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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE
II
Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2014
Título: O USO DE TIRAS, CARTUNS E CHARGES NAS AULAS DE LÍNGUA
PORTUGUESA DO ENSINO MÉDIO
Autor: Arineia Olga de Oliveira
Disciplina/Área:
(ingresso no PDE)
Língua Portuguesa
Escola de Implementação do
Projeto e sua localização:
Colégio Estadual DR. Nilson Ribas –
Ensino Médio e Magistério
Município da escola: Jaguapitã
Núcleo Regional de
Educação:
Londrina
Professor Orientador: Profª Drª Cláudia Nascimento Lopes
Saito
Instituição de Ensino
Superior:
Universidade Estadual de Londrina
Relação Interdisciplinar:
(indicar, caso haja, as
diferentes disciplinas compreendidas
no trabalho)
Arte
Resumo:
(descrever a justificativa,
objetivos e metodologia utilizada. A
informação deverá conter no máximo
1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte
Arial ou Times New Roman, tamanho
12 e espaçamento simples)
Nessa pesquisa-ação, discutimos sobre a noção de
gêneros textuais, seus desdobramentos para o
processo de ensino-aprendizagem e, por
conseguinte, para o ensino de língua materna,
voltado para promoção de um letramento
científico. Para tanto, baseamo-nos nas orientações
teóricas de Bakhtin (1986, 1997), do aparato
teórico do interacionismo sócio Discursivo
(BRONCKART, 1999; 2003; 2006), do conceito
de letramento de (DIONÍSIO, 2005; STREET,
1998; 2000) e da proposta teórica- metodológica de
trabalho com gêneros textuais do Grupo de
Genebra (SCHNEUWLY e DOLZ, 2004).
Buscamos desenvolver uma sequência didática
com atividades modulares que integrem atividades
de leitura, produção escrita e oralidade para ser
aplicada a uma turma do 1º ano, do Ensino Médio,
do Colégio Estadual Dr. Nilson Ribas. Esse projeto
tem como objetivo trabalhar a leitura, atividades
orais e escritas com tirinhas e cartuns como forma
de promoção de um multiletramento.
Palavras-chave:
(3 a 5 palavras)
Multiletramento; Gêneros textuais;
Ensino/aprendizagem de língua portuguesa; Ensino
Médio
Formato do Material
Didático:
Caderno Didático Pedagógico
Público: (indicar o grupo para o qual o
material didático foi desenvolvido:
professores, alunos, comunidade...)
Alunos do 1º ano do Ensino Médio
ARINEIA OLGA DE OLIVEIRA
O USO DE TIRAS, CARTUNS E CHARGES NAS AULAS DE
LÍNGUA PORTUGUESA DO ENSINO MÉDIO
Unidade Didática para o Programa
desenvolvimento Educacional PDE da
Secretaria Estadual de Educação do
Paraná – SEED.
Orientadora: Prof. Drª Cláudia Lopes
Nascimento Saito.
UEL - LONDRINA
2015
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Este Caderno Pedagógico é uma proposta de trabalho com cartum, tiras e
charges com o intuito de contribuir, de certa forma, com o processo de
letramento multissemiótico dos alunos do Ensino Básico da rede pública de ensino
do estado do Paraná. Ele é o resultado de uma das atividades realizadas pelo PDE
- Programa de Desenvolvimento Educacional, que foi desenvolvido pela Secretaria
de Estado da Educação do Estado do Paraná, cujo objetivo é a Formação
Continuada dos professores da rede pública em busca de melhoria para a
Educação Básica.
Durante a sua elaboração, houve uma preocupação constante por parte da
professora em produzir algo que fosse viável e condizente com a realidade
escolar. Dessa forma, não fora utilizada nenhuma imagem colorida, o que
dificultaria que o mesmo pudesse ser xerocopiado e cedido aos alunos a um baixo
custo.
As atividades desenvolvidas tiveram como princípio a interatividade e o
dinamismo, uma vez que se destina a alunos dos últimos anos do Ensino
Fundamental e primeiro do Ensino Médio.
Profª Drª Cláudia Lopes Nascimento Saito
ORIENTADORA
PALAVRAS DA AUTORA
Caro colega,
Sabemos que a escola, como agência de letramentos por excelência, não
pode mais cerrar as portas para os gêneros discursivos veiculados nos meios de
comunicação de massa, “precisa revisar com urgência a educação à luz das novas
exigências que nos oferecem os meios de comunicação social, tanto por seu
conteúdo quanto por suas formas” (cf. GUTIERREZ, 1978, p. 14).
Há necessidade de transformação nas práticas pedagógicas e também um
movimento pelo ensino reflexivo, reconhecendo que o domínio dos usos sociais
das linguagens verbais e não-verbais possibilita a participação política e cidadã
do sujeito, bem como a transformação das condições dessa participação,
conferindo-lhe melhor qualidade.
Hoje para sermos considerados bons “leitores” das mensagens
contemporâneas não podemos apenas dominar os textos que contemplam a
modalidade verbal (oral ou escrita) de linguagem, mas também aqueles que se
constituem de outras linguagens.
Esta nova realidade exigiu que uma revisitação ao conceito de letramento
fosse realizada. Como sugere Rojo (2012, p. 159), há necessidade de falarmos em
letramentos múltiplos, letramentos multissemióticos.
Arineia Olga de Oliveira
SUMÁRIO
UNIDADE 1- ESFERA JORNALÍSTICA
SEÇÃO 1- O Jornalismo Informativo e Opinativo
SEÇÃO 2- O Gênero Resenha de filmes
SEÇÃO 3- O Gênero Infográfico
UNIDADE 2-A ESFERA JORNALÍSTICA E OS GÊNEROS
QUADRINHESCOS
SEÇÃO 1- O Cartum, a Caricatura e a Charge
SEÇÃO 2- Caricatura
SEÇÃO 3- Cartum
SEÇÃO 4- Charge
SEÇÃO 5- Os gêneros quadrinhescos
REFERÊNCIAS
SOBRE A AUTORA
UNIDADE 1
A ESFERA JORNALÍSTICA
_________________________
PARA COMEÇO DE CONVERSA
Como você sabe os grandes jornais em circulação no Brasil apresentam
diversos tipos de textos. Alguns deles destinam-se mais a informar os leitores
sobre os fatos noticiosos acontecidos no país e no mundo. Outros buscam não só
informar, mas também criticar algum fato ou personagem de destaque ou
transmitir uma opinião. Por fim, outros mais específicos como, jornalismo
científico e cultural.
Vamos dar início ao nosso Caderno trabalhando com uma esfera da
comunicação humana muito interessante: a esfera jornalística.
___________________________________________
SEÇÃO 1
JORNALISMO INFORMATIVO E OPINATIVO
Tradicionalmente a esfera jornalística é classificada em duas grandes
categorias – a do jornalismo informativo e a do jornalismo opinativo.
Sendo que, o jornalismo informativo ocupa-se dos relatos de experiências
e fatos que podem referir-se à saúde, cultura, moda, lazer, comportamento,
entre outros. Fazem parte dessa categoria do jornalismo os gêneros notícia,
reportagem, infográfico, resenha cinematográfica, entre outros.
Já o jornalismo opinativo traz o posicionamento crítico sobre fatos e
acontecimentos, veiculados nos suportes da mídia impressa e digital sob a rubrica
de: “opinião”; “editorial” “opinião do leitor”; “painel do leitor”; a charge
jornalística, entre eles.
APROFUNDANDO OS CONHECIMENTOS
Vamos aprofundar nossos conhecimentos sobre a esfera jornalística
informativa. Vamos examinar vários exemplares de gêneros do jornalismo
informativo. Será que você e seus colegas conseguem identificar qual é qual?
Vamos fazer um teste? Vamos mexer no material que a professora trouxe?
Quais textos podem ser identificados como sendo pertencentes ao gênero
resenha de filme e quais ao gênero infográfico. Depois que reconhecê-los,
vamos completar os quadros para visualizar e concluirmos o que nos faz distinguir
um gênero do outro, fazendo-nos reconhecer quando é um e quando é outro.
SEÇÃO 2
O GÊNERO RESENHA DE FILMES
A resenha de filmes é um gênero textual pertencente à esfera do jornalismo
informativo, mas que por transitar entre o mundo jornalístico e o cultural, também é
conhecido como gênero pertencente ao jornalismo/cultural.
O tema que esse gênero sempre trata pertence ao mundo das Artes, mas quem o
veicula é a esfera jornalística. É um tipo de texto veiculado tanto pela mídia impressa
como pela web e que está em constante diálogo com a esfera da criação cinematográfica.
Depois de conhecer um pouco mais sobre esse gênero, vamos juntos ver
quais as regularidades do gênero?
REGULARIDADES DO GÊNERO “RESENHA DE FILME”
SUJEITO PRODUTOR
DESTINATÁRIO
PROPÓSITO COMUNICATIVO
SUPORTE OU VEÍCULO
ESCOLHIDO
TEMA
LINGUAGEM
ESTRUTURA
TRABALHANDO EM EQUIPE!
Que tal uma sessão de cinema? É isso mesmo! Vamos nos reunir e juntos
escolher um filme para a sala assistir. Afinal de contas, os filmes também são
muito importantes na nossa formação intelectual e pessoal. Por isso, vamos
assistir ao filme com um olhar mais atento do que normalmente estamos
acostumados! Devemos prestar atenção nos detalhes: desenvolvimento da
história, atores, tema, efeitos especiais, etc., e registrar tudo que achar
interessante. Após a sessão, iniciaremos uma discussão com a classe sobre o
filme. Em seguida, vamos elaborar uma resenha do filme.
SEÇÃO 3
GÊNERO INFOGRÁFICO
Você deve estar pensando. E o gênero infográfico, cadê ele? Ninguém vai
falar nada? Não falamos dele antes, pois faz parte do jornalismo informativo
científico, em que seu enfoque principal é o avanço e, sobretudo, a propagação da
ciência. É nele que se originaram textos de divulgação científica como o gênero
infográfico- também chamado de notícia científico.
Este gênero que se desenvolveu a partir da mescla do discurso jornalístico
e do discurso científico. E, normalmente, isso é feito com a utilização de uma
linguagem verbal e não verbal. Por isso, pode ser considerado um gênero
“multimodal”
Será que ficou claro para você? Afinal, que confusão! Aposto que se você
souber onde pode encontrar essas notícias, tudo ficará mais fácil. Podemos
encontrar, às vezes, em revistas como a “Revista Veja”, a “Revista Isto É”.
Entretanto, eles estão presentes mesmo em revistas bem conhecidas do público
jovem como a “Superinteressante”, “A Mundo Estranho”. Você já viu esse gênero
circulando por ai?
Vamos conhecer alguns exemplares desse gênero? Sua professora vai
trazer, provavelmente, algumas daquelas revistas super legais para você
encontrar esse gênero multimodal, mas você pode ir além e consultar sites.
Depois de manusear algumas dessas revistas está na hora de trabalhar!!!!
REGULARIDADES DO GÊNERO “INFOGRÁFICO”
DESTINADOR
PERFIL DO DESTINATÁRIO
FINALIDADE DO GÊNERO
SUPORTE OU VEÍCULO
ESCOLHIDO
TEMA
ESTRUTURA E LINGUAGEM
UNIDADE 2
A ESFERA JORNALÍSTICA E OS GÊNEROS QUADRINHESCOS
_________________________
PARA COMEÇO DE CONVERSA
Você certamente ouviu falar sobre tiras, charge, cartum, caricatura e
história em quadrinhos. Todos estes gêneros textuais se relacionam, mas você
sabe que não são a mesma coisa, pois cada um tem sua especificidade.
Entretanto, todos têm duas coisas em comum.
O que será que é? Você consegue adivinhar? É sobre isso que vamos
estudar nas unidades e seções vêm pela frente. Então, vamos lá?
___________________________________________
SEÇÃO 1
CHARGE, CARTUM E QUADRINHOS
Segundo Moretti (2004), a charge, o cartum e os quadrinhos nada mais são
que formas de humor, ou seja, produto da capacidade que o ser humano tem de
poder ver graça nas pessoas e situações, uma vez que o humor é uma
peculiaridade inerente do homem, se manifesta por meio dos gestos, encenações,
olhares, sons e textos.
Para ele, num momento de inspiração, o humorista faz uma crítica de
costumes, de comportamento social, de moral seja por meio de música, imitação
ou encenação, seja por meio de um texto que reflete aquilo que ele viu e/ou
sentiu. E para dar um toque cômico, muitas vezes, exagera, distorce o fato, com o
intuito apenas de obter o riso.
FIQUE LIGADO!
Como dissemos anteriormente, os gêneros tiras, charge, cartum,
caricatura e história em quadrinhos, todos têm algo em comum. Eles fazem parte
de uma mesma esfera: a do jornalismo.
E tem mais todos são constituídos por outro sistema de linguagem, alguns
só o visual. E outros formados pelo visual e o verbal juntos, o que faz com que
alguns teóricos chamem-nos de gêneros multimodais.
Será que você poderia identificar quais são aqueles apenas visuais e
aqueles que são multimodais. Vamos testar seus conhecimentos e de seus colegas,
mas não se preocupe, pois logo mais veremos a definição de cada um desses
gêneros.
VAMOS VER UM EXEMPLAR DESSES GÊNEROS?
Procure organizar um grupo de três colegas, olhe a caixa que está sendo
entregue para sua equipe. Pois bem, nela vocês encontrarão vários exemplares
desses gêneros, o que facilita essa classificação. Procurem identificar os gêneros
e classificá-los em: visual ou multimodal.
( ) Cartum
( A) VISUAL ( ) Charge
(B) MULTIMODAL ( ) História em quadrinhos
( ) Tiras
( ) Caricatura
Agora que você e seus colegas puderam perceber as diferenças de cada
gênero. Vamos estudar de forma mais aprofundada alguns deles.
SEÇÃO 2
A CARICATURA
A caricatura é o desenho de pessoa ou de fato que, pelas deformações
obtidas por um traço cheio de exageros, se apresenta como forma de expressão
grotesca ou cômica. Para ficar mais fácil de compreender, vamos dar uma
espiadinha logo abaixo. Vamos?
Observando esta caricatura, será que você pode reconhecer quem é a
pessoa pública que a inspirou? Como você consegue identificar o personagem
caricaturado? Por que tal pessoa foi escolhida para ser caricaturado? Qual
função você acha que a caricatura cumpre em nossa sociedade?
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AGORA É COM VOCÊ
Pesquise, em revistas ou na internet, quatro caricaturas que achar bem
interessantes. Cole cada uma em uma folha de sulfite. Pois, nesta atividade, a
proposta é que todos compartilhem as caricaturas que achou com sala. Pode ser?
Para isso, siga o roteirinho que elaboramos para você.
1) É possível reconhecer as personalidades caricaturadas?
2) O que elas todas têm em comum?
3) Que traços foram exagerados pelos caricaturistas em cada desenho? Por
que terá feito a escolha por essa característica física da pessoa?
Cole Aqui
SEÇÃO 3
O GÊNERO O CARTUM
Quanto ao gênero cartum, podemos dizer que se trata também de um
desenho caricatural que traz uma situação humorística. A palavra inglesa cartoon
significa: cartão, papelão duro e deu ao termo cartunist , ou seja, desenhista de
cartazes. No Brasil, também é uma forma de expressar ideias e opiniões, seja
uma crítica política, esportiva, religiosa ou social.
O desenho pode ter uma imagem (isolada), duas ou três (sequenciadas)
dentro de quadrinhos ou aberto. Pode, ainda, ter balões, legendas e se beneficiar
de temas fixos.
Qualquer leitor do mundo ri, por exemplo, com o náufrago, o amante
dentro do armário, as brigas entre anjo e diabo, o gato e o cachorro, o marido e a
mulher. Os temas ET’S, amor, esporte, família e pesca são muito explorados.
O comportamento geral de políticos, militares e religiosos também, pois
não é preciso definir seus países, uma vez que agem de forma igual.
SEÇÃO 4
O GÊNERO CHARGE
A charge é uma criação de apenas um quadro que normalmente apresenta
linguagem verbal – as palavras/o texto escrito – e linguagem não verbal – traços,
cores, gestos – e seu entendimento depende de conhecimento prévio do
interlocutor já que retratam acontecimentos que tem lugar em determinado
contexto social, cultural.
Por isso, as charges, por vezes representam importante registro histórico.
Esse gênero textual está ligado aos costumes de uma época e região. Se for
transportado para fora desse ambiente, perde seu efeito e impacto, pois é feita
para a compreensão imediata daqueles que conhecem os símbolos e costumes
usados na referência.
APROFUNDANDO OS CONHECIMENTOS
A charge nasceu, portanto da caricatura, no século XIX, quando o
desenhista francês Honoré Daumier criticava implacavelmente o
governo com seu traço ferino no jornal La Caricature. Em vez de
escrever nomes ou descrever fatos, ele ia à carga (charge =
ataque) e impunha uma opinião, traduzindo ou interpretando os
fatos em imagens sintéticas que misturavam pessoas (figura
social), vestimentas (classe social) e a situação (cenário).
Charge de autoria de Carlos Latuff, por e-mail para este trabalho. Essa charge só é entendida por alguém
que acompanhe os noticiários e possa relacioná-la com a guerra entre palestinos e israelenses com a
interferência dos Estados Unidos.
REGULARIDADES DOS GÊNEROS “ CHARGE”
DESTINADOR
PERFIL DO DESTINATÁRIO
FINALIDADE DO GÊNERO
SUPORTE OU VEÍCULO
ESCOLHIDO
TEMA
ESTRUTURA E LINGUAGEM
TRABALHANDO EM EQUIPE
Organize-se com seus colegas e traga para nosso próximo encontro uma charge
bem interessante, pois iremos discutir em sala. Pode ser de um jornal da sua
cidade ou estado. Não se esqueça de trazer a manchete do jornal que for
publicada no mesmo dia, pois a charge sempre está relacionada a ela.
SEÇÃO 5
OS GÊNEROS QUADRINHESCOS
Os gêneros tiras e histórias em quadrinhos, conhecidas como HQ,
têm algo em comum. São basicamente, desenhos em que há a apresentação de
personagens em situações diversas, dispostas normalmente em quadros e
dispostas, em sua maioria, horizontalmente. Por isso, são conhecidos como
gêneros quadrinhescos.
Os quadrinhos têm personagens e elenco fixos, narrativa seqüencial em
quadros, numa ordem de tempo, nos quais o fato se desenrola por meio de
legendas e balões com texto pertinente à imagem de cada quadrinho.
A história pode se desenvolver numa Tira, numa página ou em duas ou
várias páginas (revista ou álbum). É óbvio que para uma história ser em
quadrinhos ela precisa ter, no mínimo, dois quadrinhos (ou cenas).
A Tira diária é uma exceção, pois, às vezes, a história pode ser contada em
um só quadrinho (o espaço da própria tira), mas isso não a torna um Cartum,
apesar da proximidade.
O GÊNERO TEXTUAL TIRINHA
O gênero textual tirinha é um texto desenhado, escrito ou não, geralmente
em uma apresentação consecutiva e horizontal, em torno de quatro quadrinhos
que buscam reproduzir a linguagem oral.
Os desenhos e os textos escritos revelam aspectos como: expressão
corporal, sequências dialogais, pausas, hesitações, etc. Esses elementos e suas
funcionalidades é que produzem o sentido, geralmente bem humorado, do texto
verbo-visual.
São vários os gêneros explorados para essa arte, como ação, aventura,
mistério, espionagem, cômicos, policial, drama, heróis e super-heróis. Podem ser
publicadas diariamente, semanalmente ou qualquer outra periodicidade,
dependendo do veículo na qual ela está sendo publicada, como por exemplo,
revistas, jornais ou internet, que neste último caso, são normalmente
denominadas de webcomics.
Tirinha criada e cedida por e-mail pelo José James Figueira Teixeira que tem um Blog chamado Tirinhas do
Zé, onde apresenta tiras críticas e humorísticas.
Você notou que ao ler tiras é comum que tenhamos uma sensação acústica?
Esta sensação se faz presente, através de alguns recursos como onomatopéias
que fazem parte da fala das personagens das tiras.
Observe a tira que segue:
Levando em consideração esta sensação acústica, aponte nas linhas abaixo
outros elementos do texto que você acha que têm a função de despertar em nós
este tipo de sensação:
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O GÊNERO- HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
Uma História em Quadrinhos é ampla e maleável. Pode ser temporal,
atemporal, regional, política, policial, científica, social, erótica, esportiva,
esotérica, histórica, infantil, adulta, underground, terror e de humor.
Utiliza figuras humanas perfeitas ou destorcidas (caricaturadas), animais
humanizados, homens animalizados, bonecos, objetos etc. Os desenhos vêm
delimitados por linhas retas, que formam quadros com narrativas que constituem
as unidades mínimas.
A “voz” do narrador pode manifestar-se no que chamamos de legendas, que
são espécies de orientações que descrevem algum fato ou informa alguma coisa, a
Voz do Narrador passa ao leitor para conferir e ampliar o sentido das imagens e
dos textos dos balões.
Indicando que, embora as imagens sejam fixas, os autores utilizam
recursos visuais que sugerem ação e movimento, conferindo ritmo às cenas e
dando vida às figuras e são muito importantes, pois é através deles que ficamos
sabendo das falas e pensamentos das personagens.
FIQUE LIGADO!
As vinhetas, unidades básicas do quadrinho, são colocadas em sequência
temporal crescente, formando tiras de imagens, separadas por uma série de
colunas, geralmente, brancas.
Tirinha criada e cedida por e-mail para esse trabalho por Rafael Marçal.
TRABALHANDO EM EQUIPE
Agora que você já conheceu os gêneros quadrinhescos, vamos
trabalhar nos divertindo. Vamos mexer na caixa da professora e ver o que ela
trouxe hoje para nós?
REFERÊNCIAS
BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: ___. Estética da criação verbal. São
Paulo: Martins Fontes, 1979, p. 277-326.
BRAIT, Beth; ROJO, Roxane. Gêneros: artimanhas do texto e do discurso. In:
______. Linguagens e Códigos. São Paulo: Escolas Associadas, 2004.
BRONCKART, J. P. Atividade de linguagem, textos e discurso. São Paulo: Educ,
2003.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In:
DIONÍSIO, PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais – Língua Portuguesa.
Secretaria de Educação Fundamental, Brasília, 1997.
MACHADO, Ângela Paiva; BEZERRA, Anna Raquel; Maria Auxiliadora (Orgs.).
Gêneros Textuais & Ensino. 3. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005.
Saito, Cláudia Lopes Nascimento. A análise do gênero filme de HQ - uma
perspectiva enunciativa para o ensino de compreensão de textos mediáticos
na escola. (PG-CAPES-Universidade Estadual Paulista)
SOBRE A AUTORA
Arineia Olga de Oliveira
Licenciada em Letras- Português e Inglês, pela Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Jandaia do Sul/PR (FAFIJAN) e Pós-graduação em LIBRAS
pela ISFACES. Desde 1997, atua como professora de Língua Portuguesa e Língua
Inglesa no Ensino Fundamental e Médio em escolas da rede pública no Paraná.