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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
TURMA PDE/2013
Título: Identidade e Cultura: Os Ucranianos em Irati
Autor: Gilsemar Arivaldo de Mattos
Disciplina/Área(ingresso no PDE) História
Escola de Implementação do Projeto e sua localização
Colégio Estadual João de Mattos Pessôa
EFM Bairro Rio Bonito - Irati
Município da Escola Irati
Núcleo Regional de Educação Irati
Professor Orientador: Mario Souza Martins
Instituição de Ensino Superior:
Unicentro
Relação Interdisciplinar:
Arte
Resumo
Este projeto tem por finalidade realçar os
elementos da cultura ucraniana na região
iratiense, mostrando para alunos do Ensino
Médio a importância de conhecer suas
origens a fim de melhor entender a
diversidade cultural na sociedade atual do
município de Irati, objetivando sublinhar
valores ucranianos que contribuíram no
desenvolvimento da sociedade iratiense. A
região Centro Sul do Estado do Paraná foi
basicamente povoada por eslavos
(poloneses e ucranianos), entretanto o
Município de Irati não recebeu um número
significativo de ucranianos, e aqueles que
vieram se restringiram a diversas
comunidades estabelecidas no interior. Por
isso é ressaltar a importância da presença
ucraniana, na medida em que outras etnias
sobressaem na cidade, por estarem
presentes em maior quantidade. Esse
esforço em desenvolver este projeto entre
os jovens deve-se principalmente a sua
pouca participação em atividades que eram
fortes entre os descendentes ucranianos,
dando continuidade aos costumes e
tradições. Num mundo globalizado repleto
de informações com fácil acessibilidade e o
mercado de trabalho exigindo das pessoas
um novo perfil de comportamento, novas
identidades estão surgindo a cada dia. É
percebido que o jovem não participa mais
das atividades culturais e religiosas como
antes, ou seja, as tradições já não produzem
mais os mesmos efeitos que nas gerações
anteriores. Pretendemos identificar quais
são os novos elementos que estão dando
forma a estas novas identidades.
Palavras-chave Cultura; Identidade; Tradições
Formato do Material Didático
Caderno Pedagógico
Público:
Alunos da 2ª Série – Ensino Médio
SECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
CADERNO PEDAGÓGICO
Identidade e Cultura: Os Ucranianos em Irati
Produção didático-pedagógica (Caderno Pedagógico) apresentada à SEED/SUED – PR, como requisito para o cumprimento das atividades previstas dentro do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE do Estado do Paraná orientado pelo Prof. Mário Souza Martins.
IRATI-PR 2013
1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Professor PDE: GilsemaArivaldo deMattos Área PDE: História NRE: Irati Professor orientador: Mario Souza Martins IES vinculada: Unicentro – Campus Irati Escola de implementação: Colégio Estadual João de Mattos Pessoa – EFM Publico objeto da intervenção: Alunos do 2º ano – Ensino Médio Material Didático: Caderno Pedagógico INTRODUÇÃO
O Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE é uma iniciativa do
Governo do Estado do Paraná em parceria com as Instituições de Ensino Superior –
IES, que possibilita aos professores da Rede Pública Estadual retornar seus estudos
acadêmicos para um aperfeiçoamento profissional.
Para que isto aconteça o professor se afasta por um ano de suas atividades
escolares. Trata-se de um período de crescimento intelectual através das leituras,
cursos e palestras, possibilitando assim rever alguns conceitos, bem como melhorar
o seu trabalho em sala de aula.
Este material pedagógico faz parte do Projeto de Intervenção Pedagógica,
fase integrante do PDE, assim como outros que abordam uma infinidade de temas
das mais variadas disciplinas do currículo escolar.
O projeto será implementado no Colégio Estadual João de Mattos Pessôa,
tendo por objetivo resgatar a importância da identidade cultural, buscando despertar
entre os educandos a valorização de suas origens para uma compreensão melhor
da sociedade em que eles vivem.
O Tema em questão “Identidade e Cultura: Os Ucranianos em Irati” está
inseridos dentro da Linha de Estudo da Disciplina de História que leva o nome
“Paraná: História e Historiografia”, que por sua vez aponta a contribuição deste povo
no espaço iratiense. Os ucranianos que, ao deixar sua terra de origem no século
XIX, mesmo enfrentando os inúmeros obstáculos, tiveram o empenho no
desbravamento deste município. Ao vencer as dificuldades fizeram deste local sua
segunda morada e assim também contribuíram no seu desenvolvimento sócio-
econômico.
As atividades que integram este material são textos, questões que abordam a
imigração ao Brasil, ao Estado do Paraná e em particular a Irati dentro do contexto
do seu desenvolvimento. A forma de como ocorreu o seu desbravamento, em parte
pelos ucranianos, suas dificuldades e a superação dos sofrimentos na construção da
nova pátria. A maneira de como vivem os descendentes e como está a preservação
de alguns dos costumes trazidos pelos seus antepassados. A atuação dos
descendentes e pessoas que se destacaram em diversos setores profissionais.
A aplicação dar-se-á com turma da 2ª Série do Ensino Médio, já que coincide
com assuntos trabalhados nos conteúdos da Disciplina de História. Assim poderá
ser feita a abordagem referindo-se ao contexto daquela época.
Este Caderno Pedagógico está dividido em duas unidades, sendo que a
primeira apresenta o embasamento teórico e metodológico abordando a questão da
identidade cultural; com base nos textos de Clifford Geertz, Kathryn Woodward,
Stuart Hall, Tomaz Tadeu da Silva e Zygmunt Bauman. A segunda aborda o
processo histórico da imigração ao Brasil, bem como a chegada dos ucranianos à
Irati e atividades para o aluno. O desenvolvimento deste trabalho em classe terá
uma carga horária de trinta e duas horas divididas com exercícios em sala de aula,
palestras, exibição de filmes, documentários, entrevistas, visita à casa da cultura e
exposição.
Espera-se com tudo isso que os alunos possam compreender que o
crescimento e desenvolvimento do município de Irati, devem-se também a
contribuição do trabalho do imigrante e os ucranianos vieram a somar neste
processo com suas habilidades profissionais e culturais, visto que o período de sua
chegada a esta localidade coincide com a criação e emancipação política do
município.
1. UNIDADE I – Fundamentos teórico-metodológicos
De acordo com as Diretrizes Curriculares de História do Estado do Paraná, na
disciplina de História (2008, p.45) através da Lei n. 13.381/01 que torna obrigatório o
ensino dos conteúdos de História do Paraná no Ensino Fundamental e Médio das
escolas paranaenses da rede pública. Porém os livros didáticos, quando abordam o
assunto, o fazem de maneira superficial e acabam desvirtuando o assunto de sua
verdadeira essência. Muitas vezes o aluno acaba tendo o conhecimento universal,
mas pouco sabe do particular de forma que sua identidade cai no esquecimento.
A Produção do conhecimento, pelo historiador, requer um método específico, baseado na explicação e interpretação de fatos do passado. Construída a partir dos documentos e da experiência do historiador, a problematização produz uma narrativa histórica que tem como desafio contemplar a diversidade das experiências sociais,culturais e políticas dos sujeitos e suas relações.(DIRETRIZES CURRICULARES DE EDUCAÇÃO BÁSICA – HISTÓRIA, 2008).
Ao abordar a temática Identidade e Cultura podemos perceber a forma de
como cada povo se identifica diante de seu grupo e diferencia-se do grupo oposto. O
ser humano é identificado através da bagagem cultural que carrega dentro do si.
Desde o nascimento a pessoa já vai sendo moldada para viver em sociedade
da qual ela faz parte. Entretanto algumas modificações podem ocorrer durante o
convívio familiar influenciada por fatores internos e externos resultando em
transformações futuras.
Clifford Geertz comenta que: “Deve atentar-se para o comportamento, e com
exatidão, pois é através do fluxo de comportamento – ou mais precisamente, da
ação social – que as formas culturais encontram articulação” (GEERTZ, 1973, p.12).
O fato de pertencer a este ou aquele grupo a identidade pessoal vai sendo
construída juntamente com a cultura transmitida pelos pais. Mesmo pertencente a
um grupo, cada pessoa é diferente em relação ao outro. Ela acaba assimilando as
semelhanças ao presenciar coisas da rotina diária. Assim diferentes na
personalidade, mas iguais no sentido cultural é a formação étnica de um povo dentro
do contexto em que ele vive. Como afirma Kathryn Woodward, “A identidade é,
assim, marcada pela diferença” (WOODWARD, 2007, p.9).
No decorrer do tempo, ao passar à fase adulta, com maior maturidade, o ser
humano acredita naquilo que ele herdou etnicamente ou culturalmente passando a
justificar suas ações dentro dos padrões de comportamento, na postura ética e
moral. Porém ao conviver com vários tipos de pessoas a tendência é uma
diversificação em seus hábitos adquirindo novos costumes. “A cultura, a totalidade
acumulada de tais padrões, não é apenas um ornamento da existência humana,
mas uma condição essencial para ela – a principal base de sua sustentabilidade”,
afirma (GEERTZ, 1973, p.33).
Tal identificação cultural passa a influenciar em sua vida pessoal e
profissional, pois é passível de rótulo feito por outras pessoas, que, ao verem
determinado cidadão trabalhando neste ou naquele emprego certamente dirão: “Este
é filho de fulano, foi criado de tal forma. Seus avós viviam deste ou daquele jeito,
possuíam tais costumes, determinadas tradições. Certamente, seu neto está tendo
sucesso por seguir os conselhos da família”.
Querendo ou não, as pessoas vão tecendoos comentários, que podem
valorizar ou desvalorizar seus semelhantes, dependendo da ocasião em que tudo
ocorre e da maneira como foi a educação. E isto faz parte da cultura. Vale então
ressaltar a afirmação de Geertz quando diz que: “Sem os homens não haveria
cultura, mas, de forma semelhante e muito mais significativamente, sem cultura não
haveria homens” (GEERTZ, 1973, p.36).
Deste modo, assim como a cultura vai moldando as pessoas, as pessoas vão
moldando a cultura de acordo com as diferentes épocas. Um estilo de vida na
atualidade do século XXI não condiz com o estilo de vida na década de 90 ou 80 do
século XX. Muito menos vai de encontro com aquilo que ocorreu nos anos de 1950.
É evidente que, algumas coisas que ocorriam em meados do século XX, continuam
ocorrendo no presente; porém há muito mais mudanças do que permanências.
Neste sentido Woodward também concorda que “a construção da identidade é tanto
simbólica quanto social” (WOODWARD, 2005, p. 10).
“Uma das formas pelas quais as identidades estabelecem suas reivindicações
é por meio do apelo a antecedentes históricos” (Woodward, 2005, p.11). Buscar em
fontes do passado é essencial para compreender a trajetória de um povo que, ao
chegar numa terra desconhecida teve de aprender o idioma, novas técnicas de
trabalho, enfrentar condições adversas e que apesar de tudo conseguiram manter
suas tradições.
Resgatar o processo de contribuição da cultura ucraniana presente também
no município de Irati faz parte dos estudos que serão abordados pelos estudantes.
Não se trata de lamentar aquilo que deixou de ser preservado pelos descendentes,
mas reconhecer a importância deste povo e suas tradições em relação as
transformações ocorridas .
Essa temática em torno dos descendentes de ucranianos é justificada pela
razão de o município de Irati estar situado na Região Centro Sul do Estado do
Paraná, e que, na época de sua fundação, muitos imigrantes escolheram o local
para viver dando assim uma importante contribuição ao seu desenvolvimento.
Devido à sua posição estratégica, era a passagem obrigatória para os
viajantes pelo fato de ter uma estação ferroviária, local importante para o embarque
e desembarque de passageiros, uma época em que o transporte rodoviário era
precário. Os trilhos da ferrovia cortaram o município ligando as Regiões Norte e Sul
do país. Aqueles que tinham a necessidade de viajar para centros maiores, o faziam
por meio do trem.
Por ter uma proximidade com os municípios vizinhos, diariamente recebia
uma grande quantidade de pessoas que vinham tratar de negócios. A vinda para
Irati se fazia de várias formas podendo ser de carroça, a cavalo e até mesmo a pé.
As dificuldades eram tantas, que muitas pessoas acabaram transferindo suas
residências para Irati, devido à proximidade de alguns recursos. É o que relata
Vassílio Burko em seu livro de memórias “História de Vassílio”, que ao servir o
Exército na capital do Estado utilizava o trem até Irati e depois seguia a pé até o
interior de Prudentópolis quando vinha visitar seus pais. Ao retornar ao quartel fazia
o mesmo trajeto, utilizando-se muitas vezes das pousadas existentes neste
município.
É percebida assim a contribuição de muitos imigrantes na construção e
desenvolvimento da sociedade iratiense, entre eles a etnia ucraniana. Sabe-seque
muitos dos valores trazidos no momento da chegada, alguns permanecem entre os
descendentes, porém outros já sofreram transformações ou até mesmo
desapareceramno processo de transição entre o velho e o novo.
Vale ressaltar que os ucranianos não foram os únicos a chegar a esse
município, mas várias etnias se fizeram presente num mesmo período, de forma que
houve uma miscigenação de culturas somadas àquela que já havia chegado a este
local. Entretanto, o amor à sua terra natal, aos costumes e à forte devoção religiosa
fez com que este grupo preservasse suas tradições, influenciando nas tarefas do
cotidiano.
Hall ressalta que: “a identidade torna-se uma celebração móvel: formada e
transformada continuamente em relação às formas pelas quais somos
representados ou interpelados nos sistemas culturais que nos rodeiam” (HALL,
1987).
Num mundo globalizado vivemos também o que pode ser chamado de crise
da identidade decorrente do acelerado modo de vida das pessoas. Muitas
exigências na atualidade fazem com que as pessoas não valorizem muito suas
raízes culturais e tenham suas preocupações voltadas somente para o presente. As
exigências do mercado de trabalho, a constante aceleração do ritmo de vida, fazem
com que vivemos numa época em que se pensa muito pouco na cultura. As
experiências do passado vivenciadas pelos mais velhos têm pouca importância para
os jovens. Para eles, o passado pouco, ou nada importa, o que tem importância é
viver o presente. Tudo isso acaba por ocasionar na maioria das vezes um prejuízo
cultural.
A globalização, entretanto, produz diferentes resultados em termos de identidade. A homogeneidade cultural promovida pelo mercado global pode levar ao distanciamento da identidade relativamente à comunidade e a cultura local. De forma alternativa, pode levar a uma experiência que pode fortalecer e reafirmar algumas identidades nacionais e locais ou levar ao surgimento de novas posições de identidade (WOODWARD, 2007, p.21).
O início da implementação dar-se-á com a discussão do tema “Identidade e
Cultura” entre os alunos, onde será explicitado o conceito de Estado Nacional para
entender a soberania de um povo em relação a outro. Assim poderão ser
percebidasas diferenças existentes dentro das mais diversas formas de sociedade.
Woodward (2007, p.39 e 40), faz sua afirmação:
As identidades são fabricadas por meio da diferença. Essa marcação da diferença ocorre tanto por meio de sistemas simbólicos de representação quanto por meio de formas de exclusão social. A identidade, pois, não é o oposto da diferença: a identidade depende da diferença.
Na sequência serão convidadas pessoas com uma intensa bagagem de
conhecimento (historiador e professor universitário), para contribuir com relatos
históricos, bem como experiência de intercâmbio internacional.
Visando enriquecer este material pedagógico apresentamos dois filmes:
”Made in Ucrânia” e “No meu Tempo era assim”. O primeiro relata o histórico da
imigração ucraniana ao Brasil, em particular ao Estado do Paraná, sendo este a
porta de entrada para a etnia, ressaltando os 120 anos da chegada dos primeiros
imigrantes. Apesar de terem sido iludidos, em parte com as falsas propagandas,
muitos dos que chegaram aqui se dedicaram ao trabalho, e, vencendo as
dificuldades conseguiram manter firmes suas tradições, seus costumes, sua
identidade e religiosidade, que muito influenciou na contribuição da diversidade
cultural do nosso Estado.
“No meu Tempo era assim” é um filme produzido em Rio Azul, município
vizinho de Irati numa distância de quarenta Kilômetros. Trata-se de uma visualização
do modo de vida, retratando um período de transição da década de 1960 para os
anos de 1970. Nesta produção cinematográfica é possível perceber a simplicidade
de vida das pessoas, o contato com a natureza, o modo de vida no meio rural, sem
pressa, desprovido do conforto e dos recursos tecnológicos, a forte devoção
religiosa, as superstições e o respeito pelos mais velhos, a preservação das
tradições nas festas, envolvendo a ajuda mútua entre os vizinhos nas atividades
agrícolas.
Assim, será promovida uma discussão entre os alunos no que diz respeito
aos dois filmes, analisando e comparando o que mudou e o que permaneceu na
sociedade. Quais foram as mudanças no decorrer do tempo, na vida das pessoas e
o próprio conceito de felicidade nos dias atuais.
Palestra com pessoas descendentes de ucranianos integrados a cultura
folclórica será de grande validade, pois relatarão sua vivência e as maneiras de
como venceram as dificuldades, conquistando um espaço profissional,bem como
reservam um espaço de tempo para dedicar-se apreservação da cultura. Tradição,
costumes e religiosidade também merecem uma abordagem de destaque, pois
através deles é que permaneceram unidos os imigrantes e seus descendentes.
A abordagem sobre as diferenças religiosas entre nos ritos, a Celebração
Litúrgica e o modo de como são respeitados os dias santificados. Outra etapa inclui
a visitação da “Casa da Cultura” em Irati – subsídio importante para compreender
melhor o Tema: Identidade e Cultura. Pois ao contrário do que muitos imaginam,
Casa da Cultura, Casa da Memória ou Museus não são “depósito de velharias”, mas
espaço para cultura e conhecimento. Por meio disso é que muitas pessoas
residentes ou não no município podem se interar da sua história e cultura.
Para finalizar será organizadacom os alunos uma exposição de fotos e
objetos antigos utilizados pelos primeiros imigrantes. Alguns ainda preservados e
utilizados pelos seus descendentes, somados a utilização da atual tecnologia.
2. UNIDADE 2
2.1. A IMIGRAÇÃO NO BRASIL
Daremos início ao nosso estudo com a origem da imigração para entender o
processo de colonização e contribuição da etnia ucraniana ao município de Irati.
No conceito tradicional o índio, o espanhol, o português e o negro escravo
africano, não são considerados imigrantes, mas povoadores, e, este último mão de
obra produtiva, principalmente nas lavouras de cana-de-açúcar.
O Brasil teve sua ocupação territorial iniciada pelo litoral através das
Capitanias Hereditárias. Com isso buscava-se extrair as riquezas e desenvolver uma
economia voltada à metrópole portuguesa. Em outros pontos do interior foram
fundadas as Colônias de Fronteira coma intenção de defender o território do avanço
dos espanhóis.
Desde o Descobrimento do Brasil, Portugal mantinha toda a hegemonia
política e cultural sobre esta terra, mas a conjuntura no mundo europeu forçou-os a
uma situação que implicaria em transformações que afetariam em sua Colônia,
trazendo como resultado a sua independência.
Assim, podemos dizer que a imigração no Brasil se desenvolveu em dois
períodos: o primeiro, em 1808: com a chegada da Família Real Portuguesa até
1850, o segundo de 1850: com a Lei de Terras a 1930.
A transferência da Corte portuguesa e a transformação da colônia brasileira em Reino Unido a Portugal e Algarves teriam provocado a entrada de cerca de 50.000 portugueses ao Brasil. E, mais importante, favoreceram o estabelecimento de políticas de colonização realizadas com outros imigrantes europeus (NADALIN, 2001, p. 65).
Tendo a sua Independência proclamada em 07 de setembro de 1822, o Brasil
precisava se fortalecer como nação e se auto-afirmar politicamente no cenário
mundial, também era preciso organizar-se internamente e desenvolver sua
economia.
Houve algumas tentativas particulares de colonização, mas que por inúmeros
motivos fracassaram. No caso do Paraná, a Colônia Thereza Cristina nas margens
do Rio Ivaí, liderada pelo francês Jean Maurice Faivre em 1847; e dos franceses,
suíços e alemães liderados por Carlos Perret Gentil em 1852, na região de
Guaraqueçaba.
Boruszenko afirma que, a política imigratória brasileira se insere nessa
emergência e consolidação do capitalismo, uma vez que os imigrantes ucranianos
são chamados a criar uma agricultura de abastecimento e fornecer trabalhadores
para obras públicas (BORUSZENKO, 1995, p.06)
Com a proibição do tráfico de escravos percebia-se que a abolição da
escravatura aconteceria de forma lenta e gradual, por isso o governo imperial dá
início aos programas de imigração com o objetivo de garantir a mão de obra em
diversos setores.
Em princípios do Século XIX, o Paraná, menos o litoral e os Campos Gerais,
era um vazio demográfico que precisava ser preenchido. (LAZIER, 2005, p.89). O
nativo indígena, o caboclo residente não era contado como habitantes. Tal ocupação
oficialmente ocorreria pela imigração.
O impulso da imigração no Paraná ocorreu a partir de sua Emancipação
Política em 1853. Ao desligar-se do domínio paulista a nova Província tinha uma
maior autonomia, no sentido de povoar os espaços vazios e a precisão de afirmar o
seu desenvolvimento.
A partir de 1869 foram instaladas na periferia de Curitiba algumas colônias
formada pela maioria polonesa, alemã e italiana. Entre outros franceses, ingleses,
suecos e suíços também contribuíam com o seu trabalho. Outras colônias
de imigrantes foram criadas no período de 1876 a 1910 sendo: Araucária, São
Mateus, São João do triunfo, Rio Negro, Antonio Olinto, Prudentópolis, Mallet,
Guarapuava, Ipiranga, Irati, Paulo Frontin e Cruz Machado com a maioria de origem
eslava (poloneses e ucranianos).
ATIVIDADE nº 1
1-Em sua opinião, por que as pessoas mudam de um local para outro dentro da
própria cidade?
2-Você conhece pessoas que vieram de outro bairro, cidade, estado ou país? Por
que você acha que elas fizeram este tipo de mudança?
3-Quais as vantagens e desvantagens de uma pessoa migrar (mudar) de um lugar
para outro?
2.2. AS FASES DA IMIGRAÇÃO UCRANIANA
A Ucrânia é um país independente desde 24 de agosto de 1991. Sua Capital
é Kiev. Durante 70 anos o país foi uma república soviética e não possuía autonomia.
Com o colapso do comunismo a URSS (União das Repúblicas Soviéticas), liderada
pela Rússia se desmantelou ocasionando a independênciadas quatorze repúblicas
que a integravam, entre elas a Ucrânia.
Por outro lado desde sua origem, remontada ao século IX, a Ucrânia sempre
foi cobiçada por vários povos, principalmente seus vizinhos em razão da alta
fertilidade de seu solo, numa época em que os recursos tecnológicos tais como
fertilizantes e defensivos agrícolas não eram utilizados. Devido a isso sempre lutou
para garantir seu espaço e sua liberdade, alcançando em diferentes épocas
períodos de grandeza e decadência.
Após a Primeira Guerra Mundial, teve sua independência proclamada em 22
de janeiro de 1918, mas devido a sua vulnerabilidade ocasionada por divisões
internas e uma economia deficitária a mesma não foi sustentada ficando ao jugo
soviético que a dominou até 1991.
Assim, em vários períodos da história, seu território sempre sofreu
retaliações, ora pertencendo a um país, ora a outro. Por esta razão parte da
população, apesar de afirmar seu patriotismo, mas fascinados pela propaganda feita
por agenciadores europeus no sentido de povoar as terras da América resolvem
deixar sua pátria em busca de algo melhor.
Os primeiros imigrantes ucranianos no Paraná teriam sido oito famílias vindas
em 1881, que fixaram residência na colônia Santa Bárbara, entre Palmeira e Ponta
Grossa. Entretanto as maiores levas foram sem dúvida as de 1895, 1896 e 1897,
quando chegaram cerca de 20 mil imigrantes aos portos de Paranaguá e Santos,
sendo que a maioria dos de 1895 seguiu para os arredores de Curitiba e os de 1896
e 1897 se dirigiram a Prudentópolis e Marechal Mallet (BUROSZENKO, P.11).
De acordo com Buroszenko (1995, p. 9 e 11) a imigração ucraniana realizou-
se em três fases distintas para a América sendo os países que mais receberam esse
percentual foram Canadá, Estados Unidos, Brasil e Argentina.
Essas três fases compreendem os anos de 1895 a 1945. O Brasil recebeu uma
grande parcela desses imigrantes, tendo a maioria fixada no Estado do Paraná.
Nessa primeira fase a imigração ocorreu por motivos de ordem econômica,
devido à superpopulação agrária e a industrialização deficiente. Muitos agenciadores
navais aproveitaram-se da situação e percorriam os países europeus distribuindo
falsas propagandas que informavam as vantagens de viver na América. Quando
vieram ao Brasil uma parte desses imigrantes serviu de mão de obra na implantação
da Ferrovia São Paulo – Rio Grande do Sul, que naquele momento estava sendo
construída em território paranaense. Outra parte desbravou as terras do segundo
planalto do Estado.
A segunda fase da imigração ocorreu após a Primeira Guerra mundial, tendo
por motivos questões políticas. A Ucrânia, ao proclamar sua independência não se
fortaleceu e decorrente de divisões internas foi anexada à URSS (União das
Repúblicas Socialistas soviéticas). Isso fez com que muitos se evadissem do país
em busca de melhores condições de vida.
Uma terceira fase deu-se após a Segunda Guerra Mundial formada por
soldados, operários, refugiados políticos e prisioneiros de guerra. Estes, porém
presenciaram a experiência dos regimes totalitários na Europa como o Nazismo
alemão, o Fascismo italiano, bem como a coletivização de suas terras por ocasião
da implantação do regime comunista. Muitos, temendo represálias acabaram se
evadindo de seu país de origem em busca de uma vida tranqüila com mais
dignidade.
ATIVIDADE nº 2
1-Faça uma pesquisa sobre os significados das palavras:
Migração – Imigração – Emigração – Identidade – Etnia
2-Escreva sobre a importância da propaganda para atrair tais imigrantes.
3-De maneira você acha que a propaganda pode influenciar em nossasdecisões?
4-Você conhece algum caso de pessoas que se sentiram atraídas através da
propaganda por um bom emprego, moradia, vida digna. Na prática, aconteceu
exatamente o que havia sido proposto?
5-As divulgações publicitárias sempre falam a verdade? Explique.
2.3. IRATI E A IMIGRAÇÃO
Irati originou-se em 02 de abril de 1907 de Imbituva, que se emancipou em 26
de março de 1881 de Ponta Grossa, que desmembrou em 07 de abril de 1855 de
Castro, que em 24 de setembro de 1788 se originou de Curitiba, que em 29 de
março de 1693 se emancipou de Paranaguá, que foi criado por Carta Régia em 29
de julho de 1648.
Segundo Orreda (Irati III, 1981), aproximadamente em 1830, Pacífico de
Souza Borges e Cipriano Francisco Ferraz, habitantes do atual município de Teixeira
soares embrenharam-se no sertão em busca de terras férteis. Em certo ponto
encontraram um ninho de abelhas nativas da espécie iratim, do qual deu origem ao
nome Irati.
O povoado começou a formar-se por volta de 1860 com o nome de São João
do Iratim, nas terras de Manoel Cruz do Nascimento. Em 1882 ele doou 14 alqueires
a São João Batista, representado pela Mitra do Bispado de Ponta Grossa que seria
vendida a partir de 1950. Manuel Ferreira de Souza e Ponciano Antonio Ribas
também doaram terras ao santo, em 1896.
Em 1899 Iratim tornou-se quarteirão policial do município de Santo Antonio de
Imbituva, assim ganhando novos habitantes, originários de Palmeira, Lapa, Campo
Largo e Curitiba, que, com a chegada da estação férrea tornou-se um centro de
comércio. Devido ao relevo acidentado os trilhos não foram implantados no povoado
de Iratim, mas numa outra região mais aonorte denominada de Covalzinho, local
onde foi construída a Estação Ferroviária. Assim o povoado de Iratim entrou em
declínio passando a chamar-se Irati Velho, mais tarde Vila São João.
Decorrente do comércio ao entorno da Estação Férrea aos poucos o nome
Covalzinho foi substituído por Iraty, que se tornou um grande entreposto comercial
com ramificações para outros povoados, que dariam origem a outros municípios
vizinhos.
Grande parte da população de Irati foi formada por descendentes de
espanhóis e portugueses que chegaram durante o ciclo do tropeirismo, mesclando-
se aos nativos da região.
Em seguida vieram os poloneses por volta de 1892 fixando-se na Fazenda
Floresta. Uma quantidade maior chegou em 1904 se estabelecendo na Serra dos
Nogueiras.
Os árabes também deram sua contribuição, dedicando-se ao comércio
fundando entrepostos dos mais variados ramos em várias localidades, tendo
chegado antes da emancipação do município.
Já os holandeses chegaram em 1908, sendo destinados à Colônia Gonçalves
Júnior (antigo Núcleo de colonização Iraty). Os alemães em 1909 e os Italianos em
1907.
Os Ucranianos chegaram a Irati em 1908 na localidade de Itapará e em 1909
na Colônia Gonçalves Júnior. Com o passar dos anos novas comunidades foram
fundadas, entre elas, Linha “B”de Gonçalves Júnior, Cerro da Ponte Alta, Pinhal
Preto, Água Mineral e Governador Ribas.
ATIVIDADE nº 3
1-De que maneira Irati se estruturou como município no espaço paranaense?
2-Como se explica a autonomia de Irati em relação ao município de Imbituva?
3-Escreva sobre a diversidade cultural e a importância da mesma para o
desenvolvimento do município de Irati?
4-Como a identidade de um povo pode ser construída?
5-Porque é importante respeitar a diversidade cultural?
6-De que maneira os grupos étnicos podem preservar sua cultura?
2.4. IMIGRANTES UCRANIANOS
Em 1909 os ucranianos chegaram a Colônia Gonçalves Júnior, interior do
município de Irati, onde passaram a praticar agricultura de subsistência. Ao
desbravar a região, procuraram adaptar-se para sobreviver, derrubando a mata,
abrindo estradas e construindo suas moradias.
Muitas vezes desprovidos de recursos, sem assistência governamental,
tinham de enfrentar os perigos a que não estavam acostumados. Acidentes eram
freqüentes, picadas de insetos e animais peçonhentos eram os principais
empecilhos nesta nova vida, sem falar nas doenças a que estavam vulneráveis na
nova pátria. Realmente as dificuldades eram bem maiores e as facilidades não
condiziam com a propaganda dos agentes de colonização.
Entre as dificuldades estava a maneira de se comunicar e se entender com as
pessoas, pois muitos não falavam o português. Porém na mesma localidade havia
outros grupos oriundos da Europa, como os holandeses, alemães e poloneses que
também enfrentavam suas dificuldades. Porém as dificuldades, não eram somente
na região de Irati, mas em todos os locais do Estado do Paraná, onde havia a
presença do imigrante, gerando muitas vezes conflito entre a população.
A soma desses fatores gerava tensões em maior ou menor grau. Em 1896, por exemplo, um destacamento policial saiu da Lapa para acalmar os ânimos dos imigrantes ucranianos em Antônio Olinto, que esperavam há sete meses nos barracões do governo a medição dos lotes. (TRINDADE, ANDREAZZA, 2001, p. 53).
Exemplos como este ocorreram em várias colônias devido ao descaso das
autoridades brasileiras em relação ao imigrante. Muitas das regiões de colonização
estavam isoladas do progresso. O Brasil vivia o período de organização e adaptação
em termos políticos. A República proclamada em 15 de novembro de 1889 ainda
estava fragilizada, precisando sanar os problemas deixados pelo regime monárquico
de D. Pedro II.
Woodward (2007, p. 9) afirma que: “Identidade é, assim, marcada pela
diferença”. Tal diferença os distinguiu de outros povos que já estavam neste local.
“Assim de modo que a construção da identidade é um tanto simbólica quanto social”
(WOODWARD 2007, P.10).
Os primeiros anos não foram nada fáceis para os imigrantes, mas cada um foi
se adaptando da melhor maneira possível, cultivando a terra, trocando um produto
por outro e vendendo o excedente. Outros resolveram tentar a sorte na cidade onde
passaram a trabalhar como marceneiros, carpinteiros, operários e outros serviços.
Devotos de grande religiosidade procuravam encontrar forças na oração, mas
devido à ausência da Igreja do Rito Ucraíno-Católico, muitos acabaram por
freqüentar a Igreja Polonesa, já que o idioma era parecido apesar de ser do Rito
Latino. Assim podiam entender melhor as palavras do sacerdote e, quem sabe, ficar
por dentro das notícias vindas da Europa. Dessa forma ocorreu uma aculturação,
alguns ucranianos assumiram a religiosidade e a identidade polonesa, pela
assimilação do vocabulário ou através da miscigenação.
ATIVIDADE nº 4
1-Com base no que você leu, quais são realmente as dificuldades que uma pessoa
enfrenta ao mudar para outro país? Elabore um pequeno texto.
2.5. DIFERENÇAS NO CATOLICISMO
Foi no ano 313 d.C. que o Imperador Romano Constantino, o Grande
concedeu a liberdade de culto aos cristãos, assim o cristianismo foi se espalhando
aos poucos em várias regiões da Europa. Neste período da Idade Média estavam
ocorrendo as chamadas Invasões Bárbaras e a luta constante pela posse de
territórios. Os países ainda não tinham definido suas fronteiras no continente
europeu, nem se firmado como tal. Cada povo praticava a religião ao seu modo.
Nas regiões da atual Ucrânia a situação era a mesma. Os povos eslavos
praticavam o politeísmo, acreditavam nas forças da natureza e elementos ligados à
superstição. Para eles determinadas divindades poderiam influenciar na vida das
pessoas tanto para o bem, quanto para o mal.
Enfim com a oficialização do cristianismo em 395 as práticas pagãs e
politeístas na Europa estavam chegando ao fim. Porém houve diferenças nas formas
de celebração e nos rituais, dependendo de cada região. Assim como nos dias
atuais existem regras e exigências nos acordos políticos e comerciais, naquela
época a regra era que os Estados ditos civilizados deveriam ser cristãos, se
almejassem um relacionamento comercial ou político dentro do contexto civilizatório
do momento.
De acordo com Woodward (1996, p. 9) “A identidade é marcada por meio de
símbolos”. Em 988 ocorreu finalmente conversão ao Cristianismo em toda a região,
quando por ordem do príncipe Volodemer de Kiev, toda a população ucraniana foi
batizada coletivamente nas águas do rio Dnipró (Dnieper), pelos sacerdotes
bizantinos. Tal fato foi influenciado pela união matrimonial entre Volodemer e a
princesa Ana (irmã de Constantino e Basílio, imperadores de Bizâncio) ocorrida em
987. Assim a Ucrânia adotou o Rito Grego Oriental Bizantino em suas celebrações
litúrgicas e a simbologia bizantina foi adotada na construção dos templos,
construídos em forma de cruz e adornados com cúpulas, ao invés de torres como as
igrejas ocidentais. Com certeza isso fortaleceu a política, economia e influenciou
também a cultura ucraniana.
Em 1054, por divergências política e doutrinária dentro do Império Bizantino
ocorreu o Cisma do Oriente, dividindo o cristianismo em católicos e ortodoxos. Os
católicos passaram a prestar obediência ao Papa em Roma, enquanto que os
ortodoxos deviam obrigação ao Patriarca (bispo) de Constantinopla. Isso influenciou
também na religiosidade ucraniana que assumiu a fé ortodoxa, devido a sua
proximidade com os Bizantinos, sede de sua evangelização. Somente em 1596 é
que a parte ocidental da Ucrânia voltaria a unir-se novamente a Romaatravés da
União de Berest (Brest).
Mesmo assim continuou com suas celebrações no Rito Bizantino com o
idioma eslavo. Assim aIgreja Ucraniana passou a ser considerada uma Igreja Uniata,
ou seja, unida novamente a Roma, enquanto que o lado oriental da Ucrânia, a
maioria da população continuou seguindo o Cristianismo Ortodoxo.
Destacamos que os ucranianos que chegaram ao Brasil vieram da parte
Ocidental da Ucrânia (Galícia e Bukovina), região esta, que estava ligada a Roma;
por isso é que a maioria era católica, mas entre eles vieram alguns ortodoxos, que
também conservaram sua identidade religiosa e os costumes na nova pátria. Os
rituais religiosos são parecidos, mas com algumas diferenças no calendário litúrgico
de ambas as denominações.
Em Irati existe uma Paróquia Ucraniana Ortodoxa na Colônia Gonçalves
Júnior. É a Igreja São Pedro e São Paulo, situada a 15 kilômetros de distância da
sede do município. Está subordinada a autoridade eclesiástica de Dom. Jeremias
Férens, Arcebispo da Igreja Ortodoxa Ucraniana da América do Sul – Patriarcado
Ecumênico de Constantinopla com sede em Curitiba.
Nesta mesma localidade também existe uma Igreja Ucraniana Católica com o
mesmo nome, que pertence à Paróquia Imaculado Coração de Maria.
A Colônia Gonçalves Júnior, em Irati foi fundada em 1908. Inicialmente possuia um templo comum que atendia as comunidades
ucranianas: Católica e Ortodoxa. Este templo se situava cerca de 70 metros da atual Igreja Ortodoxa de São Pedro e São Paulo e a 100 metros da Igreja Católica do Rito Ucraniano que leva o mesmo nome. (BATISTA, IMAGUIRRE, CORRÊA, 2009, p.180 e 190).
ATIVIDADE Nº5
1-Como era a Religião na antiga Ucrânia?
2-Qual exigência foi imposta para que a Ucrânia fosse aceita como Estado
civilizado?
3-Qual foi o Rito religioso adotadopela Ucrânia?
4-O que foi o Cisma do Oriente?
2.6. FILME: “MADE IN UCRÂNIA”
Este filme de autoria do cineasta prudentopolitano Guto Pasko aborda o
processo imigratório com depoimentos de como a sociedade ucraniana se instalou
na nova pátria. O processo de adaptação, as dificuldades vencidas e as vitórias
colhidas com o esforço do grupo. Após a exibição serão discutidos alguns tópicos.
1-De que trata o filme?
2-O que você considerou importante no documentário?
3-De que forma a arte do Cinema está ligado com a cultura?
4-Que contribuições o imigrante ucraniano trouxe para nossa região?
2.7. ENTREVISTA COM DESCENDENTES DE UCRANIANOS:
Serão formuladas questões para entrevistar as pessoas mais idosas deste
grupo étnico:
2.8. FILME: “NO MEU TEMPO ERA ASSIM”
Este documentário retrata a vida cotidiana nos anos de 1960 e a relação das
pessoas com a natureza. As tradições, brincadeiras, o respeito, os casamentos, o
sistema de parceria nos trabalhos, entre outros. Tópicos para discussão:
1-Qual é o título do filme?
2-Quais as diferenças de vida entre a época retratada no filme e a atualidade?
3-Faça um comentário sobre o filme:
2.9. AÇÃO DA IGREJA ENTRE OS UCRANIANOS
Diante das dificuldades e na luta pela sobrevivência o imigrante ucraniano
sempre procurou levar sua vida baseada nas regras, tradições e costumes que
foram preservados na nova pátria. Agricultores ou não, procuravam sempre orientar-
se pelas estações do ano nas questões de plantio, colheita, época de cortar árvores
para extrair madeira na fabricação de móveis, entre outros. Observando as fases da
lua, dias santificados, para desenvolver suas atividades, construir suas moradias e
fazer mudanças assim eram os ucranianos no seu ritmo de vida diário.
Voltados à religiosidade, a Igreja era o local de encontro para os finais de
semana onde, nas palavras do sacerdote encontravam o conforto e o incentivo para
a sua labuta diária. Quase sempre após as celebrações acontecia alguma diversão,
como brincadeiras, bailes e torneios. Em cada comunidade o centro principal era a
Igreja, o clube ou pavilhão de festas, sendo que muitas dessas edificações também
foram responsáveis pelo início do funcionamento das primeiras escolas na área
rural. Nos dias atuais isto ainda ocorre sempre que é preciso reunir a comunidade,
seja qual for o assunto a ser discutido. Nos locais onde a Igreja Católica do Rito
Ucraniano não se fez presente a maioria dos descendentes, estes por sua vez
aceitaram o catolicismo do Rito Latino.
Em Irati a ação da Igreja Católica do Rito Ucraniano entre os imigrantes dessa
etnia iniciou pelas localidades do interior, já que estes eram em maior número,
principalmente nas regiões de Itapará e Gonçalves Junior. Eram atendidos pelos
Padres Basilianos1 que vinham de Prudentópolis e percorriam as colônias nos finais
de semana celebrando missas, batizados e casamentos. Essas localidades
tornaram-se uma extensão da Paróquia São Josafat de Prudentópolis. Na área
urbana algumas famílias eram visitadas em suas casas, sendo que posteriormente
as celebrações passaram a ser realizadas na residência do Sr. Mariano Maistrovicz,
até o ano de 1950.
Com o aumento da população, devido à migração do campo para a cidade e
com a chegada de várias famílias oriundas dos municípios vizinhos, principalmente
de Mallet foi construída uma pequena capela situada à Rua Coronel Grácia. Os
idealizadores de tal projeto foram Sofia Strujak, Dorotéia Choma, Basílio Spak e
Pedro Choma, orientados pelo Padre Benedito Melnicki. A Igreja Imaculado Coração
de Maria funcionou por mais de 25 anos neste local até ser construída uma nova e
maior.
O local escolhido foi uma área ocupada anteriormente pela Igreja Kosciot
Narodowe – Igreja Católica Nacional Polonesa subordinada a uma central dos
Estados Unidos, sem ligação com Roma, situada a Rua Barão do Rio Branco.
(FARAH, GUIL, PHILLIPI, 2008, p.81 e 82)
As antigas dependências tornaram-se local para festas e a primeira igreja
funcionou durante algum tempo como salão de reuniões e posteriormente capela
mortuária, embora não fosse um local muito apropriado. Atualmente existe ao lado
um clube destinado a eventos paroquiais e outros.
Assim na década de 1970 é iniciada a construção da nova igreja, que seria
inaugurada em outubro de 1979, com a benção do Bispo Dom Efraim Basílio Krevey
- Eparca para os ucranianos católicos no Brasil.
ATIVIDADE Nº 6
1-Que importância teve a Igreja para os ucranianos?
2-Cultura e Religião são elementos importantes na vida de um povo? Explique:
1 Da Ordem de São Basílio, o Magno ou Ordem de São Basílio, o Grande representado pela sigla OSBM.
2.10. DE CAPELA À SEDE DE PROVÍNCIA
Em outubro de 1991 a Igreja Imaculado Coração de Maria foi elevada à
categoria de Paróquia, deixando de ser apenas uma Capela subordinada à Paróquia
São Josafat de Prudentópopolis exercendo autonomia para atender as localidades
do interior do município de Irati, bem como as igrejas das vizinhas cidades de Inácio
Martins e Rebouças. Seu primeiro Pároco foi o Padre Vito Slobojian, OSBM2. Em
1992 a Paróquia Imaculado Coração de Maria de Irati tornou-se Sede da Província
São José dos Padres Basilianos por um período de tempo devido sua posição
estratégica no Estado do Paraná.
A Paróquia Imaculado Coração de Maria, assim como outras Paróquias do
Rito Ucraíno-Católico estão subordinadas à Diocese ou Eparquia de São João
Batista situada em Curitiba. A Catedral Ucraíno-Católica de São João Batista em
Curitiba faz parte da Arquidiocese de Curitiba, assim como outras Dioceses do Rito
Latino. Atualmente responde pela Eparquia Dom Volodemer Koubetch – Bispo
Eparca, auxiliado por Dom Meron Mazur – Bispo auxiliar.
As Irmãs Servas de Maria Imaculada também contribuíram neste trabalho
pastoral. Nas principais localidades na área rural fixaram residência junto à
comunidade auxiliando na catequese, grupo de jovens, apostolado da oração, visita
aos doentes e também na alfabetização. Muitas escolas surgiram por intermédio
dessas religiosas que atuaram como professoras e diretoras. Atualmente as escolas
existentes nestas localidades são matidas pelo município, governo estadual ou
foram nuclearizadas a uma escola de porte maior.
Algumas casas existentes em Irati estão nas localidades de Itapará,
Governador Ribas e Linha B de Gonçalves Junior. Na área urbana, além dos
trabalhos já citados, está sob sua responsabilidade a direção do Orfanato São
Valdomiro, dando assistência às crianças desprovidas do amparo familiar.
ATIVIDADE Nº 7
1-Qual foi importância das religiosas na vida dos imigrantes?
2 Ordem de São Basílio Magno ou São Basílio, o Grande.
2.11. COMUNIDADE PAROQUIAL
A maioria dos descendentes de ucranianos que residem em Irati são pessoas
oriundas da área rural do município. Outros vieram das imediações de
Prudentópolis, Mallet e demais municípios vizinhos se estruturando dentro do
espaço urbano. Em geral são profissionais das mais diversas áreas, cada qual no
seu ramo de atuação.
A comunidade paroquial, tanto na cidade quanto no interior tem por local de
suas reuniões a Igreja onde participam semanalmente da Divina Liturgia ou Santa
Missa, de acordo com o calendário cristão. A principal celebração ocorre no domingo
pela manhã em idioma ucraniano. Somente as intenções, evangelho e os avisos é
que são lidos em português.
Uma das missas em finais de semana é celebrada na língua portuguesa em
sua totalidade. Isso ocorre no sábado à noite, pois muitos dos descendentes
entendem parcialmente, outros não entendem a língua ucraniana. Também
participam de tal celebração aqueles que são simpatizantes da cultura ucraniana,
sem uma descendência étnica direta.
Trata-se de uma missa traduzida da língua ucraniana para o português, mas
que conserva o mesmo Rito Bizantino, com os cânticos sem o acompanhamento dos
instrumentos musicais, o que diferencia das missas das Igrejas Católicas do Rito
Latino.
Entre homens e mulheres, alguns são membros do Apostolado da Oração,
grupo este que tem suas reuniões no primeiro domingo de cada mês, após a Missa
dominical. Nessas reuniões além da parte religiosa, são debatidos assuntos de
interesse social referentes à comunidade.
Além da catequização, há uma continuidade para as crianças e adolescentes
através do Grupo Perseverança. É uma fase intermediária para ingressar ao
Movimento Eucarístico Juvenil – MEJ.
Os jovens também têm o seu espaço de socialização, através da participação
das reuniões mensais da Congregação Mariana. Neste ambiente, orientados pelo
padre ou por uma irmã religiosa eles se sentem valorizados enquanto pessoas. Isso
proporciona um amadurecimento e um preparo para a vida adulta na sociedade.
Aqueles que possuem melhor habilidade corporal integram o Grupo Folclórico
Ivan Kupalo, onde por meio das coreografias e expressões transmitem através da
dança algumas tradições e significados da cultura ucraniana. O grupo folclórico é
formado por crianças, adolescentes, jovens e adultos, onde realizam seus ensaios
semanalmente para as apresentações em eventos que ocorrem no município de Irati
ou outras cidades no Paraná e até mesmo em outros Estados.
A Paróquia Imaculado Coração de Maria Rito Ucraíno-católico em Irati tem
como Matriz uma Igreja do mesmo nome na área urbana do município, sendo
também formada pelas seguintes capelas situadas em comunidades na área rural do
município. São elas:
- Igreja São Pedro e São Paulo: Gonçalves Júnior
- Igreja São José Operário: Linha “B” de Gonçalves Júnior
- Igreja Sagrado Coração de Jesus e Maria: Cerro da Ponte Alta
- Igreja São João Batista: Pinhal Preto
- Igreja Assunção de Nossa Senhora: Itapará
- Igreja Nossa Senhora do Rosário: Água Mineral
- Igreja Nossa Senhora da Luz: Governador Ribas
- Escola Água Clara dos Baran
Também fazem parte desta Paróquia as Igrejas das cidades vizinhas:
- Igreja Nossa Senhora do Amparo: Rebouças
- Igreja São Pedro: Inácio Martins
2.12. CASA DA CULTURA
Um local com a finalidade de resgatar, preservar a memória e a história do
município são os museus, onde estão expostos objetos de uso que representa um
período da história. Além dos objetos os documentos também fazem parte deste
acervo bem como as fotos e livros. Não se trata de um “depósito” de objetos antigos
ou velharias, mas um ambiente em que se preserva a memória e cultura de uma
sociedade.
Em Irati temos um ambiente de preservação e memória. É a “Casa da
Cultura”, local destinado a visitação da população iratiensee também por visitantes
de outros lugares para melhor entender a realidade daquele local.
Ao visitar a “Casa da Cultura” ou “Museu” podemos fazer uma pesquisa sobre
alguns objetos identificando-os:
1-Que objetos são estes e para que serviam?
2-Quem os utilizava?
3-Analisar um objeto da época comparando com algo semelhante usado na
atualidade:
4-É importante a preservação da memória de um povo. Explique:
5-Você conhece algum edifício antigo. O que ele representa?
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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Jorge Zahar Ed, 2005.
BATISTA, Fábio Domingos; IMAGUIRRE, Marialba Rocha Gaspar; CORRÊA,
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Sites consultados
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Padres diocesanos e religiosos: Disponível em
Avar2008.blagsport.com.br/2008/05/padrediocesano-e-o.html
Padres Vicentinos: disponível em www.padresvicentinos.org/pt.
4. ANEXOS:
Figura 1: Igreja Ucraniana Imaculado Coração de Maria – Matriz Irati
Fonte:http://www.comunidadeucraniana.com.br/galeriaFotos/thumb.php?img=http://www.comunidade
ucraniana.com.br/galeriaFotos/paroquia/fotoParoquia/demo/img/04.jpg
Igreja Imaculado Coração de Maria – Rito Ucraíno-católico, situada à Rua
Barão do rio Branco, nº 156 na área cental de Irati. Aos fundos está a Casa
Paroquial, residência dos padres e escritório onde funcionou a sede da Província
São José dos Padres Basilianos por um período aproximado de quatro anos, no
início da década de 1990. A festa da padroeira ocorre entre os meses de setembro à
novembro, sem uma data fixa. Segundo a benção de casas do ano 2012, a
quantidade de famílias atendidas chegou a 476.
Figura 2: Primeira Igreja Ucraniana em Irati situada à Rua Coronel Grácia
Fonte:http://www.comunidadeucraniana.com.br/galeriaFotos/paroquia/PrimeiraIgreja/demo/img/01.jpg
Sua construção é da década de 1950, mas sofreu várias reformas, perdendo
seu aspecto original. Foi salão paroquial e capela mortuária. Atualmente faz parte
das edificações onde ocorrem os eventos festivos da paróquia.
Figura 3: Igreja São Pedro e São Paulo – Distrito de Gonçalves Júnior (2011)
Rito Ucraíno-Católico – Estilo Bizantino
Fonte: Arquivo particular do autor
Situada no centro do distrito, que acolheu os imigrantes ucranianos no início
do século XX. Atende uma comunidade composta por 65 famílias. É a comunidade
mais próxima da sede do município situada a 15 kilômetros de distância com ligação
asfáltica.
Ao lado esquerdo da igreja está a estrada municipal que dá acesso ao
Distrito de Itapará, bem como, outras comunidades onde há moradores
descendentes desta etnia.
A festa do padroeiro ocorre geralmente em setembro, sem uma data fixa.
Figura 4: Igreja São José Operário – Linha “B” de Gonçalves Júnior (2013)
Fonte: Arquivo particular do autor.
A comunidade é auxiliada espiritualmente pelas irmãs Servas de Maria
Imaculada, que tem sua residência defronte ao templo. Atende um número
aproximado de 100 famílias e alguns fiéis residentes também na localidade de
Alvorada e imediações da BR-277. A festa do padroeiro é comemorada entre os
meses de maio e junho. Está situada à 5 kilômetros de Gonçalves Júnior.
Figura 5: Igreja Sagrado Coração de Jesus e Maria – Cerro da Ponte Alta (2013)
Fonte: Arquivo particular do autor
Numa distância de 34 kilômetros de sua Matriz, está situada ao lado da
estrada rural que liga Irati ao Distrito de Itapará, foi construída no início da década
de 1990. Atende um número de 50 famílias. A festa dos padroeiros não tem uma
data fixa no ano.
Figura 6: Igreja São João Batista – Pinhal Preto (2013)
Fonte: Arquivo particular do autor
Situada na estrada rural que liga o Distrito de Itapará à Rodovia Federal Br-
277 (localidade de Ponte Alta), sua construção ocorreu na década de 1990. Atende
um número aproximado de 48 famílias residentes nas imediações. O padroeiro é
comemorado em 24 de junho, mas a festa não tem uma data fixa para ocorrer.
Pinhal Preto situa-se numa distância de 40 kilômetros de Irati.
Figura 7: Igreja Assunção de Nossa Senhora – Distrito de Itapará (2013)
Fonte: Arquivo particular do autor
Localizada a 50 kilômetros de distância da sede do município, é a terceira
igreja construída no local. A primeira foi no início do século XX, a segunda por volta
de 1935 e a terceira no final da década de 1950.
Situada entre os municípios de Inácio Martins e Prudentópolis atendeuma
quantia de 200 famílias.
A festa da padroeira ocorre no dia 15 de agosto, mas o principal evento é a
tradicional romaria acompanhada de via sacra, que ocorre no 1º domingo da
quaresma. É um evento mais religioso do que festivo, atraindo romeiros de várias
regiões do Estado do Paraná e Santa Catarina.
Devido à distância do quadro urbano de Irati, ao lado da igreja estão
edificadas a casa do padre e a residência das Irmãs Servas de Maria Imaculada,
que davam assistência contínua a essa comunidade.
Figura 8: Igreja Nossa Senhora do Rosário – Água Mineral (2013)
Fonte: Arquivo particular do autor
Situada na estrada rural ligando o Distrito de Itapará à Rodovia Estadual Pr-
364 (localidade de Água Clara), é a mais distante capela numa distância de 54
kilômetros da sede, construída nos ano de 1980. Atende uma quantia de 95 famílias.
Durante o ano ocorrem duas festas sendo uma delas no segundo domingo do mês
de maio e outra em outubro.
Também são realizadas celebrações litúrgicas na Escola de Água Clara dos
Baran, para uma quantia de 9 famílias.
Figura 9: Igreja Nossa Senhora da Luz – Governador Ribas (2013)
Fonte: Arquivo particular do autor
Está situada ao lado da Rodovia Estadual Pr-364 que liga Irati à Inácio
Martins. Localizada próximo ao Distrito de Guamirim, numa distância de 30
kilometros aproximadamente. Foi construída nos primeiros anos da década de 1990.
Sua festa ocorre em 08 de setembro, dia da padroeira. A quantia de famílias que
pertencem a essa capela é de 89.
Do outro lado da rodovia está situada a casa das Irmãs Servas de Maria
Imaculada, que auxiliam nos trabalhos pastorais na comunidade.
Figura 10: Igreja Nossa Senhora do Amparo – Rebouças (2013)
Fonte: Arquivo particular do autor
Situada à Rua Dr. Bonifácio Domingues, no centro de Rebouças, fazem parte
desta comunidade 130 famílias. Duas festas ocorrem durante o ano, sendo uma em
maio, outra em outubro. Rebouças situa-se a 18 kilômetros de Irati com acesso
através da BR-153
Figura 11: Igreja São Pedro – Inácio Martins (2013)
Fonte: Arquivo particular do autor
Está situada na área central da cidade, atendendo uma quantia de 150
famílias. Em fase final de construção o novo templo passou a funcionar a partir de
2011, quando substituiu a antiga capela, localizada aos fundos. A festa do padroeiro
não tem data fixa, ocorrendo entre os meses de setembro a novembro.
Figura 12: Antiga Igreja Ucraniana São Pedro – Inácio Martins (2009)
Fonte: Arquivo particular do autor
Construída por volta de 1960, serviu os fiéis do rito ucraniano até 2011,
quando foi substituída pela nova igreja em alvenaria construída ao lado.
Anteriormente foi utilizada como segunda capela atendendo a comunidade de
Itapará no município de Irati.
Figura 13: Igreja Ucraniana Ortodoxa São Pedro e São Paulo – Distrito de Gonçalves Júnior (2011)
Fonte: Arquivo particular do autor
Não faz parte da Paróquia Imaculado Coração de Maria. Praticamente é a
única na Região Centro Sul do Estado do Paraná. No passado os imigrantes
ucranianos católicos e ortodoxos celebravam suas missas num mesmo local.
Sua construção provavelmente ocorreu por volta de 1930. As missas são
celebradas por um padre vindo, ora de Curitiba, ora de União da Vitória. O Distrito
de Gonçalves Júnior foi um dos poucos lugares no Paraná que recebeu imigrantes
ucranianos ortodoxos. As festas do padroeiro ocorrem em novembro.