7
você está em: início » ciência » ficção científica » representatividade » pessoas com deficiência e ficção científica Escrito por Lady Sybylla 3 de março de 2015 Todo mundo que o blog sabe que eu considero a ficção científica um gênero literário completo e de infinitas possibilidades. É uma pena ver que tem muito escritorzinho por que acha que o mundo é para apenas homens brancos heteros e cisgêneros, como se o restante da humanidade não fosse composta por outros seres humanos e reclama de quem pede maior representatividade no cenário nacional. Seres humanos vêm em várias cores, formas e possibilidades. É aqui que a ficção científica entra para mostrar todas elas. Seguir @Sybylla_ 1.666 seguidores First things first, por que "pessoas com deficiência" e não "pessoas com necessidades especiais"? Com a palavra, Victor Caparica que, gentilmente, definiu e me explicou: Dizemos "pessoa com deficiência", e não portador de necessidades especiais, por 2 motivos: 1, "portador" é terminologia médica, e o que temos não é doença, mas uma condição biológica; 2, não temos necessidades especiais, precisamos de água, comida, sono, remédios e um pouco de amor às vezes ;); "Pessoa com deficiência" é mais correto porque, efetivamente, explica o que a pessoa realmente é. Ou seja, se antes você falava errado, assim como eu, por desconhecimento ou por ignorância mesmo, fica aí a dica. Mas e aí, as pessoas com deficiência têm espaço na ficção científica? E como tem! Começando por Star Trek, a série que mais se preocupou em mostrar pessoas com deficiência como pessoas ativas na sociedade, lembrei de cara de três personagens: Geordi LaForge, Riva e Melora Pazlar. Geordi é deficiente visual. Porém, com seu visor especial, ele era um membro importantíssimo da Enterprise devido aos comprimentos de onda que o equipamento era capaz de distinguir, algo muito além do olho humano comum. Com a tecnologia se refinando, ele acabou ganhando olhos biônicos muito avançados e mais confortáveis que o visor. Pessoas com deficiência e ficção científica Assine e receba por email seuemail@serviço.com Enviar alienígenas análise astronomia blogosfera cinema civilização ciência crítica dicas ebook educação espaço feminismo ficção científica ficção especulativa filme Futuro geografia gênero literário ignorância infográfico internet jogos lista literatura livros medo Nerdismo planeta quadrinhos resenha ser humano sexismo sistema solar sociedade tecnologia televisão Terra vida vilões Categorias Avisos clichês design evolução fantasia meio ambiente mito mídia NASA robótica tecnoceno webserie Postagens de sucesso TAG: 50 fatos sobre mim 1 O estupro de Alien 2 Resenha: Trilogia Divergente, de Veronica 3

Pessoas com deficiência e ficção científica _ Momentum Saga.pdf

  • Upload
    gcca99

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

14/03/2015 Pessoas com deficiência e ficção científica | Momentum Saga

http://www.momentumsaga.com/2015/03/pessoas­com­deficiencia­e­ficcao­cientifica.html 1/7

você está em: início » ciência » ficção científica » representatividade » pessoas com deficiência e ficção científica

Escrito por Lady Sybylla 3 de março de 2015

Todo mundo que lê o blog sabe que eu considero a ficção

científica um gênero literário completo e de infinitas

possibilidades. É uma pena ver que tem muito escritorzinho por

aí que acha que o mundo é para apenas homens brancos

heteros e cisgêneros, como se o restante da humanidade não

fosse composta por outros seres humanos e reclama de quem

pede maior representatividade no cenário nacional. Seres

humanos vêm em várias cores, formas e possibilidades. É aqui

que a ficção científica entra para mostrar todas elas.

Seguir @Sybylla_ 1.666 seguidores

First things first, por que "pessoas com deficiência" e não "pessoas com necessidades

especiais"? Com a palavra, Victor Caparica que, gentilmente, definiu e me explicou:

Dizemos "pessoa com deficiência", e não portador de necessidadesespeciais, por 2 motivos: 1, "portador" é terminologia médica, e o que temos não é doença, mas umacondição biológica;2, não temos necessidades especiais, precisamos de água, comida, sono,remédios e um pouco de amor às vezes ;);"Pessoa com deficiência" é mais correto porque, efetivamente, explica oque a pessoa realmente é.

Ou seja, se antes você falava errado, assim como eu, por desconhecimento ou por ignorância

mesmo, fica aí a dica. Mas e aí, as pessoas com deficiência têm espaço na ficção científica? E

como tem!

Começando por Star Trek, a série que mais se preocupou em mostrar pessoas com deficiência

como pessoas ativas na sociedade, lembrei de cara de três personagens: Geordi LaForge, Riva

e Melora Pazlar. Geordi é deficiente visual. Porém, com seu visor especial, ele era um membro

importantíssimo da Enterprise devido aos comprimentos de onda que o equipamento era capaz

de distinguir, algo muito além do olho humano comum. Com a tecnologia se refinando, ele

acabou ganhando olhos biônicos muito avançados e mais confortáveis que o visor.

Pessoas com deficiência e ficção científica

Assine e receba por email

seuemail@serviço.com Enviar

alienígenas análise

astronomia blogosfera

cinema civilização ciência crítica dicas

ebook educação espaço feminismo

ficção científica

ficção especulativa filme

Futuro geografia

gênero literário ignorância infográfico internet jogos

lista literatura livros medo

Nerdismo planeta quadrinhos

resenha ser humano

sexismo sistema solar sociedade

tecnologia televisão Terra vida vilões

Categorias

Avisos

clichês design

evolução fantasia

meio ambiente mito mídia NASA

robótica

tecnoceno

webserie

Postagens de sucesso

TAG: 50 fatos sobre mim1

O estupro de Alien2

Resenha: TrilogiaDivergente, de Veronica 3

14/03/2015 Pessoas com deficiência e ficção científica | Momentum Saga

http://www.momentumsaga.com/2015/03/pessoas­com­deficiencia­e­ficcao­cientifica.html 2/7

Riva também é um personagem fascinante. Ele é um importante mediador de conflitos e é

chamado para tentar criar um tratado de paz entre dois povos que estão à beira da extinção se

não chegarem a um acordo. Riva não tem receptores auditivos no cérebro, portanto nenhum

implante funcionaria com ele. A solução: ele tinha um coro, com três sensitivos, que traduziam

as palavras dele, cada um ligado a uma determinada área do cérebro. Um para a razão, outro

para a libido, ou para a temperança.

Mas um atentado mata o coro especial de Riva e a tripulação da Enterprise se vê impotente,

buscando maneiras de se comunicar com ele. É justamente a surdez de Riva que servirá de

alicerce para o acordo de paz, pois enquanto os povos aprendem a conversar com ele,

aprenderão a conversar um com o outro. Genial!

Uma personagem fascinante de Deep Space 9 é Melora Pazlar. Nativa de um planeta cuja

gravidade é menor do que a padrão das outras espécies, ela é a primeira a sair de Elaysa na

esperança de inspirar outros a explorar o espaço. Melora sofre com várias limitações para se

locomover pela estação DS9. As passagens não foram feitas para a passagem de sua cadeira.

Ela precisa usar um aparato especial para não penalizar seus músculos e assim ajudá­la a se

locomover e exige ser tratada da mesma maneira que outros membros da Frota Estelar. Fico

pensando em quantas pessoas não se identificaram com ela quando sua cadeira não conseguiu

passar por um determinado corredor e ela foi ao chão.

Geordi LaForge e o embaixador Riva. Star Trek, A Nova Geração.

Roth

O que é tecnologia?4

Meus 10 livrospreferidos de ficçãocientífica

5

GoticityHabeas MentemLugar de MulherMaior Digressão do MundoMente em ConflitoMeteorópoleScifi WallpapersUniverso Racionalista

Lido e Recomendado

Momentum Saga

147 nos adicionaram a círculos Ver tudo

Seguir

Viajantes

Clique e saiba como ser parceiro.

Divulgue

Não perca tempo com isso

Por sua conta e risco

É bom, mas...

Muito bom!

Classificação das resenhas

14/03/2015 Pessoas com deficiência e ficção científica | Momentum Saga

http://www.momentumsaga.com/2015/03/pessoas­com­deficiencia­e­ficcao­cientifica.html 3/7

Muitas vezes, olhamos para personagens pessoas com deficiência e nem nos ligamos que eles

as possuem. Ao olhar para John Vriess de Alien 4, logo notamos que ele está em uma cadeira

de rodas (tunada e cheia de armas), mas e quanto ao braço mecânico de Luke Skywalker? Ele

sofre uma amputação por um sabre de luz e recebe um braço biônico super avançado. Nem

nos damos conta que ele precisa daquele braço. Mas ele é uma pessoa com deficiência e um

grande herói de Star Wars. E seu pai, Darth Vader? Todo ele foi reconstruído, assim como o

Robocop, com o auxílio da tecnologia e praticamente se tornaram armas ambulantes.

Peeta Mellark, nos livros de Jogos Vorazes, tem uma perna mecânica depois do ferimento que

ele recebe nos jogos. Os filmes optaram por deixar isso oculto, mas até mesmo Katniss recebe

um implante auditivo. A cena de Julie Gelineau, de Extant, colocando suas pernas biônicas

depois do banho me impressionou, pois as próteses são extremamente reais.

O Soldado Invernal, da Marvel, sofreu uma amputação em um acidente de avião. Em uma

missão para capturar o Capitão América, uma tropa russa acabou encontrando Buchy

Melora Pazlar, Deep Space 9.

Julie Gelineau coloca suas pernas biônicas. Extant.

Maravilhoso!

Siga no Bloglovin

Google +

14/03/2015 Pessoas com deficiência e ficção científica | Momentum Saga

http://www.momentumsaga.com/2015/03/pessoas­com­deficiencia­e­ficcao­cientifica.html 4/7

preservado no gelo. Ele, então, foi colocado em estase e depois reanimado em 1954, onde lhe

foi implantado um braço biônico fodão, adaptado e trocado ao longo do tempo por próteses

mais modernas. E quem assistiu a adaptação para o cinema de Eu, Robô deve lembrar que o

detetive Spooner tinha uma prótese bem parecida com a de Bucky.

E o que podemos dizer do querido professor Xavier? Um super herói poderoso de cadeira de

rodas e líder dos X­Men? De Bárbara Gordon, em Batman? De Kent, cientista do filme

Contato, que era deficiente visual? A Ameaça Invisível, segundo livro da Trilogia Anômalos, de

Bárbara Morais, também tem um personagem deficiente visual. Temos O Demolidor

combatendo o crime, temos o homem de 6 milhões de dólares e a mulher biônica, temos N

personagens do mundo da ficção científica e dos quadrinhos, animes, séries de TV, mostrando

as infinitas possibilidades que pessoas com deficiência podem ter e como elas são produtivas.

Então, por que o mundo real ainda não aprendeu com a ficção? Por que eles continuam sendo

vistos como menos capazes por andarem de cadeiras de rodas ou por terem deficiência

auditiva? Para quem já está muito bem representado na ficção, que já possui seus heróis

preferidos, esse papo de representatividade é um saco. Cada vez que publico um post por aqui

sobre a importância da representatividade, sempre aparece um para chorar, dizendo que a

gente, ou "esse povo" ficam chorando de barriga cheia, que é "vitimismo". Bem, acho que

vitimismo é ir chorar num post sobre representatividade e não pedir por mais dela. Você, que

já está bem representado, não será prejudicado em nada.

Quantas pessoas fãs de quadrinhos não se sentiram representadas por Bárbara Gordon ou pelo

Professor Xavier em suas cadeiras de rodas, combatendo o mal? Quantos não desejam a

tecnologia de Extant que faz com que Julie, uma amputada, prossiga sua vida e produza como

todo mundo? É, isso é de tamanha importância que nem deveríamos ter que pedir por maior

representatividade, mas isso ainda é necessário, ainda é preciso ir à televisão mostrar o

descaso do poder público com um posto de saúde que não tem rampas para facilitar o acesso

dos pacientes.

Detetive Spooner reaplica pele artificial em seu braço. Soldado Invernal, da Marvel.

14/03/2015 Pessoas com deficiência e ficção científica | Momentum Saga

http://www.momentumsaga.com/2015/03/pessoas­com­deficiencia­e­ficcao­cientifica.html 5/7

443CurtirTweetar 17

Antes de fazer minha cirurgia de coluna, precisei andar de cadeira de rodas toda vez que saía

de casa. Foi por um curto período, para um problema que não era permanente, mas que me

deu a perspectiva de quem vive desta maneira. As pessoas são desumanizadas apenas porque

são pessoas com deficiência, quando a ficção científica tem mostrado que elas podem muito

bem viver integradas à sociedade utilizando­se da tecnologia. Quantas vezes alguém parou

para pensar que Luke Skywalker é um "aleijado"? Nunca, certo? Então por que tem quem faça

isso na vida real?

Representatividade importa e importa muito. Ela empondera, ela educa e mostra as infinitas

possibilidades de convivência, de soluções de problemas, de tecnologia e genialidade. Isso

nunca deveria ficar de fora dos enredos porque mais­do­mesmo a gente tem de sobra.

Até mais!

Super obrigada à galera do Twitter que tanto contr ibuiu com este post!

10 heróis deficientes físicos

ciência, ficção científica, representatividade

Charles Xavier, X­Men.

Sobre Resenhas Categorias Sem anúncios

14/03/2015 Pessoas com deficiência e ficção científica | Momentum Saga

http://www.momentumsaga.com/2015/03/pessoas­com­deficiencia­e­ficcao­cientifica.html 6/7

Anterior Seguinte

Ficção científica epseudociência

Resenha: A TorreAcima do Véu, de

R...

Análise doinimigo: A Capital

Resenha: OCírculo, de Dave

Eggers

Star TrekVoyager:

humanidade e ar...

É proibido copiar este artigo na íntegra. Você pode citá­lo e mencionar o nome do autor original. Plágio(cópia) é crime previsto no Código Penal e na Lei 9610/98. Leia a nossa Licença. Leia também nossaPolítica de Privacidade.

Geógrafa, professora, feminista e blogueira. Fã do futuro e da ficção científica.Apaixonada pela literatura de ficção científica e fantástica, geografia e espaço.

Lady Sybylla

Artigos relacionados

3 Comentários

Plug­in social do Facebook

Comentar

Comentar...

Thiago Leite · Trabalha na empresa INCRAEsse é um tema que também me interessa muito e pessoalmente. Sou cego do olho direito e vejo poucocom o esquerdo. Geordi La Forge é um personagem fascinante para mim. Lembrei também de G'Kar, emBabylon 5, que teve um olho arrancado durante um processo de tortura e depois recebeu uma prótesebiônica.

Sempre que ando pelas ruas de Natal, fico estupefato com o descaso da cidade em relação àacessibilidade. Algumas calçadas são difíceis de ser transitadas por pessoas sem deficiência,impossíveis para quem se locomove por cadeira de rodas; os pisos táteis, que deveriam facilitar oscaminhos de deficientes visuais e pessoas cegas, são instalados de maneira totalmente errada. Eucheguei a ficar tão indignado que escrevi sobre isso uma vez, fugindo um pouco aos temas comuns domeu blog: http://teianeuronial.com/acessibilidade­em­natal­e­uma­cul…/

Pessoas com deficiência é um tema que precisa ser muito discutido, seja na ficção, seja na teoria ou naprática e políticas sociais, se quisermos uma sociedade inclusiva.Responder · Curtir · · 3 de março às 09:361

Momentum SagaPoxa, bem lembrado do G'Kar! Lembro que a prótese dele funcionava fora do olho e elebisbilhotava os outros. rs

É descaso mesmo. A sociedade é tão centrada em um modelo apenas de indivíduo queaqueles que não se enquadram ficam de lado. E aí quando a gente pede representatividade"ain, vitimismo". Fácil dizer sobre algo quando não se sofre na pele.Responder · Curtir · 3 de março às 09:47

Leandro Mendes · Faculdades IESA DFAmando essa página cada dia mais!Responder · Curtir · · 11 de março às 18:171

Início

Índice

Categorias

Sobre

Contato

Licença

Divulgue

Privacidade

Expediente

8tracks

Filmow

Skoob

Tumblr

Universo Desconstruído

Onde mais?

Visualizações

Aline Valek

Ao Sugo

Cabaré das Ideias

Meteorópole

Teia Neuronial

Parceiros

Superarquivo

alienígenas (58)

cinema (50)

educação (25)

espaço (52)

ficção científica (308)

Futuro (56)

livros (121)

resenha (125)

Mais procurados

14/03/2015 Pessoas com deficiência e ficção científica | Momentum Saga

http://www.momentumsaga.com/2015/03/pessoas­com­deficiencia­e­ficcao­cientifica.html 7/7

Momentum Saga © 2010­2015 | Designed by Marta Preuss | Modified by Sybylla | Proudly powered by Blogger

Acompanhe 1 3 9 4 8 0 0 Superarquivo tecnologia (29)