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PANORAMA DE INOVAÇÃO
TECNOLÓGICA E PROPRIEDADE
INDUSTRIAL: UMA PESQUISA COM
INDÚSTRIAS ALIMENTÍCIAS DA
REGIÃO SUDOESTE DO PR
Lindomar Subtil de Oliveira (UTFPR/FB)
Silviane Aparecida Tibola (UTFPR/FB)
Leila Cristina Huppes (FAMPER/PR)
Kazuo Hatakeyama (UTFPR/PG)
O presente artigo é decorrente de uma pesquisa de campo realizada
junto a treze indústrias de alimentos da região Sudoeste do Paraná,
visando investigar o nível de desenvolvimento de inovação tecnológica
e propriedade industrial (PI), bem ccomo o entendimento sobre os
referidos temas. Adicionalmente, o trabalho apresenta uma abordagem
teórica contextual sobre o assunto. Considerando-se que o complexo
econômico e industrial dessa mesorregião é sustentado principalmente
pelo segmento agroalimentar, a pesquisa reveste-se de informações
essenciais ao desdobramento de futuras ações que possibilitam às
organizações maior competitividade quando o assunto é inovação,
tecnologia e desenvolvimento. Os resultados do estudo apresentam
notáveis justificativas para as mais de 62% de empresas não inovarem,
tais como: baixo índice de qualificação profissional, riscos econômicos
excessivos e elevados investimentos. Em relação aos dois requisitos
elementares para medições de indicadores de inovação, sendo estes,
registros de (PI) e setor de P&D, evidenciou-se ínfima
representatividade. A demonstração deste cenário relacionado a um
tema emergente remete a reflexões e uma avaliação digna de
apreciação mais saliente da realidade regional. A superação dos
desafios da inovação é reverenciada pelo interesse empresarial
concernente ao assunto.
Palavras-chaves: Inovação tecnológica; propriedade industrial;
diagnóstico; indústrias alimentícias
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
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Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
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1.1
1. Introdução
O entendimento sobre os indicadores de inovação constituem elementos que propiciam
importantes avanços ao processo produtivo. A capacidade humana de inovar na sociedade,
nos governos, na academia e na indústria, compõe um requisito elementar para o fomento de
políticas de inovação e proteção do conhecimento gerado nas organizações. Sabe-se que essas
políticas num primeiro momento são desencadeadas a partir de observações, e posteriormente
da necessidade gerada no meio industrial ou na própria sociedade. Por conseguinte, elas são
resultados de uma força do processo de trabalho da indústria e da sociedade em geral. Pode-se
citar a lei do bem e da inovação, que são originadas de uma demanda empresarial cujo
objetivo é incentivar e beneficiar o processo inovador nas empresas.
Tratando-se de inovação no setor agroindustrial, este tem despertado enorme interesse, pois
segundo o relatório técnico do SENAI (2005), o setor mais importante da região Sudoeste do
Paraná é o de fabricação de alimentos e bebidas, com 60,14% da renda setorial em 2003, e um
crescimento de 9,68% em comparação a 1997. Apresenta-se como o segmento que mais tem
gerado emprego na região.
Diante desse contexto de expansão regional, torna-se proeminente estudar e compreender os
índices de inovação nesse ambiente, uma vez que contribui para oportunizar novas formas de
percepção e de estímulo ao progresso empresarial. Esse dinamismo tecnológico também pode
ser sentido analisando-se o número de patentes concedidas. O manual de Oslo (2005) define a
patente como um direito de propriedade sobre uma invenção, a qual tem como intenção o
direito da exploração comercial. Assim, a obtenção de dados a respeito das proteções geradas
por estas empresas também é sinônimo de compreensão do desenvolvimento econômico
destas.
Devido a relevância do tema e contribuição esperada do estudo desenvolveu-se essa pesquisa,
a qual teve como objetivo realizar um levantamento junto as empresas do ramo alimentício
industrial visando investigar o nível de desenvolvimento de inovação tecnológica e
propriedade industrial. A metodologia proposta contemplou a aplicação de questionário a
partir de um escopo de pesquisa que envolveu as agroindústrias regionais como unidades de
análise. Além disso, buscou-se amparo num arcabouço teórico para fundamentar os assuntos
abordados e dar consistência aos resultados do trabalho.
2. Abordagem conceitual da inovação
Diversos autores compactuam para conceituar inovação. Definiu-se pela acepção proposta
pelo renomado manual de Oslo (2005, p. 55), o qual apresenta que inovação é a
implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado,
podendo ser um processo, um método de marketing, novo método organizacional nas práticas
de negócios, na organização do local de trabalho ou nas atividades externas. Já Franco (2000,
p. 30) apresenta um viés das dimensões de desenvolvimento, seja econômico, social, cultural,
ambiental, físico-territorial, político-institucional, e científico-tecnológico, os quais mantêm
entre si uma relação de interatividade e interdependência. Para o autor, esses fatores são
igualmente promotores de crescimento e corroboram para a inovação, que deve contribuir
também de forma social e ambiental com os recursos tangíveis e intangíveis.
Vale ressaltar que a preocupação com os recursos e entendimentos que fazem parte deste
contexto, força o sistema político e regulatório brasileiro a se manifestar, cita-se o próprio
artigo II, item IV da lei nº 10973 que dispõe sobre incentivos à inovação e a pesquisa
científica e tecnológica no ambiente produtivo, definindo inovação como a “introdução de
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novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou social que resulte em novos produtos,
processos ou serviços” (Brasil, 2004). Outro amparo conceitual é encontrado no decreto
5.798, de 7 de junho de 2006, que regulamenta a Lei 11.196 (mais conhecida como Lei do
Bem) e define inovação tecnológica como sendo “a concepção de novo produto ou processo
de fabricação, bem como a agregação de novas funcionalidades ou características ao produto
ou processo que implique melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou
produtividade, resultando maior competitividade no mercado” (Brasil, 2006).
Estas definições resguardadas na lei são a representatividade do realismo industrial, e vem
sendo demonstrada por meio do relatório de Pesquisa de Inovação Tecnológica, PINTEC
(2008, p.20). Esta pesquisa aborda o processo de inovação e explica que as atividades
inovativas das empresas podem ocorrer através da Pesquisa e Desenvolvimento - P&D, seja
pesquisa básica, aplicada ou então de desenvolvimento experimental ou através de atividades
de aquisição de bens, serviços e conhecimentos externos. Estas são ações que culminam para
o atendimento do objeto inovação com diferentes abordagens e meios.
2.1 Políticas nacionais de apoio a inovação e os incentivos legais
O Brasil vislumbra de um histórico que vincula a inovação tecnológica diretamente com
políticas de ciência e tecnologia, contudo, tal prática não obteve grandes avanços ainda
(NICOLSKY, 2010, p. 29). O autor defende que esta é uma situação oportuna para um país
emergente, no sentido de buscar caminhos para alcançar um nível de produção, emprego e
renda distribuída compatível com as necessidades da sociedade. Esse argumento conduz a
reflexão sobre os programas de apoio do governo voltados para a pesquisa, desenvolvimento e
inovação. Assim sendo, a importância desse fomento público pode ser explicada em função de
um entendimento mais aprofundado por parte dos empresários em investir em inovação.
Conforme a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das empresas Inovadoras
(ANPEI) relacionado aos novos instrumentos de apoio a inovação (2009, p.7), cita que a nova
política tecnológica brasileira ampliou os incentivos fiscais estabelecendo programas de
subvenção direta às empresas para o desenvolvimento de projetos de inovação. Criou linhas
de financiamento com juros reduzidos, a partir da transferência de recursos orçamentários e
subvencionou a contratação de pesquisadores (mestres e doutores) pelas empresas. No
entanto, a utilização destes instrumentos visa atrelar a capacidade de organização e
planejamento por parte das empresas com o intuito de desenvolver inovação com potencial de
aplicação.
Adentrando no âmbito da Lei 11.196 (Brasil, 2005), constata-se a adoção de incentivos fiscais
por parte das empresas que realizam processos de desenvolvimento tecnológico industrial ou
agropecuário (PDTI ou PDTA), processos estes de P&D e inovação apoiados pelo governo
federal. Entre estes incentivos destaca-se a dedução na apuração do imposto de renda devido,
a redução do imposto sobre produtos industrializados (IPI) e depreciação acelerada dos
equipamentos comprados para P&D. Ademais, a amortização acelerada dos gastos para
aquisição de bens intangíveis para P&D e inovação, o crédito do imposto de renda retido na
fonte incidente sobre remessas ao exterior, a título de royalties, de assistência técnica ou
científica, e de serviços especializados para P&D (Brasil, 2005). Ressalta-se também a
redução a zero da alíquota do imposto de renda retido na fonte nas remessas efetuadas para o
exterior destinadas ao registro e manutenção de marcas, patentes e cultivares.
Esses incentivos propostos pela lei podem ser realizados em parceria com universidades ou
institutos de pesquisa, ou então serem realizados diretamente com as empresas. Os
financiamentos podem ser concedidos por bancos e agências oficiais, tais como: FINEP,
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BNDES e SEBRAE. Além de programas proeminentes como INOVA BRASIL, JURO
ZERO, PROGEX, PRUMO, SEBRAETEC, PAPPE entre inúmeros outros.
O aproveitamento eficaz de todos esses benefícios alavanca o progresso tecnológico do país,
pois estimula à capacitação tecnológica das empresas, seja através do cumprimento dos
requisitos da lei, possibilitando a recuperação dos custos tributários referentes às atividades de
inovação, ou por meio da participação em editais e chamadas públicas de acesso a capital que
promovem o desenvolvimento da inovação empresarial.
2.2 Panorama da inovação no Brasil e a pesquisa de inovação tecnológica (PINTEC)
A pesquisa de inovação tecnológica (PINTEC) realizada pelo IBGE e divulgada em 2008,
referente ao período de 2006 a 2008, trouxe um volume de informações enriquecedoras e
abrangentes sobre o esforço inovativo desempenhado pelas empresas brasileiras, o que
confirma a influência dos fatores econômicos conjunturais sobre a decisão de inovar.
Constatando através da literatura a importância da sua aplicação e amplitude dos resultados
para o desenvolvimento empresarial, principalmente enquanto referência em termos de
indicadores do progresso tecnológico foi que se construiu esse trabalho. A Pintec relaciona o
processo tecnológico como um aspecto essencial para o desenvolvimento econômico,
servindo de base para implementação e avaliação de políticas voltadas para a definição de
estratégias privadas.
Segundo OSLO (2010, pg 27), a mobilidade tecnológica também pode ser sentido por meio
da análise do número de patentes concedidas. Logo, denota-se a relação direta e o poder de
barganha que uma patente exerce sobre o mercado, principalmente se a organização souber
explorar essa inovação transformando-a em valor primordial para o desenvolvimento do país.
De acordo com o boletim estatístico do INPI, sobre os processos de patentes no Brasil no ano
de 2009, identificou-se que: 4.150 pedidos foram deferidos; 2.499 indeferidos; 9.363
arquivados; 2.073 eram patentes extintas e 3.153 cartas de patentes. Estes dados são
interessantes e fundamentam os dados emitidos pelo documento World Intellectual Property
Indicators 2010, os quais acenam que o conjunto de países, formados pelo Brasil, Rússia,
Índia e China juntos chegam a 30% de todos os pedidos mundiais nesse mesmo ano (2010).
2.3 A inovação na indústria de alimentos
A necessidade de produzir alimentos confere à cadeia industrial um pilar essencial para a
economia. Emaranhada por diferentes setores, desde o agrícola, serviços, insumos, aditivos,
fertilizantes, agrotóxicos, bens de capital até embalagens, esta cadeia de ampla interface com
outros setores industriais desponta como merecedora de atenção. A percepção da área é que as
principais inovações relacionadas ao mercado de alimentos estão direcionadas para insumos,
biotecnologia, bens de capital e embalagens. Neste segmento ocorre um fenômeno instigante,
uma vez que o comportamento do consumidor é fator determinante para as empresas
inovarem. Esta conduta pode ser justificada pela nova condição econômica do país a partir de
1995, que permitiu alterações no nível de renda, nos hábitos, gostos e preferências do
consumidor, afetando decisivamente o consumo e produzindo novas demandas na indústria
alimentícia.
Este mercado de referência na economia e indicador de desenvolvimento esteve atrelado a um
estudo proposto pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná – FIEP, Intitulado Setores
Portadores de Futuro para o Estado do Paraná - horizonte de 2015, publicado em dezembro de
2005. O foco voltou-se para a economia e a indústria de seis mesorregiões (Região
Metropolitana de Curitiba, Norte Central, Centro Oriental, Centro Ocidental, Oeste e
Sudoeste), a fim de validar as tendências e propor o desenvolvimento industrial. O estudo foi
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desenvolvido e analisado pela Fundação OPTI - Observatório de Prospecção e Difusão de
Tecnologia, propondo-se a seleção de setores portadores de futuro para o estado. A
metodologia sugerida indicou que as tendências consideradas mais promissoras para cada uma
das mesorregiões, devem atender a três critérios essenciais:
a) As capacidades existentes em função dos setores de atividade;
b) As oportunidades que oferecem as tendências tecnológicas de futuro;
c) Os novos modelos de negócio que irão marcar o desenvolvimento industrial.
Os resultados demonstraram que em todas as mesorregiões descritas acima, o setor mais
promissor e de destaque é o Agroalimentar, em especial para a indústria alimentícia,
enfatizando-se a produção de alimentos funcionais, produtos preparados, tecnologias de
conservação e embalagem. Este diagnóstico de prospecção futura para a referida área é de
extrema importância para nortear as ações e proporcionar o incremento de inovação
tecnológica aplicada. Em sendo estas abordagens de natureza prospectiva por meio dos
setores portadores de futuro, buscam entender e promover mudanças que, quando assimiladas
e levadas à execução, são norteadoras de desenvolvimento.
3. Metodologia
Este trabalho caracterizou-se por um levantamento exploratório. Como principais referências
metodológicas utilizaram-se as obras de Lakatos e Marconi (2001) e Gil (1999). Na
fundamentação teórica buscou-se explorar um referencial condizente sobre o assunto,
enfatizando conceitos, leis e fontes originais. Com relação a coleta empírica de dados,
aplicou-se um questionário junto as 20 maiores indústrias do segmento alimentício da Região
Sudoeste do PR, as quais foram selecionadas em função da sua representatividade econômica
para a região, e pela acessibilidade dos pesquisadores nestas empresas, quando da execução
de trabalhos anteriores de assessoria tecnológica e treinamentos. Salienta-se que o
instrumento de pesquisa foi pautado no modelo PINTEC (2008) e procurou avaliar a inovação
nas empresas no período compreendido entre (2005 e 2010). O questionário (Apêndice 1) foi
estruturado com 17 questões fechadas e quantitativas, abordando sobre o tema inovação e
propriedade industrial. O desenvolvimento do estudo e aplicação da pesquisa ocorreu entre os
meses de janeiro a abril de 2011por meio de arquivo eletrônico (e-mail) aos gerentes e/ou
responsáveis administrativos das empresas selecionadas, posteriormente, manteve-se diversos
contatos telefônicos a fim de estabelecer um índice maior de respostas.
Visando garantir o sigilo das empresas, os nomes destas não foram divulgados no trabalho,
sendo que, as informações foram tratadas e analisadas de uma maneira geral para todas elas.
No Quadro 1 seguinte, apresenta-se o panorama de atuação e a quantidade de organizações
que responderam a pesquisa.
Setor/Segmento de Atuação Qut. de Empresas Participantes
Farinhas 02
Frigorífico/indústria de transformação de carnes 06
Leites e derivados 02
Conservas Doces e Salgadas 01
Panificação e confeitaria industrial 01
Entreposto de ovos férteis e de consumo 01
Total de empresas 13
Fonte: Dados da pesquisa (2011)
Quadro 1 – Empresas/segmentos da pesquisa
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A seguir são demonstrados e discorridos os principais resultados encontrados.
4. Apresentação e análise dos resultados
Visando estruturar a demonstração das informações, as perguntas foram organizadas por
blocos no questionário. Desta forma, para facilitar a interpretação e exposição dos resultados,
estes foram apresentados e discutidos por tópicos.
Primeiramente, o questionário foi enviado como teste preliminar a três empresas integrantes
da pesquisa, solicitando para que estas apontassem sugestões, críticas e eventuais
incompreensões nas perguntas. A partir desse retorno prévio, enviou-se para o restante das
organizações. Com base no percentual de respostas, das 20 empresas que compunham a
população total, 13 responderam integralmente o questionário, representando um índice
satisfatório de devolução de 65%.
As primeiras três questões abordaram aspectos referentes ao perfil das empresas. Conforme o
Gráfico 1 a seguir, constatou-se que a parcela mais relevante de 46% das empresas possuem
entre 10 e 100 funcionários, e em igual percentual de 23% apresentam entre 101 e 500 e
acima de 500 funcionários.
Fonte: Dados da pesquisa (2011)
Gráfico 1 – Número de funcionários
Do total das empresas, apenas duas responderam a questão pertinente ao crescimento do
número de empregados. Uma apontou um aumento de 11% e a outra indicou uma evolução de
166% no quadro de pessoal.
No tocante ao mercado de atuação, o maior percentual (46%) tem abrangência nacional, 31%
atendem o mercado estadual e o restante de 23% opera em nível regional.
4.1 Aspectos estruturais, dificuldades da inovação e lançamento de novos produtos
Na sequência, buscou-se extrair informações a respeito do panorama de inovação. Nesse
sentido, questionando se consideravam a empresa inovadora, 38% declararam que sim,
enquanto que 62%, perfazendo a maioria, responderam que não. Esse número serviu para
comprovar o que foi apregoado pela literatura no que tange a dificuldade de inovar, apesar de
ser um assunto urgente no meio empresarial. Nesse mesmo viés, relacionado ao horizonte das
atividades que as empresas empreendem para inovar, dentre elas possuir um departamento de
P&D, apenas 8% das respondentes afirmaram possuir um setor estruturado para essa
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finalidade, enquanto 92% não disponibilizam. A estruturação desse departamento representa
enorme desafio para estas empresas iniciarem um processo planejado para o ambiente de
inovação, em razão das inovações serem na maioria das vezes o resultado do processo de
P&D.
Diagnosticando acerca do lançamento de novos produtos, constatou-se que 31% das empresas
introduziram produtos tecnologicamente modificados no período (entre 2005 e 2010). Porém,
69% revelaram que não haviam desenvolvido novos produtos. Seguindo essa mesma
abordagem, para as empresas que inseriram inovações verificou-se que para 38% houve
lançamento de produtos novos para a empresa, mas já existente no mercado nacional. Para 8%
tratou-se de aprimoramento de produtos já existentes, e os demais 54% não responderam a
questão.
De acordo com os principais motivos ou razões que justificam o fato de não terem realizado
nenhuma atividade de inovação, arrolaram-se os quatro seguintes na ordem decrescente de
importância:
- Elevados custos da inovação;
- Riscos econômicos excessivos;
- Falta de pessoal qualificado; e
- Não necessitou, devido às inovações prévias.
Seguindo no bojo desses questionamentos, indagou-se quanto aos principais fatores que
prejudicaram as atividades inovativas da empresa, conforme visualizados no Gráfico 2.
Fonte: Dados da pesquisa (2011)
Gráfico 2 – Fatores que prejudicam as atividades inovativas
Conforme pode ser verificado e corroborando com os resultados anteriores, os fatores que
mais dificultaram, sendo atribuído elevado grau de importância pelas empresas foram: os
elevados custos da inovação (32%), seguido dos riscos econômicos excessivos e escassez de
fontes de financiamento, ambos com 23%. Destaca-se também que a falta de pessoal
qualificado foi considerada de média importância para 70% das empresas. Estes elementos
vêm de encontro às necessidades de se estabelecer um ambiente com cultura de inovação,
desafiando as tendências de associar inovação com elevados investimentos. Enfatiza-se que é
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possível inovar sob vários aspectos que não implicam necessariamente em investimentos
superiores, a exemplo de adequação de formulações, onde pode ser prevista a economia de
insumos. No quesito fontes de financiamentos, percebe-se o desafio em relação à submissão
de projetos, haja vista que estão disponíveis inúmeras possibilidades de obtenção de recursos
a ser aplicada a inovação, porém as empresas precisam se adequar as exigências de editais,
principalmente no que concerne em possuir um departamento de P&D. Quando o assunto é
qualificação profissional este surge como fator de risco, justificado não só regionalmente mas
também a nível de país.
É notório que o lançamento de produtos inovadores contribui para aumentar o faturamento da
empresa. Essa afirmação foi corroborada por 15% das empresas (as que realizaram inovações)
que afirmaram ter obtido um crescimento entre (10 e 20%), acompanhados de 8% que
relataram um acréscimo entre (21 e 40%) na receita e igualmente 8% atingiram mais de 41%
de crescimento. Por outro lado, 62% não constataram influência nenhuma no faturamento, e
apenas 7% não responderam a essa questão.
4.2 Projetos e cooperação
No que tange a existência atual de projetos para desenvolvimento de novos produtos, 54% das
organizações declararam possuir projetos em andamento e 46% indicaram que não. Esse é um
resultado importante, pois se ressalta que um dos meios mais acessíveis de se conseguir
financiamentos ou mesmo apoio financeiro do governo é elaborando-se de projetos, cuja
tarefa muitas vezes relutante por parte dos empresários.
Tratando-se da participação em arranjos cooperativos com outras organizações a fim de
expandir as atividades inovativas, averiguou-se que 46% estiveram envolvidas com esses
agentes e 54% não estabeleceram nenhum tipo de parceria. Pactuando com esse percentual, as
empresas que responderam afirmativamente apontaram como principais tipos de parceiros na
ordem de relevância: Clientes e consumidores; fornecedores; universidades; empresas de
consultoria e centros de capacitação. Complementando essa questão, mesmo a maior parte das
empresas não ter desenvolvido acordos ou parcerias, identificou-se um fator positivo quando
se indagou a respeito do interesse em desenvolver atividades inovativas em cooperação com a
universidade. Obteve-se que 92% esboçaram uma resposta afirmativa, e apenas 8% negaram
qualquer interesse nesse sentido.
4.3 Impactos da inovação tecnológica e registros de proteção
A capacidade de inovação de uma empresa consiste em incorporar o conhecimento em seus
processos e produtos, gerando vantagens econômicas a partir do controle deste elemento.
Logo, conhecimento é o fator essencial da inovação tecnológica. Indagando-se qual ou quais
os itens de impacto na empresa após o desenvolvimento da inovação tecnológica, os cinco
aspectos mais proeminentes foram:
- Afirmaram que não houve impacto, pois não desenvolveram ações de inovação;
- Melhoraram a qualidade dos produtos;
- Aumentaram a capacidade de produção;
- Ampliaram a participação no mercado; e
- Permitiram abrir novos mercados.
Assim como foi abordado no referencial teórico a questão das leis de propriedade industrial
(registro de patentes), levantou-se esse questionamento junto as empresas para identificar o
conhecimento delas sobre tais ferramentas. Constatou-se que 31% conhecem e exploram a
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utilização desses benefícios, por sua vez 54% apenas têm conhecimento, mas sem aplicação
efetiva, e 15% desconhecem a utilização.
Adicionalmente, indagou-se se as empresas possuíam registros de patentes de produtos.
Evidenciou-se que 31% delas detêm pelo menos um registro de patente, e o restante 69% não
apresentam nenhum tipo de registro. Dentre os métodos utilizados para proteger as inovações
desenvolvidas, marcas foi o mais reverenciado, logo após apontaram patente de invenção,
registro de desenho industrial, e direitos de autor.
Concernente ao conhecimento dos demais programas governamentais de incentivo as
atividades inovativas, tais como: incentivos fiscais a P&D, inovação tecnológica,
financiamento de equipamentos entre outros, 38% afirmaram que conhecem, porém não
aproveitam esses benefícios. Ademais, uma representatividade de 54% definitivamente não
conhecem esses incentivos e 8% se absteram em responderam.
4.4 Atividades inovativas e interesse pela inovação
Em relação a esses aspectos aplicou-se uma questão mais abrangente, a qual procurou
contemplar as diversas atividades inovativas implementadas pelas empresas. As mais
relevantes e que receberam maior destaque, são demonstradas no Gráfico 3.
Fonte: Dados da pesquisa (2011)
Gráfico 3 – Atividades inovativas implementadas pela empresa
Valendo-se dos resultados apresentados, enfatizam-se como principais atividades: Novas
técnicas de gestão para melhorar o trabalho (90%); aquisição de novos equipamentos (90%); e
novos métodos de organização do trabalho (80%), tais como: implantação dos requisitos em
conformidade com os padrões ISO 22000:2005 e 9001:2008.
Na conclusão da pesquisa, a última pergunta inquiriu a respeito do interesse da empresa em
trabalhar com inovação tecnológica no seu segmento. O resultado foi unânime para 100% das
organizações que fortaleceram o interesse de implementação.
5. Considerações finais
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As inovações representam um instrumento vital para o desenvolvimento das organizações e
da nação como um todo, uma vez que ela proporciona contribuições significativas para a
economia de um país.
Os resultados do estudo promoveram informações fundamentais a respeito da cadeia
agroalimentar, a qual desponta em um cenário positivo e promissor para o estado do Paraná,
em controvérsia com uma realidade discrepante em termos de inovação percebida nesta
pesquisa. O ensejo pelo aflorar da inovação no meio empresarial da região Sudoeste do
Paraná, remete a inúmeros desafios sobre determinados pontos, tais como, os relacionados ao
processo de qualificação profissional, cujo fator representa um risco elevado para mais de
70% das empresas no desenvolvimento da inovação. Para isso, extensas ações devem ser
promovidas, como a adequação de currículos para formar estudantes em conformidade com o
que a indústria necessita e fortalecer a pesquisa aplicada. Assim como é complacente o
investimento em inovação, também se fazem necessários em um segundo momento os
registros destas tecnologias, do produto e da marca, por constituir importante meio de gerar
benefícios e agregação de valor às empresas.
Esta pesquisa apontou que a maioridade das empresas não possuem nenhum tipo de registro
em termos de propriedade industrial. Assim, evidencia-se, de certa forma, que na região
supracitada as empresas representativas em termos de produção e mercado na área de
alimentos, não dispõem de cultura de inovação para produtos e processos, nem tampouco se
consideram inovadoras. Contudo, o que chama a atenção é o fato de serem expressivamente
inovadoras quando os assuntos são novas técnicas de gestão para melhorar o trabalho,
aquisição de novos equipamentos, e novos métodos de organização do trabalho. A ausência de
um setor de P&D ou estrutura para desenvolvimento da inovação representou um indicador
para os nefastos índices inovativos. Apesar disso, constatou-se o pujante interesse em
desenvolver inovação tecnológica no seu segmento, o que fortalece a concepção de que
inovação é um aspecto buscado pelas empresas, e por isso abre-se um enorme caminho para
sua aplicação, principalmente por meio da cooperação com universidades.
Concernente ao conhecimento sobre os programas governamentais de incentivo as atividades
inovativas, a maior parcela de empresas não conhecem esses incentivos. Espera-se que os
resultados delineados nesse trabalho sirvam de apoio na implementação de políticas de
inovação a nível regional. Denota-se que algumas mobilizações já estão ocorrendo nesse
sentido, destacando-se um projeto denominado SRI – Sistema Regional de Inovação, e o
projeto UTF Inova, o qual objetiva levar a qualificação de empresários nessa área, além de
diversas outras frentes de inovação conduzidas pelas entidades representativas locais.
Finalizando, evidenciou-se o total interesse das empresas em praticar inovações em suas
áreas. Portanto, todas as iniciativas são merecedoras de atenção a fim de levar a êxito o
processo inovativo nas indústrias alimentícias da região.
Referências
ANPEI. Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das empresas Inovadoras. Os novos instrumentos
de apoio à inovação: uma avaliação inicial. Brasília, DF, 2008. 101 p.
BRASIL. Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004. Dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e
tecnológica no ambiente produtivo e dá outras providências. Brasília, DF, 02 dez. 2004.
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APÊNDICE 1 – Questionário de Inovação Tecnológica
QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO GRAU DE INOVAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DE ALIMENTOS NO
SUDOESTE DO PR. Diagnóstico de 2005 a 2010, adaptado de PINTEC (2008) – Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 2008.
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Razão social da empresa: Endereço:
Área de atuação: Telefone: Email:
Nº de funcionários:
1) Em termos percentuais (%) qual foi o crescimento no número de funcionários entre 2005 e 2010? Qual o principal mercado de atuação da empresa. ( ) Regional ( )Estadual ( )Nacional ( ) Outros países 2) Considera a empresa inovadora. ( )sim ( )não 3) A empresa possui estruturado um setor de P&D – Planejamento, pesquisa e Desenvolvimento de novos produtos. ( )sim ( )não
4) Entre 2005 e 2010, sua empresa estava vinculada a alguma incubadora ou parque tecnológico? ( ) Sim ( ) Não 5) A empresa introduziu no mercado um produto tecnologicamente novo entre 2005 e 2010. ( )sim, o que....................................................................................em que ano....................................... ( )não
6) Em termos percentuais, qual foi o impacto no aumento no faturamento da empresa entre 2006 e 2010, motivado pelo lançamento de produtos inovadores: ( ) Entre 10 e 20% ( ) Entre 21 e 40% ( ) Mais de 41%
7) A empresa possui atualmente algum projeto para desenvolver novos produtos: ( )sim ( )não
8) Entre 2005 e 2010, a empresa esteve envolvida em arranjos cooperativos com outra (s) organização (ões) com vistas a desenvolver atividades inovativas? ( ) SIM ( ) NÃO 9) Se a resposta acima for SIM, indique os principais tipos de parceiros, atribuindo 1 para menor importância e 5 para maior importância: ( ) Clientes ou consumidores ( ) Fornecedores ( ) Universidades ( ) Empresas de consultoria ( ) Centros de capacitação profissional e assistência técnica Para as categorias de parceiros (acima) que mantiveram cooperação, indique o objeto da cooperação estabelecida. OBS: Relate ao lado da categoria o tipo de parceiro ( ) P&D ( ) Assistência técnica ( ) Treinamento ( ) Desenho industrial ( ) Ensaios para teste de produto ( ) Outra empresa do grupo ( ) Outras atividades de cooperação 10) A empresa tem interesse em desenvolver atividades inovativas em cooperação com a Universidade? ( ) Sim ( ) Não 11) Caso a empresa tenha lançado um produto novo no mercado, Este produto é: ( ) Aprimoramento de um produto já existente; ( ) Novo para a empresa, mas já existente no mercado nacional; ( ) Completamente novo para a empresa; ( ) Novo para o mercado nacional, mas já existente no mercado mundial; ( ) Novo para o mercado mundial 12) Assinale os itens de impacto em sua empresa após o desenvolvimento de inovação tecnológica. ( ) Não houve impacto, pois não desenvolvemos ações de inovação. ( ) Melhorou a qualidade dos produtos ( ) Aumentou a capacidade de produção
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( ) Aumentou a flexibilidade da produção ( ) Reduziu os custos de produção ( ) Reduziu os custos do trabalho ( ) Reduziu o consumo de matérias-primas ( ) Reduziu o consumo de energia/água ( ) Ampliou a participação da empresa no mercado ( ) Permitiu abrir novos mercados
13) Você conhece os programas de apoio do governo para atividades inovativas (Incentivos fiscais à P&D e inovação tecnológica -Lei nº. 8.661, Lei nº. 10.332, Lei nº. 11.196, financiamento de equipamentos, contratação de bolsistas, outros). ( )sim, qual................................................ ( )não 14) Sua empresa utilizou algum método, descritos a seguir, para proteger as inovações desenvolvidas. ( )não ( )sim, assinale abaixo qual ( )Patente de invenção ( )Patente de modelo de utilidade ( )Registro de desenho industrial ( )Marcas ( )Direitos de autor ( )Segredo industrial 15) Qual das razões, listadas a seguir, justifica o fato da empresa não ter realizado nenhuma atividade de inovação. ( )Não necessitou, devido às inovações prévias ( )Não necessitou, devido às condições de mercado ( )Riscos econômicos excessivos ( )Falta de pessoal qualificado ( )Dificuldade para se adequar a padrões, normas e regulamentações ( )Escassez de fontes apropriadas de financiamento ( )Falta de informação sobre mercados ( )Escassez de serviços técnicos externos adequados ( )Elevados custos da inovação ( )Falta de informação sobre tecnologia ( )Fraca resposta dos consumidores quanto a novos produtos ( )Centralização da atividade inovativa em outra empresa do grupo
16) Durante o período entre 2005 e 2010, a empresa implementou alguma das atividades relacionadas a seguir? a) Novas técnicas de gestão para melhorar rotinas e práticas de trabalho, assim como o uso e a troca de informações, de conhecimento e habilidades dentro da empresa. Por exemplo: re-engenharia dos processos de negócio, gestão do conhecimento, controle da qualidade total, sistemas de formação/treinamento, SIG (sistemas de informações gerenciais), ERP. Etc. ( ) sim ( ) não b) Novas técnicas de gestão ambiental para tratamento de efluentes, redução de resíduos, de CO, etc ( ) sim ( ) não c) Novos métodos de organização do trabalho para melhor distribuir responsabilidades e poder de decisão, como por exemplo, o estabelecimento do trabalho em equipe, a descentralização ou integração de departamentos, etc. ( ) sim ( ) não d) Mudanças significativas nas relações com outras empresas ou instituições públicas e sem fins lucrativos, tais como o estabelecimento pela primeira vez de alianças, parcerias, terceirização ou sub-contratação de atividades ( ) sim ( ) não e) Mudanças significativas nos conceitos/estratégias de marketing, como por exemplo novas mídias ou técnicas para a promoção de produtos; novas formas para colocação de produtos no mercado ou canais de venda; ou novos métodos de fixação de preços para a comercialização de bens e serviços ( ) sim ( ) não f) Mudanças significativas na estética, desenho ou outras mudanças subjetivas em pelo menos um dos produtos ( ) sim ( ) não 17) Na sua opinião, assinale a importância dos fatores que prejudicaram as atividades inovativas da empresa: Riscos econômicos excessivos ( ) Alta ( ) Média ( ) Baixa ( ) Não relevante Elevados custos de inovação ( ) Alta ( ) Média ( ) Baixa ( ) Não relevante Escassez de fontes apropriadas de financiamento ( ) Alta ( ) Média ( ) Baixa ( ) Não relevante Falta de pessoal qualificado ( ) Alta ( ) Média ( ) Baixa ( ) Não relevante Falta de informação sobre tecnologia ( ) Alta ( ) Média ( ) Baixa ( ) Não relevante Escassez de serviços técnicos adequados ( ) Alta ( ) Média ( ) Baixa ( ) Não relevante Falta de informação sobre mercados ( ) Alta ( ) Média ( ) Baixa ( ) Não relevante Rigidez organizacional ( ) Alta ( ) Média ( ) Baixa ( ) Não relevante
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AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem a FUNTEF/PR pelo apoio financeiro e
incentivo à pesquisa.