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Poemas de Azul e Mell XXI Por: Nenúfar

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O Murmúrio do Vento ................................................................................................... 3 O Chã de Panela............................................................................................................ 4

Sonho Perfeito .............................................................................................................. 5 O Rosto do Amor .......................................................................................................... 6

El Miro ......................................................................................................................... 7 As Cores do Amor ........................................................................................................ 8 O Questionário .............................................................................................................. 9

Recordações da Alma.................................................................................................. 10 Ao Vento .................................................................................................................... 11

Divagações Poéticas .................................................................................................... 12 No Silêncio ................................................................................................................. 13

O Prenúncio da Felicidade .......................................................................................... 14 Página de Anúncio ...................................................................................................... 15

Boca que fala segredos ................................................................................................ 16 Ah! mundo ! ............................................................................................................... 17

Ah! Se eu fosse invisível ! ........................................................................................... 18 Acerca de mim!........................................................................................................... 19

Parei no tempo ............................................................................................................ 20 Cativo ......................................................................................................................... 21

O Desenho do Caderno ............................................................................................... 22 Nas asas do desejo ...................................................................................................... 23

Teu Mundo ................................................................................................................. 24 Carta do Cupido .......................................................................................................... 25

Carta ao Cupido .......................................................................................................... 26 Hoje voltaste ............................................................................................................... 27

O Cônsul de Cá ........................................................................................................... 28 O Equilíbrio ................................................................................................................ 29

Mendigo ..................................................................................................................... 30 A Emoção pelo Vidro ................................................................................................. 31

O Beijo no Silêncio ..................................................................................................... 32 Sem Rumo .................................................................................................................. 33

À espera do S. João ..................................................................................................... 34 S. João ........................................................................................................................ 35

O Abraço .................................................................................................................... 36 O Vulto do Espelho ..................................................................................................... 37

Mensagem de Amor .................................................................................................... 38 O Poeta ....................................................................................................................... 39

Desalentos na Folha Branca ........................................................................................ 40 A Regra Sem Opção .................................................................................................... 42

Palavras ...................................................................................................................... 43 Os Silêncios ................................................................................................................ 44

Sem Condição ............................................................................................................. 45 O Calcanhar da Sorte .................................................................................................. 46

A Fada do Mar ............................................................................................................ 47 Sem Sentido ................................................................................................................ 48

O Top Ten .................................................................................................................. 49 Vazio .......................................................................................................................... 50

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O Murmúrio do Vento

Hoje visitaste-me várias vezes, na brisa que me beijava,

Foi bom sentir ao de leve o teu macio em meu coração,

Foi mau de seguida ser assaltado, na conturbada mente de camaleão,

Foi bom pensar nos beijos onde ficavas pendurada em meu pescoço,

Nas questões da vida que te deixavam em alvoroço,

E hoje, pensei muito no teu batom,

Na tua pele e nos gostosos momentos no bem bom.

Não foi só o acaso que nos atraiçoou,

E por muito que me justifiquem a vida,

Não entendo, e não me rendo, nesta amargura

Não chega a justificação do porquê, que me largou na noite crua,

E a minha confiança perdi-a, no meio da minha solidão,

E as pétalas que vão caindo e ditando a minha sorte,

Não me têm chegado, para olhar com esperança o meu norte.

Não vi quem determinou os dados que ditaram a minha sina,

Não gostei do árbitro do jogo, e a história nunca a tive como minha,

O cruel indecifrável que nublou meu dia,

Não fez sentido em atirar tal veneno na minha alquimia,

Fiquei sem o perfume do meu frasco de porcelana fina,

E hoje tenho o vento por companhia,

Que vai cantando os versos do meu caderno,

Que me murmura os teus beijos, e me ressuscita do inferno!

Nenúfar 1/4/2008

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O Chã de Panela

Foste ao Chã de Panela,

E fiquei arredado da janela,

Nem vi pelos meus binóculos, o dançar dos teus dedos,

E não soube o tema do dia, dos teus segredos,

Não vi os lábios que me chegas, para beijar de brincadeira,

Nem o batom que colocas, para me baralhar a ideia.

Contou-me ali um gajo,

Que o chã de panela, que aqui se chama tacho,

Deu festa até de madrugada;

E eu que te desejei que te portasses mal,

Já li a notícia, e o recado no jornal,

Que tens o coração preso na ponta da tua flecha,

Essa que voa por entre o mar,

E que na brisa encontraste a poção de amar.

Fisgaste o coração de um gaiato,

E que o queres pegar do teu jeito,

No bar da tua praia e no teu leito,

Que o coração não aguenta a vontade,

E que o amor é de verdade.

Já escreveste a prece, em desenho na tua colcha,

Teu coração, teu Cupido,

E frases de amor com sentido.

Nenúfar 6/4/2008

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Sonho Perfeito

Caminho por entre nuvens cerradas,

Por entre fumo que não me mostra o trilho,

Por entre olhares, que para mim, não têm sentido.

Este, já foi meu caminho,

Já foi minha estrada iluminada, nunca caminhei sozinho;

Este, que agora desconheço,

Que perdi a memória e onde todos os dias desfaleço,

Já foi meu paraíso, foi meu fim e meu começo!

Capto sinais que me vêm da mente,

Para sair do astracto,

Para deixar as palavras amargas onde me afundo,

Para sair do abismo, e voltar ao mundo.

Não vejo quadro real onde encaixe a silueta,

Não descubro o sentido, e a mente fica presa,

Nas grades que me separam do passado,

Onde não passo, mas vejo o horizonte iluminado;

A noite cai, e o corpo entrega-se ao vazio do meu leito,

A mente apaga-se, e renasce em sonho perfeito!

Nenúfar 6/4/2008

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O Rosto do Amor

O teu rosto brilhou numa madrugada,

Que teve tudo para ser encantada,

Teu sorriso largo e teus lábios pintados,

Tua boca a ferrar teu dedo,

E o brilho escuro que sai do teu cabelo,

Teu Cupido que brilha no peito,

Deu-te um encanto e não tem mais jeito!

Já me contaste segredos do teu mundo,

Já cantaste a tua história de amor,

Dançaste o ‘Eu te quero só pra mim’,

No balanço do teu corpo em tua blusa de cetim,

Fizeste saltos mortais em teu leito,

E teus beijos que me chegam em filme insuspeito;

Mostraste-me tua colcha de desenhos de amor,

E o uso fruto que vais comprar com a tabuada dos dois,

E já sei no que vai dar, pois…pois…

Deixa-me ficar com teu olhar, do jeito que você gosta,

Com tua musica, teus anéis, e tua boca gostosa,

Dou-te um presente de chocolates de vários sabores,

Um bom vinho para dar calores,

E no auge do encantamento,

Já me segredaste..

Ei aí, gaiato do outro lado…

Você quer ser meu namorado?

Nenúfar 12/4/2008

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El Miro

Para quem é Agente Secreto,

Você assim vestido de Papa,

E com um sermão bem directo,

Acho que expôs demasiado o seu flanco,

E agora não sei se adianta o remédio ou a reza de algum Santo.

Conheci as suas qualidades de Trovador,

De pessoa sorridente e com voz de tenor,

Conheci as suas lutas de D. Quixote,

Tentando derrubar os quiabos,

Com suas homilias de sacerdote.

Sou um simples curioso da vida,

De ficar a olhar o percurso e façanhas dos amigos,

Até o nomeei meu padrinho,

E sinto-me prestigiado com seu carinho,

E com os puxões de orelhas que vai dando,

E não fico chateado, mereço de vez em quando!

Mas queira saber sua Santidade El Miro,

Que hoje já fui à missa,

E comparando a homilia do padre com a sua cartilha,

Acho que você bate aos pontos com seu repertório!

Mas.. falando de coisas boas…

Quando vamos marcar um encontro da GI ?

Por mim, se não quiserem no Reino de Pica Pau…pode ser aí!

Nenúfar 13/4/2008

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As Cores do Amor

Ah, se eu te pego daquele jeito,

Se te vejo nos meus braços e no meu leito,

Se eu sonho assim loucuras,

Não serei louco, nem rapaz de travessuras,

Será antes meu querer de te ter perto,

De sentir o teu perfume e teu sorriso aberto!

Já queimei horas sem fim,

Já me aniquilei, e sonhei com tua blusa de cetim,

Já imaginei teu beijo,

O brilho do teu cabelo onde me vejo;

Já pensei fazer-me dono da tua praia,

E já idealizei as medidas da tua saia!

Já corri para a tua janela,

E vejo meu mundo pintado de aguarela,

Sofro contigo quando a luz se apaga no teu palácio,

E nossas conversas, que já foram além do prefácio,

Pedem mais que o desenho do abraço,

E os beijos que atiras, e me caem no regaço!

Sonho hoje uma pintura abstracta,

Com cores vivas e tua foto de Gaiata,

Com tuas canções e a fazerem remates de amor,

Num futuro que acalento mais risonho,

Numa vontade de amar,

Numa melodia nova, que componho!

Nenúfar 16/4/2008

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O Questionário

Eu sou o tal mascarado,

O Janderson que gosta de chocolate amargo,

Meu pai é contador de débito e crédito,

E eu ainda não sei,

Mas quando for grande talvez vá ser médico.

E eu sou a Jade, que fala pelos cotovelos,

E sei contar todos os meus dedos,

Sei pegar o Jael, com chocolates pequeninos,

Sei tirar fotos e dar beijinhos.

Eu sou o Jael, e não entendo o que diz o Manuel,

Não percebo patavina desse teu palavreado,

E quero saber a tua idade,

Se tens diploma para namorar minha tia,

Onde moras e qual é a tua cidade?

Faz-me outro poema daqueles sem jeito,

Mas espera aí, para eu contar chocolates bem direito,

Dividindo por três, para cada um dá dez,

Mais três para mim que sou o maior,

Mais este de leite que é o melhor,

E dois para ele, para curar o dói-dói,

E quatro para mim que sou o herói,

Tenho aqui uma colecção de carros de corrida,

E você quem é? é namorado da minha tia?

E você onde mora ?

Mora longe e já vai embora?

Se quiser pode ficar aqui para sempre,

Pode ficar na minha rede,

E bebe o suco que a mãe fez, para tirar a tua sede,

E essa tatuagem a dizer Mell,

Quer dizer o quê, se você não tem anel?

Nenúfar 1/5/2008

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Recordações da Alma

Hoje chorei a saudade dos teus braços,

Lavei a alma com a recordação dos teus beijos,

Olhei minhas mãos que se habituaram aos teus dedos,

E meu corpo que não se acomoda com tantos desejos.

Mergulhei nas águas que me levaram no teu dançar,

Ao encosto do corpo, que se deixa balançar,

E te segreda de baixinho,

Amor, sabias que te estou a amar?

Ah, como esse amor me consome,

E a recordação que ficou, não sacia a minha fome,

Sente a distância e o pouco que fica na imagem,

Vendo teus cabelos voarem no beijo, na aragem,

Gosto dos teus dotes de guerreira,

Vestida só de luar ou de minha enfermeira,

Gosto do beijo com que me prendes,

Do doce enrolar no verde do teu lençol,

E do entrançar das pernas,

Feito de teu isco e meu anzol!

Vejo tuas fotos em pose,

Teu sorriso largo e teu olhar que me come,

Tua vontade de me tocar e me amar,

Teus dedos que me chegam o caranguejo na boca,

E teus medos que se esfumaram e te deixam louca,

Tuas pétalas de rosa a decorar meu coração,

Teu café e teu mamão,

E penso o quanto vale a vida,

O quanto valem os dias contigo,

O quanto a sorte bafeja, meu passado sofrido!

Nenúfar 1/5/2008

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Ao Vento

De ti, vento, já ouvi os teus murmúrios,

Teu cantar que me embala e me salva,

A frescura da tua brisa,

E a tua fúria que me aterra a alma;

Já te pedi notícias do outro lado,

Onde não sei se passas em teu caminho,

Procuro os beijos de amor que roubas na praia,

E tua força, para rodar em meu moinho.

Já foste meu aliado,

Meu inimigo e já te peguei de forcado,

Temos histórias e muitos segredos que espalhas,

Por entre o zumbido dos teus sons,

E ameias das muralhas,

Trazes contigo o macio e a aspereza,

Os sonhos belos de muitos, encostados à pobreza,

Trazes a esperança das novas do meu amor,

E o infortúnio quando passas em silêncio,

E me deixas mau sabor.

Nenúfar 3/5/2008

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Divagações Poéticas

Queimo os momentos de pausa,

Por entre a divagação que encontro nas palavras,

E os momentos passam inglórios,

Ou gloriosos, incutindo vontade e destruindo amarras,

Alinham-se as palavras feitas em exército,

Fazem-se os discursos em qualquer dialecto,

A luta vem de dentro, da revolta da alma,

E os versos vão curando, e deixam a mente mais calma.

Os momentos passam, e ficam suas marcas no meu caminho,

O rasto por onde passo ora acompanhado, ora sozinho,

Um incrédulo argumento de uma má história,

Um momento presente que se resigna à má memória,

E ficam apenas os poemas e os contrastes,

Rascunhos de uma vida descolorida pelo acaso,

Um trecho, ou um momento, ou só um traço,

O riscar da sorte por entre a glória e o fracasso!

Nenúfar 3/5/2008

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No Silêncio

O Silêncio também nos une,

E o desejo toma conta dos pensamentos,

O olhar mostra um brilho sem igual,

Sem explicação, o mundo fica ali afinal,

E o ar que respiro sabe ao teu perfume,

E todo o meu corpo, é lume!

A vontade de seguir a tua silhueta,

Que fico a contornar com meus dedos,

E as lembranças que ficam do fresco do teu lençol,

Do teu beijo, da tua praia, e do teu sol.

O mundo desfez-se na fantasia,

E ficaram as imagens como a sombra do meu dia.

Nenúfar 5/5/2008

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O Prenúncio da Felicidade

Hoje meu mundo é um oásis,

A esperança num árido deserto,

Onde me reencontro e me perco,

Por entre o cansaço de uma caminhada,

Com um rumo perdido, na direcção do nada.

Já li minha sina e a tua,

Já abri minha mente, e tua alma vi nua,

Sorri, chorei, no meu dia brilhante e torto,

E no silêncio encontro o conforto,

E acalmo o corpo no olhar do teu rosto.

Fico rendido no dançar desses dedos,

Ou no carinho quando me afagas os cabelos,

Olho as pétalas que deixas no meu caminho,

E oiço teu segredo, que não estou sozinho,

Ganho força e a vontade de te amar,

O prenúncio da felicidade a chegar!

Nenúfar 9/5/2008

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Página de Anúncio

Anuncio nas páginas do meu caderno,

Que coloco à venda, ou dou de graça o inferno,

Mais o escuro que pintou meus dias,

E a amaldiçoada poção que fez minhas noites frias.

Junto no pacote, dou a má sorte,

E o desprezo que colhi do vento norte;

Quem quiser levar a encomenda,

Junto de bom grado os escritos feios da minha sebenta,

E o olhar desesperado que por vezes me visita,

E me mata, em sorte maldita;

E para largar de vez o meu fado,

Anuncio que dou desconto, e ainda pago,

Para virar meu rumo e minha vida para outro lado.

Quem quiser ver o artigo anunciado,

Ligue para o meu número,

Ou visite-me junto da árvore do condado,

Na porta pintada com lágrimas sem cor,

Toque na campainha ou chame pelo senhor,

Ou assobie bem alto,

Que eu desço até ao asfalto!

Nenúfar 9/5/2008

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Boca que fala segredos

A boca que fala os segredos,

Que liberta o grito, e o beijo,

Que saboreia o doce dos teus lábios,

E me aviva os desejos,

É a mesma que canta canção,

Que desperta os sentidos e me amarra o coração.

Ontem amargou fechada, ouvindo o acordo,

Também já fez a confissão e a prece,

Fez perguntas ao mundo todo,

Ferrou os lábios de tanta insensatez,

Engoliu em seco, a sorte que alguém fez.

A boca que hoje te fala de amor,

Já falou de desespero no silêncio do meu quarto,

Gritou , cantou, e assobiou para aliviar o fardo,

Esta boca que me deixa falar-te coisas belas,

Já resignou na vida, e escondeu o desconforto,

Perante os riscos da mão, de um mapa tão torto!

Nenúfar 14/5/2008

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Ah! mundo !

Ah, mundo,

Que trais os meus sonhos,

Que me derrubas,

E fazes meus dias medonhos;

Não escarneças da minha sorte,

Não rias dos meus dias,

Nem tenhas como fortuna a morte!

Não me olhes por cima do ombro,

Nem fiques indiferente aos meus escombros,

Não pedi, nem desejei este olhar,

Não fiquei parado, perante o azar,

Não quis o cinzento que pinta meus dias,

Nem sou mago de fazer tais alquimias!

Não encontro destino na encruzilhada,

Desvanecem as forças e rendo-me na cilada,

O mundo ficou quadrado, na elipse sem fundamento,

E bem medida a vontade ,

Pouco mais dá que um por cento,

Uma espera que me retira o querer,

Numa história onde fiquei a perder !

Nenúfar 16/5/2008

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Ah! Se eu fosse invisível !

Ah, se eu fosse invisível,

E pudesse viajar pelo mundo fora,

Sem os constantes problemas da vida.

Ah, se eu fosse invisível,

E ajudasse os que mais precisam,

Naqueles momentos difíceis.

Ah, se eu fosse invisível,

E cantasse, e dançasse todo o tempo,

Sem que ninguém me parasse.

Ah, se eu fosse invisível,

E não houvesse tempo,

Fazia o que me apetecer,

Escrevia em poema o meu viver!

Catarina Robalinho (12 anos)

em 17/5/2008

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Acerca de mim!

Do mundo por onde andei,

Pouco mais ficou que o pó,

Algumas boas lembranças e pautas em Dó,

Que hoje são aguarelas difusas,

Riscos fundos no corpo e na alma,

A delirante mente que parece que nunca acalma;

Fiquei com um monte de palavras e analfabeto da vida,

Que não entendo, onde a noite ficou perdida.

Gastei todo o perfume de uma jornada,

E as flores que plantei, não deram nada,

O meu rosto mostra a indiferença perante o sol,

E meus braços erguem-se numa prece,

O amargo soluço reaparece,

E o meu passo abranda, e rasga as folhas que pisa,

À espera do sinal que vem na brisa,

Ou que se apague a luz que ilumina um caminho,

Tortuoso , por onde não tenho vontade,

De caminhar sozinho!

Nenúfar 19/5/2008

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Parei no tempo

Parei no tempo à espera,

Não sei porque parei,

Não foi minha vontade, nem nunca o pensei;

Sonhei-o sim,

Entre os pesadelos desconexos,

E as noite mal dormidas,

Uma história obscura,

Sem entradas, nem saídas.

Neste compasso de espera,

Olho o mundo da torre do meu castelo,

E vejo para lá do horizonte,

O quanto o mundo é belo!

Saiu-me em sorte a desgraça,

Meus dias passam lentos,

E o enguiço não passa!

O simples é complexo,

E o sorriso dos dias troquei-o,

Pelo olhar circunspecto.

O tempo cura algumas feridas;

Que já não sangram,

Mas ficaram como marcas,

Que me apontam e me separam,

Que me reduzem, e de mim escarnam!

No encalço da sorte perdida,

Continuo a caminhada,

Pelo muro alto que se apresenta sem escada,

Pelo sinuoso trajecto de uma nova estrada!

Não é fardo leve,

Nem percorro meu caminho sozinho,

E nos limites que a mente impõem,

Desfaço-me dos preconceitos,

Procuro-te por entre meus sonhos,

Num jardim de amores-perfeitos!

Nenúfar 20/4/2008

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Cativo

Cativa-me esse teu sorriso,

O ferrar do teu dedo, e esse olhar altivo,

O jeito meigo como mergulhas na minha alma,

E me mostra teus segredos,

Em lençol verde onde me satisfazes os desejos!

Cativa-me o apontar do teu dedo,

E a vontade que te foge pelo olhar,

A assinalar o corte do teu som;

Dizes que queres mesmo por aqui,

Para me mostrar como é bom.

Cativa-me o teu rosto,

Quando fica em desconcerto,

Quando te falo baixinho,

E tu, num nervoso miudinho;

Quando queres pular para o outro lado,

E quando me soletras que gostas de fado,

Quando sonhas com um grande amor,

Que desenhas nos teus bordados,

E nas mensagens que deixas,

A dizer que gostas de Magos !

Nenúfar 20/4/2008

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O Desenho do Caderno

Hoje parto para os teus braços,

Num sonho onde alinhavo as ideias,

Fixo as coordenadas,

E no meio das tuas almofadas,

Vou à procura do meu mundo!

Este recomeço onde ilustro a minha mente,

Onde planto uma semente, sem tréguas à sorte,

A vontade da vida, na luta do mais forte,

O levantar dos braços na busca da oportunidade,

O confronto da alma, que busca a verdade.

Hoje o dia é a réstia da esperança,

O teu corpo, teus lábios e tua dança,

O alvo secreto de uma nova lança,

O teu calor e o sol da tua praia,

Teu sabor e o desenho da tua saia;

Hoje sou o risco no meu caderno,

A assinalar um ponto,

No jogo da vida que quero!

Ganharei meu Cupido,

Teus brincos, teu dedo e teu beijo,

Talvez ganhe o mundo que desejo,

Talvez ganhe o teu braço,

E uma vida pintada com teu traço.

Nenúfar 20/4/2008

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Poemas de Azul e Mell XXI Por: Nenúfar

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Nas asas do desejo

Na calma do dia,

E nas horas queimadas sem destino,

Aguardo o arrancar da vida.

Como o avião, na pista para descolar;

Vejo teus olhos a brilhar,

Essa vontade de fintar o destino,

De vencer as barreiras,

Que se levantam no caminho.

O doce sabor que fica no ferrar dos lábios,

A sonhar com teus beijos,

Com o aperto do teu abraço,

Com o vislumbrar do mundo,

Sentado no teu regaço.

Mergulho as mãos em poção brilhante,

E meu corpo na redoma de amante,

A amargura fica adocicada com o momento,

E a vida é isto, a audácia de querer ,

Virar o rumo da má sorte,

Que se atravessou em meu caminho,

E colocou-me na frente, um traste forte.

Talvez seja aqui o virar da história,

Num desfecho inédito e com glória,

Talvez seja essa a mão do meu destino,

E meus dedos, de recorte fino!

Nenúfar 20/4/2008

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Teu Mundo

Teu mundo é uma mistura de simplicidade e ousadia,

De brilho e trabalho todo dia,

De canções que cantas para mim,

Da tua praia e das flores do meu jardim.

Teu mundo é o tentar o amor prometido,

O pensar na vida, com algum sentido,

O sonho que o amor é dois,

E o prazer de dividir,

Teus eventos e teus caranguejos,

De adoçar meu dia e consolar meus desejos.

Vê-se a vontade que estremece o teu corpo,

E o esvoaçar do teu cabelo na brisa do meu sopro,

Vê-se o desenhar dos teus dedos,

E o abraçar da imagem com gosto,

De pegar, e levar para o teu leito,

E fazer coisas sem jeito!

Quero-te para mim,

E faço prece ao meu Santo,

Que desate os nós que nos separam,

E abrace a força que nos prende,

E nos junte, no amor que se sente!

Nenúfar 20/4/2008

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Carta do Cupido

Oi! Rsss….

Em plena era de tecnologia… eu te escrevo uma cartinha.

Espero que você goste da blusa! Mais que isso, que seja o teu número (42).

Pedi a cunhada da minha irmã para comprar em Salvador. EU queria te dar

uma prenda original, diferente.

Quando esta prenda chegar a você… todas as festas já passaram. Mas, tenho

a certeza que tudo vai correr maravilhosamente bem.

Muita paz, saúde, amor ( o nosso rsrs) e felicidades para todos!

Deus (?) a Vida (?) já não sei…mas uma comunhão entre eles. Nos dão e nos

tiram as coisas e as pessoas. Mas para mim já valeu a pena ter-te conhecido.

O tempo que passei com você, apesar de ser como é, foi o suficiente para eu

te falar: Adoro você !!!

Beijão… beijos mil!

PS: Desculpa-me os erros, mas eu estava com pressa porque os correios vão

fechar.

PS: Acabo de receber tua mensagem no celular. Você está no cinema, rsrs ,

que força de pensamento a nossa.

Kell 22/12/2007

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Carta ao Cupido

Sabes amor, sempre esperei e procurei alguém cujo olhar me seduzisse.

Esse alguém que na sua simplicidade e sentido de responsabilidade, tivesse

também uma vontade enorme de ter, e de dar carinho; e alguém, cujo meu

passado e minha vida não fosse visto como um empecilho.

Nem sempre a vida segue o percurso que sonhamos, mas sempre a vida pode

ser algo diferente do tropeço, ou da contrariedade que nos cai em sorte.

Quando olho para ti, e te vejo contar tuas histórias, e com teu sorriso aberto

me atiras teus beijos, fico em silêncio a olhar para o teu mundo! Teu mundo

é parecido com o meu, te jeito de ser que me cativa, e pergunto a mim

mesmo, o quanto sorte às vezes se cruza comigo!

Acredito que temos força e vontade, os dois, para mudar a vida e o percursos

da nossa história. Acredito que temos o quanto baste para fazer uma história

em conjunto, só nossa!

Hoje marco o início da nossa era. Tenho fé que algo acima de nós nos ajuda

na empreitada, e o resto, o fará a nossa vontade.

Sinto-me bem com a ideia de te ter a meu lado, e a consciência, a mente e o

coração dizem-me para te ganhar, para ir no teu encalço e ficar no teu

mundo!

Mell 20/4/2008

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Poemas de Azul e Mell XXI Por: Nenúfar

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Hoje voltaste

Voltaste de longe a olhar a minha janela,

A procurar o meu olhar envolta em tuas vestes negras,

Coberta no rosto, desfigurado pelas trevas,

E pé, ante pé, chegaste em silêncio,

E ficaste a pairar no meu ar,

Numa afronta desproporcionada,

Que me leva ao refúgio da mente desconcertada,

No branco do meu lençol e na minha almofada.

Nunca te vencerei, e quando te sinto por perto,

Fico nervoso e sinto-me atacado a descoberto,

Sem nada que me defenda,

A vida fica nua e a impotência do meu corpo,

Resigna-se perante a tormenta,

Do traste que me persegue e não tem emenda,

Fico no mágico equilíbrio de uma teia que me segura,

Olho o abismo e não sei ainda, quanto dura!

Nenúfar 26/5/2008

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O Cônsul de Cá

Olhei o meu caderno de louvores,

E encontrei a folha vazia,

Nem lindas palavras nem ‘se faz favores’,

Nem nomeações de nomeada,

Nem de nomeada , nem de nada,

Nem nenhuma assinatura aprovada,

Nem carimbo com o meu nome,

Nem rabiscos , de qualquer diploma.

Meu cartão do doutor,

Constata que meu sangue não é azul,

Não tive a sorte de nascer no sul,

Também não sou da capital,

O que me leva logo um quarto do astral,

E quando me fazem a tabuada à idade,

Colocam mais cinco pontos na caducidade,

E descobriram que meu código postal nem é de cidade.

Perante tanto azar,

Só me deu para rir, e hoje nada de chorar,

Vou nomear-me Cônsul de alguma coisa,

Assino por baixo e carimbo com o meu indicador,

E para que todos saibam ,

Vou publicar o decreto na parede do meu corredor,

Senhor Excelentíssimo Cônsul de Coisa Nenhuma,

E agora assino com minha caneta feita de pluma!

Nenúfar 26/5/2008

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O Equilíbrio

Sopraram leve em meu passo forte,

E meu equilíbrio despreocupado em cima de um barrote,

Mostrou o quanto frágil é o meu caminho,

Uma comédia em tom triste, onde me vi sozinho,

O boicote suspeito de quem se sente atraiçoado,

Por terem soprado, logo para o meu lado!

Na corda bamba e na procura do golpe de asa,

Que me levante da lama e me renasça,

Disputo a vida entre o corpo e a mente,

Entre o dia aguerrido e a noite ausente,

Faço o silêncio no meu rosto em tom perturbador,

E mergulho em poemas sem vida, e dias sem calor!

A má impressão que sobrou da história,

Luta contra as palavras desenhadas pelos meus dedos,

Minha mente aviva a memória,

E a vida ficou órfã e sem segredos,

Passam devagar os versos das minhas horas,

E o equilíbrio dilui-se em desenhos de linhas tortas!

Nenúfar 28/5/2008

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Mendigo

Hoje cruzo o olhar no horizonte,

E o vazio acompanha a mente,

Perco-me no espaço onde só se vislumbra o nada,

Retraio o meu desembaraço e procuro minha almofada.

O árido palmilhar dos meus pés,

Segue um caminho sem rumo,

Um desconsolo penar neste mundo,

Onde não se acalentam memórias,

Onde a vida nos atraiçoa as histórias.

E o pouco sabor que vem,

Resume-se a um mísero vintém,

Que se agradece com um sorriso nos lábios,

Para disfarçar, à toa, um descolorido olhar,

O amor em vão e a vontade de sonhar,

Que nos segura hirtos à espera de nova tempestade,

Um infindável processo onde se gasta o resto da força,

O riscar de dias num hábito sem sentido,

O desfalecer do corpo perante uma mente de mendigo!

Nenúfar 4/6/2008

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A Emoção pelo Vidro

Sorriste ao dizer que já tinhas saudade,

E teus olhos brilharam,

Com a lágrima que fugiu da alma.

Teu olhar mostrou-te frágil e resignada,

Como quem sente o inevitável,

O soar do trompete a chamar à retirada,

E tu, com um andar desnorteado,

Foste ao encontro do teu dia;

Um contraste de emoções,

O contrariar da vida no abraço de dois corações,

O choro do corpo e da mente,

Perante o carinho, que órfão, me torna demente.

Ficou o vidro frio a separar a imagem do adeus,

Ficou de testemunha do meu pedido aos céus,

Uma prece, repetida vezes sem conta,

A olhar das marcas da minha mão,

A decifrar o mapa e a entender o coração.

Nenúfar 15/6/2008

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O Beijo no Silêncio

Provei em demasia o silêncio,

Nos teu lábios onde aprendi a sonhar,

Onde beijei, e te ouvi sussurrar,

Teus segredos de mulher,

Tuas loucuras de sorriso aberto,

E todo o carinho que um homem quer.

O silêncio emudeceu os sonhos,

A vida, e me fez dias medonhos.

O silêncio ficou-me por companhia,

Um cheiro a nada , que me provoca azia,

O vazio de palavras e momentos,

De cheiros e sentimentos.

O silêncio se apresenta com ousadia,

E põem à prova a alma, no dia a dia,

E o corpo vacila entre o fracasso e a memória,

Entre o indigesto, e a mísera glória,

O silêncio rasga o pouco que resta de mim,

E me empurra para um inglório fim!

Nenúfar 16/6/2008

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Sem Rumo

Perdi o rumo e o fio da meada,

Perdi o sentido e a direcção da estrada,

Perdi o senso e o prazer,

A água fresca que faz viver,

Perdi a linha e o isco do anzol,

Perdi a luz e meu farol.

Perdi a bússola na trincheira da batalha,

E o lado certo do fio da navalha,

Perdi as pontas do lençol,

Descobri a alma e o frio, de dormir sem sol,

Perdi o gosto e o tempero,

Ganhei o vazio e a cor do desespero.

Perdi a vontade e o olhar,

Perdi o dia, e quase perco o luar,

Perdi tudo, numa causa insensata,

Fiquei mudo, e o pensar quase me mata,

Perdi-me num labirinto sem fim,

Secaram as flores, e morreu o meu jardim.

Nenúfar 22/6/2008

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Poemas de Azul e Mell XXI Por: Nenúfar

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À espera do S. João

Há dias que espero e desespero,

Que nada peço , e como o que não quero;

Há dias que me afundo em sonhos,

E nos versos vou derramando a vontade,

Sonhando com o sorriso do teu olhar,

E sacrificando a vontade de amar.

Hoje no meio da festa, veio a saudade,

E no lençol vou adormecer a solidão e a verdade,

Que me crucifica, e me atira ao chão;

E teu beijo que já foi do meu coração,

Transforma-se em imagem, e num árido som,

Que me revira, e me esmaga feito canhão.

Oiço o céu estrelado dos foguetes,

E o som do S. João a animar a rua,

Oiço a alma que se esconde,

Com medo da multidão a ver nua,

Sinto o arrepio quando te vejo no teu ficheiro,

E escrevo o resto dos versos, só para acabar o tinteiro.

Nenúfar 23/6/2008

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S. João

Ao S. João fiz minha prece,

Declamando para o luar estrelado,

Os poemas que o Cupido me escreve,

E as canções que oiço do outro lado.

Já sonhei contigo acordado,

E acordei no teu lençol esverdeado,

E nas rimas da história da noitada,

Ficaram versos de amor, para a minha namorada.

Quando passaste a mão no manjerico,

S. João largou-te a sua bênção,

Que esta menina descubra um gaiato rico,

Que é coisa difícil, não é fácil como pensam!

Consta-se que S. António dá marido a quem pede,

Mas não escolhe, o que sai , é o que se recebe,

S. João é um santo mais certeiro,

Não dá namorado, sem ver o signo primeiro.

Hoje vou fazer o serviço do plantão,

Ao meu amor, toda a noite de S. João,

E com a fome que estou da sardinhada,

É bom que venha preparada,

Para uma bela noitada!

Nenúfar 23/6/2008

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O Abraço

Hoje sonhei com teu abraço,

Com o quente do teu peito,

E o bem bom do teu regaço,

Com teu corpo estendido no meu leito,

Com meus dedos a sentirem teu cruzar de pernas,

E a tua boca a agarrar os meus lábios,

Sonhei com a graça do teu sorriso,

E tuas mãos a fazerem coisas sem juízo.

Quase me desfalece a saudade,

E faço contas aos dias e à idade.

Ao teu abraço que tem tudo que se quer,

E mais não houvesse, seria puro prazer,

Sentir as tuas investidas de carinho,

E teu olhar a prender o meu devagarinho,

Faço o abraço de ideias sem fim,

Pensando em ter-te perto de mim!

Nenúfar 24/6/2008

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O Vulto do Espelho

Soubesse eu dominar a minha alma,

E o meu olhar, não fosse um mar,

Que me naufraga e me acalma;

Soubesse eu decifrar o mapa da minha mão,

E as linhas não enganassem a vontade do coração;

Soubesse eu cantar,

O verso triste, ora musica de embalar,

Ou o cantar ao desafio, só para disfarçar;

Sinto um ser diferente que se reflecte no espelho,

Que contraria a imagem,

E só se reconhece no vulto da outra margem.

Se eu fosse um guerreiro ao amanhecer,

Um camaleão que vai mudando no dia,

Para não enlouquecer,

Ou só o desenho de uma tela,

Onde o brilho não desfalece,

E o corpo não se sente em guerra,

Nem a vida desaparece,

Por entre a pintura da alma,

Onde o mundo não é só terra,

Nem meu ser é o que se apresenta,

Nem tudo é sol, só porque esquenta!

Nenúfar 26/6/2008

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Mensagem de Amor

Das poucas palavras que sobram,

E no rarear das ideias que encolhem,

Deu para escrever uma mensagem em carta,

Esta que deixo dentro de uma lata,

E a empurro nas ondas deste mar,

À procura do rumo certo, talvez para te encontrar,

Ou para decifrar o caminho,

Descrito em código, em hieróglifos de um pergaminho!

Talvez a carta chegue à tua praia,

E do desdobrares a mensagem de beijos ,

Oiças as ondas a contar os segredos que lá escrevi,

E sintas meu coração a pensar em ti,

Talvez saibas de cor o meu caminho,

E queiras acompanhar minha viagem,

Talvez o desenho que sonho não seja miragem,

E a lata que te chegou, talvez seja para ti a mensagem…

Nenúfar 30/6/2008

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O Poeta

Quem será esse vulto que tanto fala?

E de quem são os versos que ora saem suaves,

Ora saem furiosos como uma bala?

Quem é esse que abre o coração,

Que se mostra nas palavras,

E finge, no meio do turbilhão de escritos,

Se esquece, e luta desenfreado com os espíritos?

Será poeta esse que se mascara no labor,

Que se lamenta com o branco do papel,

Que com ele abre seus segredos, na procura do anel,

Que vocifera de raiva dos tropeços da vida,

E se desalenta nos tortuosos riscos da ferida,

Esse será o tal ser, a que chamam poeta,

Que se refugia nas letras, e vos deixa a alma aberta...

Nenufar 3/7/2008

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Desalentos na Folha Branca

Vou contar-te em segredo,

O quanto meu olhos já brilharam hoje,

De desalento, ou loucura,

Mas sem medo.

Abate-se o vazio à minha volta,

E fico perdido, no meio de uma ciência torta,

Que se desfaz do que é belo,

Que me pisa, feito martelo,

E me lança as lágrimas como um rio louco,

O olhar por um canudo de sons e imagens,

De outro mundo onde floriram belas paisagens,

Que nem em fotos tenho vontade de recordar,

Uma ideia louca que teima em me atormentar!

O caminho era do outro lado,

Não entendi o sinal,

Nem o mapa mal rabiscado,

Não fugi do precipício,

E afoguei-me na tempestade do mar,

Onde navegavam meus sonhos.

Uma ideia que me rasga só de pensar,

E me derruba nos seus tons medonhos;

O som arrepiado das guitarras,

E o balanço ritmado do corpo,

Martiriza a alma numa guerra constante,

Entre o real da história feita na metade,

E o cruel de minha mente mutante,

Que se conta em mentira e me sufoca na verdade.

O passar dos dedos pelo rosto,

Traz o sal que resta, na solidão do fim do dia,

E aqui em tuas linhas, olho a magia da musica,

Que ecoa do meu Neptuno,

E o dançar das palmas da multidão,

Que em uníssono vai festejando a vida;

Um contra censo que quebras as regras,

De quem foge da estrada e decifra novas metas.

Já fui sonhador,

Já me vi em grande barco,

E em mar alto, fui velejador,

Já dominei as ondas que me engoliram,

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Já dedilhei as cordas que leram esta pauta,

Já sorri à gargalhada, e fui tocador de flauta,

Já me vi dominador de máquinas,

E decifrador de algoritmos,

Cantor de tudo e nada, e tocador de ritmos;

Passo hoje pelo forçoso acalmar da mente,

Que não gosta da história,

Que não se resigna, e não se sente contente!

Nenúfar 5/7/2008

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A Regra Sem Opção

Passas por mim a espaços,

Como a lembrar, ou a sorrir de soslaio,

Quanto fugazes são os abraços,

Quantas vezes me vences,

E a recordar que o infalível, quebra,

Que a opção, deixou de o ser,

E a tua vontade é uma regra.

Já te chamaram a doce opção,

Outros, o infortúnio e a traição;

Eu, olho para ti resignado,

E como tens passado várias vezes a meu lado,

Aprendi a ter-te presente,

Uma sombra que me vai lembrando a realidade,

Que me afasta do frívolo, e me concentra na verdade.

Quando te aproximas para mostrar tua grandeza,

Baixo os braços, vencido na minha impotência,

E o meu olhar, desfaz-se num mar de ausência;

O risco do caminho fica curvo e tortuoso,

E a opção, fica um vai e vem, desalentado e vagaroso,

Um desfalecido sentir da tua presença,

E um querer lutar, mas resignar,

Perante uma sorte sem ciência,

Que dita a regra sem opinião,

Que aponta o dedo,

E determina o compasso do coração.

Nenúfar 8/7/2008

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Palavras

Fecho as palavras que me saem dos sentidos,

E mergulho em momentos tão belos, quanto descoloridos,

As palavras que me denunciam o olhar,

São meras frases, às vezes ditas sem pesar,

Outras os sons da alma, onde teimo em naufragar,

Ou o desenho simples que um encadear de letras,

Representando o amor, mas de todo obsoletas.

Sem fim, tentam preencher o branco da folha,

Que me amedronta a vista, que me prende,

Palavras que me decifram a mente,

Entre o enredo dos versos, onde me faço ausente,

E me escondo no meio dos nenúfares,

Ou de um lago, o mesmo onde fui mago,

E agora, a espaços, me descubro prostrado.

Já olhei as palavras sem poemas,

Já as usei para delinear problemas,

Ou para afirmar a minha identidade,

Ou saber as notícias da minha cidade.

Hoje estas palavras são a minha companhia,

Um doce momento onde me faço herói e derrotado,

Onde descrevo batalhas, que me têm atormentado.

Tenho palavras que são a expressão dos desejos contidos,

A testemunha que dita as razões alma,

E sem querer, tanto me aterra como me acalma;

A palavra que se termina em ponto final,

Ou numa admiração sem igual,

Ou na interrogação do porquê na tortuosa mente,

Que se adivinha, mas não se entende!

Nenúfar 14/7/2008

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Os Silêncios

Voltam os silêncios em novas formas,

Os mesmos vazios, que aparecem sem normas,

O cinzento do olhar perante o nada,

O caminhar sozinho para o conforto da almofada;

A mente suspira e desabafa perante a rotina,

Uma dor que volta como uma agulha fina,

O relembrar da história mal contada,

O silêncio da vida, perante a fraudulenta jogada.

A espaços, lembro o teu som,

O sorriso aberto e o voar da tua mão,

Ou os teus trabalhos cheios de efeitos especiais,

Onde prendo a mente, e te vejo a fazer sinais,

Já fiz do silêncio a companhia,

Fiz hoje o acordar e o alimento do dia,

Vou esperar de Neptuno uma ideia luminosa,

Que te traga de lá, mais gostosa!

Nenúfar 20/7/2008

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Sem Condição

Sorriste perante o facto,

De um Cupido, que só te vestiu um trapo,

E te deitou numa cama,

A massajar as costas e a fazer coisas que não gostas,

E das recordações que levaste, só dá mesmo para sonhar,

Já que não estás a cem por cento,

E sem estado sequer, para ir ver o vento!

Recebi a mensagem da garrafa,

Que as ondas arrastaram até à minha praia,

Uns desenhos a lápis de uma menina sem saia,

E uma dedicatória para o sortudo em questão,

A deixar muitos beijos, e tua vontade do coração,

De ir para a barraca comer caranguejos,

De braço dado com o Cupido dos desejos.

Quando o doutor te der condição,

Não faltarei na sessão,

E não perco isso por nada,

Nem teus dedos nem tua almofada,

Nem teus beijos, que de tanta vontade,

Invadem de mansinho meu correio,

E não me levam a saudade.

Nenúfar 20/7/2008

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O Calcanhar da Sorte

Minha sorte palmilha no meio da poeira,

No calcanhar da sorte e no pulsar que me corre nas veias,

Por entre um caminhar demente e vadio,

Como quem rasteja o mato,

E se descobre sozinho e frio.

Minha sorte vai no som abafado das palmas,

No aplauso de longe que se esvai por entre as almas,

No assalto de surpresa a um problema complexo,

Que me feriu de morte, numa sorte sem nexo,

A sorte colocou meu mundo em órbita,

E a elíptica curva ditou uma jogada torta,

Fez a vida sem cor e sem sentido,

Deixou-me a poeira a enevoar o caminho,

E um fio, onde seguro um corpo ferido!

Nenúfar 25/7/2008

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A Fada do Mar

Quantas histórias terei para contar,

Quantas vezes olho minhas mãos vazias, até de ar,

Quantas vezes me encontro no meio do nada,

E a vida que nada resolve sem a varinha de Fada,

Não é senão o sofrido correr dos ponteiros;

E tu, meu Cupido Arqueiro?

Por onde lanças a tua seta da réstia esperança?

Por onde desenhas os riscos do mapa do meu caminho,

Que não encontro saída, e neste fado desfalecido,

Olho o cantar rouco de quem pede mais…

Mais que uma gota desse pó mágico,

Que me benzeu de glória,

E me desfalece no rasgar da minha memória,

Que me crucifica e me faz ver o pó,

Um velho jogo do dominó, onde perco,

No viciado sopro de alguém que deitou ao chão ,

As pedras da minha jogada…

E sem segredos nem companhia na almofada,

Tem conseguido esmorecer a vontade do andar,

Do sonhar e do beijar…

Faz-me ver os trapos, e o fio frágil,

Que me liga a mente às flores do teu ramo,

Esse presente de amores perfeitos,

O colorido das flores que me coloca a pensar,

No teu batom e no brilhante da tua blusa sobre teu peitos,

A beleza do quadro que pinta os minutos deste dia,

O sinal que me muda o semblante e me faz perguntar…

A menina quer ser a minha Fada do Mar ?

Nenúfar 9/8/2008

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Sem Sentido

Passo o olhar pela mente,

E sinto o tempo ausente,

Não encontro o sentido para o caminho,

Não sinto o mundo e na foto venho sozinho,

Não chegam os cheiros e os sons que ficaram,

Nem as flores que os ventos levaram.

Não sei para onde corre a maré,

Não noto o gosto, nem sei que dia é!

A direcção aponta para o vazio,

E o corpo sente o desconforto e o frio,

Dos dias que sem brilho se riscam do calendário,

E minha história que virou um fadário,

É tão só o hoje e este momento,

As palavras desalinhadas,

Que preenchem o meu caderno,

Um pequeno e poderoso gesto,

Que me segura do calcar do inferno!

Cruzo as ideias com o horizonte da memória,

E o brilho perdeu-se, no penoso recordar,

Sem segredos a vida ficou opaca,

E o palácio transformou-se em barraca,

O perfume ficou sem odor,

E o olhar vislumbra passivamente a dor,

Que tanto faz o delírio, como a paz,

Num mundo do tanto faz!

Nenúfar 13/7/2008

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O Top Ten

Nos dez mais dos meus desejos,

Estão um milhar dos teus beijos,

E os poemas ao teu Cupido,

O teu afinco no draga-minas,

E teu sorriso perante o jogo, quando brilhas,

Gosto do teu cantar com o chiado do som no meu ouvido,

E do teu abraço, que me tira rápido o frio.

Cabem no gosto das minhas preferências,

As tuas ousadias no entrançar das pernas,

Teu dedos no meu corpo,

E as loucuras que me despertas…

Tua vontade de apagar tudo que pareça vírus,

Fica marcado, e dizes-me com gosto,

Estava ali a chatear-me, fiz delete… e ficou morto!

Lá no topo da lista,

Está tua foto, essa tipo capa de revista,

Mais a imagem que guardei de teu dedo a chamar por mim,

Vem cá, quero ir até ao fim…

E o balançar do teu corpo enquanto danças,

A tua colcha com frases de amor e mel,

E teu lençol onde mergulho à procura do anel,

Mais o teu pescoço onde afago a vontade,

De beijos, e carinho de verdade,

E para terminar a colecção,

Gosto da tua mão!

Nenúfar 15/8/2008

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Vazio

No rodar do olhar à minha volta,

A indiferença é tanto, que se nota,

Um passar as horas porque assim é,

Tanto faz se é azul , ou se não é,

Um cansaço que invade até a alma,

E compassa os dedos, que vão escrevendo com calma,

Que me deixa a pensar no estandarte da batalha,

Que se ergue no cantar da vitória,

E se derruba, perante o delírio da memória,

Que não se apaga, de olhar as paginas do caderno,

E me vai murmurando o som do tempestuoso vento,

Esse, que me varreu o trilho do caminho,

E me deixa perante a mente e um cálice de vinho!

Quase fico no render perante o nada,

E desfaleço quando não sinto o perfume de fada,

Nem o sentir de motivação para o amanhã,

Perco os sentidos e o fio da mente sã,

Sinto o vazio que se espalha ao redor,

E perdi-me das ordens do meu capitão mor,

Já olhei tudo que me possa levar,

E tudo ficou parado, nem as pernas para andar,

Perante a imponência do destino,

Vou escrevendo a alma,

E desenhando a demência do desfalecer sozinho!

Nenúfar 19/8/2008