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OS DESAFIOS DO EDUCADOR NA COMPREENSÃO E ENFRENTAMENTO DAS
PRÁTICAS DE VIOLÊNCIA MORAL ENTRE JOVENS ESCOLARES
Autor: Conceição José de Sant’Ana1
Orientadora: Professora Doutora Cristina Satiê de Oliveira Pátaro2
Resumo
Nossa pesquisa, desenvolvida no Colégio Estadual Professor Darcy José Costa em
uma turma do primeiro ano “A” do Ensino Médio teve como objetivo compreender
como os sujeitos envolvidos no processo de ensino aprendizagem percebem a
violência moral, seus sentimentos, medos, expectativas. Enfatiza as relações que os
sujeitos estabelecem entre si no contexto social da sala de aula, e busca possíveis
alternativas pedagógicas de mediação para o comprometimento do jovem com a
construção e o cumprimento das regras em vista de um ambiente de sala de aula
cooperativo e solidário. Foi realizada uma pesquisa envolvendo os docentes e
funcionários envolvidos com a turma em questão, desenvolvida em oito etapas com
ações sequenciais que nos permitiram identificar algumas das diferentes formas de
violência moral, as motivações que estimulam tal prática, a percepção e sentimentos
dos jovens sobre a violência sofrida ou presenciada, bem como as experiências
docentes que justificam a importância da mediação pedagógica para uma
convivência salutar e produtiva entre os jovens escolares e entre jovens e seus
educadores. Direcionamos nossos estudos a partir do princípio de que a violência
moral interfere diretamente na aprendizagem e vem acontecendo com a
cumplicidade de grupos que se organizam, utilizando-se de tais artifícios, impondo-
se sobre outros, criando regras e normas próprias para estabelecer liderança,
aniquilando e/ou mantendo sob seu domínio, outros que, por alguma razão não se
enquadram em suas regras, neste caso, os ditos “diferentes” são as maiores
vítimas.-
1 Programa de Desenvolvimento Educacional – Professora /PDE/2010. Pedagoga, Colégio Estadual Professor Darcy José
Costa; Campo Mourão Pr.; email: [email protected]; Artigo final apresentado em julho/2012. 2 Doutora em Educação, UNESPAR / FECILCAM, Docente: Psicologia em Educação; email:[email protected].
2
Palavras-chave: Juventude, Violência Moral, Escola. –
1 INTRODUÇÃO
São inúmeras as questões que se manifestam interferindo diretamente na
ação docente, trazendo consequências significativas ao processo de Ensino e
Aprendizagem. Nesta pesquisa realizada no Colégio Estadual Professor Darcy José
Costa, EFM, município de Campo Mourão, optamos por colocar em foco a violência
moral presente nas relações entre jovens e entre os jovens e os educadores, com o
intuito de compreender suas manifestações e implicações no desempenho escolar e
as possibilidades de trabalho pedagógico, mediante as manifestações da violência
moral e os recursos e meios didático-pedagógico para o redirecionamento das ações
docente, no sentido de re-estabelecer entre jovens e entre jovens e educadores,
sentimentos de amizade, cortesia, respeito e convivência social.
2 JUVENTUDE, ESCOLA E CONTEMPORANEIDADE
Compreender a juventude e suas manifestações no atual contexto
sociocultural tornou-se uma necessidade para a construção de relações positivas e
produtivas para o processo de Ensino e Aprendizagem. Por diferentes razões, o
espaço escolar enquanto Instituição de Ensino tem potencializado relações e
interações conflitantes: jovens escolares entre si e jovens escolares e professores.
Os conflitos entre jovens escolares não necessariamente são frutos do
desrespeito para com o outro, mas dos confrontos de princípios e valores dos
grupos que se interagem nessa dinâmica de relações entre diferentes, evidenciando
o jovem em seu processo de maturação e autoafirmação que tenta impor-se aos
seus iguais, ao mesmo tempo em que enfrenta as mudanças físicas e psicológicas
da passagem para o mundo adulto.
Além disso, o modo como a escola encara e trabalha com os jovens também
influencia as relações e os comportamentos que são adotados pelos estudantes
3
nesse contexto. Dessa forma, é importante compreender quem são os jovens na
contemporaneidade, e como a escola pode (ou deve) repensar suas práticas em
vista das especificidades e da diversidade que vem sendo manifestada pela
juventude nos dias atuais.
2.1 JUVENTUDE E ESCOLA
Tanto nas pesquisas como nos debates informais entre diferentes
seguimentos envolvidos com a juventude escolar é possível perceber que, para a
escola e os profissionais da educação, o problema do fracasso escolar, assim como
da indisciplina e da violência, é visto como problema que está no próprio jovem,
considerado individualista e descompromissado. Ao mesmo tempo, os jovens
alegam ser a escola enfadonha, que não corresponde aos seus anseios e
perspectivas (AQUINO, 2002). Considerações essas que contribuíram para que
professores e funcionários do Colégio Estadual Professor Darcy José Costa,
envolvidos com os jovens, se unissem em grupo de estudos para repensar a escola,
frente às tensões existentes na relação do jovem com a instituição, tensões essas
entendidas como expressões de uma profunda mutação social que afeta
diretamente as novas gerações, interferindo na produção social dos indivíduos no
tempo e no espaço.
Para Dayrell (2007), torna-se necessário compreender a juventude, suas
práticas e símbolos, como a manifestação de um novo modo de ser jovem. Suas
expressões e mutações ocorridas nos processos de socialização vêm colocando em
questão o sistema educativo, como este se apresenta ao jovem, o que tem a lhe
oferecer, bem como as posturas pedagógicas que são adotadas. Nesse sentido,
evidencia a necessidade de mudanças no eixo da reflexão, saindo das instituições
educativas para os sujeitos jovens.
Segundo Dayrell (2007), diante dessa realidade desafiadora, a escola e a
pedagogia devem ser repensadas. Faz-se necessário refletir sobre as tensões e
ambiguidades vivenciadas pelo jovem, ao se constituir como aluno num cotidiano
escolar que não leva em conta a sua condição juvenil, seus dilemas e expectativas.
4
2.2 QUEM É O JOVEM NO CONTEXTO SOCIAL CONTEMPORÂNEO?
As características do jovem brasileiro que chega às escolas públicas hoje
são bem diferentes das gerações anteriores, desafiando-nos a buscar compreender
quais são as condições desses jovens. Quem é ele? Qual o seu modo de ser e
viver? É fundamental, assim, situar seu contexto histórico-geracional, bem como,
compreender as condições em que vivem a partir das diferenças sociais, culturais,
políticas e históricas (ABRAMO, 2005; DAYRELL, 2007).
Assim, cabe-nos a questão: como se constitui a condição juvenil no contexto
sociocultural atual, diante da ressignificação do tempo e das novas manifestações
sociais? As mudanças na forma de inserção do jovem brasileiro no mundo do
trabalho, os baixos salários, desemprego, delimitação de suas experiências e
possibilidades são considerações importantes na busca da compreensão das
interferências posturais frente ao contexto socioeducativo do jovem contemporâneo.
Quanto ao campo pedagógico, Aquino (2002) adverte que os problemas
relacionados ao jovem escolar devem ser tomados como questões próprias do ofício
de educador, superando-se os pseudoconceitos que excluem e abrindo-se para
novas alternativas. Assim, é necessário identificar quais são os limites e as
possibilidades que determinam as condições e estabelecem o lugar social desses
jovens. Quais as interferências de suas condições sociais na forma de viver e nas
possibilidades e sentidos que assumem a vivência juvenil? Quais os desafios
cotidianos para a garantia da sobrevivência entre a busca da satisfação imediata e
um possível projeto de futuro? São questões importantes para a nossa busca de
identificar mecanismos interativos na superação dos conflitos relacionais do
cotidiano escolar.
Ao contrário do que acontece em países europeus, o jovem brasileiro
vivencia no trabalho a garantia mínima dos recursos de acesso ao lazer e ao
consumo. Assim, em sua grande maioria, os jovens acabam levando
simultaneamente o trabalho e a escola, mesmo com o risco de possíveis
consequências e limitações no seu percurso escolar. Para eles, a escola e o
trabalho se sobrepõem ou poderá, de acordo com as condições sociais, possibilitar
viver a condição juvenil. Não só a escola, mas também o trabalho assume uma
5
forma de mediação efetiva e simbólica nas experimentações e vivência juvenil. Não
só escola, mas também “o trabalho faz a juventude” (DAYRELL, 2007).
Desta forma, também o modo como o jovem utiliza-se de diferentes
expressões simbólicas como forma de comunicação e posicionamento social através
de recursos culturais como a música, a dança, o vídeo, o próprio corpo e o seu
visual, possibilitam outras formas de agregações, lazer ou agrupamentos como
produtores culturais (DAYRELL, 2007). Também o espaço da cultura é, para o
jovem, um espaço de representações simbólicas e rituais. Espaço em que se
realizam, ostentam seus corpos, vestimentas, tatuagens e assessórios, dando
importância relevante aos aparelhos eletrônicos e ao celular. Não são práticas
homogêneas, sendo orientadas conforme a capacidade juvenil de processar seus
objetivos, em um contexto de múltiplas influências e interesses externos de um
determinado agrupamento, podendo ocorrer, simultaneamente, ações antagônicas
como práticas de delinquências, intolerância e agressividade, ou a mobilização
cidadã em torno de ações solidárias.
Os jovens não são mais totalmente socializados a partir das orientações das
instituições como a família e a escola. O jovem está vivendo experiências variadas e
contraditórias. Um ator plural, produto de diferentes experiências de socialização em
contextos múltiplos, dentre os quais ganham centralidade as que ocorrem nos
espaços de trocas dominados pelas relações de sociabilidades. Neste caso,
segundo Dayrell (2007), o grupo de amigos é referência importante na trajetória da
juventude. Suas expressões e dinâmicas de relações, os próximos amigos e os mais
distantes, a colegagem se dá em uma dinâmica de aproximações e afastamentos
entre as diferentes turmas ou galeras, recriando suas próprias expressões e
condições que parece responder às suas necessidades de comunicação, autonomia,
trocas afetivas e de identidade. E mesmo a forma de organização.
Para eles a violência acontece da mesma forma em que também são
organizados os grupos de amizades. Entre eles se firma pactos de fidelidade que
mantém a unidade do grupo, sendo muitas vezes os atos de violência entendido
como defesa dos interesses comuns para membros do grupo. Fenômeno como a
forma de expressão juvenil do seu descontentamento diante de uma ordem social
injusta, da descrença política, da falta de perspectiva, da falta do espírito de
solidariedade, entre outros.
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As condições juvenis, suas expressões estão também relacionadas à forma
própria de viver o tempo, com a predominância do tempo presente como única
dimensão a ser vivida. Sua lógica baseia-se na reversibilidade, em constantes
mudanças, indo e vindo de diferentes turmas e amigos. Na relação afetiva
predomina o “ficar”, não criando compromissos amorosos, mudam constantemente
de emprego, comportamento reforçado pela lógica da oferta de emprego temporário.
São denominados como a geração “ioiô”, em permanente reversibilidade, na busca
de superar a monotonia do cotidiano, por meio de aventuras e excitações, ou
geração “Y”, um modo totalmente novo de ser e viver. Testam suas potencialidades,
improvisam, se defrontam com seus próprios limites e, muitas vezes, enveredam por
caminhos de rupturas, de desvios, como forma possível de autoconhecimento. Para
muitos, a vida constitui-se no movimento, um trânsito constante entre os espaços e
tempos institucionais, da obrigação, da norma e da prescrição institucional que
predominam na sociedade, com seus ritos e símbolos próprios e o prazer.
Experiências que constituem um percurso marcado pela transitoriedade, que
delineiam as trajetórias para a vida adulta, e que acaba por construir modos próprios
de ser jovem na contemporaneidade. A tendência dessa transição para a vida adulta
tende a ser individualizada, sem rumos fixos ou predeterminados. Neste contexto se
tornam ainda maiores os desafios para os jovens pobres, desprovidos dos recursos
estruturais, obrigando-os a buscas constantes entre os princípios da realidade (o
que pode fazer?), do dever (que devo fazer?) e do querer (o que quero fazer?).
Tais mutações nos processos de socialização determinam as condições
juvenis. Neste sentido, o ser jovem expressa como a sociedade atual “produz” os
indivíduos, tornando-se tarefa ou ação do próprio sujeito (jovem) sobre si mesmo.
2.3 A ESCOLA E A JUVENTUDE
As informações coletadas entre os jovens estudantes do primeiro ano do
Ensino Médio do Colégio Estadual Professor Darcy José Costa não diferem de
estudos atuais de pesquisadores que identificam as grandes mudanças e os
conflitos juvenis com relação à escola. Não significa a eliminação do papel da
escola, mas a transformação da sua natureza. Um movimento de re-
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institucionalização permanente, tanto da escola como da família, uma vez que se
encontra em permanente reconstrução.
A convivência com situações de violência são fatores que influenciam a
socialização dos jovens, bem como massificação da escola pública para o Ensino
Médio que, antes restrita a jovens das camadas altas e médias, passa, a partir de
1990, a receber um contingente heterogêneo de jovens marcados pela desigualdade
social, pobreza e violência. O Ensino Médio, que até então significava o caminho
para os estudos universitários, torna-se o final do percurso de escolarização para a
grande maioria dos jovens, e para alguns, apenas uma formalidade, com pouca
preocupação com o conhecimento. Essa situação se agrava ainda mais com a
inadequação da infraestrutura da escola e Projeto Político Pedagógico que não
correspondem aos atuais desafios para a educação da demanda apresentada,
predominando ainda uma série de preconceitos na visão que a escola possui do
período da juventude, entendendo o jovem como “um vir a ser” ou o individualista. E,
no caso de jovens pobres, se forem negros são ainda vinculados à ideia do risco e
da violência, estigmas que induzem a uma visão do jovem visto na perspectiva da
falta, da incompletude, da irresponsabilidade, da desconfiança, dificultando a
percepção de quem o jovem é de fato, o que pensa sobre sua realidade, e da sua
capacidade de fazer, suas relações de amizades, dentro e fora da escola.
Este paradoxo parece enfraquecer a instituição escolar que, embora
mantenha o monopólio da cultura acadêmica, perdeu para a concorrência o
monopólio das informações circuladas socialmente.
Neste contexto é forte a concepção de que a escola é o espaço central da
socialização das novas gerações, cabendo-lhe a formação em valores universais e
normas, com o objetivo de conformar o individuo e, ao mesmo tempo, torná-lo
autônomo e livre. Enquanto na prática, o que presenciamos é a dualidade do jovem
que, ao adentrar os portões da escola, converte-se em aluno, com o dever de
interiorizar uma disciplina escolar investindo-se de uma aprendizagem de
conhecimentos. Um modelo semelhante ao mundo do trabalho, em que o aluno
disciplinado, obedece, é pontual, se envolve nos estudos com eficiência, levando à
redução da diversidade sociocultural dos jovens (DAYRELL, 2007).
Grandes transformações são evidenciadas pela desinstitucionalização da
escola (DAYRELL, 2007). A escola é “invadida” pelas culturas juvenis, com os
modos de ser e de viver dos jovens e, nesse movimento, evidenciam-se tensões que
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expressam a ambiguidade entre ser jovem e ser aluno, tornando difícil a articulação
e concretização de práticas e valores que caracterizam os sentidos atribuídos às
experiências do seu percurso escolar. Ressaltamos três evidências dessa tensão:
1) Uma primeira tensão se manifesta na relação do jovem escolar entre colegas,
fazendo com que a escola torne-se o palco de competições e conflitos que
conduzem a situações de violência no cotidiano escolar. Suas relações ganham
mais relevância do que as regras escolares, constituindo-se em referências para
alguns e negação para outros. A sala de aula torna-se espaço visível da dicotomia
entre o ser jovem e ser aluno, revelando uma trama complexa de relações, de
pactos e conflitos entre os alunos e entre alunos e professores, com constantes
imposições de estratégias individuais e coletivas de transgressão as regras e
normas estabelecidas. Denota-se uma permanente ambiguidade entre seguir as
regras da escola, cumprindo as demandas docentes do bom aluno, e a subjetividade
juvenil, numa interação de posturas e valores.
2) Uma segunda tensão são as relações sociais que ocorrem no cotidiano escolar,
relacionadas às mudanças nas relações que são estabelecidas entre alunos e
professores, no que se refere à autoridade, com o reconhecimento ou a negação,
por parte do aluno, da autoridade do professor como natural e óbvia, interferindo nas
formas e metas das relações de poder presentes na instituição escolar (DAYRELL,
2007).
3) Um terceiro fator de tensão: a relação com o conhecimento e os processos de
ensino-aprendizagem. Neste sentido a crítica dos alunos, segundo Dayrell (2007),
refere-se ao currículo fora da realidade, exigindo do professor uma transposição
didática que possibilite ajudar o aluno a perceber o que determinado conteúdo tem a
ver com ele e com a sua vida cotidiana. Contudo, o envolvimento do aluno com as
diferentes disciplinas depende do como é elaborado, bem como a capacidade de
atribuir sentidos ao que se é ensinado. Desta forma, entre a ação de ensinar e o
aprender, situa-se o sujeito que reivindica estar implicado e a demanda da
realização de um trabalho pessoal, tendo em vista o processo de construção do
aluno.
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Para Dayrell, as tensões se concretizam em diversos percursos escolares,
marcados por possibilidades e por resistências, pela participação e/ou pela
passividade, pela resistência ou pelo conformismo, pelo interesse ou desinteresse,
evidenciando as formas como cada um dos indivíduos envolvidos elaboram as
tensões entre o ser jovem e o ser aluno.
2.4 NOVOS CAMINHOS SÃO POSSÍVEIS?
A escola não é uma instituição estática tornando-se o palco de tensões entre
propostas inovadoras e tendências imobilistas. Nos últimos anos vem se proliferando
por todo o Brasil a implantação de novas propostas político-pedagógica,
patrocinadas por gestões progressistas. Os pressupostos e a dimensão do alcance
destas inovações são variados, tem em comum o discurso da democratização do
ensino público, elevação da qualidade embasada por princípios da justiça social e
equidade, partem do reconhecimento da diversidade sociocultural dos alunos. A
avaliação desse processo vem colocando em questão a estrutura da escola na sua
organização de tempo e espaço, sua adequação curricular, bem como o papel dos
atores escolares nas diferentes dimensões do processo.
Observa-se com preocupação outra forte tendência: a ampliação das
funções da escola, principalmente quando se refere às funções atribuídas ao
atendimento do “jovem em situação de riscos” (DAYRELL, 2007).
Para ele é inerente à urgência de uma revisão do papel da escola frente à
realidade de grande parte da juventude brasileira, excluídas antes mesmo de
concluir o ensino básico, levando consigo lembranças negativas ou a sensação de
incapacidade, atribuindo a si mesmo a “culpa” pelo fracasso escolar, minando com
isso a sua autoestima. Isto implica no reconhecimento de que a dimensão educativa
ultrapassa os limites da escola, exigindo investimentos em políticas que considerem
o bairro, a cidade na sua dimensão educativa, de formação e segurança, garantindo
ao jovem, o direito de ir e vir, até mesmo nas noites dos finais de semanas, o acesso
aos bens culturais e de lazer, transformando o espaço público em espaço de
encontro, de estimulo, e de ampliação das potencialidades humanas, favorecendo a
cidadania juvenil.
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3 VIOLÊNCIA E ESCOLA
“Nenhum ser humano nasce com impulsos agressivos ou hostis e nenhum se torna agressivo ou hostil sem aprendê-lo”
Ashtley Montagu
No intuito de compreender como o fenômeno da violência se manifesta no
cotidiano da escola e a percepção do jovem sobre ela, torna-se evidente a
necessidade de reorganizar ações preventivas com mecanismos claros que
possibilitem aos jovens escolares manifestar-se e superar a violência sofrida e/ou
presenciada.
Diferentes relatos e estudos compilados no caderno pedagógico publicado
pela Coordenação de Desafios educacionais contemporâneos
(http://www.diaadia.prgov.br/cedec) denotam a complexidade desta temática,
enquanto apresenta o diferencial: A escola repensando sua dinâmica mediante a
uma realidade social imanente.
Buscando compreender como é percebido tal fenômeno pelo jovem escolar,
no intuito de desenvolver ações pedagógicas para descaracterizar os preconceitos
decorridos por suposições, em torno dos conflitos vivenciados pelos jovens no
interior da instituição escolar e potencializar ações sistemáticas e reflexivas de
superação dos supostos mecanismos da violência entre escolares e seus pares e
entre escolares e educadores. Os professores e demais funcionários envolvidos com
os alunos do 1º ano “A” do Colégio Estadual Professor Darcy José Costa se
dispuseram refletir sobre essa realidade.
Nosso objetivo: elencar recursos possíveis para a dinamização das relações
no interior da escola e potencializar o sentimento do jovem para a convivência
democrática e para a tolerância respeitosa, administrando os conflitos através do
diálogo, do respeito e da valorização da diversidade no interior da escola.
É perceptível que a instituição escolar, bem como seus agentes educadores,
em diferentes situações, caracterizam-se como protagonistas da violência moral,
quando, por exemplo, a escola na sua organização pedagógica não garante
mecanismos de efetiva participação dos jovens escolares no encaminhamento da
organização disciplinar da escola ou ainda pela falta de critérios, amplamente
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discutidos e elaborados coletivamente, que assegurem aos alunos o direito de
manifestar ou denunciar, sem riscos de retaliações, a violência sofrida. Há ainda a
falta ou a precariedade das articulações da escola com os diferentes espaços de
convivência e/ou de proteção aos jovens escolares.
3.1 A VIOLÊNCIA E O JOVEM
“O comportamento são as nossas ações. A maneira como nós agimos
conosco mesmos, com nossos cuidados e com as pessoas que nos rodeiam” (Hena P. Dagnino – Psicóloga Clínica, terapeuta familiar).
A violência é um fenômeno social, historicamente construído, um mecanismo
de imposição sobre outros pelo uso da força ou coerção. A configuração da ação
agressiva do indivíduo sobre outros lhes causando danos físicos ou morais
(AQUINO, 1998). Pode ser também caracterizada como:
Um desvio de conduta ou a ruptura de um nexo social, pelo uso de diferentes
formas de expressões, palavras, gestos ou pelo uso da força.
Falta de tolerância para com o outro (PEREIRA, 2009).
Produto da transgressão de regras e valores de convivência causando danos
físicos ou constrangimentos a outros.
O emprego desejado da agressividade com fins destrutivos, entre outros.
A determinação ou motivação para o ato de violência pode advir desde
distúrbios psíquicos ao desvio do caráter, pela formação pautada em valores não
morais e/ou pela permissividade, quase sempre motivada pelo sentimento de
impunidade, pelo desejo da autoafirmação, imposição pela força ou intimidação.
Segundo Dayrell (2007), tratando da violência e jovens escolares, há alguns
preconceitos generalizados, que acabam por nos conduzir a um modelo homogêneo
de juventude encarando estes sujeitos como naturalmente rebeldes, incompletos,
incapazes, violentos, estereótipos que, em última instância, podem trazer
consequências negativas ao processo de ensino e aprendizagem. Diante disso, para
Vasconcellos (1994) torna-se necessário aproximar os educadores e a escola do
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jovem real, buscando romper com tais estereótipos, preconceitos reforçadores de
visões homogêneas, recriando as relações em uma perspectiva de humanização
dos sujeitos.
3.2 A VIOLÊNCIA E A ESCOLA
Tratar da violência no espaço escolar é desafiador e instigante, devido ao
caráter institucional do contexto, dada à complexidade da demanda que advêm da
função social que representa e a amplitude de sua demanda. Quais os significados
ou a compreensões da violência escolar na ótica do jovem? Do Educador? Da
Sociedade?
Neste caso, deve ser levado em conta as diferentes interfaces, possíveis
determinantes da violência, não necessariamente ligados à escola, porém capazes
de potencializá-la. Tornando ainda mais desafiador e complexo, refletir sobre a
violência no interior da escola. Requer, segundo Vasconcellos (1994), um repensar
nossas ações docentes, não só as relações que são estabelecidas entre os
indivíduos envolvidos, mas também sobre a dinâmica didático-pedagógica do
processo educativo da escola, seu Projeto Político Pedagógico, os vínculos sociais,
as possíveis “redes” de segurança, a crise da autoridade docente, a dinâmica da
relação professor-aluno (AQUINO, 1999), os espaços de cultura e lazer.
Para Vasconcellos (1994), os conflitos de relações no interior da escola são
reflexos da crise de sentidos, crises dos projetos sociais, mudança nos sistemas de
valores pelos quais passam a sociedade contemporânea. Conflitos estes não
necessariamente negativos; ao contrário, como afirma Highton e Alvarez (1995),
possíveis geradores de aprendizagem, de mudança e de crescimento, elemento
indispensável para a efetivação de dinâmicas educativas interativas e
consequentemente mais eficazes.
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3.3 CONCEITO DE VIOLÊNCIA MORAL
Diferentes áreas das ciências humanas tais como a psicologia, as ciências
sociais e a antropologia, dentre outras, têm buscado a compreensão do conceito de
violência, em especial da violência moral, também conhecida como violência
psicológica. Apesar dos esforços, denotam uma grande dificuldade em conceituá-la,
tanto pela sua configuração – devido à forma abstrata da ação – bem como pela
base de princípios de sustentação de tal conceito, que podem não atender à sua
totalidade (PUPO, 2007). Sabemos, assim, que a violência é um fenômeno
multifacetado, e que poderia receber diferentes enfoques, ainda que nosso olhar se
voltasse apenas para o âmbito escolar.
De acordo com Pupo (2007), a ambiguidade na conceituação da violência
moral advém dos parâmetros ou óticas diferentes que determinam que a ação em si
seja considerada uma violência moral, inferindo na sua identificação e no julgamento
da mesma.
Pode-se compreender a violência moral como um distúrbio comportamental
que incide sobre outros em prejuízo desses, transformando-os em vítimas e
agressores (ANDRADE, 2008). Ocorre quando há uma ruptura de normas sociais
estabelecidas, presente em diferentes grupos e esferas sociais. As mulheres, os
jovens e as crianças são, em geral, os mais expostos à violência moral e/ou
psicológica. Diferente da violência física, a violência moral não é percebida de
imediato, até pela dificuldade da vítima em denunciá-la. São, muitas vezes,
percebidas apenas por meio da mudança do comportamento depressivo do
indivíduo que sofreu ou sofre em consequência da violência moral e/ou psicológica.
No caso, optamos pelo uso do termo “violência moral” para referenciar ações
que consistem em pressões e efeitos de natureza psicológica presentes não apenas
nas relações entre os jovens na escola, mas também passíveis de serem
identificados nas próprias relações entre educando e educadores (PUPO, 2007).
A violência moral, nas relações sociais, pode ser caracterizada pelo uso real
ou virtual da coerção, que impede o reconhecimento do outro na sua integridade
como pessoa, classe, gênero, ou raça – mediante o uso da força ou da coerção,
provocando algum tipo de dano, configurando-se por palavras maldosas, gestos
agressivos, risos, piadas, gestos desrespeitosos, intimidação da vítima, brincadeiras
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vexatórias, apelidos e ameaças, enfim, por atos que criam situações de exposição e
humilhação, e que inferem na integridade psicológica do outro.
4. EDUCAÇÃO MORAL E CONSTRUÇÃO DE VALORES
Todo ser humano tem em si mesmo um potencial tanto para o bem quanto
para o mal. O equilíbrio (mística indiana) é determinado pelo complemento dos
opostos em harmonia. Pode parecer uma leitura simplória das relações, o óbvio,
porém a dinâmica do universo é plena neste sentido, cada indivíduo, um todo e ao
mesmo tempo único, interage com o mundo e com os seus semelhantes em função
da própria realização.
O primeiro instinto humano é sempre de defesa, reagir-se naturalmente em
prol da sobrevivência. É a educação recebida – na família, na comunidade e na
escola – que lhe oferece parâmetros ou valores que deverão orientar o seu modo de
ser e de agir em relação a si mesmo, com o mundo e com os demais, seus
semelhantes.
Entendemos que, na sociedade contemporânea, cabem à instituição escolar
e aos educadores a responsabilidade de contribuir para o desenvolvimento moral e a
formação em valores de crianças e jovens, mediando às relações e contribuindo
para que aprendam a respeitar-se e a respeitar os demais diferentes, porém iguais
no direito e no dever.
Para Vasconcellos (1996), o professor, através de sua ação didática
pedagógica, deve mediar as relações dos jovens entre si, com o professor e com o
conhecimento, num processo de aproximações sucessivas, recíprocas e interativas.
A postura docente é fundamental para mudanças transformadoras, para a formação
de valores éticos de respeito e de tolerância, para o diálogo, para a autonomia e
responsabilidade, bem como para estabelecer relações afetivas de confiança e
respeito entre os envolvidos no processo educativo escolar.
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4.1 A FORMAÇÃO EM VALORES
Cada povo, classe social, grupos sociais se organizam em torno de valores
básicos de sobrevivência e do bem comum. (SANTOS, 1997). O diferencial é
modelado pela cultura, embora, alguns valores sejam comuns a diferentes
sociedades. A perda de valores, do respeito e do sentimento ético induz o ser
humano à barbárie. Os valores vão se desenvolvendo no ser humano desde o seu
nascimento, a forma como os pais ou os adultos do seu convívio lidam com os
sentimentos na relação com a criança, a forma como vão se estabelecendo os
vínculos sociais, o respeito dado a estes sentimentos manifestados na criança, vão
contribuindo para desperta a capacidade de compadecer-se e de tolerar ou, do
contrário, pode induzir a atitudes agressivas e excludentes.
A formação de valores e a maturidade moral (BETTO, 2002) vão se dando
em um processo contínuo paralelo à maturidade sócio emocional do indivíduo. Todo
jovem escolar encontra-se em uma fase de profundas mudanças no seu equilíbrio
psico-sócio-emocional, também pelas mudanças biológicas pelas quais passam o
seu corpo. É a fase da transição para a vida adulta. Tudo é questionado em função
da sua autoafirmação e o equilíbrio da maturidade pessoal. É a fase denominada por
alguns psicólogos como a fase da identificação com os diferentes estágios
constituintes da juventude: As tendências extremas de introversão e/ou extroversão.
Nesta fase é de fundamental importância o papel mediador do educador para a
formação de princípios e valores éticos, norteadores de relações equilibradas e
humanizadoras. Para Santos (1997), a percepção do que cada indivíduo é enquanto
ser na sua individualidade, propicia uma convivência harmoniosa, humanamente
saudável e responsável.
A humanidade encontra-se carente do humano (BETTO, 2002), de relações
estabelecidas por sentimentos de respeito e solidariedade. A modernidade e a
tecnologia preenchem basicamente todas as necessidades físicas e até biológicas
do ser humano, porém, não dá conta de preencher a carência afetiva e o desejo
íntimo do ser amado e de amar. O vazio do amor tende a ser suprido por
ressentimentos, medo e ódio.
16
4.2 A EDUCAÇÃO MORAL
Ao discutir sobre as principais tendências de educação moral, Puig (1998)
destaca a existência de quatro diferentes perspectivas, pautadas em ideias e
campos diversos, conduzindo para diferentes concepções de moralidade e,
consequentemente, diferentes modos de se educar moralmente. Assim, o autor
discorre sobre a educação moral como socialização; clarificação de valores;
desenvolvimento; e formação de hábitos virtuosos. A seguir:
Educação moral como socialização: nesta perspectiva, que tem sua base na
sociologia, os sujeitos precisam receber da sociedade o sistema de valores e
normas vigentes, em um processo no qual os indivíduos devem ser inseridos na
coletividade e na dinâmica social à qual pertencem. Neste sentido, há pouco
espaço para a ação do indivíduo, pois as normas já estabelecidas pela sociedade
devem ser impostas ao sujeito, que deve compreendê-las, adaptar-se a elas e
cumpri-las.
Educação moral como clarificação de valores: para esta perspectiva, o sujeito
deve reconhecer e tomar consciência dos valores que já possui de antemão,
desenvolvendo, assim, responsabilidade e comprometimento para com os
mesmos. Desta forma, não há inculcação ou imposição de valores, mas um
processo de auto-conhecimento e auto-análise. Em última instância, este
paradigma de educação moral leva em conta uma visão individualista e
relativista, na medida em que não há critérios morais coletivos, sendo os valores
pessoais pautados apenas nas decisões individuais e na busca pessoal da
felicidade.
Educação moral como desenvolvimento: proposta, fundamentada em uma
perspectiva cognitiva e evolutiva, entende que a educação moral está
relacionada a um processo de desenvolvimento do ser humano, a partir de
etapas sucessivas e que conduzem a um nível moralmente mais elevado.
Enfatizam a reflexão no processo de desenvolvimento da autonomia, sendo que
“o domínio progressivo das formas de pensamento é um valor desejável em si
17
mesmo e que nos leva cada vez mais para juízos otimizados e valiosos.” (PUIG,
1998, p.44).
Educação moral como formação de hábitos virtuosos: nesta vertente, a
prioridade está nas condutas dos sujeitos, que devem ser orientadas pelos
princípios virtuosos, visando o bem e a felicidade de cada indivíduo e
coletividade. Assim, não basta que os sujeitos compreendam e defendam as
virtudes e o Bem apenas intelectualmente, pois é preciso transformá-los em
ações, em hábitos.
A partir destas diferentes perspectivas, Puig propõe uma nova forma de
compreensão da educação moral, considerando que esta envolve o que o autor
denomina de “construção da personalidade moral”. Ao pensar na educação moral
como construção, Puig não refuta todas as outras perspectivas apresentadas, mas
busca compreender o que há de positivo em cada uma delas, tomando apenas o
cuidado de não encará-las como verdade total ou absoluta.
Um aspecto importante a ser salientado é que, para Puig, a construção da personalidade moral está vinculada à “[...] construção da própria biografia como cristalização dinâmica de valores, como espaço de diferenciação e de criatividade moral” (PUIG, 1996, p. 76). Desse modo, supõe não apenas a aceitação ou a adaptação do sujeito aos valores e outros elementos culturais do meio social ao qual se vincula, mas também – à medida que o sujeito desenvolve sua autonomia – à elaboração de formas de vida que, ao mesmo tempo, sejam moralmente legítimas e tragam satisfação e felicidade. É o espaço de criatividade moral, mencionada pelo autor. (PATARO, 2011).
Assim é que, embora exista possibilidade de crítica e (re)construção diante
aquilo que é imposto pela sociedade, a construção da personalidade moral leva em
conta as normas sociais vigentes e o ser humano na sociedade, como propõe a
perspectiva de educação moral como socialização.
Ao mesmo tempo, a clarificação de valores permite um processo de reflexão
e autoconhecimento que são essenciais à construção da personalidade moral,
desde que o sujeito não permaneça pautado apenas em seus interesses pessoais,
deixando de lado valores e critérios coletivos – históricos sociais e culturais.
18
A ideia de educação moral como desenvolvimento, embora seja apontada
por Puig como insuficiente, por não possibilitar respostas aos problemas morais
contextualizados e concretos (que abarcam as contradições, ambiguidades e
incertezas das vivências cotidianas) traz inúmeras contribuições para a
compreensão do pensamento moral do ser humano e do desenvolvimento da
autonomia.
Já o paradigma de educação moral como formação de hábitos virtuosos,
apesar de priorizar as vertentes comportamentais da moralidade e pautar esta última
em critérios pré-estabelecidos e estáticos, contribui no sentido de entender a moral
não apenas em uma dimensão intelectual, mas também traduzidas em ações, em
formas de ser e se comportar.
Puig salienta que a formação da consciência moral autônoma requer um comprometimento, uma vontade ativa do sujeito, demonstrando que sua efetivação, embora relacionada a outros fatores – como os biológicos e sociais –, depende igualmente de uma ação do próprio sujeito. Assim é que, “Além de todas as forças externas e internas que pressionam o sujeito, ainda lhe resta a decisão de sua vontade, que pode ajudá-lo a construir, mesmo contra toda a esperança, um projeto de vida autônomo e livre” (PATARO, 2011).
Sintetizando o que colocamos até agora, a concepção defendida por Puig
pressupõe ideia de educação moral como construção dialógica da personalidade
moral. Desta forma, o autor entende que a moral depende de uma construção
subjetiva, mas não solitária, e que, portanto se pauta, ao mesmo tempo, em
elementos do contexto histórico, social e cultural. Neste sentido, a construção da
personalidade não está desvinculada das relações interpessoais e do meio no qual
se dá a educação moral.
5 A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA DESENVOLVIDA
19
Desenvolvemos nossos estudos e pesquisa a partir das informações
coletadas, através da aplicação de questionários (em anexo) direcionados aos
professores e funcionários do Colégio ligados a uma turma de primeiro ano do
Ensino Médio, bem como de questionário direcionado aos alunos do primeiro ano
“A”.
Mediante os dados coletados, organizamos, conforme a determinação do
Programa de Desenvolvimento Educacional – SEED/PR, um Caderno Pedagógico
focando as temáticas: Juventude na Sociedade Contemporânea; Os Jovens e a
Escola; Violência Moral na Escola – visão dos jovens; formação em Valores:
conceitos, estratégias metodológicas, resultados de experiências. Na sequência,
como forma de intervenção pedagógica, foi desenvolvido um grupo de estudos no
Colégio Estadual Professor Darcy José Costa, com a participação de onze cursistas,
entre professores e funcionários envolvidos com os jovens da referida turma. Em
paralelo, ocorreu também o “Grupo de Trabalho em Rede – PDE” com a participação
de quatro cursistas de diferentes localidades do estado do Paraná. Em ambos os
cursos, o Caderno Pedagógico elaborado serviu de base para as discussões,
reflexões e propostas.
O grupo de estudos no Colégio Darcy José Costa foi organizado em oito
encontros de setembro a dezembro de 2011, somando 32 horas de estudos. Já o
Grupo de Trabalho em Rede, foi desenvolvido no mesmo período, em três etapas,
sendo composto por: Tarefa Temática em Fórum de discussão; Diário para
aprofundamento e reflexões acerca do tema; apresentação de ações pedagógicas
de prevenção e intervenção docente na superação da Violência Moral entre jovens
escolares. Todas as atividades realizadas contavam com a intervenção e a interação
do Tutor responsável.
6 RESULTADOS
Nossos estudos sobre a temática em questão, no Grupo de “Intervenção
Pedagógica”, realizado no Colégio Estadual Professor Darcy José Costa, com
professores e funcionários envolvidos com a turma do primeiro ano “A” e “Grupo de
Trabalho em Rede” do Programa de Desenvolvimento Educacional - Seed/PR, com
20
a participação de professores pedagogos de diferentes regiões do Estado, análise
das manifestações dos jovens estudantes do 1º Ano “A” do já referido Colégio,
quando motivados a expressar seus sentimentos em torno da Violência envolvendo
Jovens Escolares e Jovens e seus professore através de questionário (anexo I e II).
Bem como, a percepção dos docentes que aceitaram o desafio de adequar suas
práticas didático-pedagógicas, buscando, através do conteúdo curricular de sua
disciplina, estimular o respeito, a gratidão, a cortesia e a solidariedade entre os
jovens.
6.1 A PERCEPÇÃO DOS JOVENS
Constatamos que: Ao manifestar sobre violência, 73% dos alunos da turma
afirmaram ter sofrido e/ou presenciado algum tipo de violência moral ou psicológica
desde o trajeto até a escola, bem como no pátio escolar e em sala de aula.
Chama atenção o fato da não denúncia, justificada pelo medo de
represálias. Alguns alegaram na justificativa:
“não é da minha conta, o cara é que tem que saber se denuncia ou não”.
“É coisa dele, ele é que tem que saber se pode falar ou não”.
Evidenciam, assim, um certo individualismo alimentado pelo medo, frente ao
espaço social em que o sujeito jovem está inserido.
Quanto à percepção de ameaça contra colegas, sobe para 75% o número de
respostas positivas.
Quanto a quem a escolar deve recorrer para solucionar os casos de
violência, aparecem pela ordem os indicativos: 1º) Patrulha Escolar; 2º) Conselho
Tutelar; Família; 3º) Delegacia de Polícia.
Outro dado relevante é de que a violência presenciada em sala de aula
evidencia o envolvimento ou a presença de professores.
21
Quanto à interferência da violência no desempenho escolar: 54% dos alunos
consideram muito relevantes, 40% em algumas vezes e 5% um pouco. Na
percepção dos jovens, a violência escolar é significativamente prejudicial ao
desempenho escolar.
Quanto aos motivos causadores da violência entre os jovens, aparece em
primeiro lugar o uso de Drogas (72,7%); em segundo lugar apontam a falta de limite
da família (63,6%); em terceiro lugar atribuem à Mídia (27,2%) e em quarto lugar a
individualidade e descompromisso social (22%), além das aulas monótonas (22%).
Todos os alunos afirmaram terem sofrido ou presenciaram algum tipo de
violência moral no espaço escolar. Tanto os professores como os alunos se
identificam tanto vítima como agressor. Comenta um aluno: “se alguém não se
impuser fica sem graça, às vezes a gente provoca para ver o que o professor vai
fazer”. Identificamos com nossa pesquisa que, na percepção dos Jovens, a Violência
Moral vem se tornando corriqueira.
Os estudantes relatam ainda que os xingamentos, humilhações, desdenha,
intimidação, desfeitas, apelidos pejorativos, são comuns em sala de aula, e que,
quase sempre, culminam em agressões físicas. Afirmou uma jovem: “Cada um se
defende como pode, às vezes é só provocação e acaba humilhando o outro, que
não deixa passar”, indicando que a defesa é um contra ataque, tipo “deu levou”. O
depoimento indica ainda que há pouco ou nenhum suporte por parte da escola no
sentido de auxiliar os alunos nesse tipo de conflito, uma vez que “cada um se
defende como pode”.
Segue o relato de jovem da turma, de 15 anos:
“As brigas sempre acontecem por uma coisa que um pia fala e o outro não gosta e dá o troco, leva de novo, até que um fica mais irritado e monta “um terno” (termo usado na gíria para dizer que formam um grupo forte para dar um basto no outro) e pega o cara. Se a professora não vê, ninguém conta, deixa rolar até que eles se resolvam”.
Outro jovem, de 16 anos, relata:
“muitas brigas, eles montam só olhando um pro outro, durante a aula, enquanto a professora vira pra fazer alguma coisa ou atender alguém. Acertam o cara, fica tirando dele e ele finge que não está sofrendo, até diz para a professora que foi uma brincadeira. Outras brigas acontecem porque alguns meninos são burros mesmo, acham que podem ficar humilhando outros, e sempre falando que é só brincadeira, mas não é. Vai atentado, tirando onda e
22
fazendo piadinhas até que o outro não aguenta mais e dá o troco e ficando como o errado, o que armou acaba saindo numa boa”.
Em outros depoimentos, fica evidente que, em alguns casos, o jovem se
utiliza da violência para se sobressair, chamar a atenção:
“alguns alunos humilham outro para mostrar que são fortes ou para chamar a atenção das garotas”.
“Tem garoto que só porque alguém faz alguma brincadeira em que ele acredita que está sendo passando por babaca, arma uma briga para se mostrar, e às vezes vira babaca mesmo, pensa que é o cara e leva a pior”.
6.2 PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO SUGERIDAS PELOS CURSISTAS
Mediante nossos estudos e reflexões teóricas sobre a violência moral e
análise da realidade vivenciada e manifesta pelos Jovens Escolares, turma “A” do
Primeiro Ano do EM, do Colégio Estadual Professor Darcy José Costa e Grupo de
Trabalho em Rede – PDE/SEED/Pr, para a superação da violência entre jovens e
jovens e educadores no interior da escola, acreditamos ser de grande contribuição
que:
1 - O educador proporcione através de sua disciplina, uma reflexão que contribua
para que o aluno entenda e assuma seus deveres, respeitando os direitos dos
outros, para isso, é preciso ajudá-lo a compreender, que para exigir direitos é
necessário cumprir com os deveres, que antes de tomar qualquer atitude para
com o outro é preciso colocar-se em seu lugar, e analisar o como se sentiria se
tal ação ou atitude fosse para si.
2 – Agir pedagogicamente, observar e conhecer o aluno, procurando soluções
para conflitos, intervir mediando os conflitos decorrentes dos xingamentos, falta
de respeito para com o outro, apelidos pejorativos que humilham e denigrem a
imagem do outro, procurando despertar e conscientizar o jovem para o
cumprimento de normas, regras, direitos e deveres, responsabilidades e
23
compromissos para com o bem comum. Uma postura que exige do educador
persistência e dedicação com resultados a médio e longo prazo
3 - Articular ações com objetivo de despertar nos jovens escolares sensibilidade
e respeito entre si e para com os educadores. Educar para valores éticos e
morais respeito e disciplina.
4 – Desenvolver ações articuladas na escola envolvendo familiares e
comunidade, já que o aluno reproduz na escola o que vivência em seus lares, na
rua, na comunidade e nos meios de comunicação a que têm acesso. Ao
professor, cabe o papel de articular didaticamente, através dos conteúdos da sua
disciplina, mecanismos que proporcionem aos alunos reflexões que os ajudem a
se colocarem no lugar do outro, a perceber como se sentiria, ajudando-o a ter
atitudes, ou tratar os demais como gostaria de ser tratado.
5 - A escola por sua vez, tem papel fundamental na formação do aluno. Neste
caso, cabe a nós professores estudar, entender, compreender e buscar meios e
recursos pedagógicos para enfrentar a violência moral, achar caminhos, impor-se
diante das diferentes situações de violência de forma ética e justa. Utilizar-se de
sua atividade ou disciplina e desenvolver ações mediadoras, para melhorar as
relações de covivência no espaço escolar e no dia a dia de sala de aula.
6 - Violência no contexto escolar enfrenta-se com atividades diferenciadas, com a
compreensão dos educadores de sua realidade, com dinamização do seu
trabalho, a resignificação dos conteúdos e o desenvolvimento de metodologia
que envolva o aluno de forma dinâmica no processo de construção da
aprendizagem, bem como na compreensão e vivencia das regras e disciplinas
importantes para a boa convivência social. Com propostas de trabalho pautada
na autenticidade, no diálogo, respeito, reciprocidade, superação das punições
autoritárias bem como, o sentimento de impunidade.
7 - A partir das disciplinas a fins, trabalhar o teatro, a música de forma prática e
dinâmica proporcionado, através das possibilidades interativas que tal conteúdo
24
melhore o relacionamento entre os alunos contribuindo significativamente para a
superação da violência entre os jovens escolares.
8 - Buscar a superação da indisciplina e da violência moral no pátio da escola,
durante o intervalo do recreio, envolvendo o jovem, propondo que cada dia da
semana uma série - jovens identificados como “cuidadores” do pátio, com a
responsabilidade de manter a ordem e o respeito pelo diálogo, sempre
acompanhado por reforços positivos. Valorizando os bons resultados, contribuí
significativamente para melhorar o respeito e o relacionamento entre os alunos
além de despertar o espírito de co-responsabilidade.
9 - Manter um grupo de estudos entre os professores, equipe pedagógica e
funcionários. Construir coletivamente a identidade da escola. Refletir sobre
questões, como:
- O que a escola está propondo para os alunos em relação cultura e o
ambiente escolar? Que tipo de ambiente é esse? É um ambiente solidário,
curioso, aberto, acolhedor? Quem são os indivíduos envolvidos? A que vieram
e em que podem contribuir para o bem coletivo? Quais os interesses
despertados, quando sabemos que a escola para a grande maioria dos
alunos, é o único espaço que lhes permite ampliar a sua visão de mundo, de
si mesmos e das interferências dos diferentes conceitos nas relações e até
mesmo na realização pessoal dos diferentes sujeitos?
10 - Buscar leituras que possa subsidiar os educadores sobre algumas temáticas
tais como: Desarmando violência; experiências docentes na formação cidadã;
experiências docentes na formação de valores éticos; Direitos humanos;
formação de redes de proteção; enfrentamento das doenças sociais: drogas, falta
de tolerância, exploração, abuso de poder, construir participativamente e
coletivamente o Projeto Político Pedagógico da Escola, Regimento Interno;
11 - Criar uma comissão ou utiliza-se do já constituído Conselho Escolar para
estabelecer momentos periódicos de avaliação da caminhada educacional: pela
equipe técnica pedagógica, pelos professores, pelos funcionários e pelos alunos,
25
com uma síntese fidedigna dos diferentes seguimentos estabelecendo metas
coletivas para superar as dificuldades.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sugestões advindas do grupo de estudos do Colégio Estadual Professor
Darcy José Costa e do Grupo te Trabalho em Rede – PDE – 2010 – Seed/PR
confirmam o quanto podemos e devemos fazer, a partir da compreensão do “mundo”
do jovem escolar, do fenômeno da violência moral e de como são constituído seus
conceitos, sentimentos e expectativas para superar a violência moral no cotidiano
escolar.
Cabe, portanto, ao docente, o agir pedagógico mediando os conflitos
decorrentes da falta de respeito para com o outro, procurando despertar e
conscientizar para o cumprimento de normas, regras, direitos e deveres,
responsabilidades e compromissos para com o bem comum. Colocando para o
aluno, as ideias e conceitos éticos e morais, justificativas os porquês. Enquanto as
ações e atitudes tomadas pelos educadores devem ser éticas e justas, respeitando
as individualidades de cada aluno. Tratando as atitudes ou ações corretivas de
forma individual e em grupo, sempre refletindo as causas e as consequências dos
atos, para si e para os outros, ponderando e discernindo aquilo que vem somar
positivamente daquilo que não contribui e precisa ser eliminado. Buscar mecanismos
que propicie o fortalecimento de laços de amizade e desenvolva o espírito de
cooperação entre todos, com atitudes que contemplem o respeito, educação e
tolerância e fortaleça a formação humana do educando.
Os educadores podem conseguir muito com os educandos na medida que partem da confiança (e não da desconfiança, como normalmente ocorre) e propiciam sua participação e responsabilidade na organização da coletividade. (Vasconcellos 1994, p.83).
26
Creio que a escola tem saída e continua a ser o espaço privilegiado de
formação humana e de construção do conhecimento. E que, é evidente, se nós
educadores deixarmos de lado o humano perderemos o rumo e o sentido da
educação escolar.
REFERÊNCIAS ABRAMOVAY, Miriam. Percepções dos Alunos sobre as Repercussões da Violência nos Estudos e na interação Social na Escola. MEC. jun. 2002.
ALVES, Luiz Alberto Souza. Cultura religiosa, caminhos para a construção do conhecimento. Curitiba, PR, X Editora IBPEX. 2009.
AQUINO, Julio Groppa.(org.) Autoridade e Autonomia na Escola: alternativas Teóricas e Práticas. São Paulo, Summus, 1999.
____________ Diferenças e Preconceitos na Escola: Alternativas Teóricas e Práticas. São Paulo, Summus, 1998.
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BOFF, Leonardo. Virtudes para um outro Mundo Possível: Convivência, Respeito & Tolerância. Petrópolis, RJ, Vozes, 2006.
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, Secretária de Educação Básica. Ética e Cidadania: Construindo Valores na Escola e na Sociedade. Brasília, DF, 2007.
27
NOVAIS, Elaine Lopes. É possível ter autoridade em sala de aula ser autoritário? Linguagem & Ensino, Vol. 7, n. 1, 2004 (15-51).
PAIS, J. M. Ganchos, tachos e biscates: jovens, trabalho e futuro. Lisboa: Âmbar, 2003.
PÁTARO, C. S. O. Sentimentos, emoções e projetos vitais da juventude: um estudo exploratório na perspectiva da teoria dos Modelos Organizadores do Pensamento. 2011. 232 f. Tese (Doutorado) – Faculdade de Educação,
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POLIDORO, Lurdes de Fátima; STIGAR, Robson. A Transposição Didática: A passagem do saber científico para o saber escolar. s/d. disponível em: http://ciberteologia.paulinas.org.br. Acesso em 31/07/2011.
PUPO, K. R. Práticas de violência moral no interior da escola: um estudo exploratório das representações do fenômeno sob a perspectiva de gênero, 2007. 242 f. tese (Mestrado), Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, 2007.
SANTOS, Antônio Raimundo dos. Ética: Caminhos da realização humana. São Paulo, Ave Maria, 1997.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Disciplina: Construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na Escola. São Paulo : Libertat; 1994.
_______________, Celso dos Santos. Construção do Conhecimento em Sala de Aula. São Paulo, Libertad, 1995.
ANEXOS
Secretaria de Estado da Educação
Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão – FECILCAM
PDE – turma 2010.
Questionário I
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Temática de Pesquisa: Violência Moral entre Jovens Escolares.
Nome (iniciais):_____________________Função: ___________________________
Tempo de atuação na Educação _________________________________________
Tempo de atuação no Colégio Prof. Darcy José Costa : _______________________
1 - Tem presenciado violência na escola entre os jovens? ( ) Sim ( ) Não.
2 - Com que freqüência? ( ) Quase nunca ( ) De vez em quando ( ) Sempre.
3 - Você caracteriza a indisciplina como violência? ( ) Sim ( ) Não.
4 - Na sua opinião as ocorrências de violência entre os jovens são (enumere pela
maior frequência):
( ) Física ( ) Moral / psicológica ( ) Física e moral
5 - As evidências da violência entre os jovens são mais freqüentes (enumere pela
maior frequência):
( ) No pátio do colégio ( ) Na sala de aula ( ) No trajeto de casa ao
colégio
6 – Os atos violentos envolvem (enumere pela maior frequência):
( ) Aluno & Aluno ( ) Professor & Aluno ( ) Comunidade & Aluno
7 - Diante da ocorrência de atos de violência envolvendo alunos se recorre:
( ) Patrulha Escolar ( ) Conselho Tutelar ( ) Delegacia ( ) Família
( ) Outras. Quais? _________________________________________.
8 – Na sua opinião os atos de violência interferem no dia a dia da vida escolar?
( ) Muito ( ) Algumas vezes ( ) Pouco ( ) Não interfere.
9 – De acordo com a realidade vivida no dia a dia da escola e com base em seus
conhecimentos, enumere em ordem de importância (de 1 a 10), qual o maior
“causador” de violência moral entre os jovens na Escola:
( ) Mídia (televisão – internet) ( ) Uso de Drogas
( ) Falta de limites da Família ( ) Falta de formação Religiosa
( ) Sensação de Impunidade ( ) Pobreza e desemprego
( ) Falta de Policiamento ( ) Aulas Monótonas
( ) Individualismo e descompromisso social ( ) Falta de perspectiva do aluno
10 – Descreva outras situações relacionadas ao tema e que considere relevantes
(pode usar o verso da folha):
29
Questionário II
Temática de Pesquisa: Violência Moral entre Jovens Escolares.
Nome (iniciais): ___________________ Aluno do Ensino: ________ Idade _____
Há quantos anos estuda no Colégio Prof. Darcy José Costa?___________________
1 - Você já sofreu algum tipo violência na escola? ( ) Sim ( ) Não.
2 – Se sim, que tipo de violência sofreu?
( ) Física (Agressões) ( ) Moral (xingamentos, humilhações, ameaças)
( ) Física e moral ( ) Outra: _______________________________
3 - Você denunciou a violência sofrida? ( ) Sim ( ) Não.
4 -Se não denunciou, por quê? __________________________________________
5 - Tem presenciado violência entre colegas na escola? ( ) Sim ( ) Não.
6 - Com que freqüência? ( ) Quase nunca ( ) De vez em quando ( )
Sempre.
7 - Quando se sente ameaçado ou com medo de alguma situação, você busca ajuda
de quem?
( ) Dos professores ( ) Do orientador ( ) Do diretor
( ) Dos amigos ( ) Dos pais ( ) De ninguém
( ) Outros: ____________________________________________________
8 - Ao perceber ameaças contra algum colega, você denuncia a alguém
responsável?
( ) Sim ( ) Não. Por quê? ____________________________________
30
9 - Em sua opinião o que deve ser feito para evitar atitudes de violência na Escola?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
10 - As situações de violência entre os jovens ocorrem com mais frequentes
(enumere pela ordem):
( ) No pátio do colégio ( ) Na sala de aula ( ) No trajeto de casa ao colégio
11 - Os atos violentos que você já presenciou envolveram:
( ) Aluno & Aluno ( ) Professor & Aluno ( ) Comunidade & Aluno
12 - Diante da ocorrência de atos de violência envolvendo alunos, na sua opinião, a
escola deve buscar ajuda junto a:
( ) Patrulha Escolar ( ) Conselho Tutelar ( ) Delegacia ( ) Família
( ) Outras. Quais? _____________________________________________.
13 - Para você, os atos de violência interferem no desempenho do estudante?
( ) Muito ( ) Algumas vezes ( ) Pouco ( ) Não interfere.
14 - De acordo com a realidade vivida no dia a dia da escola e com base em seus
conhecimentos, enumere em ordem de importância (de 1 a 10) qual o maior
“causador” de violência moral entre os jovens na Escola:
( ) Mídia (televisão – internet) ( ) Uso de Drogas
( ) Falta de limites da Família ( ) Falta de formação Religiosa
( ) Sensação de Impunidade ( ) Pobreza e desemprego
( ) Falta de Policiamento ( ) Aulas Monótonas
( ) Individualismo e descompromisso social ( ) Falta de perspectiva do
aluno
15 - Na sua opinião, o que pode ser feito para evitar atitudes violentas na escola?
___________________________________________________________________
31
___________________________________________________________________
16 - Descreva abaixo alguma situação de violência moral que você já tenha vivido ou
presenciado na escola. Conte com detalhes como foi, quem estava envolvido, como
as pessoas se sentiram e como a situação foi resolvida (ou não):
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Faça uma ilustração que indique uma situação de violência moral que você já tenha
presenciado ou vivido na escola: