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Uma tiflóloga por inteiro Talentos pág. 6 “Então, ficamos pasmos!” Editorial pág. 2 Paralimpíadas Rio 2016 Esporte pág. 9 out. / nov. / dez. 2016 - ANO XVIII 77

Paralimpíadas Rio 2016Uma tiflóloga por inteiro Talentos pág. 6 “Então, ficamos pasmos!” Editorial pág. 2 Paralimpíadas Rio 2016 Esporte pág. 9 out. / nov. / dez. Jornalista

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Uma tiflóloga por inteiro Talentos pág. 6

“Então, ficamos pasmos!” Editorial pág. 2

Paralimpíadas Rio 2016 Esporte pág. 9

out. / nov. / dez.2016 - ANO XVIII

nº 77

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Jornalista responsável: Liane Constantino (MTb 15.185). Colaboradores: Kelly Mantovani, Laercio Sant’Anna, Lothar Bazanella, Lúcia Nascimento, Markiano Charan Filho, Milene Orifisi, Sidney Tobias de Souza. Correspondência: rua São Samuel, 174, Vila Mariana, CEP 04120-030 - São Paulo (SP) - telefones: 11 5084-6693/6695 - fax: 11 5084-6298 - e-mail: [email protected] - site: www.adeva.org.br. Editoração gráfica: Fernanda Lorenzo (facebook.com/nandalodesign). Revisão: Célia Aparecida Ferreira. Fotolitos e impressão: Priscaf Gráfica e Editora. Tiragem: 1.500 exemplares. DISTRIBUIÇÃO GRATUITA.

Opinião | Editorial ...........................p. 2 Lazer | Estive lá e gostei! ............p. 3 Adeva | Em foco ...........................p. 4 Talentos...........................p. 6 Parceiros .........................p. 7 Mercado de Trabalho | Profissão: ........................p. 8 Esporte | Um direito de todos ........p. 9 Tecnologia | Convivaware ...................p. 10 Na rede............................p. 11 Literatura | Distinto olhar ..................p. 11 Espaço poético ..................p. 12 Mais! | Para seu lazer .................p. 12

“E ficamos pasmos!”Para começar este editorial, declaro que é tudo verdade, pois as afirmações a seguir são fatos acontecidos, portanto, verdadeiros.

A cidade de São Paulo recebeu, no último mês de julho, o prêmio Reina Letizia de Accesibilidad Universal para Municipios Latinoamericanos, edição 2015, em reconhecimento às iniciativas de promoção da acessibilidade e da inclusão da pessoa com deficiência nos últimos anos, principalmente nos aspectos arquitetônico, cultural, educacional e esportivo.

Ao tomar conhecimento desta premiação, ficamos pasmos! Sim, pasmos! Recebemos esta notícia com perplexidade e até mesmo

com indignação. Como uma cidade ainda tão hostil às pessoas com deficiência ganha um prêmio internacional de acessibi-

lidade universal?

Quais foram os critérios adotados para que São Paulo fosse premiada? Desconhecemos. Mas quaisquer que tenham sido não levaram em conta as mais básicas necessidades da população paulistana com deficiência, apenas citando o aspecto arquitetônico.

Não se levou em conta o grande número de calçadas com degraus ou quebradas; a quantidade de ruas na

periferia que nem calçada possuem; a falta de rampas nos cruzamentos das ruas; os carros estacionados sobre as calçadas; as vagas de estacionamento para pessoas com deficiência ocupadas por veículos de pessoas ditas normais; as bocas de lobo negligentemente abertas; as barraquinhas de ambulantes e as bancas de jornal posicionadas nas calçadas sem qualquer critério...

Diante desta realidade, acreditamos que temos o direito de opinar sobre onde e como serão aplicados os 15 mil euros do prêmio.

E oferecemos espaço no CONVIVA para que a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida de São Paulo se manifeste a respeito destes fatos.

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ÍNDICEEXPEDIENTE

EDITORIAL Por Markiano Charan Filho, diretor-presidente da ADEVA

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Peruanos e paulistanos se mesclam pelas ruas da cidade

A gastronomia e a cultura do Peru já estão disseminadas em São Paulo

Talvez você já tenha parado em algum lugar da cidade para ouvir um grupo tocando música andina. Isto é bem provável porque a colônia peruana há anos vem crescendo na cidade e, hoje, estima-se que vivam cerca de 40 mil peruanos em São Paulo. E, como toda comunidade imigrante, eles também difundem sua cultura por aqui.

Música dos AndesGrupos de variadas tendências se ocupam em divulgar o folclore peruano em apresentações musicais e de dança. O Fina Estampa, por exemplo, tem um amplo repertório de música criolla. O Qhantati Ururi (estrela do amanhecer) apresenta música e dança dos sikuris, um gênero musical que faz referência ao instrumento siku (flauta de pan). O Club Libertad tem como atração principal a marinera, dança nacional do Peru. Bailada em pares, com palmas, os dançarinos usam trajes alegres e lenços brancos que dão leveza à apresentação, acompa-nhados por quatro guitarras e um cajon, instrumento de percussão feito de uma caixa de madeira.

ArtesanatoNa Praça Kantuta (bairro do Pari) ou nos bazares benefi-centes organizados pelo Comitê das Senhoras Peruanas de São Paulo, pode-se encontrar produtos alimentícios ou artesanato peruano, como echarpes e cachecóis de lã de alpaca, animais típicos do sul do Peru, primos das lhamas e das vicunhas.

O cevicheA cozinha peruana é rica, colorida, cheia de tradição e sabor. Mas o que mais conhecemos por aqui são os ceviches, o prato rei da cozinha andina. Essa iguaria pode ser preparada com frutos do mar, ou com pescado, cortados em cubos, marinados em limão, temperados com pimentas peruanas e cebolas roxas, acompanhados

de batata doce, milho verde debulhado e grãos do milho gigante do Vale Sagrado torrados. São deliciosos!

Todos os anos, em novembro, acontece a ExpoCeviche, um evento cultural gastronômico que tem como carro-chefe o ceviche.

Outras delícias Milho e quinoa são frequentes nos pratos peruanos, assim como a pimenta rocoto, bem forte, a aji amarillo (pimenta amarela) e o azeite de sacha inchi, riquíssimo em ômega 3.

As sopas de frutos do mar também são muito saborosas.

A causa misti é uma leve massa de batatas temperadas, recheada com abacate e peito de frango. Os bolinhos de batata recheados com carne moída, ovos, azeitonas e salsa criolla, e o pulpo al olivo, finas fatias de polvo cobertas com creme à base de azeitonas peruanas, também são pratos apetitosos, assim como o tabule de quinoa e o tacu, prato tradicional da culinária criolla afrodescendente, composto de tortilha de arroz e feijão acompanhada de filé à milanesa, ovo estrelado e banana frita.

Para beber, vale experimentar o pisco, uma aguardente clara feita com a uva do tipo quebranta que cresce no Vale de Ica, a 300 km ao sul de Lima, ou a tubaína Inca Kola.

Para a sobremesa, experimente mazamorra morada, um creme à base de milho roxo com frutas desidratadas, ou um creme gelado de maracujá e quinoa, ou um alfajor peruano, uma delícia provada e aprovada por mim.

Que tal reservar um fim de semana pra conhecer um pouco das delícias do Peru? São muitas (e boas) as opções de restaurantes peruanos na cidade, com música ao vivo, decoração colorida, repleta de máscaras incas, tapeçaria, quadros dos Andes e lhamas em miniatura.

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LAZER Estive lá e gostei! Por Sidney Tobias de Souza | [email protected]

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Coral O coral da ADEVA emocionou a todos com sua participação durante a missa em ação de graças celebrada pelos 38 anos da associação no último dia 9 de agosto, na capela do Hospital Santa Catarina, na av. Paulista.

Terra de CavalosA reapresentação do musical “Terra de Cavalos” lotou o Tucarena, Teatro da Universidade Católica de São Paulo, no último dia 14 de setembro. Escrito por Markiano Charan Filho, encenado pelo coral e pelo grupo cênico da ADEVA, sob a direção de Júlio Battesti e Fabiana Resende, o espetáculo foi calorosamente aplaudido.

ADEVA Em Foco

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Participe dos projetos ADEVAColabore com os projetos da ADEVA fazendo uma doação por meio do link www.adeva.org.br/comocolaborar/doacoes.php, ou en-viando cupons e notas fiscais sem registro do CPF ou CNPJ para a sede da entidade, rua São Samuel 174, CEP 04120-030, São Paulo (SP).

ADEVA nas redes sociais

Curta! Acompanhe! Compartilhe!

PalestraDia 15 de setembro último, o presidente da ADEVA, Markiano Charan Filho, e o vice-presidente, Francisco Carlos Alves Batista, participaram da II Semana da Inclusão de Pessoas com Deficiência na Pontifícia Universidade Católica (PUC). Em mesa-redonda, discorreram sobre os “Desafios da inclusão das pessoas com deficiência” e “A inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho”.

Sessão de cinema com audiodescrição

“O Começo da Vida”, documentário brasileiro que já foi mostrado aos mais diversos públicos de diversos países, teve exibição pública gratuita através da plataforma VIDEOCAMP no último dia 14 de outubro na sede da ADEVA. “O Começo da Vida” percorre os quatro cantos do mundo para mostrar a importância dos primeiros anos de vida na formação de cada pessoa.

Acesso para Todos Dia 15 de setembro último, o “Acesso para Todos” foi premiado pelo 2º lugar na categoria Web-Sociedade do concurso Todos@Web promovido pela W3C Escritório Brasil. O site vencedor, criado para a cantora e atriz Luiza Caspary, cujo slogan é “Música e Inclusão”, atende as normas internacionais de acessibilidade na Web.

Gráfica braille A gráfica da ADEVA imprime em braille e em tipos am-pliados apostilas, livros, cardápios, folhetos, holerites etc. para pessoas físicas e jurídicas. Pedidos de orça-mento através do e-mail: [email protected] ou pelos tels.: 11 5084-6693 / 6695 com Cláudio Rezende.

“Acesso para Todos” O “Acesso para Todos”, grupo de trabalho integrado pela ADEVA, pelo escritório E-Hipermídia e pela Web2Business, presta serviços na construção de websites acessíveis se-gundo os padrões internacionais estabelecidos pela W3C. Orçamentos no site http://www.acessoparatodos.com.br/

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Uma tiflóloga por inteiro

Selma Silvestre sempre se entrega de corpo e alma a tudo que faz

Coreógrafa, professora de dança e tiflóloga (profissional envolvida com reabilitação e instrução de pessoas com deficiência visual), Selma Regina Gabriel Silvestre (36) conheceu a ADEVA no início de 2003. “Apresentei meu primeiro projeto de aulas de dança de salão e consciência corporal para pessoas com deficiência visual à presidente e ao vice-presidente da entidade na época, a Sandra Maciel e o Markiano Charan Filho. Para minha alegria, eles abraçaram a ideia na hora. E eu me apaixonei pelos dois e pela ADEVA nesse momento!”

Da dança para a mobilidade“Sempre quis ser bailarina, mas meus pais apenas conseguiram pagar aulas de jazz em uma academia de bairro. A dança de salão fui aprendendo de escola em escola, onde entrava como bolsista e saía como monitora. Também dei aulas em academia de ginástica. Então, resolvi partilhar o conhecimento adquirido com as pessoas com deficiência visual.”

As aulas de dança de salão na ADEVA foram incorporadas ao projeto ‘Talentos Especiais’ da Secretaria de Estado da Cultura em 2004. Mas, motivada pelas necessidades da entidade, Selma participou de um curso de formação de instrutores de orientação e mobilidade e, hoje, seu foco principal de trabalho é o atendimento nesta área.

“Dar aula é uma das coisas que mais amo fazer, talvez porque eu ame lidar com gente. E, como sou enxerida, estou sempre procurando saber mais sobre questões ligadas ao tema. Sinto-me lisonjeada quando o Markiano me convida para participar de ações que também estão relacionadas a isso. De certa forma, acho que ele faz uma leitura correta da paixão com a qual eu executo meu trabalho.”

Em famíliaSelma nasceu e sempre morou na capital paulista com seus pais, senhor Valmir (já falecido) e dona Maria da Conceição, e seus irmãos Sérgio Ricardo e Renata Silene.

“Quando criança, eu era estudiosa e responsável. Pensava que poderia salvar o mundo e cuidar da minha família inteira. E era tímida também. Ainda sou. Só ando alegrinha por aí, gargalhando o tempo todo, porque a maturidade me proporcionou ser bem resolvida com as minhas limitações, com os meus traumas e frustrações. É por isso que consigo partilhar minhas experiências acumuladas com leveza.”

Selma está casada há dez anos com Sidnei Silvestre, um dos seus alunos das aulas de dança de salão. “Sempre brincávamos perguntando: ‘quer casar comigo?’. Até que um dia a brincadeira foi levada a sério. O Sidnei diz que foi fazer aula de dança e acabou ‘dançando’”. Eles têm duas filhas, a Nicole e a Carolina, e esperam o Bento para dezembro deste ano.

Outro talentoSelma também é doceira. “No início, o Sidnei vendia para seus colegas de trabalho.” Hoje, a Selsilvestre Doçaria Artesanal aceita encomendas para festas e eventos. “Sou autodidata nesta arte, mas gostei tanto que penso ensiná-la para pessoas com deficiência visual.”

Na ADEVA “Fundamental é a única definição que me parece cabível para o trabalho da ADEVA. Não somos apenas mais uma instituição de apoio específico às pessoas com deficiência visual. Nós acolhemos, orientamos, formamos, acompanhamos e damos suporte, tanto a eles quanto aos seus familiares. E eu digo nós porque atuo nesta associação há quase quatorze anos, amo o que faço e já me sinto parte da sua história. Em tempos de Lei de Cotas, em que a pessoa com deficiência é tratada com indiferença enquanto busca por uma oportunidade de trabalho, é bom fazer parte de uma equipe que torna digna esta busca!”

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ADEVA Talentos Por Lúcia Nascimento | [email protected]

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Um parceiro para ajustar finanças pessoais

A Novi ensina o que (bem) fazer com dinheiro

Jogo rápido com Selma SilvestreSigno: Câncer. | Cor: A mistura de todas. | Hobby: Festinha entre amigos. | Um fil-me: “Intocáveis” (2011), baseado no livro autobiográfico de Philippe Pozzo di Borgo. | Um livro: “A Paixão de Cristo segundo o cirurgião”, de Pierre Barbet. | Um estilo de música: Gosto de tudo um pouco, mas acho que o samba está no sangue. | Uma música: That’s what friend are for, em especial, uma interpretação de Whitney Houston, Luther Vandross, Dionne Warwick e Stevie Wonder. | Cantora preferida: Eliana Ribeiro. | Cantor: Walmir Alencar. | Sobre a deficiência: Apenas um jeito diferente de fazer as mes-mas coisas. | Religião: Católica. | Deus: Meu melhor conselheiro. E, acreditem ou não, nós conversamos! | Amigos: Refúgio poderoso. | Amor: Se não doer, não é! | Esporte prefe-rido: Em época de Olimpíada, a ginástica me encanta, mas sempre gosto de tudo um pou-co. | Time do coração: Palmeiras. | Família: Minha razão de viver. | Um sonho: Um mun-do onde as pessoas sejam menos falsas e mais amáveis sem segundas intenções. | O que fazer para viver melhor?: Lembrar, to-dos os dias, de onde eu vim e que se existe algum culpado pelas minhas derrotas esse alguém nunca está fora de mim, sou eu! | Uma frase: Para quem não sabe aonde vai, qualquer caminho serve!

A Novi Soluções Financeiras, desde sua fundação em 2012, é uma empresa focada em facilitar o acesso ao crédito, com financiamentos diferenciados e prazos confortáveis para a quitação dos empréstimos.

Também tem como missão oferecer soluções para que as pessoas melhorem sua vida financeira e realizem seus sonhos de forma sustentável.

“Desde 2005, depois de analisarmos milhares de propostas de clientes que buscavam recursos para realizar os seus sonhos ou quitar altos valores de dívidas, passamos a ensinar as pessoas a se organizarem e a tomarem conta de seu dinheiro”, explica Vinícius Azambuja, um dos sócios da empresa. “Para tanto, colocamos um time de profissionais capacitados para dar palestras e consultorias com uma metodologia própria e adequada às necessidades particulares de cada cliente.”

Novi e ADEVAA parceria com a ADEVA teve início em março de 2016 por iniciativa de seu diretor-presidente, Markiano Charan Filho. “Assisti um vídeo do Vinícius e fiquei bem impressionado com a clareza e a segurança de seus comentários. Então, convidei-o para dar uma palestra aos nossos alunos e colaboradores, centrada principalmente em como reduzir gastos e aumentar receita, temas de grande relevância para o momento econômico atual brasileiro. Vinícius aceitou prontamente. A palestra aconteceu dia 13 de maio último e foi proveitosa para todos. Rendeu até o sorteio de uma consultoria gratuita sobre aplicação financeira para o público presente ao evento.”

A partir desse encontro, Vinícius se colocou à disposição da ADEVA para colaborar com dicas que serão veiculadas periodicamente no “CONVIVA com seu dinheiro”.

Aqui está a primeira.

Uma regra de ouro para bem administrar o orçamento pessoal é gastar menos do que se ganha. Assim, é possível ficar longe de dívidas e conseguir uma reserva de dinheiro para emergências. Para tanto, é importante cortar gastos supérfluos, renegociar todas as despesas e manter um padrão de vida adequado aos próprios rendimentos. Para mais sugestões, fale com a gente http://www.novisolucoes.com.br/

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ADEVA Parceiros

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Sabrina é fisioterapeuta e já foi bailarina clássica

Uma história de superação baseada em estudo e empenho pessoal

Sabrina Siqueira Casado (38) perdeu a visão com 25 anos de idade. “Com dez meses, descobriram que eu tinha diabete Mellitus I. Com 23 anos, comecei a apresentar problemas de visão e, em seis meses, depois de muitos tratamentos e quatro cirurgias, a retinopatia diabética me deixou cega. Dois anos depois, meu rim parou de funcionar e, aos 30 anos, passei por um transplante de rim e pâncreas.”

No começo, bailarinaCom quatro anos de idade, Sabrina teve as primeiras aulas de dança em João Pessoa (PB), cidade onde nasceu. Aos 10 anos, protagonizou o espetáculo “A Branca de Neve” e, aos 18, interrompeu a carreira para fazer o vestibular. “Optei por fisioterapia e me formei no final de 2003 no Centro Universitário de João Pessoa (Unipe).”

Mesmo tendo perdido a visão e precisando fazer hemodiálise por problemas renais, Sabrina continuou estudando, trabalhando e voltou a dançar.

“Em uma festa de fim de ano no Centro de Atividades Especiais ‘Helena Holanda’, um dos dois lugares onde eu trabalhava como fisioterapeuta, me convidaram para dançar. Eu não dançava há uns dez anos, mas eu tentei e voltei.”

Com seu professor Elias Miguel, em 2007, fundou a Cia de Dança Equilíbrio. “Nos oito anos de existência, a companhia atingiu o objetivo de levar a dança para todas as partes e pessoas. Viajei bastante, dancei em vários estados do nordeste, em grupo e sozinha. A dança me proporcionou muita segurança, me ajudou e me ajuda na questão da mobilidade, postura, equilíbrio, orientação espacial e auditiva.”

Agora, fisioterapeutaCom especialização em recursos cinesioterapêuticos (terapia por meio de exercícios) e em educação inclusiva, em 2010, Sabrina foi trabalhar no Centro de Apoio Pedagógico (CAP) da Paraíba.

Em 2013, foi convocada no concurso da Prefeitura de João Pessoa para atuar na Secretaria Municipal da Saúde. Há dois anos, Sabrina é fisioterapeuta concursada no Hospital das Clínicas de Pernambuco, em Recife. “Trabalho no ambulatório de fisioterapia, atendendo na área de neurologia adulto e infantil.” Em 2014, assumiu a vice-presidência da Associação Paraibana de Cegos.

Este ano, depois de ter participado de várias aulas online do Portal da Deficiência <www.deficienciavisual.

com.br>, Sabrina aceitou um convite de Wagner Maia, responsável pelo site, para dar aulas de orientação e mobilidade e de Atividades da Vida Diária. “Agora, estou montando um curso de estimulação precoce para crianças com deficiência visual, na minha área de atuação, a neurologia.”

As barreirasSabrina acredita que os fatores limitadores para as pessoas cegas são o medo e a eterna crença de que elas precisam de alguém que enxerga corrigindo-as. “O diferencial dos nossos cursos online tem a ver com o fato do Wagner Maia e eu sermos cegos, morarmos sozinhos e termos mobilidade há anos; já passamos por muitos problemas e desafios e sabemos como se resolvem.”

Como fisioterapeuta, ela orienta seus alunos para que possam detectar suas falhas, corrigir sua postura, melhorar a destreza dos movimentos, adquirir orientação espacial, portar-se com elegância, adquirir autonomia e independência. “E, além da técnica, trabalhamos seu lado emocional e um processo de conscientização junto à sua família.”

Hoje, sem planos de voltar a dançar, por tudo o que conquistou na dança e na fisioterapia, Sabrina dispensa a modéstia. “Sou uma vitoriosa, resultado de estudo, dedicação, capacitação e muito esforço próprio!”

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MERCADO DE TRABALHO Profissão: fisioterapeuta Por Lúcia Nascimento | [email protected]

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Jogos Paralímpicos Rio 2016Atletas brasileiros batem recordes mundiais mais uma vez

Alessandro Silva (Foto: Fernando Maia/MPIX/CPB)Claudiney (Foto: Divulgação/CPB)Equipe 4x100m (Foto: Reuters)Petrúcio Ferreira (Foto: Reuters)

Rodrigo Pereira (Foto: Cleber Mendes/MPIX/CPB)

Mateus Evangelista (Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPB)

Daniel Martins (Foto: Daniel Zappe / MPIX/CPB)

Ariosvaldo Silva (Foto: Marco Antonio Teixeira/MPIX/CPB)

Equipe Futebol de 5 (Foto: André Durão)

Verônica Hipólito (Foto: Daniel Zappe/MPIX/CPB)

Entre os dias 7 e 18 de setembro último, a cidade do Rio de Janeiro acolheu os 4.000 atletas paralímpicos, de cerca de 170 países, que competiram em 23 modalidades nas Paralimpíadas Rio 2016. Durante esses onze dias de disputas, foram realizadas 528 provas.

A delegação do Brasil, composta por 286 atletas, setenta e cinco deles representando o estado de São Paulo, terminou a Paralimpíada com a oitava posição geral. Os atletas brasileiros subiram setenta e duas vezes no pódio, para receber quatorze medalhas de ouro, vinte e nove de prata e vinte e nove de bronze, o maior resultado até hoje alcançado pelo País.

O atletismo brasileiro conquistou quebras de recordes mundiais e paralímpicos. Das onze marcas estabelecidas por brasileiros, todas são de modalidades do esporte.

Destacaram-se o velocista Petrucio Ferreira (nos 100m T47), que conquistou três medalhas; a equipe de revezamento 4x100m T11-T13 (Diogo Ualisson, Gustavo Araújo, Daniel Mendes e Felipe Gomes), que liderou a prova de ponta a ponta; Claudiney Batista no arremesso de peso (categoria F56); Alessandro Silva no arremesso de disco (F11); Rodrigo Parreira no salto em distância (categoria T36); Mateus Evangelista nos 100m (T37); Daniel Martins nos 400m T20; Ariosvaldo Silva, o Parré,

na classe T53 dos 100 metros; e Verônica Hipólito que levou a prata nos 100m T38.

Outro destaque brasileiro foi o time tetracampeão do futebol de 5, disputado por atletas com deficiência visual, com uma campanha invicta, jamais tendo experimentado o sabor amargo de uma derrota em jogos paralímpicos.

Parabéns a todos!

Os próximos Jogos Paralímpicos acontecem em Tóquio, no Japão, em 2020.

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ESPORTE Um direito de todos

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Consideração é bom e nós gostamosCom o Windows 10, a Microsoft favorece também os usuários da tecnologia assistiva

Em um passado não muito distante, enalteci, aqui, a política de acessibilidade da Apple. Frisei o diferencial de se poder adquirir qualquer produto da “maçã” e, mesmo sendo uma pessoa com deficiência visual, já sair da loja com o leitor de tela funcionando adequadamente. É com alegria que, embora com bastante cautela, informo que a Microsoft começa a trilhar um caminho parecido com o da Apple.

No último dia 29 de julho, se encerrou a atualização gratuita de Windows 7 e 8 para Windows 10. A grande novidade é que a Microsoft estendeu este benefício para usuários de tecnologia assistiva. Quem faz uso de recursos como leitores de tela podem continuar atualizando gratuitamente suas cópias. Contudo, as novidades não pararam por aí...

Atualização de aniversárioNo início de agosto, a Microsoft lançou a grande atualização para o Windows chamada de Atualização de Aniversário do Windows 10. Além de melhorias no sistema operacional como um todo, destaco a atenção dada aos recursos de acessibilidade. Além de novas vozes, foram implementados mais comandos no Narrator, o leitor de tela nativo do Windows. Agora é possível alterar a verbosidade da fala, alternar entre voz masculina e feminina, bem como navegar mais facilmente por textos e menus. Embora ainda seja um leitor de tela muito primitivo se comparado com os atualmente disponíveis no mercado internacional, é interessante conhecer seus comandos. Em uma situação de travamento do leitor de tela “oficial”, o Narrator pode ser muito útil.

Os novos ajustesÉ importante salientar que, diferentemente do que ocorreu um pouco antes do lançamento do Windows 8, quando

a Microsoft prometeu inovações no Narrator que não cumpriu, agora, o próprio Windows começa a receber ajustes que certamente melhorarão a experiência de uso das pessoas com alguma deficiência.

O menu iniciar aceita a letra inicial de um programa para saltar diretamente para ele, facilitando muito a operação para usuários que não podem usar o mouse. A calculadora, por exemplo, oferece facilidades para que os leitores de tela consigam capturar todos os cálculos que são realizados, tornando seu uso muitíssimo mais confortável do que antes, quando precisávamos navegar com a tecla “tab” por inúmeros objetos para obter tal informação.

Algo que me impressionou foi que, ao atualizar meu Windows com o Narrator ativado, a Microsoft sugeriu a alteração do browser padrão de Microsoft Edge para o Internet Explorer. Detectando que o Narrator estava ativado, a Microsoft entendeu que eu era um usuário com deficiência. Informou, então, que, até o momento, o novo Browser Edge (padrão para o Windows 10) não oferecia acessibilidade para leitores de tela.

Uma nova era (?) Atitudes como essas realmente demonstram uma mudança de postura da empresa. Não adianta desenvolver um leitor de tela magnífico, se o próprio Windows não “vestir a camisa” da acessibilidade.

Como escrevo esta matéria logo depois do lançamento dessa versão, ainda não tive tempo para explorar todos os novos recursos, mas confesso que estou bastante otimista. Principalmente por vislumbrar a possibilidade de mais uma grande empresa do cenário mundial passar a considerar a necessidade das pessoas com deficiência como parte efetiva do desenvolvimento de seus produtos.

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TECNOLOGIA Convivaware Por Laercio Sant’Anna | [email protected]

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GBoard

Com este aplicativo de teclado do Google, pode-se obter sugestões de palavras, escolher idiomas para conversas, alternar entre teclado de símbolos e números para o modo de dígitos, digitar por gestos e emoticons por categorias, entre outros recursos. Para Android e IOS. Grátis.

Trafi

Aplicativo de transporte público em tempo real que monitora horários de ônibus, metrô, trens, balsas e micro--ônibus nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, noticia acidentes e problemas de trânsito relatados pelos usuários. Funciona off-line. Para Android e IOS. Grátis.

Limpador de Whatsapp

Este app divide em pastas todos os arquivos recebidos que ficam acumulados no celular ocupando espaço. Assim, é possível selecionar os arquivos de vídeo, áudio, fotos, documentos e conversas em áudio que se quer excluir ou apagar. Para Android. Grátis.

Uma cenaEm uma parede, retratos de Marilyn Monroe disputam espaço e devoção com o Cristo preso à cruz dourada.

Na outra parede, do teto ao rodapé, o espelho é uno e soberano senhor, coroado por lampadinhas de camarim.

A janela está escancarada, expondo o Mangue sem pudor nem retoques.

Do lado de dentro da porta, está dependurado o calendário seicho-no-ie do ano que se foi, no dia que hoje é. A jaculatória alimenta e nutre uma primitiva sabedoria: “um suspiro para o que foi, um sorriso para o que será, eis a vida”.

Brota do teto um fio descamado, sutentando o lustre japonês de papel de arroz. A lâmpada vermelho incandescente demarca aquele território.

Sobre uma tosca mesa de centro, o vaso

bico de jaca acolhe girassóis de plástico salpicados de cocô de mosca.

De costas para a janela, o encosto da cadeira de fórmica verde sustenta o vestido de cetim vermelho de Eva e um terno de linho cru do seu homem.

No ar, há perfume de jasmim-do-cabo e o choro de um menino no berço, entretecido de gemidos e sussurros.

LITERATURA Distinto olhar Por Liane Constantino | http://distintolhar.blogspot.com.br

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TECNOLOGIA Na Rede

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ADEVA - Associação de Deficientes Visuais e AmigosCorrespondência: rua São Samuel, 174, Vila Mariana, CEP 04120-030 - São Paulo (SP) - e-mail: [email protected] - site: www.adeva.org.br

Um dedo de trovaA SerenataUma noite de lua pálida e gerânios ele viria com boca e mãos incríveis tocar flauta no jardim. Estou no começo do meu desespero e só vejo dois caminhos: ou viro doida ou santa. Eu que rejeito e exprobro o que não for natural como sangue e veias descubro que estou chorando todo dia, os cabelos entristecidos, a pele assaltada de indecisão. Quando ele vier, porque é certo que vem, de que modo vou chegar ao balcão sem juventude? A lua, os gerânios e ele serão os mesmos — só a mulher entre as coisas envelhece. De que modo vou abrir a janela, se não for doida? Como a fecharei, se não for santa?

Adélia Prado

Arranhavam feito espinho,mas me lembro e o pranto cai,como era doce o carinhodas mãos rudes do meu pai!

Pedro Ornellas (SP)

As verdadeiras liçõesque a mim meu pai ensinavanão vinham dos seus sermões,mas de quando ele calava.

J. B. Xavier (SP)

Às vezes, na velha idade,minha infância sobressai,e eu peço colo à saudadefingindo que é o teu, meu pai.

Otávio Venturelli (RJ)

Nota: Contribuições e comentários podem ser encaminhados para [email protected]

Bienal de São PauloO tema “Incerteza Viva” da 32ª Bienal propõe uma reflexão sobre as atuais condições da vida e as estratégias dadas pela arte contemporânea para acolher ou habitar incertezas. Às 3ªs, 4ªs, 6ªs, domingos e feriados das 9h às 19h; 5ªs e sábados, das 9h às 22h. Pavilhão da Bienal, Parque do Ibirapuera, portão 3. Até 11 de dezembro. Entrada gratuita.

Jantar beneficenteA ADEVA comemora 38 anos de trabalho dedicados à capacitação profissional das pessoas com deficiência visual com seu tradicional jantar de aniversário no Bar Brahma Centro. Este ano, o grupo Língua de Trapo fará o show musical. Dia 9 de novembro, a partir das 19h30, na av. São João nº 677. Convites à venda na sede da ADEVA.

Virada InclusivaPara celebrar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, 3 de dezembro, a 7ª Virada Inclusiva oferece atividades culturais, esportivas e de lazer inclusivas nas ruas, praças, parques, museus, teatros, salas, metrô do estado de São Paulo. Dias 2, 3 e 4 de dezembro. Confira a programação no site http://viradainclusiva.sedpcd.sp.gov.br/

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LITERATURA Espaço poético Por Lothar Bazanella

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