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vancong
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Os telemóveis (brain-boilers) cozinham um ovo?
A pedido de várias famílias repeti a experiência para determinar se 2 telemóveis conseguem cozer um ovo, baseado na
hipótese que circula por aí na internet chamada "brainboiler.pdf". Da primeira vez que fiz o teste muitas pessas
apontaram-me o facto de eu não ter caracterizado a potência de emissão.
O objectivo deste novo teste é assegurar que os telemóveis estão numa situação em que têm muito pouca rede, e com
isso fazem a emissão de radiação com a maior potência possível. Nos dias de hoje não é fácil encontrar um sítio que
tenha pouca rede. Quer dizer, caves e sub-caves têm pouca rede, mas não tenho nenhuma à mão...
Então lembrei-me do teste que fiz quando fui comprar o meu microondas. Um bom microondas bloqueia toda a radiação
que é gerada lá dentro, e deve impedir ao máximo a radiação de sair. Como os fornos microondas emitem alguma da
sua radiação no espectro que os telemóveis usam então devem bloquear a radiação dos telemóveis.
Assim, para comprar o melhor micrrondas fui a uma loja com montes deles em exposição e para cada um deles pus um
telemóvel lá dentro e fechei a porta. Com outro telemóvel cá fora fiz uma chamada para o lá de dentro, e quanto mais
dificuldade tivesse em fazer a chamada então melhor era o microondas (porque mais radiação bloqueava e mais difícil
fazia a vida ao telemóvel no seu interior). Escolhi o melhor, claro, e ainda mais: nem era o mais caro!
Pegando nesse resultado decidi usar o meu forno microondas (que já sei que é dos bons) como um local de pouca rede.
Pus os telemóveis lá dentro como mostra a figura 1. NOTA: Não tentem fazer isto em casa! O hábito faz com que seja
muito fácil fechar a porta do microondas e carregar no START, e isso seria fatal para os telemóveis! E se calhar para
mais alguma coisa! Deixem estas experiências para os profissionais.
Figura 1 – Estaminé no microondas
Para ver se a rede ainda era mesmo mázinha dentro do forno então pus um software de monitorização no meu telemóvel
e vi o estado da rede com a porta aberta (figura 2) e com a porta fechada (figura 3). Para todos os cépticos aí fora que
duvidem como consegui tirar uma foto com a porta fechada... pois fiquem sabendo que foi com um terceiro telemóvel,
colocado lá dentro, a tirar fotos com temporizador.
Figura 2 – Sinal com a porta aberta
Figura 3 – Sinal com a porta fechada
Tentei fazer a experiência com a porta fechada, mas o meu microondas é bom demais para isto e a chamada caía de
cada vez que fechava a porta. Isto porque -95 é puxar um bocado aos limites... por isso tive de deixar uma greta como
mostra a figura 4. No bom espírito científico não voltei a medir com a greta porque tenho mais com que me enterter do
que passar a tarde toda nisto.
Figura 4 – Estaminé definitivo (com greta)
Tal como da outra vez usei um ovo crú, e liguei a televisão para ter sempre algum som (e confirmei que estava de facto a
passar som na chamada). Mas desta vez os telemóveis fechados no microondas faziam feedback, e por isso tive de
baixar o volume do altifalante num deles. E de tempos a tempos ligava para um dos dois telemóveis para confirmar que
a chamada ainda estava em curso (estava impedido).
Desta vez tinham muita bateria, mas como estavam a gastar muita energia durante a chamada o teste também não
durou muito tempo, apenas 1:24. Ainda bem, só vem confirmar que, de facto, estavam a radiar com potência elevada,
pois o telemóvel costuma aguentar cerca de 3:00. Note-se que o teste original dizia que o ovo ficava cozido em 1:05!
Depois do teste parti o ovo (que ainda estava frio) e confirmei que estava crú (figura 5).
Figura 5 – Ovo Crú ao fim de 1:24
Depois pus um bocadinho de sal e cozinhei-o (figura 6).
Figura 6 – Cozinhado
Depois comi-o (figura 7). O sabor não estava diferente do de muitos outros ovos que já comi na vida.
Figura 7 – Prova arquivada
Rogério, 2006-10-15