Pensamento Lateral

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  • O Pensamento Lateral

  • DENISE GINESTE MONTE

    O Pensamento Lateral

    Sumarizao do Original de Edward de Bono

    UNIP/2007 Ps-Graduao em Administrao em RH

  • Prefcio _____________________________________________________

    Por que algumas pessoas sempre parecem estar tendo idias novas, enquanto outras, de igual inteligncia, nunca o Fazem?

    Existe quem perceba um outro tipo de pensamento que mais facilmente reconhecido quando leva quelas idias simples, que s so bvias depois de terem sido concebidas. Este livro uma tentativa de examinar esse tipo de pensamento e de mostrarque ele bastante diferente da lgica, e, muitas vezes, mais til na criao de novas idias. Por convenincia, foi cunhada a expresso pensamento lateral, para descrever esse outro tipo de pensamento; pensamento vertical a expresso usada para identificar o processo lgico tradicional. Assim como a organizao funcional do circuito eltrico de uma casa pode ser avaliada sem os detalhes da colocao de cada fio ou o modelo de cada interruptor, tambm a compreenso dos processos de pensamento pode ser obtida atravs do exame das manifestaes exteriores da mente. Tal viso do funcionamento do crebro, no entanto, serve apenas como modelo conveniente para o desenvolvimento do conceito de pensamento lateral. O Pensamento lateral no uma frmula nova e mgica, mas simplesmente um modo diferente e mais criativo e diferente de usar a mente. A idia, aqui, demonstrar o que o pensamento lateral e como ele funciona, e em seguida estimular os leitores a que desenvolvam seu prprio potencial de pensar dessa forma.

  • 1 ______________________________________________________________________________

    H muitos anos, quando algum que devia dinheiro podia se posto na priso, um mercador londrino teve a infelicidade de dever para um agiota uma grande quantidade soma. O agiota, que era valho e feio, estava apaixonado pela filha do mercador, uma bela adolescente. E props ao pai um negcio: disse que cancelaria a dvida do mercador se, em troca pudesse ter a moa. Tanto o mercador quanto a filha ficaram horrorizados com essa proposta. Ento, o esperto agiota props que deixassem a Providncia decidir a questo. Disse-lhes que colocaria duas pedrinhas, uma preta e outra branca, em uma bolsa vazia, e a jovem teria de pegar uma das pedrinhas. Se pegasse a preta, tornar-se-ia sua esposa e a dvida do seu pai seria cancelada; se pegasse a branca, permaneceria com o seu pai e a dvida tambm seria cancelada. Mas se a jovem se recusasse a tirar uma das pedrinhas, o pai seria posto na cadeia e ela morreria de fome. Relutante, o mercador concordou. Estavam conversando em passeio juncado de seixos no jardim do mercador, e o agiota curvou-se para pegar as duas pedrinhas. A moa, olhos aguados pelo medo, percebeu que ele escolhera duas pedrinhas pedras, enfiando-as na bolsa. Ento, pediu a ela que pegasse a pedrinha que decidiria seu destino e do pai. O que a jovem da histria fez? APS RPIDA ANLISE DO CENRIO, enfiou a mo na bolsa e tirou uma das pedrinhas. Sem olh-la, ela se atrapalhou e deixou a pedrinha cair no caminho, onde esta imediatamente se perdeu no meio das outras. -Oh, como sou desastrada!_disse, ento._mas no tem importncia... se o senhor olhar na bolsa, poder saber qual foi a pedrinha que peguei, pela cor da qur ficou. Ela na verdade, saiu-se melhor que se o agiota tivesse sido honesto e colocado na bolsa uma pedrinha preta e outra branca, pois, nesse caso, ela s teria cinqenta por cento de chance de se salva. Mas, nas circunstncia que prevaleceram, a moa teve a garantia de ficar com o pai e, ao mesmo tempo de que a dvida deste fosse cancelada. mais fcil avaliar o pensamento lateral quando o vemos em ao, tal como na histria das pedrinhas. Qualquer pessoa j se deparou com algum tipo de problema que parece que parece impossvel de resolver, at que de repente uma soluo surpreendentemente simples se revela. Uma vez concebida, a soluo to bvia que fica difcil de se resolver, na medida em que se use o pensamento vertical. O pensamento lateral no se preocupa apenas com a soluo de problemas: tem tudo a ver com novos modos de encara as coisas e as idias novas, de todos os tipos. Nos melhores exemplos que podemos verificar de pensamento lateral, a soluo parece de fato logicamente bvia, uma vez alcanada. E muito fcil esquecer que foi alcanada por pensamento lateral, e no por pensamento vertical. Uma vez revelada a soluo, muitos estariam preparados para explicar como ela poderia perfeitamente ter sido atingida pelo pensamento vertical. No h mal nenhum em se racionalizar um caminho de pensamento vertical para uma determinada soluo, depois que ela j foi alcanada atravs do pensamento lateral. Uma das tcnicas do pensamento lateral fazer uso deliberado dessa facilidade de

  • racionalizao da mente. Na verdade, os dois tipos de pensamento se completam. Quando um pensamento vertical comum no capaz de encontrar a soluo para um problema, ou quando necessrio uma nova idia, ento deve ser usado o pensamento lateral. O pensamento vertical um pensamento da alta probabilidade. Sem esse pensamento, a vida do dia-a-dia seria impossvel. A funo do pensamento eliminar a si prprio e permitir que ao siga-se diretamente ao reconhecimento de uma situao. Isto s possvel se a interpretao mais provvel de uma situao provocar a ao mais provavelmente eficiente. Ento se o pensamento vertical o pensamento de alta probabilidade, ento o pensamento lateral um pensamento de baixa probabilidade, o pensamento que muitas pessoas falam EURECA, ou o momento EURECA, e imediatamente a abordagem de baixa probabilidade adquire a mais alta probabilidade. Uma vez que o pensamento lateral tem a ver com novas idias, de se esperar que esteja ligado ou relacionado com o pensamento criativo. O pensamento criativo uma parte especial do pensamento lateral. s vezes, as realizaes do pensamento lateral so criaes autnticas; em outras ocasies, no passam de um novo modo de olhar as coisas, e, por tanto, algo menos que plenas criaes. No entanto podem ser usados por qualquer pessoa que se interesse por novas idias. Quanto mais o pensamento lateral diverge das regras da razo e do pensamento vertical, mais ele se parece perto da loucura. Parece mais com uma loucura deliberada e temporria. A diferena entre um pensamento e outro, que o pensamento vertical usa a lgica como controle da mente, e no lateral a lgica est a servio da mente. O pensamento lateral no uma frmula mgica que possa ser aprendida de imediato e aplicada de forma til em seguida. uma atitude e um hbito mental. O pensamento lateral uma questo de conscincia e prtica no de revelao.

  • 2 ______________________________________________________________________________

    Um grande nmero de novas idias surge quando novas informaes, reunidas atravs de observaes ou de experincia, foram uma reavaliao das velhas idias. Apesar de as novas informaes poderem levar a novas idias, estas tambm podem surgir sem a participao de nenhuma nova informao. perfeitamente possvel examinar todas as velhas informaes e propor um modo novo e muito valioso de arrum-las. assustador (ou empolgante)considerar quantas idias novas esto latentes nas informaes j reunidas que hoje so arrumadas de uma determinada forma e podiam ser rearrumadas de um modo muito melhor. E dando assim um novo rumo para a soluo de um problema. Em muitos casos, para se ter novas idias, parece ser exigido um conhecimento apropriado, para que qualquer nova idia seja possvel. Isso absolutamente verdadeiro, mas fica claro que o conhecimento tcnico no o suficiente, pois mesmos as pessoas que o possuem no apresentam automaticamente novas idias. Mas parece que as novas idias tambm no so inteiramente uma questo de acaso. Pois inventores e cientistas famosos costumam produzir uma seqncia de idias novas. Isto sugere que exista uma capacidade para a criao de idias novas que bem mais desenvolvida em algumas pessoas do que em outras. E esta capacidade no parece estar relacionada pura inteligncia, e sim, mais a um hbito particular da mente, um modo especfico de pensar.e a recompensa pelas novas idias podem ser bastante considerveis ou bem parcas. Pois a nica recompensa com que se pode contar o prazer da realizao; uma empolgao maior. Uma vez que uma idia nova passa a existir, no pode ser despensada. Existe um senso de imortalidade em uma idia nova.

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    Uma coisa sugerir que as idias novas so teis, aproveitveis e empolgantes, mas outra, bem diferente, sugerir que se possa fazer alguma coisa proposital para se terem novas idias. Ningum discordaria da primeira sugesto mas com certeza a maioria duvidaria da segunda. Existem dois modos opostos de se melhorar um processo. O primeiro de tentar melhor-lo diretamente O segundo reconhecer, e ento remover, as influncias que inibem o processo. O pensamento Lateral torna-se necessrio pelas limitaes do pensamento vertical, o pensamento vertical, fazendo uma analogia simples seria um buraco a ser cavado e o pensamento lateral e a possbilidade de cavar um buraco em outro lugar. Caso o buraco esteje dando problemas, o pensamento vertical, teria a falta de inclinao de abandonar o buraco cavado pela metade , em parte, uma relutncia em abandonar o investimento de esforoque foi feito no buraco sem ver nenhum retorno. tambm mais fcil continuar a fazer a mesma coisa em vez de se perguntar o que mais h a fazer: existe nisso um fortssimo envolvimento de ordem prtica. No possvel olhar em direo diferente olhando mais atentamente na mesma direo. No momento em que os dois pensamentos se juntam, existe uma direo, e torna-se mais fcil juntar mais pensamentos na mesma direo, do que ignor-la. Ignorar uma coisa pode ser uma tarefa difcil, especialmente se ainda no existe uma alternativa. tentador supor que uma mente capaz, sem conscincia da antiga abordagem, tem uma boa oportunidade de desenvolver uma nova abordagem. Abandonar um buraco de bom tamanho sem qualquer idia quanto ao lugar onde um novo buraco deve comear insensato e exige demais da natureza humana prtica. Mesmo quando j se escolheu um local novo para o buraco, bastante difcil. Hoje em dia, a realizao cada vez mais importante para o cientista. S atravs dela que se julga o esforo, e, para seguir com sua carreira, um cientista precisa sobreviver a muitos desses julgamentos. Ngum pago para ficar sentado, quando capaz de uma realizao. Mas bem capaz e possvel que a pessoa que esteje sentada pensando encontre-se muito perto de cavar um buraco extremamente mais valioso, mas como que uma coisa dessas pode ser julgada enquanto o buraco no tenha de fato comeado e a realizao se tornado visvel? A longo prazo, pode ser bem mais til contar com algumas pessoas para realizar a coisa certa do que todo mundo efetivamente realizando coisas de menor valor, mas h poucos que queiram investir em meras possibilidades. No sistema atual, quem pode se permitir? Quem pode se permitir o no-progresso de uma idia infrutfera? Um especialista especialista porque compreende o atual buraco melhor do que qualquer outra pessoa a no ser um outro especialista, de quem necessrio discordar a

  • fim de que possa haver tantos especialista quantas forem as discordncias. No h nada de mau em um buraco ser uma perda de tempo. Pelo menos, no h nada de mau com a sua localizao, ainda que o tamanho possa ser extravagante. Mas costuma-se subestimar o efeito da dominao de idias antigas e aparentemente adequadas. Aceita-se que uma velha idia deve ser encarada como um degrau til em direo a alguma coisa melhor, at que essa coisa melhor aparea. tal poltica pode ser prtica, mas pode ser prtica, mas tambm pode inibir o surgimento de idias novas. As idias dominantes no precisam ser sempre to bvias para quer exeram uma influncia organizadora igualmente poderosa sobre o modo com que uma pessoa aborda um problema. Idias velhas e adequadas, tal como velhas e adequadas cidades polarizam tudo a sua volta. Como que se escapa da influncia dessas idias dominantes? Uma tcnica til de pensamento lateral identificar de forma bastante deliberada, definir e at mesmo anotar a idia que parece estar dominando a situao.Uma vez que uma idia foi exposta dessa forma, torna-se mais fcil reconhecer e, portanto, evitar sua influncia polarizante. Isso parece bvio e fcil de fazer, mas essa exposio da idia dominante no tem utilidade nenhuma. Uma outra tcnica reconhecer a idia dominante e em seguida distorc-la gradualmente, at no final ela perca sua identidade e desabe. A distoro pode simplesmente envolver o trabalho de levar a idia a , ou exagero de apenas um aspecto. Mais uma vez, o processo precisa ser bastante deliberado e consciente. Poderia parecer mais fcil identificar a idia dominante e ento rejeit-la vigorosamente. Mas a rejeio apenas uma troca de um domnio positivo por um domnio negativo, e, em vez de enfraquecer a idia dominante, pode at refor-la. Alm disso, a liberdade de pensamento to limitada pela rejeio de uma idia quanto pela sua aceitao. Mais frequentemente ainda, o perigo no ter excessiva conscincia de uma determinada idia, mas sim negligenciar modos de olhar as coisas que so eclipsado por uma idia dominante. s vezes to difcil escapar de uma idia dominante que isso se torna impossvel sem ajuda externa.Tal coisa acontece o tempo todo na medicina, quando um mdico muito ligado doena de seu paciente tenta de todo o modo adequar o diagnstico de seu paciente e no consegue, e ento basta outro mdico chegar e, com um exame descomprometido de todas as informaes oferece um diagnstico melhor e diferente. s vezes, a idia dominante obvia para todos, exceto para a prpria pessoa.

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    Ao escrever sobre o pensamento, fcil se perder em uma confuso de palavras e idias irreais. Os processos gerais de pensamento so traduzidos diretamente em termos visuais. Aquela forma do mundo que constitui o meio ambiente imediato poderia ser chamada de uma situao. Um outro modo de encar-la seria considerar uma situao como algo que inclui tudo que acessvel ateno imediata. A qualquer momento, a ateno pode ser dirigida a apenas uma parte da situao. O resultado dessa ateno uma percepo. A percepo consiste de informaes obtidas por qualquer nmero de sentidos diferente naquela parte do meio ambiente que est sendo objeto de ateno. Todos os sentidos podem contribuir para a percepo, mas apenas um j seria suficiente. A simplicidade da situao e o fato de que a percepo inteiramente visual tornam o processo mental mais fcil de ser observado, mas isso permitir que a situao seja representativa de outras situaes mais complexas, que podem exigir o uso de mais de um sentido. O s princpios do pensamento lateral podem ser considerados sob quatro tpicos muito genrios e certamente no exclusivos. O grau de fluidez considervel e alguns aspectos podem ser enquadrados sob mais de um tpico, ou at mesmo receber um tpico separado. 1- Reconhecimento de idias polarizantes dominantes. 2- A busca de modos diferente de encarar as coisas. 3- Um relaxamento do controle rgido do pensamento vertical. 4- O usos do acaso. A escolha de um modo particular de encarar as coisas costuma ser usual e mesmo prosaica. No h nenhuma pesquisa intensa para encontrar o modo. No se questiona, nesse ponto, a m influncia de uma idia dominante, mas apenas a simples necessidade de olhar alguma coisa de uma certa maneira. Uma garrafa de vinho encarada como meio cheia pelo otimista e meio vazia pelo pessimista. Mas existe um problema a ser solucionado, ento o modo pelo qual esse problema encarado pode fazer muita diferena. A histria das pedrinhas mostrou um problema que parecia impossvel de resolver quando encarado de uma certa forma, mas surpreendentemente fcil quando o ponto de vista foi alterado. Para resolver o problema, foi necessrio apenas levar em conta a pedrinha que fora deixada cair, em vez daquela que continuava na bolsa. Uma mudana muito simples no modo como alguma coisa encarada pode ter efeitos profundos. A mudana do modo bvio de encarar a coisa para o modo menos bvio pode exigir nada mais do que uma mudana de nfase. Isto no particularmente difcil de fazer, uma vez que se tenha adquirido o hbito de tentar faze-lo. Com a prtica, torna-se possvel descobrir e experimentar vrios modos diferentes de encarar o problema e a situao. Mas antes de tudo, preciso haver o interesse em tentar faz-lo, uma compreenso da eficincia de uma mudana no ponto de vista. O velho e conhecido problema, tem outra soluo. A mudana no enfoque pode ser de uma parte do problema

  • para uma outra, ou de um estgio do desenvolvimento do problema para outro, mas o modo bsico com que o problema avaliado como um todo permanaece o mesmo. relativamente fcil, desta forma, mdar o enfoque de uma parte do problema para outra, mas muito mais difcil mudar as prprias partes. A mente divide a continuidade do mundo nossa volta em unidades discretas. Em parte, isso se torna obrigatrio pela organizao nervosa do crebro e o conseqente mbito de ateno limitado. Em parte, isso feito deliberadamente a fim de compreender as coisas, divindo-as em partes que j so familiares. Assim, um processo contnuo de mudanas pode ser arbitrariamente interrompido em algum ponto conveniente, e o que ocorre antes da interrupo pode ser ligado com o que ocorre depois, pelo relacionamento familiar de causa e efeito. A escolha das partes em que o todo dividido deve ser ditada por familiaridade, convenincia e a disponibilidade de relacionamentos simples com que combin-las. Um relacionamento o registro de como as as duas peas se encaixam antes d diviso. Quando a mesma diviso foi feita repetidas vezes, as unidades adquirem uma identidade prpria. As unidades de convenincia, as eembalagens de informao, recebem um nome. E, tendo recebido um nome, CONGELAM-SE e torna-se imutveis, pois o rtulo s utilizvel se tiver um sentido invarivel. Torna-se necessrio encarar o mundo como sendo construdo de tijolos rotulados que podem ser retirados e examinados a fim de facilitar a compreenso do todo. A noo de uma de uma construo concreta, que pode ser demolida em pedaos de forma e tamanho arbitrrios, desaparece. Essa fludez de descrio s mantida enquanto as partes no recebem nomes. Assim que isto acontece, uma descrio torna-se apropriada e o resto vira pura fantasia. disponibilidade de palavras e nomes fixa o modo pelo qual uma situao em particular pode ser encarada. A fluidez dinmica do pensamento lateral-que est continuamente formando, dividindo e reformando as partes da situao em aspectos sempre diferentes desaparece, e com ela desaparece tambm a oportunidade de encontrar o melhor modo de encarar a situao. Uma vez que as partes foram terrivelmente congeladas por palavras, o melhor que se pode fazer reunir as palavras em padres diferentes; mas isto, muitas vezes, no adequado. A rigidez das palavras est associada rididez das classificaes. Mais uma vez, a rigidez das classificaes leva rigidez do modo como as coisas so encaradas. As idias novas tendem a ocorrer com muito mais freqncia queles que so capazes de fugir a essa rigidez de palavras e de classificaes. Uma tcnica para evitar a rigidez das palavras pensar em termos de imagens visuais, sem usar palavras de modo algum. perfeitamente possvel pensar assim de forma coerente, e s surgem dificuldades quando necessrio expressar o que pensado. Infelismente, no so muitas as pessoas capazes de pensar visualmente, e nem todas as situaes podem ser pensadas em termos de imagens visuais. No obstante., um hbito que vale a pena adquirir, pois as imagens visual tm uma fluidez e plasticidade que as palavras no podem nunca alcanar. O pensamento visual no significa simplesmente usar as imagens visuais originais como material do pensamento. Este seria. Este seria um material muito tosco. A linguagem visual do pensamento utiliza linhas, diagramas, cores, grficos e muitos outros expedientes para ilustrar relacionamentos que seriam extremamente difceis de descrever em linguagem comum. Essas imagens visuais alteram facilmente a forma sob a influncia de processos dinmicos, e tambm possibilitam demonstrar os efeitos passados, presentes e futuros de um processo, todos ao mesmo tempo. Uma tcnica muito til para fugir das partes fixas de um problema dividir as partes em outras partes ainda menores, e em seguida recompor estas unidades menores para formar unidades novas e maiores. O nmero de modos diferentes com que alguma coisa pode ser encarada limitado

  • no apenas pela rigidez das unidades de descrio disponveis, mas tambm pelo nmero de relacionamentos disposio. Um pequeno repertrio de relacionamentos conhecidos significa, inevitavelmente, uma acentuada esterilidade de viso. Quanto maior o repertrio de relacionamento possveis de serem manipulados com confiana, mas originais podem ser as linhas de diviso. Os modos de encarar uma situao. Com muito esforo e prtica, podem-se encontrar diversos outros modos de encarar a situao alm do mais provvel. A habitual, para se saber qual tipo de pensamento teremos que ter, aceitar que no estamos conseguindo resolver o problema e que alguma est inadequada, e que uma nova informao prove isso. Frequentemente a soluo lateral de um problema encarada pelos pensadores verticais como uma forma de trapaa. De modo paradoxal, isso prova a utilidade do pensamento lateral. Quanto mais forte as acusaes de trapaa, mais bvio que o acusadores encontram-se presos por regras rogidas. A busca de modos alternativos de encarar as coisas no natural. A tendncia da mente se deixar inculcar com interpretaes mais provveis. Ento o pensamento lateral no to bvio assim. Como por exemplo derrubar tudo e por de cabea para baixo e concluir que as paredes no so agora as bases de sustentao de uma casa. E por a achar que o teto possa ser o sustentamento, acabamos de concluir que uma garen subterrnea ou um poro foram criados. Com o pensamento lateral, uma sucesso rpida de modos diferentes de encarar uma coisa passa de forma deliberada atravs da mente. As propriedades de tempo e de probabilidade do crebro efetuam ento, automaticamente, a interao dessas abordagens diferentes, para fornecer uma resposta eficaz.

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    O terceiro princpio bsico do pensamento lateral a percepo de que o pensamento vertical , por natureza, no apenas ineficaz, como tambm positivamente inibidor na criao de novas idias. Mas no pensamento lateral no se precisa estar certo o tempo todo. Somente a cocluso final que deve ser correta. Como o pensamento lateral no tem nenhuma direo fixa, no existe dificuldade em afastar-se de um problema a fim de resolv-lo. pode ser que enquanto tentem achar o resultado de um problema pelo pensamento lateral, os primeiros significados de uma idia nova sejam nebulosos demais para serem apreendidos e arrumados visando a uma apresentao lgica. Mas o que no se pode fazer tentar de imediato dar forma e contornos definidos para ela, pois assim no se tem o incio de um deslumbramento de Eureca. A concentrao lgica execessivamente prematura e entusiasmada congela a idia no momento em que ela surge, matar a idia, interromper o seu seu crescimento. E o uso prematuro do pensamento vertical trs ao enrregidecimento da ideia novamente, isso tambm demonstra a falta de confiana no pensamento lateral.

    Com o pensamento lateral, vaga-se e imagina-se. Alguma coisa pode ser concebida pelo puro hbito de perceber. No h nenhuma tentativa de explic-la de imediato, nenhuma tentativa de dar-lhe importncia. A coisa apenas percebida. Se ela fizer brotaruma idia , tanto melhor; se no, no se tenta arrancar dela uma idia.Talvez venha a ser til mais tarde, mas percebida em sua forma pura, no alterada por consideraes de importncia ou pela obrigao de se encaixar em um contexto. Deste modo, a riqueza de uma conscincia aberta acolhe tudo que lhe oferecido, sem a necessidade de explicar, classificar ou elaborar a todo o instante. em tal contexto que as obras causais geram idia novas,

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    O quarto princpio bsico do pensamento lateral o uso do acaso na criao de idias novas. pode parecer paradoxal sugerir que alguma coisa possa ser produzida por acaso, uma vez que, por definio, os eventos causais no podem ser produzidos preconcebidamente. esse preprecisamente seu valor na conduo a novas idias. No entanto, os processos casuais sempre podem ser usados de forma proveitosa. O Primeiro passo reconhecer as contribuies valiosas as processo que foram iniciadas com eventos causais A maioria das pessoas capaz de se lembrar, a partir de suas prprias experincias, de um nmero de eventos significativos que aconteceram por acaso. Um outro mtodo de desestimular a interao causal de idias a velha tcnica do BRAINSTORN, ou livre debate de idias e sugestes, que um grupo de pessoas que se reuniu para discutir um problema tenta pr de lado suas inibies lgicas habituais e dizer o que vem a mente: pensamento nenhum absurdo ou irrelevante demais a ponto de no ser emitido. preciso bastante prtica para que uma pessoa possa oferecer pensamentos menos que lgicos e no censurar tais pensamentos quando apresentados por outros. Uma tcnica til para estimular novas idias , de propsito, vagando por uma loja de departamento por exemplo que esteja cheio de coisas que no seriam deliberadamente procuradas expor-se a uma variedade de estmulos. Os objetos mais irrelevantes que costumam ser capazes de estimular a mente na direo de uma nova idia. Um outro mtodo de estimular a interao casualmente e o entrelaamento de linhas de pensamentos que possam estar ocupando a mente. Permitindo-se que a excluso deliberada de outras formas de questes no estraguem o vaguear do pensamento. A utilizao do acaso passiva, mas atenta. No fcil retirar, intencionalmente, o que h de intencional em um processo. No fcil fazer um esforo consciente para evitar o esforo consciente. A princpio , esperar que alguma coisa surja por acaso pode parecer um objeto duvidoso. A prpria definio de acaso sugere que pode ser que no aparea nada, e forte a tentao de organizar alguma linha de pensamento. necessrio sobreviver tentao e ter confiana em que, se a espera for suficientemente passiva, ento alguma coisa sempre aparecer, e habitualmente no apenas uma, mas muitas coisas. Inicialmente, a relutncia em fixar numa linha qualquer de pensamento levar a uma grande inquietao e ter confiana que alguma coisa aparecer de fundamental importncia. Com o evoluir do tempo a confiana cresce, e ao crescer, torna-se mais fcil pensar sem dirigir conscientemente o pensamento; medida que isso se torna mais fcil, torna-se tambm mais eficaz.

  • 7 _________________________________________

    Ler a respeito de pensamento lateral quase to problemtico quanto escrever a respeito, e as duas coisas so muito menos reais do que o uso efetivo do pensamento lateral. Descrever o processo em termos abstratos faz com ele parea vago e remove toda a animao e vigor que so parte de um processo prtico. As descries do processo tendem a ser obscuras, ou ento bvias e at redundantes. Infelizmente, a obviedade de um princpio, quando ele real enquanto descrio, no levada ao ponto de facilitar aplicao desse princpio em um contexto prtico. Ainda que esteje perfeitamente satisfeito de encarar com um modo particular as coisas existentes, alguma diverso no fato de se encarar as coisas demonstra que isso tem muito haver com o pensamento lateral, pois o humor acontece quando o modo provvel de encarar as coisas rompido por sbita percepo de que existe um outro modo de encar-las. O primeiro modo continua a ser o de alta probabilidade, no havendo nenhuma mudana sbita como acontece no momento Eureca, quando o novo modo de encarar as coisas torna-se imediatamente um novo modo de alta probabilidade. Com o humor, a mente vai e vem entre o modo bvio e o modo inesperado porm plausvel. Esta oscilao que peculiar ao pensamento lateral do humor. O efeito da oscilao tambm depende muito da motivao envolvida, da o sucesso do humor sobre o sexo. Qualquer pessoa dotada de um bom senso de humor capaz de compreender muito melhor a natureza do pensamento lateral do que uma outra pessoa que no tem esse dom. O objetivo do pensamento lateral gerir idias novas. E as idias novas quando tis no s ajudam a quem as teve como tambm pode ajudar a uma sociedade a um pas, uma nao ao planeta ao mundo. E as idias so sempre bem-vindas. Pois so atravs delas que muitas das descobertas nos ajudaram a sobreviver; como no caso das vacinas que muitas foram descoberta ao acaso. O atrativo do pensamento laterl no s trazer as idias tona mas reside em ser tambm uma busca empolgante pela simplicidade de uma boa idia, e de estar aberto a todas as pessoas, uma vez que no depende da pura inteligncia. A necessidade do pensamento lateral no provm das acrobacias semnticas do jogo de palavras descritivo, mas ditada pela organizao funcional do crebro, que determina o padro de pensamento. O pensamento lateral serve tambm a um propsito, ainda que funcione apenas como catalisador para pr algumas seqncias novas de pensamento. E chegar em alguma realizao. No h dvidas de que algumas pessoas so mais capazes de ter idias novas do que outras, mas todos somos capazes de ter idias novas e criar algo de diferente em nosso dia a dia. S por isso j valeu ter tido uma idia nova. imaginem ter vrias idias novas? J possvel criar testes para escolher aqueles que podem ser bons no pensamento lateral, mas tais testes costumam envolver a observao de algum fazendo alguma

  • coisa, a verificao de sua flexibilidade geral de abordagem e de sua capacidade de evitar armadilhas. Ento por enquanto ficamos com o propsito do pensamento lateral; de produzir idias novas que sejam simples, slidas e eficazes.;