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Relatório da disciplina de Acionamentos do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Uberlândia que trata da especificação de contatores e programação de CLP da Siemens para acionamento de motores CC Shunt (paralelo), que utiliza estágios de resistência em série para a limitação da corrente de partida.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU
FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA – FEELT
RELATÓRIO: “PARTIDA E FRENAGEM RESISTIVA OU
DINÂMICA DE MCC SHUNT COM RESISTÊNCIAS EM SÉRIE
COM A ARMADURA – ACELERAÇÃO POR TEMPO DEFINIDO
UTILIZANDO UM CLP”
Disciplina: Acionamentos
Docente: Prof. Dr. Marcelo Lynce Ribeiro Chaves
Aluno: Antônio César Costa Ferreira Rosa – 99830
Engenharia Elétrica – 7º período
17/05/2012
Sumário 1 Índice de Figuras .............................................................................................................................. 4
2 Siglas e Termos ................................................................................................................................ 5
3 Introdução ....................................................................................................................................... 6
3.1 Motor de Corrente Contínua .................................................................................................... 6
3.1.1 Controle de velocidade ..................................................................................................... 6
3.1.2 Limitação da corrente de partida ...................................................................................... 7
3.2 CLP ........................................................................................................................................... 8
4 Experimento .................................................................................................................................... 9
4.1 Objetivo ................................................................................................................................... 9
4.2 Fotos do experimento .............................................................................................................. 9
4.3 Partida ................................................................................................................................... 11
4.3.1 Circuito de força ............................................................................................................. 12
4.3.2 Circuito de controle ........................................................................................................ 12
4.3.3 Utilização do CLP para o controle de partida/frenagem e tempo de aceleração .............. 12
4.3.4 Apresentação das funções do diagrama de blocos .......................................................... 14
4.3.5 Programação do LOGO ................................................................................................... 14
4.3.6 Sequência de operação................................................................................................... 15
4.3.7 Exemplo de Dimensionamento ....................................................................................... 16
5 Bibliografia .................................................................................................................................... 22
6 Anexos ........................................................................................................................................... 23
1 Índice de Figuras Figura 1 - Curva Velocidade-Tempo para motor CC ................................................................................................. 7
Figura 2 - Alimentação do motor CC e Resistência de Campo ................................................................................... 9
Figura 3 - Bancada com a montagem da partida. A rf era o próprio r2. .................................................................. 10
Figura 4 - Circuitos e Força e Comando ................................................................................................................. 11
Figura 5 - CLP 230RC da Siemens .......................................................................................................................... 13
Figura 6 - Diagrama de blocos .............................................................................................................................. 13
Figura 7 - Esquema genérico das resistências de partida ....................................................................................... 17
Figura 8 - Utilização de contatores – Siemens........................................................................................................ 23
Figura 9 - Contator M para manobra - 3RT10 – Siemens........................................................................................ 24
Figura 10 - Escolha de Contator M – Siemens ........................................................................................................ 24
Figura 11 - Escolha dos contatores 1A e 2A – Siemens ........................................................................................... 25
Figura 12 - Escolha do relé térmico – WEG ............................................................................................................ 25
2 Siglas e Termos
CLP – Controlador Lógico Programável ou PLC (Programmable Logic Controller), em inglês
IHM – Interface Homem-Máquina
TRIAC – Triode for Alternating Current
AC – Alternating Current (Corrente Alternada)
DC ou CC– Direct Current (Corrente Contínua)
FCEM – Força Contra Eletro-Motriz
LCD – Liquid Crystal Display (Display de Cristal Líquido)
NF – Normalmente Fechado
NA – Normalmente Aberto
BYPASS – Desvio. Indica o fechamento dos contatores 1A e 2A que removem r1 e r2
LADDER – É um auxílio gráfico para programação de Controladores Lógicos Programáveis (CLPs)
no qual as funções lógicas são representadas através de contatos e bobinas.
3 Introdução
3.1 Motor de Corrente Contínua Os motores de corrente contínua são conhecidos como máquinas que proveem, em geral,
excelentes características mecânicas para determinadas aplicações (o controle de velocidade
ajustável entre amplos limites, por exemplo) sendo que o conjugado em função da corrente de
armadura depende do tipo de ligação. Assim, mesmo com a expansão da utilização de motores
de indução, esse tipo de máquina se apresenta como excelente alternativa no acionamento de
cargas como: máquinas de papel, bobinadeiras, prensas, elevadores, moinhos de rolos e elevação
de cargas.
Existem de modo geral três tipos de motores de corrente contínua, sendo que cada um
deles possui características específicas (físicas e de funcionamento). São eles: Motor CC em
série; Motor CC Composto ou Compound; e Motor CC em Derivação, Paralelo ou Shunt, sendo
o último, foco deste relatório.
No motor shunt o conjugado em função da corrente de armadura, varia linearmente e esta
não varia significativamente com a variação da velocidade do eixo (como no motor série ou
composto), então, a velocidade tende a permanecer praticamente constante independente da
carga acoplada no eixo. Outra observação interessante é que o torque de partida desse tipo de
motor é menor que do motor série ou composto de mesmo porte, ou seja, esse tipo de ligação é
utilizado quando não se deseja torques demasiadamente grandes na partida e quando se operará
com velocidade constante.
3.1.1 Controle de velocidade
Quanto ao controle de velocidade do motor shunt, com o reostato no enrolamento de
campo em derivação, a corrente de campo e o fluxo por pólo podem variar de acordo com a
aplicação. Quando se aumenta o fluxo, se tem uma redução na velocidade do eixo de modo que a
FCEM é mantida aproximadamente igual à tensão de terminal aplicada.
No motor há uma queda de tensão na resistência em série com o circuito de armadura ra e,
portanto, a tensão de terminal aplicada aV deve ser aa RI . maior que a força eletromotriz no
enrolamento de armadura aE.
aaaa RIEV .
Sendo: .. KEa
Portanto:
.
.
K
RIV aa
A equação acima é chamada: „Equação característica de velocidade de um motor de corrente
contínua‟. Analisando-a se conclui que existem três maneiras de se controlar a velocidade da
máquina através da variação dos seguintes parâmetros:
Corrente de excitação;
Resistência em série com a armadura;
Tensão de alimentação.
3.1.2 Limitação da corrente de partida
Quando há no sistema elétrico (predominantemente RL) uma variação brusca no nível de
corrente, aparecem distúrbios da rede. No motor de corrente contínua, embora a FCEM induzida
em função do movimento das espiras do rotor no campo estacionário do estator crescer com a
velocidade e se incumbir de reduzir gradualmente a corrente absorvida da fonte, os impactos na
rede podem ser significativamente grandes a ponto de causar distúrbios. Estes, proporcionais à
magnitude da corrente, podem inclusive danificar outros equipamentos eletricamente conectados.
Por isso, na busca de se reduzir essas perturbações, a limitação da corrente de partida torna-
se um significativo aliado do sistema. Os métodos comumente utilizados são:
Partida com resistência em série;
Partida com a tensão de armadura variável.
3.1.2.1 Partida com resistência em série;
Figura 1 - Curva Velocidade-Tempo para motor CC
Como se pode observar na figura 1, também no motor CC shunt, o limite superior de
velocidade é diferente em cada estágio de partida. Isto se deve ao fato de que as resistências em
série com a armadura, se comportam como divisores de tensão para essa (a tensão chega
reduzida na armadura). Portanto, o que se faz é semelhante à injeção gradual de tensão no rotor,
porém em níveis discretos.
Uma observação interessante é que a primeira resistência a ser removida do sistema,
possui em geral maior valor, ou seja, o impacto percebido com a remoção da segunda resistência
(r2) e bem menor que aquele observado no primeiro bypass. Esse método garante que a corrente
(proporcional à tensão) seja limitada, minimizando aqueles efeitos na rede anteriormente citados.
3.1.2.2 Partida com a tensão de armadura variável.
Certamente trata-se de uma maneira contínua e excelente (do ponto de vista da rede) de
se injetar tensão na armadura e consequentemente de se controlar a corrente exigida do sistema.
Porém, na prática, é utilizada em casos mais específicos, como é o caso por exemplo de sistemas
que permitem se seguir a tensão Ip sem que haja variações bruscas.
3.2 CLP Os CLPs podem ser compreendidos como pequenos computadores utilizados em
automações industriais em substituição aos antigos sistemas hardwired (refere-se a programas ou
dispositivos que não podem ser alterados. Originalmente o termo era utilizado para descrever que
a funcionalidade era construída dentro do circuito). Dentro desses controladores há um hardware
e um software que são utilizados para realizar as funções de controle. No que diz respeito ao
hardware, conectado ao barramento do CLP é possível encontrar uma CPU (Central Processing
Unit ou Unidade Central de Processamento, em português), a memória de programa, a memória
de dados, a porta de programação (que pode ser feita no próprio CLP, via IHM, ou no
computador via LADDER) além dos módulos de entrada (I) e saída(Q). O sistema de entradas e
saídas são conectados fisicamente nos dispositivos (interruptores, sensores, contatores etc.
Módulos de entrada: são projetados para cada tipo de sinal: 240Vac, 12 Vac, 24Vdc e 5Vdc.
Naqueles alternados existe uma ponte retificadora em paralelo com um diodo zener que através
de um opto-acoplador, transfere o sinal para a entrada do CPU. Nas entradas de corrente
contínua não há, obviamente, a parte de retificação, sendo a estabilização da tensão, feita de
maneira igual há pouco descrito.
Módulos de saída: Estes alimentam lâmpadas, relés, pequenos motores, e contatos auxiliares de
contatores, por exemplo.
Os pinos de saída do processador são conectados a diferentes elementos, utilizados para acionar
diferentes naturezas de carga. Para cargas de corrente alternada o pino da CPU é ligado ao gate
de um TRIAC. Para cargas de corrente alternada é utilizado apenas um transistor e para cargas
tanto AC quando DC, um relé.
Basicamente a CPU lê os dados de entradas dos dispositivos de campo (são designados
como dispositivos de campo os instrumentos e máquinas que transmitem informação e que são
controlados) através da interface de entrada, e então executa, ou realiza os controles de programa
que tinham sido armazenados na memória.
4 Experimento
4.1 Objetivo
A proposta é realizar neste experimento, o controle da velocidade na partida de um motor
de corrente contínua derivação, por variação da resistência do circuito de armadura. Esta forma
de controle fornece um meio de se obter velocidades reduzidas pela inserção no circuito de
armadura de uma resistência externa em série.
O resistor em série deve ser ligado entre o campo em derivação e a armadura, como pode
ser visto na figura do circuito de potência.
4.2 Fotos do experimento
Figura 2 - Alimentação do motor CC e Resistência de Campo
Figura 3 - Bancada com a montagem da partida. A rf era o próprio r2.
4.3 Partida
A seguir é possível visualizar os diagramas de força e de comando responsáveis pelo
acionamento do motor.
Figura 4 - Circuitos e Força e Comando
4.3.1 Circuito de força
Onde:
R, S e T: alimentação 3ϕ da rede;
Fu1: fusíveis na entrada do Varivolt (um por fase – proteção contra curto-circuito);
M: contator de alimentação do motor; A ligação série em seus contatos foi feita para se
preservar a integridade física do mesmo, uma vez que o esforço dinâmico da corrente
contínua é mais acentuado.
e1: relé térmico; Proteção contra sobrecarga, por leitura de corrente.
1A e 2A: contatores de partida; Quando se aciona o contator 1A, a resistência r1 fica em
paralelo a um “curto” e apenas r2 fica em série com a armadura. Em um segundo momento,
quando 2A entra, não há nenhuma resistência externa (uma vez que a resistência intrínseca
da armadura e a resistência das escovas permanecem) em série com o enrolamento de
armadura que limite a corrente Ia.
F: contator de frenagem;
r1: reostato de partida;
r2: reostato de partida;
Rf : reostato de frenagem.
4.3.2 Circuito de controle
Conforme ilustrado na figura 4, o circuito de controle é gerenciado pelo CLP, que através
de suas entradas (I) e suas saídas (Q), realizam a partida da máquina.
Onde:
b1: botoeira normalmente aberta; Para partida e frenagem.
M: Contator de alimentação do motor;
e1: relé térmico; Proteção contra sobrecarga, por leitura de corrente.
F: contator de frenagem;
1A e 2A: contatores de partida;
LOGO: CLP.
4.3.3 Utilização do CLP para o controle de partida/frenagem e tempo de aceleração
Conforme dito anteriormente, o controle de partida e frenagem através da botoeira b1 e
também o tempo de chaveamento dos reostatos de partida durante a aceleração foi feito
utilizando-se o LOGO 230RC da Siemens. A Fig. 5 mostra o CLP em questão.
Figura 5 - CLP 230RC da Siemens
Para o funcionamento do mesmo, é necessário que a lógica pretendida seja inserida na em
sua memória de programa. Essa é apresentada de acordo com o diagrama de blocos a seguir e
representa o programa a ser executado no CLP para o acionamento do motor.
Figura 6 - Diagrama de blocos
4.3.4 Apresentação das funções do diagrama de blocos
Relé de Impulsos: Quando um sinal em Trg é detectado, a saída dessa função é alterada e a
saída continua mesmo se o sinal deixa de existir (se solta a botoeira).
Bloco AND (&): A saída é verdadeira quando dois sinais simultâneos são identificados na
entrada. A saída é falsa quando pelo menos uma entrada é falsa.
Relé temporizado: Este conta um tempo (definido durante a programação) para sinalizar a saída
a partir da detecção de um sinal na entrada.
4.3.5 Programação do LOGO
A técnica de programação utilizada foi a entrada dos blocos através do próprio CLP,
orientando-se pelo seu LCD.
Procedimentos
1. Pressionar a tecla ESC e parar o programa (se o mesmo estiver em operação);
2. Escolher a posição “Program” e pressionar “OK”;
3. Escolher “Clear Prg” e confirmar (sim);
4. Escolher “Edit Prg”;
5. Iniciar a programação conforme o diagrama de blocos e os parâmetros abaixo:
Bloco 1 : Função especial (SF).
Entradas: Trg – i1;
R – x;
T – off.
Saída: Q1
Bloco 2: Função especial (SF).
Entradas: Trg – BLO3 [&];
T – 2s.
Saída: Q2
Bloco 3: Função geral (GF) – [&]
Entradas: 1 – i3;
2 – x;
3 – BLO1.
Bloco 4: Função geral (GF) – [&]
Entradas: 1 – i5;
2 – x;
3 – BLO3.
Bloco 5: Função especial (SF).
Entradas: Trg – BLO4 (&);
T – 4s.
Saída: Q3
Saída Q4: Está ligada em série com o contato auxiliar NF de M. A saída Q4 está em
série com a bobina do contator F, ou seja, caso o motor esteja ligado, nunca será possível
a frenagem nessa condição, uma vez que essa causaria um curto-circuito entre os pólos.
6. Pressione a tecla ESC duas vezes seguidas e selecione “Start Prg”;
7. Acione a botoeira b1 e teste o circuito de controle com o LOGO. Note que inicialmente
apenas o contator F estará “selado”.
4.3.6 Sequência de operação
(1) Apertar a botoeira NA b1;
Neste momento, irá circular uma corrente I1 para a entrada Trg do bloco 1
(BL01 – relé de impulso).
O relé então envia um sinal para a saída Q1.
Q1, ao ser fechado, energiza a bobina de M;
Com a bobina energizada, o contator M fecha os contatos de força que
acionam o motor. O contato NA de M ligado na entrada 1 do bloco 3 (BL03 -
&), também é fechado;
Nesse instante, o motor parte com as duas resistências r1 e r2 em série para
limitar a corrente de partida na armadura;
A saída Q1 também aciona a entrada 3 do bloco 3 (BL03 - &);
Com as duas entradas de BL03 sinalizadas (a entrada 2 foi desprezada) um
sinal para o bloco 2 (BL02 – Relé temporizado) é enviado e também para a
entrada 3 do bloco 4 (BL04 - &).
Nesse momento o tempo previamente selecionado em BL02 (relé temporizado)
começa a ser contado. Após esse tempo, Q2 é sinalizado, o contator 1A é
energizado, e o reostato r1 sai do circuito;
Como o contator auxiliar 1A está ligado na entrada 1 do bloco 4 (BL04 – [&])
e a outra entrada do referido bloco já se encontra sinalizada, o relé
temporizado (BL05) começa a contar o tempo para o desarme de r2;
Após o tempo de BL05 a bobina do contator 2A é energizado, fechando o
contato auxiliar NA 2A, e a resistência r2 também é “curto-circuitada”. Agora
a corrente que passa pela armadura (Ia) é limitada pela resistência de
armadura (resistência do rotor e das escovas).
Agora, o processo dinâmico da partida está encerrado e o motor opera em regime
permenente sem as resistências em série.
(2) Apertar novamente a botoeira NA b1;
Nesse momento, “desarmamos” o relé de impulsos (BL01) que retira todo o
circuito em cascata que dele depende. Agora, o contato auxiliar NF de M volta
à condição fechada e o contator de frenagem é acionado, uma vez que sua
bobina é energizada. Conforme anteriormente dito, este aproveita a resistência
r2 para agora realizar a frenagem.
4.3.7 Exemplo de Dimensionamento
Dados do motor escolhido:
Máquina CC – Siemens IGF5 114-0GK
Tensão nominal – 280 [V];
Potência – 8,1 [KW];
Velocidade nominal – 2660 [rpm] = 278,555 [rad/s];
Conjugado nominal – 29 [N.m];
Corrente nominal – 34 [A];
Rendimento – 82%;
Resistência de armadura – 0,55 [Ω];
Momento de inércia do motor – 0,032 [Kg.m2].
Momento de inércia da carga – 0 [Kg.m²] (eixo livre)
4.3.7.1 Cálculo de ta (tempo de aceleração):
Como se sabe, o tempo para a aceleração do motor depende de alguns fatores como a
corrente de partida (Ip), corrente de carga (Ir), momento de inércia do motor (J) e do fluxo
magnético (kϕ).
Primeiramente temos:
Como o motor está com o eixo livre, a corrente de carga será apenas para romper a
inércia e perdas por atrito. Essa será considerada em torno de 10% da corrente nominal. Logo Ir
= 10%.In = 3,4A.
Uma vez que temos 2 resistências de partida, teremos 2 tempos de aceleração,
chamaremos de e
.
Para o primeiro estágio teremos um tempo de aceleração e para o segundo
,
conforme as Equações (9) e (10) respectivamente.
( ) (
)
(
)
( ) (
)
(
)
4.3.7.2 Cálculo dos reostatos de partida
A figura abaixo mostra o circuito para o qual dimensionaremos os reostatos de partida (r1
e r2).
Figura 7 - Esquema genérico das resistências de partida
Para calcular as resistências de partida r1 e r2, calcularemos primeiramente a corrente de
volta (Iv):
Caso não tivéssemos o número de estágios n, deveríamos utilizar a seguinte equação:
(
)
(
)
Porém, já foi estabelecido que se utilizaría 2 estágios. Portanto, n=2.
Dados:
n = 2;
Ip = 2*In.
(
)
( ⁄ )
1° Estágio:
Com a corrente nesse instante, podemos calcular a resistência total (figura 7), isto é, no
momento da partida:
2° Estágio:
Abaixo temos o cálculo da resistência total do segundo estágio Rn-1 (figura 7):
Após termos calculado os valores totais, basta subtraí-los da resistência de armadura para
encontrarmos o valor da resistência externa a ser colocada em série com a armadura.
Assim:
1,505 – 0,55 = 0,955
Deve-se ressaltar que apenas os valores das resistências não são suficientes para especificar o reostato
de partida. É necessário informar também qual a potência que o mesmo devem dissipar. Para tal
cálculo, deve-se primeiramente encoutrar a energia dissepada através da seguinte equação:
(
) (
)
Nesse caso, como o motor está sendo partido sem carga conectada ao eixo, ou seja, Mr = 0,
teremos a seguinte equação:
(
)
Onde:
Agora, como sabemos que a energia é a potência vezes o tempo, utilizaremos o caminho inverso
para encontrar a potência.
(
) (
)
Então:
(
) (
)
Portanto o reostato de partida deve ter as seguintes características: 7,5 KW e resistências de
0,955Ω e 3,163Ω.
4.3.7.3 Contator 1A e 2A
Os dois contatores serão iguais já que têm a mesma atuação, isto é, curto-circuitam as
resistências de partida.
Para a correta especificação, devemos identificar o tipo de carga de trabalho e também o
tipo de tensão de alimentação. Por se tratar de cargas resistivas e a tensão de operação ser
contínua, utilizaremos contatores da categoria DC1. Sendo que a corrente que por eles passa, é
igual à corrente que passa pela armadura do motor. O catálogo pode ser observado nos anexos,
na figura 11.
Especificação:
Contator 3RT14 46 Sirius (Siemens);
Categoria: DC1;
Tensão de comando: 220V;
Corrente nominal: 35A a 60°C;
N° de pólos ligados em série: 3 pólos.
4.3.7.4 Contator M
O contator M é utilizado para o acionamento de um motor derivação no qual será feita a
frenagem.
Assim, empregaremos um contator de categoria DC2 ou superior, cuja corrente nominal
seja maior ou igual a do motor (34A) e capacidade máxima de interrupção de corrente igual ou
maior à corrente de partida do motor : Ip = 2xIn = 68A. No nosso caso, o catálogo da Siemens já
traz uma equivalência para uso dos contatores em corrente contínua e alterada. A figura 8 traz o
emprego de cada tipo de contator. Utilizaremos, portanto, contator do tipo 3RT10 para o
acionamento do motor.
OBS.: Conforme indicado pelo fabricante, podemos utilizar o contato abaixo citado, uma vez que
a energia armazenada do mesmo nos instantes de energização e desenergização são suportados.
Lembrando que essa citada energia, é propocional à tensão e corrente empregados.
Especificação:
Contator 3RT 10 35 – 1BM40 Sirius (Siemens);
Tensão de operação: 280V;
Tensão de comando: 220V;
Corrente nominal: 40A;
N° de pólos ligados em série: 3 pólos.
4.3.7.5 Contator F
O contator de frenagem F é utilizado quando se aciona a botoeira b1 e se deseja frenar o
motor através da inserção de uma resistência de frenagem rf.
Assim, a corrente que fuirá pelo contator é apenas a corrente gerada pela inércia
armazenada nas massas rotativas da máquina CC (comportamento capacitivo), uma vez que não
há nenhuma fonte de força motriz no eixo da máquina. Assim, escolheu-se o contator idêntico ao
contator 1A ou 2A, uma vez que esses suportam a corrente máxima. Vide figuras em anexo.
Especificação:
Contator 3RT14 46 Sirius (Siemens);
Tensão de comando: 220V;
Corrente nominal: 34A; Já se garante que não passará desse valor.
N° de pólos ligados em série: 3 pólos.
4.3.7.6 Ponte retificadora, Fusível e Relé Térmico
Diodo da ponte retificadora:
Deve-se garantir que o diodo da ponte retificadora trifásica suporte pelo menos Ip, ou
seja, duas vezes a corrente nominal (68A).
Fusível:
O fusível deve ser dimensionado para a corrente nominal.
Relé térmico:
Este deve proteger o circuito contra sobrecargas e o valor de ajuste deve ser o da corrente
nominal.
Considerando que o diodo da ponte retificadora suporta uma corrente de valor igual a duas
vezes a nominal, ou seja, 68A. O relé térmico que fará a proteção do circuito contra sobrecarga
será o RW67-1D3-U050 da (WEG) com Iaj (corrente de ajuste) de 34A (nominal), uma vez que
este possui uma faixa de ajuste que vai de 32 a 50 A do relé. Já o fusível que protegerá o circuito
contra curto-circuito será um de 35A de disparo rápido.
5 Bibliografia
Anotações da disciplina Acionamentos do primeiro semestre de 2012 da Faculdade de
Engenharia Elétrica (FEELT) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
CHAVES, M. L. R. Características Mecânicas dos Motores de Corrente Contínua. Universidade
Federal de Uberlândia, 2012.
NETO , A. O. M.; Costa, A. S. Motores Elétricos de Corrente Contínua. Universidade Federal
de Bahia, 2000.
Máquinas Elétricas. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, SENAI, Itabira, 2004.
Ribeiro, M. A. Aplicações de Automação. Salvador, 2001.
http://catalogo.weg.com.br/files/wegnet/WEG-contatores-e-reles-de-sobrecarga-catalogo-
completo-50026112-catalogo-portugues-br.pdf Acessado dia 06/05/2012 às 15h35min.
http://www.webopedia.com/TERM/H/hardwired.html. Acessado em 05/04/2012 às 02h35min.
http://www.industry.siemens.com.br/automation/br/Documents/Catalogo-brochura-SIRIUS-
new.pdf. Acessado em 04/05/2012 às 14h25min.
http://www.kanova.com.br/contatores-siemens-tripolares-da-linha-sirius.html; Acessado em
05/08/2012 às 19h40min.
6 Anexos
Figura 8 - Utilização de contatores – Siemens
Figura 9 - Contator M para manobra - 3RT10 – Siemens
Figura 10 - Escolha de Contator M – Siemens
A figura 11 traz o catálogo dos contatores 1A e 2A. Portanto, para os mesmos, utilizaremos a categoria
DC-1 por comutarem cargas resistivas.
Figura 11 - Escolha dos contatores 1A e 2A – Siemens
Figura 12 - Escolha do relé térmico – WEG