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Patrimônio e Soberania Alimentar
Julicristie M. OliveiraProfessora de Segurança Alimentar e Nutricional
Presidente do COMSEA Limeira
Alimentação e CulturaComer como ato social
Comida ~ alimento simbolizado
A comida não é neutra ~ há sentidos e significados
Comida ~ laços afetivos, relações sociais, memórias
Xenofobia, xenofilia alimentar
Culinária, gastronomia, “gourmetização”
Patrimônio(s) Brasileiro(s)
IPHAN - missão
“...promover e coordenar o processo de preservação do patrimônio cultural brasileiro para fortalecer identidades, garantir o direito à memória e contribuir para o desenvolvimento socioeconômico do país”
(IPHAN, 2015)
Patrimônio(s) Brasileiro(s)
O que há de patrimônios registrados?
Em processo:Doçaria Pelotense, RS; Queijo Serrano, RS; Festa de São Benedito de Aparecida, SPRegistrados:Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas, MG. (IPHAN, 2015)
O que há de patrimônios registrados?
Patrimônio(s) Brasileiro(s)Por que patrimoniar?
Preservar os modos de vida e representações de mundo de coletividades
Respeitar o relativismo cultural e às diferentes configurações culturais, aos valores e referências de certos contextos
Reconhecimento da diversidade cultural como definidora da identidade cultural brasileira (IPHAN, 2015)
Patrimônio(s) Brasileiro(s)
Incluir as referências significativas dessa diversidade
Divulgar, valorizar, apoiar, fomentar e garantir condições de produção e reprodução de bens culturais expressivos dessa diversidade cultural do nosso país
(IPHAN, 2015)
Patrimônio(s) Brasileiro(s)
O que se registra? (bens culturais de natureza imaterial)
“...celebrações, lugares, formas de expressão e saberes, ou seja, as práticas, representações, expressões, lugares, conhecimentos e técnicas que os grupos sociais reconhecem como parte integrante do seu patrimônio cultural.”
(IPHAN, 2015)
Patrimônio(s) Brasileiro(s)
Manutenção da cultura
Manutenção da identidade
Manutenção do saber e também do sabor
Intensa perda de biodiversidade
Intensa perda de conhecimento
Comida e Cultura CaipiraCulinária paulista
Intensa deterioração cultural
Pratos típicos da culinária: virado, cuscuz
Festas típicas: Juninas, Quermesses, Festa da Cozinha Caipira de São Luiz do Paraitinga (3a Edição), Festa do Folclore de Olímpia (50a Edição)…
São formas de resistência
Comida e Cultura CaipiraParceiros do Rio Bonito (Candido, 2010)
Bofete, Anhembi, Piracicaba…
Formação de bairros rurais
Mutirão: relações de cooperação (casa, colheita…), ações espontâneas
Festa com oferta de comida ao final
Hoje: sociedade individualizada (Beck, 2010)
Comida e Cultura Caipira
Parceiros do Rio Bonito (Candido, 2010)
Comida do Caipira Paulista:
Milho, mandioca, feijão, abóbora…
Depois há entrada do trigo, arroz…
Comida e Cultura Caipira
Coleta de Frutas da Floresta (Candido, 2010)
Jabuticaba, goiaba, araçá, pitanga, caju, cambuci, cambucá, cabeludinha e uvaia
Transição Alimentar e Nutricional
Caçadores e coletores
Invenção da Agricultura
Revoluções Agrícolas
Sedentarismo e Mudanças no Padrão Dietético
Colonialismo
Impactos destas MudançasAumento das doenças e agravos não transmissíveis
Deterioração cultural
Globalização dos gostos
Temos que construir a soberania alimentar:
“...é reconhecer o direito de nosso povo em determinar livremente o que vai produzir e consumir de alimentos” (Brasil, 2006)
Soberania Alimentar e Comida de Verdade
Soberania é assegurar que todos tenham acesso à comida de verdade
Transgênicos não são comida de verdade
Perda da Biodiversidade, uso intensivo de agrotóxicos e deterioração ambiental não produzem comida de verdade
Soberania Alimentar e Comida de Verdade
Comer apenas ou a maior parte de alimentos processados e ultraprocessados não é ter acesso à comida de verdade
Perder a dignidade para poder comer não é ter acesso à comida de verdade
Viver com medo de não conseguir comer adequadamente não é ter acesso à comida de verdade
Mudar a nossa escala de valores
Precisamos de nostalgia alimentar
Valorizar nossas comidas, nossos modos de fazer, de cozinhar, de servir, de comer
Valorizar a nossa cozinha caipira e todas as outras cozinhas regionais do Brasil
Temos que (re)aprender a comer alimentos que são da nossa biodiversidade ou que se adaptaram bem aqui