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7/21/2019 pesquisa http://slidepdf.com/reader/full/pesquisa-56da2ccce856e 1/15   AMENDOIM Martha Helena Gama de Macêdo 1 – INTRODUÇÃO Originário da América do Sul, o amendoim fincou raízes nos quatro continentes emprestando seu sabor acentuado a centenas de receitas. O amendoim está tão integrado às tradições culinárias da Ásia e da África que é difícil acreditar que tenha surgido longe desses dois continentes, na América do Sul. Essa, porém é apenas uma das particularidades de um alimento ancestral, cujos primeiros vestígios de cultivo datam de 3.000 a.C., no Peru. Sua importância na cultura pré-inca era tamanha que os mortos costumavam ser enterrados com grãos de amendoim, para garantir o sustento na vida futura, segundo registra a enciclopédia The Oxford Companion to Food (Alan Davidson, Osford University Press,). Por ser chamado em inglês de groundnut (noz subterrânea) é freqüentemente confundido com as nozes, embora na verdade seja uma leguminosa aparentada do feijão e da ervilha. Espécie de clima tropical, tem um curioso sistema de reprodução: a planta floresce como tantas outras, no solo, porém logo empurra o próprio talo com a flor para baixo da terra, onde cresce o fruto, ou seja, a vagem contendo suas duas ou três sementes. Depois de maduro é tostado. A vagem se torna dura e adquire cor de palha. As sementes, amareladas e extremamente oleosas, são recobertas por uma finíssima película marrom-avermelhada. Existe uma hipótese remota de que o amendoim seja brasileiro. Há quem defenda, inclusive, seu nascimento na região atualmente compreendida por Mato Grosso, onde ocorre particularmente variado. O mais provável, porém, é que essa leguminosa cientificamente classificada como  Arachis hypogaea tenha se originado entre o sul da Bolívia e o norte da Argentina. Dali se espalhou espontaneamente até alcançar o México e o Caribe, onde foi encontrada pelos espanhóis nas primeiras expedições européias ao Novo Mundo, no século XV. Então, começou sua saga rumo à cozinha asiática. Inicialmente, os espanhóis a levaram para o leste da Ásia, conforme a publicação Vegetables (Roger Phillips e Martyn Rix, Random House, Nova York, 1994). Mais tarde, eles e os portugueses espalharam o amendoim por outras regiões asiáticas, disseminando-o de forma irreversível. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, em 1522, o amendoim era um dos poucos alimentos cultivados pelos índios, junto com a mandioca, o milho, a batata, o cará e o inhame. Saboreado cru, assado ou cozido, servia igualmente para a extração do óleo e, por isso, era cobiçadíssimo. Entretanto, não há registro de sua aplicação culinária, como ingrediente, nos tempos do Descobrimento, conforme ressalta Luís Câmara Cascudo em História da Alimentação no Brasil  (Editora Global, 1967). O grande mestre da cultura nacional ainda registra uma interessante particularidade do ritual de cultivo do amendoim: só podia ser feito por mulheres e, além disso, a planta tinha de ser semeada e colhida pela mesma mulher, índia ou mestiça. Vigorava a crença de que, se o homem tocasse na planta, arruinaria a colheita, como descreve, em seus registros da época, Gabriel Soares de Sousa, um dos primeiros observadores da cultura brasileira.

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 AMENDOIM

Martha Helena Gama de Macêdo

1 – INTRODUÇÃO

Originário da América do Sul, o amendoim fincou raízes nos quatrocontinentes emprestando seu sabor acentuado a centenas de receitas.

O amendoim está tão integrado às tradições culinárias da Ásia e da Áfricaque é difícil acreditar que tenha surgido longe desses dois continentes, na América doSul. Essa, porém é apenas uma das particularidades de um alimento ancestral, cujos

primeiros vestígios de cultivo datam de 3.000 a.C., no Peru. Sua importância na culturapré-inca era tamanha que os mortos costumavam ser enterrados com grãos deamendoim, para garantir o sustento na vida futura, segundo registra a enciclopédia TheOxford Companion to Food (Alan Davidson, Osford University Press,). Por ser chamadoem inglês de groundnut (noz subterrânea) é freqüentemente confundido com as nozes,embora na verdade seja uma leguminosa aparentada do feijão e da ervilha. Espécie declima tropical, tem um curioso sistema de reprodução: a planta floresce como tantasoutras, no solo, porém logo empurra o próprio talo com a flor para baixo da terra, ondecresce o fruto, ou seja, a vagem contendo suas duas ou três sementes. Depois de maduroé tostado. A vagem se torna dura e adquire cor de palha. As sementes, amareladas eextremamente oleosas, são recobertas por uma finíssima película marrom-avermelhada.

Existe uma hipótese remota de que o amendoim seja brasileiro. Há quemdefenda, inclusive, seu nascimento na região atualmente compreendida por Mato Grosso,onde ocorre particularmente variado. O mais provável, porém, é que essa leguminosacientificamente classificada como  Arachis hypogaea  tenha se originado entre o sul daBolívia e o norte da Argentina. Dali se espalhou espontaneamente até alcançar o Méxicoe o Caribe, onde foi encontrada pelos espanhóis nas primeiras expedições européias aoNovo Mundo, no século XV. Então, começou sua saga rumo à cozinha asiática.Inicialmente, os espanhóis a levaram para o leste da Ásia, conforme a publicaçãoVegetables (Roger Phillips e Martyn Rix, Random House, Nova York, 1994). Mais tarde,

eles e os portugueses espalharam o amendoim por outras regiões asiáticas,disseminando-o de forma irreversível.

Quando os portugueses chegaram ao Brasil, em 1522, o amendoim era umdos poucos alimentos cultivados pelos índios, junto com a mandioca, o milho, a batata, ocará e o inhame. Saboreado cru, assado ou cozido, servia igualmente para a extração doóleo e, por isso, era cobiçadíssimo. Entretanto, não há registro de sua aplicação culinária,como ingrediente, nos tempos do Descobrimento, conforme ressalta Luís CâmaraCascudo em História da Alimentação no Brasil (Editora Global, 1967). O grande mestre dacultura nacional ainda registra uma interessante particularidade do ritual de cultivo doamendoim: só podia ser feito por mulheres e, além disso, a planta tinha de ser semeada e

colhida pela mesma mulher, índia ou mestiça. Vigorava a crença de que, se o homemtocasse na planta, arruinaria a colheita, como descreve, em seus registros da época,Gabriel Soares de Sousa, um dos primeiros observadores da cultura brasileira.

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Os portugueses levaram o amendoim do Brasil para a África nos porões dosnavios negreiros. Ao mesmo tempo, exportaram a tradição do cultivo feminino. Até o fimdo século XIX, a ativa indústria de óleo de amendoim no Congo continuava proibindoformalmente a presença masculina em seu ambiente. O mesmo ocorreu no Senegal. Apropagação foi tão rápida que em apenas 100 anos o amendoim já estava nosfundamentos da cozinha africana, condição que persiste até os dias de hoje.

Da África, as variedades brasileiras foram levadas para a América do Norte,hoje um dos maiores produtores mundiais de amendoim, onde surgiram diversasvariações. Além de muito apreciado como aperitivo (tostado e salgado, servido com ousem pele), o amendoim é a estrela de uma das receitas mais populares dos EstadosUnidos: a manteiga de amendoim, que na verdade consiste numa pasta feita com seus

grãos prensados. Os americanos adoram usá-la em sanduíches, combinada com geléias.No Estado da Louisiana, onde a presença negra na culinária é determinante, o amendoimproliferou nas fazendas a partir de sementes trazidas pelos escravos. Por toda a região,surgiram pratos feitos com ele, entre os quais a guloseima natalina preferida das crianças,peanut brittle, um parente do brasileiro pé-de-moleque, que os americanos embrulham emsaquinhos para dar de presente à garotada no dia de Natal.

1.1 – Importância Econômica

A importância econômica do amendoim está relacionada ao fato das

sementes possuírem sabor agradável e serem ricas em óleo (aproximadamente 50%) eproteína (2 a 30%). Além disso contém carboidratos, sais minerais e vitaminas,constituindo-se num alimento altamente energético (585 calorias/100 g/sementes). Osabor agradável torna o amendoim um produto destinado também ao consumo “innatura”, como aperitivos salgados, torrados e preparado de diversas formas e na indústriade doces, como grãos inteiros com diversas coberturas ou grãos moídos na forma depaçocas ou substituindo a castanha de caju em cobertura de sorvetes. Além do consumo“in natura”, os grãos também podem ser utilizados para extração do óleo, empregadodiretamente na alimentação humana, na indústria de conservas (enlatado) e em produtosmedicinais.

São Paulo, destaca-se como o maior Estado produtor do Brasil, o restante éproduzido no Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Mato Grosso. Dentro do Estadode São Paulo, destacam-se como regiões produtoras, Ribeirão Preto e Marília, sendo queem Ribeirão Preto, o amendoim assume uma especial importância, em função de estarentre as culturas de ciclo curto, que pode ser uma opção juntamente com a soja, naocupação das áreas de reforma dos canaviais, e por existirem na região empresasprodutoras de sementes.

Estima-se que 80% das áreas de reforma dos canaviais seja ocupada pelacultura do amendoim. Apesar de seu valor nutritivo, as áreas plantadas com amendoimvêm diminuindo, perdendo terreno para a soja, pois a tecnologia agrícola e industrialdesenvolvida para a soja, colocaram ao alcance do consumidor um óleo de boaqualidade, restando como subproduto de sua extração, o farelo de soja, também tão ricoem proteína como o do amendoim, porém sem os riscos de utilização na alimentação

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animal porque não contém aflatoxina. Além da importância da soja no mercado interno deóleo e farelo, ocupa uma posição de destaque como produto de exportação.

2 – PANORAMA INTERNACIONAL

2.1 - Mercado Mundial

O amendoim é um produto consumido mundialmente. Cerca de 8 milhões detoneladas anuais de grãos destinam-se ao consumo como alimento “in natura” ouindustrializado, e de 15 a 18 milhões são esmagados para fabricação de óleo comestível.

Suas inigualáveis qualidades de sabor e aroma o colocam como um dos

principais produtos de confeitaria, para consumo de grãos torrados, fritos ou cozidos, oucomo ingrediente na elaboração de doces, balas, bombons e pastas. Além de suaatratividade para consumo, o amendoim tem grande importância alimentar, pelo seu altovalor energético e nutricional. Cada 100 gramas fornecem 580 calorias e seu óleo contémaltos níveis de ácidos graxos insaturados. O amendoim é ainda uma rica fonte deproteínas (25% da massa dos grãos) e vitamina E (antioxidante), além de contervitaminas do complexo B, ácido fólico, e minerais como cálcio, fósforo, potássio e zinco.

O Japão, a Indonésia e os países europeus importam anualmente cerca de1 milhão de toneladas de grãos para confeitaria. Os Estados Unidos e a China, além deprodutores, são grandes consumidores de amendoim como alimento. Juntos consomem

cerca de 3 milhões de toneladas. Nos Estados Unidos, além de outras utilizações emconfeitaria, cerca de 500 mil toneladas são destinadas especificamente à fabricação dapasta ou manteiga de amendoim (“peanut butter”), consumida diariamente em sanduíchesem substituição às manteigas ou margarinas convencionais.

A Índia, a China, os Estados Unidos, a Nigéria, a Indonésia e o Senegal sãoos maiores produtores. Já a China, os Estados Unidos e a Argentina são os maioresexportadores, devido a qualidade dos grãos, e o Japão e a Europa, os maioresimportadores. Alguns Países da África já foram grandes produtores de amendoim, masdevido as guerras, as áreas de plantio foram completamente desarticuladas, tendoapenas uma pequena escala da oferta mundial.(vide tabela 1).

As principais variedades plantadas no Brasil são:

IAC-Caiapó  – Desenvolvida pelo Instituto Agronômico, objetivando ofereceralternativa para aumento de rentabilidade ao produtor de amendoim, associa altaprodutividade a um custo menor, tornando o preço final do produto mais acessível tantopara o mercado interno como para exportação. Cultivar lançada oficialmente em 1996,vem confirmando seu desempenho de campo, bem como mostrando importantesqualidades de interesse para a indústria de confeitaria. O IAC-Caiapó, é composto decinco linhagens irmãs obtidas por seleção genealógica do cruzamento entre o acesso degermoplasma 5329, da coleção do IAC, e o cultivar Tatuí.

Considerando-se a relação custo/produtividade, o produto de amendoimpode esperar significativo aumento na rentabilidade com o plantio dessa cultivar, em

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relação a outros variedades. Em condições normais de cultivo, sua produtividade ésuperior ao da cultivar Tatu em 25-30%.

A diferença se faz ainda maior em relação às perdas (principalmenteexcesso de chuvas) sofridas pelo cultivar precoce na época da colheita. O IAC-Caiapópossui vagens pequenas, com casca de espessura fina, onde cada vagem aloja doisgrãos bem desenvolvidos, o que propicia maior rendimento no descascamento. Em cadaunidade de 25 kg. do cultivar Tatu, Isso representa uma vantagem média de 15% nobeneficiamento.

No início das experiências desta variedade, para o setor de indústria deconfeitaria, no processo de torração dos grãos o maior teor de óleo produzido trouxe

alguns obstáculos operacionais, hoje superados, com uma melhor qualidade dosprodutos.

Os graõs da cultivar apresentam relação ácido oléico/ácido linoléico (O/L)próximo de 2,0, contra uma relação ao redor de 1,0 do amendoim tradicional. Quantomaior a relação O/L, maior o período para que o amendoim apresente oxidação(rancificação), ou seja, maior será a “vida de prateleira” do produto.

Outro fator importante de qualidade é a redução da freqüencia decontaminações por aflatoxina, atribuída às seguintes características do cultivar:

1 – Ciclo mais longo, adiando a colheita para época mais propícia àsecagem de campo;

2 – Dormência das sementes, propiciando colheitas sem a presença deamendoins “brotados”, que são altamente suscetíveis às infecções por  Arpegillus (fungosprodutores da aflatoxina);

3 – Resistência a doenças de folhas e eficiente granação, resultando emmaior proporção de vagens e grãos sadios, portanto mais protegidos de infecções poresses fungos.

Runner  – Seu destaque está na sua consagração no mercado internacional,por ser semelhante aos grãos de outros países exportadores, como Argentina, EstadosUnidos e China. Com maior tamanho e uniformidade de grãos, essas cultivares são maisatrentes para a indústria, o que resulta em ampliação dos benefícios econômicos, porque,têm despeliculação mais fácil e no processo industrial os grãos menores são descartados.

É uma variedade rasteira e tem um ciclo de 125 a 130 dias, cor clara,tamanho médio e rendimento de 18 a 20 kg de grãos por saca de 25 kg de amendoim emcasca. Sua colheita pode ser totalmente mecanizada, por arrancamento e enleiramento.

O Runner tem alto desempenho e é recomendado para áreas com boadistribuição de chuvas e para lavouras tecnificadas. Também requer solos bempreparados e adubados. Em boas condições, sua produtividade pode ultrapassar 6.500kg/hectare. É uma boa alternativa para a rotação com cana.

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É importante salientar que, para atingir o potencial produtivo, as regiõesdevem contar com boa disponibilidade de chuvas, além de um controle total de pragas edoenças e, também, equilíbrio da fertilidade do solo.

Valência (cultivar Tatu) – Se caracteriza pelas vagens alongadas, com 3 a4 grãos de pele vermelha e sabor ligeiramente adocicado, atendendo à preferência doconsumidor brasileiro. As regiões produtoras do Estado de São Paulo abastecem essemercado através das indústrias de confeitaria, que utilizam preferencialmente osamendoins de boa qualidade e aparência (tipo HPS, ou seja, grãos manualmenteselecionados), tanto para a elaboração de produtos in natura como nos processados emconfeitos.

Constatou-se, em testes recentes, que grande parte das sementes utilizadaspelos produtores desse tradicional cultivar não apresentam boa qualidade, pois geramplantas com granação deficiente e grãos de tamanho reduzido, pouco atraentes para ocomércio de HPS. Observou-se, ainda, que as plantas são menos vigorosas obrigando oprodutor a aumentar a densidade de semeadura na linha, para se ter uma boaprodutividade.

Agora, o Instituto Agronômico oferece aos produtores de amendoim aoportunidade de terem à disposição, sementes melhoradas desse cultivar, com adenominação de IAC-Tatu-ST.

As sementes de IAC-Tatu-ST são melhoradas no Instituto Agronômico,mediante um trabalho de manutenção da pureza genética. A sigla ST (utilizada paradiferenciá-lo do “Tatu” comum) significa “seleção por tamanho”, e refere-se ao trabalho deobtenção das sementes genéticas, a fim de produzirem grãos de melhor qualidade (maisgranados e de tamanho médio maior), sem perder em demais características davariedade.

As diferenças observadas entre a variedade IAC e amostras de sementes“Tatu”, encontradas em cultivo nas regiões produtoras, sugerem que o uso contínuo e porlongo tempo de sementes de tamanho reduzido, sem controle adequado da purezagenética, podem ter causado uma degeneração varietal.

O Quadro 1 aolado mostra o resultado detestes comparativos de “IAC-Tatu-ST”, com dois lotes desementes de “Tatu” comum deorigens diferentes, cujos dadosforam confirmados porprodutores que experimentaramas sementes IAC: 1 . índice daprodutividade obtida, em relaçãoao IAC-Tatu-ST; 2 . Distribuiçãodos grãos por tamanho,utilizando peneiraspadronizadas.

Produtividade Graõs produzidos(2)

Peneira< 18

Peneira> 22

CultivarKg/ha Índice(1)

96,00%

IAC-Tatu-ST 2.685 100 20,7 48,8

IAC-comum 1 2.583 96 26,4 32,9

IAC-comum 2 2.448 91 35,9 23,1

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O cultivar IAC-Tatu-ST possui características semelhantes as do “Tatu”comum quanto a estrutura das plantas, precocidade (0 a 100 dias de ciclo) tipo devagens, aparência e cor da pele das sementes. As vagens tendem a apresentar diâmetroligeiramente maior, mas, a principal vantagem está na sua granação, produzindo quase50% de grãos de maior tamanho (peneira igual ou maior que 22). Nos testesdemonstrados, o “Tatu” comum apresentou proporções mais reduzidas desses grãos,entre 23,1 e 32,9%, ou seja, para cada tonelada de grãos produzidos pelo IAC-Tatu-ST,há um aumento de 150 a 250 kg de grãos de melhor qualidade para HPS, em relação aocultivar comum.

Para que o produtor de amendoim possa sempre contar com sementes deIAC-Tatu-ST de boa qualidade, evitando o plantio de sementes impuras ou geneticamente

degeneradas, recomendam-se as seguintes medidas:1 . Aquisição de sementes melhoradas, de origem conhecida, certificadas oufiscalizadas, produzidas com a necessária pureza varietal e com controle de gerações;

2 . Como o uso sistemático de sementes de menor tamanho para plantiotende a reduzir a proporção de grãos maiores produzidos, é importante que se evite essaprática. Entretanto, para que o produtor de amendoim não venha a ser onerado pelo usode sementes “graúdas”, ele poderá utilizar, para o plantio da sua produção comercial,sementes de peneira 20, de preferência, ou eventualmente 18 e 19, desde que, para apróxima safra, recorra novamente às sementes melhoradas.

O cultivar IAC-Tatu-ST é precoce, portanto, sujeito a ser colhido em época

de alta umidade quando plantado logo no início da estação das águas, como ocorrecomumente nas regiões produtoras do Estado de São Paulo. Para assegurar a obtençãode sementes de melhor qualidade, ainda que resulte em ligeiro decréscimo naprodutividade, sugere-se retardar a sua época de plantio, efetuando-se a semeaduraentre a segunda quinzena de novembro e a primeira quinzena de dezembro. Issopossibilita sua colheita entre o fim de fevereiro e início de março, reduzindo os riscosdevido ao excesso de chuvas, no término do ciclo do cultivar.(Fonte.: Correpar – Juliana Rangel)

1.2 – Preços Internacionais

Os preços internacionais do amendoim evoluíram a partir da safra 2001/02,em conseqüência da elevação do consumo no Continente europeu e Japão, e da quedada produção nos países africanos devido às constantes guerras. (vide abaixo Gráficos 1 e2).

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Gráfico 1

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS INTERNACIONAIS - US$/t

-100

100

300

500

700

900

1100

1300

1992/93 1993/94 1994/95 1995/96 1996/97 1997/98 1998/99 1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04(5)

período

   t  o  n  e   l  a   d  a

AMENDOIM(2) FARELO(3) ÓLEO(4)

(1) CIF Rotterdam; (2) US Runners 40/50%; Public Ledger; (3) EUA

(4) Qualquer origem; Rotterdam, Oil world. (5) Oct/jan

Fonte:FAZ/USDA (FEV-2004) - Elab. Bast - 02/03/2004

 

3 - PANORAMA NACIONAL

3.1 - Produção Nacional

O Brasil possui plenas condições naturais (clima e solo) para produzir

amendoim de boa qualidade. A produção vem crescendo bastante, recuperando o longoperíodo de estagnação dos últimos 05 (cinco) anos. Com o cultivo das variedades deamendoim Ranner e Caiapó, de ciclos longos, e o grande investimento em equipamentosmecanizados, tanto para o plantio como para a colheita, foram reduzidos em muito oscustos de produção.

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O consumo nacional de amendoim é da ordem de 100 mil toneladas degrãos por ano, com tendência para crescimento. O produto é conhecido e consumido denorte a sul do País, mas a oferta de uma ampla gama de petiscos e confeitosindustrializados à base de amendoim é concentrada no Estado de São Paulo, onde selocalizam as grandes áreas de produção agrícola.

A exportação “in natura” começou a crescer, mas é necessário muitoinvestimento. Os resíduos do grão do amendoim são submetidos a altas temperaturaspara eliminar a aflatoxina e melhorar a condição do farelo, com isso as expectativas paraas exportações são promissoras devido a melhoria das condições fitossanitárias.

Anteriormente o amendoim era armazenado úmido, porém com as novas

tecnologias, já mencionadas anteriormente, o produto fica com 8% de umidade, nãoexistindo o perigo da aflatoxina. O amendoim hoje tem grande espaço a ser ocupado emoutras regiões, como por exemplo no Sudeste e no Centro Oeste sua produtividade vemcrescendo muito (4.500 kg por ha), com as novas variedades Ranner e Caiapó financiado,pelas grandes Cooperativas. O lado ruim é que os pequenos foram obrigados a saírem dacompetitividade, vivendo na periferia do negócio.

A safra total colhida em 2005/06 foi de 267,7 menor do que a safra de2004/05, em 11,24% que foi de 301,6 mil toneladas, para a safra 2006/07 a previsão desafra em relação a 2005/06 é 242,5 mil toneladas, 9,4% menor, principal fator de quedaestá relacionado aos baixos preços que não cobrem o custo de produção do amendoim,

desestimulando os produtores a plantar, preferindo arrendar as suas terras para osusineiros além de um real forte em relação ao dólar, reduzindo, assim, a competitividadena exportação. O Brasil tem duas safras do amendoim. A 1º safra 2006/07, das águas,estimada em 184,9 mil toneladas por hectare, inferior em 11,7% que foi de 267,7 miltoneladas a produção de 2005/06. (vide Tabela 2 página abaixo).

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Safra 05/06 Safra 06/07 VAR. % Safra 05/06 Safra 06/07 VAR. % Safra 05/06 Safra 06/07 VAR. %NORTE -  -  -  -  -  -  -  -  - 

RR -  -  -  -  -  -  -  -  - RO -  -  -  -  -  -  -  -  - AC -  -  -  -  -  -  -  -  - AM -  -  -  -  -  -  -  -  - AP -  -  -  -  -  -  -  -  - PA -  -  -  -  -  -  -  -  - TO -  -  -  -  -  -  -  -  - 

NORDESTE 11,1  11,1  -  1.141  1.181  3,5  12,7  13,1  3,5 MA -  -  -  -  -  -  -  -  - PI -  -  -  -  -  -  -  -  - CE 0,8  0,8  -  1.314  1.250  (4,9)  1,0  1,0  (4,9) RN -  -  -  -  -  -  -  -  - 

PB 1,9  1,9  -  1.200  970  (19,2)  2,3  1,8  (19,2) PE -  -  -  -  -  -  -  -  - AL -  -  -  -  -  -  -  -  - SE 1,2  1,2  -  1.180  1.176  (0,3)  1,4  1,4  (0,3) BA 7,2  7,2  -  1.100  1.230  11,8  7,9  8,9  11,8 

CENTRO-OESTE 10,2  11,5  12,7  2.737  2.856  4,4  27,9  32,8  17,7 MT 7,3  7,3  -  2.920  2.858  (2,1)  21,3  20,9  (2,1) MS 1,9  1,9  -  2.450  2.675  9,2  4,7  5,1  9,2 GO 1,0  2,3  130,0  1.942  3.000  54,5  1,9  6,9  255,3 DF -  -  -  -  -  -  -  -  - 

SUDESTE 82,1  69,1  (15,8)  2.580  2.590  0,4  211,8  178,9  (15,5) MG 2,5  1,5  (40,0)  1.600  1.640  2,5  4,0  2,5  (38,5) ES -  -  -  -  -  -  -  -  - RJ -  -  -  -  -  -  -  -  - SP 79,6  67,6  (15,1)  2.611  2.611  0,0  207,8  176,5  (15,1) 

SUL 9,7  9,6  (1,1)  1.581  1.831  15,9  15,3  17,6  14,6 PR 5,1  5,0  (2,0)  1.730  2.210  27,7  8,8  11,0  25,2 SC -  -  -  -  -  -  -  -  - RS 4,6  4,6  -  1.415  1.420  0,4  6,5  6,5  0,4 

NORTE/NORDESTE 11,1  11,1  -  1.141  1.181  3,5  12,7  13,1  3,5 CENTRO-SUL 102,0  90,2  (11,6)  2.501  2.543  1,7  255,1  229,4  (10,1) BRASIL 113,1  101,3  (10,4)  2.367  2.394  1,1  267,7  242,5  (9,4) FONTE: CONAB - Levantamento: Mar/2007.

Tabela 2 AMENDOIM TOTAL (1ª e 2ª SAFRA)

COMPARATIVO DE ÁREA, PRODUTIVIDADE E PRODUÇÃO

PRODUÇÃO (Em mil t) ÁREA (Em mil ha) PRODUTIVIDADE (Em kg /ha)SAFRAS 2005/2006 E 2006/2007

REGIÃO/UF

Produtividade-Produção-Área-Safras 1995/96 a 2006/07

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

/96 6/97 /98 /99 9/00 01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07

 

Produtividade Produção Área

Gráfico 3

A 2ª safra, ou safra da seca, apresenta produção de 57,6 mil toneladas,cultivada em uma área de 31,3 mil hectares.

-

1995 199 1997 1998 199 2000/

 

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Tabela 3

PREÇO PAGO AO PRODUTOR – COM CASCA (em R$)Períodos anteriores Semana atual

Centro deProdução

Un. 12meses

1mês

1semana

Médiaatual

Compostoatacado

PreçoMínimo

Ribeirão Preto 25kg 24,00 23,50 23,50 23,50 27,39(1)

Tupã 25kg 26,00 24,00 24,00 24,00 27,90(1)16,10

Notas: (1) São Paulo/SP

3.2 - Comportamento dos Preços

Sem a renovação do crédito agrícola, boa parte dos produtores deamendoim necessitam, neste primeiro instante, fazer caixa no início da safra para saldarcompromissos, principalmente com os custos operacionais de colheita que não sãoparcelados, tais como a mão de obra dos diaristas no arranquio, quando não é lavouramecanizada. Espera-se que com o reajuste do novo mínimo, para R$ 380,00 a partir deabril, com vencimento em maio, jogos do Pan Americano, festas juninas, assim como aproximidade das novas safras de açúcar, que o preço do amendoim venha a ser melhorremunerado.

A produção brasileira de amendoim na safra 2006/07, está estimada em

242,5 mil toneladas, uma redução de cerca de 9% em relação à safra anterior. A áreadiminuiu um pouco mais (10,4%), ficando em torno de 101,3 mil hectares. O Estado deSão Paulo respondeu por cerca de 80% da produção nacional na safra 2005/06.

O destaque paulista foi a safra das águas que, segundo o Instituto deEconomia Agrícola (IEA), produziu 181,3 mil toneladas, uma redução de 8% em relação àsafra 2004/05, em uma área de 65,4 mil hectares (11% menor). Já na segunda safra (daseca), foram produzidas 26,6 mil toneladas, com aumento de 30%, numa área de 11,6 milhectares (25% a mais) .

Essa situação pode ser explicada pelo aumento da demanda na indústria

confeiteira, motivada pelas festas juninas e pelo incremento na oferta de produtos emforma de aperitivo em virtude dos jogos da copa do mundo de futebol, tendo em vista asexpectativas de aumento de 10% no consumo, em relação a 2005, anunciadas pelaAssociação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados(ABICAB). Dessa forma, o produtor respondeu ao estímulo da demanda e aumentou aprodução da safra da seca.

Por outro lado, quando do plantio da safra das águas 2005/06, emgrande parte realizado nas áreas de renovação de canaviais, as condições de mercadoestavam favoráveis à cana. Dessa forma, foi mantida parte dos canaviais, além daconcorrência com outras culturas como a soja. O resultado foi a redução de áreadisponível para as lavouras de amendoim e por conseqüência, no volume produzido.

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Apesar da redução nos níveis de oferta, os preços do amendoim em casca,segundo o IEA, não sofreram grandes alterações quando comparados aos praticados em2005 (Figura 1).

Figura 1 - Preços Médios Recebidos pelos Produtores de Amendoim, Estado de SãoPaulo

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

 jan fev mar abr mai jun jul ago

   R   $   (  s  a  c  o   2   5

   k  g   )

2005 2006

 Fonte: Instituto de Economia Agrícola (IEA)

O diferencial ficou para o grão de película vermelha (cultivareseretos), mais consumido no mercado interno, que segundo informações de beneficiadoresdas duas regiões produtoras (Alta Mogiana e Alta Paulista), atingiu valores entre R$ 25,00e R$ 28,00 o saco de 25 kg, por conta da alta procura e baixa oferta. De certa maneira, foipriorizada a produção do grão de película castanha (cultivares rasteiros) de padrão tipoexportação para suprir os contratos de vendas externas, que são firmados com seismeses a um ano de antecedência, principalmente quando o destino é o continenteeuropeu (figura 2).

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Figura 2 - Exportações Paulistas de Amendoim Descascado, Volume e Valores (*)

1015

20

25

30

35

40

45

2004 2005 2006

   t  o  n  e   l  a   d  a   (  m   i   l   )

16,00

17,00

18,00

19,00

20,00

21,00

22,00

   U   S   $   F   O   B

   (  m   i   l   h   õ  e  s   )

volume valores 

Fonte: Secretaria de Comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento Econômico(SECEX/MDIC)

(*) Considerado o acumulado de janeiro a setembro para cada ano no período 2004-2006

Assim, mesmo com a valorização cambial, nota-se incremento no volumeexportado. Em 2006, o amendoim descascado, uma das principais mercadorias dosegmento exportada pelo Estado de São Paulo, registrou aumento de 12%, quandocomparado com o ano anterior. Em relação aos valores obtidos na exportação, oacumulado em janeiro-setembro apresenta redução de cerca de 3% na comparação, comigual período de 2005.

Em linhas gerais, o segmento do amendoim no Estado de São Pauloencontra-se estável. Porém, os meses de julho, agosto e setembro do ano de 2006,registram, juntos, US$ (FOB) 559 mil em importações de amendoim descascado. Isto

porque a indústria confeiteira paulista vem sendo em parte suprida do produto por essaforma de grão in natura e, por outro lado, porque as exportações vêm sendo mantidas.

Para o produtor de amendoim, um dos aspectos importantes a serobservado é o custo de produção que varia conforme a variedade plantada. Para asrasteiras com maior ciclo de produção e mais intensivas em tratos culturais, é estimadoum custo operacional total por hectare em torno de R$ 2.471,65 (área própria) e de R$2.521,65,00 (área arrendada). Para as variedades eretas, R$ 2.069,16 em área própria eR$ 2.179,16 em arrendada.

Os itens de maior peso no custo de produção são as despesas com mão de

obra temporária, mão de obra fixa, operações de máquinas e sementes que juntasrepresentam de 32,31% do total.

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Dessa forma, mão-de-obra temporária e fixa, operações mecânicas bemcomo sementes ficaram mais caras. Por outro lado, a maioria dos preços dos defensivosagrícolas caiu em agosto de 2006, quando comparadas a agosto de 2005. Isto foiocasionado, principalmente, pela retração da demanda, queda do dólar e adoção denovas tecnologias, mostrando, assim, de certa forma, uma situação mais favorável aoprodutor.

As expectativas para a safra das águas 2006/07, apontam para um possíveldecréscimo na área plantada e também no volume produzido; isto considerando ascondições dos estoques de passagem, que estão menores que no ano anterior.Considerando também as condições favoráveis para a cana-de-açúcar, que em médiapode alcançar 145 quilos de Açúcar Total Rentável (ATR), ou seja, 1,41% a mais que na

safra 2005/06, a um preço estimado em R$ 55,00 por tonelada de cana.Isto implica na possibilidade de parte dos canaviais não ser renovada e

dessa forma a área para produção de amendoim não estar disponível. A região da AltaMogiana, a maior produtora paulista da safra das águas, tem na renovação de canaviaisespaço para o amendoim. A presente situação é semelhante na região da Alta Paulista,tendo em vista o avanço da cultura da cana para o oeste do estado.

A cultura do amendoim vem nos últimos anos migrando para a região centro-oeste do país, Chapadão do Sul/MS e Chapadão do Céu/GO, mas isso ainda não mostracom clareza, aumento na produção dessa cultura.

Sem a renovação do crédito agrícola, boa parte dos produtores deamendoim necessita, neste primeiro instante, fazer caixa no início da safra para saldarcompromissos, principalmente com os custos operacionais de colheita que não sãoparcelados, tais como a mão de obra dos diaristas no arranquio, quando não é lavouramecanizada.

O gráfico 4 página abaixo, apresenta o preço real do amendoim na praça deSão Paulo, no período de janeiro de 1999 a janeiro de 2007. Observa-se uma queda dovalor do produto entre maio de 2000 até novembro de 2001, outra queda em outubro de2005 a janeiro de 2006 quando o valor real voltou a crescer. O preço mínimo vem

perdendo valor desde janeiro de 1999, tendo recomposto parte deste valor quando daentrada em vigor, em maio/2003, do último preço mínimo.

Até a entrada da nova safra 2006/2007, a expectativa é de predominânciados atuais patamares de preços. Essa situação deverá estimular o plantio do produto.Atualmente, o valor do amendoim, para o produtor gria em torno de R$ 23,50 em RibeirãoPreto, Jaboticabal, Avaré e Assis o saco de 25 kg, já nos municípios de Tupã e Marília,está em torno de R$ 24,00 o saco de 25 kg, ou seja, respectivamente 2,08% e 7,69%abaixo do que estava sendo praticado na mesma época do ano passado.

O preço do amendoim no atacado (entreposto de São Paulo), gira emmédia R$ 47,33 a saca de 25kg com casca, 5,34% abaixo do que estava sendo praticadonesta mesma época do ano passado. Já a saca de 50 kg sem casca, o preço gira emtorno de R$ 127,33 e se encontra 12,18% também abaixo do que estava sendo praticadonesta mesma época, no ano passado.

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Gráfico 4

 AMENDOIM EM CASCAPREÇOS REAIS RECEBIDOS P/ PRODUTORES (*)

1999 A Jan-2007

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

   j   a  n  /  9  9

   j   u   l  /  9

  9

   j   a  n  /  0  0

   j   u   l  /  0

  0

   j   a  n  /  0  1

   j   u   l  /  0

  1

   j   a  n  /  0  2

   j   u   l  /  0

  2

   j   a  n  /  0  3

   j   u   l  /  0

  3

   j   a  n  /  0  4

   j   u   l  /  0

  4

   j   a  n  /  0  5

   j   u   l  /  0

  5

   j   a  n  /  0  6

   j   u   l  /  0

  6

   j   a  n  /  0   7

R$/25 KG

Preços RecebidosPreços Mínimos

Fonte: Conab e FGVElab: Digem/Sugof/ Geole

 

4 – PROPOSTA DE PREÇO MÍNIMO

A proposta é alterar o atual preço mínimo do amendoim vigente de R$ 16,10para R$ 18,10 por saca de 25 kg. Esse custo foi baseado no custo de produção variávelelaborado pela Conab, preços de paridade de importação e exportação e preço demercado. (vide tabela 4), valor esse de 29,83% inferior ao preço pago ao produtor, emSão Paulo/SP. O amendoim dentro da política agrícola só é amparado por EGF -Empréstimos do Governo Federal que só serve como parâmetro de empréstimo.

3.1 - Impactos Esperados

. Que os preços mínimos funcionem como referencial de preços emprogramas de estímulo ao plantio e apoio aos produtores.

. Que sirvam de parâmetro para a concessão de financiamentos decusteio.

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. Que amparem os produtores contra os efeitos de acentuados declíniosde preços.

. Que propiciem as condições mínimas necessárias para a manutençãodos pequenos produtores no campo.

. Que sirvam como instrumento de sustentação de renda para ospequenos produtores que utilizam a força de trabalho familiar.

. Que evitem problemas no abastecimento interno, visto que atualmentea produção está muito ajustada ao consumo.