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MARINALVA DE SOUZA ARAGÃO
Perfil dos usuários da Biblioteca em 2012:
necessidade de mediação?
Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciências
Programa de Fisiopatologia Experimental Orientadora: Profa. Dra. Elnara Márcia Negri
(Versão corrigida. Resolução CoPGr 6018/11, de 01 de novembro de 2011. A versão
original está disponível na Biblioteca da FMUSP)
São Paulo
2015
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Preparada pela Biblioteca da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
reprodução autorizada pelo autor
Aragão, Marinalva de Souza
Perfil dos usuários da Biblioteca em 2012: necessidade de mediação? / Marinalva
de Souza Aragão. -- São Paulo, 2015.
Dissertação(mestrado)--Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Programa de Fisiopatologia Experimental.
Orientadora: Elnara Márcia Negri.
Descritores: 1.Informação 2.Informação em Saúde 3.Mediação da Informação
4.Bibliotecários 5.Competência clínica 6.Competência em informação
7.Sociedade da Informação 8.Conhecimentos, atitudes e prática 9.Descritores
USP/FM/DBD-369/15
DEDICATÓRIA
Aos pacientes dos profissionais da saúde do Hospital das Clínicas.
Aos meus sobrinhos que são meus encantos: alegres e otimistas:
Kelly Galeote de Souza, Cleyton de Souza Aragão, Flávia Lopes Aragão, Talita Pignato Aragão, Alessandro Galeote de Souza, Greicy Kelly Santiago e Willy Galeote de Souza (in memorian).
Ao meu pai, Edmundo Moreira Aragão e à minha mãe, Anália de Souza Aragão, à minha irmã Maria de Souza Galeote, que mesmo sem saber da dimensão desse trabalho me entusiasmaram e pelos quais eu sinto imenso amor, orgulho e carinho.
AGRADECIMENTOS
A Deus fonte infinita de bondade e sabedoria e por ter-me guiado neste momento tão importante da minha vida. E à Sua Mãe Santa Maria.
À Anneliese Carneiro da Cunha que me recebeu na Faculdade de Medicina e me ensinou a tratar os pesquisadores profissionalmente e a rir das situações mais complicadas.
À Chefe Técnica do Sistema Integrado de Bibliotecas (SIBi) - Profa. Dra Maria Fazanelli Crestana que incentivou começar este projeto.
À minha orientadora Profa. Dra. Elnara Márcia Negri que me incentivou, tratou-me com carinho, respeito e compreensão e acreditou no meu potencial. Me deu a mão e não me deixou desistir.
À Suely de Campos Cardoso, mais que coorientadora, minha madrinha, ajudou-me material e moralmente, gastou horas comigo inclusive aos domingos.
À Profa. Dra. e colega Cibele Marques dos Santos que de uma só vez delineou este Projeto, obrigada pelo profissionalismo, respeito e carinho.
À Fabíola Rizzo Sanchez que com imensa paciência ensinou-me a usar as ferramentas mais complexas.
À Talita Carvalho da Mota e Silva e ao Marcelo pelos gráficos e tabelas.
À Tania Regina de Souza, Igor Tolgyesi e Vanda Mariscal secretários do Programa Fisiopatologia Experimental, por todo apoio, amizade, competência e boa vontade, fundamentais para a conclusão deste trabalho.
Às colegas Valéria de Vilhena, Márcia Maria de Arruda, Rogéria Cristina Dias, Aparecida Elizete de Assis Araújo Santos, que me incentivaram e me substituíram no trabalho quando eu tive de ausentar-me.
Aos que literalmente me empurraram e ao mesmo tempo me ampararam quando pensei que não concluiria: Elza Katayama, Heloísa Vianna, Helena Kawamura, Miriam Mirna, Maria Cecília Coutinho Arruda, Maria Ascenção Apolônio, Paula Lencastre e Nilza Lucinda de Ramos Filha.
A Regina Lopes Teixeira e a Dona Lalinha (in memorian) que torceram por mim e queriam ver este trabalho realizado.
Ao Dr. Nilo Bozzini que com palavras de afeto outras nem tanto, insistiu para que eu trilhasse esse caminho. Agradeço também aos seus “pupilos” que me ajudaram na primeira fase.
Agradecimentos especiais a todos que, de alguma forma, abriram mão de minha presença, no trabalho ou no lazer que passaram pela minha vida e participaram da construção de quem sou hoje.
Obrigada a todos que gastaram tempo lendo e colaborando com este projeto.
EPÍGRAFE
Habitua-te a elevar o coração a Deus em ação de graças, muitas vezes ao dia. - Porque te dá isto e aquilo. - Porque te desprezaram. - Porque não tens o que precisas, ou porque o tens. Porque fez tão formosa a sua Mãe, que é também tua Mãe. - Porque criou o Sol e a Lua e este animal e aquela planta. - Porque fez aquele homem eloquente e a ti te fez difícil de palavra...
Dá-Lhe graças por tudo, porque tudo é bom.
São Josemaria Escrivá , Caminho, 268.
SUMÁRIO
Listas
Resumo
Summary
1 INTRODUÇÃO................................................................................. 1
2 REVISÃO DE LITERATURA........................................................... 9
2.1 O bibliotecário mediador............................................................... 13
2.2 Sociedade da informação............................................................. 15
2.3 Descritores.................................................................................... 18
2.4 Information needs......................................................................... 19
2.4.1 Alunos de graduação: medicina e para-médicos....................... 21
2.4.2 Pós-graduandos......................................................................... 22
2.5 Informação e conhecimento.......................................................... 23
2.6 Competência................................................................................. 26
3 OBJETIVOS..................................................................................... 30
4 MÉTODOS....................................................................................... 31
4.1 Amostra......................................................................................... 33
4.2 Questionário.................................................................................. 33
4.3 Critérios de inclusão...................................................................... 34
4.4 Análise dos dados......................................................................... 34
5 RESULTADOS................................................................................. 35
5.1 Caracterização da população........................................................ 37
5.2 Influência da mediação no comportamento da população estudada.......................................................................................
43
6 DISCUSSÃO.................................................................................... 45
7 CONCLUSÕES................................................................................ 50
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................. 52
9 ANEXOS.......................................................................................... 55
10 REFERÊNCIAS.............................................................................. 61
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA......................................................... 69
Listas
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ALA American Library Association
BDTD Biblioteca Digital de Teses e Dissertações
BIREME Biblioteca Regional de Medicina
CPG/FMUSP Central de Pós-Graduação da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo
CAPPesq Comitê de Ética para Análise de Projetos e Pesquisa
DBD/FMUSP Divisão de Biblioteca e Documentação da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo
DeCS Descritores em Ciências da Saúde
FM/USP Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
LIMs Laboratórios de Investigação Médica
SAI/FMUSP Serviço de Atendimento e Informação
VPN Virtual Private Network
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1. Sexo dos respondentes............................................................. 37
Gráfico 2. Idades dos respondentes........................................................... 38
Gráfico 2.1. Idade dos respondentes separada por sexo........................... 38
Gráfico 3. Distribuição da população deste estudo de acordo com a
profissão....................................................................................
39
Gráfico 4. Atuação dos respondentes de acordo com o sexo.................... 39
Gráfico 5. Frequência de utilização das bases de dados........................... 40
Gráfico 6. Fontes de pesquisa utilizadas.................................................... 40
Gráfico 7. Bases de dados utilizadas......................................................... 41
Gráfico 8. Utilização de resumos................................................................ 41
Gráfico 9. Meios para busca do artigo completo........................................ 42
Gráfico 10. Uso de descritores................................................................... 42
Gráfico 11. Treinamento na Biblioteca....................................................... 43
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Distribuição de sexo e profissão da população estudada................... 38
Tabela 2 – Uso de descritores e treinamento crosstabulation............................. 43
Tabela 3 - Distribuição do sexo dos participantes em relação à mediação......... 44
Tabela 4 - Profissão e mediação......................................................................... 44
Tabela 5 - Frequência de visitas à biblioteca em relação à mediação............... 44
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Bibliotecários e tecnologia……………………………………. 12
Figura 2. Informação vs conhecimento................................................. 25
RESUMO
Aragão MS. Perfil dos usuários da Biblioteca em 2012: necessidade de
mediação? [Mestrado]. São Paulo, 2015. Programa de Fisiopatologia
Experimental da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Introdução: O ser humano na sua condição social, precisa necessariamente da intervenção de outro ser nas suas funções. Na área da saúde, o profissional, vivencia situações e diante do acúmulo de informações recuperadas na Internet, necessita de um mediador que torne possível transformar essa informação em conhecimento. Nos últimos 20 anos, temos verificado um aumento gradativo e descontrolado na quantidade de documentos bibliográficos em todas as áreas do conhecimento, mas especialmente na biomédica. Objetivo: Considerando que a internet e a tecnologia da informação são amplamente disponíveis atualmente, alguns estudos sugerem que as bibliotecas e os bibliotecários podem vir a se tornar instituições obsoletas no cenário acadêmico. O objetivo do presente estudo foi analisar o perfil de usuários da biblioteca em nossa instituição, além de tentar verificar o papel da mediação informal desempenhada pelos bibliotecários neste contexto. Métodos: 570 usuários da Biblioteca da FMUSP, que visitaram nossa biblioteca no período de dezembro de 2012 a Abril de 2013, foram convidados a responder um breve questionário, sobre seus hábitos de busca de conhecimentos na literatura. O questionário foi mandado e respondido por e-mail. O perfil destes usuários foi analisado e a seguir, os participantes foram divididos em 2 grupos. Grupo 1 (n=190): receberam qualquer auxilio do bibliotecário durante suas buscas, grupo 2 (n= 52): acessaram a informação de maneira independente, sem a mediação do bibliotecário. Analisamos algumas características destes dois grupos. Resultados e conclusões: O presente estudo permitiu caracterizar que a maioria dos usuários que compareceu à biblioteca era do sexo feminino e que estão na faixa etária entre trinta e quarenta anos, sendo na maioria médicos jovens e estudantes de medicina, habituados a usar as bases de dados. A maioria recebeu algum tipo de mediação formal ou informal dos bibliotecários no acesso à informação. Sendo que este auxílio pode ter influenciado no uso de descritores em suas buscas. Com esta pesquisa, foi possível avaliar algumas das necessidades informacionais dos respondentes. Tais informações aliadas à extensa revisão da literatura podem ser úteis para balizar futuras intervenções dos profissionais da biblioteca para otimizar seu papel na mediação. Não foram observadas diferenças entre os grupos.
Descritores: Mediação, Informação, Competência clínica, Questionários.
SUMMARY
Aragão MS. Profile of users of the Library in 2012: is necessary mediation?
[Master]. São Paulo, 2015. Programa de Fisiopatologia Experimental da
Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo.
Introduction: Human beings in their social condition necessarily need the intervention of another being in his duties. In healthcare, professional, experiences and situations before the accumulation of information retrieved on the Internet, you need a broker that makes it possible to transform this information into knowledge. Over the past 20 years, we have seen a gradual and uncontrolled increase in the amount of bibliographic documents in all areas of knowledge, but especially in biomedical. AIMS: Considering that the internet and the information technology are widely available nowadays, some studies suggest that libraries and librarians may become obsolete in the academic scenery. The purpose of the present study was to access the profile of library users in our institution, as well as to evaluate the need for mediation by the librarians in a Medical School. METHODS: 570 individuals that visited our library from December 2012 to April 2013 were invited to respond to a brief questionnaire addressing their habits when pursuing scientific information. The questionnaire was sent and responded by email. 419 participants were post graduate students and the others were physicians from our institution. The population was divided in two groups. Group 1 (n= 190): submitted to library training in searching information, group 2 (n= 52): accessed information by themselves without mediation. We analyzed the differences in behavior between those two groups. RESULTS AND CONCLUSIONS: The majority of individuals that used our library were, females, with a mean age of 39 years and most of them physicians or medical students. The great majority were frequent users and had personal experience in the library before. No differences in behavior were observed between groups in terms of frequency, data base, or use of key words. The present work has inumerous limitations, but may useful inhelping librarians improve their technique facing the new era of information.
Descriptors: Mediation; Information; Information needs; Clinical competence; Questionnaire.
1 INTRODUÇÃO
Introdução 2
O termo mediação é usado em várias áreas do conhecimento. Para a
Filosofia, mediação é o processo criativo, mediante o qual se passa de um
termo inicial a um termo final, enquanto, para a Psicologia, mediação é uma
sequência de elos intermediários (estímulos e respostas) numa cadeia de
ações, entre estímulo inicial e a resposta verbal no final do circuito (Perrotti,
2007). O termo mediação aparece no Direito, na Religião, sempre no sentido
de colocar em relação, aproximar, criar pontes entre elementos. Oriundo do
latim mediare que significa estar no meio, interpor-se (Moraes, 2012). É a
intervenção em uma situação no intuito de reconciliar as partes.
A mediação é parte integrante da condição social do ser humano. A
relação do homem com o mundo não é direta, mas essencialmente mediada,
necessitando da presença de um elemento mediador, do qual a linguagem é o
signo principal (Silva, 2009).
Do ponto de vista da informação, o homem não nasce sabendo ser
homem. Ele aprende. E esse aprendizado se dá por meio da apropriação de
informações do contexto social (Neves, 2011).
Este fato não é diferente no cenário da busca da informação, em que o
avanço tecnológico faz da informação um elemento em mutação a cada
instante. Assim, a informação biomédica das fontes de pesquisa atualiza-se
continuamente, o que exige que o profissional da informação esteja capacitado,
por um lado para entender as necessidades do pesquisador e, por outro,
dominar as fontes e ferramentas que compõem esse universo. Dentre as várias
acepções do termo mediação, será usada aquela que designa o processo
básico de atividade do bibliotecário ao intervir na cadeia informação-
conhecimento, para confrontar as necessidades informacionais do pesquisador
com as diversas ferramentas de que se dispõe (Garcia, 2011).
Há, portanto, várias possibilidades de se abordar a mediação. Neste
trabalho decidiu-se descrever como se dá o processo básico da atividade do
bibliotecário, ao intervir no processo informação-conhecimento, buscando
entender as necessidades informacionais do pesquisador e as diversas
ferramentas de que dispõe.
Introdução 3
Nos últimos 20 anos, temos verificado um aumento vertiginoso e
descontrolado da quantidade de documentos bibliográficos em todas as áreas
do conhecimento, especialmente na área biomédica. Se há um aumento na
literatura, não é diferente no que diz respeito aos recursos na tecnologia e nas
ferramentas desta busca. Grande quantidade de material versus tecnologia
indica que a pesquisa deve contar com instrumentos adequados para que nada
se perca, mas também para que o resultado seja relevante. Lauritsen e Moller
(2006) afirmam que a estimativa é de que mais de dois milhões de artigos
científicos são publicados anualmente nos periódicos biomédicos.
Em 1994, quando ingressei na Biblioteca da Faculdade de Medicina,
usávamos os CD-ROM(s). Cada um continha resumos publicados em um
período de cinco anos. A cada um desses períodos conforme requeria a
pesquisa, trocávamos o CD-ROM. Quando sofriam algum dano, eram centenas
de informações que se perdiam. Ainda há os que contam que tiravam cópias e
mais cópias das fontes de informação impressas e corriam atrás do artigo
completo. Quando não se dispunha do artigo no acervo da Biblioteca ou de
outras bibliotecas do sistema, era necessário solicitar no exterior, o que
impunha um ônus financeiro bastante considerável. Em algumas situações
ainda há necessidade de solicitar artigos no exterior, mas é bem pequena a
demanda.
Passamos também, pela fase em que criávamos o perfil do
pesquisador, tirávamos cópias dos sumários das revistas, enviávamos estas
cópias pelo correio ou levávamos os disquetes em mãos para outros
pesquisadores que participavam do processo. Quando o pesquisador devolvia
a cópia com o artigo assinalado, enviávamos o artigo completo pelo correio ou
pessoalmente a seus laboratórios ou LIMs (Laboratórios de Investigação
Médica).
Os obstáculos que se apresentam no acesso à informação podem ser
de ordem física ou virtual. O usuário pode saber o que quer, mas barreiras de
tempo e espaço, impedem-no de alcançar o seu objetivo. Há um princípio de
descontentamento quando ao final de uma busca chega-se a resumos
Introdução 4
recuperados nas diferentes bases de dados e não se obtém o documento
completo. Sem o acesso ao documento integral, torna-se frustrante a busca
pela informação necessária, normalmente, para se solucionar um problema
com algum paciente ou para alcançar maior atualização na respectiva área de
atuação.
Esse acesso físico pode ocorrer a partir do acesso presencial aos
recursos informacionais de uma dada instituição ou mediante serviços de
intercâmbio e comutação, que permitem aos usuários o manejo do artigo ou
capítulo completo de livros.
Para esta dissertação, levou-se em conta o comportamento dos pós-
graduandos Strictu senso (mestrado/doutorado) e de outros profissionais da
saúde, que diariamente, buscam informação científica na Divisão de Biblioteca
e Informação da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Brettle et al. (2007) destacam que compete ao bibliotecário ocupar-se
também de treinar o profissional que busca a informação, e não apenas dar-lhe
o trabalho pronto, uma vez que essa busca de material poderá ocorrer em
momentos em que o bibliotecário não esteja disponível. Verifica-se que o
público, de modo geral, desconhece esse tipo específico de ajuda, o que
explica em parte, a timidez de muitos usuários ao deixarem de solicitar
assessoria, aumentando o tempo de pesquisa gasto nos bancos de dados ou
no acervo da biblioteca (Dee, 2005; Brettle et al., 2007).
Conclui-se, a partir da observação do dia-a-dia de uma biblioteca, que
somente uma pequena porcentagem de usuários não necessita dessa ajuda.
São os pesquisadores ou usuários já treinados, ou com o hábito de frequentar
a biblioteca e tendo o respectivo domínio dos recursos eletrônicos (Brettle et
al., 2007; Sousa, 2009).
Diariamente, verifica-se a necessidade de um profissional para
assessorar o usuário, seja na tomada de decisão sobre qual base de dados
consultar, seja na escolha e determinação dos descritores. Contudo, ainda é
comum ouvir esta frase: “é a primeira vez que venho à biblioteca, você pode
me ajudar?”.
Introdução 5
Não basta o acesso ilimitado à informação, concedida atualmente pela
Internet, é preciso, discernir e tirar o máximo proveito dessas informações e
transformá-las em conhecimento, capaz de mudar a realidade e o
comportamento de quem busca informação. Presume-se, assim, que o
conhecimento pode ser entendido como o principal resultado da mediação da
informação (Sherman, 2007; Ferreira; Almeida Júnior, 2013).
Miranda et al. (2010) mencionam que a primeira geração da Web foi
projetada exclusivamente para consumo geral, sem preocupação com a
exatidão. Já na década de 90, dá-se um crescimento vertiginoso nos anúncios
e vendas de produtos pela Internet. Cresceu a credibilidade nas informações
recuperadas, e atualmente os serviços são fornecidos para pesquisadores. A
evolução dos recursos, levou os bibliotecários, especialmente nas bibliotecas
de ciências da saúde, a se adaptarem ao dinamismo das novas tecnologias e
fontes de informação.
De acordo com Miranda et al. (2010), que se baseiam na articulação
entre a informação tecnológica e o uso de descritores, retirados de thesaurus,
os bibliotecários estão perfeitamente capacitados para gerenciar as
ferramentas da Web 2.0. Segundo os autores o profissional da informação, isto
é, o bibliotecário, pode e deve seguir a progressão contínua das gerações da
Web. Importa que o profissional enfrente o desafio de seguir as tendências, as
mudanças das tecnologias e dos usuários, adiantando-se para poder atender a
suas expectativas. Devem trabalhar, o bibliotecário e o pesquisador, para
compartilhar ideias e experiências no desenvolvimento das ferramentas da
Web.
Assim como a Web, as ferramentas e as necessidades informacionais
são dinâmicas. O bibliotecário deve estar disposto a acompanhar as mudanças
participando ativamente do processo de mediação. Para Miranda et al. (2010),
é tão imprescindível essa transformação que ela recebe a denominação de
information service professional, para designar o novo papel do bibliotecário,
inserido na sociedade da informação; ela prepara-o igualmente para atender ao
novo tipo de usuário que, agora, busca a informação antes mesmo que seja
Introdução 6
publicada. Verifica-se, diariamente, a demanda de profissionais da saúde que,
na saída de uma reunião com seus pares, dirigem-se à biblioteca, procurando
um artigo comentado e que ainda não foi publicado nas revistas científicas.
A competência do profissional da informação cresce em função do
domínio de duas vertentes: conhecimento do perfil do usuário, isto é, de suas
necessidades informacionais e do acervo impresso ou virtual de que dispõe,
bem como das ferramentas adequadas para o acesso rápido à informação em
benefício do trabalho científico (Brettle et al., 2007).
Para Arellano (2001), o profissional da informação precisa trabalhar
junto aos sistemas online atingindo a meta comumente conhecida de auxiliar o
usuário a ter acesso ao conhecimento produzido na área de seu interesse. A
tendência, nos últimos anos, foi de crescimento tanto de softwares quanto do
público com necessidades informacionais específicas.
Assim, entende-se a mediação como a “intervenção humana para
assistir a busca de informação e aprendizagem a partir do acesso à informação
e uso”, de modo que o mediador é “uma pessoa que ajuda, guia, orienta e
intervém no processo de busca da informação de outra pessoa ou instituição”
(Kuthlthau, 1999).
A biblioteca é considerada ainda um local importante para a
contribuição ao acesso à informação. Procurar demonstrar o valor dos acervos
das bibliotecas universitárias não é um retrocesso e sim uma contribuição para
a qualidade do ensino superior que continua a ser um foco de debate nacional.
Além das bibliotecas acadêmicas, ou de pesquisa é grande a contribuição
delas as para cumprir a missão e os objetivos institucionais.
No Brasil, há décadas vimos lutando para que se construam bibliotecas
escolares e tenham bibliotecários, somando-nos assim aos esforços de criar e
desenvolver o hábito de leitura acostumando o usuário a continuar
frequentando as bibliotecas acadêmicas.
Apresentamos alguns argumentos que provam que a biblioteca não é
um termo obsoleto em comparação com a Web (Sherman, 2007):
Introdução 7
Nem tudo é armazenável na Web, é ilusão pensar que um dia todos
os documentos nos mais variados suportes estarão disponíveis
online. Google books reconhece isso: há muito conhecimento
impresso nos acervos das bibliotecas e alguns não estão em
condições de serem digitalizados;
O cidadão participa da democratização do conhecimento quando
comparece a uma biblioteca pública e nem todos têm acesso a
Internet gratuitamente;
A Web supõe o acervo das bibliotecas, mas não os substitui. É sem
dúvida um grande recurso para obter informação, mas na Web ela
está espalhada ao passo que na biblioteca está organizada,
classificada;
As bibliotecas não estão constituídas apenas de livros: a tecnologia
está sendo integrada nos sistemas de bibliotecas, por exemplo a
aquisição de e-books e a Biblioteca interativa da DBD/FMUSP.
Poderíamos eventualmente ver pilhas inteiras dos acervos das
bibliotecas sendo relegado para bancos de dados; ou seja
documentos acessados apenas digitalmente. Então, onde é que isso
deixa de comprometer os bibliotecários? Estão sendo ultrapassados
pela tecnologia?;
Dispositivos móveis não marcam o fim dos livros impressos ou dos
acervos das bibliotecas, como querem mostrar algumas previsões
do "fim do livro", a digitalização e outras tecnologias. Os e-books
para download nos dispositivos móveis facilitam a pesquisa em
qualquer lugar e acompanham a geração atual (y ou z), mas e-books
não são uma transição que tudo permite aos leitores. O rádio vive
apesar da TV, os filmes ainda estão em alta demanda, apesar do
vídeo, as pessoas ainda falam ao telefone, apesar do e-mail.
Pessoas que gostam de livros em suporte papel vão continuar a ler
livros impressos, mesmo fazendo downloads e usando dispositivos
móveis. Haverá cada vez mais solicitações às editoras para que
Introdução 8
publiquem e-books em vez de papel. Afinal de contas, uma imensa
acumulação de livros impressos ainda estará acessível aos leitores;
As bibliotecas, em seus setores de aquisição, para atender
satisfatoriamente seus leitores, continuam a assinar e manter uma
vasta lista de periódicos e jornais acadêmicos importando
publicações e arquivando os fascículos anteriores. Esse esforço
permite que o acervo se mantenha completo. Por outro lado, manter
assinaturas de periódicos supõe a compra da coleção completa e ao
renovar a assinatura, é necessário comprar todos os números
anteriores;
Além do acervo próprio, a Biblioteca pode conseguir publicações por
meio de empréstimo-entre-bibliotecas ou pela comutação
nacional/internacional e os periódicos por assinatura online,
desaparecem, tornam-se offline ou cada vez mais caros
impossibilitando a renovação da assinatura.
A sociedade não está preparada para abandonar a biblioteca
tradicional ou híbrida e provavelmente nunca estará. Bibliotecas podem
adaptar-se às mudanças sociais e tecnológicas, mas não podem ser
substituídas. As bibliotecas são diferentes da Web e os bibliotecários estão
aptos para auxiliar os estudantes, pesquisadores e os cidadãos em geral para
melhor compreensão e o modo de encontrar a informação seja ela impressa ou
online.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Revisão de Literatura 10
Vale a pena citar as Leis de Ranganathan (matemático indiano),
embora essas cinco leis da Biblioteconomia tenham sido enunciadas em 1931,
vigoram até os dias de hoje.
Essas leis, extraídas do livro: The Five Laws of Library Science (1931),
onde se abordam questões da Biblioteconomia moderna – dizem respeito ao
uso de livros, de documentos ou de artigos de periódicos. Elas podem ser
resumidas da seguinte forma:
1. Os livros existem para ser usados. O livro é um meio que
impulsiona o conhecimento. “Quem tem informação, tem poder”. O
livro deve ser encarado como um meio e não como um fim;
2. Todo livro tem seu leitor. O êxito desse combinado encontro
depende da difusão da informação. Deve-se divulgar os livros
existentes em cada biblioteca;
3. Todo usuário tem seu livro. O bibliotecário deve conhecer bem
seus usuários, observando-os, entrevistando-os para preparar-lhes
o acervo adequado. A seleção do material deve estar de acordo
com o perfil do leitor;
4. Poupe o tempo do usuário. Uma boa preparação e arrumação dos
documentos, diminui o tempo necessário para encontrar a
informação desejada;
5. Uma biblioteca é um organismo em crescimento. Compete ao
bibliotecário nortear esse crescimento, mediante a verificação do
que é mais solicitado. São relevantes as estatísticas de consulta e
empréstimo para o dinamismo.
Seja no século passado, seja no atual, nos quais as ferramentas
eletrônicas mais se destacam, o bibliotecário continua a ser o mediador que
viabilizará o acesso ao documento em tempo hábil.
Há diferentes formas de auxiliar o usuário. Cada um apresenta suas
peculiaridades quer no modo de pedir ajuda quer quanto ao nível em que
deseja ser assessorado. Mudanças nas práticas da medicina e no
Revisão de Literatura 11
desenvolvimento tecnológico oferecem aos bibliotecários sempre novas
oportunidades de selecionar e organizar os recursos eletrônicos, segundo as
necessidades dos pesquisadores. Há grande quantidade de material na
Internet, mas sua disposição não segue critérios objetivos. Segundo Blansit e
Connor (1999), o domínio das várias estratégias de consulta permite ao
bibliotecário estar à altura das necessidades do pesquisador. A atuação do
bibliotecário junto aos fornecedores de material eletrônico possibilitará a
aquisição mais precisa e rápida do material (Figura 1).
De acordo com Ferreira (2003), os sistemas de gestão de informação
têm por finalidade fornecer informações relevantes para os tomadores de
decisão, e, por isso a sua principal função é a de coletar, processar e
disseminar informação, isto é, filtrar a informação.
Para Almeida Júnior (2008), o termo mediação bastante citado neste
trabalho, refere-se aos planos das práticas do fazer profissional, ligado às
práticas do atendimento ao usuário da unidade de informação. Considera-se,
portanto, a mediação como uma ponte “que permite a relação entre dois pontos
que, de alguma forma, estão impedidos de interagir por obstáculos e/ou
empecilhos”.
Para Rodrigues e Crippa (2011), não há uma única definição e nem
uma linha de pensamento que trabalhe as noções de mediação. As mais
diversas áreas do conhecimento apropriam-se dela e trabalham parte de seus
possíveis sentidos. Para o senso comum, a mediação é vista como a ação de
servir de intermediário. Aquilo ou aquele que está no meio, entre dois pontos,
interligando-os. Para esses autores, portanto, a mediação, na prática
biblioteconômica, refere-se ao papel do bibliotecário especialista em alguma
área do conhecimento, que se propõe a auxiliar o profissional da saúde a
encontrar a informação no contexto de sua pesquisa em tempo hábil. A
mediação é complexa e envolve outras noções: informação, comunicação,
tecnologia (dispositivo técnico) etc. A mediação, enquanto transmissão de
informação, pode tornar-se bastante subjetiva, pois a definição da informação
fica a cargo do profissional que presta este serviço.
Revisão de Literatura 12
Fonte: Elsevier
Figura 1. Bibliotecários e tecnologia
Revisão de Literatura 13
De acordo com (Aitken et al., 2011; Ferreira, 2014), mediar pesquisas é
uma função típica dos bibliotecários de referência, quer por estarem
diariamente em contato com alunos de graduação, alunos de pós-graduação,
profissionais da saúde ou com qualquer outro cidadão que frequente a
biblioteca, quer por terem conhecimento do acervo para investigação.
Em consequência, os autores consultados dão grande importância à
entrevista para traçar o perfil do usuário e delimitar qual a sua necessidade
informacional no momento da pesquisa (Brettle et al., 2007; Reis, 2013). Via de
regra a necessidade se manifesta segundo os estágios da vida acadêmica. De
modo geral, o aluno de graduação, no início do estudo, precisará de livros
texto: um pós-graduando, precisará encontrar a base de dados mais específica;
e o médico, um artigo que o ajude a encontrar o diagnóstico ou a terapia mais
adequada para seu paciente naquele momento.
Seja como for, a biblioteca é o espaço em que profissionais
transformam informação em conhecimento, em oportunidade de aprendizado
em benefício da sociedade (Sousa, 2009).
2.1 O bibliotecário mediador
O bibliotecário de referência especializa-se atualmente nos Serviços de
Referência online e no uso das novas tecnologias, o que muda
substancialmente seu perfil. Sempre preocupou-se com a aquisição e a
classificação do material em suporte papel ou eletrônico. Hoje além dessa
ocupação, organiza e dissemina a informação e o software, o que caracteriza o
novo modelo de apresentação da informação. Deve ter a habilidade de
localizar, avaliar e ser capaz de satisfazer as necessidades informacionais de
quem busca a informação (American Library Association, 2014; Rethlefsen et
al., 2014).
Ao longo do tempo, o bibliotecário recebeu várias denominações:
guardião, gestor da informação, mantenedor, informacionista, bibliotecário
Revisão de Literatura 14
acadêmico (ALA, 2014), bibliotecário médico, bibliotecário clínico e bibliotecário
hospitalar; estes três últimos títulos designam o profissional que trabalha
diretamente com as equipes médicas nas bibliotecas dos hospitais. As várias
especialidades decorrem de o profissional, na área da saúde atualmente
necessitar da informação em maior quantidade, e sempre atualizada.
Essas funções diversificadas se devem ao papel que o bibliotecário
vem desempenhando na sociedade da informação em contínua mudança
tecnológica. De acordo com Gomes (2009), essas mudanças introduziram nos
centros de documentação e nas bibliotecas, a necessidade de mudar o perfil do
bibliotecário, para desempenhar melhor suas atividades e enfrentar os novos
desafios inerentes à era da informática eletrônica.
Na atualidade as habilidades e competências requeridas dos
profissionais da informação, quer nas bibliotecas quer nos centros de
documentação, estimulam-nos a inventar e adotar formas inovadoras à altura
de um ambiente cada vez mais exigente. São necessárias novas habilidades e
competências para permanecer na sociedade da informação do século XXI. As
novas exigências são uma resposta ao fato de os usuários poderem acessar os
recursos da Web sem entrar nas quatro paredes da biblioteca. Isto requer que
o bibliotecário, seja competente para lidar com as ferramentas emergentes,
mediante uma sólida formação em técnicas de gerenciamento de informação,
habilidades relacionadas à comunicação, análise do comportamento humano e
da ciência cognitiva (Singh, 2013).
Galvão e Leite (2008); Grefsheim et al. (2010); Kurup e Hersey (2007)
discutem o termo informacionista, que foi usado no ano 2000, ao propor um
novo profissional com as características do bibliotecário, mas ocupando um
papel mais específico: o de aproximar o entendimento entre a Ciência da
Informação e a pesquisa clínica. Os autores reivindicam o título de bibliotecário
clínico.
Essa mediação ocorre por meio de ajudas efetivas nos diferentes
bancos de dados. Portanto, o profissional que maneja a informação
Revisão de Literatura 15
diariamente tem a capacidade de auxiliar o pesquisador que busca uma
informação específica e atualizada (Galvão; Leite 2008; Sherman, 2007).
O bibliotecário, além das características próprias, ou seja, memória e
desejo de servir, recebe nos anos de graduação conhecimentos de psicologia,
administração, história da arte etc. Depois, ao longo do tempo, desenvolverá
habilidades determinadas para exercer seu papel com características
específicas.
Para Dias et al. (2004), evidente que alcançará especialização no
decorrer da vida profissional, se atuar em bibliotecas ou centros de
documentação, seja na área biomédica, seja em outra área do conhecimento.
Já que este profissional será designado para trabalhar com a disseminação da
informação junto aos diferentes públicos, deve levar em conta a formação geral
e as habilidades dos indivíduos que podem ter conhecimento interdisciplinar e
especializado; habilidade de comunicação interpessoal, habilidades gerenciais
(criatividade, flexibilidade, otimismo, trabalho em equipe) e atualmente
conhecimentos e habilidades para manusear e lidar com os sistemas
automatizados.
Desse modo, Aitken et al. (2011) denominam o bibliotecário da área
médica como o Bibliotecário Clínico, visto que participa ativamente das
pesquisas conhecendo as bases de dados e os perfis dos médicos ou dos
residentes atuantes de um determinado hospital. Assim, Bibliotecário Clínico
fornece pesquisas imediatas: literatura, e orientação individual para o uso dos
recursos baseados em evidências, bem como técnicas de pesquisa e de
medicamentos. A intervenção teve um efeito positivo sobre os médicos: foram
fornecidos a eles artigos para apoiar decisões de atendimento ao paciente,
com base no suporte de pesquisa mediada pelo Bibliotecário Clínico.
2.2 Sociedade da Informação
A sociedade passou primeiro pela mudança de atividade agrícola para
industrial e desta para informacional na qual, a informação e o conhecimento
Revisão de Literatura 16
começaram a constar do planejamento estratégico das organizações em busca
de mudanças, tornando-se elementos importantes para manter o nível de
competitividade. Estes elementos estão cada vez mais embutidos nos produtos
do nosso cotidiano (Duarte et al., 2007).
Do latim informatio informação significa etimologicamente,
representação da ideia pela palavra. Atualmente é o recurso mais importante
que um indivíduo ou uma organização utilizam para determinar as metas que
desejam alcançar. É o fator determinante do crescimento e inovação de uma
instituição. De seu uso adequado, sua recuperação e disseminação, dependerá
o nível de conhecimento da empresa ou indivíduo.
Da apropriação da informação, por sua vez, depende o grau de
competência, e aperfeiçoamento que o médico pode alcançar. Para além do
perfil adequado à profissão, do bom relacionamento com os pacientes e do
contínuo diálogo com os seus pares, o profissional eficiente deve estar
atualizado quanto às recentes pesquisas em sua área de atuação (Souza,
2010; Aun, 2014). E após os anos de graduação, para se manter atuante, para
continuar o diálogo com seus pares e, principalmente, ser eficaz em suas
tarefas, isto é, no atendimento ao paciente, precisa de uma larga variedade de
informação. Nos dias atuais ser um médico eficiente significa ser um contínuo
pesquisador.
Segundo Marteleto (2007), a informação é um elemento da cultura
(criação humana) que carrega sentido a ser comunicado para produzir
conhecimento.
Na sociedade da informação o desenvolvimento de conhecimentos,
habilidades e atitudes para lidar com a informação é requisito imprescindível
para o sucesso dos indivíduos, não apenas no contexto acadêmico, mas ao
longo da vida, o que está em consonância com o conceito de competência em
informação. O bibliotecário, como profissional capacitado para uso da
informação com efetividade, necessita atentar nessa demanda decorrente da
sociedade atual e atuar como agente educacional no desenvolvimento dessas
competências (Felício, 2014).
Revisão de Literatura 17
Pires (2011) distingue dados, informação e conhecimento, uma vez que
se confundem, em decorrência da proximidade de seus significados. Para ele,
dado é um atributo descritivo, qualitativo ou quantitativo acerca de um objeto ou
de um fato. É um item elementar da informação que, por sua vez, corresponde
a um conjunto de dados estruturados ou descritivos, que tem significado em um
contexto. A transformação de dados em informação costuma ser realizada de
uma forma compreensível ao usuário. Conhecimento, segundo ele, designa a
compreensão por parte de um indivíduo em um domínio específico.
Com a informação encontrada na Web, estima-se existir um bilhão de
páginas em html e diversas ferramentas disponíveis para recuperá-la, mas ao
procurá-la, o usuário tem grande quantidade de informação e nem sempre de
relevância (Cendón, 2001). Não queremos aqui tirar a importância dos meios
de que se dispõe para chegar à informação, é melhor ter essa gama do que
não a ter, no entanto, é necessária a ajuda de um profissional da informação
capaz de recuperar artigos com maior exatidão relativamente aos objetivos do
pesquisador.
O processo da gestão da informação abrange toda a forma de gerar,
armazenar, distribuir e utilizar a informação, tornando necessária a capacidade
de gerir tecnologias de informação para facilitar o processo, devido ao grande e
contínuo acúmulo no volume de dados (Cardoso; Machado, 2008).
O acesso à informação consiste nas diversas possibilidades de chegar
aos recursos informacionais, podendo ser físico ou virtual. O acesso virtual dá-
se habitualmente por meio de e-mail ou envio do próprio documento online,
uma vez que as bases de dados no primeiro momento apresentam apenas
resumos.
A informação como tomada de decisão é a base e o suporte de toda
ação que busca excelência, e o profissional da saúde para ser capaz de
realizar com eficiência os deveres diretamente relacionados ao cuidado do
paciente deve reciclar continuamente seus conhecimentos o que pressupõe
atualizar-se. A competência virá com a capacidade de executar os deveres de
uma profissão em geral ou cumprir uma tarefa profissional especial com
Revisão de Literatura 18
habilidade de qualidade aceitável, tanto para o mediador quanto para o
profissional que busca a informação.
O crescimento da informação e a busca incessante de conhecimento
do pesquisador determinaram a necessidade de um profissional para mediar o
processo. Segundo Souto (2008), outras vezes, o mediador por meio de
interação com o pesquisador e o acompanhamento sistematizado dos usuários,
participa do processo de busca de informação não apenas em relação à
identificação dos dados mas também no curso de apropriação deles.
2.3 Descritores
Os descritores são termos adotados de um vocabulário estruturado,
utilizado na indexação (análise de conteúdo) e na fonte do documento para o
ingresso na base de dados de todos os registros bibliográficos dos artigos
publicados em revistas indexadas em bases de dados. Deste modo, esse
recurso ou ferramenta facilita a recuperação da informação. Cada base de
dados utiliza um vocabulário controlado e existe um distinto para quase todas
as áreas do conhecimento (Cardoso, 2009).
Trata-se de termos de grande valor para a indexação, pois muitos
pesquisadores da área da saúde, usam-nos para delimitar um campo da
ciência, utilizam-nos na busca de informações para pesquisar sobre doenças,
técnicas cirúrgicas ou mesmo para escrever um trabalho (Brandau et al., 2005).
O uso de descritores, por exemplo, facilitaria essa busca com menos
tempo de pesquisa. O recurso funciona como filtro, que limita a quantidade, ao
mesmo tempo que aumenta a exatidão. Além dos descritores é necessário
escolher a base de dados conveniente.
Por meio dos descritores, o bibliotecário potencializa o tempo e a
eficácia da pesquisa. O ideal seria que ao menos no início de sua pesquisa, o
pesquisador procurasse um profissional de referência para determinar os
descritores da sua área de atuação. Recomenda-se que recorra a esses
Revisão de Literatura 19
termos, para que possa recuperar a informação com menos tempo de
pesquisa.
2.4 Information needs
A expressão: information needs aparece nas várias bases de dados
desde o século passado, no entanto na última década tem aparecido com
maior frequência, devido ao aumento explosivo da literatura, e também
substitui o termo “estudo de usuário”.
A definição filosófica, para a expressão necessidade de informação é
apresentada por Ford e Korjonen (2012), a partir de dois ângulos: no primeiro,
corresponde a tomada de decisão de um indivíduo, ao enfrentar uma incerteza,
que demanda um estímulo ou parte de uma informação, para sanar a dúvida; e
no segundo, a expressão significa que o indivíduo deve ser equipado para
reconhecer a existência de sua incerteza. Simplificando, necessidade de
informação pode ser definida como a exigência de um pedaço de informação
por um indivíduo, de modo a realizar uma tarefa: o indivíduo pode ou não estar
ciente de que necessita, deste pedaço de informação, mas a necessidade
ainda existe. Diz-se pedaço da informação, porque ninguém se apropiará da
informação em sentido absoluto, mas apenas de parte dela devido a limitação
do conhecimento.
Para Rodrigues e Crippa (2011), o leitor ao se deparar com
informações que lhe possam ser importantes, e que respondam às suas
necessidades informacionais, isto é, o que lhe é proeminente. Para facilitar o
acesso a esta informação completa, e reduzir o tempo de busca dos usuários,
profissionais da área com ajuda de outros das áreas de linguística e semântica,
constroem instrumentos chamados thesaurus. Estes instrumentos reúnem
termos que são retirados da linguagem natural e transformados em descritores.
A pesquisa biomédica e clínica tem experimentado uma evolução
considerável nos últimos anos. Grandes avanços tecnológicos em pesquisa
Revisão de Literatura 20
básica e assistência médica, combinados com as influências crescentes da
medicina e da ciência em geral, têm desafiado o modelo de suporte tradicional
da biblioteca. Novos caminhos se abrem para que os profissionais da
informação possam articular a respectiva capacidade de gerar dados com as
necessidades informacionais dos pesquisadores (Cleveland et al., 2012).
Segundo Giddens (2002), estamos presenciando desde há vinte anos,
uma intensa e radical transformação tecnológica, que tem proporcionado um
crescimento acentuado do acesso à informação. Para que este acesso seja
rápido e feito de forma ordenada, é necessário o uso de instrumentos e
ferramentas da área específica dentro da qual se busca o conhecimento.
Identificar as necessidades de informação é o primeiro passo do
processo. Essa etapa se traduz no conhecimento do ambiente em que a
informação é usada, considerando os usuários que interagem com a
organização na busca da informação (Reis, 2013).
Para Garbin et al. (2008), o mundo presenciou nos últimos anos uma
ampla transformação tecnológica que aumentou substancialmente o acesso à
informação. Na área da saúde, há cada vez mais informação disponível, sendo
importante a presença do profissional que a dissemine. Com o uso crescente
da tecnologia, o novo profissional tende a desenvolver as habilidades
tecnológicas e a respectiva criatividade, para contribuir no processo de
dinamização do trabalho na área da saúde (Guevara, 2007; Partridge et al.,
2010).
Segundo Curran et al. (2010), há um maior número de médicos usa a
Internet para buscar e localizar informações, o que faz da respectiva
ferramenta imprescindível para o desenvolvimento profissional. Programas de
treinamento presencial ou à distância, constituem uma abordagem cada vez
mais popular para a educação médica. A Internet tem se expandido em
oportunidades para o fornecimento de uma forma mais flexível, conveniente e
adequada à realidade de conhecimento que parece ter cumprido o papel de
ajudar profissionais ocupados que não têm tempo de participar das sessões
formais de educação.
Revisão de Literatura 21
As necessidades informacionais variam de grupo para grupo e as
buscas nas fontes primárias (livros-textos), ou nos bancos de dados podem se
tornar complexas. Para Martínez-Silveira (2005), as características que
influenciam as necessidades informacionais dos médicos-residentes estão
relacionadas ao fato de se encontrarem em um momento crítico de sua
formação de especialistas, em que o objetivo da prática profissional é
principalmente a aprendizagem.
2.4.1 Alunos de graduação: medicina e para-médicos
Os alunos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Terapia
Ocupacional e Fonoaudiologia, procuram diretamente pelos livros textos, sendo
o suficiente um banner para indicar a localização dos livros organizados nas
prateleiras de acordo com as diversas especialidades da área médica. Além
dos livros impressos, atualmente, os alunos de graduação contam com tablets
para fazer uso dos e-books. É necessário estar em contato com as sugestões
dos alunos e professores para encontrar no mercado editoras que forneçam
novas publicações e manter o acervo atualizado.
O advento das diversas ferramentas de acesso à Web, tais como
mobile tablet device tem facilitado a busca da informação e transformado este
cenário. Desse modo, mesmo fora de um ambiente normal: casa, biblioteca, o
indivíduo acessa a informação mudando o comportamento antes conhecido
como consumidor de informação, passa a construir e escrever a história da
informação digital.
A Biblioteca Interativa da DBD/FMUSP – criada em fevereiro de 2013,
após estudos e verificação nas Bibliotecas das Universidades de Harvard e
Stanford, conta com as ferramentas mais recentes da área médica. Foram
disponibilizados tablets com a coleção completa de livros eletrônicos da editora
Ateneu especializada em medicina. São quatro salas equipadas para estudo
dos alunos de graduação que contam também com equipamentos modernos
para vídeo-conferência.
Revisão de Literatura 22
Nos treinamentos são exercitados no uso das bases de dados, mas
chegam a concretizar pesquisas bibliográficas a partir do 4º ano, quando
começam as práticas médicas ou a Iniciação Científica.
Há ainda o ensino à distância para os alunos de graduação em
Medicina. Iniciado em 2008, para facilitar o aprendizado da pesquisa
biomédica, o curso oferece ao aluno de graduação disponibilidade de fazer o
curso na hora em que lhe for mais conveniente. Com o objetivo de:
Capacitar o aluno para identificação e recuperação da informação de documentos, impressos e eletrônicos, que tratem da prática médica, nos seus diversos aspectos: será dada ênfase para a atribuição de pertinência e relevância dos resultados obtidos, no intuito de estimular a busca pela qualidade científica das informações recuperadas. Será utilizado ambiente virtual de aprendizagem (Curso EAD, 2013).
2.4.2 Pós-graduandos
Para esta dissertação, levou-se em conta o comportamento dos pós-
graduandos Strictu senso (mestrado/doutorado), os médicos e outros
profissionais da saúde, que diariamente, buscam as fontes de informação na
área da saúde na Divisão de Biblioteca e Documentação da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo.
Desde a década de 1990, a DBD/FMUSP atende profissionais pós-
graduandos para a realização da ficha catalográfica. Ao prestar este serviço,
realizado em conjunto com a Comissão de Pós-Graduação da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (CPG/FMUSP), o bibliotecário auxilia a
normalizar dissertação/tese, na escolha dos descritores possibilitando a
respectiva inserção dos trabalhos nas bases de dados nacionais e
internacionais. Uma vez normalizados, os trabalhos são inseridos na Biblioteca
Digital de Teses e Dissertações – BDTD, com visibilidade mundial, uma vez
que esta base de dados está em quatro idiomas: português, inglês, francês e
espanhol.
Revisão de Literatura 23
Há ainda na BDTD, um espaço em que o pós-graduando poderá
inserir trabalhos decorrentes a este. Há sem dúvida uma renovação no
conhecimento e com essa visibilidade global ele contribuirá com o
conhecimento ao mesmo tempo que seu trabalho é difundido.
Se preferir o pós-graduando pode participar de treinamentos e cursos
ministrados pela Biblioteca. Há dois tipos de treinamentos. O informal que é
dado quando ele comparece na Biblioteca e é auxiliado na escolha dos
descritores, na estratégia de busca, na escolha da base de dados mais
específica ou ainda a conseguir o artigo completo. O treinamento formal é dado
pelo Programa de Moléstias Infecciosas e Parasitárias com a disciplina MIP-
5722 Pesquisa Bibliográfica Automatizada em Bases de Dados de Medicina
Clínica e Especializada em Doenças Infecciosas e Parasitárias, ministrada
anualmente e valendo três créditos.
Para maior acessoramento, o aluno de pós-graduação tem uma área
na home page da Biblioteca, com material e aconselhamento para facilitar o
desenvolvimento do trabalho. Há ainda o Guia de Apresentação de
Dissertações, Teses e Monografias editado desde 1993, primeiramente
impresso e atualmente online.
2.5 Informação e conhecimento
Para Sousa (2009) e Singh (2013), informação e conhecimento, são
conceitos extremamente ligados e normalmente de difícil distinção. Há grande
consenso entre diversos autores de que a informação pode ser de qualquer
tipo de dado que, recebido pelo indivíduo, responda a uma demanda específica
e uma vez assimilada por ele, é capaz de alterar o status do conhecimento.
Nas sociedades pós-industriais, ocupa lugar central a informação
transformada em conhecimento. Emergem, assim, no âmbito da produção e
das instituições, novas formas de trabalho, entre elas o trabalho intelectual, o
trabalho interativo, o trabalho comunicacional (Libâneo, 2003). Essas
Revisão de Literatura 24
transformações atingem em cheio as escolas, as pesquisas dos bibliotecários e
dos pesquisadores.
Sociedade da informação e do conhecimento, este novo modelo de
organização das sociedades assenta num modo de desenvolvimento social e
econômico no qual a informação, como meio de criação de conhecimento,
desempenha um papel fundamental na produção de riqueza e na contribuição
para o bem-estar e qualidade de vida dos cidadãos (Reis, 2013).
Para Duarte et al. (2007), conhecimento é a informação com valor
agregado, elemento habilitador da decisão, é tudo que deve ser conhecido,
antecipadamente, para iniciar o curso de uma ação. A informação acessada
pela Internet, com as mais recentes ferramentas, pode gerar conhecimento que
se torna algo tangível como por exemplo: livro, tese ou artigo.
A informação transformada em conhecimento é elemento essencial ao
desenvolvimento de uma organização, mais ainda em se tratando de uso de
recurso que pode propiciar a melhora de um paciente ou facilitar a
comunicação entre os pesquisadores envolvidos em um mesmo projeto.
Há um desenvolvimento substancial na qualidade das pesquisas
realizadas. Percebe-se, portanto, a necessidade de atuação do profissional da
informação nesse contexto, tendo em vista que o bibliotecário pode interferir no
modo como os pesquisadores trabalham a informação, contribuindo para suprir
parcial ou plenamente uma determinada necessidade informacional (Almeida
Júnior, 2009; Valentim; Cavalcante, 2011).
Para Xavier e Costa (2010), a informação e o conhecimento são
simultaneamente causa e efeito de si mesmos, numa interação dinâmica em
que a sucessão pode ser plenamente invertida, mas não gera contradição.
Disponibilizar informação é promover a geração de conhecimento que, por sua
vez, produzirá mais informação e assim sucessivamente.
Portanto, é necessário ter em mente, segundo os autores, que a
informação científica que se oferece, não carrega em si a simples função de
informar uma inovação, mas detém a potencialidade de produzir conhecimento.
Revisão de Literatura 25
Corroborando a importância do bibliotecário, o autor volta a afirmar que
é necessário levar em conta que a informação científica não tem apenas a
função de inovar, mas que possui a potencialidade latente de produzir
conhecimento. Contudo, esse potencial só pode ser ativado por um indivíduo
capaz de colocar em exercício sua capacidade no momento de assimilação da
informação, isso se faz possível quando conhece bem o perfil de seu cliente e
o acervo que tem acesso (Burford; Park, 2014).
Assim, para Carvalho (2004), não há receita mágica, somente a
informação construída, reelaborada, apropriada se transforma em
conhecimento.
A Figura 2 traduz visualmente o que na realidade acontece, quando um
conjunto de dados acumulados na Web, com a mediação de um profissional da
informação, se transforma em conhecimento.
Fonte:https://www.google.com.br/search?q=informa%C3%A7%C3%A3o+e+conhecimento&biw=.
Figura 2. Informação vs conhecimento
Revisão de Literatura 26
2.6 Competência
Competência clínica ou habilidade clínica é a capacidade de realizar
aceitavelmente aqueles deveres diretamente relacionados ao cuidado do
paciente (BIREME, 2014).
Competência é saber agregar informação. Transformar conhecimento
em atitude tanto nas tarefas corriqueiras, quanto em grandes tarefas. É saber
transferir conhecimento, ter iniciativas, inovar e interagir com os demais
membros da equipe.
Na Aula Inaugural do Curso de Graduação de Medicina da FMUSP, se
apresentou o termo competência em sete itens ou degraus1:
I. Atenção à saúde;
II. Tomada de decisão;
III. Comunicação
IV. Liderança;
V. Administração e gerenciamento: princípios e valores;
VI. Educação continuada;
VII. Profissionalismo: ética e compromisso com os valores sociais.
O acesso à informação deve proporcionar ao profissional o
conhecimento para ter a capacidade de resolver problemas e até antecipar-se
a eles, com suas atitudes e decisões inovadoras. Com o avanço tecnológico e
a gama de informações de que dispõe, o profissional competente saberá
relacionar-se com a equipe motivando-a a alcançar seus objetivos.
Para Cardoso e Machado (2008), a informação é a base e o suporte de
toda ação em que se busca excelência, crescimento, transformação e
inovação. Atualmente há informação em grande quantidade na Web, mas é
1 Anotações da aula inaugural na FMUSP da Profa. Dra. Maria do Patrocínio Tenório Nunes em 24 de
fevereiro de 2014.
Revisão de Literatura 27
preciso que seja encontrada de modo rápido e em curto prazo. Ora, como já
destacamos, o acesso adequado e eficaz à informação tem o potencial de
gerar conhecimento, o que leva à competência, uma vez que na sociedade
atual da informação se necessita de atitudes inovadoras.
Zarifian (2003) destaca que competência é a tomada de
responsabilidade de um indivíduo ou grupo sobre uma situação profissional. É
ter autonomia para assumir responsabilidades frente a situações profissionais
complexas, mediante a reflexão sistemática diante de circunstâncias de
trabalho variáveis e parcialmente imprevistas. Isso pressupõe uma inteligência
prática a respeito das situações, a qual se apoia em conhecimentos adquiridos,
e os transforma à medida que aumentam as dificuldades inerentes às
situações. Além disso, pela competência, o indivíduo mobiliza mais pessoas
em torno dessas situações, compartilha desafios e assume a parcela de
responsabilidade adequada às circunstâncias e de acordo com o seu
conhecimento e prática.
Fica patente, assim, a importância da informação e da educação para
Zarifian (2003), a ponto de ele enfatizar que o momento em que vivemos é o
“século do conhecimento”. Quanto mais qualificado, for um indivíduo, mais
autônomo será em seu trabalho e, por consequência, mais responsável. Essa
complexidade, tão diversa da realidade vigente até então, mostra que as
transformações oriundas dos conhecimentos serão cada vez mais extensas e
mais rápidas, interligadas e imprevisíveis.
Com essa perspectiva, Fleury MTL e Fleury A (2001) resumiam o
conceito de competência da década de 80 como um conjunto de
conhecimentos, habilidades e atitudes, isto é, um conjunto de capacidades
humanas que justificam um alto desempenho, sendo que os desempenhos
mais bem avaliados se apoiam na inteligência e na personalidade dos
indivíduos. A competência passa então a ser percebida como uma bagagem de
recursos que o indivíduo possui.
Segundo os mesmos autores, a aquisição de conhecimentos e o
desenvolvimento de competências se dão por processos pró-ativos ou por
Revisão de Literatura 28
processos reativos. Os processos pró-ativos constituiriam a experimentação e
a inovação, responsáveis pela geração de novos conhecimentos e
metodologias, de novos produtos ou serviços, com base em situações não
rotineiras. Os processos reativos se explicariam pela resolução sistemática de
problemas, experiências realizadas por outros e contratação de pessoas.
Enfim, a competência se forjaria com a novidade e a complexidade.
Nobre (2005) utiliza a palavra competência para definir a capacidade
de um indivíduo para exercer uma atividade com eficiência, atingindo os
objetivos propostos. Por outro lado, o oposto da competência significa para a
sociedade sempre algo negativo, depreciador, chegando mesmo o autor a
sinalizar que a pessoa se encontra ou se encontrará brevemente marginalizada
dos circuitos de trabalho e de reconhecimento.
Além disso, o bom profissional incorpora competências, ou aperfeiçoa
as que possui, de acordo com a sua vivência no ambiente de trabalho. Pessoas
altamente capacitadas estão constantemente modificando competências e
adquirindo novas formas de agir, de pensar e de se posicionar em sua
atividade profissional, de forma a serem vistas como aptas para promover a
sua respectiva instituição (Zarifian, 2003).
Para Gasque (2011), competência refere-se ao uso da informação que
inclui atividades em que o indivíduo se engaja em um movimento que
transformará esta informação em conhecimento. Abrange ainda, habilidades
intelectuais como decodificação e interpretação, controle e organização do
conhecimento por meio do uso de instrumentos cognitivos como resumos,
esquemas, mapas conceituais e textos. Buscar e usar a informação são
processos que abrangem também valores pessoais, motivações, crenças,
visão crítica e atitudes como responsabilidade e ética. A busca e o uso da
informação envolvem ainda a capacidade do indivíduo de refletir suas fontes;
usar a informação ética e legalmente para atingir os objetivos específicos.
Para isso o profissional precisará de informação e para ter acesso a
essa informação, poderá contar com outro profissional capaz de disseminá-la,
Revisão de Literatura 29
para que nada se perca ou mais ainda, ela seja encontrada com rapidez,
precisão e relevância.
Como verificamos no dia-a-dia da nossa prestação de serviço na
DBD/FMUSP, pesquisador e profissionais da área da saúde, buscam a
informação mais recente, por exemplo, procuram um artigo sobre uma
patologia ou resultado de tratamento relatado em um periódico que foi citado
em alguma entrevista ou em grupo de estudo, aula, conferência etc. ou ainda
perante um paciente que se encontra na mesa de cirurgia, e para o qual se
busca um diagnóstico. Há ainda o usuário movido simplesmente pelo prazer de
ler alguma coisa atualizada sobre sua especialidade.
3 OBJETIVOS
Objetivos 31
Traçar o perfil dos usuários da Biblioteca da FMUSP em 2012 e
detectar possíveis influencias na mudança de hábitos destes
usuários quando submetidos a mediação informal (orientação) pelo
bibliotecário.
Pesquisar a literatura corrente sobre a mediação do profissional da
informação, mais especificamente sobre a qualificação do
bibliotecário como mediador entre aquele que pesquisa e as
ferramentas tecnológicas que propiciam um acesso eficiente às
informações.
4 MÉTODOS
Métodos 33
Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética para Análise de
Projetos e Pesquisa (CAPPesq) do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo sob número 438/11, em 07 de outubro
de 2011 (Anexo A).
Trata-se de um estudo exploratório que buscou, através de um
questionário baseado no perfil dos usuários do Serviço de Atendimento e
Informação (SAI) da DBD/FMUSP, demonstrar a influência da mediação do
bibliotecário em vários níveis, dependendo das necessidades informacionais do
usuário. Entenda-se por mediação neste caso, qualquer auxílio ou orientação
prestados pelo bibliotecário durante a presença do usuário na biblioteca ou
mesmo por via remota, por e-mail ou telefone.
Para melhor compreensão e aplicabilidade desse trabalho,
descrevemos a seguir os passos adotados.
4.1 Amostra
Foram convidados a participar do estudo 419 pós-graduandos
atendidos no SAI da DBD/FMUSP em 2012, que compareceram à biblioteca a
fim de solicitar a ficha catalográfica da dissertação/tese e indexação dos termos
que identificam a pesquisa, utilizando as ferramentas pertinentes e
normatizando seu trabalho com as normas da Faculdade.
Também participaram desta amostra os 151 profissionais da saúde, na
maioria médicos, que diariamente procuram o SAI/FMUSP, pessoalmente ou
por e-mails, para realizar suas pesquisas ou acessar os artigos completos.
4.2 Questionário
O questionário é a forma mais usada para coletar dados, pois
possibilita medir com mais exatidão o que se deseja (Cervo; Bervian, 2007).
Métodos 34
Constitui um meio de obter respostas a questionamentos que seguem uma
lógica subordinada ao problema que se propõe resolver. Pode-se apresentar
de duas formas: impresso ou eletrônico.
Preferimos o formato eletrônico, pois facilitaria a participação de um
número maior de respondentes bem como a brevidade em recebê-los de volta.
A preparação do questionário baseou-se nos perfis dos pesquisadores
e pós-graduandos que frequentam a biblioteca. Composto de 10 perguntas
abertas, e de múltipla escolha, tentou-se avaliar se os pesquisadores
participaram de algum treinamento, usam descritores para facilitar suas
buscas.
O questionário foi enviado no período de 12 de dezembro de 2012 a 30
de abril de 2013.
Foi solicitada anuência à direção da Biblioteca para aplicar este
questionário (Anexo B).
4.3 Critérios de inclusão
Alunos de pós-graduação Strictu sensu matriculados nos
Programas de Pós-graduação da FMUSP, que solicitaram a ficha
catalográfica para normalização, indexação e inclusão de seus
trabalhos nos bancos de dados;
Médicos e outros profissionais da área da saúde do Hospital das
Clínicas/FMUSP, que frequentaram a Biblioteca em 2012.
4.4 Análise dos dados
Os dados foram transferidos para planilhas do Microsoft Excel para
ordenação, classificação e análise preliminar e posteriormente foram
analisados com auxílio do software SPSS 17.0. Foram utilizados testes de
Métodos 35
associação de Chi quadrado ou teste exato de Fischer, conforme as divisoes
da amostra resultassem em tabelas de contingencia dos tipos 2x3 (para
aquelas perguntas com três opçoes de resposta) ou 2x2 (quando eram apenas
duas as opçoes de resposta). Estes testes foram apresentados com os valores
dos Riscos Relativos com seus respectivos intervalos de confiança ao nível de
95% e valores de p (com nível de significancia de 5%).
5 RESULTADOS
Resultados 37
Dos 570 questionários enviados, 247 foram devolvidos entre o mês de
dezembro de 2012 e abril de 2013. Ou seja, aproximadamente 43%
responderam ao questionário.
Foi escolhido o modo eletrônico, podendo assim chegar a um número
maior de pessoas, pois muitos usuários fazem o contato com a Biblioteca por
e-mail.
5.1 Caracterização da população
O questionário foi preenchido por 247 pessoas. Dentre elas, a maioria
é do sexo feminino (153) e tem entre 30 e 39 anos, como podemos observar
nos Gráficos 1, 2 e 2.1. Além disso, mais da maioria dos respondentes são
médicos (Tabela 1). As seguintes ocupações também foram observadas:
Assistente social, Docente-História, Docente-Educação, Enfermeiro, Farmácia,
Nutricionista, Pedagoga, Pediatra, Saúde Ambiental, Terapeuta Ocupacional e
Veterinário (Gráfico 3). No Gráfico 4 os usuários que participaram da pesquisa
estão distribuídos em médicos e não-médicos conforme o gênero.
Gráfico 1. Sexo dos respondentes
Resultados 38
Gráfico 2. Idade dos respondentes
Gráfico 2.1. Idade dos respondentes separada por sexo
Tabela 1: Distribuição de sexo e profissão da população estudada
Profissão
Não-médico Médico Total
Sexo
Masculino 24 69 93
Feminino 94 59 153
Total 118 128 246
Resultados 39
Gráfico 3. Distribuição da população deste estudo de acordo com a profissão
Gráfico 4. Atuação dos respondentes de acordo com o sexo
Observamos que, aproximadamente, 80% desta população acessa
as informações referentes à sua área com uma frequência maior, ou seja,
diariamente ou semanalmente (Gráfico 5).
Resultados 40
Gráfico 5. Frequência de utilização das bases de dados
Mais de 95% dos respondentes atualiza-se por meio das bases de
dados, sendo esta a fonte de pesquisa mais utilizada (Gráfico 6).
Gráfico 6. Fontes de pesquisa utilizadas
A base de dados mais utilizada é a Medline. Porém, mais de 27%
utiliza todas as bases de dados (Google Scholar, Lilacs, Medline, Scopus,
dentre outras) (Gráfico 7).
Resultados 41
Gráfico 7. Bases de dados utilizadas
Ao questionamento sobre o uso de resumo ser suficiente nas
pesquisas, 215 (quase 90%) responderam que não, e 32 responderam que
sim. De modo geral, os pesquisadores concordaram que só os resumos não
são suficientes para a informação ser transformada em conhecimento, sendo
necessário acessar o artigo completo (Gráfico 8).
Gráfico 8. Utilização de resumos
Com relação a obter o artigo completo, 70 responderam que
conseguiram por meio da Biblioteca e 177 por meio de periódicos online
(Gráfico 9), evidenciando, também, a inserção da internet e da tecnologia nas
pesquisas e na obtenção de conhecimento. Os pós-graduandos enquanto
Resultados 42
matriculados nos Programas de Pós-graduação, tem acesso aos artigos
completos através da conexão VPN (Virtual Private Network).
Gráfico 9. Meios para busca do artigo completo
Por meio do Gráfico 10, podemos observar que 87% dos
respondentes utilizaram descritores (215 pessoas). Isso demonstra que tiveram
contato com o bibliotecário, o qual auxiliou no uso desta ferramenta.
Gráfico 9. Uso de descritores
Resultados 43
No Gráfico 11, os respondentes mostraram que a maioria
(aproximadamente 79%) participou de algum treinamento formal ou informal na
Biblioteca. Este treinamento demonstra a mediação do bibliotecário na
pesquisa de forma mais especializada e chegam a um resultado mais
específico. Apenas um usuário não respondeu.
Gráfico 11. Treinamento na Biblioteca
5.2 Influencia da mediação no comportamento da população estudada
Observamos diferença estatisticamente significativa entre os grupos no
que diz respeito ao uso de descritores associado à mediação. Apesar de
parecer influenciar positivamente a população de estudo no uso de descritores,
mesmo os usuários não submetidos a qualquer tipo de mediação, já o faziam.
Fica difícil se estabelecer relação direta neste caso.
Tabela 2 – Uso de descritores e treinamento crosstabulation
Mediação Total
não sim
Descritores não 0 32 32
sim 52 158 210
Total 52 190 242
Fisher p<0,001
Resultados 44
Não observamos diferença significativa entre sexo (Tabela 3) ou
profissão (Tabela 4) dos indivíduos participantes do estudo, em relação a
receber ou não mediação.
Tabela 3: Distribuição do sexo dos participantes em relação à mediação
Fisher p=1
Tabela 4: Profissão e mediação
Mediação
Total
não sim
Profissão Não-médico 27 90 117
Médico 25 100 125
Total 52 190 242
Fisher p=0,639
Na Tabela 5 podemos observar que não houve correlação entre a
frequência de visitas à biblioteca e o fato de o usuário ter recebido alguma
mediação.
Tabela 5: Frequência de visitas à biblioteca em relação à mediação
Treinamento
Total
não sim
Frequência
Diariamente 26 71 97
Semanalmente 18 81 99
Quinzenalmente 8 38 46
Total 52 190 242
Pearson Chi square p=0,239
Mediação
Total
não sim
Sexo Masculino 20 72 92
Feminino 32 118 150
Total 52 190 242
6 DISCUSSÃO
Discussão 46
Na pesquisa realizada na literatura nacional e internacional
publicada entre 2001 e 2014, pudemos verificar que há vários trabalhos
internacionais que destacam o papel do bibliotecário como facilitador entre a
informação, as ferramentas e o pesquisador (Aitken et al., 2011; ALA, 2014;
Galvão; Leite, 2008; Kurup; Hersey, 2007, Reis, 2013, Sherman, 2007).
Ao digitar uma palavra da linguagem corrente, recuperamos dezenas
ou até centenas de telas, o que frustra o pesquisador que não dispõe de tempo
suficiente para ler todas elas, como resultado da falta de uso de descritores ou
palavras-chave. Se houvesse a presença de um bibliotecário para decidir a
semântica na Web, o problema se resolveria (Miranda, 2010).
Na atualidade, a informação se tornou um elemento cada vez mais
valorizado como viabilizador de decisões e de processos de
conhecimento/inteligência nos diferentes campos. Há o assim chamado
fenômeno da explosão informacional: grande quantidade de informações
disponibilizadas dificultando sua identificação, acesso e utilização. De nada
adianta a informação existir, se quem dela necessita desconhece que ela
existe, ou se não puder ser encontrada (Marcondes, 2001).
Dos trabalhos recuperados no Brasil, destacamos Martinez-Silveira
(2005); chamam a atenção para a função do bibliotecário que, como
profissional da informação, especializado na área da saúde, tem um papel
relevante a desempenhar, desde que apto no desenvolvimento de habilidades
e conhecimentos específicos para atuação neste cenário de busca constante
da informação.
Neste estudo, Martinez-Silveira (2005) afirma que a mediação do
bibliotecário na área médica é muito comum em bibliotecas públicas,
acadêmicas e/ou especializadas. Embora não haja no Brasil formação
específica as habilidades se desenvolvem na prática e no atendimento diário
atento às necessidades informacionais dos profissionais da área da saúde que
procuram diariamente os serviços.
Discussão 47
Para Martinez-Silveira (2005), é fato, que diversas pesquisas ao redor
do mundo atestam que esse tipo de usuário necessita dos recursos
tecnológicos de informação e necessita das bibliotecas e dos profissionais da
informação. E há todo um conjunto de instituições preocupadas em
desenvolver recursos informacionais para os médicos na prática clínica. Mas
não apenas isso. Os próprios médicos afirmam que esses recursos são
fundamentais nesse meio-ambiente, que contribuem diretamente para decisões
de saúde, em que a vida dos pacientes está em jogo.
Martinez-Silveira (2005), aponta para a figura do bibliotecário que
como profissional da informação especializado na área da saúde, tem um papel
importante a desempenhar, desde que detenha as habilidades e
conhecimentos específicos para sua atuação neste cenário de busca constante
da informação. Afirma que a mediação do bibliotecário na área médica é muito
comum em bibliotecas públicas, acadêmicas e/ou especializadas, embora não
haja no Brasil formação específica para esse desempenho. A performance se
constrói na prática e no atendimento diário e atento às necessidades
informacionais do profissional da saúde ou do cidadão que procuram os
serviços.
O papel do profissional da informação deve ser o de mediador da
informação (Tarapanoff, 2002). O mediador, como facilitador da busca da
informação, interage com o usuário no momento em que o entrevista a fim de
entender seu problema e indicar um conjunto de fontes de informação que
possam satisfazer suas necessidades informacionais (Reis, 2013). Além de
identificar as fontes, ele ajuda o pesquisador a montar a estratégia de busca
por meio de descritores e auxiliam ainda na busca do artigo completo, uma vez
que as bases de dados, quase sempre apresentam apenas os resumos.
Discussão 48
O objetivo de uma biblioteca ou sistema de informação é,
naturalmente, preencher algumas das necessidades de documentos e
informações para os usuários atuantes ou potenciais. Tais necessidades
podem, por exemplo, estar relacionadas a atividades educacionais, de
investigação, culturais ou de desenvolvimento pessoal (Hjorland, 2014).
A gestão do conhecimento exige esta alta sintonia entre a coleta de
informações e as ações que as disseminam e distribuem conforme a demanda
do bibliotecário em questão. Por este motivo, o conhecimento deste público e o
tipo de informação norteiam a atitude do bibliotecário para garantir sua
assessoria e contribuição em um cenário de contínuas mudanças.
Entretanto, nosso trabalho apresenta muitas limitações no que diz
respeito a provar a importância do mediador como fonte facilitadora. Falhamos
em mostrar uma relação positiva entre o mediador e o usuário, provavelmente
porque nossa ferramenta (questionário), não foi suficientemente sensível. Outra
possibilidade é a de que os usuários, na maioria pós-graduandos e médicos
acostumados a visitas frequentes à biblioteca, na verdade receberam mediação
informal dos bibliotecários durante toda a sua vida acadêmica, sendo que o
conhecimento e a prática para o uso das bases de dados foi-se expandindo
naturalmente, e com um papel constante, porém pouco reconhecido do
profissional da biblioteca. Sendo assim, ao ser questionado no presente, tal
informação sobre ter recebido mediação se diluiu no tempo.
Outra grande limitação do presente estudo está relacionada a como
definimos a mediação dispensada a estes usuários, foi considerada mediação
qualquer intervenção ou auxílio prestado pelo bibliotecário durante sua ida à
biblioteca, ou mesmo remotamente, por e-mail ou telefone. Ou seja, tal
mediação é etérea e não homogenia e, portanto, difícil de se medir.
Discussão 49
Sendo assim, o presente estudo humildemente tenta discutir o tema
da mediação nos dias de hoje e descrever uma amostra dos usuários mais
frequentes da biblioteca da FMUSP nos últimos anos. Trata-se de um tema
complexo, polêmico, da substituição do homem pela máquina, do valor
imaterial e imensurável do contato humano nessa situação de expansão do
conhecimento científico. Nesse estudo, portanto, tem sua validade ao lançar
estas questões para reflexão da comunidade universitária e ao mesmo tempo
para fomentar o surgimento de novas ideias e ressaltar a necessidade de
atualização e aprimoramento constante do profissional da biblioteca em busca
de novas ferramentas de trabalho e interação com o público, na busca do
enriquecimento intelectual sempre aliado ao enriquecimento das relações
humanas.
7 CONCLUSÕES
Conclusões 51
O presente estudo permitiu caracterizar que a maioria dos usuários que
compareceu à biblioteca era do sexo feminino e que estão na faixa
etária entre trinta e nove e quarenta anos, sendo na maioria médicos
jovens e estudantes de medicina, habituados a usar as bases de dados.
A maioria recebeu algum tipo de mediação formal ou informal dos
bibliotecários no acesso à informação. Sendo que este auxílio pode ter
influenciado no uso de descritores em suas buscas.
Com esta pesquisa, foi possível avaliar algumas das necessidades
informacionais dos respondentes. Tais informações aliadas a extensa
revisão da literatura podem ser úteis para balizar futuras intervenções
dos profissionais da biblioteca para otimizar seu papel na mediação.
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações finais 53
Cabe aos bibliotecários de referência ir além das buscas diárias,
procurar adiantar-se a essas necessidades informacionais, estando atentos ao
perfil dos usuários, bem como às novas ferramentas que aparecem diariamente
na Internet. Deste modo, estarão à altura de participar da mudança de
comportamento destes profissionais, porque contemplam três elementos
principais deste cenário: a informação, as ferramentas para disseminá-la e o
perfil do usuário.
Cresce, sem que se possa medir, num ritmo vertiginoso, o número de
informações, porque a Internet tornou-se o veículo onde se disponibilizam
informações às quais se tem acesso gratuito. Mas será que as fontes virtuais e
a busca rápida são capazes de suprir as necessidades informacionais do
pesquisador em qualidade e em tempo hábil?
No ano de 2013, a USP subiu uma posição e aparece entre as 10
melhores universidades em países emergentes. Está na 10ª. posição do
Ranking Brics Times Higher Education.
Em um Informe da Reitora da Universidade de São Paulo de 29 de
março de 2014, a USP encontra-se pela quarta vez no ranking da organização
britânica Times Higher Education – principal avaliação internacional de
instituições de ensino superior. Concorreu com instituições de mais de 300
anos e que estão situadas em países com muito mais bagagem histórica em
matéria de cultura e geração de conhecimento. Isto se dá pelo número de
alunos: 90 mil, sendo 2 mil doutores a cada ano na pesquisa e transmissão de
conhecimento.
São treze os indicadores de desempenho que cobrem cinco aspectos
considerados centrais:
Renda proveniente de pesquisa;
Ambiente de ensino;
Influência da pesquisa;
Volume de pesquisa; Posição no cenário internacional.
Considerações finais 54
Mais recentemente, foi divulgado pela empresa Britânica Quacquarelli
Symonds, especializada em avaliação do ensino superior que a USP foi
considerada a melhor universidade da América Latina, de acordo com o QS
University Rankings. Isso acontece porque a universidade propicia formação de
qualidade na graduação e pós-graduação em todas as áreas do conhecimento.
A USP é também o mais importante centro de pesquisa nacional, responsável
por mais de um quinto de todos os artigos especializados publicados no país, e
principal instituto gerador de patentes (Zago, 2015).
Este crescimento no ranking se deve principalmente, ao nosso ver, no
acesso à informação que através de sugestões, se adquire o material
eletrônico ou impresso. Responsável pela aquisição do material atualizado, o
bibliotecário procura também negociar preços, conseguir material para trials,
organizar informação digital e preparar estatísticas para demonstrar aos
administradores a necessidade de adquirir o acesso a informação atualizada e
propiciar ao pesquisador acesso ao conhecimento do que é produzido no
mundo.
9 ANEXOS
Anexos 56
Anexos 57
ANEXO B. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e Questionário
FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU RESPONSÁVEL
LEGAL
1. NOME: .:............................................................................. ...........................................................
DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº : ........................................ SEXO : .M □ F □
DATA NASCIMENTO: ......../......../......
ENDEREÇO ................................................................................. Nº ........................... APTO: ..................
BAIRRO: ..................................................................... CIDADE ..................................
CEP:....................... TELEFONE: DDD (............) ........................................................
DADOS SOBRE A PESQUISA
1. TÍTULO DO PROTOCOLO DE PESQUISA: O bibliotecário como mediador na informação
biomédica.
PESQUISADOR: Marinalva de Souza Aragão
CARGO/FUNÇÃO: Bibliotecária.......... INSCRIÇÃO CONSELHO REGIONAL Nº CRB 8/4368
UNIDADE DO HCFMUSP: Divisão de Biblioteca e Documentação da FMUSP.
3. AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA: RISCO MÍNIMO X RISCO MÉDIO □
RISCO BAIXO □ RISCO MAIOR □
4.DURAÇÃO DA PESQUISA : 24 meses
Anexos 58
FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
1. Essas informações estão sendo fornecidas para sua participação voluntária neste
estudo, que tem por objetivo avaliar a necessidade de auxilio por parte de um
profissional de biblioteca aos médicos e alunos de pós-graduação da Faculdade de
Medicina na realização de pesquisas bibliográficas e da busca de informações na
área da saúde. Por isso vamos entrevistar um total de 150 usuários da Biblioteca
Central da FMUSP via e-mail e/ou presencial.
2. Serão aplicados questionários aos alunos de pós-graduação e aos profissionais da
área biomédica, via e-mail;
3. Somente no final do estudo poderemos concluir a presença de algum benefício
direto para o participante. Trata-se de estudo experimental testando a hipótese de
que o bibliotecário possa auxiliar o aluno e o profissional a buscar a informação
com maior rapidez e relevância;
4. Garantia de acesso: em qualquer etapa do estudo, você terá acesso aos
profissionais responsáveis pela pesquisa para esclarecimento de eventuais
dúvidas. O principal investigador é a Dra. Elnara Márcia Negri, que pode ser
encontrada na Av. Dr. Arnaldo, 455, 3º andar ou por e-mail [email protected];
5. Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em
contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) - Av. Dr. Arnaldo, 455 – Instituto
Oscar Freire – 1º andar– tel: 3061-8004, FAX: 3061-8004– E-mail:
6. É garantida a liberdade da retirada de consentimento a qualquer momento e deixar
de participar do estudo, sem qualquer repercussão para o voluntário;
7. Direito de confidencialidade – As informações obtidas serão analisadas em
conjunto, não sendo divulgada a identificação de nenhum dos voluntários;
8. Direito de ser mantido atualizado sobre os resultados parciais da pesquisa,
quando em estudos abertos, ou de resultados que sejam do conhecimento dos
pesquisadores;
Anexos 59
9. Despesas e compensações: não há despesas pessoais para o participante em
qualquer fase do estudo. Também não há compensação financeira relacionada à
sua participação.
10. Compromisso do pesquisador de utilizar os dados coletados somente para esta
pesquisa.
Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que
foram lidas para mim, descrevendo o estudo: “O bibliotecário como mediador na
informação biomédica”
Eu discuti com a Dra. Elnara Marcia Negri sobre a minha decisão em participar nesse
estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos
a serem realizados, garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes.
Ficou claro também que minha participação é isenta de despesas e que tenho garantia
do acesso às informações. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e
poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo,
sem penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter
adquirido, ou no meu atendimento neste Serviço.
Assinatura do entrevistado Data / /
(Somente para o responsável do projeto)
Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e
Esclarecido deste pesquisador na participação neste estudo.
Assinatura do responsável pelo estudo Data / /
Anexos 60
Perfil dos usuários da Biblioteca em 2012: necessidade de mediação?
1. Com que frequência acessa informações de sua área?
Diariamente
Semanalmente
Quinzenalmente 2. Para atualizar-se, você utiliza
Base de dados
Informações por e-mail
Consulta colegas 3. Você usa alguma base de dados específica?
Google Scholar
Lilacs
Medline
Scopus 4. São suficientes os resumos?
Sim
Não 5. Para conseguir o artigo completo, você utiliza:
Biblioteca
Internet/Periódicos on-line 6. Há uso de descritores?
Sim
Não 7. Já participou de treinamentos na biblioteca?
Sim
Não 8. Qual sua idade?
9. Qual sua atuação?
10.Sexo
Feminino
Masculino
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Anexos 62
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