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Pajuçara - da primeira moradia a cartão-postal: a urbanização turística em Maceió e a criação de um novo olhar para a cidade DUARTE, Rubens de O. MANHAS, Adriana Capretz B. S. Resumo Este artigo tem como objetivo analisar a urbanização turística implantada em Maceió a partir da década de 1970 e a relação do bairro da Pajuçara como ponto de inflexão do novo olhar para a cidade. Neste contexto, de um lado se encontrava o mar e do outro a laguna, águas da cidade que faziam-se presentes no imaginário turístico local até então. A urbanização da praia da Pajuçara, no entanto, como produto turístico, proporcionou uma reestruturação urbana, com grande valorização do mar. Os investimentos na região dinamizaram o espaço e provocaram efeitos morfológicos, sociais, econômicos e ambientais na produção e consumo do espaço urbano. Como resultado aconteceu um distanciamento da população e do poder público em relação às demais regiões da cidade e a Pajuçara passou a ser um lugar de crescente valorização cartão-postal de Maceió. Palavras-chave: Urbanização turística, Maceió, Pajuçara, Produto turístico, Paraíso das águas. Pajuçara from your first home to a postcard: the tourist urbanization in Maceió and the creation of a new look the city Abstract Este artigo tem como objetivo analisar a urbanização turística implantada em Maceió a partir da década de 1970 e a relação do bairro da Pajuçara como ponto de inflexão do novo olhar para a cidade. Neste contexto, de um lado se encontrava o mar e do outro a laguna, águas da cidade que faziam-se presentes no imaginário turístico local até então. A urbanização da praia da Pajuçara, no entanto, como produto turístico, proporcionou uma reestruturação urbana, com grande valorização do mar. Os investimentos na região dinamizaram o espaço e provocaram efeitos morfológicos, sociais, econômicos e ambientais na produção e consumo do espaço urbano. Como resultado aconteceu um distanciamento da população e do poder público em relação às demais regiões da cidade e a Pajuçara passou a ser um lugar de crescente valorização cartão-postal de Maceió. Palavras-chave: Urbanização turística, Maceió, Pajuçara, Produto turístico, Paraíso das águas.

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Pajuçara - da primeira moradia a cartão-postal: a urbanização

turística em Maceió e a criação de um novo olhar para a cidade

DUARTE, Rubens de O.

MANHAS, Adriana Capretz B. S.

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar a urbanização turística implantada em Maceió a

partir da década de 1970 e a relação do bairro da Pajuçara como ponto de inflexão do

novo olhar para a cidade. Neste contexto, de um lado se encontrava o mar e do outro

a laguna, águas da cidade que faziam-se presentes no imaginário turístico local até

então. A urbanização da praia da Pajuçara, no entanto, como produto turístico,

proporcionou uma reestruturação urbana, com grande valorização do mar. Os

investimentos na região dinamizaram o espaço e provocaram efeitos morfológicos,

sociais, econômicos e ambientais na produção e consumo do espaço urbano. Como

resultado aconteceu um distanciamento da população e do poder público em relação

às demais regiões da cidade e a Pajuçara passou a ser um lugar de crescente

valorização – cartão-postal de Maceió.

Palavras-chave: Urbanização turística, Maceió, Pajuçara, Produto turístico, Paraíso

das águas.

Pajuçara – from your first home to a postcard: the tourist

urbanization in Maceió and the creation of a new look the city

Abstract

Este artigo tem como objetivo analisar a urbanização turística implantada em Maceió a

partir da década de 1970 e a relação do bairro da Pajuçara como ponto de inflexão do

novo olhar para a cidade. Neste contexto, de um lado se encontrava o mar e do outro

a laguna, águas da cidade que faziam-se presentes no imaginário turístico local até

então. A urbanização da praia da Pajuçara, no entanto, como produto turístico,

proporcionou uma reestruturação urbana, com grande valorização do mar. Os

investimentos na região dinamizaram o espaço e provocaram efeitos morfológicos,

sociais, econômicos e ambientais na produção e consumo do espaço urbano. Como

resultado aconteceu um distanciamento da população e do poder público em relação

às demais regiões da cidade e a Pajuçara passou a ser um lugar de crescente

valorização – cartão-postal de Maceió.

Palavras-chave: Urbanização turística, Maceió, Pajuçara, Produto turístico, Paraíso

das águas.

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Pajuçara - da primeira moradia a cartão-postal: a urbanização

turística em Maceió e a criação de um novo olhar para a cidade

Maceió, capital de Alagoas, faz parte do rol dos lugares reconhecidos pela beleza e

exuberância das paisagens naturais, e vem consolidando o imaginário de “paraíso das

águas”, apoiando-se na forte presença do mar como apelo turístico. Para Bastos

(1998), o modelo de turismo de massa é o modelo adotado na cidade, em

consonância com o que se pratica na região Nordeste. O mar, neste caso, representa

“o ‘Paraíso tropical’, onde vegetação abundante, sol e mar azul são os ingredientes

ressaltados para a composição de um dos cenários de lazer mais conhecidos do país

e amplamente divulgados como um dos nossos melhores produtos turísticos” (SILVA,

2004, p.63). Com a sedução pelo mar criou-se uma imagem de Maceió além dos

interesses do turismo, como a “cidade do mar” - um lugar que excede às suas

fronteiras pela forte atração da sua paisagem vinculada às praias (Figura 1).

Fig. 1 – Outdoor publicitário: referência a Maceió como “a cidade do mar”

Fonte: autor, 2016.

Este artigo faz parte da pesquisa da Tese de Doutorado em desenvolvimento e tem

como objetivo analisar como a urbanização turística implantada em Maceió a partir da

década de 1970 fez crescer os investimentos em toda a região marítima, dinamizou o

espaço em relação ao seu uso e ocupação e provocou efeitos morfológicos, sociais,

econômicos e ambiental na produção e consumo deste espaço. Para a análise destas

questões foram escolhidas a pesquisa bibliográfica e a documental como

procedimentos metodológicos, conforme Sá-Silva; Almeida; Guindani (2009):

A pesquisa documental é muito próxima da pesquisa bibliográfica. O elemento diferenciador está na natureza das fontes: a pesquisa bibliográfica remete para as contribuições de diferentes autores sobre o tema, atentando para as fontes secundárias, enquanto a pesquisa documental recorre a materiais que ainda não receberam tratamento analítico, ou seja, as fontes primárias.

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Para se compreender o papel do mar em Maceió, faz-se necessário retomar como se deu a relação entre a sociedade ocidental na história da humanidade e este tão sedutor espaço na atualidade, pois passa despercebido ainda para muitos o quão diferente já foi essa situação de apreço que se observa por todo o litoral.

O mar como tema da sedução do homem ocidental pela paisagem que o cerca é relativamente recente, fenômeno do século XVIII. Sua ocorrência como locus de contemplação é um acontecimento que foi amadurecendo ao longo da existência humana e encontrou uma ambiência favorável no século XVI na França, quando os poetas Théophile, Tristan e Saint-Amant começaram a perceber a paisagem da praia, e a remeter e propagar os sentimentos e prazeres relacionados a este ambiente. Anteriormente, na época clássica, o mar era visto pelo imaginário coletivo, como um mistério divino, que levava a uma repulsa quanto a uma aproximação e convivência dos homens (CORBIN,1989). Até o século XVII, banhar-se no mar ou no rio “era uma distração imoral, própria do povo sem educação” (idem, p. 71), princípio que adiou por muito tempo essa prática na cultura ocidental.

Ramos (2009) aponta a fruição das praias no Brasil a partir do pioneirismo do Rio de Janeiro no início do século XX, apesar de estudos apresentarem estes hábitos junto aos nativos do país já no período da descoberta. A consolidação deste desfrute se iniciou, segundo ele, com a moda do banho salgado importado da Europa com fins terapêuticos. A implantação de linhas de bondes nas principais cidades litorâneas do país, com destinação às praias – como ocorreu em Maceió, também foi muito importante para esta prática, uma vez que permitia o acesso ao mar com maior facilidade. Isto direcionou “a influência exercida pela consolidação do imaginário [da cultura do mar]”, e marcou “o início da especulação imobiliária da orla brasileira” firmando definitivamente esta fruição como algo que foi incorporado à cultura das cidades costeiras (idem, p. 50).

Nesta direção, o mar tem um papel importante para a ocupação do sítio que originou Maceió. Alagoas pertenceu à Capitania de Pernambuco até 1817 e a região que compreende o seu território era cobiçada principalmente por franceses, dentre outros saqueadores estrangeiros, que atacavam a costa marítima para contrabandear o pau-brasil existente na região. A costa litorânea que inclui a atual Maceió era constantemente vítima desses ataques. Assim, D. Pedro II, regente de Portugal em 1673, ordenou que o governador geral do Brasil, o Visconde de Barbacena, providenciasse meios para a ocupação da área correspondente à atual cidade, para povoar esta faixa do litoral com o objetivo de se combater tal ação (ALTAVILA, 1967). Embora esta ordem tenha sido dada no final do século XVII, sabe-se da existência da primeira casa em Maceió, no atual bairro da Pajuçara, pertencente a Manoel Antônio Duro, desde 1609. Dois anos depois, surgiriam as bases iniciais do povoamento, com o documento de doação a este morador de uma sesmaria abrangendo o território inicial da futura vila (CARVALHO, 2015). Pode-se considerar assim a Pajuçara como o loci da primeira moradia que se tem notícia no território maceioense.

Essa condição de abrigar a primeira casa não levou, no entanto, ao início do povoamento ocorrer na Pajuçara. Altavila (1967, p.101) defende que isso se deu na “encantadora enseada de Jaraguá, exposta à exuberância do sol nordestino”, e justifica: “foi providencialmente construída dentro daquela recomendação de Santo Tomás de Aquino ao Rei de Cipro, atinente à edificação de uma cidade que deveria ter ‘boa exposição ao sol’ (...)”. Em Jaraguá – localidade vizinha da Pajuçara, encontra-se o porto natural homônimo que possibilitava o atracamento de embarcações e fez do

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lugar um ponto importante para o acolhimento inicialmente dos contrabandistas, e depois do comércio formal.

O Porto de Jaraguá, segundo Veras Filho (1991, p. 21) foi a base do turismo em Maceió pela sua condição de exportador e importador dos principais produtos produzidos e consumidos na cidade e a sua consequente movimentação de navegação nacional e estrangeira1. Ele afirma que Maceió ser uma cidade portuária favoreceu a fatos turísticos isolados e que a população não percebia as belezas naturais existentes, consideradas como “meros ‘anexos’ do cotidiano, sem se vislumbrassem, com raras exceções, um pouco, sequer, a ‘jazida’ litorânea e lacustre de que éramos dotados”, ressaltando a importância do mar e da laguna para a cidade.

A Pajuçara passou pela apatia da população até o século XIX, comum em todo o litoral brasileiro, segundo Azevedo (2004, p.33), quando ele afirma que “a praia não é sequer percebida como paisagem, que tinha reduzido significado humano”. No final deste século, no entanto, despontou como um “arrabalde ‘marítimo’, bastante habitado”, como prática de famílias abastadas (Pedrosa,1998, p.58).

Jaraguá, por sua vez, despontava como o lugar de abrigo do porto marítimo – o que fez do bairro a porta de entrada da cidade pelo mar no século XIX. Ainda nesse contexto, no início do século XX, o bairro presenciou a construção da primeira orla marítima da cidade com a urbanização da praia da Avenida. A urbanização revestiu-se então de importância para o imaginário local, por ser a primeira orla contínua construída na cidade, afirmando o sentimento de urbanidade e modernidade, que ia se desvelando país afora.

Esse período coincide aquele no qual Veras Filho (1991, p.35) credita como o início do turismo na cidade - do final do século XIX até a década de 1920, quando existiram dois cassinos com “belíssimas coristas vindas da Europa, quase sempre da França, da Polônia e da Itália”. Aliado a isto, a cidade “vivia o seu maior apogeu literário”, sendo o ambiente de nomes que se tornariam grandes representantes da literatura e da cultura nacional, como Graciliano Ramos, Aurélio Buarque de Holanda e Jorge de Lima.

Dessa mesma época, um coqueiro (cocus nucifera), que nascera à beira-mar da atual praia da Ponte Verde, após a Pajuçara, tornara-se um símbolo local e para os visitantes: conhecido por “Gogó da Ema”, foi um marco na paisagem e no imaginário local pela tortuosidade do seu tronco (Figura 2). Não há uma precisão de quando ele nasceu e passou a ser percebido pela população, embora Luís Veras Filho, segundo Figueiredo (2011), afirme que tenha sido em meados dos anos 1910. Como certo tem-se que ele veio a tombar em julho de 1955. Tudo leva a crer que a sua importância simbólica só foi veerificada pela população e por turistas por volta da década de 1940. Veras Filho (1991), observa que Moreno Brandão, autor de “Vade-mecuum do turista em Alagoas” escrito em 1937, não faz referência a ele em seu trabalho, entendendo que até então ele não existisse como símbolo na cidade.

1 Apesar de Jaraguá ter uma importância como ancoradouro em Maceió, o porto definitivo e com infraestrutura capaz

de efetuar com melhor desempenho suas atividades só foi inaugurado em 1940 - serviços que se previa desde 1875 (www.portodemaceio.com.br).

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Fig. 2 - Gogó da ema: símbolo de Maceió – atração para moradores e turistas.

Fonte: Tenório; Dantas (2009, p.114).

Para Tenório (2009, p. 39), a introdução dos cartões-postais em Maceió ocorrido também no início do século XX, suscitou uma grande importância para o início do desenho do conceito local de turismo, e consequentemente da difusão das belezas naturais do estado “pois além de conhecer as belezas famosas de outros lugares do Brasil e do mundo, o postal despertou a sensibilidade do alagoano para as nossas paisagens e atrativos”.

Mas o turismo começou mesmo a ser sistematizado em Maceió no final da década de 1950, quando uma Lei Municipal de 1958, estabeleceu mecanismos de controle para esta atividade e “instituiu o Serviço de Turismo de nossa prefeitura, destinando-o a promover o turismo em nossa capital, através da divulgação de belezas naturais e de motivos paisagísticos, de orientação e facilidades aos visitantes, de fornecimento de informações, de organização de excursões, passeios a locais pitorescos, e centralizar as atividades diretamente ligadas ao turismo” (VERAS FILHO, 1991, p. 42).

Depois desta Lei municipal, iniciativas na esfera pública foram estruturando a política do turismo: o primeiro Plano Turístico para Maceió, em 1961; a criação do Conselho Estadual de Turismo (CETUR), em 1966, vinculada à Secretaria de Planejamento; e a criação da Empresa Brasileira de Turismo (EMBRATUR), em 1968. Mas estas ações não foram suficientes ainda para a estruturação do turismo em Maceió, segundo Veras Filho (1991), que elenca a campanha negativa de jornais do Sudeste contra o Nordeste, desestimulando o turismo na região; a improvisação nas ações locais em relação ao turismo; a falta de estrutura viária do Estado e a carência de leitos na cidade como fatores decisivos para isso. Uma ressalva quanto a sua colocação deve ser observada em relação à primeira questão: o país ainda estava firmando os passos iniciais para o reconhecimento do Nordeste como região, com sequelas ainda da divisão do Brasil, afirmada por Albuquerque Júnior (2011), estabelecido como Sul e Norte. Nesse sentido, o Sul era visto pela EMBRATUR como o lugar do trabalho, e o Norte como lazer – o que de certa forma favorecia ao Nordeste. Por outro lado, as novelas – que passaram a ser um fenômeno da televisão, ajudaram a disseminar a

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imagem deturpada do Nordeste atrasado e bucólico. Acrescenta-se a isso a questão do transporte aéreo – quanto aos elevados custos das passagens e à ausência de aeroportos no Estado ou a precariedade dos serviços prestados.

A década de 1970, por sua vez, consolida então o incremento inicial do turismo em Maceió, com uma ocupação do espaço físico da costa marítima ainda muito voltado para a praia de Avenida e para a área portuária de Jaraguá. A localização dessas praias direcionou uma ocupação no sentido sul da cidade – nos bairros do Prado, Trapiche da Barra e Pontal da Barra; e no sentido norte, a partir da urbanização da Pajuçara, as demais praias – praia da Ponta Verde, da Jatiúca e Cruz das Almas, respectivamente, começaram nas décadas seguintes a despontar no cenário urbano, dentre as praias que compõem o litoral norte da cidade (Figura 3).

Fig. 3 – Planta de Maceió em 1970: identificação da ocupação da orla marítima da cidade.

Fonte: Prefeitura Municipal de Maceió (1975, p. 64 e 65), com adaptações do autor.

Maceió ainda era uma cidade cujo bairro do Centro desempenhava uma grande importância urbana, concentrando as principais atividades administrativas e comerciais, de acordo com este fenômeno que ainda se fazia presente na maioria das cidades brasileiras. A relação de Maceió com o Centro, por sua vez, condicionou-se até boa parte deste período, a uma correlação com o mar e a laguna pelas funções complementares destas duas regiões com as atividades de comércio, serviço e lazer ali desenvolvidas e pela dinâmica da cidade de entender esta relação como integrantes dos anseios e necessidades dos moradores de então. Com o advento de uma nova orla marítima a partir da década de 1970, deu-se a expansão de novas áreas na cidade e uma reconfiguração urbana, e essa relação Centro/laguna/mar passou então por um período de readaptação e contextualização.

Com o advento da atividade turística, e a criação da Empresa Alagoana de Turismo (EMATUR), a imagem de Maceió como cidade tropical – o “paraíso das águas” foi

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crescendo permanentemente e ultrapassou as divisas do Estado. As belezas naturais associadas ao litoral fortaleceu a imagem local e propiciou marcos na paisagem que criaram uma forte identidade local para os moradores e turistas. Um bom exemplo disto foi um conjunto de coqueiros (cocus nucifera), que criou notoriedade na paisagem da Pajuçara na segunda metade do século XX, e deu nome à praia do seu entorno como Praia dos Sete Coqueiros. Por muitos anos estes coqueiros definiram o limite urbano daquela região, e até a atualidade permanecem reconhecidos como um importante ponto turístico da cidade (Figura 4).

Fig. 4 – Cartão-postal: 7 Coqueiros em imagem ainda bem natural da praia da Pajuçara.

Fonte: Tenório; Dantas, 2009, p. 101.

Essa grande vocação da costa marítima de Maceió como lugar de contemplação e beleza, evidencia a intenção de se inserir Maceió como destino turístico no cenário nacional, a partir da urbanização da Pajuçara, fazendo expandir a apropriação da costa marítima em direção ao litoral norte da cidade, e possibilitando investimentos públicos e privados no seu entorno (PREFEITURA MUNICIPAL DE MACEIÓ, 1975). Esta função turística utilizada como “argumento social” (BARROS, 1998), contribuiu para o fortalecimento da cultura da praia, materializando-se o turismo marítimo como expressiva identidade local. Desta forma, a percepção e valorização da paisagem marítima torna-se um elemento diferencial para o turismo da cidade, consoante o pensamento de Urry (1990) que afirma a atração do turista por paisagens que o seu olhar não encontra habitualmente em outros lugares no seu dia-a-dia. Nesta direção, Tuan (1980, p. 4) assim define percepção, comungando com o conceito desenvolvido neste contexto: “Percepção é tanto a resposta dos sentidos aos estímulos externos, como a atividade proposital, na qual certos fenômenos são claramente registrados, enquanto outros retrocedem para a sombra ou são bloqueados”.

O turismo voltado basicamente para a exploração das belezas naturais de Maceió e do Estado, representadas pelo mar e pelas lagoas, contribuiu assim para a criação da ideia de Alagoas ser “o paraíso das águas”, e consequente, isto levou à valorização da orla marítima em Maceió, pela atenção dispensada pelo poder público e setor hoteleiro para a região marítima da cidade.

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Apesar de a primeira orla marítima urbanizada de Maceió ter acontecido a partir de 1927 (DIÉGUES JÚNIOR, 1981) com a abertura e urbanização da Avenida da Paz, a urbanização da Pajuçara significou o ponto de inflexão do turismo local.

O investimento na urbanização da orla da Pajuçara como a propulsora do turismo da cidade levou aos seguintes efeitos na produção e consumo do espaço local: (1) morfológicos, (2) sociais, (3) econômicos, (4) ambientais e (5) na produção do consumo do espaço da cidade.

(1) morfológicos: houve uma alteração significativa da paisagem costeira da cidade, com o objetivo de se demarcar um contorno e um melhor acesso à praia, com aterros, asfaltamento da avenida beira-mar, e por exemplo, a construção do Alagoas Iate Clube – o Alagoinhas, edificação sobre pilotis no mar (Figura 5).

Fig. 5 - Alagoas Iate Clube – estrutura física original no final da década de 1970.

Fonte: Silva (1991, p. 125)

A urbanização da Pajuçara deu continuidade ao litoral norte da cidade com serviços que se estenderam por três quilômetros. A praia que tinha um aspecto natural, com coqueirais e a avenida margeando a sua orla, que se estendia até cerca de metade da sua extensão, recebeu asfalto e acessos para veículos. O conjunto da obra exigiu aterros para que comportasse todo o empreendimento, e possibilitou a criação de um novo vetor de crescimento da área urbana da cidade influenciado efetivamente pelo ideal de modernidade vigente no país, e proporcionou a consolidação daquela praia como a nova área de lazer local, fortalecendo o uso já existente como lugar de banho de mar. Para Macedo e Sakata (2003, p.13) – um parque linear, que cabe no conceito “como um espaço livre público estruturado por vegetação e dedicado ao lazer da massa urbana (...) um elemento típico da grande cidade moderna, estando em constante processo de recodificação”, o que levou a população a elegê-la como o novo ponto de atração da cidade.

Seguiu por uma extensão equivalente ao dobro do comprimento da praia da Avenida. É importante frisar que as duas orlas, fisicamente são separadas pelo Porto de Jaraguá. Dessa forma, não houve uma continuidade física de uma em relação à outra, criando-se espaços distintos entre si

(2) sociais: a Pajuçara que era inicialmente formada por sítios, e depois foi bairro de pescadores, com casas porta-janela, passa a receber os hotéis na orla e pousadas

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no interior do bairro, alcançando um “status” de bairro turístico, transformando a sua ocupação.

A limitação do número de leitos ofertados pela cadeia hoteleira era um dos entraves para o desenvolvimento do turismo na cidade na década de 1970. No primeiro ano desta década, os principais hotéis de Maceió se localizavam no Centro – Parque, Beiriz e Califórnia, totalizando 207 leitos, seguindo a tradição do início do século – quando numa primeira fase tinha-se os hotéis próximos à Estação Central; outra, nos arredores da Catedral. Com a construção do Estádio Rei Pelé em 1970 - o “Trapichão”, às margens da laguna, no bairro do Trapiche da Barra e a escassez de leitos, os alojamentos daquele estádio, no ano seguinte após a sua inauguração, passaram a funcionar como hospedagem em apoio aos hotéis existentes, transformando-se no Lagoa Hotel. Ainda nesta década, a concentração hoteleira passou para a praia da Avenida, à beira mar, também no Centro, e depois se instalou definitivamente na região das praias da Jatiúca e Ponta Verde, nos bairros homônimos, na década seguinte, criando novas centralidades. O atual Hotel Jatiúca, implantado na praia da Jatiúca em 1979, viria a ser um marco do turismo em Alagoas, símbolo do novo paradigma econômico do estado – o turismo (VERAS FILHO, 1991).

A nova localização dos hotéis e serviços da cidade firmaram uma reestruturação urbana nos arredores da Pajuçara. A urbanização turística da orla local (Figura 6) impulsionou o crescimento e despertou o interesse da população da cidade e turistas pelo lugar, possibilitando a multiplicação de serviços turísticos como bares, restaurantes, eventos, festividades e vida noturna.

Fig. 6 - Vista aérea da praia da Pajuçara no seu período de inauguração. Fonte: Prefeitura Municipal de Maceió (1974, p. 14 e 15).

Como consequência da turistificação do lugar, a apropriação da orla foi ficando mais seletiva com o passar dos anos, elevando-se a valorização imobiliária. A população de menor poder aquisitivo se fixou cada vez mais no interior do bairro, e mantém uma proximidade com a orla marítima, muitas vezes pelo lazer público existente, incluindo-se aí o banho de mar; e pela relação de trabalho – a pesca, a prestação de serviço nos empreendimentos comerciais e apartamentos de maior poder aquisitivo ou pelo comércio formal ou informal, principalmente de alimentos e artesanato. Uma parcela dos pescadores se integraram aos serviços turísticos, com a migração da pesca para o transporte de turistas em jangadas para a piscina natural existente no mar da Pajuçara, proporcionando uma nova atividade e captação de renda.

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(3) econômicos: investimentos e valorização da orla em detrimento da laguna e uma grande especulação imobiliária do bairro.

A compreensão da cidade - a partir da valorização do mar, como elemento designativo da imagem turística local, encontrou na década de 1970 condições favoráveis para a sua real efetivação a partir de então. Além da urbanização da praia da Pajuçara, a implantação da Salgema Indústrias Químicas S/A, na região sul da cidade, no bairro do Pontal da Barra; a implantação do Projeto Dique-Estrada na Laguna Mundaú, entre 1976 e 1982; e a construção da rodovia AL-101 Sul, em 1979, ligando a capital ao litoral sul do Estado; motivaram uma crescente desqualificação da imagem da laguna em Maceió. O Dique-Estrada foi o aterro de parte da laguna com um ganho de território na cidade de cerca de 202 hectares - o equivalente a aproximadamente 202 campos de futebol em tamanho oficial e impulsionou o uso do solo com uma conotação pejorativa e de degradação dessa região lagunar. A implantação da rodovia, por sua vez, reduziu a importância da laguna como transporte - sua função principal, e favoreceu ao turismo de praia (DUARTE, 2010) (Figura 7). Por sua vez, a expansão da urbanização da costa marítima nas décadas seguintes, a partir da Pajuçara, fortaleceu a região marítima com investimentos imobiliários.

Fig. 7 - O Dique-Estrada na época da sua implantação.

Fonte: GOVERNO DE ALAGOAS, 2010, com adaptações.

(4) ambientais: alterações no desenho natural da orla, descaso com o patrimônio histórico, impactos ambientais causados pelos aterros e desfiguração da vegetação nativa (Figura).

Uma matéria publicada no Jornal Gazeta de Alagoas em 10 de novembro de 1974, apresenta o discurso do prefeito da época, João Sampaio, na ocasião da inauguração: explica que ampliou a largura de toda a avenida em quatro metros, fez 90.000m³ de aterro e realizou a drenagem de todo o local (Tabela 1).

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Tabela 01 - Elementos paisagísticos implantados na urbanização da Pajuçara em 1974.

Quantidade Descrição

04 Campos de futebol

09 Campos de basquete e voleibol

----- Estacionamento para 600 veículos

07 Abrigos de ônibus

11 Praças

03 Playground

11 Barracas de coco

03 Postos de salvamento

----- Postos de embarque

01 Balança de pescado

118 Postes de iluminação

7.000 Árvores plantadas

32.000 m² Área verde Fonte: GAZETA DE ALAGOAS. Edição de 10 de novembro de 1974.

Com a consolidação da urbanização, as residências e construções de pequeno porte, foram substituídas por prédios verticais para uso residencial ou comercial e o patrimônio histórico não foi preservado. Dois exemplos se sobressaem nesse contexto: a demolição de uma construção conhecida por “casa rosada”, em 2005 (PORTAL DA ARQUITETURA ALAGOANA, 2017) e do “Alagoinhas”, que teve sua deterioração iniciada a partir também deste ano, quando as atividades de um clube recreativo que funcionava desde 1963 no local, foram encerradas (PINTO, 2015).

A casa rosada possuía um estilo arquitetônico neocolonial e se encontrava em processo de tombamento estadual para a sua preservação como patrimônio histórico, quando foi demolida e construído um prédio no local (PORTAL DA ARQUITETURA ALAGOANA, 2017). O Portal da Arquitetura Alagoana (2017) afirma que até a ocorrência da demolição da casa rosada não havia em Maceió um instrumento de proteção para construções históricas que estivessem fora dos bairros de Jaraguá e do Centro. O fato levou à criação desse instrumento pelo município por meio da instituição das UEP (Unidades Especiais de Preservação) para se evitar a repetição da destruição do patrimônio histórico da cidade.

O Alagoinhas, marco da arquitetura moderna maceioense, projetado pela arquiteta Zélia Maia Nobre, por muitos anos se caracterizou como um ponto turístico da cidade. Com a falência dos clubes recreativos urbanos, entrou em decadência no final dos anos 1990. Sua edificação ficou em estado de abandono, e aos poucos todo o glamour de várias décadas, foi acabando e atraindo marginais para o lugar. Como consequência, o poder público se apropriou do espaço e resolveu demoli-lo e fazer uma nova construção, sem referências ao seu significado simbólico para a cidade.

As duas construções – o antigo Alagoinhas e a demolida Casa Rosada - possuíam visibilidade para a população e os turistas, pois se encontravam no percurso daqueles que buscavam a Pajuçara para o lazer ou o desfrute ou descoberta de uma nova cidade.

(5) na produção do consumo do espaço da cidade: foi o momento em que a “geografia espacial” foi delimitada claramente em Maceió, tendo a orla marítima como

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lugar desejado para moradia e investimentos de alto padrão, contrariamente a todo o restante da cidade que não é revelado durante o city tour propiciado pelas agências de turismo e onde os “reais” problemas da cidade acontecem devido à falta de infraestrutura urbana (Figura 8).

Fig. 8 : A Pajuçara atual: “Praia da Pajuçara e Av. Silvio Viana” (cartão-postal)

Fonte: Assistel Turismo Distribuidora, s/d.

Esta urbanização como produto turístico possibilitou um novo olhar para a cidade, que direcionou uma reestruturação urbana a partir da década de 1970. Com a decadência da imagem da laguna na cidade, o turismo das águas se voltou de vez para o mar. O bairro do Pontal da Barra, localizado às margens da laguna, foge a este contexto, porque preserva um ar bucólico, atraído pela sua produção e comércio de artesanato e pela sua gastronomia. Mas mesmo assim, é carente de uma maior atenção no seu aspecto urbano e de infraestrutura turística.

Essa característica singular do Pontal da Barra decorre de um processo histórico de sua população contra as intempestividades naturais decorrentes das condições geográficas do lugar, e da luta em defesa da apropriação daquele espaço para moradia. Com a implantação da Salgema, na década de 1970, e sua tentativa de ampliação e expulsão dos moradores na década seguinte, criou-se uma situação de emergência, que resultou no tombamento do bairro em 1988, preservando a comunidade (VIEIRA, 1997). O Pontal da Barra guarda as características de bairro histórico, relacionado ao artesanato e folguedos local – a renda filé e os grupos folclóricos. O bairro “detém uma carga simbólica (...) sedimentando uma forte identidade coletiva” (GONÇALVES, 2009, p. 30), que possibilita um grande diferencial em relação a quem o conhece e atrai a atenção dos turistas e visitante.

No mais, a cidade caminha há muitos anos distante da sua periferia, criando uma imagem de “paraíso” de uma parte fracionada da sua costa marítima. Mesmo a praia da Avenida que foi a orla pioneira da cidade, e é passagem entre a praia da Pajuçara e as praias turísticas do litoral sul do Estado, não recebe uma atenção especial do poder público. As praias localizadas ao sul da cidade, as quais se configuram como um dos acessos de Maceió, também parecem não existir no espaço urbano: lá se encontra o emissário submarino que lança os dejetos da região marítima nobre de Maceió em suas águas, e a urbanização se apresenta de uma forma bastante simplificada. Ao norte, as praias que não estão urbanizadas ainda guardam um ar bucólico e são ainda consideradas distantes da “cidade”. Entretanto, esta situação

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está rapidamente se desfazendo devido à expansão do mercado imobiliário, que vem explorando o litoral norte para a construção de resorts, condomínios e clubes recreativos, causando sérios impactos ambientais.

A partir da década de 1970, um novo olhar realmente se vislumbrou sobre Maceió com a urbanização turística da Pajuçara. A imaginação daqueles que tinham o poder de intervir na conformação urbana local e criar novos paradigmas – o poder público, os empresários, o setor turístico, os técnicos - engenheiros e arquitetos - e a mídia – cada um com a sua parcela de contribuição, envolvimento, interesse e decisão, influenciaram um novo imaginário da cidade em relação às suas águas. Se até a década de 1970, o mar e a laguna formavam o que se pode classificar segundo Tuan (1980, p.108) como “as mais intensas experiências estéticas da natureza” em Maceió, a partir de então, essas experiências tomaram outro rumo. Como consequência, o paraíso das águas reflete-se sempre sobre o seus cartões-postais – do azul do mar, das canções que enaltecem suas praias, do símbolo que o turismo transformou a Pajuçara. Uma fascinação encontrou um atrativo especial na relação homem-natureza, nas descobertas e interações com o espaço litorâneo. Nessa direção, a Pajuçara se alinhou muito bem a esta evolução e o turismo desempenhou importante papel nessa proposição.

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