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PAULÍNIA REVIEWS

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O Estado de São Paulo

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Público consagra 5 x FavelaFilme, que tem Cacá Diegues como mentor, foi aplaudido várias vezes durante a projeçãoLuiz Zanin Oricchio, de O Estado de S. Paulo

PAULÍNIA - 5 x Favela - Agora por Nós Mesmos foi o primeiro filme a de fato empolgar o público de Paulínia. O longa-metragem, dividido, como diz o título, em cinco episódios, foi várias vezes aplaudido durante a projeção, e terminou a sessão consagrado. O produtor - e mentor do projeto - o cineasta Cacá Diegues, apresentou a equipe no palco do Theatro Municipal antes da sessão. "Tenho muito orgulho desse filme e digo isso sem qualquer problema, pois não sou responsável por qualquer das imagens que vocês irão ver", disse. Modéstia. Cacá e sua mulher, Renata de Almeida Magalhães, são os produtores. Mas é claro que Cacá é também um inspirador do projeto. Essa entrega da autoria aos diretores, radicados nas favelas do Rio, é uma maneira de reafirmar o aspecto coletivo desse filme, nascido de oficinas feitas nas comunidades cariocas que, no caso, filmaram a si próprias. O título vem de um clássico do Cinema Novo, 5 x Favela, em que jovens cineastas de classe média (entre eles Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirszman e o próprio Cacá Diegues) filmaram o universo das favelas cariocas. Agora, quase 50 anos depois, chegou a vez de as comunidades exibirem o olhar que têm de si mesmas, e não mais filtrado pela visão da classe média. Vem daí o interesse, a espontaneidade, o frescor dessas imagens que tocaram as pessoas em Paulínia.Há um claro lado militante na base desse projeto. Cadu Barcelos, um dos diretores - são sete para cinco episódios - representou o grupo e disse para a plateia: "Com o apoio do Cacá, falamos de nós mesmos, com o pensamento de que democracia, sem oportunidades, não é democracia." Cadu tem 23 anos e mora no Complexo da Maré. Outros vêm de Cidade de Deus, Vidigal e Caxias. Nesse sentido, em seus episódios, 5 x Favela procura traçar um retrato das comunidades que pouco tem a ver com os estereótipos conhecidos. Num dos episódios, o jovem universitário (Silvio Guindane) financia seus estudos vendendo drogas para seus colegas mais abonados, mas a história reserva um desfecho inesperado para os padrões convencionais. Noutra, um menino resolve roubar um frango para dar de presente ao pai, cansado de levar apenas arroz e feijão na marmita. O humor e o humanismo desse episódio são incríveis. O cineasta Ruy Guerra faz um personagem engraçado, o português pinguço, dono de um aviário.

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O cotidiano das favelas, com sua violência e tráfico de drogas e gangues, não é escondido. Mas ganha relevo diferente ao que estamos habituados. Vemos também o outro lado, a solidariedade social, o humor, a irreverência, a sensualidade. Alguns críticos se queixaram de que o filme se fixaria em estereótipos, só que de sinais contrários. Por exemplo, num dos episódios se mostra o jovem mais privilegiado induzindo o favelado a delinquir. Noutro, são os meninos brancos que tiram o dinheirinho suado ganho pelos garotos favelados para comprar o frango para o pai de um deles. Clichês, que culpam os privilegiados sociais? Talvez. Mas pode ser apenas outra maneira de perceber a complexa realidade social brasileira, e que ainda não tivéramos no cinema nacional, mesmo porque ele é majoritariamente feito pela classe privilegiada, tenha ela consciência culpada ou não. 5 x Favela está longe de ser perfeito, tanto técnica quanto conceitualmente. Quem procurar defeitos vai encontrar. Mas seria uma maneira mesquinha de ver esse filme que pode nos comover e, por que não?, ensinar alguma coisa sobre um tipo de realidade que julgamos conhecer mas só enxergamos sob o filtro do nosso preconceito.

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O Globo

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Após infantil e DOC, mostra surpreende-se com 5x Favela (texto Jornal O Globo)

“Três produções bem distintas, que indicam a variedade que o cinema brasileiro tem buscado em seus filmes, tiveram suas primeiras exibições públicas anteontem, pela terceira edição do Festival de Paulínia. A primeira foi “Eu e meu guarda-chuva”, de Toni Vanzolini, um filme infanto-juvenil exibido fora de competição à tarde. Depois, o documentário “São Paulo Companhia de Dança”, de Evaldo Mocarzel, procurou extrair a beleza de um grupo de dança. E, por fim, veio o longa-metragem que todos mais esperavam: “5X Favela, agora por nós mesmos”, projeto de criação coletiva cujos sete diretores são moradores de comunidades carentes do Rio. .. “

“Com a sessão mais cheia até aqui do Festival de Paulínia, “5X Favela, agora por nós mesmos” trouxe para a cidade paulista uma legião de cineastas, atores e técnicos. O filme, que teve sua primeira exibição há alguns meses, em Cannes, é dividido em cinco episódios: “Fonte de renda”, de Manaíra Carneiro e Wagner Novais; “Arroz com feijão”, de Rodrigo Felha e Cacau Amaral; “Concerto para violino”, de Luciano Vidigal; “Deixa voar”, de Cadu Barcellos; e “Acende a luz”, de Luciana Bezerra. A organização é de Cacá Diegues e Renata Almeida de Magalhães.

- Eu tenho muito orgulho deste filme, mas nele não há uma única imagem que foi criada por mim. Foi tudo criado por estes ótimos diretores.

Filmes de episódios quase sempre são irregulares, com algum se destacando mais do que outro. Só que, em “5X favela”, os episódios, ao serem exibidos lado a lado, representam uma unidade e traçam um panorama sincero do jeito, dos problemas, das aspirações, da malandragem... Enfim, da rotina das favelas cariocas. Todas os curtas apresentam personagens densos, repletos de dúvidas, mas com a certeza da urgência de uma mudança. Além de ótimo, “5X favela...” é um filme de otimismo.”

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Folha de São Paulo / Ana Paula Sousa

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Jornal do Brasil

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Neste sábado (17), o filme "5X Favela, Agora Por Nós Mesmos" parece ter dado início de fato ao Paulínia Festival de Cinema 2010, que se realiza no pólo cinematográfico do interior de São Paulo até 22 de julho. A reação em Paulínia foi muito mais positiva. "Fonte de Renda", de Manaíra Carneiro e Wagner Novais; "Arroz Com Feijão", de Rodrigo Felha e Cacau Amaral;"Concerto Para Violino", de Luciano Vidigal; "Deixa Voar", de Cadu Barcellos, e "Acende a Luz", de Luciana Bezerra, mobilizaram a platéia do Theatro Municipal de Paulínia com sua mistura de narrativas dramáticas e bem humoradas da realidade atual da população que vive nos morros do Rio de Janeiro.

Um dos episódios que mais emocionou o público foi "Arroz com Feijão", em que um garoto resolve comprar um frango para o pai, interpretado pelo ator Flávio Bauraqui, depois de ouvi-lo reclamar da mesmice do cardápio diário - justamente o arroz com feijão. Com participação especial do diretor Ruy Guerra, que fez a montagem de um dos episódios do "Cinco Vezes Favela" original, o curta é o único dos segmentos que aposta na clave humorística para contar sua história.

Outro episódio muito comentado foi "Concerto Para Violino", em que um jovem policial (Samuel de Assis) recebe a incumbência de resgatar armas roubadas de um quartel e, para isso, faz acordo com traficantes de um morro, até descobrir que um amigo de infância está envolvido na história. O ator Washington "Feijão" Rimas, que faz o traficante com quem o policial sela o acordo, deu um show no debate, ao contar de seu passado como líder do tráfico. "O grupo Affro Reagge apareceu para mudar minha vida", disse ele.

• ALESSANDRO GIANNINI

Editor de UOL Cinema, de Paulínia

Parte do elenco do

filme "5X Favela":

Roberta Rodrigues,

Flavio Bauraqui,

Samuel de Assis,

Gregorio Duvivier,

Silvio Guindane, Cintia

Rosa e Washington

"Feijão" Rimas

(18/07/2010)

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'5 X Favela - Agora por Nós Mesmos' conquista platéia em Paulínia

Guilherme Scarpa / O DIA on line

'5 X Favela - Agora por Nós Mesmos' é apontado como favorito em Paulínia Segundo filme apresentado na competitiva de longas-metragens de ficção, a produção, que integrou o último Festival de Cannes, na França, arrancou aplausos da plateia durante toda a sessão e, especialmente, ao fim de cada uma das cinco histórias presentes no roteiro.Os sete diretores -Manaíra Carneiro, Wagner Novais, Rodrigo Felha, Cacau Amaral, Luciano Vidigal, Cadu Barcelos, Luciana Bezerra-, todos oriundos de oficinas em comunidades cariocas como CUFA (Cidade de Deus), AfroReggae (Parada de Lucas) e Nós do Morro (Vidigal), onde já produziam e dirigiam curtas-metragens, receberam o auxílio luxuoso de cineastas de renome, do calibre de Walter Lima Júnior e Ruy Guerra. A ideia deu tão certo que a trupe já está filmando um outro projeto: um documentário sobre as UPPs e a segurança pública no Rio."Vamos filmar o encontro do Rodrigo Felha com o policial da UPP da Cidade de Deus (que fez o cineasta abaixar suas calças na rua. O caso foi registrado na 32ª DP)",adianta produtora Renata de Almeida Magalhães, que recebeu patrocínio da Secretaria de Governo do Estado."Estamos filmando tanto em comunidades que têm UPPs como naquelas que não possuem. São quatro abordagens: os bandidos, a polícia, o asfalto e o morro, interligadas por suas relações", conta Renata, que pensa em batizar o documentário de 4 X UPP. "Não vai ser um filme chapa branca", acrescenta.

Os diretores

Luciana Bezerra,

Cadu Barcerlos,

Luciano Vidigal

e Cacau Amaral

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Heitor Augusto / Cineclick

Não há dúvidas de que o momento mais marcante do Festival de Paulínia até agora é a coletiva de imprensa com diretores e elenco de 5x Favela, Agora por nós mesmos, que aconteceu no início da tarde deste domingo (18/7). A discussão começou sobre uma produção específica e desembocou numa reflexão sobre o Brasil.

5x Favela, Agora por nós mesmos retoma a experiência de 1961, quando cineastas do Cinema Novo filmaram na favela cinco diferentes histórias e as uniram em um longa. Desta vez, quem escreve, dirige e atua são os próprios moradores de lá. Os temas variam do trágico à comédia rasgada.

Renata de Almeida Magalhães, produtora do filme ao lado de Cacá Diegues, negou que seja um filme para gueto – algo que já deu para perceber na projeção de sábado (17/7), que foi muito bem recebida pela plateia do Theatro Municipal de Paulínia. “Esse filme deve sair do nicho, ir para o centro. Quem dirigiu os cinco episódios já dirigiram outros bons filmes e, se fosse para ficar fora do mainstream, não precisaria da gente”.

Renata também comparou a geografia carioca (oposta entre a zona sul da classe média e a zona norte dos pobres) às possibilidades de exibição do filme. “Nosso papel é colocar o filme em cinemas do Leblon, Kinoplex e por aí”. O projeto começou com uma ideia de Cacá Diegues, passou por uma oficina com 300 moradores de favelas e resultou em um bom filme com cinco episódios.

A primeira surpresa é a diferença de estilos e agressividade das histórias. Fonte de Renda é um drama positivo; Arroz com Feijão uma comédia sobre assunto sério; Concerto Para Violino não se esquiva da violência; Deixa Voar, uma viagem pela adolescência; e Acende a Luz, influenciado pelas comédias italianas.

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Essa diferença entre eles não é um acidente. Cacau Amaral, codiretor de Arroz com Feijão, esclarece: “No começo, tínhamos muitos argumentos para roteiro mais violento. Fiquei feliz por não pessoas falando sobre tudo”. Cadu Barcelos, diretor de Deixa Voar, completa. “Tínhamos esse poder, pois se pessoas de fora fizessem filmes com histórias felizes seriam criticadas. Nós, não”.

Luciano Vidigal Concerto Para Violino ressalta que “éramos cobrados também para falar da realidade de maneira positiva”. Manaíra Carneiro, codiretora de Fonte de Renda, comenta: “pobre ri para caramba”.

O que é o Brasil?

A coletiva, que teve momentos de debate, de 5x Favela, Agora por nós mesmos não teve apenas os cineastas falando sobre seus filmes. Diretores e atores – a grande maioria moradora de favelas –refletiram sobre ser negro, favelado e tentar fazer arte.

Os atores Silvio Guindane, Flávio Bauraqui, Feijão, Roberta Rodrigues, Cintia Rosa e Samuel de Assis colocaram o coração ao lado da arte e compartilharam suas experiências e dificuldades para sair do anonimato ao qual estavam fadados para berrar, em alto e bom som, “estamos aqui”.

5x Favela, Agora por nós mesmos é um filme que tem coração, mesmo que alguns episódios sejam mais superiores que os outros. Acima de tudo, é um instrumento para entender o Brasil.

Como ilustra o ator Gregório Duvivier, o único branco presente entre o elenco na coletiva: “Oi, eu sou o Gregório Duvivier e estou aqui pelo sistema de cotas. É difícil ser ator e branco no Brasil, já que só interpretamos os assaltados”.

Uma ironia impagável para uma reflexão séria.

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Isabelle Mani / GENTE IG

Selecionado pelo Festival de Cannes deste ano, em maio, para uma exibição 'hors-concours', "5x Favela: Agora por nós mesmos", foi o ponto alto da terceira noite do Festival de Cinema de Paulínia (17). Apadrinhado e produzido por um dos maiores cineastas do país, Cacá Diegues, o filme é composto por cinco diferentes histórias e dirigido por sete diretores. “Posso dizer sem falsa modéstia que tenho orgulho desse projeto, já que nenhuma das imagens que vocês vão ver tem minha mão”, disse Diegues ao apresentar o filme, que concorre às principais categorias da mostra.

“Ele foi realizado por grandes cineastas moradores de comunidades do Rio de Janeiro e acredito que será uma grande contribuição ao cinema brasileiro nesse momento”, completou. O projeto, co-produzido por Renata Almeida Magalhães, teve um caminho árduo em busca de patrocínio, e foram três anos até que o filme fosse viabilizado. "É claro que tinha uma desconfiança cheia de preconceito. Favelado pode fazer música, ser jogador de futebol, funkeiro, mas não pode ser cineasta, engenheiro, advogado. E esse preconceito só vai ser vencido na medida em que eles fizerem alguma coisa”, diz Diegues. Eike Batista foi um dos maiores patrocinadores do projeto, ao lado da Globo Filmes e da Sony. "Ele entrou em uma hora em que o filme estava com muitas dificuldades e se tornou o dono da maior cota", explica Renata.

O elenco, que se emocionou muito durante o debate sobre o filme, na tarde deste domingo (18), é formado por um grupo de jovens e promissores atores. Alguns são oriundos do “Nós do Morro”, grupo de Teatro do Morro do Vidigal, Rio, como Thiago Martins, Cíntia Rosa e Roberta Rodrigues. Silvio Guindane e Samuel de Assis têm trilhado uma bem sucedida carreira na dramaturgia. Parte da nova geração de atores brasileiros, os talentos de “5x Favela” já deixam sua marca há algum tempo em vários projetos da dramaturgia brasileira.

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Marcos Santuário / Correio do Povo

O Brasil representado por uma nova leitura do clássico “5 x favela”, originalmente criado por Cacá Diegues, foi aplaudido em sua exibição na noite de sábado, na terceira edição do Festival de Cinema de Paulínia. Percebeu-se em “5 x favela – Agora por Nós Mesmos”, que se trata de um filme para ganhar as plateias do Brasil e do mundo.

O trabalho foi reunir cinco curtas metragens numa narrativa cinematográfica para contar histórias realizadas por diretores jovens moradores das comunidades do Rio de Janeiro. Segundo os próprios realizadores, as histórias foram acontecendo naturalmente e trazendo algo em comum. Tem um humor que perpassa os episódios e revela uma esperança. Sai da conhecida narrativa da favela somente violenta, degradada e degradante.

Para a construção do projeto, foi fundamental a generosidade de Cacá Diegues, presente em Paulínia para acompanhar o filme, como o fez em sua exibição em Cannes. Respeitado e admirado pelos diretores que fizeram os episódios, o realizador do original disse estar diante de um talento nato e de uma capacidade real de mostrar.

Em coletiva de imprensa na tarde deste domingo, realizadores e elenco contaram da experiência de construir um filme sobre suas próprias realidades, sem restrições, com equipamentos tecnologicamente avançados e depois de uma preparação em oficinas especializadas. O resultado do filme poderá ser visto nacionalmente no dia 27 de agosto, momento em que será acompanhado pelo lançamento de um livro.

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Jornalistas choram por drama de elenco do filme 5x favelaNoticias r7 / Daniel Castro

O elenco de 5x Favela, Agora por Nós Mesmos arrancou lágrimas de jornalistas que compareceram no início da tarde deste domingo (18) a debate sobre o filme, que teve ontem sua primeira exibição pública no país, no festival de cinema de Paulínia.O longa estreia em 27 de agosto nos cinemas de São Paulo e Rio de Janeiro. Sua première mundial ocorreu no festival de Cannes, em maio.Composto por cinco curtas, o filme é dirigido e quase todo interpretado por moradores de comunidades carentes do Rio de Janeiro. Trata-se de uma nova versão de Cinco Vezes Favela, de 1962, um dos marcos do Cinema Novo.No clássico, as cinco histórias sobre a vida de favelados foram dirigidas por Marcos Farias, Miguel Borges, Cacá Diegues, Joaquim Pedro de Andrade e Leon Hirszman. A obra foi financiada pelo CPC (Centro Popular de Cultura) da UNE (União Nacional de Estudantes).Cacá Diegues liderou o projeto de 2010, que assina como produtor, ao lado de Renata de Almeida Magalhães. No lugar dos cineastas de classe média alta de 1962, Diegues convocou jovens moradores de morros do Rio de Janeiro para dirigir, escrever e interpretar. A proposta: mostrar a favela de dentro para fora, por quem a conhece.Diretores, roteiristas e atores passaram por oficinas e cursos. Os diretores já tinham alguma relação com o audiovisual, como estudantes de cinema ou trabalhando em TV ou filmes, mas muitos atores nunca haviam visto uma câmera. Os roteiros foram supervisonados por Rafael Dragaud, roteirista da Globo.O resultado é um filme um tanto próximo da televisão, que lembra a série Cidade dos Homens, exibida pela Globo. Mas o parentesco com a TV não desmerece 5x Favela, Agora por Nós Mesmos. É um bom filme, melhor do que muito longa "cinema puro". O filme traz histórias que mostram uma perspectiva positiva das comunidades. Um episódio é violento, sobre o tráfico. O humor domina outros dois curtas, apesar da pobreza.

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O debate sobre o filme, hoje em Paulínia, contou com os diretores e alguns atores do longa-metragem. A história de Washington Rimas, o Feijão, que interpreta um hilário e temido bandido no episódio Concerto para Violino, comoveu jornalistas, que normalmente tentam esconder emoções. Feijão contou ao público que lotou o auditório do Polo de Cinema de Paulínia que já foi traficante. Hoje, é mediador de conflitos na ONG Afroreggae. Ele se disse encantado com a experiência de atravessar o tapete vermelho do tradicional festival de Cannes, na França. "A fascinação que eu encontrei no cinema eu tinha no crime", lembrou.O ator afirmou que quando era criança seu "maior sonho era ter uma geladeira cheia de iogurte". O envolvimento com o tráfico foi inevitável. "A mídia mostra para a gente que sem um bom tênis de marca você não é nada", lamentou.Feijão arrancou gargalhadas do público ao narrar a dificuldade que teve de entrar nos Estados Unidos, no ano passado, a convite de uma ONG, por causa de seu trabalho social. Ao preencher um formulário da Imigração, não escondeu que já se envolvera com drogas e armas. "Só não tinha me envolvido com terrorismo", contou, bem humorado. A CIA, disse, barrou sua entrada nos EUA, só liberada após intervenção do Departamento de Estado.Outro ator que fez o público rir foi Gregório Duvivier, que interpreta um estudante rico no episódio Fonte de Renda, em que um correto rapaz da favela se vê obrigado a traficar para pagar despesas com a universidade. Ele é um dos poucos que não foi escalado por ser morador de comunidade."Oi, eu sou Gregório Duvivier e estou aqui pelo sistema de cotas. É muito difícil ser ator branco nesse país, a gente faz papel de assaltado", disse, irônico.

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QUEM / Andréia Takano

Thiago Martins, Flavio Bauraqui, Silvio Guindane, Roberta Rodrigues, entre outros atores ,estiveram no Theatro Municipal de Paulínia, na noite deste sábado (17), para apresentar o longa-metragem

“5x Favela, Agora por Nós Mesmos”, no terceiro ano do Festival de Cinema de Paulínia.

A película conta com cinco episódios, totalmente concebidos e realizados por jovens moradores de favelas da cidade do Rio de Janeiro.

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Thiago Martins faz um papel bem barra pesada na história: “Vivo meu primeiro bandido no cinema. Trata-se de um traficante e foi algo bem difícil e denso. Todo o estudo para incorporar esse personagem foi bem bacana. Foi um grande desafio”, contou.

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Já Silvio Guindane vive um rapaz que vence na vida, apesar das dificuldades financeiras: “Mesmo sendo um cara de baixa renda, ele corre atrás, passa no vestibular e torna-se um advogado”.

Paulo Betti e Bárbara Paz acompanharam a apresentação.

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O Globo / Joaquim Ferreira dos Santos