16
the P ORTUGUESE N EWSLETTER The American Association of Teachers of Spanish and Portuguese L UCI D E B IAJI M OREIRA L UCI D E B IAJI M OREIRA , , editor editor VOLUME 26 NUMBER 2 – S PRING 2013 VOLUME 26 NUMBER 2 – S PRING 2013 T he spring 2013 he spring 2013 Portuguese Newsletter Portuguese Newsletter salutes the Department salutes the Department of Spanish and Portuguese at The Ohio State University for of Spanish and Portuguese at The Ohio State University for the new interdisciplinary M.A. and Ph.D. programs in the the new interdisciplinary M.A. and Ph.D. programs in the study of the Portuguese-speaking world. study of the Portuguese-speaking world. In this edition, the In this edition, the Portuguese Newsletter Portuguese Newsletter interviews writer Conceição interviews writer Conceição Evaristo, who provides a candid, moving and inspirational testimo- Evaristo, who provides a candid, moving and inspirational testimo- ny of herself, Brazil, and Brazilians. In ny of herself, Brazil, and Brazilians. In Ponto de Vista Ponto de Vista , Paul Chan- , Paul Chan- dler and Luis Gonçalves offer their insights to teaching Portuguese dler and Luis Gonçalves offer their insights to teaching Portuguese as a L2. And more! as a L2. And more! Looking forward to seeing you at the 95th AATSP Annual Confer- Looking forward to seeing you at the 95th AATSP Annual Confer- ence in San Antonio! ence in San Antonio! FROM THE EDITOR continued on pg. 2 Luci Moreira Luci Moreira CONTENTS Destaque ∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙ Etc… ∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙ Ponto deVista (Chandler) ∙∙∙∙∙∙∙ Pingo Poético ∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙ Bookstore ∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙ Ponto deVista(Gonçalves) ∙∙∙∙∙ Agenda ∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙ 1 6 8 9 10 12 14 LM LM Você iniciou sua vida vendo de perto a Você iniciou sua vida vendo de perto a violência vivida pelos excluídos. Depois, direcionou violência vivida pelos excluídos. Depois, direcionou sua vida prossional como professora e hoje você é sua vida prossional como professora e hoje você é reconhecida no Brasil, nos Estados Unidos e em reconhecida no Brasil, nos Estados Unidos e em outros países como escritora (poetisa, contista, en- outros países como escritora (poetisa, contista, en- saísta, romancista) e ativista dos direitos dos afro- saísta, romancista) e ativista dos direitos dos afro- descendentes do Brasil—uma das maiores escrito- descendentes do Brasil—uma das maiores escrito- ras afro-brasileiras. Você poderia dizer aos leitores ras afro-brasileiras. Você poderia dizer aos leitores da Portuguese Newsletter como foi essa transição? da Portuguese Newsletter como foi essa transição? CE – Eu diria que o momento inicial dessa CE – Eu diria que o momento inicial dessa transição, foi em 1973, quando, com um transição, foi em 1973, quando, com um diploma de professora do 1º seguimento diploma de professora do 1º seguimento do 1º grau, resolvi tentar a sorte no Rio de do 1º grau, resolvi tentar a sorte no Rio de Janeiro. Minha família, naquele momento, Janeiro. Minha família, naquele momento, vivia diculdades redobradas. Estávamos vivia diculdades redobradas. Estávamos passando por um processo de desfavela- passando por um processo de desfavela- mento e tivemos de nos mudar para a peri- mento e tivemos de nos mudar para a peri- feria de Belo Horizonte. No Rio de Janeiro, feria de Belo Horizonte. No Rio de Janeiro, DESTAQUE DESTAQUE Conceição Evaristo por Luci De Biaji Moreira Conceição Evaristo (photo by Michael Hughes)

PN Spring 2013 - cdn.ymaws.com · nno sentido mais amplo da palavra, e tam-o sentido mais amplo da palavra, e tam- ... ggrupo, que era a Cruzada Infantil, rupo, que era a Cruzada

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: PN Spring 2013 - cdn.ymaws.com · nno sentido mais amplo da palavra, e tam-o sentido mais amplo da palavra, e tam- ... ggrupo, que era a Cruzada Infantil, rupo, que era a Cruzada

the

PORTUGUESE NEWSLETTERThe American Association of Teachers of Spanish and Portuguese

L U C I D E B I A J I M O R E I R AL U C I D E B I A J I M O R E I R A , , e d i t o re d i t o rV O L U M E 2 6 N U M B E R 2 – S P R I N G 2 0 1 3V O L U M E 2 6 N U M B E R 2 – S P R I N G 2 0 1 3

The spring 2013 he spring 2013 Portuguese NewsletterPortuguese Newsletter salutes the Department salutes the Department of Spanish and Portuguese at The Ohio State University for of Spanish and Portuguese at The Ohio State University for the new interdisciplinary M.A. and Ph.D. programs in the the new interdisciplinary M.A. and Ph.D. programs in the

study of the Portuguese-speaking world. study of the Portuguese-speaking world.

In this edition, the In this edition, the Portuguese NewsletterPortuguese Newsletter interviews writer Conceição interviews writer Conceição Evaristo, who provides a candid, moving and inspirational testimo-Evaristo, who provides a candid, moving and inspirational testimo-ny of herself, Brazil, and Brazilians. In ny of herself, Brazil, and Brazilians. In Ponto de VistaPonto de Vista, Paul Chan-, Paul Chan-dler and Luis Gonçalves offer their insights to teaching Portuguese dler and Luis Gonçalves offer their insights to teaching Portuguese as a L2. And more! as a L2. And more!

Looking forward to seeing you at the 95th AATSP Annual Confer-Looking forward to seeing you at the 95th AATSP Annual Confer-ence in San Antonio!ence in San Antonio!

FROM THE EDITOR

continued on pg. 2

Luc i Mor e i r aLuc i Mor e i r a

CONTENTSDestaque ∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙Etc… ∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙ Ponto de Vista (Chandler) ∙∙∙∙∙∙∙Pingo Poético ∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙ Bookstore ∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙Ponto de Vista (Gonçalves) ∙∙∙∙∙Agenda ∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙

16 89101214

LM LM – Você iniciou sua vida vendo de perto a Você iniciou sua vida vendo de perto a violência vivida pelos excluídos. Depois, direcionou violência vivida pelos excluídos. Depois, direcionou sua vida profi ssional como professora e hoje você é sua vida profi ssional como professora e hoje você é reconhecida no Brasil, nos Estados Unidos e em reconhecida no Brasil, nos Estados Unidos e em outros países como escritora (poetisa, contista, en-outros países como escritora (poetisa, contista, en-saísta, romancista) e ativista dos direitos dos afro-saísta, romancista) e ativista dos direitos dos afro-descendentes do Brasil—uma das maiores escrito-descendentes do Brasil—uma das maiores escrito-ras afro-brasileiras. Você poderia dizer aos leitores ras afro-brasileiras. Você poderia dizer aos leitores da Portuguese Newsletter como foi essa transição?da Portuguese Newsletter como foi essa transição?

CE – Eu diria que o momento inicial dessa CE – Eu diria que o momento inicial dessa transição, foi em 1973, quando, com um transição, foi em 1973, quando, com um diploma de professora do 1º seguimento diploma de professora do 1º seguimento do 1º grau, resolvi tentar a sorte no Rio de do 1º grau, resolvi tentar a sorte no Rio de Janeiro. Minha família, naquele momento, Janeiro. Minha família, naquele momento, vivia difi culdades redobradas. Estávamos vivia difi culdades redobradas. Estávamos passando por um processo de desfavela-passando por um processo de desfavela-mento e tivemos de nos mudar para a peri-mento e tivemos de nos mudar para a peri-feria de Belo Horizonte. No Rio de Janeiro, feria de Belo Horizonte. No Rio de Janeiro,

DESTAQUE DESTAQUE Conceição Evaristo

por

Luci De Biaji Moreira

Conceição Evaristo (photo by Michael Hughes)

Page 2: PN Spring 2013 - cdn.ymaws.com · nno sentido mais amplo da palavra, e tam-o sentido mais amplo da palavra, e tam- ... ggrupo, que era a Cruzada Infantil, rupo, que era a Cruzada

The

Am

eric

an A

ssoc

iati

on o

f T

each

ers

of S

pani

sh a

nd P

ortu

gues

eV O L U M E 2 6 N U M B E R 2 – S P R I N G 2 0 1 3T H E P O R T U G U E S E N E W S L E T T E R

2

al de Londrina. Publiquei mais três al de Londrina. Publiquei mais três obras individuais, o romance obras individuais, o romance Becos Becos da memóriada memória, em 2006, , em 2006, Poemas da recor-Poemas da recor-dação e outros movimentosdação e outros movimentos, antologia de , antologia de poemas, em 2009, e a antologia de poemas, em 2009, e a antologia de contos, contos, Insubmissas lágrimas de mulhe-Insubmissas lágrimas de mulhe-resres, em 2011. , em 2011.

LM LM – Você se considera uma sobrevivente, Você se considera uma sobrevivente, no sentido mais amplo da palavra, e tam-no sentido mais amplo da palavra, e tam-bém uma ativista política e/ou uma femi-bém uma ativista política e/ou uma femi-nista, ao mesmo tempo? nista, ao mesmo tempo?

CE – Sim, me considero uma sobre-CE – Sim, me considero uma sobre-vivente e uma feliz sobrevivente, vivente e uma feliz sobrevivente, quando relembro a pobreza que quando relembro a pobreza que

atravessou toda a minha infância e juventude. Digo que na infância e juventude. Digo que na infância conheci não um estado de pobre-za, mas um estado de miserabilida-za, mas um estado de miserabilida-de, apesar de minha família ter uma de, apesar de minha família ter uma história de muito trabalho desde história de muito trabalho desde sempre. Quanto a ser uma ativista sempre. Quanto a ser uma ativista política, não há como fi car imune política, não há como fi car imune aos acontecimentos que nos cercam. aos acontecimentos que nos cercam. Menina ainda, eu fazia parte de um Menina ainda, eu fazia parte de um grupo, que era a Cruzada Infantil, grupo, que era a Cruzada Infantil, dentro da igreja católica. Na minha dentro da igreja católica. Na minha juventude participei da JOC, Juven-juventude participei da JOC, Juven-tude Operária Católica, e que me tude Operária Católica, e que me levou a refl etir sobre determinadas levou a refl etir sobre determinadas questões sociais. O meu ativismo, questões sociais. O meu ativismo, posso dizer, se deu e se dá em vá-posso dizer, se deu e se dá em vá-rias frentes. No campo da educação, rias frentes. No campo da educação, por exemplo, que é lugar de minha por exemplo, que é lugar de minha carreira profi ssional. Sempre traba-carreira profi ssional. Sempre traba-lhei em escolas públicas e de peri-lhei em escolas públicas e de peri-feria e acredito que a luta por uma feria e acredito que a luta por uma educação de qualidade para o povo educação de qualidade para o povo começa na sala de aula, na ambiência começa na sala de aula, na ambiência de trabalho. No Movimento Negro de trabalho. No Movimento Negro se dá mais como alguém fruto des-se dá mais como alguém fruto des-se Movimento, como alguém que se se Movimento, como alguém que se formou infl uenciado pelas refl exões formou infl uenciado pelas refl exões do Movimento Negro. A minha atu-do Movimento Negro. A minha atu-ação no MN é o de uma voz den-ação no MN é o de uma voz den-tro do coletivo, sou uma das vozes. tro do coletivo, sou uma das vozes. Reconheço, como militante, aquela Reconheço, como militante, aquela pessoa que deu e dá a sua vida, sub-pessoa que deu e dá a sua vida, sub-

mete-se a sacrifícios pessoais, abre mete-se a sacrifícios pessoais, abre mão até de seus projetos particulares mão até de seus projetos particulares para se dedicar a uma causa. Nesse para se dedicar a uma causa. Nesse sentido não me reconheço como sentido não me reconheço como tal. Se me reconhecem, entretanto, tal. Se me reconhecem, entretanto, como militante, afi rmo que é uma como militante, afi rmo que é uma identifi cação que muito me agrada e identifi cação que muito me agrada e me dignifi ca. Sim, tenho sido consi-me dignifi ca. Sim, tenho sido consi-derada também como uma feminista derada também como uma feminista e afi rmo que foi um feminismo que e afi rmo que foi um feminismo que aprendi primeiramente na vida, com aprendi primeiramente na vida, com as mulheres fortes de minha família, as mulheres fortes de minha família, ou que tinham de se fazerem for-ou que tinham de se fazerem for-tes, dadas às circunstâncias da vida. tes, dadas às circunstâncias da vida. Um feminismo sempre interligado à Um feminismo sempre interligado à questão étnica e social, isto é, um fe-questão étnica e social, isto é, um fe-minismo que nasce das experiências minismo que nasce das experiências

das mulheres negras e pobres.das mulheres negras e pobres.

LM LM – Que autor ou autores mais Que autor ou autores mais infl uenciaram sua escrita?infl uenciaram sua escrita?

CE – Autor e autores que mais in-CE – Autor e autores que mais in-fl uenciaram na minha escrita... não fl uenciaram na minha escrita... não sei detectar quais foram. Li tanto na sei detectar quais foram. Li tanto na minha adolescência... Com 13 anos, minha adolescência... Com 13 anos, buscando entender algo, que eu nem buscando entender algo, que eu nem sabia perguntar objetivamente o que sabia perguntar objetivamente o que era, li Raimundo Nina Rodrigues. era, li Raimundo Nina Rodrigues. Lia tudo que caia em minhas mãos: Lia tudo que caia em minhas mãos: Jorge Amado, Carlos Drumond de Jorge Amado, Carlos Drumond de Andrade, Graciliano Ramos, Otto Andrade, Graciliano Ramos, Otto Lara Resende, Josué Montello... Aos Lara Resende, Josué Montello... Aos poucos, fui conhecendo outros mi-poucos, fui conhecendo outros mi-neiros como Guimarães Rosa, Adé-neiros como Guimarães Rosa, Adé-lia Prado, Autran Dourado, etc. Ca-lia Prado, Autran Dourado, etc. Ca-rolina Maria de Jesus, li no auge da rolina Maria de Jesus, li no auge da recepção da obra dela. E continuo recepção da obra dela. E continuo lendo e gostaria imensamente de um lendo e gostaria imensamente de um dia empreender um estudo sobre a dia empreender um estudo sobre a obra dela. Clarice Lispector, só des-obra dela. Clarice Lispector, só des-cobri quando já estava no curso de cobri quando já estava no curso de

continued on pg. 3

passei no concurso para professora passei no concurso para professora e fui ajeitando a vida. Três anos de-e fui ajeitando a vida. Três anos de-pois, passei no vestibular da Univer-pois, passei no vestibular da Univer-sidade Federal do Rio de Janeiro e sidade Federal do Rio de Janeiro e iniciei o curso de Letras. No fi nal iniciei o curso de Letras. No fi nal do curso, já casada, tive a minha do curso, já casada, tive a minha fi lha, Ainá, uma especial menina. fi lha, Ainá, uma especial menina. Interrompi o curso, pois precisava Interrompi o curso, pois precisava trabalhar e tratar da saúde dela, que trabalhar e tratar da saúde dela, que

pedia cuidados especiais. Assim pedia cuidados especiais. Assim

que ela completou sete anos, que ela completou sete anos, voltei para terminar o curso. Em voltei para terminar o curso. Em 1989, quando Ainá tinha oito anos, 1989, quando Ainá tinha oito anos, Oswaldo, meu esposo, pai dela, fale-Oswaldo, meu esposo, pai dela, fale-ceu. Viúva, cuidando de minha me-ceu. Viúva, cuidando de minha me-nina especial, trabalhando, estudan-nina especial, trabalhando, estudan-do e escrevendo segui a vida. Minha do e escrevendo segui a vida. Minha primeira publicação aconteceu em primeira publicação aconteceu em 1990, na série Cadernos Negros, 1990, na série Cadernos Negros, uma publicação coletiva, organizada uma publicação coletiva, organizada pelo Grupo Quilombhoje Literatu-pelo Grupo Quilombhoje Literatu-ra de São Paulo e que congrega es-ra de São Paulo e que congrega es-critores e escritoras afro-brasileiros. critores e escritoras afro-brasileiros. Mais tarde, fi z o curso de Mestrado Mais tarde, fi z o curso de Mestrado na PUC/Rio de Janeiro. Em 2011, na PUC/Rio de Janeiro. Em 2011, conclui o Doutorado na UFF. Como conclui o Doutorado na UFF. Como resultado de trabalhos apresentados resultado de trabalhos apresentados em Cadernos Negros foram surgin-em Cadernos Negros foram surgin-do oportunidades de participação do oportunidades de participação em antologias publicadas na Alema-em antologias publicadas na Alema-nha, nos Estados Unidos, na Ingla-nha, nos Estados Unidos, na Ingla-terra, em Moçambique e na África terra, em Moçambique e na África do Sul. Em 2003, publiquei minha do Sul. Em 2003, publiquei minha primeira obra individual, o romance primeira obra individual, o romance Ponciá VicêncioPonciá Vicêncio, que foi traduzido para , que foi traduzido para o inglês pela Host Publications, em o inglês pela Host Publications, em 2007. A obra foi um dos livros indi-2007. A obra foi um dos livros indi-cados para o vestibular da UFMG, cados para o vestibular da UFMG, do CEFET e de mais quatro insti-do CEFET e de mais quatro insti-tuições universitárias mineiras, em tuições universitárias mineiras, em 2008. Em 2010 foi indicado para o 2008. Em 2010 foi indicado para o vestibular da Universidade Estadu-vestibular da Universidade Estadu-

continued from pg. 1

”“

aprendi a amar as pala-vras e o silêncio que me leva a buscar por elas e encontrá-las

”““““

não há como ficar imune aos acontecimentos que nos cercam

Page 3: PN Spring 2013 - cdn.ymaws.com · nno sentido mais amplo da palavra, e tam-o sentido mais amplo da palavra, e tam- ... ggrupo, que era a Cruzada Infantil, rupo, que era a Cruzada

V O L U M E 2 6 N U M B E R 2 – S P R I N G 2 0 1 3 T H E P O R T U G U E S E N E W S L E T T E RT

he American Association of T

eachers of Spanish and Portuguese

3

Letras. Outros escritores que des-Letras. Outros escritores que des-cobri ou redescobri em meus estu-cobri ou redescobri em meus estu-dos sobre a literatura afro-brasileira: dos sobre a literatura afro-brasileira: Lima Barreto, Machado de Assis, Lima Barreto, Machado de Assis, Luiz Gama, Cruz e Souza, Solano Luiz Gama, Cruz e Souza, Solano Trindade, Adão Ventura, Edimil-Trindade, Adão Ventura, Edimil-son de Almeida, Waldemar Euzébio, son de Almeida, Waldemar Euzébio, Oswaldo de Camargo, Cuti, Olivei-Oswaldo de Camargo, Cuti, Olivei-ra Silveira, Marcio Barbosa, Alan da ra Silveira, Marcio Barbosa, Alan da Rosa e outros. E a legião de mulhe-Rosa e outros. E a legião de mulhe-res: Maria Firmina dos Reis, Geni res: Maria Firmina dos Reis, Geni Guimarães, Miriam Alves, Esmeral-Guimarães, Miriam Alves, Esmeral-da Ribeiro, Ana Cruz, Alzira Rufi no, da Ribeiro, Ana Cruz, Alzira Rufi no, Ana Maria Gonçalves, Elizandra Ana Maria Gonçalves, Elizandra Souza, Nina Silva, Cristiane Sobral, Souza, Nina Silva, Cristiane Sobral, Elisabete Nascimento, Lívia Natália, Elisabete Nascimento, Lívia Natália, Cidinha da Silva e outras. Mas, com Cidinha da Silva e outras. Mas, com certeza, assim como a oralidade da certeza, assim como a oralidade da cultura afro-mineira infl uencia, ou cultura afro-mineira infl uencia, ou melhor, marca a minha escrita, as lei-melhor, marca a minha escrita, as lei-turas feitas devem passear também turas feitas devem passear também em minha escrita.em minha escrita.

LM – Qual foi o papel de sua família no LM – Qual foi o papel de sua família no seu contexto literário?seu contexto literário?

CE – O papel de minha família no CE – O papel de minha família no meu contexto literário foi de pro-meu contexto literário foi de pro-porcionar uma origem. Tenho repe-porcionar uma origem. Tenho repe-tido que não nasci rodeada de livros, tido que não nasci rodeada de livros, nasci rodeada de palavras. Na minha nasci rodeada de palavras. Na minha casa sempre falamos muito, minha casa sempre falamos muito, minha mãe nos contava histórias, cantava mãe nos contava histórias, cantava conosco, fazia brincadeiras, cons-conosco, fazia brincadeiras, cons-truía nossas bonecas... Não tínha-truía nossas bonecas... Não tínha-mos rádio e a televisão nem existia mos rádio e a televisão nem existia naquele tempo. Foi ela também que naquele tempo. Foi ela também que me despertou para a maravilha da me despertou para a maravilha da leitura, folheando revistas, mostran-leitura, folheando revistas, mostran-do gravuras para as fi lhas, etc. E nos do gravuras para as fi lhas, etc. E nos colocando na escola, desde o jardim colocando na escola, desde o jardim de infância. Tive uma tia, a que me de infância. Tive uma tia, a que me criou, irmã de minha mãe, e meu tio, criou, irmã de minha mãe, e meu tio, esposo dela; os dois tinham histórias esposo dela; os dois tinham histórias familiares que guardavam uma me-familiares que guardavam uma me-mória da escravidão. Esse meu tio mória da escravidão. Esse meu tio morreu com quase 93 anos nos fi nais morreu com quase 93 anos nos fi nais dos anos sessenta... A experiência e dos anos sessenta... A experiência e o ato de contar e de ouvir histórias o ato de contar e de ouvir histórias

despertaram em mim o gosto pelas despertaram em mim o gosto pelas palavras, pela melodia, pelos sons da palavras, pela melodia, pelos sons da fala, pela linguagem. Meu tio, princi-fala, pela linguagem. Meu tio, princi-palmente, fazia gestos, emitia ruídos, palmente, fazia gestos, emitia ruídos, batia os pés no chão, estalava as pal-batia os pés no chão, estalava as pal-mas, batia nas portas... Eu escutava, mas, batia nas portas... Eu escutava, sentia e vivia cada história intensa-sentia e vivia cada história intensa-mente. Da fala de minha mãe, de mente. Da fala de minha mãe, de minha tia, do meu tio, das falantes minha tia, do meu tio, das falantes brincadeiras com minhas irmãs, das brincadeiras com minhas irmãs, das conversas escutadas dos vizinhos, conversas escutadas dos vizinhos, creio que daí aprendi a amar as pa-creio que daí aprendi a amar as pa-

lavras e o silêncio que me leva lavras e o silêncio que me leva

a buscar por elas e encontrá-las. a buscar por elas e encontrá-las. A minha escrita nasce da experiência A minha escrita nasce da experiência de uma oralidade vivida no interior de uma oralidade vivida no interior da minha família, acompanhada do da minha família, acompanhada do exercício de leitura que me encantou exercício de leitura que me encantou desde criança. Houve um momento desde criança. Houve um momento importante em meu processo de lei-importante em meu processo de lei-tura. Foi quando, por volta dos 13 tura. Foi quando, por volta dos 13 anos, ganhei a vasta biblioteca de anos, ganhei a vasta biblioteca de minha cidade. Uma de minhas tias minha cidade. Uma de minhas tias foi trabalhar na portaria da Bibliote-foi trabalhar na portaria da Bibliote-ca Pública de Belo Horizonte e eu ca Pública de Belo Horizonte e eu tinha livre e total acesso àquela casa tinha livre e total acesso àquela casa dos livros. E então, com todo arse-dos livros. E então, com todo arse-nal de uma oralidade que eu trazia de nal de uma oralidade que eu trazia de casa e mais a leitura que mais tarde casa e mais a leitura que mais tarde fui descobrindo, tudo me provocou fui descobrindo, tudo me provocou o desejo de escrita.o desejo de escrita.

LM – O que mudou essencialmente na so-LM – O que mudou essencialmente na so-ciedade brasileira desde 1980, período de ciedade brasileira desde 1980, período de efervescência dos movimentos pela igualda-efervescência dos movimentos pela igualda-de racial?de racial?

CE – O que mudou, e forjado pelas CE – O que mudou, e forjado pelas ações do MN, foi a maneira de en-ações do MN, foi a maneira de en-carar as relações raciais na sociedade carar as relações raciais na sociedade brasileira. Desde os anos 40 e mes-brasileira. Desde os anos 40 e mes-mo antes, já havia vozes, como a de mo antes, já havia vozes, como a de Abdias Nascimento, com o “Teatro Abdias Nascimento, com o “Teatro Experimental do Negro” e outras Experimental do Negro” e outras atividades que buscavam denunciar atividades que buscavam denunciar o racismo no Brasil. Mas o mito o racismo no Brasil. Mas o mito da “Democracia Racial Brasileira” da “Democracia Racial Brasileira” ganhava corpo e se fortalecia, prin-ganhava corpo e se fortalecia, prin-cipalmente entre os brancos. Inte-cipalmente entre os brancos. Inte-lectuais, escritores, professores, po-lectuais, escritores, professores, po-líticos, uma parte silenciosa do povo, líticos, uma parte silenciosa do povo, todos tentavam “tapar o sol com a todos tentavam “tapar o sol com a peneira”. E o Brasil seguia dando peneira”. E o Brasil seguia dando exemplos de como uma sociedade exemplos de como uma sociedade podia viver democraticamente as podia viver democraticamente as diferenças raciais existentes em um diferenças raciais existentes em um país. [Aqui vale uma observação, país. [Aqui vale uma observação, estamos falando de raça, a partir de estamos falando de raça, a partir de um construto social. Todos nós sa-um construto social. Todos nós sa-bemos que, do ponto de vista da ge-bemos que, do ponto de vista da ge-

nética, “raças” específi cas não exis-nética, “raças” específi cas não exis-tem]. A falácia brasileira, quanto tem]. A falácia brasileira, quanto ao assunto, era tão grande que, ao assunto, era tão grande que,

durante décadas, o comportamen-to brasileiro serviu de exemplo para to brasileiro serviu de exemplo para os confl itos raciais que os Estados os confl itos raciais que os Estados Unidos e a África do Sul enfrenta-Unidos e a África do Sul enfrenta-vam. Só, que nós, negros, sabíamos, vam. Só, que nós, negros, sabíamos, que a base dessa democracia racial que a base dessa democracia racial era falsa, assim como muitos bran-era falsa, assim como muitos bran-cos conscientes e sinceros sabiam cos conscientes e sinceros sabiam também. Na década de 70 come-também. Na década de 70 come-çou uma virada no pensamento da çou uma virada no pensamento da militância negra. Naquele momento militância negra. Naquele momento nos chegavam os ecos do Movimen-nos chegavam os ecos do Movimen-to da Negritude, que haviam sido to da Negritude, que haviam sido empreendidos por Senghor, Aimé empreendidos por Senghor, Aimé Cesaire e outros. Chegavam o pen-Cesaire e outros. Chegavam o pen-samento de Francis Fanon, os ide-samento de Francis Fanon, os ide-ais de Nelson Mandela—mesmo ais de Nelson Mandela—mesmo preso—a luta empreendida pelos preso—a luta empreendida pelos negros americanos pelos direitos negros americanos pelos direitos civis, as guerras de descolonização civis, as guerras de descolonização das antigas colônias portuguesas; das antigas colônias portuguesas; tudo somava-se à nossa experiência tudo somava-se à nossa experiência de negros brasileiros. Foi um tem-de negros brasileiros. Foi um tem-po muito frutífero, em que afi rmá-po muito frutífero, em que afi rmá-

Destaque, continued from pg. 2

” d

qualquer brasileiro… seja ele negro ou bran-co, só se for muito cínico para negar a existência de racismo na sociedade brasileira

continued on pg. 4

Page 4: PN Spring 2013 - cdn.ymaws.com · nno sentido mais amplo da palavra, e tam-o sentido mais amplo da palavra, e tam- ... ggrupo, que era a Cruzada Infantil, rupo, que era a Cruzada

The

Am

eric

an A

ssoc

iati

on o

f T

each

ers

of S

pani

sh a

nd P

ortu

gues

eV O L U M E 2 6 N U M B E R 2 – S P R I N G 2 0 1 3T H E P O R T U G U E S E N E W S L E T T E R

4 continued on pg. 5

Destaque, continued from pg. 3

vamos a nossa condição de negros vamos a nossa condição de negros brasileiros, vítimas do racismo e, ao brasileiros, vítimas do racismo e, ao mesmo tempo, louvávamos a nossa mesmo tempo, louvávamos a nossa descendência dos povos africanos. descendência dos povos africanos. Nesse contexto surge, em 1978, o Nesse contexto surge, em 1978, o Movimento Negro Unifi cado contra Movimento Negro Unifi cado contra a Discriminação Racial, que passou a Discriminação Racial, que passou a ser conhecido como MNU. Essa a ser conhecido como MNU. Essa conduta ideológica foi se aprofun-conduta ideológica foi se aprofun-dando e amadurecendo nos anos dando e amadurecendo nos anos 80. Intelectuais negros, mulheres e 80. Intelectuais negros, mulheres e homens das mais diversas áreas do homens das mais diversas áreas do conhecimento como história, edu-conhecimento como história, edu-cação, literatura, geografi a e sociolo-cação, literatura, geografi a e sociolo-gia, pensavam, escreviam, discutiam gia, pensavam, escreviam, discutiam sobre o racismo brasileiro. Pessoas sobre o racismo brasileiro. Pessoas presentes nos mais diferentes luga-presentes nos mais diferentes luga-res sociais e culturais: nos partidos res sociais e culturais: nos partidos políticos, na igreja católica, nos espa-políticos, na igreja católica, nos espa-ços das religiões de matrizes africa-ços das religiões de matrizes africa-nas, em algumas igrejas evangélicas, nas, em algumas igrejas evangélicas, em algumas escolas de samba, em em algumas escolas de samba, em blocos afros, enfaticamente denun-blocos afros, enfaticamente denun-ciavam o racismo existente no Bra-ciavam o racismo existente no Bra-sil, desconstruindo o mito da nossa sil, desconstruindo o mito da nossa democracia racial. Algumas pessoas democracia racial. Algumas pessoas brancas, aliadas, prestavam solidarie-brancas, aliadas, prestavam solidarie-dade à nossa luta. Todos impulsiona-dade à nossa luta. Todos impulsiona-dos pelos discursos do Movimento dos pelos discursos do Movimento Negro e pela persistência e coragem Negro e pela persistência e coragem de seus militantes. Aquele momento de seus militantes. Aquele momento se constituiu como um passo funda-se constituiu como um passo funda-mental na luta da comunidade negra mental na luta da comunidade negra brasileira. Pois, como falar do racis-brasileira. Pois, como falar do racis-mo e suas consequências, se esse ra-mo e suas consequências, se esse ra-cismo era negado em sua existência? cismo era negado em sua existência? Hoje, qualquer brasileiro que tenha Hoje, qualquer brasileiro que tenha uma consciência média da realidade, uma consciência média da realidade, seja ele negro ou branco, só se for seja ele negro ou branco, só se for muito cínico para negar a existência muito cínico para negar a existência de racismo na sociedade brasileira. de racismo na sociedade brasileira. E não adianta sair pela tangente in-E não adianta sair pela tangente in-dicando que o racismo existente em dicando que o racismo existente em outros países é pior. Nenhum tipo outros países é pior. Nenhum tipo de racismo é bom. Todo racismo é de racismo é bom. Todo racismo é ruim. Todo comportamento, seja ele ruim. Todo comportamento, seja ele de um indivíduo, de um grupo, de de um indivíduo, de um grupo, de uma instituição, de um estado que uma instituição, de um estado que promova a exclusão, a segregação promova a exclusão, a segregação do outro, que sonegue o direito do do outro, que sonegue o direito do

outro como pessoa, é ruim. E do ra-outro como pessoa, é ruim. E do ra-cismo, como forma de exclusão do cismo, como forma de exclusão do negro, podemos pensar em outros negro, podemos pensar em outros modos de segregar o indivíduo, que modos de segregar o indivíduo, que se dão pelo fato da pessoa ser indí-se dão pelo fato da pessoa ser indí-gena, ser cigana, ser homossexual, gena, ser cigana, ser homossexual, ser estrangeira, etc. E ainda existe o ser estrangeira, etc. E ainda existe o preconceito de gênero, as mulheres preconceito de gênero, as mulheres sabem muito bem o que é isso. E sabem muito bem o que é isso. E mulheres negras e pobres conhecem mulheres negras e pobres conhecem então uma forma variada de exclu-então uma forma variada de exclu-são. Toda forma de exclusão do ou-são. Toda forma de exclusão do ou-tro deve ser combatida.tro deve ser combatida.

LM – Em termos das mudanças ocorri-LM – Em termos das mudanças ocorri-das, o que pode ser atribuído aos últimos das, o que pode ser atribuído aos últimos governos e o que pode ser atribuído a ati-governos e o que pode ser atribuído a ati-vistas que, individualmente, deixaram seu vistas que, individualmente, deixaram seu recado ao Brasil?recado ao Brasil?

CE – O que pode ser atribuído aos CE – O que pode ser atribuído aos últimos governos, um dos posicio-últimos governos, um dos posicio-namentos importantes aconteceu namentos importantes aconteceu no governo do Fernando Henrique, no governo do Fernando Henrique, quando ele, enquanto presidente da quando ele, enquanto presidente da nação, assumiu que o Brasil era um nação, assumiu que o Brasil era um país racista. Entretanto, o momen-país racista. Entretanto, o momen-to mais importante aconteceu no to mais importante aconteceu no governo Lula, com a instituição da governo Lula, com a instituição da Lei 10/639 de 2003, que instituiu Lei 10/639 de 2003, que instituiu o ensino da história e das culturas o ensino da história e das culturas africanas e afro-brasileira no currí-africanas e afro-brasileira no currí-culo do 1º e do 2º graus das esco-culo do 1º e do 2º graus das esco-las ofi ciais e particulares do Brasil. las ofi ciais e particulares do Brasil. Essa mesma lei foi ampliada pela Lei Essa mesma lei foi ampliada pela Lei 11.645 de 2008, que abarca o ensino 11.645 de 2008, que abarca o ensino da história e das culturas indígenas da história e das culturas indígenas brasileiras. Uma medida fundamen-brasileiras. Uma medida fundamen-tal no sentido de respostas à luta ne-tal no sentido de respostas à luta ne-gra brasileira se deu, recentemente gra brasileira se deu, recentemente no governo atual de Dilma Rousse-no governo atual de Dilma Rousse-ff. A regulamentação do sistema de ff. A regulamentação do sistema de cotas nas universidades públicas. O cotas nas universidades públicas. O que precisa ser entendido é que es-que precisa ser entendido é que es-sas medidas não acontecem da noite sas medidas não acontecem da noite para o dia. Elas refl etem, ou melhor, para o dia. Elas refl etem, ou melhor, são frutos de longos anos de luta. Há são frutos de longos anos de luta. Há outro dado a observar, os compro-outro dado a observar, os compro-missos assumidos pelos governos missos assumidos pelos governos

e seus representantes nos assentos e seus representantes nos assentos das grandes conferências internacio-das grandes conferências internacio-nais, presididas pela ONU, como: a nais, presididas pela ONU, como: a I Conferência Mundial de Combate I Conferência Mundial de Combate ao Racismo e à Discriminação, 1978, ao Racismo e à Discriminação, 1978, em Genebra; a II Conferência Mun-em Genebra; a II Conferência Mun-dial para o Combate ao Racismo e dial para o Combate ao Racismo e à Discriminação, 1983, em Genebra; à Discriminação, 1983, em Genebra; a III Conferência Mundial contra o a III Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Intolerância Correla-Xenofobia e Intolerância Correla-ta, 2001, em Durban, e que devem ta, 2001, em Durban, e que devem se transformar em medidas efetivas se transformar em medidas efetivas na política do país. Na conferência na política do país. Na conferência de Durban houve uma signifi cati-de Durban houve uma signifi cati-va presença de afro-brasileiros, im-va presença de afro-brasileiros, im-portantes quadros compostos por portantes quadros compostos por militantes, pesquisadores, ONG militantes, pesquisadores, ONG e outros setores. Várias ações go-e outros setores. Várias ações go-vernamentais brasileiras que obje-vernamentais brasileiras que obje-tivam a promoção dos direitos dos tivam a promoção dos direitos dos afrodescendentes e igualdade racial afrodescendentes e igualdade racial foram realizadas a partir da confe-foram realizadas a partir da confe-rência de Durban. Mas na origem rência de Durban. Mas na origem de tudo está a luta, o compromisso de tudo está a luta, o compromisso individual e coletivo da militância individual e coletivo da militância negra brasileira. Talvez para uma negra brasileira. Talvez para uma melhor compreensão do que acon-melhor compreensão do que acon-tece nos dias atuais, em relação à luta tece nos dias atuais, em relação à luta contra o racismo e por igualdade ra-contra o racismo e por igualdade ra-cial, seja interessante observar o que cial, seja interessante observar o que anda acontecendo em toda América anda acontecendo em toda América Latina. Há uma movimentação polí-Latina. Há uma movimentação polí-tica levada pelos afro-colombianos, tica levada pelos afro-colombianos, afro-argentinos, afro-chilenos, afro-afro-argentinos, afro-chilenos, afro--peruanos; em síntese, pelos povos -peruanos; em síntese, pelos povos da diáspora africana que povoaram e da diáspora africana que povoaram e ativamente construíram, ao lado dos ativamente construíram, ao lado dos povos indígenas e dos colonizado-povos indígenas e dos colonizado-res, as Américas.res, as Américas.

LM – Os brasileiros, em geral, dizem que LM – Os brasileiros, em geral, dizem que o Brasil não tem heróis, que o Brasil pre-o Brasil não tem heróis, que o Brasil pre-cisa de heróis, querendo dizer com isso que cisa de heróis, querendo dizer com isso que não temos ‘bons exemplos.’ Você concorda não temos ‘bons exemplos.’ Você concorda com essa afi rmação? Quem, em sua opi-com essa afi rmação? Quem, em sua opi-nião são os grandes heróis do Brasil?nião são os grandes heróis do Brasil?

Page 5: PN Spring 2013 - cdn.ymaws.com · nno sentido mais amplo da palavra, e tam-o sentido mais amplo da palavra, e tam- ... ggrupo, que era a Cruzada Infantil, rupo, que era a Cruzada

V O L U M E 2 6 N U M B E R 2 – S P R I N G 2 0 1 3 T H E P O R T U G U E S E N E W S L E T T E RT

he American Association of T

eachers of Spanish and Portuguese

5

Destaque, continued from pg. 4

CE – O conceito de herói é muito amplo e eu diria que defi nir alguém amplo e eu diria que defi nir alguém como herói, no caso de determina-como herói, no caso de determina-dos eventos históricos, depende de dos eventos históricos, depende de que lugar você se coloca para ler a que lugar você se coloca para ler a história ofi cial. É preciso indagar história ofi cial. É preciso indagar também quem escreve a história. também quem escreve a história. Um exemplo clássico e que está li-Um exemplo clássico e que está li-gado à trajetória dos africanos e seus gado à trajetória dos africanos e seus descendentes no Brasil, é a narrati-descendentes no Brasil, é a narrati-va ofi cial sobre a “libertação” dos va ofi cial sobre a “libertação” dos escravos. A Princesa Isabel aparece escravos. A Princesa Isabel aparece na História do Brasil como a “Re-na História do Brasil como a “Re-dentora”, a que libertou os escravos. dentora”, a que libertou os escravos. Entretanto, dois fatores apontados Entretanto, dois fatores apontados por alguns historiadores não podem por alguns historiadores não podem ser menosprezados para se chegar a ser menosprezados para se chegar a uma compreensão mais ampla sobre uma compreensão mais ampla sobre a missão “redentora” da Princesa. a missão “redentora” da Princesa. Um deles é o fato de que a Monar-Um deles é o fato de que a Monar-quia se encontrava ameaçada pela quia se encontrava ameaçada pela constante fuga em massa de escra-constante fuga em massa de escra-vos. O outro é que fortes interesses vos. O outro é que fortes interesses econômicos pediam uma mão-de-econômicos pediam uma mão-de--obra livre para a lavoura cafeeira. O -obra livre para a lavoura cafeeira. O evento histórico sobre a “Abolição” evento histórico sobre a “Abolição” da escravatura já nos coloca algu-da escravatura já nos coloca algu-mas questões sobre a concepção de mas questões sobre a concepção de herói. A quem conferir o papel de herói. A quem conferir o papel de herói? À “Redentora” ou aos vários herói? À “Redentora” ou aos vários líderes quilombolas como: Zumbi líderes quilombolas como: Zumbi dos Palmares, Manoel Gongo, Ne-dos Palmares, Manoel Gongo, Ne-gro Rugério, Rei Ambrósio, dentre gro Rugério, Rei Ambrósio, dentre outros? Quem é o herói: Zumbi, outros? Quem é o herói: Zumbi, que governou a República de Pal-que governou a República de Pal-mares, que durou quase 100 anos ou mares, que durou quase 100 anos ou Domingos Jorge Velho, que invadiu Domingos Jorge Velho, que invadiu Palmares? A líder quilombola Za-Palmares? A líder quilombola Za-cimba Gaba, dentre outras, é conhe-cimba Gaba, dentre outras, é conhe-cida como heroína? E Maria Felipa, cida como heroína? E Maria Felipa, participante ativa das lutas de Inde-participante ativa das lutas de Inde-pendência da Bahia? Guairacá, Sepé pendência da Bahia? Guairacá, Sepé Tiaruju e Aimberê, líderes indígenas Tiaruju e Aimberê, líderes indígenas que enfrentaram os portugueses e que enfrentaram os portugueses e outros povos se defendendo contra outros povos se defendendo contra a invasão colonizatória, estão inscri-a invasão colonizatória, estão inscri-tos como heróis nacionais? Talvez, tos como heróis nacionais? Talvez, para sairmos da descrença de que o para sairmos da descrença de que o Brasil não tem heróis e mesmo para Brasil não tem heróis e mesmo para entender a construção da heroici-entender a construção da heroici-

dade de muitos pelo registro dade de muitos pelo registro ofi cial, seria preciso buscar a história ofi cial, seria preciso buscar a história subterrânea, a narrativa sufocada, os subterrânea, a narrativa sufocada, os heróis do passado e do presente. E heróis do passado e do presente. E mais do que isso, prestar atenção no mais do que isso, prestar atenção no coditiano do povo brasileiro. Há he-coditiano do povo brasileiro. Há he-róis e heroínas que não fazem alar-róis e heroínas que não fazem alar-des de suas ações. des de suas ações.

LM – Você tem visitado muitas universi-LM – Você tem visitado muitas universi-dades americanas como escritora residente, dades americanas como escritora residente, feito muitas palestras, e seu trabalho é co-feito muitas palestras, e seu trabalho é co-nhecido aqui por estudantes e professores nhecido aqui por estudantes e professores que nutrem uma profunda admiração por que nutrem uma profunda admiração por você como pessoa e como escritora. Qual é você como pessoa e como escritora. Qual é sua mensagem para eles?sua mensagem para eles?

CE – Talvez um dos antídotos que CE – Talvez um dos antídotos que aprendi a utilizar na vida, seja a vo-aprendi a utilizar na vida, seja a vo-cação para ser feliz. E aprendi em cação para ser feliz. E aprendi em casa, lição de família. Ultimamente, casa, lição de família. Ultimamente, tenho observado um número cada tenho observado um número cada vez crescente de pessoas que entram vez crescente de pessoas que entram em estado de depressão. E fi co per-em estado de depressão. E fi co per-guntando o porquê. Não sou nenhu-guntando o porquê. Não sou nenhu-ma ingênua, não nego o sofrimen-ma ingênua, não nego o sofrimen-to, as angústias e a solidão humana. to, as angústias e a solidão humana. E quando falo de felicidade, estou E quando falo de felicidade, estou pensando no exercício diário para pensando no exercício diário para sobrepujar as dores. A vida pode ser sobrepujar as dores. A vida pode ser um exercício de sobrepujar as dores um exercício de sobrepujar as dores ou ser uma destrutiva conduta, a de ou ser uma destrutiva conduta, a de

ampliar qualquer dor até o infi nito. ampliar qualquer dor até o infi nito. Assim como lamentamos muitas Assim como lamentamos muitas vezes a vida, precisamos bendizer vezes a vida, precisamos bendizer a existência. Eu bendigo a vida. E a existência. Eu bendigo a vida. E creio que o ato de bendizer a vida creio que o ato de bendizer a vida torna a pessoa receptiva para os in-torna a pessoa receptiva para os in-fi nitos milagres do dia a dia...O en-fi nitos milagres do dia a dia...O en-contro fraterno, por exemplo, com contro fraterno, por exemplo, com uma pessoa, que no primeiro mo-uma pessoa, que no primeiro mo-mento, nos parece tão distante e tão mento, nos parece tão distante e tão diferente de nós.diferente de nós.

LM – Seu último lançamento LM – Seu último lançamento Insub-Insub-missas lágrimas de mulheresmissas lágrimas de mulheres, de 2011, é , de 2011, é um livro de contos. Em que proje-um livro de contos. Em que proje-

tos você está engajada, no momen-tos você está engajada, no momen-to?to?

CE – Em mais de um projeto e gos-CE – Em mais de um projeto e gos-taria de cumprir todos. Um deles é taria de cumprir todos. Um deles é estudar inglês, para facilitar o con-estudar inglês, para facilitar o con-vívio que tenho tido nos Estados vívio que tenho tido nos Estados Unidos. Quero também continuar Unidos. Quero também continuar escrevendo dois romances come-escrevendo dois romances come-çados e que esperam por mim, na çados e que esperam por mim, na minha mesa de trabalho e na men-minha mesa de trabalho e na men-te... Gostaria ainda de produzir um te... Gostaria ainda de produzir um livro de ensaio a partir de textos que livro de ensaio a partir de textos que tenho apresentado em seminários, tenho apresentado em seminários, conferências e outros encontros. conferências e outros encontros. E, igualmente, atender aos convites E, igualmente, atender aos convites desse ano, que já estão feitos, para desse ano, que já estão feitos, para ministrar cursos e palestras.ministrar cursos e palestras.

“o

seria preciso buscar a história subterrânea, a narrativa sufocada… E mais do que isso, prestar atenção no coditiano do povo brasileiro. Há he-róis e heroínas que não fazem alardes de suas ações

Page 6: PN Spring 2013 - cdn.ymaws.com · nno sentido mais amplo da palavra, e tam-o sentido mais amplo da palavra, e tam- ... ggrupo, que era a Cruzada Infantil, rupo, que era a Cruzada

The

Am

eric

an A

ssoc

iati

on o

f T

each

ers

of S

pani

sh a

nd P

ortu

gues

eV O L U M E 2 6 N U M B E R 2 – S P R I N G 2 0 1 3T H E P O R T U G U E S E N E W S L E T T E R

6

ETC...EMERGENT BRAZIL EMERGENT BRAZIL The 62nd Annual Conference of The 62nd Annual Conference of the University of Florida Center the University of Florida Center for Latin American Studies in as-for Latin American Studies in as-sociation with Centro de Pesquisas sociation with Centro de Pesquisas e Documentação de História Con-e Documentação de História Con-temporânea do Brasil, Fundação temporânea do Brasil, Fundação Getúlio Vargas took place in Febru-Getúlio Vargas took place in Febru-ary 14-15, 2013. Keynote speakers ary 14-15, 2013. Keynote speakers were Marshall Eakin (Vanderbilt) were Marshall Eakin (Vanderbilt) and Marcelo Neri (FGV). and Marcelo Neri (FGV).

CELPE-BRASCELPE-BRASThe fi rst meeting for coordinators The fi rst meeting for coordinators of the Brazilian Portuguese Pro-of the Brazilian Portuguese Pro-fi ciency Exam (Celpe-Bras) took fi ciency Exam (Celpe-Bras) took place in Brasília in December 2012. place in Brasília in December 2012. Pictured from left to right: Débora Pictured from left to right: Débora Ferreira (Utah Valley University), Ferreira (Utah Valley University), Augusta Vono (Florida International Augusta Vono (Florida International University), and Mary Risner (Uni-University), and Mary Risner (Uni-versity of Florida).versity of Florida).

UNIVERSITY OF MASSA-UNIVERSITY OF MASSA-CHUSETTS, DARTMOUTHCHUSETTS, DARTMOUTHThere was a bilingual poetry read-There was a bilingual poetry read-ing by distinguished contempo-ing by distinguished contempo-rary Afro-Brazilian poet Salgado rary Afro-Brazilian poet Salgado Maranhão, accompanied by the Maranhão, accompanied by the translator Alexis Levitin in Sep-translator Alexis Levitin in Sep-tember 2012. Maranhão received tember 2012. Maranhão received Brazil’s prestigious Prêmio Jabuti Brazil’s prestigious Prêmio Jabuti

in 1999 for his book Mural of the in 1999 for his book Mural of the Winds (1998) and most recently re-Winds (1998) and most recently re-ceived Brazil’s highest literary award, ceived Brazil’s highest literary award, the Brazilian Academy of Letters the Brazilian Academy of Letters Prize, for his collection The Color Prize, for his collection The Color of the Word (2011). Maranhão has of the Word (2011). Maranhão has also written song lyrics and made also written song lyrics and made recordings with some of Brazil’s recordings with some of Brazil’s leading jazz and pop musicians. leading jazz and pop musicians.

Alexis Levitin has been translating Alexis Levitin has been translating Brazilian and Portuguese poetry Brazilian and Portuguese poetry since 1974. His most recent book is since 1974. His most recent book is Salgado Maranhão’s Salgado Maranhão’s Blood of the SunBlood of the Sun (Milkweed Editions, 2012).(Milkweed Editions, 2012).

BRASABRASAThe XI Congress of BRASA took The XI Congress of BRASA took place at the University of Illinois, place at the University of Illinois, Urbana-Champaign on September Urbana-Champaign on September 6-8, 2012, bringing scholars of His-6-8, 2012, bringing scholars of His-tory, Sociology, Literature, Politics, tory, Sociology, Literature, Politics, and other areas from Brazil and and other areas from Brazil and U.S.A. U.S.A.

UNIVERSITY OF VERMONTUNIVERSITY OF VERMONT

The 19th Hispanic Forum of the The 19th Hispanic Forum of the UVM took place on October 12-13, UVM took place on October 12-13,

2013, with emphasis this year 2013, with emphasis this year on Brazil and UVM. Keynote on Brazil and UVM. Keynote speaker was Luci Moreira speaker was Luci Moreira (College of Charleston), who (College of Charleston), who talked about the importance talked about the importance of Portuguese for global of Portuguese for global communication. The event communication. The event also brought Patience Epps, also brought Patience Epps, University of Texas, Austin, University of Texas, Austin, who talked about Portuguese who talked about Portuguese and Indigenous languages of and Indigenous languages of the Brazilian Amazon.the Brazilian Amazon.

continued on pg. 7

above: Salgado Maranhão, Alexis Levitin

above: Celpe coordinators: Débora Ferreira, Augusta Vono and Mary Risner.

above: Juan Maura, UVM

above: Charles Perrone, Thomas Garcia, and Luciano Tosta at BRASA

above: BRASA Lifetime Contribution Award recipient Richard Graham

Page 7: PN Spring 2013 - cdn.ymaws.com · nno sentido mais amplo da palavra, e tam-o sentido mais amplo da palavra, e tam- ... ggrupo, que era a Cruzada Infantil, rupo, que era a Cruzada

V O L U M E 2 6 N U M B E R 2 – S P R I N G 2 0 1 3 T H E P O R T U G U E S E N E W S L E T T E RT

he American Association of T

eachers of Spanish and Portuguese

7

berto Moser as program organizers. berto Moser as program organizers. APSA keynote speakers were Karen APSA keynote speakers were Karen Tei Yamashita, Ana Maria Gon-Tei Yamashita, Ana Maria Gon-çalves, Onésimo Almeida, and Ana çalves, Onésimo Almeida, and Ana Luísa Amaral.Luísa Amaral.

APSAAPSAWith more than 150 pre-With more than 150 pre-sentations from Brazil, sentations from Brazil, U.S., England, and Portu-U.S., England, and Portu-gal, the VIII APSA Inter-gal, the VIII APSA Inter-national Conference took national Conference took place at the Uni-place at the Uni-versity of Iowa, versity of Iowa, in Iowa City on in Iowa City on October 2-4, October 2-4, 2012. The event, 2012. The event, under the lead-under the lead-ership of Luiz ership of Luiz Fernando Va-Fernando Va-lente, had Maria lente, had Maria José Somerlate José Somerlate Barbosa as local Barbosa as local organizer and L. organizer and L. Moreira and Ro-Moreira and Ro-

IN MEMORIAM

John “Jack” P. LoielloJohn “Jack” P. Loiello

February 16, 2013. Jack served in both the Carter and Clinton Admin-February 16, 2013. Jack served in both the Carter and Clinton Admin-istrations and was a founder for the National Endowment for Democ-istrations and was a founder for the National Endowment for Democ-racy as well as the fi rst head of the National Democratic Institute for racy as well as the fi rst head of the National Democratic Institute for International Affairs. He was a well-known international consultant, International Affairs. He was a well-known international consultant, having worked closely with FLAD for many years. His love for the having worked closely with FLAD for many years. His love for the Portuguese language and his dedication to the dissemination of the Portuguese language and his dedication to the dissemination of the Portuguese inspired many endeavors. He will be greatly missed.Portuguese inspired many endeavors. He will be greatly missed.

Etc, continued from pg. 6

above: Cristiane Cardaretti, incoming APSA President Ana Paula Ferreira, and Rosália Diogo

above: UVM faculty Débora Teixeira and Ignacio López-Vicuña

above: Rosa Martelo, Joana M. Frias, Luiz Fernando Valente, and Izabel Margato at APSA

above: participants at APSA

above: Maria José Somerlate Barbosa and staff display works from the University of Iowa’s Special Collections

above: Guilherme Ribeiro, Madalena Machado and Olimpia Rosenthal at BRASA

Page 8: PN Spring 2013 - cdn.ymaws.com · nno sentido mais amplo da palavra, e tam-o sentido mais amplo da palavra, e tam- ... ggrupo, que era a Cruzada Infantil, rupo, que era a Cruzada

The

Am

eric

an A

ssoc

iati

on o

f T

each

ers

of S

pani

sh a

nd P

ortu

gues

eV O L U M E 2 6 N U M B E R 2 – S P R I N G 2 0 1 3T H E P O R T U G U E S E N E W S L E T T E R

8

PONTO DE VISTA

I always appreciate the I always appreciate the Portuguese Portuguese NewsletterNewsletter for timely announcements for timely announcements of recently available resources, of recently available resources, from research volumes to peda-from research volumes to peda-gogical materials to fi lms. Increases gogical materials to fi lms. Increases in Portuguese enrollments around in Portuguese enrollments around the United States (Milleret 2012) the United States (Milleret 2012) have led to increased production have led to increased production of both practical and specialized of both practical and specialized books. books. Cinema for Portuguese Conversa-Cinema for Portuguese Conversa-tiontion (Wasserman 2008) is aimed at (Wasserman 2008) is aimed at the intermediate/advanced learner the intermediate/advanced learner and provides a wealth of cultural as and provides a wealth of cultural as well as linguistic knowledge through well as linguistic knowledge through fi lm. fi lm. Working Portuguese for BeginnersWorking Portuguese for Beginners (Rector, Santos & Amorim 2010) supplies vocabulary and expres-supplies vocabulary and expres-sions students will need in the sions students will need in the business world. business world. Pois Não: Brazilian Pois Não: Brazilian Portuguese for Spanish SpeakersPortuguese for Spanish Speakers (Simões (Simões 2008) obviously targets a specifi c 2008) obviously targets a specifi c audience. audience. The Everything Learning Bra-The Everything Learning Bra-zilian Portuguese Bookzilian Portuguese Book (Ferreira 2007) (Ferreira 2007) is geared towards a wider public be-is geared towards a wider public be-yond the classroom. The second edi-yond the classroom. The second edi-tion of tion of Ponto de EncontroPonto de Encontro (Jouët-Pas- (Jouët-Pas-tré et al. 2012) and advanced texts tré et al. 2012) and advanced texts such as such as Um Passo a Mais no Português Um Passo a Mais no Português ModernoModerno (Fagundes 2010) provide (Fagundes 2010) provide further useful classroom materi-further useful classroom materi-als. In addition, important resource als. In addition, important resource volumes have appeared, which also volumes have appeared, which also support our growing programs: support our growing programs: Por-Por-tuguese: A Linguistic Introductiontuguese: A Linguistic Introduction (Aze- (Aze-vedo 2005), vedo 2005), A Frequency Dictionary A Frequency Dictionary of Portugueseof Portuguese (Davies and Preto-Bay (Davies and Preto-Bay 2008) and 2008) and Nova gramática do português Nova gramática do português brasileirobrasileiro (Castilho 2010). And the list (Castilho 2010). And the list goes on. goes on.

One important consideration when One important consideration when

selecting course materials for Por-selecting course materials for Por-tuguese language programs is how tuguese language programs is how vocabulary will be incorporated into vocabulary will be incorporated into the learning context. Often second the learning context. Often second language vocabulary learning is given language vocabulary learning is given short shrift and expected to develop short shrift and expected to develop on its own over time. In teaching on its own over time. In teaching elementary Portuguese—where the elementary Portuguese—where the bulk of our students are found—we bulk of our students are found—we especially need to infuse the learning especially need to infuse the learning context with use, repetition and inte-context with use, repetition and inte-gration, three key elements that sup-gration, three key elements that sup-port vocabulary learning. A fourth port vocabulary learning. A fourth element to be considered is the fre-element to be considered is the fre-quency with which vocabulary items quency with which vocabulary items are used. are used.

USEUSE Learners benefi t from using vocab-Learners benefi t from using vocab-ulary in multiple, real life contexts. ulary in multiple, real life contexts. Encounters or “meetings” (Nation Encounters or “meetings” (Nation 1991) with words should be varied to 1991) with words should be varied to help learners acquire more complete help learners acquire more complete and also different meanings. Even and also different meanings. Even game-like activities can provide valu-game-like activities can provide valu-able practice. Students can “test” able practice. Students can “test” each other asking for the opposites each other asking for the opposites of a list of words. Qual é o oposto of a list of words. Qual é o oposto de rico? (pobre). Lists of opposites de rico? (pobre). Lists of opposites can be drawn from the beginning can be drawn from the beginning textbook and there importance veri-textbook and there importance veri-fi ed in fi ed in A Frequency Dictionary of Por-A Frequency Dictionary of Por-tuguesetuguese (Davies and Preto-Bay 2008). (Davies and Preto-Bay 2008). Each word here is followed by its Each word here is followed by its

frequency ranking: não (11) / sim frequency ranking: não (11) / sim (255); mais (19) / menos (112); mes-(255); mais (19) / menos (112); mes-mo (39) / diferente (205); grande mo (39) / diferente (205); grande (45) / pequeno (139); primeiro (55) (45) / pequeno (139); primeiro (55) / último(134); novo (63) (ou jovem / último(134); novo (63) (ou jovem 324) / velho (287); sempre (74) / 324) / velho (287); sempre (74) / nunca (160); bom (90) / mau (490); nunca (160); bom (90) / mau (490); maior (93) / menor (432); alto (185) maior (93) / menor (432); alto (185) / baixo (244); branco (250) / negro / baixo (244); branco (250) / negro (447). Later activities should pro-(447). Later activities should pro-vide further opportunities to use vide further opportunities to use these words in communicative con-these words in communicative con-texts, such as making comparisons. texts, such as making comparisons.

REPETITIONREPETITION The repetition and recycling of The repetition and recycling of vocabulary are paramount in both vocabulary are paramount in both classroom instruction and home-classroom instruction and home-work. Repetition provides learners work. Repetition provides learners new meetings with words to deepen new meetings with words to deepen learning. One way to build repeti-learning. One way to build repeti-tion into classes is to combine vo-tion into classes is to combine vo-

cabulary from previous units with cabulary from previous units with current materials. For example, us-current materials. For example, us-

ing activity verbs (comercomer, , jogarjogar) from ) from previous chapters, students can ask previous chapters, students can ask classmates what body parts are used classmates what body parts are used to do certain activities: Que partes to do certain activities: Que partes do corpo você usa para comer? → do corpo você usa para comer? → Para comer eu uso a boca e as mãos. Para comer eu uso a boca e as mãos. 1. Para correr? 2. Para tocar piano? 1. Para correr? 2. Para tocar piano? 3. Para jogar basquete?, etc.3. Para jogar basquete?, etc.

INTEGRATIONINTEGRATION Integration can be increased Integration can be increased through project- and performanced-through project- and performanced-based learning. Performance-based based learning. Performance-based assessments allow learners to dem-assessments allow learners to dem-onstrate what they can do with the onstrate what they can do with the language, such as following instruc-language, such as following instruc-tions to complete a food or resolv-tions to complete a food or resolv-

Considerations in Planning Portuguese Vocabulary InstructionConsiderations in Planning Portuguese Vocabulary InstructionPaul Michael ChandlerPaul Michael Chandler

University of HawaiUniversity of Hawaiʻi, Mānoai, Mānoa

continued on pg. 9

” i

“)

learners benefit from us-ing vocabulary in mul-tiple, real life contexts

Page 9: PN Spring 2013 - cdn.ymaws.com · nno sentido mais amplo da palavra, e tam-o sentido mais amplo da palavra, e tam- ... ggrupo, que era a Cruzada Infantil, rupo, que era a Cruzada

V O L U M E 2 6 N U M B E R 2 – S P R I N G 2 0 1 3 T H E P O R T U G U E S E N E W S L E T T E RT

he American Association of T

eachers of Spanish and Portuguese

9

PINGO POÉTICOPINGO POÉTICO

the commonly used Brazilian terms, the commonly used Brazilian terms, esporteesporte (2636) and (2636) and golgol (3955). (3955).

By keeping in mind the three ele-By keeping in mind the three ele-ments of use, repetition and inte-ments of use, repetition and inte-gration of vocabulary, along with gration of vocabulary, along with the importance of the frequency the importance of the frequency of words used in real life, we can of words used in real life, we can strengthen and expand learning to strengthen and expand learning to maintain the growth trends of our maintain the growth trends of our Portuguese programs. Portuguese programs.

Thanks to the Thanks to the Portuguese NewsletterPortuguese Newsletter we we will continue to learn of new pub-will continue to learn of new pub-lications, fi lms and other resources lications, fi lms and other resources as they become available to further as they become available to further benefi t our students’ learning. benefi t our students’ learning.

(bibliographical references are available (bibliographical references are available through Prof. Chandler)through Prof. Chandler)

Metamorfoseando-me sem que eu deixe de ser eu…Metamorfoseando-me sem que eu deixe de ser eu…Não como um camaleão, situo-me num único universo.Não como um camaleão, situo-me num único universo.Minha personalidade não é mascara transformando-se em breu.Minha personalidade não é mascara transformando-se em breu.Procura ser a realidade cristalina contida num verso.Procura ser a realidade cristalina contida num verso.

Verso intenso não sendo perverso.Verso intenso não sendo perverso.Apenas um longo caminho,Apenas um longo caminho,Onde eu possa estar na verdade imerso,Onde eu possa estar na verdade imerso,Aconchegando-me num absurdamente real ninho.Aconchegando-me num absurdamente real ninho.

Não é utopia.Não é utopia.É o desejo de conduzir-meÉ o desejo de conduzir-meNum sonho que não mentia.Num sonho que não mentia.

Com pensamentos—ideias interagindo,Com pensamentos—ideias interagindo,Aguça-se em mim os sentidos—percepções nas quais ser…Aguça-se em mim os sentidos—percepções nas quais ser…Leva-me `a consciência de eu não estar fi ngindo.Leva-me `a consciência de eu não estar fi ngindo.

ing a problem with a recent pur-ing a problem with a recent pur-chase. The culminating task after a chase. The culminating task after a series of activities usually requires series of activities usually requires students to integrate and recombine students to integrate and recombine knowledge in new ways. After learn-knowledge in new ways. After learn-ing terms for food, numbers and ing terms for food, numbers and

health, for example, learners health, for example, learners

complete a shopping project in complete a shopping project in which they organize a healthy menu which they organize a healthy menu for one week within a given budget. for one week within a given budget. To integrate vocabulary related to To integrate vocabulary related to clothing, styles, colors, sizes and de-clothing, styles, colors, sizes and de-scriptions, groups create and put on scriptions, groups create and put on

a fashion show. When dealing with a fashion show. When dealing with current events, the class may publish current events, the class may publish a newsletter in Portuguese. Finally, a a newsletter in Portuguese. Finally, a project focusing on music can cre-project focusing on music can cre-ate a “Brazilian Idol” type of event ate a “Brazilian Idol” type of event either as a cultural extravaganza with either as a cultural extravaganza with research presented on composers, research presented on composers, musicians, instruments, movements musicians, instruments, movements and singers or as a crowd-pleasing and singers or as a crowd-pleasing showcase with multiple performanc-showcase with multiple performanc-es to attract students to your engag-es to attract students to your engag-ing Portuguese program. ing Portuguese program.

Instructors also make pedagogical Instructors also make pedagogical choices to support learners’ needs choices to support learners’ needs and interests. In the case of a stu-and interests. In the case of a stu-

dent athlete from Hawaii headed for a summer program in Lisbon, for a summer program in Lisbon, words such as words such as vulcãovulcão (4873), (4873), chuvachuva (1109) and (1109) and costacosta (382) are of local (382) are of local interest, while terms such as interest, while terms such as desportodesporto (2958) and (2958) and gologolo (3389) may be intro- (3389) may be intro-duced rather than (or in addition to) duced rather than (or in addition to)

Chandler ‘Ponto’, continued from pg. 8

”“

instructors also make pedagogical choices to support learners’ needs and interests

REFLEXÕESREFLEXÕESEduardo “Dundum” de AndradeEduardo “Dundum” de Andrade

« É sempre gratifi cante receber mensagens como as de Eduardo de An-« É sempre gratifi cante receber mensagens como as de Eduardo de An-drade, que nos envia o poema ao lado. A drade, que nos envia o poema ao lado. A Portuguese NewsletterPortuguese Newsletter proveita para proveita para compartilhar parte da sua cartinha, escrita à mão, com os leitores. –LM »compartilhar parte da sua cartinha, escrita à mão, com os leitores. –LM »

Page 10: PN Spring 2013 - cdn.ymaws.com · nno sentido mais amplo da palavra, e tam-o sentido mais amplo da palavra, e tam- ... ggrupo, que era a Cruzada Infantil, rupo, que era a Cruzada

The

Am

eric

an A

ssoc

iati

on o

f T

each

ers

of S

pani

sh a

nd P

ortu

gues

eV O L U M E 2 6 N U M B E R 2 – S P R I N G 2 0 1 3T H E P O R T U G U E S E N E W S L E T T E R

10

Americans All: Good Neighbor Cultural Americans All: Good Neighbor Cultural Diplomacy in World War IIDiplomacy in World War II, by Darlene , by Darlene J. Sadlier, was published by the Uni-J. Sadlier, was published by the Uni-versity of Texas Press in 2012. The versity of Texas Press in 2012. The book explores how the CIA used book explores how the CIA used fi lm, radio, and the press to con-fi lm, radio, and the press to con-vince people in the United States of vince people in the United States of the importance of good neighbor the importance of good neighbor relations with Latin America, while relations with Latin America, while also persuading Latin Americans also persuading Latin Americans that the United States recognized that the United States recognized and appreciated the importance of and appreciated the importance of southern neighbors. More informa-southern neighbors. More informa-tion at <http://www.utexas.edu/tion at <http://www.utexas.edu/utpress/books/sadame.html>.utpress/books/sadame.html>.

The Gávea-Brown Book of Portuguese-The Gávea-Brown Book of Portuguese-American PoetryAmerican Poetry, published by Gávea-, published by Gávea-Brown Publication in 2012, is an an-Brown Publication in 2012, is an an-thology of the work of 24 published thology of the work of 24 published American poets of Portuguese American poets of Portuguese descent who acknowledge their an-descent who acknowledge their an-cestral roots as part of their artistic cestral roots as part of their artistic consciousness. The book has a brief consciousness. The book has a brief introduction, by Alice R. Clemente introduction, by Alice R. Clemente and George Monteiro.and George Monteiro.

BOOKSBOOKSBrazil at the Dawn of the Eighteenth Brazil at the Dawn of the Eighteenth CenturyCentury is a translation from Portu- is a translation from Portu-guese to English by Timothy Coates, guese to English by Timothy Coates, and published by Tagus Press, in and published by Tagus Press, in 2013. The book, written by an Ital-2013. The book, written by an Ital-ian Jesuit who signed as André João ian Jesuit who signed as André João Antonil and lived in Brazil, was fi rst Antonil and lived in Brazil, was fi rst published in 1711. The book de-published in 1711. The book de-scribes the four major economic ac-scribes the four major economic ac-tivities of the Brazilian colony.tivities of the Brazilian colony.

Dicionário Contrastivo-Português Luso-Dicionário Contrastivo-Português Luso--Brasileiro e Inglês Britânico-Americano-Brasileiro e Inglês Britânico-Americano, , elaborado por Elisa Campos, é um elaborado por Elisa Campos, é um dicionário e-book com palavras e dicionário e-book com palavras e termos contrastivos existentes no termos contrastivos existentes no Português falado e escrito em Por-Português falado e escrito em Por-tugal e no Brasil, seguidos de seus tugal e no Brasil, seguidos de seus equivalentes em inglês britânico e equivalentes em inglês britânico e americano. São ainda apresentadas americano. São ainda apresentadas algumas expressões idiomáticas e algumas expressões idiomáticas e frases de uso corrente, também con-frases de uso corrente, também con-trastivas, no fi nal do livro. Consultar: trastivas, no fi nal do livro. Consultar: <www.elisacampos.com>.<www.elisacampos.com>.

Brazilian Women’s Filmmaking From Brazilian Women’s Filmmaking From Dictatorship to DemocracyDictatorship to Democracy, by Leslie L. , by Leslie L. Marsh, was published by University Marsh, was published by University of Illinois Press, in 2013. The book of Illinois Press, in 2013. The book focuses on women’s fi lm production focuses on women’s fi lm production in Brazil from the mid-1970s to the in Brazil from the mid-1970s to the current era and interprets fi lms by current era and interprets fi lms by Ana Carolina and Tizuka Yamasaki, Ana Carolina and Tizuka Yamasaki, documentaries with social themes, documentaries with social themes, and independent videos supported and independent videos supported by archival research and interviews by archival research and interviews with Brazilian women fi lmmak-with Brazilian women fi lmmak-ers. More information at <http://ers. More information at <http://www.press.uillinois.edu/books/www.press.uillinois.edu/books/catalog/64fqn2mc9780252037252.catalog/64fqn2mc9780252037252.html>.html>.

A instalação do medoA instalação do medo, de Rui Zink, foi , de Rui Zink, foi publicado pela editora Teodolito em publicado pela editora Teodolito em outubro de 2012. A narrativa do li-outubro de 2012. A narrativa do li-vro é uma crítica aos modelos das vro é uma crítica aos modelos das sociedades atuais.sociedades atuais.

continued on pg. 11

THE BOOKSTORE

Page 11: PN Spring 2013 - cdn.ymaws.com · nno sentido mais amplo da palavra, e tam-o sentido mais amplo da palavra, e tam- ... ggrupo, que era a Cruzada Infantil, rupo, que era a Cruzada

V O L U M E 2 6 N U M B E R 2 – S P R I N G 2 0 1 3 T H E P O R T U G U E S E N E W S L E T T E RT

he American Association of T

eachers of Spanish and Portuguese

11

Literatura brasileira contemporânea: um Literatura brasileira contemporânea: um território contestadoterritório contestado, de Regina Dalcas-, de Regina Dalcas-tagnè, foi publicado pela editora Vi-tagnè, foi publicado pela editora Vi-nhedo/Rio de Janeiro: Horizonte/nhedo/Rio de Janeiro: Horizonte/Editora da Uerj, 2012. O livro faz Editora da Uerj, 2012. O livro faz uma análise sobre a narrativa brasi-uma análise sobre a narrativa brasi-leira contemporânea.leira contemporânea.

Bookstore, continued from pg. 10

do Madeira, Inês Pedrosa, Afonso do Madeira, Inês Pedrosa, Afonso Cruz, Gonçalo M. Tavares, Manuel Cruz, Gonçalo M. Tavares, Manuel Jorge Marmelo, Mário de Carvalho, Jorge Marmelo, Mário de Carvalho, Dulce Maria Cardoso, Pedro Mexia, Dulce Maria Cardoso, Pedro Mexia, Fernando Alvim, Possidónio Cacha-Fernando Alvim, Possidónio Cacha-pa, David Machado, JP Simões, Rui pa, David Machado, JP Simões, Rui Cardoso Martins, Nuno Markl, João Cardoso Martins, Nuno Markl, João Barreiros, Raquel Ochoa, João Bo-Barreiros, Raquel Ochoa, João Bo-nifácio, David Soares, Pedro Santo, nifácio, David Soares, Pedro Santo, Onésimo Almeida, Mário Zambujal, Onésimo Almeida, Mário Zambujal, Manuel João Vieira, Patrícia Portela, Manuel João Vieira, Patrícia Portela, Nuno Costa Santos, Ricardo Adol-Nuno Costa Santos, Ricardo Adol-fo, Lídia Jorge, Sérgio Godinho. In-fo, Lídia Jorge, Sérgio Godinho. In-formações: <www.escritorioeditora.formações: <www.escritorioeditora.com>. com>.

Communication Without Words. Com-Communication Without Words. Com-parative Study on Gestures Used in Spain parative Study on Gestures Used in Spain and Braziland Brazil, by Nilma Dominique. , by Nilma Dominique. Universidad de Alcalá, Servicio de Universidad de Alcalá, Servicio de Publicaciones, 2013. This book is Publicaciones, 2013. This book is about common gestural emblems about common gestural emblems used in the Spanish and Brazil-used in the Spanish and Brazil-ian cultures, with a comprehensive ian cultures, with a comprehensive comparison of the different uses comparison of the different uses of the gestures used in each of the of the gestures used in each of the aforementioned cultures. More in-aforementioned cultures. More in-formation at <http://www.uah.es/formation at <http://www.uah.es/servicio_publicaciones/catalogo_servicio_publicaciones/catalogo_pedidos/novedades.shtm>.pedidos/novedades.shtm>.

Contos Digitais de Grandes Autores Contos Digitais de Grandes Autores PortuguesesPortugueses é um conjunto de 31 his- é um conjunto de 31 his-tórias curtas, em suporte ebook, tórias curtas, em suporte ebook, de alguns dos mais conceituados de alguns dos mais conceituados autores portugueses da atualidade. autores portugueses da atualidade. O projeto é da Escritório Edito-O projeto é da Escritório Edito-ra, disponibilizado gratuitamente ra, disponibilizado gratuitamente pelo Diário de Notícias através da pelo Diário de Notícias através da Biblioteca Digital DN. Os autores, Biblioteca Digital DN. Os autores, por ordem de saída dos contos, por ordem de saída dos contos, são: Pedro Paixão, João Tordo, Rui são: Pedro Paixão, João Tordo, Rui Zink, Luísa Costa Gomes, Eduar-Zink, Luísa Costa Gomes, Eduar-

Page 12: PN Spring 2013 - cdn.ymaws.com · nno sentido mais amplo da palavra, e tam-o sentido mais amplo da palavra, e tam- ... ggrupo, que era a Cruzada Infantil, rupo, que era a Cruzada

The

Am

eric

an A

ssoc

iati

on o

f T

each

ers

of S

pani

sh a

nd P

ortu

gues

eV O L U M E 2 6 N U M B E R 2 – S P R I N G 2 0 1 3T H E P O R T U G U E S E N E W S L E T T E R

12

PONTO DE VISTA

Há alguns anos pertenço a uma co-Há alguns anos pertenço a uma co-munidade virtual de professores de munidade virtual de professores de português como língua estrangeira português como língua estrangeira (<http://faleportugues.ning.com>) (<http://faleportugues.ning.com>) e, nesta comunidade, temos sema-e, nesta comunidade, temos sema-nalmente um nalmente um chatchat virtual sobre os virtual sobre os mais variados temas que enfrenta-mais variados temas que enfrenta-mos ao ensinar português a estran-mos ao ensinar português a estran-geiros. Há algum tempo, tivemos um geiros. Há algum tempo, tivemos um chatchat sobre o ensino da escrita. sobre o ensino da escrita.

Refl ectir sobre como os alunos Refl ectir sobre como os alunos aprendem a escrever é fundamen-aprendem a escrever é fundamen-tal para podermos adequar a meto-tal para podermos adequar a meto-dologia e ter o maior impacto e re-dologia e ter o maior impacto e re-tenção de conhecimento. Os alunos tenção de conhecimento. Os alunos escrevem o quê? E como escrevem? escrevem o quê? E como escrevem? Neste Neste chatchat, muitos professores ex-pressaram a ideia de que a escrita pressaram a ideia de que a escrita serve para praticar vocabulário e serve para praticar vocabulário e pontos gramaticais e explorar tópi-cos culturais relacionados com o que cos culturais relacionados com o que aprenderam nas aulas. Ficou muito aprenderam nas aulas. Ficou muito claro que os falantes nativos usam claro que os falantes nativos usam a escrita numa grande variedade de a escrita numa grande variedade de atividades (ensaios, diários, argu-atividades (ensaios, diários, argu-mentos de cinema, anúncios, notí-mentos de cinema, anúncios, notí-cias, contos, resenhas, emails, cartas, cias, contos, resenhas, emails, cartas, postais, listas, reclamações, preen-postais, listas, reclamações, preen-chimento de formulários, relatórios, chimento de formulários, relatórios, blogues, resumos, esquemas, respos-blogues, resumos, esquemas, respos-tas/comentários, avisos, poesia e ou-tas/comentários, avisos, poesia e ou-tras atividades) e que algumas dessas tras atividades) e que algumas dessas atividades são mais apropriadas para atividades são mais apropriadas para alunos em níveis básicos, enquanto alunos em níveis básicos, enquanto outras são mais apropriadas para os outras são mais apropriadas para os mais avançados. Por exemplo, não mais avançados. Por exemplo, não pedimos a um aluno iniciante para pedimos a um aluno iniciante para escrever uma resenha crítica de um escrever uma resenha crítica de um fi lme, nem a um aluno avançado fi lme, nem a um aluno avançado para fazer uma lista de compras. para fazer uma lista de compras. Ainda durante esta conversa virtual, Ainda durante esta conversa virtual,

a discussão centrou-se em formas a discussão centrou-se em formas criativas de levar os estudantes a es-criativas de levar os estudantes a es-crever signifi cativamente. Diversos crever signifi cativamente. Diversos participantes descreveram várias participantes descreveram várias ideias para iniciar o processo, levan-ideias para iniciar o processo, levan-do os alunos a primeiro refl ectirem do os alunos a primeiro refl ectirem sobre produtos culturais reais para sobre produtos culturais reais para depois darem início à produção tex-depois darem início à produção tex-tual. Neste aspecto, foram apresen-tual. Neste aspecto, foram apresen-tadas muitas propostas interessantes tadas muitas propostas interessantes para desafi ar os alunos a explorar para desafi ar os alunos a explorar tanto temas socio-culturais específi -tanto temas socio-culturais específi -cos quanto famílias lexicais e tempos cos quanto famílias lexicais e tempos verbais. verbais.

Pelo que foi descrito, damos instru-Pelo que foi descrito, damos instru-ções sobre o que escrever e foca-ções sobre o que escrever e foca-mos nas formas de levar os alunos mos nas formas de levar os alunos

a produzirem textos que con-a produzirem textos que con-

sideramos culturalmente sig-sideramos culturalmente sig-nifi cativos e depois passamos a um nifi cativos e depois passamos a um processo de correção gramatical, de processo de correção gramatical, de conteúdo e posterior revisão. Muitos conteúdo e posterior revisão. Muitos professores reconheceram a sequên-professores reconheceram a sequên-cia típica de uma atividade de escrita: cia típica de uma atividade de escrita: um esquema, que é um exercício de um esquema, que é um exercício de

pré-escrita, em que os alunos pro-pré-escrita, em que os alunos pro-curam vocabulário específi co e ex-curam vocabulário específi co e ex-ploram ideias ou fazem escrita livre. ploram ideias ou fazem escrita livre. Segue-se um primeiro rascunho, que Segue-se um primeiro rascunho, que é um texto em que o aluno foca a é um texto em que o aluno foca a sua atenção no todo, na articulação sua atenção no todo, na articulação das suas ideias, usando os pontos das suas ideias, usando os pontos gramaticais que praticou na aula. gramaticais que praticou na aula. Passa-se à correção, que é muitas ve-Passa-se à correção, que é muitas ve-zes feita pelo professor ou por outro zes feita pelo professor ou por outro aluno daquela aula e que, idealmen-aluno daquela aula e que, idealmen-te, começa com a verifi cação da ar-te, começa com a verifi cação da ar-ticulação dos parágrafos, seguido da ticulação dos parágrafos, seguido da estrutura de cada parágrafo, a corre-estrutura de cada parágrafo, a corre-ção sintática das frases e a adequa-ção sintática das frases e a adequa-ção do vocabulário e da pontuação. ção do vocabulário e da pontuação. Finalmente, o aluno passa à revisão, Finalmente, o aluno passa à revisão, iniciando, então, o processo de fazer iniciando, então, o processo de fazer o conteúdo mais signifi cativo, resol-o conteúdo mais signifi cativo, resol-vendo todos os problemas indicados vendo todos os problemas indicados até chegar ao texto fi nal. Fazemos até chegar ao texto fi nal. Fazemos isto para que os alunos tenham uma isto para que os alunos tenham uma prática signifi cativa de escrita que prática signifi cativa de escrita que lhes permita escrever melhor, o que lhes permita escrever melhor, o que demonstramos através de avaliações demonstramos através de avaliações do produto fi nal. Ou seja, passar por do produto fi nal. Ou seja, passar por este processo muitas vezes visa ga-este processo muitas vezes visa ga-rantir um incremento da habilidade rantir um incremento da habilidade de escrever em português. de escrever em português.

Ficou bastante claro na discussão no Ficou bastante claro na discussão no chatchat que este processo de correção que este processo de correção e revisão é o centro da aprendiza-e revisão é o centro da aprendiza-gem da escrita em muitas aulas. gem da escrita em muitas aulas. É no momento de rever um texto É no momento de rever um texto

que o aluno confronta as suas fra-que o aluno confronta as suas fra-quezas gramaticais e aprende a fazer quezas gramaticais e aprende a fazer escolhas novas, mais acertadas, e a escolhas novas, mais acertadas, e a esperança é que esse momento sir-esperança é que esse momento sir-va como uma refl exão que vai fi car va como uma refl exão que vai fi car com o aluno e permitir um melhor com o aluno e permitir um melhor desempenho no futuro. Existem desempenho no futuro. Existem

Escrever para aprender ou aprender para escrever?Escrever para aprender ou aprender para escrever?Luis GonçalvesLuis Gonçalves

Princeton UniversityPrinceton University

continued on pg. 13

os professores tendem a enfocar na correção e revisão de frases, gra-mática, pontuação e na mecânica do texto e, ge-ralmente, prestamos me-nos atenção à qualidade do texto

Page 13: PN Spring 2013 - cdn.ymaws.com · nno sentido mais amplo da palavra, e tam-o sentido mais amplo da palavra, e tam- ... ggrupo, que era a Cruzada Infantil, rupo, que era a Cruzada

V O L U M E 2 6 N U M B E R 2 – S P R I N G 2 0 1 3 T H E P O R T U G U E S E N E W S L E T T E RT

he American Association of T

eachers of Spanish and Portuguese

13

rem bem o que fazer com as poucas rem bem o que fazer com as poucas técnicas que conhecem. Se introdu-técnicas que conhecem. Se introdu-zirmos estes conhecimentos só no zirmos estes conhecimentos só no momento da correção e revisão, o momento da correção e revisão, o aluno já perdeu a oportunidade de aluno já perdeu a oportunidade de praticar técnicas e estruturas mais praticar técnicas e estruturas mais sofi sticadas de forma signifi cativa. sofi sticadas de forma signifi cativa. Uma outra consequência ainda mais Uma outra consequência ainda mais contraproducente é que falar, por contraproducente é que falar, por exemplo, dos tipos de frases neste exemplo, dos tipos de frases neste momento e fazer com que o estu-momento e fazer com que o estu-dante reescreva o seu texto, tentan-dante reescreva o seu texto, tentan-do incorporar a nova informação, do incorporar a nova informação, cria no aluno a percepção que este cria no aluno a percepção que este conhecimento é pura “decoração” conhecimento é pura “decoração” do texto e que não tem nenhum do texto e que não tem nenhum valor cognitivo. O resultado é que, valor cognitivo. O resultado é que, mesmo em cursos mais avançados, mesmo em cursos mais avançados, os alunos continuam a escrever tex-os alunos continuam a escrever tex-tos simples, sem qualquer uso das tos simples, sem qualquer uso das técnicas mencionadas e pouco deta-técnicas mencionadas e pouco deta-lhados, nunca saindo das suas zonas lhados, nunca saindo das suas zonas de conforto. No entanto, se o alu-de conforto. No entanto, se o alu-no estudar a habilidade de escolher no estudar a habilidade de escolher vocabulário apropriado, de escrever vocabulário apropriado, de escrever e agrupar tipos diferentes de frases e agrupar tipos diferentes de frases e orações e como estruturar/esque-e orações e como estruturar/esque-matizar um parágrafo, entre outras matizar um parágrafo, entre outras coisas, antes de escrever o rascunho coisas, antes de escrever o rascunho inicial, vai entender o valor cogniti-inicial, vai entender o valor cogniti-vo das suas escolhas. Deste modo, o vo das suas escolhas. Deste modo, o aluno, antes de começar a escrever, aluno, antes de começar a escrever, tem já um posicionamento crítico tem já um posicionamento crítico sobre a sua escrita e o resultado será sobre a sua escrita e o resultado será um texto de qualidade e um nível de um texto de qualidade e um nível de escrita mais elevado em todas as eta-escrita mais elevado em todas as eta-pas do processo até chegar ao texto pas do processo até chegar ao texto fi nal. Só conhecendo mais as opções fi nal. Só conhecendo mais as opções disponíveis em português é que os disponíveis em português é que os alunos podem integrar habilidades alunos podem integrar habilidades linguísticas específi cas no processo linguísticas específi cas no processo de escrita. A outra consequência po-de escrita. A outra consequência po-sitiva é um aluno mais confi ante na sitiva é um aluno mais confi ante na sua escrita porque sabe quais são as sua escrita porque sabe quais são as suas opções, conhece as expetativas suas opções, conhece as expetativas e tem uma meta a alcançar. e tem uma meta a alcançar.

muitas formas de dar retorno ao muitas formas de dar retorno ao aluno de modo a fazê-lo refl ectir so-aluno de modo a fazê-lo refl ectir so-bre as escolhas gramaticais e lexicais bre as escolhas gramaticais e lexicais mais adequadas, algumas bem mais mais adequadas, algumas bem mais efi cazes que outras, mas o foco que efi cazes que outras, mas o foco que me proponho discutir hoje aqui é me proponho discutir hoje aqui é outro. outro.

Pela informação partilhada no Pela informação partilhada no chatchat, , os professores tendem a enfocar na os professores tendem a enfocar na correção e revisão de frases, gra-correção e revisão de frases, gra-mática, pontuação e na mecânica mática, pontuação e na mecânica do texto e, geralmente, prestamos do texto e, geralmente, prestamos menos atenção à qualidade do tex-menos atenção à qualidade do tex-to. A circunstância de ser um texto to. A circunstância de ser um texto escrito em língua estrangeira não escrito em língua estrangeira não deve servir de pretexto para uma deve servir de pretexto para uma menor preocupação com a produ-menor preocupação com a produ-ção de conteúdo. Colocar a correção ção de conteúdo. Colocar a correção e revisão no centro do processo de e revisão no centro do processo de escrita parte de três princípios pro-escrita parte de três princípios pro-blemáticos. Primeiro, que os alunos blemáticos. Primeiro, que os alunos chegam às aulas de português como chegam às aulas de português como língua estrangeira já sabendo escre-língua estrangeira já sabendo escre-ver. Segundo, assume-se também ver. Segundo, assume-se também que escrever bem é não cometer que escrever bem é não cometer erros gramaticais, o que pode ser erros gramaticais, o que pode ser um equívoco, e o resultado é que os um equívoco, e o resultado é que os estudantes evitam arriscar campos estudantes evitam arriscar campos semânticos novos e estruturas sintá-semânticos novos e estruturas sintá-ticas mais complexas que os podem ticas mais complexas que os podem levar a “perder pontos”. Terceiro, levar a “perder pontos”. Terceiro, como vários professores defende-como vários professores defende-ram, a exatidão gramatical e o como ram, a exatidão gramatical e o como escrever bem devem ser ensinados escrever bem devem ser ensinados no contexto do próprio texto do no contexto do próprio texto do aluno, sendo este o momento ideal aluno, sendo este o momento ideal para fazer a correção. Este caminho, para fazer a correção. Este caminho, no entanto, limita as opções no mo-no entanto, limita as opções no mo-mento de produção do texto àquilo mento de produção do texto àquilo que já sabe e a correção poderá levar que já sabe e a correção poderá levar à frustração dos estudantes.à frustração dos estudantes.

Diz-se, também, que, quanto maior Diz-se, também, que, quanto maior for a qualidade do primeiro rascu-for a qualidade do primeiro rascu-nho, maior será a qualidade do texto nho, maior será a qualidade do texto fi nal. Nas aulas de língua estrangei-fi nal. Nas aulas de língua estrangei-ra, o foco completo no processo de ra, o foco completo no processo de revisão rouba ao aluno uma opor-revisão rouba ao aluno uma opor-tunidade de aprendizado e prática tunidade de aprendizado e prática

logo na primeira versão do texto. A logo na primeira versão do texto. A correção e revisão é só (a segunda) correção e revisão é só (a segunda) metade do trabalho que o professor metade do trabalho que o professor e o aluno têm que desenvolver, o e o aluno têm que desenvolver, o aprendizado tem que começar antes. aprendizado tem que começar antes. Para se conseguir começar a um ní-Para se conseguir começar a um ní-vel elevado, mais do que uma descri-vel elevado, mais do que uma descri-ção do processo de escrita, os alunos ção do processo de escrita, os alunos precisam (de) saber / conhecer o precisam (de) saber / conhecer o que é um texto de qualidade. Sim-que é um texto de qualidade. Sim-plesmente passar muitas vezes pelo plesmente passar muitas vezes pelo processo de escrita de que falamos processo de escrita de que falamos anteriormente não garante o sucesso anteriormente não garante o sucesso do aluno. Além disso, é um processo do aluno. Além disso, é um processo de aprendizagem lento, focado no de aprendizagem lento, focado no erro, de baixo impacto e frustrante erro, de baixo impacto e frustrante para o aluno. para o aluno.

Antes do professor sugerir “sobre o Antes do professor sugerir “sobre o que escrever”, especialmente nos ní-que escrever”, especialmente nos ní-veis mais avançados, é fundamental veis mais avançados, é fundamental começar por “como escrever com começar por “como escrever com qualidade”. O que é escrever bem? qualidade”. O que é escrever bem? O que é um texto de qualidade? Os O que é um texto de qualidade? Os estudantes necessitam de instruções estudantes necessitam de instruções claras sobre a própria escrita e as claras sobre a própria escrita e as tarefas básicas, como diversifi car as tarefas básicas, como diversifi car as estruturas das frases. Quanto mais estruturas das frases. Quanto mais conhecimento os alunos tiverem conhecimento os alunos tiverem sobre o processo da escrita no iní-sobre o processo da escrita no iní-cio da tarefa, melhor o aplicarão e, cio da tarefa, melhor o aplicarão e, consequentemente, os rascunhos consequentemente, os rascunhos terão maior qualidade, levando a terão maior qualidade, levando a textos fi nais de qualidade superior. textos fi nais de qualidade superior. É mais efi caz começar todo o pro-É mais efi caz começar todo o pro-cesso enfocando em como escrever, cesso enfocando em como escrever, discutindo o processo com os alu-discutindo o processo com os alu-nos e usando exemplos reais, como nos e usando exemplos reais, como escrever uma introdução robusta escrever uma introdução robusta ou uma conclusão convincente, ou ou uma conclusão convincente, ou como variar as estruturas das frases, como variar as estruturas das frases, como usar conectores, ou como usar como usar conectores, ou como usar detalhes específi cos em vez de gene-detalhes específi cos em vez de gene-ralizações. ralizações.

Sem um ensinamento específi co no Sem um ensinamento específi co no momento de pré-escrita, os alunos momento de pré-escrita, os alunos verão limitadas as possibilidades de verão limitadas as possibilidades de realização da língua, por desconhe-realização da língua, por desconhe-cimento ou apenas por não sabe-cimento ou apenas por não sabe-

Ponto Gonçalves, continued from pg. 12

Page 14: PN Spring 2013 - cdn.ymaws.com · nno sentido mais amplo da palavra, e tam-o sentido mais amplo da palavra, e tam- ... ggrupo, que era a Cruzada Infantil, rupo, que era a Cruzada

The

Am

eric

an A

ssoc

iati

on o

f T

each

ers

of S

pani

sh a

nd P

ortu

gues

eV O L U M E 2 6 N U M B E R 2 – S P R I N G 2 0 1 3T H E P O R T U G U E S E N E W S L E T T E R

14 continued on pg. 15

THE OHIO STATE UNIVERSITYTHE OHIO STATE UNIVERSITY

The Department of Spanish and The Department of Spanish and Portuguese is receiving applications Portuguese is receiving applications for the recently approved M.A. and for the recently approved M.A. and Ph.D interdisciplinary programs on Ph.D interdisciplinary programs on Studies of the Portuguese-Speaking Studies of the Portuguese-Speaking World. Research opportunities in World. Research opportunities in Brazil and Portugal, through ties Brazil and Portugal, through ties with Universidade de São Paulo, in with Universidade de São Paulo, in Brazil, FLAD, and Instituto Camões Brazil, FLAD, and Instituto Camões in Portugal are available. Informa-in Portugal are available. Informa-tion: <http://sppo.osu.edu/gradu-tion: <http://sppo.osu.edu/gradu-ate/portuguese>.ate/portuguese>.

INDIANA UNIVERSITYINDIANA UNIVERSITY

Nelson Pereira dos Santos will be on Nelson Pereira dos Santos will be on the Indiana University-Bloomington the Indiana University-Bloomington campus from April 14th to the 17th campus from April 14th to the 17th for a partial retrospective of his for a partial retrospective of his fi lms. There will be a conversation fi lms. There will be a conversation with Darlene Sadlier on Monday with Darlene Sadlier on Monday April 15.April 15.

CALL FOR PAPERSCALL FOR PAPERSA Revista Estação Literária, volume A Revista Estação Literária, volume 11, em homenagem ao centenário de 11, em homenagem ao centenário de nascimento de Ruben Braga, publi-nascimento de Ruben Braga, publi-cará artigos com o tema da crônica a cará artigos com o tema da crônica a partir de 1930, considerado por mui-partir de 1930, considerado por mui-tos teóricos e críticos como um pe-tos teóricos e críticos como um pe-ríodo balizador na consolidação da ríodo balizador na consolidação da crônica brasileira e coincide com o crônica brasileira e coincide com o ano da publicação do primeiro livro ano da publicação do primeiro livro de Ruben Braga. Informações em de Ruben Braga. Informações em <http://www.uel.br/pos/letras/<http://www.uel.br/pos/letras/EL/>.EL/>.

A Revista Estudos de Literatura A Revista Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, núme-Brasileira Contemporânea, núme-ro 43 (a ser publicada no primeiro ro 43 (a ser publicada no primeiro semestre de 2014) terá uma seção semestre de 2014) terá uma seção temática sobre Literatura e Direitos temática sobre Literatura e Direitos Humanos e receberá originais até 10 Humanos e receberá originais até 10 de maio de 2013. Para maiores in-de maio de 2013. Para maiores in-formações, visite: <http://seer.bce.formações, visite: <http://seer.bce.

unb.br/index.php/estudos/about/unb.br/index.php/estudos/about/editorialPolicies#custom1>. Os editorialPolicies#custom1>. Os trabalhos devem ser enviados para: trabalhos devem ser enviados para: <[email protected]>.<[email protected]>.

CONFERÊNCIASCONFERÊNCIASHARVARD UNIVERSITY HARVARD UNIVERSITY “11a. Semana do Brasil: a língua “11a. Semana do Brasil: a língua portuguesa e seus falantes no mun-portuguesa e seus falantes no mun-do.” O evento ocorrerá entre 4 a 6 do.” O evento ocorrerá entre 4 a 6 de abril de 2013, com trabalhos nas de abril de 2013, com trabalhos nas áreas de Português como língua ma-áreas de Português como língua ma-terna, estrangeira e de herança. Os terna, estrangeira e de herança. Os temas propostos, entre outros, são: temas propostos, entre outros, são: políticas linguísticas; análise e pro-políticas linguísticas; análise e pro-dução de materiais didáticos; técni-dução de materiais didáticos; técni-cas e atividades criativas na sala de cas e atividades criativas na sala de aula e variação linguística e ensino. aula e variação linguística e ensino. Informações: <[email protected]ções: <[email protected]>.com>.

UFSCUFSC“Gênero e Cinema: entre Narrativas, “Gênero e Cinema: entre Narrativas, Políticas e Poéticas”. Estão abertas Políticas e Poéticas”. Estão abertas as inscrições para o Simpósio sobre as inscrições para o Simpósio sobre gênero, linguagem no cinema e pro-gênero, linguagem no cinema e pro-dução cinematográfi ca, que acon-dução cinematográfi ca, que acon-tecerá na Universidade Federal de tecerá na Universidade Federal de Santa Catarina, entre 16 a 20 de se-Santa Catarina, entre 16 a 20 de se-tembro de 2013. Informações e ins-tembro de 2013. Informações e ins-crições: <http://www.fazendogene-crições: <http://www.fazendogene-ro.ufsc.br/10/inscricoes/capa>.ro.ufsc.br/10/inscricoes/capa>.

CIBER CIBER The 2013 CIBER Business Lan-The 2013 CIBER Business Lan-guage Conference will take place at guage Conference will take place at Indiana University’s Center for In-Indiana University’s Center for In-ternational Business Education and ternational Business Education and Research (CIBER). April 4-6, 2013. Research (CIBER). April 4-6, 2013. The theme will be: The Business The theme will be: The Business of Language: Educating the Next of Language: Educating the Next Generation of Global Professionals. Generation of Global Professionals. More information at: <http://kel-More information at: <http://kel-ley.iu.edu/cblc/>ley.iu.edu/cblc/>

UCLAUCLA“X Conferência Anual dos Alunos “X Conferência Anual dos Alunos de Pós-graduação de Espanhol e de Pós-graduação de Espanhol e Português”. A conferência se reali-Português”. A conferência se reali-zará entre 18 e 19 de abril de 2013, zará entre 18 e 19 de abril de 2013, com tema: “Insistindo em Moderni-com tema: “Insistindo em Moderni-dade: Visões e Revisões no Mundo dade: Visões e Revisões no Mundo Luso-Hispânico”. A conferência Luso-Hispânico”. A conferência contará com os seguintes palestran-contará com os seguintes palestran-tes convidados:tes convidados:Prof. J. Andrew Brown (Washington Prof. J. Andrew Brown (Washington University, Saint Louis)University, Saint Louis)Prof. Rubén Gallo (Princeton Uni-Prof. Rubén Gallo (Princeton Uni-versity)versity)Prof. Dale Koike (The University of Prof. Dale Koike (The University of Texas, Austin)Texas, Austin)Para maiores informações, acesse: Para maiores informações, acesse: <http://www.studentgroups.ucla.<http://www.studentgroups.ucla.edu/spgrconf/prt/Home.html >.edu/spgrconf/prt/Home.html >.

YORK UNIVERSITY, TORONTOYORK UNIVERSITY, TORONTO

“Exploring the Crossroads and Per-“Exploring the Crossroads and Per-spectives of Lusophone Studies”spectives of Lusophone Studies”October 30 - 31, 2013. The confer-October 30 - 31, 2013. The confer-ence seeks to gather all those inter-ence seeks to gather all those inter-ested in Lusophone Studies by of-ested in Lusophone Studies by of-fering a forum to encourage current fering a forum to encourage current and new debates in this emerging and new debates in this emerging area of scholarship. For informa-area of scholarship. For informa-tion, contact The Lusophone Stud-tion, contact The Lusophone Stud-ies Association at <[email protected]>.ies Association at <[email protected]>.

IJDP IJDP InterDISCIPLINARY Journal of InterDISCIPLINARY Journal of Portuguese Diaspora Studies will Portuguese Diaspora Studies will hold a conference entitled “Explor-hold a conference entitled “Explor-ing the Portuguese Diaspora in In-ing the Portuguese Diaspora in In-terdisciplinary and Comparative Per-terdisciplinary and Comparative Per-spectives” in Indianapolis, IN. July spectives” in Indianapolis, IN. July 25-27, 2013. This international con-25-27, 2013. This international con-ference will consider all comparative ference will consider all comparative and interdisciplinary forms of luso-and interdisciplinary forms of luso-phone diaspora: sociological, eco-phone diaspora: sociological, eco-nomic, political, literary, linguistic, nomic, political, literary, linguistic, historical, cultural, and others. For historical, cultural, and others. For

AGENDA

Page 15: PN Spring 2013 - cdn.ymaws.com · nno sentido mais amplo da palavra, e tam-o sentido mais amplo da palavra, e tam- ... ggrupo, que era a Cruzada Infantil, rupo, que era a Cruzada

V O L U M E 2 6 N U M B E R 2 – S P R I N G 2 0 1 3 T H E P O R T U G U E S E N E W S L E T T E RT

he American Association of T

eachers of Spanish and Portuguese

15

95TH ANNUAL AATSP CONFERENCE

Agenda, continued from pg. 14

more information: <http://ocs.sfu.more information: <http://ocs.sfu.ca/pds/index.php/pdaip/2013>.ca/pds/index.php/pdaip/2013>.

IV SIMELP IV SIMELP O IV Simpósio Mundial de Estudos O IV Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa como língua de Língua Portuguesa como língua estrangeira ocorrerá na Universidade estrangeira ocorrerá na Universidade Federal de Goiás, 02 a 05 de julho de Federal de Goiás, 02 a 05 de julho de 2013. Informações: <http://even-2013. Informações: <http://even-tos.ufg.br/SIEC/portalproec/sites/tos.ufg.br/SIEC/portalproec/sites/gerar_site.php?ID_SITE=5921>.gerar_site.php?ID_SITE=5921>.

SUMMER PROGRAMSSUMMER PROGRAMSMIDDLEBURY LANGUAGE SCHOOLSMIDDLEBURY LANGUAGE SCHOOLS

The Portuguese School at Midlebury The Portuguese School at Midlebury

Language Schools announces its Language Schools announces its 11th immersion program in Middle-11th immersion program in Middle-burby, VT, between June 24-August burby, VT, between June 24-August 9. Writers in residence this year will 9. Writers in residence this year will be Brazilian writer Conceição Eva-be Brazilian writer Conceição Eva-risto and Angolan writer Ondjaki. risto and Angolan writer Ondjaki. Information: <http://www.middle-Information: <http://www.middle-bury.edu/ls/portuguese>.bury.edu/ls/portuguese>.

UF/GEORGETOWNUF/GEORGETOWN

The University of Florida/George-The University of Florida/George-town University summer study-town University summer study-abroad program in Rio de Janeiro in abroad program in Rio de Janeiro in Summer 2013 will be the 32nd year Summer 2013 will be the 32nd year of the program at the Instituto Bra-of the program at the Instituto Bra-sil-Estados Unidos (IBEU) between sil-Estados Unidos (IBEU) between

June 30 and August 10, 2013. Infor-June 30 and August 10, 2013. Infor-mation at: <htpp://spanishandpor-mation at: <htpp://spanishandpor-tuguese.ufl .edu/sa-rio.html>.tuguese.ufl .edu/sa-rio.html>.

COFCCOFCThe College of Charleston is offer-The College of Charleston is offer-ing a Maymester abroad in Brazil, ing a Maymester abroad in Brazil, from May 12-May 30. from May 12-May 30. This intensive program on Brazilian This intensive program on Brazilian culture offers credits for Humanities culture offers credits for Humanities and Social Sciences and it is open to and Social Sciences and it is open to all U.S. students. Information: José all U.S. students. Information: José Moreira <[email protected]>.Moreira <[email protected]>.

Theme: “Building Bridges to the Future: Innovation, Technology, Advocacy”Theme: “Building Bridges to the Future: Innovation, Technology, Advocacy”

SAN ANTONIO, TEXASSAN ANTONIO, TEXAS

SAN ANTONIO MARRIOTT RIVERCENTER HOTELSAN ANTONIO MARRIOTT RIVERCENTER HOTEL

JULY 8-11, 2013JULY 8-11, 2013

Page 16: PN Spring 2013 - cdn.ymaws.com · nno sentido mais amplo da palavra, e tam-o sentido mais amplo da palavra, e tam- ... ggrupo, que era a Cruzada Infantil, rupo, que era a Cruzada

NAME _________________________________________________DEPARTMENT ____________________________________________CAMPUS ADDRESS _________________________________________E-MAIL ADDRESS __________________________________________CHANGE MAILING ADDRESS (Y/N) _______NAME CHANGE (Y/N) _______PLEASE REMOVE MY NAME (Y/N) _______

RETURN TO: PROF. LUCI DE BIAJI MOREIRA

COLLEGE OF CHARLESTON

DEPARTMENT OF HISPANIC STUDIES

66 GEORGE STREET

CHARLESTON, SC 29424

If you have a campus mailing address that does not match the address label below,

please write your new address on the following form or send an email

to Luci Moreira at <[email protected]>.

If you would like to have your name removed, check the appropriate choice.

Prof. Luci De Biaji MoreiraCollege of CharlestonDepartment of Hispanic Studies66 George StreetCharleston, SC 29424

the

PORTUGUESE NEWSLETTER