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ISSN - 1982 - 887X. POP-UP CARDS (ORIGAMI ARQUITETÔNICO) COMO RECURSO DIDÁTICO Msc. Érico Anderson de Oliveira [email protected] Coordenação de Turismo e Lazer – CEFET-MG Belo Horizonte - MG Msc. Rosália Caldas S. de Oliveira – CEFET-MG [email protected] Coordenação de Ciências Humanas e Sociais – CEFET-MG Belo Horizonte - MG Regina Márcia Faber Araújo – CEFET-MG [email protected] Coordenação de Matemática e Desenho Básico – CEFET-MG Belo Horizonte - MG A origem O origami, em sua forma mais comumente conhecido, é o de dobradura. Muito difundido entre apreciadores de arte japonesa, consiste na dobra de papel para dar uma forma definida. Essas formas podem ser desde animais a objetos de uso comum. A criatividade é o limite. Essa técnica de dobradura é muito antiga e remonta aos séculos IX e XII, quando samurais, através da prática de construção de origamis, faziam exercícios de concentração. O pop-up card é uma invenção mais moderna, do século XX e teve seu início com um arquiteto japonês, conhecido como Masahiro Chatani. Ele uniu a técnica do origami com a do kirigami (corte) e passou a confeccionar cartões tridimensionais, que eram enviados aos seus amigos em datas festivas.

POP-UP CARDS Msc. Érico Anderson de Oliveira Msc. Rosália … · 2009. 2. 3. · Fig. 2 – Modelo de um hemisfério FONTE: WILSON, Francis. O Clima: um livro tridimensional. São

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ISSN - 1982 - 887X.

POP-UP CARDS (ORIGAMI ARQUITETÔNICO) COMO RECURSO DIDÁTICO

Msc. Érico Anderson de Oliveira

[email protected]

Coordenação de Turismo e Lazer – CEFET-MG

Belo Horizonte - MG

Msc. Rosália Caldas S. de Oliveira – CEFET-MG

[email protected]

Coordenação de Ciências Humanas e Sociais – CEFET-MG

Belo Horizonte - MG

Regina Márcia Faber Araújo – CEFET-MG

[email protected]

Coordenação de Matemática e Desenho Básico – CEFET-MG

Belo Horizonte - MG

A origem

O origami, em sua forma mais comumente conhecido, é o de dobradura. Muito difundido

entre apreciadores de arte japonesa, consiste na dobra de papel para dar uma forma definida.

Essas formas podem ser desde animais a objetos de uso comum. A criatividade é o limite.

Essa técnica de dobradura é muito antiga e remonta aos séculos IX e XII, quando samurais,

através da prática de construção de origamis, faziam exercícios de concentração.

O pop-up card é uma invenção mais moderna, do século XX e teve seu início com um

arquiteto japonês, conhecido como Masahiro Chatani. Ele uniu a técnica do origami com a do

kirigami (corte) e passou a confeccionar cartões tridimensionais, que eram enviados aos seus

amigos em datas festivas.

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Essa técnica deu tão certo, que gerou o aparecimento publicação a respeito e sua adaptação a

alguns livros didáticos, onde são simuladas construções tridimensionais, imitando trechos de

histórias, máquinas, paisagens e outros. (Fig. 1 e 2)

Fig. 1 – Modelo de um furacão. FONTE: WILSON, Francis. O Clima: um livro tridimensional. São Paulo, Siciliano, 1988.

Fig. 2 – Modelo de um hemisfério FONTE: WILSON, Francis. O Clima: um livro tridimensional. São Paulo, Siciliano, 1988.

Em 1982 Masahiro Chatani fez sua primeira exposição com cartões construídos com essa

técnica, na cidade de Tóquio. Outras exposições começaram a ser montadas em outros lugares

do mundo como em Nova Iorque, por exemplo.

Atualmente, esses cartões passaram a serem fabricados e vendidos em papelarias, contendo

imagens tridimensionais de casas, bolos de aniversário, frases, e muitos outros motivos.

A fundamentação

Desde o nascimento, nós passamos a conhecer o mundo a partir do toque, até que nossa

acuidade visual e percepção do mundo que nos cerca, vá aumentando gradativamente. O

aprendizado da criança começa através do toque, levando os objetos à boca e estabelecendo

relações com o que dá prazer ou não (WIEISS, 1990).

A partir do tato, a criança elabora um modelo de mundo e vai incorporando os resultados de

sua experiência de forma cumulativa. Quando encontra uma barreira ou não entende o que

está a sua volta, a criança procura reelaborar o seu conhecimento para ultrapassar essa barreira

ou dar uma explicação ao novo.

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A utilização dos cartões pop-up procura estabelecer um processo direto do conhecimento, a

partir da vinculação dos conhecimentos anteriores com a união de novos elementos e partir

para a compreensão do funcionamento das partes do modelo. A partir desta percepção, formar

conceitos, valorar, criar/deduzir hipóteses e compreender conceitos e teorias mais elaboradas

e avançadas (CASTRO, A.D., 1998).

O meio utilizado serve como um ponto de equilíbrio entre as palavras e as imagens e põe o

aluno como sujeito de sua aprendizagem, através da manipulação dos modelos construídos.

Isso permitirá que o aluno alcance um pensamento com maior nível de desenvolvimento.

Para CASTRO, não se pode esquecer da importância dos meios audiovisuais e/ou concretos:

“A introdução de elementos mais concretos, sonoros ou visuais, demonstrativos ou de

exercitação, favorecem a percepção e assimilação mais clara dos elementos, porque

eliminam uma boa parte do risco das interpretações semânticas que podem dar os

sujeitos.”

Para comprovar o que se afirma, a retenção da memória nos alunos chega a 90%, quando lhes

foi explicado e realizaram atividades práticas na sala, ou seja, quando o concreto estava

presente nas experimentações e nos exercícios.

Desta forma, a execução de atividades práticas com intensidade e significação, ainda que

subjetiva para o indivíduo, torna mais prolongada a memória das coisas apreendidas. Então,

partindo dessas premissa, o meio proposto, uma vez que é um modelo concreto, que permite o

manuseio por parte do aluno, será objeto de motivação para o ensino da disciplina que se

estiver abordando.

Este tipo de trabalho está em consonância com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997),

em Matemática, que dispõe o seguinte:

“O pensamento geométrico desenvolve-se inicialmente pela visualização: as crianças

conhecem o espaço como algo que existe ao redor delas. As figuras geométricas são

reconhecidas por suas formas, por sua aparência física, em sua totalidade, e não por

suas partes ou propriedades. (p. 127)”

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Se entendermos que, nem só o pensamento geométrico, mas também outras formas de

pensamento, como o estético, a noção de espaço e outros cabem no parágrafo acima, uma vez

que trata da interação com o concreto, quer seja pela visualização quer seja pela manipulação

direta.

Desta forma, o meio proposto cumpre uma função didática de grande importância que é

desenvolver no aluno a capacidade de tratar livremente com as competências e habilidades

adquiridas. Desta forma, a aplicação destes conhecimentos representa, de uma forma, a ponte

para a próxima prática profissional, já que permite ao aluno aplicar os seus conhecimentos

adquiridos e reelaborados, no trabalho produtivo, na vida real. Daí a sua grande importância

pedagógica. Uma ponte entre o real, sua representação e a sua manipulação. Desse ponto em

diante, o professor e os alunos sentem-se estimulados para trabalharem com outras questões

teóricas.

Segundo KLINGER:

“Através da aplicação, é possível incorporar a prática, em toda sua amplitude à

aula, fazer avançar em uma forma pedagogicamente concreta os conhecimentos

teóricos e possibilitar a muitas matérias teóricas de ensino, a única forma de

mediação entre elas e a prática. A função teórico-cognitiva da aplicação didática é

dar um passo adiante da teoria e da prática.”

De maneira destacada, os meios de ensino apóiam à execução de importantes atividades

mentais, como descrições, informes, comentários, elaboração de comunicações, as conclusões

dedutivas e instruções, assim como a avaliação crítica dos resultados do pensamento próprio e

do outro.

Uma vez que se está trabalhando com um meio concreto, ainda que uma redução da realidade,

um modelo, o tempo necessário para estabelecer uma ponte com a realidade é menor do que a

visualização de um vídeo, fotografia, representação artística ou simples descrição textual.

Este meio pode ser utilizado com o método de trabalho independente, onde o aluno, a partir

de poucas ou nenhuma explicação do professor, inicia o seu trabalho investigativo, faz

observações, extrai regras e padrões, elabora suas conclusões e aplica-as a situações

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semelhantes. Desta forma, o aluno estará praticando o “aprender a aprender” que lhe servirá

por toda a vida.

Mas a utilização do pop-up card não pode ocorrer de forma indiscriminada, deve estar em

sintonia com os objetivos, conteúdos e métodos de ensino adequados ao momento. Utiliza-lo

de forma não contextualizada colocará em risco um método que pode ser muito útil ao

aprendizado.

Conforme as fontes do conhecimento, o método que se emprega com a utilização do pop-up

card é prático em um primeiro momento, para se converter em reprodutivo e posteriormente,

em uma investigação parcial, conforme o grau de independência cognitiva.

A aplicação do pop-up card apóia-se na exploração dos sentidos, para tornar a experiência

eficaz e duradoura, em acordo com o pensamento de FREUDENTHAL (1973), quando

afirma:

“É uma oportunidade de fazer descobertas como muitos exemplos mostrarão. Com

certeza, os números são também um domínio aberto às investigações, e pode-se

aprender a pensar através da realização de cálculos, mas as descobertas feitas pelos

próprios olhos e mãos são mais surpreendentes e convincentes. Até que possam de

algum modo ser dispensadas, as formas no espaço são um guia insubstituível para a

pesquisa e a descoberta. (p. 407)

Aplicação nas aulas

Em sala de aula, inicialmente foram aplicadas peças muito simples, com cortes fáceis e que

exploraram a matemática e algumas relações com a geometria. Isso permitiu avaliar o grau de

habilidades motoras em que se encontravam os alunos. Posteriormente, com o

desenvolvimento das habilidades motoras, peças mais complexas passaram a ser executadas.

A primeira peça selecionada foi um cubo, com 2 cortes retos e 3 linhas de dobras. Uma vez

construído, os alunos perceberam de imediato que se não são respeitados alguns princípios

matemáticos de proporção, orientação e distância, o cartão pop-up não fica montado

corretamente, surgindo enrugamentos e dificuldades a dobra.

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Aproveitando a peça, os alunos mediram comprimento, largura, diagonais e calcularam a área

e o volume da peça.

O formato da peça foi transposto para a realidade e foram efetuadas analogias com as

construções e obras de engenharia das mais simples, mesmo que em formato de

paralelepípedos. Também estabeleceram relações com artes plásticas. (Fig. 3 e 4)

Fig. 3 – Planta do cubo Fig. 4 – Cubo montado.

Posteriormente, figuras que necessitavam de maior acuidade no corte e manuseio, foram

introduzidas, ainda explorando o uso da régua e dos cortes retos. (Fig. 5 e 6)

Fig. 5 – Planta do pop-up card. Fonte: SILVA, Ariomar f. et all. Brincando com Origami Arquitetônico. Rio de Janeiro: RJ, GLOBAL Editora. 1999.

Fig. 6 – Figura montada. A partir da planta de SILVA, Ariomar f. et all. Brincando com Origami Arquitetônico. Rio de Janeiro: RJ, GLOBAL Editora. 1999.

Ainda aproveitando dos cortes retos, foram introduzidas figuras com muitos cortes retos e

paralelos entre si, onde foi explorada a idéia de volume em figuras de superfície curva. Os

alunos construíram cilindros, semi-cilindros e prismas. Foram medidos: geratriz, eixo, altura,

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volume e área do sólido. Para executarem essas figuras, os alunos necessitavam de grande

coordenação motora para executarem os vários cortes em linha reta e paralelos. (Fig. 7 e 8)

Fig. 7 – Planta do semi-cilindro. Fonte: CHATANI, Masahiro. Key to Origamic Architecture of Masahiro Chatani. Tokio: Japan, Shokokusha, 1985. (Adaptado)

Fig. 8 – Semi-cilindro e tronco de prisma A partir de planta de Masahiro Chatani em: CHATANI, Masahiro. Origamic Architecture of Masahiro Chatani. Tokio: Japan, Shokokusha, 1983. (Adaptado)

A partir daí, figuras mais elaboradas, que necessitavam de costura, foram empregadas, para a

construção de uma pirâmide e mais tarde, a construção de objetos arquitetônicos dos lugares,

uma exploração da Geometria e da Geografia. (Fig. 9 e 10)

Fig. 9 – Desenho de uma pirâmide de 6 lados. Fonte: CHATANI, Masahiro. Origamic Architecture of Masahiro Chatani. Tokio: Japan, Shokokusha, 1983. (Adaptado). Foto do autor.

Fig. 10 – Pirâmide de 8 lados, mais complexa. A partir de planta de Masahiro Chatani em: CHATANI, Masahiro. Origamic Architecture of Masahiro Chatani. Tokio: Japan, Shokokusha, 1983. (Adaptado) Foto do autor.

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Outras figuras executadas em sala (Fig. 11, 12, 13, 14 :

Fig. 11 – Ponte em Veneza. A partir da planta de Masahiro Chatani em: CHATANI, Masahiro. Patern Sheets of Origamic Architecture. Vol. 2. Tokio: Japan, Shokokusha, 1986.

Fig. 12 – Curvas de nível A partir da planta de Masahiro Chatani em: CHATANI, Masahiro. Patern Sheets of Origamic Architecture. Vol. 1. Tokio: Japan, Shokokusha, 1984.

Animais

Fig. 13 – Representação de um inseto (Louva Deus) A partir da planta de Masahiro Chatani em: CHATANI, Masahiro. Patern Sheets of Origamic Architecture. Vol. 1. Tokio: Japan, Shokokusha, 1984.

Globos

Globo adaptado de sitio da Canon.

Na Matemática, foram exploradas as relações métricas das figuras construídas e comparadas

com as fórmulas de cálculo de volume, área, diagonais, troncos, alturas entre outras.

Em Geografia, analisando as figuras de paisagens, explorou-se o local, o modelo

arquitetônico, a localização, a identificação com a cultura, os conceitos (curva de nível), a

morfologia e outros.

Em Biologia, explorou-se a morfologia dos seres, suas características físicas, locais de

ocorrência, os biomas, adaptações ao meio, variações de espécies, a ordem e outros.

Em Artes e História, foram estabelecidas relações com a estética, a precisão, o

desenvolvimento tecnológico e sua relação com o tempo, as obras de engenharia do passado e

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do presente, a história do desenvolvimento humano, os estilos de época, modelos, influências

de culturas diferentes, entre outros.

Resultados obtidos

Inicialmente, como era de se esperar, os alunos demonstraram alguma dificuldade no

manuseio dos instrumentos e cortes das peças, porém, com o passar do tempo e os

treinamentos constantes, essas dificuldades iniciais foram sendo gradativamente transpostas.

Uma outra dificuldade encontrada foi a falta dos instrumentos mínimos necessários ao

desenvolvimento da atividade, por parte de alguns alunos. Porém, à medida que se avançava

na construção das peças, os instrumentos foram sendo adquiridos, pois as peças serviram de

estímulo para que os alunos se incluíssem nas atividades. A ponto dessas atividades tornarem-

se um pouco recreativas, já que fugiam do usual.

As habilidades motoras apresentadas pelos alunos estavam de acordo com a média de idade

do grupo (16 a 17 anos), porém não foram encontradas maiores dificuldades com grupos de

alunos de idade inferior (14 a 15 anos).

As peças executadas contribuíram para que os alunos assimilassem com maior profundidade,

tanto conceitos matemáticos quanto de outras áreas do conhecimentos, além de uma

ampliação de sua visão espacial, sua posição no espaço e aumento do poder de concentração.

A partir do domínio básico da técnica e o emprego de peças de cartões variados, às vezes até

com figuras sem nenhuma pretensão didática inicial, apenas motora, serviu como momento de

recreação para muitos alunos e lhes permitiu inclusive elaborarem variações e vislumbrarem

outras formas de utilização para os cartões.

CONCLUSÃO

A atividade proposta com a construção de cartões pop-up alcançou seus objetivos propostos,

que eram o desenvolvimento de habilidades motoras, estabelecer relações entre o objeto e a

realidade, extrair relações entre as partes, identificar padrões e propriedades das peças.

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O emprego desta atividade contribuiu para um aprofundamento das competências adquiridas e

redução no tempo de aprendizagem de uma forma superior ao que se conseguiria empregando

apenas métodos tradicionais de leitura, elaboração de desenhos e apresentação de vídeos, o

que pode ser verificado nas provas didáticas e em entrevistas informais com os alunos. Isso

pode ser comparado quando analisado com um grupo em que não se empregou essa técnica

construtiva.

A técnica também serviu, de forma lúdica, para a complementação dos conhecimentos através

de uma outra forma que não os livros-textos ou mesmo o computador.

Esta técnica empregada em sala de aula passou a ser irradiada à outros professores de outras

áreas como mais um meio de ensino alternativo às técnicas tradicionais, inclusive em séries

do ensino fundamental, chegando até à 7ª série.

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Fotos de: Érico Anderson de Oliveira.