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PESQUISAS QUÍMICAS EM FEZES Dosagens de:  Ácidos orgânicos totais ou ácidos de fermentação  Amoníaco e ácidos aminados  Enzimas pancreáticas das fezes Pesquisa de substâncias redutoras Pesquisa de gordura nas f ezes Teste de Digestibilidade - MÉTODO: Schmidt e Strasburger. Dosagem de gordura fecal - MÉTODO: Van de Kamer modificado. Pesquisa gordura fecal - MÉTODO: Sudam III. Avaliação diagnóstica de esteatorréia. Processos de má digestão e malabsorção podem causar esteatorréia. Pacientes com má digestão excretam triglicérides, enquanto  pacientes com malabsorção excretam ácidos graxos em excesso. Esta análise permite esta distinção. Em casos de insuficiência exócrina pancreática, contudo, a liberação de triglicérides pode ser normal. A pesquisa de ácidos graxos encontra-se alterada em casos de insuficiência exócrina pancreática ou condições malabsortivas de intestino delgado. Interferentes: metamucil, bário, bismuto, enzimas pancreáticas. A presença de até 100 gotículas por campo (450 x aum.) é considerada normal.

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PESQUISAS QUÍMICAS EM FEZES

Dosagens de:

  Ácidos orgânicos totais ou ácidos de fermentação  Amoníaco e ácidos aminados  Enzimas pancreáticas das fezes

Pesquisa de substâncias redutorasPesquisa de gordura nas fezes

Teste de Digestibilidade - MÉTODO: Schmidt e Strasburger.

Dosagem de gordura fecal - MÉTODO: Van de Kamer modificado.

Pesquisa gordura fecal - MÉTODO: Sudam III.Avaliação diagnóstica de esteatorréia. Processos de má digestão e malabsorção podemcausar esteatorréia. Pacientes com má digestão excretam triglicérides, enquanto

 pacientes com malabsorção excretam ácidos graxos em excesso. Esta análise permiteesta distinção. Em casos de insuficiência exócrina pancreática, contudo, a liberação detriglicérides pode ser normal. A pesquisa de ácidos graxos encontra-se alterada emcasos de insuficiência exócrina pancreática ou condições malabsortivas de intestinodelgado. Interferentes: metamucil, bário, bismuto, enzimas pancreáticas. A presença deaté 100 gotículas por campo (450 x aum.) é considerada normal.

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PESQUISA DE GORDURA NAS FEZES.

Método: Químico-microscópico

Fundamento:

A gordura neutra presente nas fezes tinge-se em laranja-vermelho na presença deSudam II ou III, enquanto que os ácidos graxos apenas são evidenciados apósacidificação e aquecimento da amostra fecal.

A estimativa da quantidade de gordura nas fezes é feita por comparação comamostra fecal controle obtida de um animal sadio submetido à mesma alimentação do

 paciente.

Amostra: Fezes frescas ou mantidas refrigeradas por até 24 horas.

Materiais e equipamentosÁcido Acético Glacial.

Bico de Bunsen.Bastão de vidro.Lâminas e lamínulas para microscopia desengorduradas.Microscópio óptico com objetiva de 10X.Corante: Sudam II ou III (solução alcoólica saturada)

Sudam II ou III .............................................................1 gÁlcool a 70% + Acetona (partes iguais) q.s.p...................100 ml.

Procedimento1.  Misturar uma pequena porção de fezes frescas (equivalente a um grão de arroz)1.  com solução salina sobre a lâmina.2.  Colocar duas gotas de Sudam II ou III e misturar bem com um bastão de vidro.3.  Cobrir com a lamínula.4.  Examinar ao microscópio com aumento 100x e 400x; se houver a presença de

gordura neutra nas fezes, estas se apresentarão como glóbulos corados emalaranjado e vermelho (Fig.16A).

5.  Repetir o processo (passos 1, 2 e 3) adicionando previamente ácido acético àsfezes.

6.  Aqueça levemente a lâmina com auxílio de um bico de Bunsen.7.  Examinar ao microscópio com aumento 100x e 400x. A reação forte com Sudam

(vermelho) indica presença de gordura na forma de ácidos graxos.

Presença de gordura neutra (gotículas vermelhas) em fezes coradas com Sudam II (A).Presença de amido (seta preta) e fibra parcialmente digerida (seta branca) em fezescoradas com lugol (B). Imagens com aumento 100X.

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PESQUISA DE AMIDO E FIBRAS NAS FEZES.

Método: Químico-microscópico

Fundamento: O amido nas fezes tinge-se de preto na presença de iodo. As fibras não

digeridas são facilmente evidenciadas na presença de solução iodada de lugol. Aquantidade de amido presente nas fezes do paciente é comparada com amostra fecal deum animal sadio submetido à mesma alimentação do paciente. Para melhor análise da

 presença de amido e fibras musculares nas fezes, deve-se oferecer ao animal, nasrefeições que antecederem o exame, uma dieta caseira contendo arroz e carne.

Amostra: Fezes frescas ou mantidas refrigeradas por até 24 horas.

Materiais e equipamentosBastão de vidro.Lâminas e lamínulas para microscopia limpas e desengorduradas.

Microscópio óptico com objetiva de 10X.Solução forte de lugol: Iodo .............................................. 1g

Iodureto de potássio .....................2gÁgua destilada q.s.p......................50 ml

Procedimento1.  Misturar uma pequena porção de fezes frescas (equivalente a um grão de arroz)

com solução salina sobre a lâmina.2.  Colocar duas gotas de lugol e misturar bem com um bastão de vidro.3.  Cobrir com a lamínula.4.  Examinar ao microscópio com aumento 100x e 400x. O amido nas fezes se

apresentará como glóbulos corados em preto e as fibras não digeridasapresentam-se na forma de cilindro amarelado com aresta e estrias bem visíveis.

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PESQUISA DE TRIPSINA FECAL.

Método: Filme radiográfico.

Fundamento: A emulsão protéica que reveste o filme radiográfico é digerida pela

tripsina fecal em meio alcalino.

Amostra: Fezes frescas ou mantidas refrigeradas por até 24 horas.

Materiais e equipamentosBanho-maria a 37 oC.Tiras (15 cm x 0,8 cm) de filme de raio-x usadas (parte preta).Tubos de ensaio de 100 x 10 mm.Solução aquosa de bicarbonato de sódio – 5%.

Procedimento

1.  Em um tubo A misturar uma parte de fezes frescas (± 1 ml) de um animal sadiocom nove partes de solução de bicarbonato de sódio  –  5%. Repetir o

 procedimento em um tubo C utilizando fezes do paciente suspeito deinsuficiência pancreática. Em um tubo B controle adicione apenas solução de

 bicarbonato (Fig.A).2.  Colocar uma fita de raio-x em cada um dos tubos e incuba-los por duas horas em

temperatura ambiente (Fig.B) ou por uma hora a 37º C em banho-maria (Fig.C).3.  Lavar as fitas em água corrente. Na presença de tripsina fecal a emulsão protéica

do filme radiográfico desaparecerá (Fig., fita A). Nos casos de insuficiência pancreática (Fig., fita C) e no tubo controle (Fig., fita B) o filme se manteráinalterado. Eventualmente, se ocorrer digestão da fita do tubo controle (B), oteste deverá ser repetido com outro lote de filme radiográfico.

Principais procedimentos para a pesquisa detripsina fecal. As fezes de um animal sadiocontrole (A, tubo A) e do paciente (A, tubo C)são diluídas em solução de bicarbonato na

 proporção de (1:9) e incubada com fitasradiográficas na temperatura ambiente (B) ouem banho-maria (C). Fezes de normaiscontendo tripsina fecal digerem o filme

radiográfico (D, fita A), enquanto que emamostras fecais de pacientes com insuficiência pancreática (D, fita C) ou na ausência de fezes

(D, fita B) a emulsão protéica não é digerida, permanecendo o filme inalterado.

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EXAME PARASITOLÓGICO DO SANGUE

MÉTODOS DIRETOS

• Exame a fresco ou direto:Para realização desta técnica, uma pequena gota de sangue obtida por punção da

 polpa digital ou de sangue venoso colhido com anticoagulante é colocada entre lâmina elamínula e examinada exaustivamente ao microscópio em objetiva de (40 x).

Entretanto, face aos pequenos volumes de sangue examinados a cada vez, ométodo necessita ser repetido várias vezes ao dia ou mesmo em dias consecutivos atéque o parasita possa ser detectado.

• Preparações coradas:O esfregaço delgado e a gota espessa devem ser preparados e corados pelo

método de Giemsa ou de Leishman. O exame do material corado permite, além dadetecção, a diferenciação morfológica entre tripomastigotas sangüíneos de T. cruzi e T.

rangeli e a identificação específica de Plasmodium spp.A desvantagem dos esfregaços corados é que estes normalmente requerem

 parasitemias elevadas para evidenciação do parasita. No entanto, a utilização dediferentes métodos parasitológicos isolados ou combinados, podem levar à detecçãorápida e precoce da infecção.

MÉTODOS INDIRETOS

• Hemocultura:O T. cruzi é capaz de crescer e de multiplicar-se em diferentes meios de cultura

acelulares que contenham hemina ou derivados da hemoglobina. A hemocultura é umatécnica mais difícil de ser realizada uma vez que requer condições assépticas para acoleta e o manuseio da amostra de sangue, o que a torna pouco prática nos trabalhos decampo.

A técnica consiste em coletar cerca de 10 ml de sangue venoso do paciente comanticoagulante e semear alíquotas de cerca de 1 a 2 ml de sangue total em tuboscontendo 5 ml de meio LIT. As culturas são mantidas a 28ºC e examinadas emintervalos de 15 dias até um total de 4 meses.

As percentagens de positividade obtidas na hemocultura convencional por diferentes estudos são muito semelhantes a àquelas observadas para o xenodiagnóstico.

• Xenodiagnóstico:Este método introduzido por Brumpt em 1914 é largamente empregado ainda

nos dias atuais no diagnóstico da doença de Chagas. A multiplicação do T. cruzi no tratodigestivo do triatomíneo permite sua detecção nas fezes ou na urina dos insetosalimentados com sangue do paciente ou de animais suspeitos após um período 1 a 3meses.

O xenodiagnóstico é uma técnica perfeitamente aplicável para a pesquisa decampo e/ou isolamento de amostras de T. cruzi de pacientes e/ou animais. Entretanto,

sua utilização em pacientes pode ocasionar com certa frequência reações alérgicasdecorrentes da saliva dos triatomíneos levando à rejeição do exame pelo paciente.

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 Neste método, recomenda-se a utilização de 30 a 40 ninfas de 3o a 5o estágio dedesenvolvimento, as quais são criadas em condições controladas em laboratório, sendo

 portanto livres do parasita.As ninfas em jejum alimentar de 20 a 30 dias são acondicionadas em pequenas

caixas cobertas com tela, as quais são aplicadas diretamente sobre o hospedeiro por 30 a

60 minutos, até completar-se a alimentação dos insetos.Em humanos, a caixa é aplicada no antebraço e em animais deve-se escolher umlocal onde os pelos não dificultem a alimentação dos triatomíneos. O exame dos insetos

 para pesquisa do T. cruzi é realizada aos 30 e 60 dias após o repasto sanguíneo, devendoser realizada individualmente ou em grupos dependendo do propósito do estudo.

As fezes ou urina dos triatomíneos são obtidas através de uma leve compressãodo abdômen dos insetos, adicionadas de uma gota de solução salina e em seguidaexaminadas a fresco ao microscópio ótico entre lâmina e lamínula, ou utilizadas para aconfecção de preparações coradas.

• Cultura:

A cultura de Leishmania pode ser realizada a partir do fragmento de tecidoretirado na biópsia do bordo da lesão que é semeado em meio LIT (liver infusiontryptose), NNN (ágar-sangue)+ LIT ou Schneider.

A coleta do material pode ser feita através de aspiração de material da lesão

utilizando-se uma seringa de 5 ml com agulha de 25x8’

, onde, após assepsia e anestesialocal, a agulha é introduzida no bordo da lesão injetando-se cerca de 1-3 ml de salinaestéril e, através de movimentos rotacionais, é possível aspirar o material o qual podeser semeado em meio de cultura.

• Leishmaniose visceral:

 Na leishmaniose visceral (LV) o agente etiológico é a  L. chagasi, a qual édemonstrada em amostras de tecido obtidas por punção de vísceras (baço, fígado emedula óssea).

A biópsia de baço e fígado são procedimentos de elevado risco e só devem ser realizados em condições especiais. Face à maior simplicidade e menor risco ao paciente,o material de medula óssea é coletado através de punção do esterno, tíbia ou da cristailíaca, sendo esta a preferencial em adultos.

Com o material coletado devem ser feitos esfregaços corados pelo Giemsa,semeadura em meio de cultura NNN+LIT, inoculação em hamster, e se possível,esfregaços sobre papel Whatman No 1 esterilizado ou papel de nitrocelulose, visando-seao diagnóstico por PCR.

A cultura deve apresentar-se positiva após um período de até 4 a 5 semanas,sendo que os repiques das culturas devem ser feitos semanalmente. A inoculação deanimais, embora não tenha aplicação prática para fins de diagnóstico imediato, pode ser útil para o isolamento do parasita visando a sua caracterização e estudosepidemiológicos.