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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
1
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACAO DO PARANA - SEED
SUPERINTENDENCIA DE ESTADO DE EDUCACAO
DIRETORIA DE POLITICAS PUBLICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
JANETE APARECIDA PEGUIN
CADERNO PEDAGÓGICO
EU CONTO, TU CONTAS, NÓS APRENDEMOS
IES: FACULDADE ESTADUAL DE FILOSOFIA, CIÊNCIA E LETRAS DE
PARANAGUÁ – FAFIPAR
ORIENTADORA: PROF.A. MS. ÍRIA MARJORI S. REISDORFER
ÁREA CURRICULAR: LÍNGUA PORTUGUESA
Imagens de Davi Ivachuk da Silva
PARANAGUÁ - PR
2013
2
UNIVERSIDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIA E LETRAS DE PARANAGUÁ - FAFIPAR
Janete Aparecida Peguin
EU CONTO, TU CONTAS, NÓS APRENDEMOS
Caderno Pedagógico entregue ao Programa de
Desenvolvimento Educacional do Estado do
Paraná – PDE.
Orientadora: Prof.a. Ms. Íria Marjori S.
Reisdorfer.
PARANAGUÁ - PR
2013
3
IDENTIFICAÇÃO
Área: Língua Portuguesa
Professora PDE: Janete Aparecida Peguin
NRE: Paranaguá
Município: Morretes
Orientadora: Íria Marjori Schubalski Reisdorfer
IES: FAFIPAR- Paranaguá
Público: alunos dos 6o anos do ensino fundamental
Escola de Implementação: Colégio Estadual Rocha Pombo – EFMN
Título: EU CONTO, TU CONTAS, NÓS APRENDEMOS
Tema: AS LENDAS COMO INCENTIVO À LEITURA AOS ALUNOS DO 6º ANO DO
COLÉGIO ESTADUAL ROCHA POMBO DA CIDADE DE MORRETES NO ESTADO
DO PARANÁ.
Conteúdo: Atividades relacionadas à leitura, utilizando as lendas como incentivo
para inserção dos alunos ao universo leitor.
Objetivo: Analisar, por meio de atividades, a importância e frequência da leitura
para os alunos dos sextos anos do ensino fundamental-séries finais, objetivando
traçar estratégias de ação, através das narrativas lendas, para a compreensão e
produção não somente da leitura, mas como também da produção de outros
gêneros textuais.
4
APRESENTAÇÃO
Caro professor,
A produção deste caderno pedagógico foi pautada e teve sua possibilidade
de confecção graças ao trabalho e observação do professor produtor deste trabalho,
que atua há vários anos no ensino fundamental. As atividades aqui propostas
tiveram como base, sobretudo, a experiência deste professor no ambiente escolar,
considerando as dificuldades encontradas em relação à aprendizagem, ao ensino e,
principalmente, ao tema aqui trabalhado e discutido: a leitura.
As atividades propostas estão aqui embasadas, além da experiência, por
teorias que norteiam o universo da linguagem, sobretudo teorias que possuem uma
concepção de linguagem em interação, perspectiva sócio-cognitiva, atualmente
visualizada em diversos estudos da área.
A partir destas concepções, diferentes atividades foram norteadas, visando à
compreensão leitora, a produção textual e a aprendizagem por meio de atividades
diversas.
A importância deste material está na forma do professor, através destas
atividades, de visualizar o processo de criação de significação que a leitura desperta
e propõe aos sujeitos, assim como, direciona o professor a olhar a linguagem de
uma forma mais ampla, podendo identificar significações possíveis não somente
pelo que é visualizado pelo código linguístico, mas também pelos demais sistemas
de significação não explícitos por este.
Portanto, este trabalho e a leitura se mostram não somente essenciais para
a compreensão e expansão do universo do professor e sujeito leitor, mas
colaborador e essencial para a construção de conhecimento, significações e,
sobretudo, da identidade do sujeito, seja ele professor ou aluno.
Espera-se que este trabalho possa contribuir de maneira positiva para o
universo dos professores em língua portuguesa, das séries fundamentais, quando o
assunto é leitura.
Boa leitura e bom trabalho!
5
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................06
UNIDADE 1: A LEITURA E OS GÊNEROS TEXTUAIS.................................................08
UNIDADE 2: COMPREENSÃO LEITORA........................................................................11
UNIDADE 3: CONSTRUÇÃO DA SIGNIFICAÇÃO........................................................15
UNIDADE 4: O LÚDICO E A CONSTRUÇÃO DA SIGNIFICAÇÃO............................16
UNIDADE 5: PRODUÇÃO TEXTUAL...............................................................................18
UNIDADE 6: A SIGNIFICAÇÃO E A PRODUÇÃO LÚDICA........................................19
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................21
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................22
ANEXO....................................................................................................................................23
6
INTRODUÇÃO
Cada vez mais os jovens têm se afastando do ato de ler, não somente por
fatores que o desprendem do ato da leitura, como tv, videogames, celulares, mas
também pela valorização que a sociedade (não) tem dado à leitura, como por
exemplo, a falta de incentivo de professores e pais. Esta realidade não foge dos
alunos do Colégio ‘Rocha Pombo’ da cidade de Morretes, Estado do Paraná, o qual
será aplicado estas atividades, inicialmente.
Diante disso e evidenciando os fatos, percebemos que os alunos, na maioria
das vezes, desconhecem histórias do próprio município, que foram contadas
gerações após gerações, passando assim de pais para filhos e que, muitas dessas
histórias viraram Lendas. Registros inclusive, de algumas delas, na biblioteca do
Colégio e que, nem mesmo alguns professores têm conhecimento desse fato,
desvalorizando assim, sua própria cultura popular. Por meio dessas histórias, em
suas diversas modalidades, desde a encenação até pequenos recursos visuais,
esse projeto procurará incentivar o hábito da leitura, permitindo ao leitor amplo
acesso ao material escrito e introduzir a leitura de livros como rotina no seu dia a dia.
A escolha do tema lendas como incentivo à leitura está baseada na
imaginação e na magia que constitui esse tipo de gênero narrativo, pois a lenda
geralmente é de fácil entendimento, pois criam apresentações simbólicas de algo
que já existe e é também atrativa, por serem narrativas breves e quase sempre
possuem espaço bem delineado e personagens marcantes.
Por meio da leitura, o ser humano adquire seus conhecimentos e se torna
crítico e se posiciona diante de situações do cotidiano. Abreu apud Rojo (2003), em
seu livro, traz alguns dados dos recenseados em 2001 sobre o acesso aos bens
culturais onde diz que “o brasileiro lê e gosta de ler, quando pode, para se distrair.
Só não lê o que a cultura valoriza e a escola espera que leiam”.
Sabe-se que a leitura é um ato que depende de estímulo e motivação e sua
importância no ambiente escolar vai além do ato de ler, pois a partir dela dependem
outros elos no processo ensino-aprendizagem. Sem a leitura, o aluno não consegue
pesquisar, resumir, identificar a ideia principal do texto, analisar, criticar, posicionar-
se; itens fundamentais para a produção de diversos gêneros textuais.
“É impossível não se expressar através de textos”, como bem salienta
Marcuschi (2008) e os gêneros textuais se configuram nesse sentido como textos
7
sócio-comunicativos utilizados no dia a dia. Pode-se dizer, a partir disto, que toda
comunicação ocorre por meio de gêneros textuais e um exemplo disso é a narração.
Neste sentido, este projeto será realizado por meio de seis unidades didáticas, por
meio de sequências didáticas, e permitirá incentivar o hábito da leitura bem como,
permitirá que o aluno tenha acesso não somente a sua própria cultura, mas também
à informações que o auxiliarão na sua própria constituição e, consequentemente, na
produção de seus textos.
8
UNIDADE 1: A LEITURA E OS GÊNEROS TEXTUAIS
Objetivo geral: Apresentar aos alunos diversos gêneros textuais de leitura Objetivos específicos:
Trabalhar com os alunos diversas possibilidades que o meio onde estão inseridos disponibiliza para o acesso à leitura;
Identificar os gêneros textuais que chamam a atenção dos alunos; Materiais: mesa, revistas, jornais, gibis, livros infantis, romance, sulfite, folha
xerocada.
Metodologia: Será dividida em etapas utilizando questionário para verificar o que
os alunos leem e porque leem.
1 Etapa: o professor colocará sobre uma mesa variados tipos de gêneros de leitura,
revistas, jornais, gibis, livros infantis, romance, etc.;
2 Etapa: sobre o que observaram na escolha feita por eles, cada aluno deverá
escolher o gênero que mais gosta ou lhe chamar atenção; o professor deverá
comentar que os mesmos devem observar o título, capa, ilustrações, assunto e
comentarem entre si.
3 Etapa: Em seguida, após comentários do grupo sobre o que observaram na
escolha feita por eles, todos deverão responder o questionário abaixo.
Questionário
1)- Você tem livros em casa?
( ) sim
( )não
2)- Você tem revistas em casa?
( ) sim
( )não
3)- Você tem jornais em casa?
( )sim
9
( ) não
4)- Você tem internet em casa?
( )sim
( )não
5)- Você gosta de ler algum desses elementos citados?
( )sim
( )não
( ) às vezes
6)-Você consegue compreender o que lê?
( ) sim
( ) não
( ) às vezes
7)- Ao ler uma revista, um livro ou um texto, você costuma:
( ) só olhar a capa e as figuras
( ) lê só o início
( ) lê até a metade
( ) lê até o final
8)- Nas suas horas de folga o que você faz?
( ) descansa
( ) assiste tv
( ) pratica esporte
( ) lê
( ) brinca
( ) outra coisa: qual?_________________________________________________
9)- Que livro você gostou de ter lido até hoje? Por quê?
10)- Escreva os assuntos ou tema que você mais prefere ler
10
11)- Defina o que é a leitura para você:
( ) uma obrigação escolar
( ) um prazer
( ) uma forma de aprender
( ) um passatempo
( ) uma chatice
( ) outro: o quê? ___________________________________________________
4 Etapa: Em seguida, todos irão à biblioteca fortalecendo assim o ambiente como
espaço interdisciplinar que oferece e promove uma interação entre leitura e a
pesquisa.
Avaliação: Em todas as etapas serão realizadas avaliações. Na primeira serão observados quais tipos de gêneros os alunos preferiram ao selecionar os materiais para leitura. Na segunda serão identificados os meios de significação do texto, através de elementos constituintes dele, que normalmente o atrai. Na terceira etapa, com o questionário, será analisado a relação que os alunos possuem com a leitura em diversos ambientes e gêneros, objetivando a verificação do interesse pela leitura, assim como, o tipo de material selecionado. Para finalizar, estimulando a leitura, os alunos serão levados até o espaço de leitura da escola, a biblioteca.
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UNIDADE II: COMPREENSÃO LEITORA
Objetivo: Observar a compreensão leitora dos alunos.
Objetivos específicos:
Observar a compreensão dos elementos constituintes do texto e seu universo
leitor;
Propiciar a ampliação do repertório social e cultural dos alunos, através da
leitura;
Fazer com que os alunos observem as características das narrativas, gênero
lendas;
Propiciar a compreensão e produção leitora, através da criação de textos, por
meio de desenhos.
Materiais: Quadro negro, giz, caderno, lápis de cor, lápis, borracha, caneta, papel
sulfite e folha xerocada com o texto.
Metodologia: Será feito por meio de textos e questionamentos
1 Etapa: O professor escreverá no quadro o título do texto “Véu da Noiva”, referente
a uma Lenda cultural do município, então fará questionamentos, como por exemplo:
O que esse título sugere?
O que chama atenção nesse título?
O que significam as palavras “véu” e “noiva”?
2 Etapa: Neste momento, com a turma motivada pelo título, o professor iniciará a
leitura do texto, prosseguindo a atividade de leitura e produção de sentido por meio
de perguntas referentes à lenda:
Uma moça, filha de um fazendeiro que morava
perto de um rio, onde havia uma linda cachoeira.
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O que a leitura desse trecho nos apresenta?
Podemos estabelecer alguma relação entre este trecho do texto com o título
do mesmo?
Vamos ler mais um trecho do texto:
O que acontecerá, a moça se casará com seu empregado?
Que hipóteses podem ser levantadas para a sequência do texto?
O que significa a palavra “ambicioso”?
Qual será a atitude da moça?
Você se casaria com alguém que não conhece?
Vamos ler mais um trecho do texto.
O que acontecerá com a moça?
Você conhece alguma cachoeira? Sabe de seus perigos? Como ela é
formada?
E agora? Qual será o final dessa história?
Vamos ver o final da lenda:
Ela gostava de um dos seus empregados e dizia que queria casar com ele. Usaria um véu bem
comprido e largo.
Seu pai, que era um homem ambicioso, a deu em
casamento para um homem rico e desconhecido, que
ela não conhecia.
Ela vendo que a data se aproximava e não conseguia de jeito nenhum terminar aquele noivado indesejável, foi até a cachoeira, escorregou no lugar mais perigoso
das pedras.
Os seus lindos cabelos, levados pelas águas, se abriram enroscando-se nas raízes e pedras e ela morreu. Quando acharam seu corpo, chamaram
aquele lugar de véu da noiva.
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3 Etapa: Após todos os questionamentos e levantamento de hipóteses, entregar a cada aluno a cópia do texto, que deverão ler o texto. Feito isso, o professor explicará a definição do gênero textual lenda, assim como, apresentará suas características. 4 Etapa: A proposta final é que façam uma ilustração do texto e respondam no caderno as questões abaixo, objetivando identificar a construção dos significados a partir da leitura:
QUESTIONÁRIO 2
a)- O que mais chamou atenção nessa lenda? _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ b) Qual objetivo da lenda acima? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ c) A partir da leitura da lenda, que informações vocês podem extrair dela? ______________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________ d) O que você conseguiu aprender com a lenda acima? Que informações você extrairia dela para sua vida no cotidiano? _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ e) Você conhece outras lendas? Quais? _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ f) Você sabe como surge uma lenda?
14
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ g) A partir da lenda, o que você consegue imaginar? _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Avaliação: Em todas as etapas será observada a compreensão do texto e seus elementos constitutivos, a partir das exposições e produções dos alunos.
15
UNIDADE 3: CONSTRUÇÃO DA SIGNIFICAÇÃO
Objetivo: Desenvolver, por meio das narrativas lendas, a construção da significação. Objetivos específicos:
Proporcionar ao aluno situações diversas de significação, a partir da prática de leitura;
Desenvolver a partir deste entendimento e significações, habilidades de escrita;
Materiais: Tv pendrive, pendrive, caderno, caneta, lápis e borracha. Metologia: Será realizada através de vídeos 1 Etapa: Passar na tv pendrive o trailer da lenda brasileira, ‘O Lobisomem’. Nesta etapa, o aluno assistirá o vídeo observando todos os elementos constituintes de significado, como: som, cor, imagem e linguagem verbal, assim como, as inferências que se podem fazer a partir destes elementos. Depois de exibido será realizado um debate juntamente com os alunos sobre todos os itens acima mencionados, assim como, sobre os elementos constituintes dos gêneros lenda e trailer. 2 Etapa: Feito todas essas discussões, nesta etapa será solicitado para os alunos produzirem, através da escrita, e em equipe, a finalização do texto, assim como a produção de um desenho que caracterize a lenda. 3 Etapa: Nesta etapa, todas as equipes deverão relatar suas produções. 4 Etapa: O professor deverá escolher alguns textos que evidenciem problemas de escrita, objetivando discuti-las e, posteriormente, orientá-las para revisão e reescritura do texto definitivo. A partir disto, serão reunidos os trabalhos escritos e as ilustrações, afim da confecção de um mural na sala de aula; 5 Etapa: Passar o segundo vídeo, relativo a mesma lenda, desta vez com a história completa, outra versão de “O Lobisomem”, versão nacional, do livro de Mauricio de Souza, onde os alunos poderão fazer uma comparação com o vídeo anterior e suas produções expostos no mural da sala de aula. A partir disto, responderão alguns questionamentos como: A)- A ideia principal do filme; B)-As imagens mais significantes; C)- Os elementos de significação, como o cenário, a música, as cores, os elementos da narrativa, etc. A partir disto, os alunos tentarão dramatizar a história vista em sala de aula, assim como, comentar sobre as possíveis lendas conhecidas por eles. Avaliação: Em todas as etapas serão realizadas avaliações. Estas se darão através das produções que os alunos realizarem, a partir das atividades propostas.
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UNIDADE IV: O LÚDICO E CONSTRUÇÃO DA SIGNIFICAÇÃO
Objetivo: Estimular a criação da significação, por meio de jogos e brincadeiras, promovendo o paralelo entre o discurso oral e o texto escrito, e os jogos e brincadeiras. Objetivos específicos:
Promover o acesso à construção da significação por meio do lúdico, instrumentos de aprendizagem interessantes para a faixa etária do aluno;
Desenvolver a construção da significação através do lúdico; Materiais: quadra de esporte, folhas xerocadas com as lendas mais conhecidas, envelope, quadro, giz, caderno, lápis, borracha e sulfite. Metodologia: Será feito por meio de jogos e brincadeiras da cultura popular.
JOGO DE MÍMICA
1Etapa: Reunir os alunos na quadra de esporte e dividir a turma em duas equipes para organizar e realizar o jogo da mímica; informar aos mesmos que durante a atividade deverão trabalhar em equipe, onde todos poderão opinar e observar os colegas adversários; 2 Etapa: O professor explicará o jogo que funcionará da seguinte maneira: - As duas equipes deverão escolher os alunos que executarão as mímicas enquanto o resto do grupo tentará adivinhar; - O grupo deverá escolher e combinar os gestos para lenda conhecida (trabalhadas nas aulas anteriores); - Ganhará o jogo a equipe que acertar o nome das lendas e que tiver mais membros na equipe, pois cada vez que um dos grupos erra, um membro da equipe é excluído;
MONTAGEM DE TEXTO 1Etapa: Em sala de aula, os alunos formarão grupos, onde cada um receberá um envelope contendo uma lenda conhecida. Estas estarão recortadas por parágrafos, misturadas e sem título; 2 Etapa: Os grupos deverão montar a lenda em sua sequência e dar um título a ela, observando a coesão e coerência do texto. Feito isso, um representante de cada grupo deverá ler em voz alta a lenda completa; 3 Etapa: Trabalhar alguns elementos constituintes da gramática, através do lúdico. Para isso, os alunos deverão montar um quadro, primeiramente cada grupo faz o seu, depois o professor colocará o mesmo quadro na lousa, ordenando quais
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elementos irão ser trabalhos naquele dia. Então, todos irão nomear palavras que se enquadrarão naquele item gramatical trabalhado. No final, todos irão completar o quadro com a colaboração dos colegas.
Avaliação: A avaliação dessa unidade será feita por meio de uma brincadeira
chamada “STOP”, que terá como objetivo avaliar a compreensão da escrita bem
como, do conteúdo trabalhado. A brincadeira funcionará da seguinte maneira: Em
um papel sulfite, cada grupo deverá fazer uma tabela com 5 colunas e com cinco
categorias de elementos gramaticais selecionados pelo professor. Nas colunas
deverão inserir, por exemplo, nome de pessoas, países, frutas, animais, objetos, etc.
Para iniciar a brincadeira, será sorteada uma letra do alfabeto, onde cada grupo
deverá completar as colunas com as palavras iniciadas pelas letras
correspondentes, observando a ortografia correta e os itens exigidos. O grupo que
terminar antes todas as colunas dirá “stop”. Cada palavra valerá 10 pontos; se
houver palavras repetidas, estas valerão 5 pontos. Ao final de cada rodada, soma-se
os pontos com a ajuda do professor e, no final da brincadeira, os alunos trocarão as
tabelas e farão as acorreções ortográficas.
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UNIDADE V: PRODUÇÃO TEXTUAL
Objetivo: Desenvolver a produção textual escrita, a partir das significações produzidas pelas atividades anteriores. Objetivos específicos:
Compreender o processo de produção textual a partir da leitura;
Compreender o processo de significação da leitura e produção de textos e sua relação;
Promover a produção textual e de significações a partir das atividades já realizadas;
Materiais: cadeiras, pessoa da comunidade, folha xerocada com as lendas de Morretes, papel sulfite, cartolina, lápis de cor e de escrever. Metologia: Será convidado uma pessoa da comunidade para contar alguns “causos”, ocorridos na cidade de Morretes/PR, e que foram contadas gerações após gerações e viraram lendas. Posteriormente, será pedido para que os alunos contem outras histórias, a partir desta configuração do gênero lenda, ouvidas em casa. Serão apresentadas também as lendas escritas que estão presentes, de forma solta, na biblioteca, e que será organizado, objetivando a produção de um livreto das lendas da cidade, pelo professor e alunos.
1 Etapa: O professor deverá organizar na sala de aula um ambiente agradável, preferencialmente que as cadeiras estejam em círculo, e o convidado promoverá o envolvimento de todos. O convidado iniciará a contação de seus “causos” e, no final, os alunos terão a oportunidade de fazer perguntas referentes às histórias contadas e outras que conhecerem; 2 Etapa: Os alunos serão divididos em grupo e o professor distribuirá para um, uma folha xerocada contendo uma lenda Morretense, onde os alunos lerão os textos e escolherão um do grupo para contá-la aos colegas, feito isso, farão três ou quatro questões para a interpretação textual; 3 Etapa: Os alunos serão orientados a elaborar um desenho que represente sua lenda, assim como, produzirão um cartaz, onde serão inseridas as lendas e seus respectivos desenhos. Os cartazes serão expostos no corredor da escola para que todos alunos tenham conhecimento das lendas de sua região; 4 Etapa: O professor organizará todas essas lendas em forma de um livreto que posteriormente será deixado na biblioteca. Anexo seguem alguns exemplos das lendas que serão trabalhadas com os alunos. Avaliação: Será feita por meio de observação, da confecção dos cartazes, da participação dos alunos na interpretação das lendas e na confecção do livreto.
19
UNIDADE VI: A SIGNIFICAÇÃO E A PRODUÇÃO LÚDICA
Objetivo: Desenvolver a capacidade de refacção textual, a partir da recontagem das lendas, por meio de fantoches, propiciando a interação da família com a escola no processo de ensino e aprendizagem. Objetivos específicos:
Estimular a produção de significações a partir do lúdico;
Valorizar o lúdico como meio de ensino e aprendizagem;
Desenvolver as habilidades de refacção textual, assim como, a expressão oral
do alunos;
Desenvolver habilidade de readaptação do texto, objetivando a refacção
textual;
Desenvolver o trabalho em equipe, desde a confecção dos fantoches e dos
textos às apresentações;
Promover a valorização dos materiais de sucata, desenvolvendo assim, a
educação ambiental;
Mostrar aos pais e comunidade escolar, a capacidade de criação dos alunos
envolvidos no projeto, assim como, promover, estimular e salientar a
importância dos mesmos no ambiente escolar.
Materiais: papéis (sulfite, cartolina, color set, crepom, laminado), cola, tesoura,
régua, glitter de vária cores (garrafa pet, tampinha, caixas vazias de leite longa vida),
t.n.t, aparelho de som e sucatas.
Metologia: Os alunos deverão apresentar aos pais e comunidade escolar, por meio
do teatro de fantoches, as lendas de Morretes; os mesmos deverão confeccionar os
fantoches que serão utilizados nas apresentações, ficando uma equipe responsável
pela produção do roteiro e outra equipe pela produção musical. Todo o processor
será feito com o acompanhamento do professor.
1 Etapa: O professor, juntamente com os alunos, reunirá o material a ser utilizado na
confecção dos fantoches, selecionará as equipes procurando manter as mesmas
que trabalharam com as lendas nas aulas anteriores, dividindo as tarefas e a equipe
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que ficará responsável pelo roteiro das apresentações e a outra equipe que ficará
responsável pela música.
2 Etapa: O professor organizará, juntamente com os alunos, a produção dos
fantoches, valorizando os materiais de sucata. A partir deste momento, serão
iniciados os ensaios.
3 Etapa: Os alunos farão as apresentações dos teatros no salão da escola,
contando com a presença da equipes pedagógica, direção da escola e pais
convidados.
Avaliação: Toda participação e envolvimento do aluno será peça fundamental para
a avaliação do mesmo nas atividades.
21
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo do projeto “Eu conto, Tu contas, Nós aprendemos” procura-se
evidenciar e apresentar a importância da leitura na vida do aluno. Sua importância
não somente como atividade a ser realizada e influenciada por professores em sala
de aula, mas também para que estes consigam visualizar e significar o mundo de
uma forma ampla, expandindo horizontes e permitindo a sua constituição com uma
enciclopédia de informações maiores, que poderão auxiliar o aluno em sua vida
como um todo e também na sua atuação do/na e para com o mundo.
Nas atividades propostas procura-se integrar alunos, professores e
comunidade escolar, pois a interação e integração são elementos motivadores e
criadores de significações. A partir disto, pode-se também, permitir que a sociedade,
integrantes da escola e família, visualizem melhor o ambiente escolar onde atuam ou
deixam seus filhos, assim como, despertem o interesse pela leitura, já que um dos
maiores problemas em relação ao ato de ler, a desmotivação e pouca atenção à
leitura, estão nas casas onde estes alunos vivem e no ambiente escolar onde
permanecessem.
A escolha de se trabalhar com as lendas Morretenses veio do objetivo de
fazer com que os jovens aprendam a conhecer suas próprias raízes e a cultura onde
vivem, e despertem este interesse não somente para com eles, mas para com todos
que estão em sua volta. O simples fato de contar e ouvir histórias podem ser para
eles algo muito maior que uma diversão, podendo despertar o gosto pela leitura e,
consequentemente, despertar o desenvolvimento de sua produção escrita, de sua
capacidade de construir significações, de fantasiar e imaginar.
Este projeto não tem pretensão de ser um ponto final sobre o tema, pois a
aprendizagem é contínua, mas constitui-se em uma contribuição, abrindo espaço
para novos projetos.
22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BANBERG, Richard. Como Incentivar o hábito da leitura. São Paulo: Ática 1987.
BRASIL.Lei Darcy Ribeiro (1996) Lei de Diretrizes de base da Educação: Senado Federal,subsecretaria de Edições Técnicas, 2006.
______.Ministério da Educação.Secretaria de Educação Fundamental. Pârametros Curriculares Nacionais:Terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental-Língua Portuguesa.Brasília,ME/CENP1998. CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Linguística.São Paulo:Scipione,1996.
CARVALHO, Barbara Vasconcello de. A literatura infantil: visão histórica e crítica.6 ed. São Paulo:Global,1989.
LAJOLO, Marisa. Do Mundo da Leitura para a Leitura do Mundo. São Paulo: Ática, 2000. ______. O texto não é pretexto. In: ZILBERMAN, Regina (org). Leitura em crise na escola: as alternativas do professor. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1991. LENDAS E CONTOS POPULARES DO PARANÁ. Disponível em: http://www.cidadao.pr.gov.br/arquivos/File/parana/livro_lendas.pdf. Acesso em: 05.09.2013. LOBISOMEN. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=k5kIoQGFqUY. Acesso em: 18.09.2013 MARCUSCHI, Luiz Antonio,1946. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial,2008 MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo: Ed.Brasiliense,1994. PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná:Língua Portuguesa.Secretaria de Estado da Educação Fundamental-Curitiba: SEED,2008. ROJO, Roxane. Letramento múltiplos, escola e incusão social. São Paulo: Parábola Editorial,2009. SILVA, E. T. Leitura crítica. Disponível em: www.leituracritica.com.br/br. Acesso em: 17.09.2013. _________. Da leitura e Realidade Brasileira. 2 ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1985. ______.O ato de ler fundamentos piscológicos para uma nova pedagogia de leitura.7 ed. São Paulo: Cortez 1996. SOUZA, M. “O Lobisomem. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=kFgYCcfIkRo. Acesso em: 18.09.2013
23
ANEXO
“O caso da vela”
Aparecia na Reta do Porto de Cima.Todas às noites uma vela acesa e que ao se aproximar-se alguém apagava-as e aparecia mais adiante.
Conta a lenda que certa vez dois homens blasfemaram e tentatram apagá-la com um guarda chuva que imediatamente incendiou-se, tendo a vela os perseguido até tombarem no chão. Desfalecidos. Segundo a lenda era dinheiro enterrado e que agora a vela desapareceu porque o tesouro foi encontrado por uma moradora que ficou rica.
“Lobisomem da Ponte Alta” Todo ano, no mês de janeiro, o povoado da Ponte Alta via um lobisomem que sempre rodeava um bar de um certo homem. Este por sua vez, nunca via o tal lobisomem. Certa noite, os homens do lugar resolveram reunir-se, todos armados com pedaços de pau, para
pegar o lobisomem. A lua já ia aparecendo e o dono do bar começou a ficar estranho, mordendo suas mãos. E não durou muito, os homens também ali reunidos, viram um cão muito grande saindo do bar. Este, foi vítima de pauladas e perdeu mito sangue. Na manhã seguinte, o bar estava fechado porque seu dono estava de cama,com o corpo completamente marcado, todo machucado. Logo todos perceberam o que acontecera. O dono do bar era o lobisomem, mas como ele perdeu muito sangue, os moradores da região ficaram tranqüilos. Dizem que, quando o “lobisomem” perde muito sangue o encantamento acaba.
24
“A curiosa da Rua XV”
Conta-se que na Rua XV de Novembro, uma mulher (não se sabe o local exato) habituava-se o costume de que todo barulhinho que escutasse ia olhar para ver o que era. Numa noite, ela escutou vozes na rua, pareciam que estavam rezando. Muito curiosa, ela abriu a janela e procurar ver quem era aquela gente toda. Um vulto muito alto veio até a janela e lhe deu uma vela. A vela era bem maior que as velas comuns. A mulher não conhecendo ninguém, nem mesmo o vulto que estava com um chapelão.Fechou a janela e guardou a vela num baú e foi dormir. Ao acordar pela manhã, foi ver a vela. Abriu o baú e no lugar da vela, estava a canela de um defunto.Nunca mais ela ousou a ser curiosa, principalmente à noite.
“O marido Lobisomem” Certa noite, uma senhora saiu para visitar um parente que estava doente, ficando em casa seu marido. Caminhava sossegada, quando ela olha para trás e avista um cão enorme que a seguia. A certa altura, o cão a rodeava e se esfregou nela. Apavorada, a senhora subiu num tronco de árvore. O cão querendo pegá-la começou a pular em sua direção
conseguindo somente morder seu vestido que era muito comprido. Cansado o cão foi embora. Logo depois de ter certeza que o cão desapareceu, a senhora saiu correndo dali. No dia seguinte, ao ver seu marido, a senhora teve uma grande surpresa. Notou que entre os dentes dele, estavam fios vermelhos presos, exatamente da cor do vestido que o cão estragou. Logo percebera tudo. O cão enorme, ou melhor, o lobisomem, era seu próprio marido.
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“A escrava Anhaia”
Nos arredores de Morretes, antigamente, havia muitos engenhos, uns de grande porte outros menores. A maioria era composta com a casa grande (onde os senhores moravam), a senzala (onde os escravos eram trancados à noite) e mais depósitos e estrebarias. Numa dessas casa grandes, trabalhava uma escrava,bonita, robusta, muito boa para os patrões. Como de costume, todas senão a maioria das crianças que nasciam nas casas grandes, eram amamentados pelas escravas e nessa não era diferente. Esta escrava amamentava e zelava pelo bem estar das crianças. Depois de muito tempo dedicado todo o seu afeto e empenho, seus patrões como forma de gratidão, deram-lhe um presente. Uma casa muito, com empregados a alguns quilômetros acima. O nome dessa escrava era Anhaia.O local onde Anhaia ganhou a casa e foi passar o resto de sua vida, ficou conhecida como Mundo Novo do Anhaia, pois para ela, era como se tivesse recebendo um mundo novo.
“Procissão das Almas”
Certa noite, um homem estava tranqüilo, retornando à sua casa. Era perto de meia noite, quando esse homem começou a escutar vozes, parecia uma procissão pelas inúmeras velas que tinham atrás dele.Ele ficou na calçada, encostado na parede de uma casa para olhar a procissão passar e ver se conhecia alguém afinal, pois ele sabia que teria uma procissão naquela noite,
porém o mesmo não viu nada, a não ser a chama das inúmeras velas. Nem mesmo as velas apareciam, apenas as chamas. Ficou mais assustado ainda quando viu que aquelas vozes se dirigiam ao cemitério. Depois que a procissão tinha passado por ele, este foi para casa e contou o acontecido. Sua tia então lhe disse: __ Ora, ora, você se esqueceu que hoje é dia das “almas”. As imagens aqui inseridas em cada lenda foram produzidas especialmente para este trabalho. As mesmas são de autoria de Davi Ivachuk da Silva, morador da cidade Morretes, onde as lendas foram criadas e repassadas, recontadas, de geração para geração.