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patologia nas fundações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA - CRP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
ECV 346 – FUNDAÇÕES E OBRAS DE TERRA
PATOLOGIA E RECUPERAÇÃO DE FUNDAÇÕES SUPERFÍCIAIS E
PROFUNDAS
Marcos Fabrício Taminato 1742
RIO PARANAÍBA
15 de JUNHO de 2015
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Sumário1.INTRODUÇÃO............................................................................................................................................3
2.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...........................................................................................................................4
2.1 DEFINIÇÃO DE PATOLOGIA.................................................................................................................4
2.2 FUNDAÇÕES RASAS.............................................................................................................................4
2.2.1 CAUSAS DE PROBLEMAS..............................................................................................................5
2.2.1.2 FUNDAÇÕES SOBRE TERRENOS MUITO COMPRESSÍVEIS......................................................6
2.2.1.3 INFILTRAÇÃO SOBRE FUNDAÇÕES........................................................................................7
2.2.1.3 EDIFICAÇÕES ENCOSTADAS OU DE ÉPOCAS DIFERENTES.....................................................8
2.3 FUNDAÇÕES PROFUNDAS...................................................................................................................8
2.3.1 AUSÊNCIA DE RECONHECIMENTO DOS SOLOS............................................................................9
2.3.2 MÁ INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DAS SONDAGENS.......................................................10
2.3.3 ERROS NA EXECUÇÃO................................................................................................................10
3. BIBLIOGRAFIA.........................................................................................................................................11
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1.INTRODUÇÃO
Com o grande aumento na demanda de empreendimentos, residenciais e
comerciais, gerou se no mundo uma valorização dos trabalhos de engenharia, incluindo
insumos, profissionais da área e serviços.
Entretanto mesmo com o aumento na demanda, os critérios técnicos
indispensáveis para a obra não acompanharam o crescimento, sendo assim alguns erros
são cometidos, impactando na qualidade da construção.
Este trabalho visa apresentar as ações recorrentes nas obras de fundações,
causadoras de manifestações patologicas que podem evidenciar danos severos a
estrutura da construção. Além disso será descrito medidas preventivas e medidas de
recuperação para fundações rasas e fundações profundas.
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2.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 DEFINIÇÃO DE PATOLOGIA
A definição mais conhecida de patologia se refere aos estudos médicos que
descrevem certa anomalia ou doença. Na engenharia o termo é semelhante, onde fica a
cargo do perito engenheiro civil realizar diversos estudos que irão caracterizar um desvio
da normalidade, bem como definir suas causas, consequências e possíveis soluções
cabíveis.
Comumente a palavra patologia é empregado de maneira, equivocada, a
caracterizar as manifestações patológicas, que são, em definição, a expressão visual de
uma anomalia que está ocorrendo, como por exemplo as fissuras, trincas, rachadoras,
fendas e brechas. Já patologia é uma ciência formada por um conjunto de teorias que
servem para descrever as manifestações patológicas.
2.2 FUNDAÇÕES RASAS
O conjunto de fundações rasas, são os elementos de fundação onde a carga, vindo
da superestrutura, é transmitida ao solo pelas pressões distribuídas sob a base do
elemento. Além disso as fundações rasas são caracterizadas pela relação profundidade
de assentamento pela menor dimensão da fundação que deve ser inferior a duas vezes.
Estão inclusas nesse conjunto de elementos, as sapatas (isolada, associada e corrida),
blocos, radier, e vigas de fundação.
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2.2.1 CAUSAS DE PROBLEMAS
Quando são identificadas manifestações patológicas inicia se um processo de
investigação, onde serão descritos os processos construtivos que podem ter sido os
causadores dessas anormalidades.
Tais anormalidades são originados, em geral, na caracterização do comportamento
do solo, no processo de análise do projeto de fundações, na execução das fundações, na
degradação dos materiais constituintes ou em eventos pós finalização da obra de
fundação. Nos tópicos abaixo, serão descritos algumas das causas de sinistro mais
recorrentes quando se trata de fundações.
2.2.1.1 FUNDAÇÕES SOBRE ATERROS
Grande parte dos causadores de sinistros tem relação com o assentamento de um
aterro, somado a ações negligentes por parte do corpo executivo e de planejamento da
obra. A falta de investigação geológica, ou a deficiência de uma determinada
investigação, ou, ainda, a interpretação equivocada dos dados, trazem como
consequência manifestações patológicas e, em alguns casos, danos irreversíveis a super
estrutura de uma obra.
Com relação a obras executadas em aterros, devem ser levadas em consideração
as características destas camadas de solo. Os aterros recentes são uma preocupação
pois, como se sabe, após a compactação das camadas (por mais regulares que sejam e
mais precisas na execução) elas ainda não adquiriram o seu assentamento definitivo,
sendo assim, as construções devem ser realizadas mediante a um adensamento prévio
do solo, para garantir que o recalque do aterro seja acelerado e que não comprometa a
estrutura. Na literatura é grande o volume de casos referentes a aterros recentes e,
normalmente, de qualidade de execução duvidosa. Nestes casos as manifestações
patológicas mais comuns são o aparecimento de fissuras sobre algumas paredes, que
são referentes a possíveis recalques diferenciais na edificação, além disso, observa se
um abaixamento da cota do plano da edificação (recalque).
Outro ponto importante a se considerar ao realizar a construção de uma obra que
demanda um, considerável, acréscimo de carga, é a idade das construções ao redor.
Deste modo, com o tempo do aterro sob a construção e a idade das construções vizinhas
pode se ter uma noção da necessidade de um reforço ou cuidado especial com recalques
diferenciais devido a acréscimo de carga desigual.
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Além de aterros recentes, outro importante fator a se considerar são os aterros que
possuem espessura variável. Sabe se que um aterro adequado apresenta camadas com
espessura pequena, causando pequenos assentamentos. Sendo assim, os aterros com
espessura variável deve se levar em conta, no dimensionamento da fundação, a diferença
nos assentamentos que serão gerados no decorrer da obra. Então deve se estudar não
somente a rigidez da obra, mas ainda a estabilidade do conjunto. Um caso mundialmente
conhecido é a Torre de pisa, construída sob um terreno compressível (que será abordado
a seguir) e sob camadas irregulares. Vale ressaltar a importância de uma boa
investigação geológica e geotécnica que não dê margens a áreas não investigadas, onde
há a possibilidade de diferença de estabilidade.
Do mesmo modo que a espessura da camada do solo gera diferentes recalques, a
característica do solo também exerce papel fundamental nos assentamentos da obra. Há
terrenos com presença de tipo de solo que são totalmente desaconselháveis para
construções com alta sobrecarga, como argilas moles, ou com alto teor de água, turfas,
etc. Para este tipo de terreno pode ser mais vantajoso a utilização de uma fundação
profunda. Além disso, recalques excessivos em solos compressíveis podem gerar
rachaduras e fissuras nas paredes e nas fundações.
Por tanto para obras executadas em algum tipo de aterro, ou solo duvidoso, deve
se ter em mente que a investigação é parte essencial para determinar o tipo de fundação
a ser usada. Caso a escolha seja uma sapata rasa, é importante que elas sejam
executadas de maneira correta, com materiais de boa qualidade, além disso as estruturas
devem ser bem cintadas. Somando se a isso, é necessário analisar a viabilidade
financeira da obra, uma vez que para casos como solos instáveis é aconselhável o uso de
estacas profundas.
2.2.1.2 FUNDAÇÕES SOBRE TERRENOS MUITO COMPRESSÍVEIS
Quando se trata de terrenos muito compressíveis, vale a mesma regra para os
aterros compressíveis. A primeira precaução consiste em determinar as camadas de
terrenos que serão a base da construção. Sendo assim é possível determinar a
profundidade de assentamento, para isso é necessário escolher uma profundidade de
investigação (profundidade de sondagens) com base no bulbo de transferência de carga
da fundação, e com base nos conhecimentos práticos do engenheiro. Caso os resultados
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da sondagens apontarem para um terreno com espessuras compressíveis variáveis, a
obra poderá sofrer alguns efeitos indesejáveis como:
Caso a obra for rígida, ela tenderá a inclinar-se (recalque diferencial);
Caso não seja rígida ocorrerá o processo de fissuração;
Caso tenha junta de dilatação, esta poderá se abrir, separando as;
No entanto se o terreno apresentar homogeneidade na espessura da camada
compressível e a obra permitir pequenos recalques, não só é possível, como é mais viável
a implantação de uma fundação tipo rasa. Portanto, é a ausência da rigidez na obra que
causa as manifestações patológicas. Além disso é aconselhável dispositivos de
travamento para a superestrutura como a cintagem por travamentos horizontais e
verticais.
Outro caso atrelado a terrenos compressíveis, são as fundações que são
assentadas sobre uma camada rígida que no entanto, tem como base uma camada
compressível. Para que isso não ocorra, é desejável que a investigação seja feita da
melhor maneira possível, além disso pode se usar mais de um método de investigação
para que os pontos fracos de uma investigação sejam sanados por um segundo tipo de
investigação.
2.2.1.3 INFILTRAÇÃO SOBRE FUNDAÇÕES
Outro importante fator a ser levado em consideração é o contato da água com a
fundação. Tal fator é perigoso especialmente em fundações assentadas sobre solos
argilosos, que em contato com a água tentem a amolecer, resultando no acréscimo de
recalques. Além disso podemos ressaltar ainda mais a periculosidade em construções
realizadas em terrenos inclinados, onde a qualidade dos materiais da sapata, somando se
a correta execução, sendo assentadas na profundidade correta, são determinantes para
se evitar um deslizamento.
Para este tipo de problema, destacamos alguns meios da água entrar em contato
com a fundação, como infiltração de água no solo, saída de água por capilaridade,
presença de lençol freático e aumento da cota do lençol freático.
Uma vez infiltrada a água através de solos vizinhos, a água poderá entrar em
contato com o solo que está absorvendo as cargas da fundação e alterar sua capacidade
suporte, fazendo com que apareçam recalques não dimensionados, além disso a água
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pode entrar em contato com a própria fundação, fazendo com que ela seja danificada, ou
que realize o deslavamento do solo sob a sapata causando um afundamento repentino na
estrutura, fazendo com que apareçam trincas e fissuras, comprometendo a estrutura.
Para que este problema seja evitado, é necessário medidas para conduzir as águas
pluviais para fora do alcance das sapatas, sendo assim pode se usar de diversos artifícios
de drenagem, como canaletas, bueiros, galerias, etc.
Em terrenos inclinados, especialmente, a água de infiltração se apresenta de forma
natural, contornando a curva do terreno. Estas águas podem encontrar com obstáculos,
como construções e fundações, fazendo com que estes obstáculos sejam banhados em
água, causando danos à estrutura, além de manifestações patológicas. Para que isso não
ocorra é indispensável que essa água seja afastada, realizando ações a montante do
terreno inclinado, como por exemplo a instalação de tubos horizontais de drenagem, que
vão diminuir e nível de água no terreno.
2.2.1.3 EDIFICAÇÕES ENCOSTADAS OU DE ÉPOCAS DIFERENTES
No brasil, a construção de edifícios, principalmente, em grandes metrópoles tem
sido acelerada pelo crescimento das cidades. Somado se a isso, muito edifícios são
construídos ao lado de outros já existentes e estes datados de até épocas diferentes.
Quando se constrói uma edificação, o terreno sob suas fundações só adquire o seu
adensamento definitivo ao fim de um período de tempo mais ou menos longo,
dependendo do tipo de solo que será assentado. Entretanto, ao se construir uma nova
edificação nas proximidades de uma edificação antiga, mesmo está já tendo seu
assentamento definitivo, ela pode ainda estar fadada à mais um assentamento,
ocasionando desordens nesta edificação.
Tais desordens são manifestadas, principalmente, pela aparente inclinação de um
ou mais edifícios, fissuração nas paredes principais ou divisórias ligadas à empena
adjacente.
Algumas das soluções que são adotadas para este tipo de caso, incluem
ancoragem da sapata afetada a uma sapata mais estável, podendo até ser ligada em
outro edifício. No entanto as medidas para serem evitadas são mais importantes, pois
com um laudo completo é possível identificar possível locais frágeis nas construções
vizinhas, e para isso medidas como a diferente alocação do edifício construído poderá ser
tomada afim de evitar danos a estruturas já construídas.
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2.3 FUNDAÇÕES PROFUNDAS
Fundações profundas, são elementos de fundação que transmitem as cargas
advindas dos elementos da super estrutura para a solo, no entanto se diferem das
fundações rasas pela sua relação da profundidade com a menor dimensão da base,
agora, sendo maior que duas vezes. Por tanto são elementos que possuem esbeltes
elevada , e além da resistência de ponta apresenta resistência lateral devido a sua
maior profundidade de assentamento no solo.
Tais fundações são recomendadas quando não se pode realizar uma fundação
rasa, seja por presença de nível d’água em cotas próximas a cota de assentamento,
apresentam solos não recomendados para assentamento (pouca capacidade suporte ou
solos compressíveis e expansíveis) ou até quando a construção demandar altas cargas
solicitantes.
Por se tratar de um tipo diferente de fundação, as causas das manifestações
patológicas podem ser diferentes, para método didático LOGEAIS, Louis (1971) classifica
os sinistros acontecidos com as fundações profundas em três categorias, sendo elas:
Ausência de reconhecimento dos solos ou reconhecimentos incompletos e
inadaptados
Má interpretação dos resultados de sondagem ou dos ensaios ou pelo
desconhecimento das leis mecânicas dos solos
Defeitos de execução
2.3.1 AUSÊNCIA DE RECONHECIMENTO DOS SOLOS
É de conhecimento de qualquer engenheiro o carácter essencial de uma sondagem
para realização de serviços de fundação de qualquer porte. Cautelas são tomadas a partir
da complexidade da construção, além da sua importância e tamanho, deste modo é
intuitivo dizer que quanto maior são estes fatores, maior será a profundidade das
investigações.
Os estudos prévios geotécnicos darão a direção para escolha correta do tipo de
fundação, além de suas características como profundidade de assentamento/perfuração
ou necessidade de escoramentos ou serviços complementares.
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Uma das causas mais comuns no meio prático é a ausência dos laudos técnicos
para constatação da capacidade suporte do solo, mesmo em pequenas construções é
necessário reconhecimento, pois poderá ocorrer um recalque pela presença de solo
aluviado. Além disso, outra caso típico é quando a sondagem é executada de modo
incompleto, sendo interrompida em camadas resistentes. Tal fato não é de grande
importância para construções onde há pouca carga solicitante, pois respeitados as
dimensões mínimas e os espaçamentos adequados, um solo resistente dará conta. No
entanto, para construções onde a solicitação de carga é grande, deve se levar em
consideração as camadas subjacentes uma vez que o bulbo de tensões irá afetar
camadas mais a fundo.
Além de fundações estabelecidas a profundidade insuficiente, outro problema está
com relação ao modo de fundação inadaptado ao terreno. Isto é, pela falta de
investigação, se dita um tipo de fundação que não se adequa totalmente a obra. Na
maioria dos casos, tal fato não se refletirá em um sinistro, no entanto poderá causar
prejuízos a obra, além de má execução. Um exemplo é quando se tem blocos rochosos
duros, com boa capacidade suporte, dentro de uma formação de solo mole, e serão
cravados estacas, que podem desaprumar ou ocasionar rotura, dando atraso e prejuízo à
obra.
2.3.2 MÁ INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DAS SONDAGENS
Causando mais de 30% dos casos de sinistros, as más interpretações de
resultados de sondagem levam a resultados que são insuficientes para a boa capacidade
suporte do terreno. Deve se tomar cuidado com erros na interpretação de cravações uma
vez que estas cravações podem dar lugar a rejeitos enganadores devido ao
desenvolvimento de pressões intersticiais que se opõe a penetração na estaca, deste
modo irá alterar os resultados colhidos e prejudicando na cravação.
Outro efeito que pode ocasionar má interpretação é com relação ao atrito negativo,
que é quando uma camada de terreno, na qual está ancorada a estaca, é compacta e
espessa na maior parte do tempo e havendo a cravação, ocorrera o atrito negativo , que
alterará os resultados.
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2.3.3 ERROS NA EXECUÇÃO
Outro fato de suma importância no estudo da manifestações patológicas são os
erros de execução, seja pela interpretação errada de dados (assentamento em camada
insuficiente ) ou pela falta de conhecimento.
Em estacas com camisa cravada, por exemplo, é desejável que seja feita uma
salvaguarda de betonagem, ou seja, que o fuste seja preenchido com uma camada de 20
a 50cm para que sejam apiloadas, caso não seja feito corre se o risco de a fundação ter
bolsões de terra na estaca, podendo ocasionar adensamentos inesperados eu
deslavamentos pela ação de águas.
Outro possível erro é a utilização de materiais que não são adequados, ou não
estão adequados para a obra como é o caso de utilização de betão demasiadamente
seco.
Além disso, podemos ter na cravação um apiloamento muito brusco de modo que
seja provocado deformações tamanhas , comprometendo
3. BIBLIOGRAFIA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122: Projeto e execuçãode fundações. Rio de Janeiro, 1996. Pag.33.
SOUZA, V. C. M., RIPPER, T. Patologia, recuperação e reforço de estruturas deconcreto. São Paulo: Pini, 1998.
LOUGEAIS, Louis. Patogolia das fundações. INSTITUT TECHNIQUE DU BATIMENT ET DES TRAVAUX. 1971
VELLOSO, D. A.; LOPES, F. R. Fundações: Critérios de Projeto/ Investigação doSubsolo/ Fundações Superficiais/ Fundações Profundas. São Paulo: Oficina detextos, 2012.
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