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Os tecelões de Gerhart Hauptmann: luta de classes no naturalismo alemão
Rodrigo Conçole LAGE 1*
Resumo
O objetivo desse trabalho é apresentar a peça Os tecelões do dramaturgo alemão Gerhart
Hauptmann, prêmio Nobel de Literatura de 1912, analisando como elaborou sua obra.
Para isso, utilizamos o conceito de luta de classes.
Palavras-chave: Gerhart Hauptmann. Teatro alemão. Luta de classes
Abstract
The aim of this paper is to present the play The Weavers of german playwright Gerhart
Hauptmann, Nobel Prize winner for literature in 1912, analyzing how it developed. To
that end, we use the concept of class struggle.
Keywords: Gerhart Hauptmann. German theater. Class struggle.
1. Introdução
Gerhart Hauptmann, prêmio Nobel de Literatura de 1912, foi um romancista,
poeta, novelista e dramaturgo alemão nascido na Silésia, em Obersalzbrunn, no ano de
1862. Apesar de ser um dos grandes nomes do naturalismo2
1 alemão, tendo sido
profundamente influenciado por Henrik Ibsen, enquadrá-lo unicamente como um
membro dessa escola é construir uma visão limitada de sua obra.
Sobre a questão, Voigt afirma que “houve quem quisesse considera-lo
naturalista, realista, romântico ou neorromântico, simbolista, clássico e, até mesmo,
supra-realista” (VOIGT, 1973, p. 42). Contudo, como sua obra passeia por diferentes
escolas literárias nenhuma dessas classificações da conta da complexidade de sua obra.
* Graduado em História (UNIFSJ), especialização em História Militar (UNISUL), em andamento, CEP:
28300-000, Itaperuna, Rio de Janeiro, [email protected]. 1 “O Naturalismo é uma forma de escrita derivada do Realismo. Nos dois casos o autor procura retratar de
maneira objetiva a realidade, sendo que, neste, a retração passa por uma análise do indivíduo
influenciando e sendo influenciado pelo meio, enquanto que, naquele, a retratação demonstra uma
predominância da animalidade do ser, na medida em que o comportamento humano é fruto do meio em
que vive o homem” (SILVA, 2014, p. 38). Essa influência do meio em que se vive é visível em Os
tecelões, na forma de agir e pensar da burguesia e dos próprios tecelões, como veremos na última parte
deste artigo.
Mas, no que diz respeito ao naturalismo, é uma fase de sua obra que se enquadra entre
os anos de 1887-1896. Além disso, há o chamado “realismo da velhice”
(HAUPTMANN, 1968, p. X) que engloba as peças:
Herbert Engelmann (1924, completada por Zuckmayer em 1952),
Dorotéia Angerliwnn (1925) e Antes do Crepúsculo (1931). Trata-se
de um realismo ligado à análise psicológica, e, em lugar da simples
apresentação de anti-heróis, de miséria e de desgraça, surge agora a
acusação às injustiças sociais e à corrupção (Idem).
Não é nosso objetivo apresentar um perfil biográfico do escritor, mas deve-se
destacar o fato de que entre seus antepassados encontravam-se tecelões silesianos, o que
lhe permitiu ter contato com sua pobreza. Tais reminiscências serão uma matéria-prima
importante para a construção da peça. Sua dramaturgia é pouco conhecida no Brasil e
as únicas peças traduzidas foram Os tecelões e Michael Kramer.
Suas peças naturalistas causaram reações controversas, que iam do aplauso ao
protesto, mas, ao mesmo tempo “demonstraram a exatidão da descrição do ambiente, a
técnica de sua arte dramática, a precisão de sua linguagem, a compreensão da psique de
seus personagens” (ROMANUS, p. 145). O maior exemplo dessas controvérsias, no que
se refere a peça aqui estudada, foi o fato de que após a sua apresentação no Deutsches
Theater, em 1894, “o Imperador Guilherme II cancelou, irado "pelo tom revolucionário
do drama", o camarote imperial naquele teatro, e as discussões prosseguiram agitadas”
(HAUPTMANN, 1968, p. XIV). Guilherme II jamais lhe perdoou o fato.
2. Os tecelões3
2
A peça, escrita em 1892, dramatiza um fato histórico: a revolta dos tecelões da
Silésia, em 1844, motivada pela utilização de máquinas nas fábricas (o que gerou
desemprego e, consequentemente, a miséria entre os tecelões). Para escrevê-la, ele não
só leu várias obras sobre o assunto como também viajou para a região tendo “encontros
com o mencionado Baginski, um "partidário dos vermelhos", que – segundo a imprensa
local e voz corrente das autoridades de Langcnbielau – se compraziam em exagerar a
miséria dos pobres para "insuflar a revolução" (HAUPTMANN, 1968, p. XIII-XIV).
2 Existem duas versões da peça, uma no dialeto silesiano e outra parcialmente adaptada ao alto alemão. A
tradução não contém nenhuma indicação sobre qual foi a versão utilizada.
A peça é dividida em cinco atos nos quais vemos, dentro de um processo
gradativo, como a exploração inicialmente aceita gera tensões que vão se ampliando até
explodirem e gerarem uma revolta coletiva que inicialmente é local, mas depois se
espalha para outros lugares. Vemos como a insatisfação e a revolta contra a exploração
vai aumentando. A partir desse viés vemos que, nessa peça, ele inova ao colocar como
protagonista não um personagem principal e sim o grupo. Mesmo que Bäcker e Moritz
Jäger “liderem” a revolta eles tem um papel secundário diante da coletividade, podemos
vê-los como uma espécie de canal das insatisfações e da revolta coletiva.
Anatol Rosenfeld, ao tratar da peça, afirma que não há uma unidade de ação,
nem uma continuidade progressiva. Nela, uma “série de “quadros”, sem encadeamento e
progressão inerente, é “escolhida” pelo autor (já que a própria dialética das cenas não
assegura o desenvolvimento) para “ilustrar” as condições de desamparo e sofrimento em
que se debatem os tecelões” (ROSENFELD, 1985, p. 95).
Examinado a peça vemos que são poucas as indicações temporais e elas
aparecem principalmente nos diálogos. Pela fala dos tecelões e tecelãs, no primeiro ato,
somos informados que ainda não é inverno: “É, principalmente se a gente pensar o que
vai ser no inverno, se isso aqui continua assim com êsses cortes de salário”
(HAUPTMANN, 1968, p. 17). Na didascália que abre o segundo ato vemos que ele se
inicia no final da tarde devido à menção “a luz fraca e rósea do crepúsculo”
(HAUPTMANN, 1968, p. 23). No terceiro ato vemos que ele transcorre à tarde: “UM
JOVEM GUARDA FLORESTAL E UM CAMPONÊS – (Êste com um chicote.
Ambos.) Boa tarde! (Ficam parados junto ao balcão.)” (HAUPTMANN, 1968, p. 54).
O cenário é descrito com precisão e abundância de detalhes, algo típico do
realismo, incluindo a forma como os personagens se posicionam. Todavia, as parcas
indicações sobre a iluminação nas didascálias são superficiais como vemos, por
exemplo, quando informa que “a luz fraca e rósea do crepúsculo penetra por duas
pequenas janelas da parede esquerda” (HAUPTMANN, 1968, p. 23) ou quando diz que
“do lado esquerdo, a luz penetra em todos os Aposentos” (HAUPTMANN, 1968, p. 96).
A didascália que contém a descrição dos cenários, localizada no início de cada ato, pode
vir acompanhada de outras informações:
(Langenbielau. - A modesta sala de trabalho do velho Hilse. À
esquerda uma janelinha, à sua frente um tear, à direita, uma cama,
perto dela uma mesa. No canto direito o fogão com o banco. Ao redor
da mesa, no escabelo, na beira da cama e no banquinho de madeira
estão sentados: o velho Hilse, sua mulher, igualmente velha, cega e
quase surda, seu filho Gottlieb e sua mulher Luise, absortos na oração
matinal. Uma bobina com dobadeira encontra-se entre a mesa e o tear.
Uma porção de instrumentos de fiar, dobrar e tecer estão guardados
sôbre as vigas enegrecidas do fôrro. Delas pendem Jongas (sic)
madeixas de fios. Uma porção de quinquilharias espalhadas pelo
quarto. O aposento, muito estreito e baixo, possui uma porta no fundo,
que dá para a casa. Na casa defronte a esta porta, uma outra porta
encontra-se aberta, permitindo vislumbrar o interior de outra seleto.
(sic) de trabalho, semelhante à; (sic) primeira. A casa é revestida de
pedras, apresenta rebôco danificado e possui uma escada ruinosa a
conduzir para a residência: Sobre um banquinho vê-se parte de uma
selha; peças de roupa surrada, utensílios domésticos de gente
amontoam-se desordenadamente. Do lado esquerdo, a luz penetra em
todos os aposentos.) (HAUPTMANN, 1968, p. 95-96)
Os personagens, por outro lado, pelo fato da peça ter como protagonista a
coletividade, são descritos de forma sumária: “os homens, parecidos uns com os outros,
todos mirrados, meio submissos, são na maioria pessoas pobres, de peito cavado e
tossegosas, cujos rostos apresentam um colorido pálido-sujo” (HAUPTMANN, 1968, p.
4). Isso acontece mesmo quando descreve um indivíduo como podemos ver na
descrição de August Baumert: “[...] seu filho August, dê vinte anos de idade, débil
mental, tronco e cabeça pequenos, extremidades longas, semelhantes às de uma aranha,
sentado em um banquinho, igualmente ocupado em enrolar o fio” (HAUPTMANN,
1968, p. 23).
As descrições físicas dão destaque à aparência, como forma de enfatizar o modo
como a exploração afeta a físico e a saúde dos tecelões, em contraste com outros
personagens de melhor condição financeira como vemos, por exemplo, na descrição da
filha do proprietário da hospedaria: “Anna Welzel, moça bonita de dezesseis anos, com
esplêndidos cabelos ruivos, (...), vestida discretamente [...]” (HAUPTMANN, 1968, p.
46). As referências à idade, quando aparecem, são aproximativas, “mais de cinquenta
anos”, “menos de trinta-e-cinco” (HAUPTMANN, 1968, p. 46). Raramente temos uma
descrição mais detalhada do figurino e mesmo essas são muito genéricas: “[...] a boina
de hussardo sôbre a cabeça, roupas e sapatos intactos, uma camisa limpa, sem
colarinho.” (HAUPTMANN, 1968, p. 30).
Pela própria natureza da peça, que tem como protagonista a coletividade, nós
temos como personagens tanto a multidão de anônimos (tecelões e tecelãs), não
havendo nenhuma indicação quantitativa na peça, quanto os personagens
individualmente listados (nominalmente ou não). E, como a cada ato novos personagens
aparecem, enquanto outros não reaparecerão, isso faz com que sua encenação requeira
um grande número de atores. Isso também serve “para reforçar a linha do personagem
coletivo, já que não há só um como principal” (SANTANGELO, 2013, p. 5).
Devido às limitações de um artigo, não é possível analisar cada um dos
personagens, mas é preciso destacar que se dividem em três grupos. De um lado temos o
proletariado explorado pela burguesia que se revolta, no outro extremo temos a
burguesia que de opressora passa a ser oprimida, vítima da vingança dos tecelões.
No meio dos dois, temos os demais personagens que estão ou do lado da
burguesia (como o anônimo delegado) ou dos tecelões (como o professor Weinhold),
não sendo necessariamente membros do grupo que apoiam. A única exceção é o velho
Hilse que é um tecelão que, sem defender as ações exploratórias da burguesia, se opõe à
revolta, adotando a neutralidade na esperança da justiça divina.
São abundantes as indicações referentes ao momento da entrada, a
movimentação e a posição dos personagens, muitas delas acompanhadas de indicações
sobre a atuação ou a fala. Alguns exemplos são: “Levanta-se impetuosamente,
arrebatado, em fúria delirante” (HAUPTMANN, 1968, p. 43); “O almoxarife Pfeider
está de pé, atrás de uma grande mesa” (HAUPTMANN, 1968, p. 3); “Chegando”
(HAUPTMANN, 1968, p. 3).
São também abundantes as didascálias referentes à atuação. Elas englobam os
gestos (“Tocando o menino” (HAUPTMANN, 1968, p. 15)); as atitudes (“Subitamente
excitado, fanático” (1968, p. 40)); e expressões (“Com um sorriso idiota e espantado”
(HAUPTMANN, 1968, p. 34)). Assim como as da fala que descrevem o tom de voz,
“Grita para dentro” (HAUPTMANN, 1968, p. 119), e o modo como se fala, “Com
fúria” (HAUPTMANN, 1968, p. 107). Tais indicações visam não só a produção de um
efeito dramático, mas também dar maior realismo às cenas.
3. Proletariado X Burguesia em Os tecelões
Por meio da leitura do Manifesto Comunista vemos que, para o Marxismo, a
sociedade divide-se em duas classes: proletariado e burguesia. E o critério adotado para
dividi-la foi a relação entre os donos do capital e os que têm a força de trabalho para
vender. Essa divisão se encaixa perfeitamente na peça onde de um lado temos os
tecelões que produzem os tecidos, e do outro temos os proprietários das firmas que os
compram.
A firma de Dreissiger é o cenário do primeiro ato, onde podemos ver,
inicialmente, a exploração e submissão dos tecelões. Vemos como Neumann, o caixa, e
Pfeifer, um ex-tecelão que havia ascendido ao cargo de almoxarife, exploram os
tecelões e os desprezam. Os dois agem como se não pertencessem ao proletariado, pois
há uma identificação deles com a burguesia. Essa identificação se apresenta por meio da
ideologia criada pela burguesia, que é difundida entre aqueles que ela domina. Assim,
alguns dos oprimidos (que não se veem como tais), atuam como instrumentos da
burguesia na opressão dos demais membros da classe trabalhadora.
PFEIFER – (Tomando rapé.) Heiber, eu não tenho só você para
atender. Os outros também estão esperando a vez.
TECELÃO REIMANN – Foi assim que eu recebi os fios. Eu os
coloquei no tear e assim os tirei. Não posso trazer uma linha melhor
que aquela que levo.
PFEIFER - Se não lhe agrada, é só não vir mais buscar fio nenhum.
Há muita gente querendo esse serviço e que se contenta com qualquer
coisa.
NEUMANN (Para Reimann.) Você não quer pegar o dinheiro?
TECELÃO REIMANN - Mas de maneira alguma eu me posso dar por
satisfeito.
NEUMANN - (Sem mais se importar com Reimann.) Heíber, dez
moedas de prata. Desconto de cinco moedas de adiantamento. Sobram
cinco moedas de prata (HAUPTMANN, 1968, p. 107).
Reimann e os outros aceitam passivamente a exploração e a humilhação que
sofrem, da depreciação do seu trabalho (o que leva a uma diminuição do pagamento),
muitas vezes consequência da baixa qualidade da matéria-prima fornecida aos tecelões
(o que não deixa de ser uma forma de aumentar os lucros). Isso ocorre até que uma voz,
o tecelão Bäcker, levanta-se contra essa exploração:
BÄCKER - (Dirigindo-se aos que estão de pé por ali, sem abaixar a
voz.) Isso é uma gorjeta miserável e nada mais. A gente que trabalhe
de manhã até de noite. E depois que a gente estêve dezoito dias
debruçado em cima do tear, noite após noite, como um pano torcido,
meio zonzo de tanto pó e sufocando de calor, aí a gente afinal
consegue arrancar treze moedas e meia de prata (HAUPTMANN,
1968, p. 107).
Bäcker discute com Pfeifer que, indignado, chama Dreissiger, o proprietário da
firma, com quem também vem a discutir. Essa discussão reflete a famosa citação de O
manifesto comunista: “a história de todas as sociedades hoje existentes é a história das
lutas de classes" (MARX; ENGELS, 2005, p. 40). Apesar das diferenças sociais e
econômicas Bäcker não fica intimidado diante das ameaças e da arrogância com que é
tratado:
DREISSIGER - (Toma o dinheiro do Caixa com a maior
precipitação e atira-o sôbre a mesa de pagamento, de maneira que
algumas moedas rolam no assoalho.) Tome! – tome aí! – e agora
depressa – desapareça da minha frente!
BÄCKER - Primeiro eu quero meu dinheiro.
DREISSIGER - Aí está seu dinheiro; e se você não tratar de
cair fora... É meio-dia... Meus operários de tinturaria estão em hora de
almôço ... !
BÄCKER - Eu quero meu dinheiro na minha mão. É aqui que
eu quero meu dinheiro. (Toca a palma da mão esquerda com os dedos
da direita.) (HAUPTMANN, 1968, p. 14).
Pouco depois, um menino desmaia de fome e, para evitar maiores problemas,
ele leva o garoto para o escritório para cuidar dele. Algum tempo depois, Dreissiger
retorna para informar que o menino já está bem e faz um longo discurso contra os pais
que enviam suas crianças para o trabalho, pois o fabricante é apontado como culpado
quando alguma coisa lhes acontece. Ele complementa o discurso dizendo como é difícil
a vida de um fabricante enquanto o tecelão é sempre agradado. Esse lamento é, em
parte, fruto das críticas que os fabricantes estavam sofrendo da parte daqueles que não
queriam mais se sujeitar a exploração e que davam os primeiros passos para a futura
revolta:
DREISSIGER – (Controla-se, pergunta com uma calma
aparente de homem de negócios.) Êsse fulano também não participou?
PFEIFER – Êle é de Bielau. Êsses estão em toda parte onde
haja desordem.
DREISSIGER – (Tremendo.) Vou lhes dizer uma coisa: se
isso me acontecer mais uma vez, se mais uma vez passar pela minha
casa um bando assim de quase-bêbados, uma corja assim de pilantras,
como ontem à noite – com aquela canção infame ...
BÄCKER – O senhor está se referindo ao "Tribunal de
Sangue"? (HAUPTMANN, 1968, p. 13).
Tal discurso é extremamente tendencioso pelo fato de não apresentar as
dificuldades vividas pelos tecelões, devido aos baixos salários e as más condições de
trabalho, que os obrigam a colocar os filhos para trabalhar desde pequenos. Dreissiger
acusa os trabalhadores que criticam os fabricantes de se calarem sobre a difícil vida dos
patrões, mas incorre no mesmo erro ao não ver a vida difícil que os tecelões levavam
devido aos baixos salários e as más condições de trabalho .
Dreissinger reclama de sua situação dizendo: “E quanto não depende do
fabricante, e quanta gente não sorve dele e quer viver às suas custas!” (HAUPTMANN,
1968, p. 19). Todavia, esquece que como fabricante ele depende dos tecelões, sorve
deles e vive às custas deles por meio da exploração de seu trabalho. E, mesmo assim, os
tecelões concordam com ele e continuam a se submeter humildemente à exploração.
No segundo ato, na casa de Ansorge, vemos com mais detalhes a dura vida dos
tecelões e como a insatisfação vai se espalhando entre eles. Insatisfação que Jäger já
havia canalizado para atos concretos: “Deixe estar, êle levou uma lição. Eu e o Bäcker
ruivo, nós lha (sic) ensinamos, e antes de ir embora ainda cantamos as palavras do
Tribunal de Sangue!” (HAUPTMANN, 1968, p. 40). Mas, se no início vemos somente
o sofrimento e a luta pela sobrevivência, posteriormente nasce a esperança.
Os momentos finais, quando Jäger começa a ler a “Canção de Dreissiger” para
os que ali estão, não só trazem a tristeza e a revolta pela exploração como lhes incute o
desejo de agir para mudar as coisas. Desejo expresso nas últimas palavras desse ato,
ditas por Ansorge: “Isso precisa mudar, digo eu, que aqui estou. Não vamos permitir
que continue assim, não vamos permitir, aconteça o que acontecer” (HAUPTMANN,
1968, p. 43). Essas palavras são o prenúncio da revolta e marcam o nascimento de um
dos líderes da revolta. Assim, vemos como aos poucos, as revoltas individuais e
esporádicas vão surgindo e confluindo para algo maior.
Sobre a canção, podemos dizer que é uma crítica mordaz e ofensiva à exploração
sofrida que, mesmo sendo dirigida a Dreissiger e seus funcionários, faz deste um tipo de
arquétipo4 dos fabricantes e pode ser visto como uma espécie de Hino dos revoltosos.
Ao mesmo tempo, a letra transmite um lamento pela sorte dos pobres tecelões. A partir
do trabalho de Arivaldo Sacramento (2008, p. 99-105) sobre as cantigas de escárnio e
maldizer defendemos a idéia de que a canção pode ser classificada como um tipo de
cantiga de maldizer5
4:
Canção de Dreissiger
4 A palavra "arquétipo" vem do grego ἀρχέτυπος (archetupos), que deu origem a palavra latina
archetypum, com o sentido de primeiro modelo de algo. Nesse sentido, “o termo "Arquétipo" foi usado
por filósofos neoplatônicos, como Plotino, para designar as idéias como modelos de todas as coisas
existentes, segundo a concepção de Platão” (NOVAES, 2011). É nesse sentido que utilizamos o termo
nesse artigo. Assim, Dreissiger pode ser visto como um modelo, um tipo universalmente reconhecido do
burguês. 4 É um tipo de canção surgida na Idade Média onde o eu-lírico faz uma sátira direta a uma pessoa, cujo
nome pode ou não ser revelado (na peça é), muitas vezes utilizando agressões verbais e palavrões (nela
temos, por exemplo, “filhos do diabo” e “patifes”, entre outras ofensas).
Neste lugar existe um tribunal,
muito pior que o secreto.
Onde não há pronunciamento de sentença
Para tirar a vida ràpidamente.
Aqui se martiriza o ser humano.
aqui fica a sua câmara de torturas,
aqui suspiros inúmeros são contados
como testemunhas da miséria.
Os senhores Dreissiger são os algozes,
Os esbirros são seus criados,
Cada um dêles esfola o próximo,
sem procurar disfarçar seus instintos.
Todos vós, patifes, filhos do diabo...
exploradores vis, que
engordam às custas dos pobres,
maldição seja vossa recompensa.
Faça-se uma idéia desta angústia,
e da miséria dêstes pobres,
Muitas vêzes sem um pedaço de pão em casa,
Não é de se ter piedade?
Piedade, ah! um belo sentimento,
estranho para vós canibais,
cada um de vós já sabe o que quêr,
quereis a pele e a roupa dos pobres (HAUPTMANN, 1968, p.
41-43)
A sala de refeições de Welzel é o cenário do terceiro ato. Ali ficamos sabendo
que Dreissiger estava contratando mais tecelões e também da morte de um tecelão. Tais
acontecimentos demonstram que as condições de trabalho dos tecelões não sofreu
alterações. Pelas conversas temos uma visão das opiniões que os indivíduos de
diferentes setores da sociedade têm sobre eles. O viajante pode ser visto como um
arquétipo dos setores mais conservadores da sociedade ao demonstrar surpresa ao
comparar a suntuosidade do enterro com a miséria dos tecelões noticiada pela imprensa,
aparentando acreditar que tais notícias eram falsas.
No intuito de corrigir a visão equivocada do estrangeiro (e, consequentemente,
da sociedade influenciada pela ideologia burguesa) Wiegand explica que, por questões
de respeito aos familiares mortos, os tecelões contraem dívidas para pagar os enterros:
E quando se trata dos pais então, nesse caso predomina uma velha
superstição e os descendentes diretos e herdeiros juntam tudo, até o
último vintém, e o que os filhos não conseguem reunir, pedem
emprestado ao primeiro magnata que encontram. E depois as dívidas
submergem os pobres; pedem emprestado também ao padre ou ao
pastor, ao sacristão e a todos aquêles que encontram no caminho
(HAUPTMANN, 1968, p. 49).
O viajante não entende o porquê dos párocos não se oporem a isso. Com isso
revela, numa postura crítica ao clero, que a exploração dos tecelões não vem só dos
capitalistas. Ele denuncia o fato de que o clero não adota mais os princípios da pobreza
e da misericórdia evangélica, pelo menos para com os mais pobres. Não há interesse em
ajudar os necessitados, como Cristo fazia. Os tecelões são vistos somente como uma
importante fonte de renda a ser explorada. O que vemos é a total falta de amor e
caridade para com os paroquianos. Segundo Wiegand:
Num entêrro assim grandemente concorrido, o clero vê sua evidente
vantagem. Quanto mais numerosa a assistência, tanto maiores as
ofertas e doações. Quem conhece as condições aqui prevalecentes,
pode afirmar, sem hesitação, que os senhores párocos encaram com
pouca simpatia aos enterros modestos e silenciosos (HAUPTMANN,
1968, p. 49-50).
Posteriormente Ansorge, o velho Baumert e outros tecelões entram no
estabelecimento e, pelas declarações de um guarda florestal e as discussões mantidas
com um camponês, vemos que os conflitos e a exploração estão presentes nas relações
entre camponeses e proletariados:
PRIMEIRO VELHO TECELÃO – Isto é assim agora: O camponês e
o aristocrata estão no mesmo barco. Se um tecelão quiser uma
morada, diz o camponês: dou-lhe um buraquinho qualquer, desde que
me pague um bom aluguel e me ajude a fazer a colheita e se você não
quiser, tem de procurar outro lugar. Indo o tecelão a outro camponês,
êle obterá dêsse resposta idêntica.
(...)
O CAMPONÊS - (Revoltado.) Vocês, sem-vergonhas famintos, para
que servem? Por acaso sabem trabalhar a terra com o arado? Sabem
traçar sulcos retos ou levantar a aveia colhida e carregar a corroça?
Não servem para nada além de vagabundear e deitar-se com suas
mulheres, Vocês são uns merdões! E muito úteis! (HAUPTMANN,
1968, p. 57)
Logo depois, chegam mais tecelões, liderados por Jäger e Bäcker, e podemos ver
como a revolta cresceu e, de certo modo, os tecelões estão mais ousados. Mesmo a
chegada de um policial não os intimida. O guarda Kutsche e Witting discutem
violentamente (HAUPTMANN, 1968, p. 66-67) e mesmo que ele proíba os tecelões de
cantar a música Bäcker, num gesto de desafio, faz com que os tecelões a cantem para
depois saírem com a intenção de obter um aumento de salário da parte de Dreissiger.
O cenário do quarto ato é a residência de Dreissiger, que está revoltado com a
atitude dos tecelões. Ele perde o controle e discute com Weinhold, professor de seus
filhos, por defende-los. Enquanto isso, os tecelões estão se reunindo do lado de fora.
Pfeifer chega acompanhado pelo delegado, pois haviam prendido Jäger, ocorre uma
tentativa de interrogatório que fracassa. A atitude do Pastor Kittelhaus mostra, mais
uma vez, como os religiosos estavam a favor da burguesia, em detrimento dos tecelões.
O delegado sai com o preso para levá-lo à cadeia, mas a revolta explode na
libertação de Jäger e na surra dada aos que o prenderam. O pastor resolve sair para
tentar persuadir a multidão, mas também é atacado. Os tecelões começam a tentar
arrombar as portas para invadir e o medo invade o coração dos que ali estão. O ato
termina com a invasão da casa, sem que saibamos qual foi o fim dos que ali estavam.
A casa de Hilse é o cenário do último ato 6
5. Pelo desenvolvimento da peça era de
se esperar que a destruição da casa e da firma, combinada ao trágico fim dos que ali
estavam, fossem o ápice, mas não foi o que aconteceu. A ação desaparece de cena,
perdendo importância diante dos novos acontecimentos, e a história muda de rumo. A
peça passa a ter como ponto central o que ocorre na família de um tecelão quando ela se
divide entre quem adere e quem se opõe a revolta. Ali ficamos sabendo, por meio de
Horning, da destruição da casa e da firma de Dreissiger. Porém, em vez de apoiar a
atitude dos tecelões ele fica chocado com o que ouve: “Mas me contar que tecelões,
homens como eu e meu filho, fizeram coisas assim – nunca! Nunca, de modo algum vou
acreditar nisso” (HAUPTMANN, 1968, p. 101).
Vemos que o velho tecelão é um homem de rígidos princípios morais quando a
pequena Mielchen chega com uma colher de prata que ela, juntamente com outros filhos
de tecelões, encontrou jogada na frente das ruínas da casa do fabricante. Vemos que a
divisão na família começa a aparecer já que Luise hesita em devolver a colher: ”Se a
possuíssemos, teríamos do que viver por muitas semanas” (HAUPTMANN, 1968, p.
102). Por outro lado, a revolta continua se espalhando:
GOTTLIED – (Retorna. Ainda na casa, ofegante.) Eu os vi, eu os vi.
(A uma, mulher na, casa.) Estão aí tia, estão aí! (Na porta.) Estão aí,
pai, estão ai! Trazem varas de bambu, ancinhos e picartes, Já estão em
frente' da casa do Dietrich, fazendo barulho. Acho que estão
recebendo dinheiro. Ó Jesus, o que vai acontecer? Nem quero olhar.
Tanta gente, meu Deus, tanta gente! Se êles pegarem um impulso – ó
5 Deve-se destacar que o último ato gerou críticas devido a curva dramática da peça: “do 1o ao 4o ato há
uma elevação cada vez maior da ação, no 5o ato segue-se a queda” (ROSENFELD,1985, p. 95).
maldição, ó maldição! aí os nossos fabricantes vão passar por maus
pedaços (HAUPTMANN, 1968, p. 104-105).
Ao mesmo tempo em que a revolta vai crescendo, vemos como os participantes
chamam outros tecelões para também participarem e isso leva o velho Hilse a
condenação aberta da revolta, condenação alicerçada em seus princípios religiosos:
“Não vá se meter em uma coisa dessas, Gottlieb. O diabo tem parte nisso. O que êles
estão fazendo é obra de satanás” (HAUPTMANN, 1968, p. 105). Essa atitude revolta
Luise, dividindo totalmente a família.
LUISE – (Dominada por excitação apaixonada, com violência.) Sim,
sim, Gottlied, esconda-se atrás do fogão, pegue uma colher na mão e
ponha uma tigela cheia de leite nos joelhos, vista um paletó e diga
uma oraçãozinha, para que o pai fique satisfeito com você. – E isso
quer ser um homem? (HAUPTMANN, 1968, p. 105)
Dentro do teologia cristã encontramos o conceito de providencialismo.
Basicamente, o “ providencialismo” é um conceito teológico que exprime uma visão da
história dos indivíduos e das sociedades como processos governados e controlados por
Deus” (BALTODANO, 2011). Nesse sentido vemos que o velho tecelão se defende das
acusações de covardia e faz um longo discurso de defesa partindo de uma visão
providencialista da história a partir da qual os homens devem se sujeitar a vontade de
Deus. Ao mesmo tempo, ele é guiado pela ideia bíblica de justiça divina, ou seja, que
um dia todos os homens serão julgados por deus e terão que prestar contas dos seus
atos.
VELHO HILSE - Eu lhe digo, Gottlieb! Não duvide da única coisa
que nós, os pobres, possuímos. Para que eu teria ficado sentado aqui -
para que teria pisado os pedais durante quarenta anos e mais? Para que
eu teria olhado calmamente, vendo o outro lá em frente viver com
altivez e luxúria – fazendo ouro da minha fome e da minha miséria?
Para que então. Porque tenho urna esperança. Apesar de tôda a
pobreza, possuo alguma coisa. (Apontando pela janelas.) Pensei
comigo: você tem a sua parte aqui, eu a minha lá -no outro mundo. E
podem me esquartejar – eu tenho essa (sic) convicções. Foi-nos
prometido. Haverá um julgamento; mas não seremos nós os juízes. A
mim pertence a vingança, diz o Senhor, nosso Deus (HAUPTMANN,
1968, p. 108).
É possível interpretar a atitude de Hilse de duas formas. Primeiro, podemos ver
nela a adoção da ideologia burguesa pelo proletariado. Ao adotá-la, o tecelão passa a se
submeter docilmente aos burgueses, o que torna praticamente impossível a existência de
algum tipo de revolta. Mesmo quando ela tem o objetivo de melhorar a situação dos
tecelões. Mas, ao mesmo tempo, como já foi dito, sua submissão está baseada na adoção
de princípios religiosos. Mesmo que a religião também possa ser utilizada pela
burguesia como um instrumento de dominação, como vemos na própria peça, ela não se
reduz a isso.
É importante destacar que, segundo Erwin Teodor, a peça é “uma obra
carregada de mensagem espiritual” (HAUPTMANN, 1968, p. XXIV). Tal fato,
combinado ao misticismo presente em algumas de suas obras nos permite uma leitura
do texto a partir de uma perspectiva meramente religiosa. Nesse sentido, dentro de uma
perspectiva cristã, essa submissão é vista como uma manifestação da virtude do tecelão,
de sua “superioridade moral” quando comparada às ações dos demais tecelões; nas
quais identificamos uma falta de ética que os leva a violência, ao roubo e a destruição
dos bens alheios.
Os tecelões vão até a residência e tentam convencer o velho tecelão a se juntar a
eles, porém ele se recusa, o que causa indignação. Hilse chega a ser ameaçado: “JÄGER
- E fizeram muito bem! (Segurando o punho diante do rosto do velho.) Se você disser
mais uma palavra, lhe parto a cara” (HAUPTMANN, 1968, p. 114). Vemos que
Hauptmann não apresenta a revolta de forma idealizada, ele procura retratá-la com seus
aspectos positivos e negativos, o que não tira o mérito da revolta. Se alguns partem para
extremos há aqueles que procuram impedir que a revolta se transformasse em mero
bandidismo: “BÄCKER - Calma, calma! Deixe o velho. Pai Hilse: pensamos assim:
antes morto do que recomeçar uma vida dessas” (HAUPTMANN, 1968, p. 114).
Louise e o velho Baumert partem com os demais enquanto os outros
permanecem com o velho. Pouco depois, os tecelões entram em confronto com os
soldados e Gottlieb parte para salvar a esposa que o havia abandonado para seguir com
os outros tecelões. Há outra salva de tiros e o velho, que estava na janela, é morto
enquanto outras pessoas vão se unir aos revoltosos. A peça termina em aberto, com
Mielchen e mãe Hilse falando com o morto sem terem ainda se dado conta do que havia
acontecido. Para alguns críticos, o dramaturgo optou por esse final em aberto porque
não pretendia apresentar “uma pequena totalidade em si fechada” (ROSENFELD,1985,
p. 96), e sim um fragmento dessa realidade.
Esse final trágico permite discutir a questão da neutralidade e das consequências
sofridas pelos proletários que tentam assumir tal postura diante dos conflitos sociais,
mesmo correndo o risco de serem vistos como inimigos pelos companheiros. Mas, se
optarmos por examinar a peça dentro da ótica religiosa, adotando-se a interpretação
dada por Erwin Teodor no prefácio da peça, tal acontecimento faz do velho Baumert
uma espécie de mártir que está disposto a morrer por suas convicções religiosas.
Segundo Teodor (HAUPTMANN, 1968, p. XXIV), Hilse dá início a uma série de
personagens que atuam como porta-vozes de uma mensagem religiosa:
O velho Hilse é o primeiro representante de uma figura que, daí
por diante, será uma constante na obra de Hauptmann: o ser
humano bom, retraído, muitas vêzes passivo, indivíduo
geralmente religioso e simples, superior, pelas qualidades
morais e espirituais. Assim transforma-se, portanto, no seu
último ato, a peça de fundo social e profano em uma obra
carregada de mensagem espiritual.
Consequentemente, na visão do crítico, a temática social e religiosa estariam
presentes em Os tecelões.
Considerações finais
Ao examinarmos a peça Os tecelões à luz da teoria marxista podemos identificar
com clareza o tema da exploração do proletariado pela burguesia. Nesse sentido,
podemos ver a divisão do proletariado, o conflito entre os proletários que aderem a
revolta contra os que condenam a rebelião, como um de seus pontos centrais. A análise
da presença da temática religiosa, apontada em diferentes momentos, carece de maiores
estudos, o que fugiria aos objetivos desse trabalho, mas não pode ser ignorada. Ela abre
novas possibilidades e carece de maiores aprofundamentos.
Por fim, devemos destacar o fato de que o pequeno número de traduções e de
estudos, sobre o escritor e sua obra, contribui para que ele continue sendo pouco
conhecido entre nós. Esperamos que esse artigo possa servir para despertar o interesse
dos leitores e pesquisadores pela obra de Hauptmann.
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