discriminação. A homofobia é uma delas.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=cIoeUqBxhi0
6º ENCONTRO
TEMA:
Vídeo: Vida Maria.
Palestra: Sociedade e cultura, palestrante professor Fabio Lopes Alves.
OBJETIVOS:
Identificar a importância e a influência da família, na educação e cultura
dos filhos;
Contribuir com a dinâmica da formação dos/as profissionais
educadores/as da Educação Básica,
Demonstrar que a diversidade é um componente do desenvolvimento
biológico e cultural da humanidade;
METODOLOGIA:
Iniciar com vídeo, Vida Maria;
Momento para debate reflexivo sobre o documentário, Vida Maria;
Palestra com professor Fabio Lopes Alves;
Conclusão: Momento de reflexão e registro dos conteúdos trabalhados.
RECURSOS:
Multimídia.
Vídeo.
Palestra.
Sulfite.
Canetas.
Sinópse do vídeo: Maria José é levada a largar os estudos para trabalhar.
Enquanto trabalha, cresce, casa, tem filhos, envelhece. Ao final, o início de um
novo ciclo que vai reproduzir o seu passado no futuro de sua filha.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=R2pEeVqShe4
7º ENCONTRO
TEMA:
Vídeo: Escola e Currículo.
Palestra: Palestrante professor Paulino Orso. Currículo, cultura,
sociedade e a formação de professores.
Mensagem com música: Educação e Diversidade.
OBJETIVOS:
Dialogar sobre a importância da organização curricular, as atitudes e
valores do currículo oculto que permeiam a trajetória escolar.
Teorizar sobre currículo, política cultural, diferenças sociais e práticas
cotidianas;
Refletir sobre currículo e ideologia, currículo e poder, currículo e cultura.
METODOLOGIA:
Assistir e comentar o vídeo; trabalho com a música: Dias melhores pra
sempre;
Palestra com o Professor Paulinho José Orso;
Interação do público presente com o palestrante;
Mensagem final com a música; Dias melhores pra sempre. Educação e
Diversidade.
RECURSOS:
Multimídias.
Vídeo.
Música.
Música disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=dPoSbnqngag
Sinopse do vídeo: Escola e Currículo: aborda de forma objetiva o tema
currículo oculto. Breve retrospectiva histórica, sobre currículo, na ótica
da pedagogia de Paulo Freire.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=smyLvCT2QwY
8º ENCONTRO
TEMA:
Estudo das diretrizes curriculares de gênero e diversidade sexual da
Secretaria de Estado da Educação do Paraná.
OBJETIVOS:
Propiciar aos participantes, refletirem as discussões a respeito da
diversidade e as angústias que permeiam na escola, e, coletivamente
buscar transformá-la em lugar de diálogo e respeito com todos;
Valorizar e compreender as Diretrizes Curriculares da Diversidade, como
possibilidade e garantia dos direitos e respeito para todos/as.
METODOLOGIA:
Aula interativa;
Dividir os participantes em grupos;
Cada grupo fará leitura, de um tema das diretrizes;
Anotar os pontos relevantes;
Momento para socialização dos temas propostos;
Avaliação dos estudos e conhecimentos adquiridos, durante os
encontros;
Mensagem de encerramento;
Fechamento dos encontros, com momento festivo;
Distribuição de “mimos”;
RECURSOS:
Texto das diretrizes
Sulfite
Canetas
Mensagem
Mimos
Diretrizes Curriculares de Gênero e Diversidade:
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/dce_diversidade.pdf
Acesso em 04/10/2014.
Mensagem de incentivo: Disponível em;
https://www.youtube.com/watch?v=a1kBj6ndKr0
REFLEXÃO:
Disponível em:
http://fotos.sapo.pt/olharparaomundo/fotos/?uid=4R0eQZB87MsG2FKCIlhE#normal
Acesso em 28/10/2014.
Disponível em: http://www.ocotidiano.com/news.php?news=4679
Acesso em 06/10/2014.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Indagações sobre Currículo: Diversidade e Currículo. [Nilma Lino Gomes] Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008. DINÂMICA www.dehonbrasil.com/mdj/bm/docs/cartilha_mdj.doc FREIRE, P. Extensão ou Comunicação? Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985. ______, Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985. ______, Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. Fotos. As Diferenças. http://fotos.sapo.pt/olharparaomundo/fotos/?uid=4R0eQZB87MsG2FKCIlhE#normal Mapa da Diversidade. http://bibliotecaziraldo.zip.net/images/gedc1375.jpg LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. Petrópolis-RJ: Vozes, 1997. MENSAGEM DE INCENTIVO
https://www.youtube.com/watch?v=a1kBj6ndKr0 http://www.ocotidiano.com/news.php?news=4679 MÚSICA: Dias melhores pra sempre. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=dPoSbnqngag PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Gênero e Diversidade Sexual da Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Curitiba. 2010. http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/dce_diversidade.pdf PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO. Colégio Chateaubriandense http://www.asdchateaubriandense.seed.pr.gov.br/redeescola/escolas/4/200/910/arquivos/File/p.pdf FILME Orações para Bobby http://www.youtube.com/watch?v=VR7vOJLfxx4 VÍDEOS Educação e Diversidade http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=17765 Escola e Currículo https://www.youtube.com/watch?v=smyLvCT2QwY Educação e Transformação https://www.youtube.com/watch?v=60c1RapBN7U Empurre a Vaquinha https://www.youtube.com/watch?v=Gbnj6c38NVU Pedagogia do Oprimido https://www.youtube.com/watch?v=Fc63ZwDGT1I Vida Maria https://www.youtube.com/watch?v=R2pEeVqShe4 Medo de Quê https://www.youtube.com/watch?v=cIoeUqBxhi0