Patristica e a Escolastica

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  • 8/10/2019 Patristica e a Escolastica

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    FILOSOFIA MEDIEVAL

    Cassio dos S. Oliveira

    A ESCOLSTICA

    Filosofia Licenciatura - UFMA

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    As reflexes filosficas produzidas durante a IdadeMdia tiveram como pano de fundo a doutrina docristianismo;

    Entretanto, a Idade Mdia produziu algumascorrentes de pensamento independentes da f cristque devem ser mencionadas.

    Essa escolas filosofias mantm pelo menos umponto em comum com a filosofia cristo: o fato dese inspirarem tambm em doutrinas religiosas

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    A partir do sculo V, os pensadores cristos perceberam anecessidade de aprofundar uma f que estavaamadurecendo, com o intuito de harmoniz-la com asexigncias do pensamento filosfico. Desse modo aFilosofia, que at ento possua traos marcadamenteclssicos e helensticos, passa a receber influncias dacultura judaica e crist. Alguns temas que antes no

    faziam parte do universo do pensamento grego, taiscomo: Providncia e Revelao Divina e Criao apartir do nada passaram a fazer parte de temticasfilosficas.

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    AEscolstica(ouEscolasticismo) uma linha dentroda filosofia medieval, de acentos notadamente cristos,surgida da necessidade de responder s exigncias da

    f, ensinada pela Igreja, considerada ento como aguardi dos valores espirituais e morais de toda aCristandade. Por assim dizer, responsvel pela unidadede toda a Europa, que comungava da mesma f.

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    A Filosofia que at ento possua traos marcadamenteclssicos ehelensticossofreu influncias dacultura judaica e crist, a partirdo sculo V, quando pensadores cristos perceberam a necessidadede aprofundar uma f que estava amadurecendo, em uma tentativa

    de harmoniz-la com as exigncias do pensamento filosfico.Alguns temas que antes no faziam parte do universo dopensamento grego, tais como:Providncia e Revelao Divina eCriao a partir do nada passaram a fazer parte de temticasfilosficas. A Escolstica possui uma constante de naturezaneoplatnica, que conciliava elementos da filosofia de Plato comvalores de ordem espiritual, reinterpretadas pelo Ocidente cristo.E mesmo quando Toms de Aquino introduz elementos da filosofiade Aristteles no pensamento escolstico, esta constante

    neoplatnicaainda presente.

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    Basicamente, a questo chave que vai atravessar todo opensamento escolstico a harmonizao de duas esferas: af e a razo. O pensamento de Agostinho, maisconservador, defende uma subordinao maior da razo emrelao f, por crer que esta venha restaurar a condiodecada da razo humana. Enquanto que a linha de Tomsde Aquino defende uma certa autonomia da razo naobteno de respostas, por fora da inovao do

    aristotelismo, apesar de em nenhum momento negar talsubordinao da razo f.

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    Para a Escolstica, algumas fontes eramfundamentais no aprofundamento de sua reflexo,

    por exemplo os filsofos antigos, as Sagradas

    Escrituras e os Padres da Igreja, autores dosprimeiros sculos cristos que tinham sobre si aautoridade de f e de santidade.

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    10/31Fonte: http://corujasapiens.wordpress.com/6o-ano-2/oitavo-ano/filosofia/do-inicio-da-patristica-ao-fim-da-escolastica/

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    O termo escolstica se origina do gregoschole, quesignifica lugar onde se aprende. Nasce com osurgimento das universidades. Dois tipos deuniversidades so comuns nesse perodo: o italiano,onde os alunos organizavam e administravam suas

    prprias escolas; o francs, seguindo o modelomonstico, a faculdade era constituda dos

    professores e administradores da escola. O currculo

    era baseado no tri vium(gramtica, lgica e retrica);quadrivium (msica, aritmtica, geometria eastronomia) e claro, teologia.

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    A escolstica pode ser definida como a tentativa deracionalizar a teologia para que se sustente a f com arazo. Os dados da revelao bblica eram

    organizados atravs da lgica dedutiva de Aristteles. importante salientar que a busca da escolstica noera pela verdade, mas sim organizar racionalmenteum corpo de verdades aceitas, seja atravs da f ou

    da razo, num corpo harmnico.

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    Realismo

    Plato ensinava que os universais (idias) tinhamuma existncia objetiva independentemente dascoisas particulares. Cria-se por exemplo que huniversais de beleza, verdade e bondade fora dosatos particulares do homem de beleza, verdade e

    bondade. A frase latina que resumia essa tendnciaera universalia ante rem , isto , os universaisexistem antes das coisas criadas.

    Anselmo(1033-1109) Pedro Lombardo (1100-1160)

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    Realismo Moderado

    Diferentemente de Plato, Aristteles possua umaviso moderada da natureza da realidade. Ele defendiaque os universais ou idias possuam uma existncia

    objetiva, embora no existissem aparte das coisasindividuais mas sim nelas. A frase que resume essaidia : universalia in re. Os escolsticos queadotaram essa idia foram chamados de realistas

    moderados ouconceptualistas. Abelardo(1079-1142)

    Alberto Magno(1225-1274)

    Toms de Aquino(1225-1274)

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    Nominalismo

    A tendncia nominalista se opunha ao realismo erealismo moderado. Suas idias foram expressas nafrase:universalia post rem / flatus vocis. Verdades ou

    idias gerais no tm existncia objetiva a no sercomo resultado da observao das coisasparticulares. Desta forma os nominalistas so osprecursores dos empiristas dos sculos XVII e XVII

    e da cincia experimental.

    Jonh Duns Scotus(1265-1308)

    Guilherme de Occam(1280-1349)

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    Universais

    No sculo X, decaram muito os estudos e s no sculo XI seiniciou alguma reao. Com o estudo da Dialtica, o interessedos estudiosos voltou-se para o problema dos universais,que foi o tema mais debatido no sculo XI.

    Ouniversal um conceito ou ideia que tem uma essnciacomum a muitos seres e que, portanto, deve ser aplicvel atodos esses seres. Por exemplo, o conceito de homemrepresenta uma essncia, animal racional, que vai permanecersempre a mesma, indiferentemente de a quantos indivduosdo mesmo gnero (homem) se aplique (e a todos deve seraplicvel) e distinta aparncia que esses indivduos possamter.

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    REALISMO REALISMO

    MODERADO NOMINALISMO

    Relao entre f erazo

    Eu creio a fim de quepossa conhecer

    Eu conheo a fim de quepossa crer

    Eu creio separado do queeu conheo

    Natureza daRealidade

    Universalia ante rem Universalia in re Universalia post rem

    (flatus vocis)

    Pensadores Anselmo Toms de Aquino e

    Abelardo Guilherme de Ockham

    Obras Proslgio e Monolgio Summa Theologiae Ordinatio

    Proponentes

    Modernos Evangelicalismo Catolicismo Romano Renascena e Iluminismo

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    A Decadncia do Escolasticismo

    O chamadoiluminismo, um movimento intelectual da eliteeuropia do sculo XVIII, que procurou mobilizar o poderda razo para reformar a sociedade e o conhecimentoherdados da tradio medieval, muitas vezes apontadocomo sendo responsvel pelo fim do escolasticismo. O

    Iluminismo floresceu at cerca de 1790-1800, aps o qual anfase na razo deu lugar nfase na emoo e surgiu ummovimento contra-iluminista. No entanto, quando omovimento iluminista eclodiu, praticamente j noexistiam autores escolsticos. Apenas no final do sculo

    XIX que houve uma tentativa de resgatar oescolasticismo sob um prisma mais moderno,principalmente com Jacques Maritain (1882-1973),um filsofo francs de orientao catlica e tomista, cujasobras influenciaram a democracia crist.

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    A tendncia protestante bsica, com raras excees, eraopor-se a qualquer lei natural para derivar tica ouFilosofia Poltica a partir do uso da razo do homem, poiso homem era muito pecaminoso e corrupto em sua razo eseus sentidos, uma personificao da corrupo e, portanto,s a f pura em comandos arbitrrios, e revelada por Deus,era aceita como base para a tica humana. Essa descrena

    por parte dos protestantes na lei natural os impedia decriticar as aes do Estado. Com efeito, o calvinismo e ato luteranismo foram incapazes de contestar o Estadoabsolutista que floresceu em toda a Europa durante osculo XVI e triunfou no sculo XVII.

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    Com isso, na primeira parte do sculo XVII, doisfilsofos contrastantes conseguiram fortalecer oracionalismo e o empirismo, que continuam a

    assolar o mtodo cientfico at os dias atuais. Forameles o inglsFrancis Bacon(1561-1626) e o francsRen Descartes(1596-1650).

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    01 Analise as frases que seguem: Aquilo que a verdade descobrir no

    pode contrariar aos livros sagrados, quer do Antigo quer do Novo

    Testamento (Sto Agostinho); Deus no pode infundir no homem opinies ou

    uma f que vo contra os dados do conhecimento adquirido em virtude das

    foras naturais (Sto. Toms de Aquino). Elasresultam do desenvolvimentodo Cristianismo e da dominao da Teologia sobre a filosofia entre ossculos II e XVI d.C. Essa nova filosofia presa ao Cristianismo sediferenciava da Filosofia Clssica, porque procurava promover a crena emum Deus todo poderoso proclamado por Jesus Cristo. A esta fase da Histriada Filosofia chamamos:

    A - Filosofia Catlica

    B - Filosofia Clssica

    C - Filosofia Medieval

    D - Filosofia Protestante

    Exerccio

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    02 Quando o Imprio Romano iniciou sua derrocada, havia umainstituio religiosa pronta para assumir a direo do mundo. OCristianismo se expande atravs da filosofia dos Padres da Igreja. Noesforo de converter pagos, combater heresias e justificar a f, os

    Padres da Igreja daquele sculo desenvolveram a apologtica,discurso racional religioso em defesa do Cristianismo. Essa realidadecaracteriza a primeira fase da Filosofia no perodo medieval, tambmconhecida como:

    A - Patrstica

    B - Reforma

    C - Contra-Reforma

    D - Escolstica

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    Exerccio

    03 So tendncias da Escolstica:

    A - Pr-Milenismo, Amilenismo e Ps-milenismo

    B - Realismo, Irrealismo, Cubismo

    C - Apologistas, Polemistas e Alexandrinos

    D- Realismo, Realismo Moderado e Nominalismo

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    04 comum fazer referncia a Idade Mdia como aIdade das Trevas, devido monopolizao doconhecimento formal pela igreja catlica, no entanto

    nesse perodo houve o surgimento das:

    A - Escolas e universidades

    B - Catedrais e igrejas

    C - Escolas Filosficas

    D - Escolas tcnicas

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    05 Durante a Idade Mdia, a questo dos universais foi um dosgrandes problemas debatidos pelos filsofos da poca. Realismo,Conceitualismo e Mominalismo foram as solues tpicas doproblema. Outra preocupao da poca foi o da possibilidade ou

    impossibilidade de conciliar f e razo. Santo Agostinho, sobre arelao f e razo, protagoniz ou uma tese que se pode resumir nafrase: "Credo ut intelligam" (Creio para entender). A partir dos seusconhecimentos sobre a questo dos universais e da filosofiamedieval, identifique as proposies verdadeiras:

    I - O apogeu da patrstica aconteceu no sculo XIII com Santo Toms deAquino (1225-1274), que, retomando o pensamento de Plato, fez asntese mais bem elaborada da filosofia com o cristianismo durante aIdade Mdia.

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    II - O pensamento filosfico medieval, a partir do sculo IX, chamado deescolstica. A filosofia escolstica tinha por problema fundamental levar ohomem a compreender a verdade revelada pelo exerccio da razo, contudoapoiado na Auctoritas, seja da Bblia, seja de um padre da Igreja.III - Para os nominalistas, o universal apenas um contedo da nossa mente,

    expresso por um nome. O que significa dizer que os universais so apenaspalavras, sem nenhuma realidade especfica correspondente.IV - No conceitualismo de Pedro Abelardo, os universais so conceitos,entidades mentais, que no existem na realidade, nem so meros nomes.V - De acordo com a teoria da iluminao de Santo Agostinho, o ser humano

    recebe de Deus o conhecimento das verdades eternas. Tal como o sol, Deusilumina a razo e torna possvel o pensar correto. Em verdade, Santo Agostinhono conflita a f com a razo, sendo esta ltima auxiliar e subordinada da f.

    Assinale a alternativa que contm as afirmativas VERDADEIRAS:

    A - I, II e III B - I, III e V C - II e V D - I, II e IV E - II, III, IV e V

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