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Porquê falar de um país?
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Sem raízes, um país sucumbe à sua própria (des)identificação, a uma memória desidratada sem conexão com as histórias e os costumes que o compõem.
procurar o “substrato” da terra que habitamos
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Os esforços de unir e requalificar e s t e “ l u g a r ” , r e s u l t a m d o trabalho inesperado de novos e v e l h o s q u e p r o c u r a m o “substrato” da terra que habitam.
a camada seguinte não suplanta a anterior
acrescenta algo
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É desta forma que as várias camadas que compõem a vivência de Portugal se voltam a tocar e a integrar, porque a camada seguinte não suplanta a anterior, pelo contrário, acrescenta-lhe algo para que esta se torne ainda mais viva, mais rica.
identidade e especificidade de
uma região…
riqueza de um país
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Ao que muitos chamam de parolo e pequeno, outros chamam de a r t e m a i o r , i d e n t i d a d e e especificidade de uma região, riqueza de um país.
“respigadores” de
memórias
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Há uma mão cheia de portugueses, aos quais faço questão de chamar “respigadores” de memórias e processos, que procuram fazer da nossa essência um negócio respeitável, um livro, um objecto…
“Transformadores” de
ProcessosWWW.PORTUGALIZE.ME
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Há outra mão cheia de portugueses aos quais faço questão de chamar “transformadores” de processos , que nos s u r p r e e n d e m p e l a v o r a c i d a d e d a s u a criatividade e chamam a atenção de quem nos olha de fora.
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Era uma vez um país…
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É D e s t a f o r m a q u e p e r g u n t a m o s a t e n t o s , curiosos de nós: Quem é Portugal? Quem o faz? Quem o sonha? De que forma o
“Se puderes não teenvergonhes do país
que tens…”
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“O nosso país é tão lindo, nele vais conhecer pessoas maravilhosas, paisagens fabulosas, tradições que valem a pena. Se puderes não te envergonhes do país que tens. Mas, se puderes, procura a verdadeira cultura que existe nas pessoas mais simples.” (A Venda-Mercearia e Taberna/ 7570 - Silha do Pascoal)
Eram assim as mãos da minha avó, mistério e admiração
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Cinco agulhas! Era como tocar piano a 4 mãos ou imaginá-la a aprender a dedilhar as 12 cordas de uma guitarra portuguesa. Cinco agulhas, 4 mãos, 20 dedos, 12 cordas! Eram assim as mãos da minha avó, um misto de mistério e admiração. Aquela era a minha avó, uma artesã à moda antiga, com saberes ancestrais, daqueles que se passam de boca em boca e que requerem a presença de um outro para tal.
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Descobriu País fora milhares de mãos paradas que
sabem fazer coisas inimagináveis
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Alice Bernardo tem viajado muito, falado muito e encontrado muito. Ela, descobriu país fora milhares de mãos paradas que sabem fazer coisas inimagináveis. Descobriu que a melhor forma de coser um sapato é usando uma agulha feita de pêlos de javali.agulha de pêlos de javali para coser sapatos!
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Os mestres ensinam, respondem e mostram o que fazem diariamente para que a aldeia de Portela continue, dia após dia a viver um ritmo herdado por gerações. Um ritmo de saberes específicos, daqueles que os livros não ensinam.
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O segredo é a alma da aldeia,
a partilha, a cola que une os seus habitantes
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Portugal tem um calcanhar. Chama-se Cidadelhe. Uma aldeia perdida na Beira Alta assim chamada por se encontrar no limite do concelho de Pinhel. Reencontrada por José Saramago numa “Viagem a Portugal” e mais tarde por um paquiderme indiano, “Salomão”, em “A Viagem do Elefante”, Cidadelhe não é bem um calcanhar, não em forma, é calcanhar por ter vulnerabilidades, tal como Aquiles tinha. O segredo é a alma da aldeia e a partilha comunitária, a cola que une os habitantes de Cidadelhe.
Mudam-se os tempos, mudam-se
as vontades, mudam-se os
objectos e as suas funcionalidades
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fazer da guitarra
portuguesa um futuro
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C o m o u m a c r i a n ç a f a z d a g u i t a r r a portuguesa o seu futuro. Tinha ele 3 anos e o fado já o encantava. A tenra idade não o impedia de ter certezas firmes sobre o que queria ser quando fosse grande. Muitas vezes afirmava à bisavó que o sonho dele seria o de a poder acompanhar à guitarra portuguesa. Gaspar Varela tem 10 anos e dedilha guitarra há 3.
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a única que olha directamente para a câmara,
com os seus olhos castanhos desafiadores…
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Não é saudosismo!
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Não é saudosismo, é uma enorme vontade de mostrar um Portugal diferente
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Maria, na dúvida de si pergunta pela beleza de outras Marias. Ela sabe que precisa de mais a m o r p r ó p r i o p a r a p o d e r crescer, para se mostrar mais confiante. Sabe também que precisa de um olhar renovado de si, sobre si (do seu povo) para assim poder continuar a cativar gentes de outras paragens.
façamos de Portugal não o país que “temos” mas aquele que queremos
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Para quem fica, façamos de Portugal não o país que “temos”, mas aquele que queremos, com o nosso trabalho, o nosso esforço, a nossa imaginação. Melhores tempos virão: estamos a construí-los cada dia, todos os dias.
OBRIGADA
