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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · 2016. 8. 2. · Pensando nesta problemática, este artigo, produzido baseado no projeto de intervenção, na implementação do

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE

I

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ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O CONTO "THE TELL TALE HEART", DE

EDGAR ALLAN POE E A TELA "O GRITO", DE EDVARD MUNCH

Venira Maria da Silva Manzatti1

Geniane Diamante Ferreira Ferreira2

RESUMO

Este trabalho se propôs a analisar comparativamente o conto "O Coração Delator"

de Edgar Allan Poe e a tela "O Grito" de E. Munch, com alunos do 2º ano do Ensino

Médio do Colégio Vercindes Gerotto do Reis, na cidade de Paiçandu – PR. O projeto

é baseado nos estudos de Bakthin a respeito dos gêneros do discurso, tendo como

foco, entre outros, desenvolver estratégias para a leitura e a escrita em língua

Inglesa, estudar as características do gênero textual ‘conto fantástico’, os símbolos

literários, discutir os possíveis temas abordados e relacionar tais questões à tela “O

Grito”. Posteriormente, foram lidos e produzidos textos em língua inglesa. Além

disso, este projeto teve também como objetivo comparar a vida de Allan Poe à de

Edvard Munch, com a finalidade de, a partir dos conflitos apresentados, criar

possibilidades para que os alunos busquem entender a si mesmos e descobrir que a

literatura tem um papel importante neste processo.

Palavras-chave: O Coração Delator; O Grito; Gêneros textuais; Símbolos.

ABSTRACT

This work aimed to analyze comparatively the short-story “The Tell Tale Heart”, by

Edgar Allan Poe and the painting “The Scream”, by Edward Munch, with students of

the second grade of high school at the school Vercindes Gerotto dos Reis, in

Paiçandu – PR, Brazil. The project is based on Bakthin studies concerning textual

genres, focusing, among others, on studying the characteristics of the genre

‘fantastic story’, the literary symbols, and on discussing the possible themes

approached and relate those points to the painting “The Scream”. Afterwards, texts in

English were read and produced. Besides, this project also had as objective to

compare Poe’s and Munch’s lives, to, based on the presented conflicts, create

possibilities in order to the students understand themselves and discover that

literature has an important role in this process.

Keywords: The Tell Tale Heart; The Scream; Textual Genres; Symbols.

1 Professora PDE do Colégio Estadual Vercindes Gerotto dos Reis.Ensino Fundamental e Médio, graduada em

Letras-Português pela FAFIJAN. e em Letras-Inglês pela Universidade Estadual de Maringá. Professora de Português e Inglês. [email protected] 2 Professora da Universidade Estadual de Maringá – UEM – de Literatura em Língua Inglesa e Tradução, Mestre e Doutoranda em Estudos Literários. [email protected]

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1. INTRODUÇÃO

Ao observar alguns planos de aula e a forma como a língua inglesa é vista,

em algumas escolas públicas, ressalta-se uma relevante questão. Por que não usar

os gêneros textuais para ensinar a literatura inglesa bem como seus pilares:

oralidade, leitura e escrita (Diretrizes Curriculares Estadual –DCE- 2008)? Isso não

tornaria as aulas mais interessantes e mais produtivas?

Pensando nesta problemática, este artigo, produzido baseado no projeto de

intervenção, na implementação do Programa de Desenvolvimento Educacional-PDE

e no Grupo de Estudo em Rede- GTR, pretende dar respostas para tentar solucionar

ou pelo menos amenizar um dos dilemas do ensino de línguas: o interesse pela

leitura/literatura em Língua Inglesa.

Na prática do ensino de literatura inglesa, é sabido que nas escolas públicas

se faz pouco uso de gêneros, e quando isto acontece estudam-se apenas

fragmentos das obras literárias, perdendo-se, assim, muitas vezes, sua essência,

pois o aluno não tem oportunidade de observar a rica variedade que uma obra

literária oferece (vocabulário, figuras de linguagem, contexto social, entre muitos

outros). Além disso, alguns livros didáticos, quando mencionam textos literários, dão

ênfase quase que somente a William Shakespeare e desta forma a maioria dos

alunos não tem contato com as obras de tantos outros autores, também muito ricos

para a construção dos saberes.

Levando em consideração a DCE de Língua Estrangeira Moderna -LEM-, é

necessário mapear a língua, objeto de estudo da disciplina da LEM, percebendo que

língua e cultura, ideologia e sujeito, discurso e identidade estão ligados entre si e

são aspectos relevantes para a construção histórica e cultural de um povo.

Para Bakthin (1988. p.12), “as relações sociais ganham sentido pela palavra e

sua existência se concretiza no contexto da enunciação. Entretanto, as palavras

podem ter múltiplas facetas”, podendo construir também uma multiplicidade de

sentidos.

Em seus estudos sobre como se ensinar uma língua, Bakthin estabeleceu os

gêneros do discurso, que se desenvolvem através do tempo e correspondem às

formas típicas criadas por esferas de atividades humanas.

A riqueza e a variedade dos gêneros do discurso são infinitas, pois a variedade virtual da atividade humana é inesgotável, e a cada esfera dessa atividade comporta um repertório de gêneros do discurso que vai diferenciando-se e ampliando-se à medida que a própria esfera se desenvolve e fica mais complexa (BAKTHIN, p.279, 1992).

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No projeto de intervenção, estudou-se o gênero ‘conto policial’ tendo como

base as obras “The Tell Tale Heart” e “The Black Cat”,de Edgar Allan Poe em

comparação com a tela “The Scream”, de Edvard Munch.

Observando os alunos ao longo do tempo, foi possível perceber o quanto o

mistério os envolve, ao mesmo tempo que aspectos da vida de alguns deles se

identificam com a vida de Allan Poe e Edvard Munch. Logo, ao estudar estas obras,

esperava-se que surgisse o aumento pelo gosto da leitura (inclusive estrangeira) e

que o trabalho desenvolvido ajudasse a entender alguns aspectos de suas próprias

vidas, convidando-os a se questionarem e a partir disto crescerem culturalmente,

podendo entender melhor o mundo que os envolve. Isto porque a literatura

inegavelmente discute diferentes perspectivas da vida humana. No caso das obras

“The Tell Tale Heart” e “The Black Cat”, por exemplo, sabemos que “para muitos, a

obra de Poe representa todos os males, perversões e crimes imagináveis. E para

alguns, Poe é pouco diferente de um criminoso comum” (BONAPARTE, 1849.

p.280).

Nossa atenção recaiu sobre como desenvolver ações que produzissem uma

leitura e produção textual mais reflexiva e analítica a partir da obra “The Tell Tale

Heart”, de modo a contribuir com o processo ensino-aprendizagem.

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Proporcionar o estudo do gênero ‘conto fantástico’ por meio dos textos de

Edgar Allan Poe (1989-1849) em comparação com a tela “O Grito” de E. Munch

(1863-1944).

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Estudar as características do gênero textual ‘conto fantástico’;

Pesquisar sobre o período histórico em que Edgar Allan Poe viveu;

Relacionar o momento histórico com a vida de outros artistas estudados

(Edvard Munch, Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu)

Estudar a biografia de Edgar Allan Poe e Edvard Munch;

Ler outros contos de Edgar Allan Poe, como “The Black Cat”, e a poesia “The

Raven”;

Estudar os símbolos encontrados nos textos;

Discutir sobre os temas abordados nas obras do autor;

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Analisar o quadro “The Scream”, de Edvard Munch;

Contrapor a obra ‘The Tell Tale heart’ com a tela ‘The Scream’;

Produzir textos em inglês sobre as obras estudadas;

Fazer releitura do quadro “The Scream”;

Produzir uma noite de apresentações inspiradas no tema apresentado neste

projeto.

Propiciar que os alunos façam um júri simulado a respeito do conto “The Tell

Tale Heart”.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

É sabido o quão fragilmente as escolas públicas têm vivido os últimos tempos,

tanto pela estrutura física quanto por seu patrimônio intelectual. Uma das

consequências é a queda no interesse pela leitura, que é observado principalmente,

dado o caráter da disciplina, na área das Letras, na língua materna, e ainda mais

acentuadamente na língua inglesa, que apesar da crescente importância não tem

recebido o crédito que merece.

A leitura é de suma importância para que se entenda o meio em que se vive,

o outro e a nós mesmos. Além disso, mesmo quando a leitura é praticada, pouco se

aproveita, pois não se enxerga toda a riqueza do texto: como as palavras são

escolhidas e colocadas, as muitas possíveis interpretações, intertextualidades, o

gênio do autor.

Por outro lado, a leitura e a escrita, sendo manifestação artística, sempre

fizeram parte das grandes vitórias ou derrotas humanas, sempre estiveram

presentes nas histórias, nos amores, nas desilusões, no campo das ciências, das

tecnologias. Trata da alegria, bem como da tristeza. Ler é como entrar em um barco

de sonhos e navegar por ele por qualquer lugar, imaginário ou não.

A leitura proporciona à mente humana a oportunidade de criar ou recriar

ambientes e emoções que estão muitas vezes alheias às experiências reais do

leitor.

Entretanto, para se falar de leitura não podemos nos esquecer de mencionar

que a literatura existe há alguns milênios, mas continua em constante mutação e

discussão. A literatura é capaz de tratar dos sentimentos mais contidos no ser

humano e de causar grandes questionamentos e descobertas, e por isso reflete as

relações do ser humano.

A literatura é dividida, apenas de forma didática, em movimentos literários,

ajudando-nos a compreender as transformações desta arte ao longo do tempo.

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O período do Romantismo foi marcado por autores como Walt Whitman,

Herman Melville, Emily Dickinson, Nathanael Hawthorne e Edgar Allan Poe que

criou, em sua maioria, personagens atormentados e isolados.

Edgar Allan Poe escreveu obras com características da segunda geração do

Romantismo, mas se enquadra também no simbolismo, que se originou na França

com a publicação da obra “As flores do Mal”, de Charles Baudelaire, que se opunha

ao mundo racionalizado.

Nas palavras do próprio Poe, “Aquele que se contenta em recriar as formas

que rodeiam todos os homens não vive segundo os critérios da verdadeira poesia.

(POE,p.38.1841).” A poesia é uma invenção rítmica da beleza. A beleza é o único objetivo da poesia. A verdadeira poesia, para começar nada tem a ver com isso de que se fala. Seu único juíz é o bom gosto. Nem o intelecto nem a moral contam para ela. Sua única preocupação é a beleza.(POE,p.39.1841)

As obras do autor estudado no PDE são exemplos significativos de que ele

escrevia pela beleza de suas palavras as quais Rufus Griswold criticava

veementemente:

O que Poe escreve é indigno de um homem respeitável. Ele escreve com o gozo do medo, aborda o sofrimento e a queda, mas sem Deus e sem moral; não é um cristão que escreve tais coisas, é um adorador das trevas, alguém que não tem outro deus senão ele próprio e sua sombra e que não merece em momento algum em condições de elevar-se moralmente acima de seu desejo de escrever tão “melodiosamente”. (RUFUS CRISWOLD, 1841. p.32)

Por outro lado, houve críticos que engrandeceram as obras de Edgar Allan

Poe. Segundo Charles Baudelaire (p. 35, 2000), a poesia de Edgar Allan Poe é

“profunda e gemente, é, não obstante, trabalhada, pura, correta e brilhante, como

uma joia de cristal”.

Nenhum homem jamais contou com maior magia as exceções da vida e da natureza (…) a histeria usurpando o lugar da vontade, a contradição estabelecida entre os nervos e o espírito, e o homem descontrolado, a ponto de exprimir a dor por meio do riso.Analisa o que há de mais fugitivo, sopesa o imponderável e descreve, com essa maneira minuciosa e científica, cujos efeitos são terríveis, todo esse imaginário que flutua em torno do homem nervoso e o impele para a ruína. (BAUDELAIRE, 2000, p.35-6.)

O gênero literário que alicerçou o trabalho desenvolvido no PDE foi conto de

terror que tem como características um misto de incerteza, de intensa expectativa

perante a iminência de acontecimentos, notícias, decisões, desenlaces ou

revelações consideradas de extrema importância, no qual o suspense é construído

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de várias formas: pela caracterização de personagens, pela ação e pelo ritmo com

que se desenrola a narrativa.

O conto “The Tell Tale Heart” relata a história de uma personagem, cuja

identidade e gênero não é revelado, que cuida de um senhor cujo um dos olhos tem

catarata e isto incomoda a personagem de tal forma, que ela o esquarteja e o

enterra embaixo do assoalho do apartamento. Entretanto, horas depois, chamada

por um vizinho que diz ter ouvido gritos, a polícia chega para averiguar. Quando tudo

já está praticamente resolvido, os policiais pedem um café e o algoz coloca sua

cadeira justamente em cima do lugar onde sua vítima está. Em sua mente, começa

então como que ouvir o coração do homem batendo, denunciando seu assassino,

que ensandecido confessa seu crime.

O texto é tão intenso que em poucas páginas o leitor vai sentindo a agonia da

protagonista, e não se sabe por qual motivo o olho a incomoda tanto. Mas, sabendo

que as obras do autor citado são ricas em símbolos, podemos pensar que o olho é a

janela que mostra toda a verdade de uma vida que a personagem quer esconder,

sua própria existência, há também a presença da escuridão que representa toda a

maldade que reside nela e na humanidade, enquanto o olho representa a luz que

incomoda, pois nela toda a mentira é revelada. Além disso, há o coração que pode

ser visto como a própria mente latejando de culpa.

Assim como Edgar Allan Poe, outros escritores tais como Álvares de Azevedo

e Casimiro de Abreu sofreram grandes infortúnios em suas vidas o que refletiu na

maioria de suas obras.

O autor a ser contraposto com Allan Poe neste trabalho é Edvard Munch

(1893 - 1944). Pintor norueguês, que tem como uma de suas maiores obras a tela

“O Grito”. Da mesma forma que Poe, perdeu sua mãe e duas irmãs muito cedo, além

de ter uma saúde frágil e a morte o levar ainda jovem.

Sua vida difícil refletiu em sua obra e o tema da morte foi presença constante

em sua vida. As telas do artista são reflexos de seus traumas e relações mal

resolvidas.

Sua obra ‘The Scream’ representa um dos símbolos artísticos do século XX.

O sentimento de angústia e desespero representados na obra leva a crer que ela,

segundo muitos críticos, é uma das sínteses artísticas da modernidade, época em

que ocorreram duas grandes guerras e o surgimento de regimes totalitários, como o

comunismo.

Há, entretanto, as mais variadas interpretações e críticas para o quadro “O

Grito”. Em uma entrevista à pesquisadora Claudia Carvalho (CARVALHO, 2012)

alguns estudiosos de Munch dão seu parecer sobre sua obra e, especificamente,

acerca a tela sob estudo.

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David Jackson, professor de História da Arte Escandinava da Universidade de

Leeds afirmou que “o quadro ‘O Grito’ fala por toda a gente, já todos nos sentimos

sozinhos e desesperados em algum momento da nossa vida. O impulso de olhar

para as coisas que nos incomodam é parte fundamental da condição humana”.

Jonathan Jones, crítico de arte, afirma que “Munch vivia infeliz e alienado do mundo

por não ser reconhecido pelo seu trabalho”.

Já para Eggum (1984, p.10), “Edvard Munch é o símbolo do homem moderno,

para quem Deus está morto e para quem o materialismo não prevê consolo”.

Messer (1985, p.48) afirma que “totalmente alienado da realidade, a vítima é,

portanto, conquistada pela realização de um inexplicável temor vindo de dentro”.

Todavia, nas palavras de Paulo Roberto Arruda de Menezes (1994, p.18),

“Munch parece dissolver a dicotomia que existe entre homem e coisa e, em um

segundo momento, entre o orgânico e o inorgânico. O mundo sente, o mundo

grita...”

O que espantou os críticos alemães do fim do século XIX foi que o pintor norueguês não pintava o que via, mas “exprimia o que atormentava sua alma”. O próprio Munch revelou que pintava os traços e as cores que afetavam o seu olhar interior. Ele pintava de memória sem nada acrescentar, sem os pormenores que já não via à sua frente. Talvez seja essa a razão da simplicidade das suas telas, do seu óbvio vazio. Ele pintava as impressões da sua infância, trazia as cores de um dia esquecido. (TEIXEIRA.2013)

Constata-se, desta forma, que a tela ora sob análise é rica em significados,

bem como abundante em material de estudo e pesquisa.

Assim como Edgar Allan Poe, Munch tenta recriar a beleza do ser humano a

partir das realidades contidas em suas almas, nos segredos mais bem guardados,

nos medos, nas angústias, nas percepções do eu.

Outras obras de grande expressão do autor são “Amor e Dor” (1893-94), “A

Menina Doente” (1885) e “Puberdade”, (1886).

3.1 O USO DOS SÍMBOLOS NA LITERATURA

Nos mais remotos tempos, temos índices do simbolismo, compreendido aqui

não como movimento literário mas como simbologia ou semiótica. Os faraós, por

exemplo, eram enterrados com todos os seus pertences acreditando-se que, ao

ressuscitar, necessitariam deles. A Bíblia talvez seja uma das fontes mais

expressivas para observarmos os símbolos. A exemplo disso, temos Sansão que

tem como símbolo de sua força descomunal, seus longos cabelos. Caim (caçador),

no Antigo Testamento, faz uma analogia ao mal, enquanto Abel (pastor), ao bem.

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Se fizermos uma retrospectiva histórica veremos o quanto os símbolos estão

intrínsecos na história humana.

Na literatura não é diferente: o uso dos símbolos é flagrante na arte literária.

Symbolism is a device that writers use to communicate effect and meaning in a story. (…) Symbol is thus an object which represents or stands for something else. It is a concrete thing that stands for an abstract one. [O uso dos símbolos é um mecanismo usado por escritores para dar ênfase e significado em uma história. (...) O símbolo é, portanto, um objeto que representa ou significa outra coisa. É algo concreto que representa algo abstrato].(BONNICI, 2002, p.189)

Podemos dizer que os escritores começaram, ao longo do tempo, a usar os

símbolos para que suas obras ganhassem um cunho de mistério e sedução; e Edgar

Allan Poe foi um dos precursores deste movimento.

Para entender os símbolos contidos em uma obra, o leitor precisa de

determinado repertório e arcabouço cultural. “Interpretar os símbolos é dar vida ao

imaginário, é adentrar ao mundo do desconhecido, ou seja, o significante reproduz

significado (Costa, 2014). Por outro lado, Greene (2014) nos adverte que “ninguém

conseguirá jamais alcançar as profundezas dos seus numerosos significados”.

Entretanto, Jaffe e Scott (1960, p. 251) afirmam que “se deve ler com muita

atenção, pois nem sempre uma palavra quer dizer outra coisa senão ela mesma”.

Então, como adverte Bonnici, “The story itself must give a clue that a certain detail is

to be considered symbolically and reinforces the fact that symbols signal their

existence by repetition, emphasis and position. [ A história em si deve dar um indício

de que um certo detalhe deve ser considerado simbolicamente e reforça o fato de

que os símbolos sinalizam sua existência pela repetição, a ênfase e a posição]

(BONNICI, 2002, p. 190).

Os autores fazem uso também da ironia e de conflitos entre seus

personagens como forma de simbolismo, além de os próprios símbolos contidos no

corpo do texto.

Gilberte Durand (2014) salienta que

(...) todo símbolo pode ser visto de dois lados: um positivo e o outro negativo, correspondendo a um tipo de ser humano. E desta forma percebemos nos símbolos a metafísica, a ética, a religião, o heróico, a tecnologia e a psicologia.

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Salienta-se ainda que os signos são objetos concretos usados em sua

abstração. O tempo, as estações do ano, as folhas que caem no outono podem, por

exemplo, representar a morte, assim como a primavera pode conotar a juventude, as

estrelas, por sua vez, podem significar pretensão, a água pode ser vida, o fogo a

purificação, a terra a fertilidade.

A simbologia se dá, muitas vezes, por convenção. É acordado que a pomba

branca representa paz, o gato preto desde a era medieval simboliza o mal, o número

sete perfeição, já o treze azar.

D´Avilla (1995, p.21) afirma que “o termo ‘símbolo’ passou aos poucos a

nomear tudo aquilo que, seja por acordo geral ou analogia, representava

convencionalmente alguma coisa ou alguém”. Para Chavillier e Gheerbrant (2001, p.

21), “A história do símbolo comprova que qualquer coisa pode adquirir valores

simbólicos, seja natural ou abstrato.”

A análise dos símbolos ao longo da história foi feita pelo matemático

Athariasius Kircher, depois, no Romantismo, por Friedrich Crezer, então pela

psicologia a partir de Freud e, por conseguinte, por Jung, tentando identificar o

símbolo na psique do homem. O estudo Freudiano demonstra, de forma figurada e

decodificada, o desejo ou os conflitos humanos. Na visão Freudiana o inconsciente é

como uma espécie de “quarto de desejos” (reprimidos).

Para citar um exemplos da simbologia presente nas obras literárias, temos o

livro “The Scarlet Letter”, de Nathaniel Hawthorne, em que a protagonista é

condenada, por traição ao marido, a portar a letra A, bordada em sua roupa

significando ‘adúltera’. Entretanto, o escritor subverte o primeiro significado dado à

letra e, ao desenrolar do enredo vão sendo feitas descobertas e a letra A ganha

outras conotações como “Angel”, “Able”, “Arthur” e “Authority”. O que podemos afirmar é que os símbolos são a base da capacidade de comunicação e criatividade do homem. Conhecer o significado dos símbolos e sua leitura é adentrar na História. A Mitologia, a Arte e a Literatura estão povoadas de símbolos e sinais. A Psicologia e a Sociologia utilizam-nos, afinal eles afloram constantemente no inconsciente coletivo e individual, no complexo mundo dos sonhos ou nas muitas facetas do comportamento humano. (ALVES, 2010)

Pode-se dizer, então, que todos temos parte da riqueza simbólica, o que nos

capacita a interpretar os símbolos, habilidade que foi explorada no âmbito literário do

PDE .

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3.2 AS OBRAS

Tanto nas obras de Edgar Allan Poe, quanto na maioria dos quadros de

Edvard Munch podemos observar o quanto os desejos reprimidos aparecem

latentes. O que acontece também com Kafka, Augusto dos Anjos, Álvares de

Azevedo, entre tantos outros.

O conto “Tell Tale Heart” é um monólogo que permeia o imaginário e o real,

está inserido no livro sob o titulo “Contos de Imaginação e Mistério” do autor Edgar

Allan Poe, publicado em 1843. Segundo alguns críticos, ele tem como base um

crime ocorrido em Massachusetts, em 1830 .

No conto, percebem-se símbolos como a cama e o quarto que, ao invés de

significar um lugar seguro e de repouso, torna-se um lugar perturbador e o local do

assassinato. O relógio é a representação do tempo, que a cada tique-taque

simboliza que a morte está mais próxima. Além disso, há a figura do olho, que na

psicanálise é um símbolo típico do super ego, que vigia e ameaça ou até mesmo da

figura materna. Não se pode deixar de mencionar as batidas do coração que

representam uma forma de auto punição, já que só a personagem central ouvia. Nos

contos de Edgar Allan Poe, também aparece constantemente a escuridão,

representando a morte.

A tela “The Scream”, a outra obra sob foco neste estudo, pertence ao autor

norueguês Edvard Munch, foi pintada em 1893 e é considerada um dos marcos do

Expressionismo. Ela descreve a angústia do autor em um passeio com amigos

próximos à doca de Oslofjord (em Oslo) ao pôr do sol. Ele assim descreve o

momento que o inspirou a pintar “O Grito”:

Caminhava eu com dois amigos pela estrada, então o sol pôs-se; de repente, o céu tornou-se vermelho como o sangue. Parei, apoiei-me no muro, inexplicavelmente cansado. Línguas de fogo e sangue estendiam-se sobre o fiorde preto-azulado. Os meus amigos continuaram a andar, enquanto eu ficava para trás tremendo de medo e senti o grito enorme,

infinito, da natureza. (MUNCH, in: TEIXEIRA, 2013)

Na tela, nota-se a expressão do rosto enigmático e assustador da

personagem, além das cores fortes e chamativas que traduzem todo o medo contido

nos seres humanos.

E tais medo e angústia são o que as obras têm em comum. É sob este

aspecto que direcionam-se as discussões com os alunos. Como alguns sentimentos

são simplesmente humanos, pertencentes a todos.

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4. METODOLOGIA

A língua estrangeira deve ser estudada a partir de textos que contribuam para

o educando entender a realidade em que vive, observar as diferenças culturais e

econômicas dos países que determinam o idioma a ser estudado e,

conseqüentemente, contribuir com a formação do indivíduo.

Assim, se faz necessário estudar também a literatura e as artes que envolvem

uma Língua Estrangeira, bem como seus autores, seus pensamentos, a época em

que viveram e o que está intrínseco em suas obras. Desta forma, o aluno não terá

um estudo com base apenas gramatical ou na repetição ou ainda na tradução, mas

em como a língua de fato ‘acontece’..

Ela deve ter significado para o aluno e “a escola tem papel de informar,

mostrar, desnudar, ensinar regras, não apenas que sejam seguidas, mas

principalmente para que possam ser modificadas” (DCE – Língua Estrangeira

Moderna 2006, p.28).

De acordo com a DCE, o estudo da LEM deve ser pautado na corrente

sociológica e nas teorias do Círculo de Bakthin e ainda nos estudos de Orlandi

(2005) e Foucault (1996). Para estes teóricos, a língua precisa ser concebida como

discurso, onde haja oportunidade para produção de sentidos, marcados por relações

contextuais de poder e não como estrutura que intermedeia o contato de um sujeito

com o mundo para transmitir sentidos.

Baseando-se nas pesquisas de Bakthin a respeito dos gêneros do discurso,

optou-se por desenvolver estudos a partir do sub-gênero conto de terror ou conto

policial, também chamado por alguns teóricos de conto fantástico. Como já afirmado,

as obras escolhidas foram o conto “The Tell Tale Heart”, de Edgar Allan Poe e a tela

“The Scream”, de Edvard Munch, além do aparato de outros contos de Allan Poe

como “The Black Cat” e a poesia “The Raven”.

O trabalho foi desenvolvido com os alunos dos segundos anos do Ensino

Médio do Colégio Vercindes Gerotto dos Reis, situado na cidade de Paiçandu, e

buscou-se uma conexão com a história dos alunos envolvidos no projeto. A partir da

Literatura em Língua Inglesa, foram desenvolvidas atividades interligadas às

disciplinas de Português e Artes, uma vez que o período literário a ser estudado

também está presente nestas disciplinas.

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Para dar início ao trabalho foi apresentado o quadro “The Scream” e colhidas

as primeiras impressões dos alunos, depois reviram a tela ao som de “Four

Seasons” do compositor Vivaldi e expuseram seus sentimentos através de

desenhos. Foram observadas figuras em que alguns sentimentos estavam expostos

e houve debates sobre emoções e representações faciais. Os alunos observaram

também outras obras-primas como Monalisa, Guernica e Abaporu.

Em um segundo, momento tiveram conhecimento da biografia de Edvard

Munch, estudaram a tela “The Scream” mais profudamente e participaram de uma

palestra com a psicóloga Alessandra Figueiredo com o tema “Sentimentos: como

lidar com eles”.

Em outra etapa estudaram sobre Simbologia Textual, assistiram ao filme “The

Scarlet Letter” a fim de analisar a presença da simbologia e analisaram algumas

propagandas com o mesmo intuito.

Quanto ao aspecto literário, os alunos aprenderam as características do

gênero conto, e do conto policial contrapondo com a Literatura Brasileira. Estudaram

a vida e obra de Allan Poe, ouviram o áudio do Gato Preto e do Corvo, tiveram

contato com a parte escrita dos contos de Poe e finalmente foi apresentada a obra

“The Tell Tale Heart.

Os alunos leram, analisaram, fizeram história em quadrinhos sobre o conto, e

um pequeno conto tendo como mote a obra que norteou o PDE. Em outra

oportunidade assistiram parte do filme “A Time to Kill” com a finalidade de

observarem um julgamento, o que foi aproveitado pela professora de Português,

uma vez que estavam estudando sobre Dom Casmurro e iriam fazer um júri

simulado tanto na disciplina de Língua Portuguesa quanto na de Língua Inglesa.

Por fim, os alunos confeccionaram uma máscara com atadura de gesso,

fazendo releitura da tela estudada e julgaram a personagem central de “The Tell

Tale Heart”, uma sala deu veredito de louco e por isto deveria ser internado em um

hospício e na outra turma o júri o considerou culpado e deu a sentença máxima.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo principal da implementação do PDE foi proporcionar o estudo do

gênero “conto fantástico” por meio dos textos de Edgar Allan Poe em comparação

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com a tela “O Grito”, de Edvard Munch. Tendo este objetivo como norte da pesquisa

se atrelou a ele outros objetivos citados no corpo deste artigo.

Após várias pesquisas e a realização de atividades com os alunos do

segundo ano do ensino médio do Colégio E. Vercindes Gerotto dos Reis, constatou-

se que realmente os alunos têm pouco contato com o ensino da LEM através dos

gêneros textuais e além disto há um grande preconceito, por parte deles, com da

Literatura, seja ela na Língua Materna ou não.

Foi observado também a fragilidade no ensino público em relação ao

aprendizado e incentivo à leitura em língua inglesa, e também restou evidente a falta

de conhecimento, da maior parte dos alunos que fez parte do projeto, em relação ao

autor Allan Poe, o que não aconteceu com a obra “O grito”, mais familiar a eles,

porém desconheciam seu autor - Edvard Munch.

Entretanto, os alunos apresentaram grande conhecimento em Artes,

identificando obras de autores como Van Gogh, Leonardo Da Vinci, Picasso e

Tarsila do Amaral, resultado do trabalho realizado pela professora de Arte no ano

anterior.

No decorrer do desenvolvimento do projeto de implementação do PDE,

pôde-se constatar o grande interesse da maior parte dos alunos, que realizaram

todas as atividades propostas. Contudo, o 2º D demonstrou maior resultado durante

as aulas, talvez pelo fato de serem em maior número e por terem um entrosamento

melhor entre eles. Já a turma do 2º E, apesar de também ter participado de todas as

atividades com grande interesse, não apresentou o resultado esperado, talvez pelo

fato de ser composta por muitos alunos transferidos e por ter alunos com maior

dificuldade de aprendizagem.

Contudo, apesar de algumas eventualidades – faltas de alunos, dias de

muita chuva, apresentações de muitos trabalhos em outras disciplinas, participação

dos mesmos alunos em três projetos PDE de professores diferentes, jogos

escolares, reposição de aula devido à paralisação, nível de conhecimento da LEM

não ser o esperado – a participação dos alunos foi muito positiva e os resultados

alcançados atingiram os objetivos inicialmente propostos.

É necessário, porém, salientar que houve necessidade de substituir

algumas atividades que foram propostas no projeto de implementação, tais como

pintura de telas, pois já haviam feito uma atividade semelhante em outra disciplina e

acarretaria um gasto financeiro desnecessário. Esta foi substituída por confecção

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com máscara com atadura de gesso, quando os alunos puderam fazer a releitura da

tela “The Scream” sob sua própria ótica.

A visita ao fórum foi descartada devido à falta de tempo e a

impossibilidade de adequar os horários dos julgamentos com os horários dos alunos

e professora. A atividade final que seria um sarau literário, precisou ser adiada para

fevereiro, devido a outras apresentações do Colégio e a reforma do salão onde

aconteceria a atividade. Algumas das apresentações foram em sala e

posteriormente serão reapresentadas para um público maior.

Ressalta-se, entretanto, que os educandos demonstraram ter adquirido

conhecimento a respeito dos conteúdos estudados, vocabulário, interesse maior

pela Literatura em Língua Inglesa e disposição em aprender tal língua. Desta forma,

pode-se afirmar que o PDE foi muito significativo para o aprendizado dos alunos.

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ANEXOS

Figura 1- The Scream – Edvard Munch - 1893

Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/The_Scream Acessado em 15/12/2015