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Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 DoPVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853

ANO XIX • Nº 214 • Maio 2012 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351 • E Mail: [email protected] • www. portugalpost.de • K 25853 •ISSN 0340-3718

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www.portugalpost.de“Consuladostêm falta desensibilidadepara problemassociais” Pág.5

Entrevista com o director geral do Hotel Pestana Berlin Tiergarten, Peter BerhörsterPág. 3

O Hotel Pestana Berlin Tiergarten é o primeiro4 estrelas do grupo Pestana na Alemanha

João Salaviza, o novotalento do cinema por-tuguês premiado comum Urso de Ouro naBerlinale 2012, fala aoPP Págs.16 e 17

Entrevista exclusivaJosé Cesário:

Page 2: Portugal Post, Maio 2012

PORTUGAL POST Nº 214 • Maio 20122

Director: Mário dos Santos

Redação e ColaboradoresCristina Dangerfield-Vogt: BerlimCristina Krippahl: BonaJoaquim Peito: HanôverLuísa Costa Hölzl: Munique

CorrespondentesAntónio Horta: GelsenkirchenElisabete Araújo: EuskirchenFernando Roldão: Frankfurt/MJoão Ferreira: SingenJorge Martins Rita: EstugardaManuel Abrantes: Weilheim-TeckMaria dos Anjos Santos: HamburgoMaria do Rosário Loures: NurembergaVitor Lima: Weinheim

ColunistasAntónio Justo: KasselCarlos Gonçalves: LisboaGlória de Sousa: BonaHelena Ferro de Gouveia: BonaJosé Eduardo: Frankfurt / MLagoa da Silva: LisboaLuciano Caetano da Rosa: BerlimMarco Bertoloso:  ColóniaPaulo Pisco: LisboaRui Paz: DusseldórfiaTeresa Soares: Nuremberga

Tradução Barbara Böer-Alves

Assuntos SociaisJosé Gomes Rodrigues

Consultório Jurídico:Catarina Tavares, AdvogadaMichaela Azevedo dos Santos, AdvogadaMiguel Krag, Advogado

Fotógrafos: Fernando Soares

Publicidade: Alfredo Cardoso (Norte) eFernando Roldão (Sul)

Agências: Lusa. DPA

Impressão: Portugal Post Verlag

Redacção, Assinaturas PublicidadeBurgholzstr. 43 • 44145 DortmundTel.: (0231) 83 90 289 • Fax: (0231) 83 90 351www.portugalpost.deEMail: [email protected]/portugal post

Registo Legal: Portugal Post VerlagISSN 0340-3718 PVS K 25853Propriedade: Portugal Post VerlagRegisto Comercial: HRA 13654

Os textos publicados na rubrica Opinião sãoda exclusiva responsabilidade de quem os as-sina e não veiculam qualquer posição do jor-nal PORTUGAL POST

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uando o principal partido do actual Go-verno fez campanha eleitoral muitos denós estávamos convencidos de que osseus responsáveis queriam honestamente

cumprir aquilo que diziam. Cansados do Governo de então e da sua po-

litica de austeridade para cumprir os conhecidosPECs, os portugueses confiavam nos “outros”que diziam exactamente o contrário daquilo que,após um ano de governação (PSD-CDS), vierama fazer.

Quando se vota num partido é suposto nãoquerer que ele venha a governar contra as nossasaspirações. Confiando no que dizem, damos-lhelegitimidade através do voto para exercer opoder. Por seu turno, eles dão-nos a PALAVRAde que as coisas vão ser assim como eles nosdizem e prometem.

Certamente que os eleitores que votaram nospartidos que constituem hoje Governo não pen-savam que eles lhes iriam reduzir o número dosprofessores e dos cursos de Língua e Cultura

Portuguesas dos seus filhos, criar propina de 120euros para alunos, isto para não falar de fechode consulados, o aumento de emolumentos con-sulares, etc..

Diz o programa do Governo que quer “Ele-ger o ensino do português como âncora da polí-tica da diáspora”. Se assim é, como se podepromover políticas e medidas que violam o ele-mentar princípio constitucional do direito ao en-sino? Neste capítulo, o Governo não está acumprir a lei e, também, a faltar à palavra dada!

Aqui não se trata de ser de direita ou de es-querda. Constata-se tão só que o Governo violaele mesmo a lei ao dificultar um direito estabe-lecido na Constituição da República com a in-trodução de uma propina que nos ocultoudurante a campanha eleitoral. .

A consequência disto é que muitos dos alu-nos vão deixar de frequentar os cursos. Até fi-nais de Abril estavam apenas inscritos para oscursos no estrangeiro no próximo ano lectivocerca 10 mil alunos, sendo que as inscrições fe-

cham já no dia 3 de Maio. Para se ter uma ideia, este ano frequentam o

ensino de português no estrangeiro 56 mil alu-nos.

Estão a ver a diferença?Neste contexto, é oportuno dizer à represen-

tação do PSD na Alemanha para vir a públicodizer se é a favor ou contra a propina e os cortesno ensino; se é a favor ou contra o fecho dosconsulados e nos diga ainda onde e como é queas prometidas permanências consulares vão fun-cionar e, já agora, os locais, se possível com en-dereço.

A pergunta que se dirige ao PSD cá do sítiosobre as permanências consulares é: funciona-rão onde? Será nas associações ? Nas MissõesCatólicas? Nas câmaras municipais? Na rua?Nos cafés? Nos...?

E como aqui nesta nota se fala da palavradada, recorde-se que as permanências iriam“arrancar massivamente” em meados de Abrilcomo disse o Secretário de Estado José Cesário.

QA palavra dada

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PORTUGAL POST Nº 214 • Maio 2012 3Economia & Negócios

Qual é a história do grupo Pes-tana e do seu percurso até CEOdo hotel na capital alemã?O grupo Pestana celebra quarenta

anos no próximo ano. Vamos festejá-los no Casino Park na Madeira, quefoi o primeiro hotel do grupo, pro-jectado pelo arquitecto brasileiroOscar Niemeyer. O Sr. Pestana é umportuguês sul-africano que vive naMadeira. A nossa sede é em Lisboa,no Pestana Palace. Fui lá visitá-lo. OSr. Pestana é um homem simpático emuito perspicaz. Decidiu rapidamenteque eu seria o Director Geral do HotelPestana em Berlim e fui eu que tiveque pensar rapidamente se o queriaser. Dormi uma noite em Lisboa, otempo estava bom e o vinho também.A decisão foi fácil. Trabalho há vintee cinco anos em hotelaria. Acabadosos meus estudos profissionais fiz trêsanos de estágio de hotel em adminis-tração doméstica, na cozinha e nosector técnico; fiz muito e de tudo e acerta altura especializei-me numa de-terminada direcção. Durante o curso,decidi não me especializar e fazertudo: administração doméstica du-rante um ano, recepção um ano, e atépassei vários dias na copa a lavar pra-tos. Assim entramos na pele do emp-regado. Depois passei para as vendas,e trabalhei para vários grupos de ho-telaria. Desde há três anos que estouem Berlim.

Actualmente, sou o director geraldo Pestana Berlin Tiergarten e dogrupo Pestana na Alemanha. O Sr.Pestana procurava alguém que conhe-cesse bem o mercado hoteleiro berli-nense que é um mercado difícil. EmBerlim quase que há mais hotéis doque visitantes. São vinte e dois mil-hões de visitantes anualmente, in-cluindo turistas, congressistas,visitantes diários e outros que vêmprincipalmente no verão. Berlim éuma cidade muito acessível. Em Ber-lim é possível dormir num hotel detrês estrelas por trinta euros. Mas aconcorrência é enorme. Nos próximosvinte e quatro meses vamos ter maistrinta e nove hotéis em Berlim! Já

estão todos a ser construídos. Temosque angariar mais de oito milhões deturistas nos próximos sete anos, ouseja, precisamos de um milhão de tu-ristas anualmente para mantermos aocupação actual. Em Londres os ho-téis são muito mais caros mas é umacidade que regista cinquenta milhõesde turistas anualmente. Certamenteque o novo aeroporto Willy Brandt irátrazer mais turismo para a capital,assim como os voos directos Berlim-Lisboa da TAP. Somos optimistas eacreditamos que vamos alcançar ostrinta milhões de turistas. Alguns ber-linenses manifestam-se contra os tu-ristas, mas o padeiro e o merceeiro, opequeno comércio, sabem que estãodependentes deles.

Porque é que o grupo Pestanaescolheu Berlim para o seu pri-meiro hotel na Alemanha?A primeira vez que o grupo Pes-

tana decidiu abrir um hotel urbano foihá dois anos e meio em Londres,perto da Chelsea Bridge. Com o hotelde Londres iniciou-se uma política vi-rada para o segmento do turismo ur-bano.

A localização em Berlim é muitís-simo boa. Estamos no centro de tudo:a sete minutos do KaDeWe (Kaufhausdes Westens), a uns passos do parquede Tiergarten, no centro do bairro dasembaixadas, a quatro minutos a pé doJardim Zoológico, numa zona meio-residencial e sossegada, e somos umproduto de nicho de mercado porquecom os nossos 142 quartos podemosoferecer um ambiente familiar. Tam-bém somos um produto de nicho demercado porque oferecemos algunspormenores diferentes dos outros ho-téis. Por exemplo, todos os nossosquartos são adequados para alérgicosporque temos parquet de madeira deoliveira e até luz natural nas casas debanho que estão separadas dos quar-tos por uma janela com estore. Pode-mos portanto, e porque somos umhotel de pequena dimensão, oferecerserviços personalizados aos nossosclientes.

Em que é que o hotel Pestana sedemarca especialmente dos ou-tros hotéis?Na gastronomia muitos dos pro-

dutos alimentares são feitos por nóspróprios. No topo do edifício temosduas colmeias e produzimos o nossopróprio mel. No nosso restauranteoferecemos uma ementa internacionalcom entradas portuguesas: pasteis debacalhau e presunto português. Temosuma cozinheira portuguesa mas nãofazemos cozinha típica portuguesa.Temos produtos frescos e por issooferecemos seis pratos diferentes nanossa ementa que variamos semanal-mente. O chefe cozinheiro vai todasas sexta-feiras ao mercado ver o quehá. Neste momento temos os espar-gos, no inverno há uma variedade decouves. Compramos os produtos ali-mentares na região de Berlim, o queé interessante para os cozinheiros por-que adaptam a ementa aos produtosda época. Para além disto, oferecemosbusiness lunch por aproximadamente7 ou 8 euros. É praticamente “a can-tina” de muitas das embaixadas. Vêmmuitos diplomatas, desde os embaixa-dores aos secretários, das embaixadasque não têm restaurante.

Do ponto de vista gastronómicofazemos muitas coisas nós próprios,como por exemplo fumamos carnes,produzimos fiambres. Recebemos porexemplo, meio porco e fazemos osenchidos nós próprios. E tambémtemos o “prato típico berlinenese” – aCurry Wurst, mas nós é que fazemoso molho. Temos também pratos vege-tarianos. Somos muito flexíveis eatendemos aos pedidos especiais. Aressonância tem sido boa.

Oferecem pacotes especiais epromoções de fim-de-semana,para famílias ou outros?Oferecemos pacotes especiais

para as famílias. Por exemplo duasnoites com champanhe ou um passeiode barco pelos lagos e canais de Ber-lim. Trabalhamos com a editora Cop-penrath, com a Prinzessin Lilli Fee eFelix der Hase, e temos doze quartospara famílias com porta de comunica-ção. As roupas de cama, as toalhas, oscandeeiros, os copos dos dentes nosquartos das crianças são da Lilli Fee.Durante o dia as crianças passeiamcom os pais, à noite estão cansadas,vão dormir e os pais fecham a portade comunicação e podem ver televi-são ou sentar-se num terraço e des-contrair com um vinho. Oferecemostrês noites pelo preço de duas, porexemplo.

Os pacotes mais procurados sãode dormida com pequeno-almoço.Normalmente, oferecemos estes paco-tes nos feriados, pontes, Natal, Pás-coa, e épocas de férias em geral. Ospacotes especiais e as promoçõespodem ser consultados na nossa pá-gina.

Têm parcerias com operadoresturísticos e outras entidades?Estamos em conversações com a

embaixada portuguesa para os prepa-rativos do 10 de Junho, que será cele-brado no dia 5 Junho. Virá umafadista portuguesa, creio que é a Cris-tina Branco, e um grupo musical por-tuguês. A ideia é apresentar bemPortugal e suscitar o interesse pelopaís às empresas alemãs convidadaspara o evento.

Temos contratos com operadoresde vários países e, obviamente, tam-bém em Portugal, no mercado turís-tico. Contudo, os turistas portuguesesem Berlim não chegam a um porcento do turismo total. A maioria dosturistas estrangeiros em Berlim sãoingleses, com dez por cento, seguidosdos americanos. Porém sessenta porcento dos turistas em Berlim são ale-mães.

Qual é o público alvo do hotel?Queremos atrair os clientes indi-

viduais e os pequenos grupos. Não es-tamos interessados no turismo demassas com turistas a sair dos auto-carros frente ao hotel. Somos umbarco leve na água, muito manobrávele flexível, que procura ir ao encontrodos desejos dos nossos clientes.

Que balanço faz do Pestana Ber-

lin Tiergarten ao fim de um anode actividade?Abrimos o hotel Pestana no dia 16

de Maio do ano passado. Estamosquase a celebrar um ano de actividadee estamos muito satisfeitos com os re-sultados que se situam acima das ex-pectativas. Registámos uma taxamédia de ocupação superior a setentapor cento. O pessoal do hotel é omesmo desde o início e temos doisportugueses a trabalhar connosco,sendo o resto alemães. Pensamos tam-bém expandir-nos para Hamburgo eMunique.

No hotel Pestana há rastos deFernando Pessoa nas paredes.Estrofes do poeta na língua lusa, in-glesa e alemã adornam algumas dasparedes pelos corredores do hotel econvidam-nos a flanar sonhadoresna crista das ondas desenhadas nostapetes azuis. No lobby da entrada, aprojecção óptica de um aquário compeixes coloridos que se afastamquando o pisamos, evoca” as ociden-tais praias lusitanas e os maresnunca dantes navegados”.

Números142 quartosSalas de conferências e reuniõesPreços por quarto individual desde 79 Euros

Peter Berhörster, director geral do Hotel Pestana Berlin Tiergarten, ao PP

Queremos atrair os clientes individuais e ospequenos gruposO Pestana Berlin Tiergarten é o primeiro hotel do grupo Pestanana Alemanha. Um grupo com vinte e cinco hotéis na Europa,doze na América Latina e oito em África, isto sem incluir as pou-sadas em Portugal, o golfe e os casinos. Este “Império da Hotela-ria” é uma história de sucesso portuguesa que começou naMadeira. Há dois anos e meio, o grupo Pestana expandiu paraLondres, diversificando assim a sua actividade para o segmentodo turismo urbano. Desde há um ano em Berlim, este hotel de“four stars superior” oferece excelência por um preço acessívelnum décor de bom gosto, leve e funcional mesmo no centro dacapital alemã. O Pestana Berlin Tiergarten caracteriza-se aindapela sua gastronomia e ambiente familiar. O PORTUGAL POSTentrevistou Peter Berhörster, o director geral do hotel e do grupoPestana na Alemanha.

Cristina Dangerfield-VogtEm Berlim

Peter Berhörster, director geral do Hotel Pestana Berlin Tiergarten.Foto: Hotel Pestana

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PORTUGAL POST Nº 214 • Maio 2012Nacional & Comunidades4

FLASH“Terão uma propina diferen-ciada, mais pequena”, disse JoséCesário, após uma reunião emLisboa com a direcção do Sindi-cato dos Professores nas Comu-nidades Lusíadas (SPCL).

“Há várias questões que já tin-ham sido expostas por escrito peladirecção do sindicato, as quais nósjá tínhamos dado uma respostapositiva. Foi o caso do alarga-mento do prazo para a inscriçãodos alunos, foi o caso dos pais quese encontrem em condição de de-semprego devidamente compro-vado, e o caso dos agregadosfamiliares que têm vários filhos”,disse José Cesário.

Segundo Teresa Soares, doSPCL, para as famílias em situa-ção de desemprego, a propina seráde 20 euros por criança anual-mente, para famílias com dois fil-hos, será cobrado 80 euros porcriança, e agregados com mais de

dois filhos, será de 70 euros poraluno.

Teresa Soares disse que essamedida de pagamento diferen-ciado vai somente amenizar a si-tuação. A sindicalista indicou queos professores estão “muito preo-cupados” com a propina anualpara os alunos do Ensino de Por-tuguês no Estrangeiro (EPE), quefoi fixada em 120 euros.

“Os professores estão preocu-pados porque têm medo que esta(propina) faça reduzir o númerode alunos, porque há pais que nãoestão dispostos a pagar”, sublin-hou a responsável do SPCL.

De acordo com a Teresa Soa-res, muitos cursos podem desapa-recer e, assim, muito postos detrabalho para os professores dei-xarão de existir, até “50 porcento” actuais.

“O senhor secretário (José Ce-sário) diz que não, que vão perma-necer os 400 professores que

temos na Europa. Acho difícil deacreditar nisso porque dependemuito da maneira como funcio-nam os cursos nos diferentes paí-ses”, acrescentou.

Os professores temem que oscursos com poucos alunos desapa-reçam, permanecendo apenas asclasses em grandes cidades.

Sobre o prolongamento dapré-inscrição dos alunos de portu-guês no estrangeiro para o pró-ximo ano lectivo, pedido peloSPCL, Teresa Soares disse quetem “a certeza que será conce-dido”, depois da reunião de comJosé Cesário, mas ainda não hádatas específicas.

Até agora o prazo para a pré-inscrição era de 30 de Março a 20de Abril.

“Está a ser difícil contactar ospais (devido às ferias de Páscoa),explicar todo processo e, no fimdas contas, nós é que vamos ter defazer as inscrições, porque os pais

não têm internet ou não estãoacostumados a preencher docu-mentos na internet e acabam pornos pedir para fazê-lo. Mais umasobrecarga para os professores e,para fazê-lo, temos que tertempo”, sublinhou Teresa Soares.

Os alunos da generalidade doscursos integrados nos sistemas deensino dos países de acolhimentoestão isentos do pagamento dapropina anual, mas caso preten-dam aceder à prova de certifica-ção pagarão uma propinaespecífica.

Teresa Soares indicou que éuma “injustiça” essa isenção emrelação aos alunos do ensino pa-ralelo, que têm de pagar os 120euros anuais.

Segundo a sindicalista, ficouhoje estabelecido que haverá “ne-gociações, proximamente, para aalteração do regime jurídico dosprofessores do ensino do portu-guês no estrangeiro”.

Desempregados e famílias numerosas terão propina diferenciada no ensino de português no estrangeiro

O Assembleia da Repúblicaaprovou hoje por unanimidade osprojetos de lei do PSD e do PSque pretendem pôr fim à "discri-minação" existente em relação àiniciativa legislativa dos emigran-tes.

A Lei n.º 17/2003, de 4 dejunho, sobre a Iniciativa Legisla-tiva de Cidadãos, prevê que 35mil cidadãos possam apresentarno parlamento iniciativas legisla-tivas, mas os emigrantes sópodem apresentar iniciativas le-gislativas sobre assuntos que lhesdigam diretamente respeito.

Os diplomas do PSD e doPSD, que alteram a lei sobre ini-ciativas legislativas dos cidadãose que foram agora aprovadas nageneralidade por todos os gruposparlamentares, eliminam essa di-ferenciação em função do lugaronde os cidadãos residem

Diplomas PSD e PS que põefim à "discriminação" dosemigrantes na iniciativa le-gislativa aprovados por una-nimidade

A nova vaga de emigração está apassar ao lado dos quase 100 ga-binetes municipais de apoio aoemigrante, que uma década de-pois de terem começado a sercriados registam pouca procura,atendendo sobretudo reformadosregressados a Portugal.

Os gabinetes municipais deapoio ao emigrante começaram aser instalados em 2002 para col-matar a extinção de oito das novedelegações regionais da Direção-Geral dos Assuntos Consulares eComunidades Portuguesas(DGACCP).

Criados através de protocolosentre o Governo e as câmaras mu-nicipais, os serviços têm comodestinatários emigrantes, ex-emigrantes e futuros emigrantes,contudo testemunhos recolhidospela agência Lusa junto destesserviços revelam que são procura-dos sobretudo por emigrantes re-gressados para tratar de reformas.

Criado em 2003, nos primei-ros anos, o GAE de Murtosa eraprocurado por emigrantes que du-rante as férias „aproveitavam pararesolver situações pendentes“,disse à agência Lusa a responsá-vel Rosa Coimbra.

„Esta situação já não se veri-fica. Os emigrantes que vêm cáanualmente é para fazerem a de-claração de impostos americana.

São três pessoas“, acrescentou.Em Arganil, a média de aten-

dimentos tem sido de cinco pormês, ao longo dos últimos noveanos e sobretudo de pessoas quepedem ajuda em questões relacio-nadas com as reformas.

Carmo Jorge, do GAE de Ar-ganil, não regista a procura do ser-viço por parte de potenciaisemigrantes, adiantando que, quemquer sair, opta por recorrer ao cen-tro de emprego para obter infor-mações.

O mesmo acontece em Ribeirade Pena, onde o GAE, que fun-ciona há cerca de cinco anos,nunca recebeu qualquer pedido deinformação sobre condições detrabalho no estrangeiro.

Em Pinhel, Foz Côa, Espo-sende, Figueira de Castelo Ro-drigo, Mangualde, Vila Nova deCerveira, Barcelos, Vila Nova dePaiva, Vila Nova de Cerveira,Espinho, Mealhada, Moimenta daBeira, Sabugal ou Tarouca a res-posta repete-se.

A rede de gabinetes, iniciadano primeiro mandato do atual se-cretário de Estado das Comunida-des, José Cesário, e continuadapelos executivos socialistas, contacom 92 distribuídos pelo país, àexceção do Alentejo e da regiãode Lisboa e Vale do Tejo.

Faro, um dos primeiros gabi-

netes a ser criado, em 2002, aten-deu no ano passado nove utentesatravés de email.

Números mais expressivosapresenta o GAE de Vila doConde, que, em 2011, atendeu524 emigrantes e regista „um au-mento significativo na procura deinformações relativas à emigra-ção“, conforme disse à Lusa ElsaFerreira.

Também na Póvoa do Varzime em Valpaços se assiste a um li-geiro aumento do número de pe-didos de informação de pessoasque querem emigrar, embora estescontinuem a ser uma minoria dos619 atendimentos realizados em2011.

Por seu lado, Lucília Cardoso,do GAE Valpaços, que no anopassado fez 1.916 atendimentos,não tem dúvidas de que as pessoascontinuam a emigrar „às cegas“.

„Ou então, não têm informa-ção sobre a existência destes ga-binetes“, acrescentou.

Os responsáveis sublinhampor isso a „necessidade de divul-gar“ os gabinetes, considerandoque poderão ter „um importantepapel“ no aconselhamento aosnovos emigrantes.

„Poderíamos ter um papelmais preventivo destas situações[exploração de mão-de-obra],desde que passássemos por um

processo de formação sobre pro-cedimentos, conselhos úteis/aler-tas em matéria laboral, que nospermitisse aconselhar os poten-ciais emigrantes“, considerouJoão António, da Mealhada.

Para os responsáveis do GAEdo Sabugal, a funcionar desde2004 e que faz em média 800atendimentos/ano, estes serviçospoderiam promover uma „maiorarticulação“ entre empregadores epotenciais empregados e tambémcom „as comunidades portugue-sas que poderiam exercer umpapel de rede de acolhimentoainda mais sustentada“.

O secretário de Estado das Co-munidades, José Cesário, admitiuem declarações à Lusa, que os ser-viços possam a estar a ser sub-aproveitados na informação eaconselhamento aos 150 mil por-tugueses que o governo estimaterem deixado o país.

Garantiu que os gabinetesestão preparados para informarsobre os passos a seguir num pro-cesso de emigração, mas sublin-hou que a sua ação depende dadinâmica de cada município.

Ainda assim, Cesário admitiuque ainda este ano tenha que pro-mover um encontro alargado comos técnicos dos gabinetes para ossensibilizar para estas questões.Com Lusa

Nova vaga de emigrantes longe dos gabinetes municipais de apoio PUB

Page 5: Portugal Post, Maio 2012

PORTUGAL POST Nº 214 • Maio 2012 Nacional & Comunidade 5

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O secretário de Estado das Co-munidades admitiu que hápouca sensibilidade nos consu-lados portugueses para as difi-culdades em que vivem osemigrantes e defendeu que ostécnicos têm de sair dos postos eir ao encontro das comunidades.

„Por vezes não há a sensibili-dade para ir à procura dos proble-mas, para haver umapro-actividade e sair dos postos“,disse José Cesário, que falavanum encontro promovido pelaObra Católica Portuguesa das Mi-grações (OCPM) e pela CaritasPortuguesa.

O secretário de Estado recor-dou que „há muita gente que temvergonha de assumir a sua situa-ção. „Conheço pessoas que vivemem dificuldades na Venezuela,mas encontrei-os na igreja, porquenão vão ao consulado“, recordou.

„É por isso que insisto que ostécnicos saiam dos consulados. Aspessoas vão ao consulado paratratar de problemas administrati-vos, mas não dos problemas so-ciais“, sublinhou.

É para abordar essa dificul-dade que o governo pretende queas permanências consulares ten-ham uma vertente social, em queum jurista ou um técnico de apoiosocial do consulado se desloca àscomunidades ou às associaçõespara prestar apoio.

Exemplificou que existemduas juristas e dois técnicos noconsulado de Paris, um jurista noLuxemburgo e vários técnicos deapoio social na Alemanha e naSuíça. Perante mais de uma de-zena de representantes dasmissões católicas e da caritas em

vários países da Europa, José Ce-sário defendeu também a necessi-dade de articular esforços entre asembaixadas e consulados e as in-stituições no terreno, nomeada-mente as da Igreja.

„Temos uma rede de missõescatólicas com tradição de trabalhonestes casos. Na Alemanha, naSuíça, no Reino Unido, em Françavárias igrejas vão acompanhandoestes casos. O que temos é deidentificar os casos mais urgentes,em que seja necessária uma inter-venção. Já nos disponibilizámospara apoiar esses casos. Vamosmobilizar alguns meios. Já esta-mos a mobilizá-los“, disse.

Questionado no final da con-ferência, o governante disse nãopoder quantificar os apoios a daràs missões da Igreja, afirmandoque dependerão das necessidades:„temos valores diversos, prove-nientes de várias fontes, que serãocanalizados de acordo com as ne-cessidades“.

Mas sublinhou que a parceriacom a OCPM, que disse esperarconcretizar „em breve“, é impor-tante. “Porque sei que os meios

que circulam através das missõesvão mesmo para o destinatáriofinal“.

Outra aposta do governo é arealização de uma campanha, quearranca já no mês de Maio com oapoio de figuras públicas que nãoespecificou, para informar os can-didatos à emigração. O objectivo,explicou, é „evitar que as pessoascaiam o conto do vigário“ e emi-grem sem quaisquer garantias.

Entre 100 e 200 mil panfletosinformativos serão distribuídosatravés da rede de gabinetes deapoio ao emigrante, existente nasautarquias por todo o país, bemcomo das paróquias e das juntasde freguesia.

Casos de portugueses em ca-rência extrema na Europa, princi-palmente na Suíça, denunciadospelas missões católicas alertaramnos primeiros meses deste anopara os problemas que enfrentamos novos emigrantes e levaram aIgreja a suscitar a discussão sobreestratégias de resposta à novavaga de emigrantes, que o Go-verno estima se cifre em 120 mila 150 mil saídas anuais.

Consulados têm falta de sensibilidade para problemas sociais

José Cesário

José Cesário

O número de cidadãos portuguesespresos no estrangeiro é de 2.481,indica o Relatório Anual de Segu-rança Interna (RASI) de 2011, querevela a existência de 509 portu-gueses em prisões francesas.

Segundo o relatório, o ReinoUnido aparece em segundo lugarda lista, com 358 cidadãos portu-gueses nas suas cadeias, seguidoda Espanha, com 316.

Os Estados Unidos, com 268reclusos portugueses, o Brasil,com 242, e a Alemanha, com 103,são os restantes países com maiorexpressão na tabela que consta doRASI, hoje analisado pelo Con-selho Superior de Segurança In-terna

O relatório refere também queentre 1997 e 2011 foram deporta-dos 1.245 portugueses dos EstadosUnidos, 126 dos quais em 2011, oque constitui um recorde. A se-gunda maior cifra datava de 1999,com 119 deportados.

Em 2010 haviam sido deporta-dos 81 portugueses dos EstadosUnidos e no ano anterior 92, tendoo número mais baixo sido em 1997(47).

Quanto aos cidadãos nacionaisexpulsos do Canadá, outro dos paí-ses com políticas severas neste do-mínio, em 2011 foram expulsos 29portugueses, contra 21 em 2010,22 em 2009 e 13 em 2008.

O ano mais negro em matériade expulsão de portugueses do Ca-nadá foi o de 2007, com 46 cida-dãos nacionais obrigados a deixaraquele país.

Mais de 2.400portugueses presos no estrangeiro, 103na Alemanha

„Há um descurar das tarefasde protecção social. Os serviçosconsulares são o parente pobre doMinistério dos Negócios Estran-geiros e dentro dos serviços con-sulares o parente pobre éprecisamente a protecção consularporque é a mais difícil”, disse àagência Lusa o secretário-geral doSindicato dos Trabalhadores dosConsulados e Missões Diplomáti-cas (STCDE).

“Trata-se muitas vezes de umaintervenção em situações de con-flito ou de carência a que é preciso

prover e a primeira resposta queos consulados têm tendência a daré responder a quem vai aos servi-ços consulares comprar papéis,fazer o cartão do cidadão ou opassaporte“, acrescentou.

Jorge Veludo garantiu que nosconsulados „falta quase tudo oque não seja o mero [funcionário]administrativo“, adiantando quemesmo os poucos funcionáriosadministrativos que vão sendo ad-mitidos o são „em regime de pre-cariedade“.

O sindicalista adiantou que háum “desvio permanente” dos tra-balhadores da área social para ser-viços administrativos e rejeitou aideia defendida na pelo secretáriode Estado das Comunidades, JoséCesário, de que nos consulados háfalta de sensibilidade para as difi-culdades dos emigrantes.

„Os serviços têm as condiçõespara reagir e para apoiar que sãoorganizadas, financiadas e orde-nadas pelo Governo. Não fazmuito sentido vir atirar para cima

dos trabalhadores o ónus da faltade apoios“, retorquiu Jorge Ve-ludo.

„A nossa capacidade de inter-venção em sede de protecção con-sular depende da atitude dahierarquia, dos meios postos à dis-posição e do nosso estatuto pe-rante as autoridades locais“,acrescentou.

O sindicalista sublinhou quena maioria dos consulados não hátécnicos de serviço social que pos-sam acorrer aos casos de emer-gência e que na Venezuela, paísapontado pelo secretário de Es-tado como uma das zonas onde osfuncionários deviam ir mais aoencontro dos emigrantes, „há anosque não há um único técnico deserviço social“.

„Nós não somos voluntáriosem regime de autogestão. Esta-mos integrados em organismo doEstado sujeitos a uma hierarquia ea uma política de intervenção.Quando é preciso ir a algum lado,é preciso que haja determinação

da hierarquia e autorização de Lis-boa porque isso tem custos e issonão é feito“, disse.

O sindicalista acusou o Go-verno de querer dar mais apoiocom menos funcionários consula-res e adiantou que „não é possívelfazer omeletas sem ovos“.

„Efectivamente, a emigraçãotem vindo a aumentar (…) e anossa capacidade de resposta paraacorrer a um aumento de situa-ções é diminuta. Já que da situa-ção em Portugal decorre umincremento da emigração, há queprover os postos com meios paradarem a resposta adequada emtermos humanos, financeiros emateriais e em termos de políticade decisão“, disse.

Jorge Veludo estimou aindaque dos cerca de 1.600 trabalha-dores do quadro externo do Mi-nistério dos NegóciosEstrangeiros (MNE) apenas me-tade estão em serviços consulares,estando os restantes nas chancela-rias e residências das embaixadas.

Funcionários consulares acusam Governo de descurarproteção social dos emigrantes

O sindicato dos funcionáriosconsulares acusou o Governode descurar a protecção so-cial dos emigrantes, cen-trando a actividade nosserviços administrativos, erejeitou críticas de que osconsulados são insensíveis àsdificuldades dos portuguesesno estrangeiro.

Page 6: Portugal Post, Maio 2012

6 PORTUGAL POST Nº 214 • Maio 2012

19 anos ao serviço da InformaçãoAssine e receba comodamente em casaO porta voz da Comunidade Portuguesana Alemanha

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OpiniãoPaulo Pisco*

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Ensino do Português noEstrangeiro (EPE) é umdos poucos benefícios ver-dadeiramente substanciaisque o Estado proporciona

aos portugueses residentes fora dopaís. Por se tratar de ensino, deve-ria ser uma política públicasempre em constante aperfeiçoa-mento, no sentido de proporcionaraos jovens uma formação pessoale profissional que simultanea-mente promovesse a ligação aPortugal e proporcionasse valori-zação pessoal e oportunidades deemprego. Infelizmente, nuncacomo durante a vigência do atualGoverno do PSD/CDS-PP o En-sino de Português sofreu tantosmaus tratos e foi tão grande a in-certeza quanto ao seu futuro.

Seria sempre uma das princi-pais obrigações do Governo pro-porcionar um ensino cada vezmelhor e tão universal quantopossível aos jovens portuguesesresidentes no estrangeiro. Mas averdade é que os golpes têm-se

sucedido. Do ano letivo de2010/2011 para 2012 o EPE per-deu 122 professores, existindodesde Janeiro passado apenas 400professores, ou seja, o númeromais baixo de professores desdehá décadas.

Além disso, o Governo tomouuma decisão surpreendente e ina-ceitável ao despedir 49 professo-res depois de terem iniciado o anoletivo, deixando alguns milharesde alunos sem aulas e muitos pro-fessores sem emprego. Se foipelos custos, foi uma ideia infeliz,porque pouco poupou por causadas indeminizações que teve depagar. Mais valia, por isso, que ti-vesse mantido os professores atéfinal do ano letivo. E também nãovale desculpar-se dizendo quetomou aquela decisão por causada situação financeira ou da he-rança do passado, pois se tivesserealmente consideração pelo en-sino do Português, então teria co-locado as verbas necessárias noOrçamento de Estado para 2012.

Como um mal nunca vem só,o Governo também decidiu passara cobrar uma propina anual de120 euros, o que poderá dissuadirmuitos pais de inscreverem os fil-hos, sobretudo se tiverem vários.Mas também é uma questão deprincípio. Se o Estado pouco maisdá às nossas Comunidades do quepalmadinhas nas costas e louvoresde circunstância pelo 10 de Junhoe na altura do Natal, deveria pelomenos considerar o investimentono ensino uma prioridade estraté-gica.

Mas há ainda outros fatores,sobretudo podermos estar peranteuma violação da Constituição daRepública. Desde logo, por destaforma se estar a criar uma situaçãode flagrante desigualdade, umavez que o ensino básico e secun-dário em Portugal é gratuito. E de-pois porque a Constituição dizque cabe ao Estado “estabelecerprogressivamente a gratuitidadede todos os graus de ensino”,quando o Governo está a fazeruma ação no sentido contrário,pois pretende que o ensino passea ser pago.

Mas também porque a Consti-tuição estabelece em vários arti-gos e alíneas que o Estado deveassegurar a promoção e a difusãointernacional da Língua portu-guesa e que ninguém deve ser pre-judicado no acesso ao ensino emfunção do território de origemnem no seu direito de igualdadede oportunidades de acesso eêxito escolar, aspetos que aqueladecisão do Governo vem contra-

riar.Por aqui se comprova que, não

só o Governo está a passar os cus-tos de funcionamento das políti-cas públicas para os cidadãos,como tudo indica que o Secretáriode Estado das Comunidades estáa aplicar a sua ideia de que o en-sino do Português no estrangeirodeve ser mais privado do que pú-blico, a exemplo do que existe empaíses como os Estados Unidos eo Canadá, em que o ensino é pagopelos pais e pelas comunidadeslocais.

Só que isto é um rude golpe narelação entre os portugueses resi-dentes no estrangeiro e Portugal eo oposto daquilo que o Governoprometeu durante a campanhaeleitoral e no seu programa deGoverno. Logo, politicamenteinaceitável.

* Deputado do PS eleito pelas Co-munidades.Este artigo foi escrito ao abrigo donovo Acordo Ortográfico

Maus tratos ao ensino de Português

O

Do ano letivo de2010/2011 para 2012 oEPE perdeu 122 professo-res, existindo desde Ja-neiro passado apenas 400professores, ou seja, o nú-mero mais baixo de pro-fessores desde há décadas.

Page 7: Portugal Post, Maio 2012

PORTUGAL POST Nº 214 • Maio 2012 Comunidade 7ENSINO E PROPINAS

A Federação das AssociaçõesPortuguesas na Alemanha(FAPA) criticou a decisão gover-namental de impor uma pro-pina de 120 euros para osalunos de português, subscre-vendo o apelo ao boicote do pa-gamento lançado pororganizações portuguesas emFrança.

„Existe um apelo da Françapara que os pais inscrevam as cri-anças, mas para não pagarem apropina. Somos favoráveis a queos pais inscrevam as crianças parajustificar a necessidade de profes-sores (…) e apoiamos o apelofeito pelo Colectivo para a Defesado Ensino em França“, disse VítorEstradas.

O presidente da FAPA ressal-vou que estão em estudo outrasformas de contestação à medidaque terão ainda de ser debatidascom as comissões de pais e com acomunidade.

O Governo determinou que osalunos que pretendam frequentaraulas de português no ensino pa-ralelo no estrangeiro no próximoano lectivo têm que fazer umapré-inscrição online, passando apagar uma propina anual de 120

euros, medidas que estão a sercontestadas por sindicatos, pais,professores e representantes dascomunidades, que temem que amedida dite o fim do Ensino dePortuguês no Estrangeiro (EPE).

A pré-inscrição decorreu até27 de Abril e os pais desemprega-dos (20 euros por aluno), comdois filhos inscritos (80 euros poraluno) e com três ou mais filhosinscritos (75 euros por aluno) be-neficiam de reduções na propina.

Vítor Estradas contestou a pa-gamento da propina e lembrouque a Constituição Portuguesa ga-rante aos filhos dos emigrantes odireito ao ensino.

O responsável da FAPA mo-strou-se preocupado com a faltade informação dos pais relativa-mente às novas regras de inscri-ção.

„A inscrição online foi divul-gada pelo consulado através decirculares enviadas às associa-ções, mas não quer dizer quetodas as famílias com crianças noensino frequentem associações outenham acesso à Internet ondeessas informações são divulgadas.Vai haver de certeza pessoas quenem vão ter conhecimento dessanova maneira de inscrever as cri-anças“, disse.

O presidente da FAPA consi-

derou que o novo sistema foi im-plantado „de um dia para o outro“,não dando tempo aos pais para seprepararem para a mudança,adiantando que a FAPA está acontactar os pais, apelando a queinscrevam os filhos.

Vítor Estradas considera que aactual política de EPE „está contraas comunidades“ e admite quecom o desconhecimento dos paiso reduzido número de pré-inscri-ções possa vir a servir de pretextopara retirada de professores doestrangeiro.

Em carta aberta ao ministrodos Negócios Estrangeiros, PauloPortas, ao secretário de Estado dasComunidades, José Cesário, e àpresidente do Camões – Institutoda Cooperação e da Língua, AnaPaula Laborinho, a FAPA consi-dera a aplicação da propina “umatentado ao ensino” cujo ob-jectivo „só pode ser acabar com oEPE“.

Adiantando que não foi dadaaos representantes das comunida-des a possibilidade de se poderempronunciar sobre a medida, aFAPA apela ao diálogo para queseja possível encontrar „uma so-lução satisfatória“ para o futurodo ensino no estrangeiro.

Emigrantes na Alemanha contra propina de120 euros apelam ao não pagamento

„A propina de 120 euros, sefor efectivada, distorcerá de formaaltamente negativa o quadro doEnsino de Português no Estran-geiro (EPE)“, afirma o MDEPA,em comunicado enviado à agênciaLusa.

„Uns pais irão tirar os seus fil-hos desse ensino e outros pagar apropina sem a garantia de que osseus filhos continuem a usufruirdesse ensino, por falta do númeromínimo de inscrições exigido“,

alerta-se ainda no documento.Segundo o MDEPA, que

agrupa dirigentes associativos,conselheiros da comunidade eprofessores, nomeadamente, e foicriado em finais de 2011, havendomenos inscrições, haverá menoscursos do EPE a funcionar, o quelevará à supressão de cursos e devagas para professores.

Na opinião dos mesmos acti-vistas da comunidade na Ale-manha o próprio processo deinscrição „não revela a transpa-rência desejável, sendo aplicadoem áreas escolares diferentes,com prazos muitas vezes não ade-quados às realidades de cada re-gião, não levando assim em contaos interesses das famílias, dos alu-nos e da própria rede escolar“.

No comunicado exorta-seainda o Ministério dos NegóciosEstrangeiros e o Camões – Insti-tuto da Cooperação e da Língua,

que passou a ter a tutela do EPE,a criar condições para a estabili-dade deste sistema de ensino, e re-nunciar à introdução da propina.

A concluir, o MDEPA apelaaos encarregados de educaçãopara manterem os seus filhos noEPE, contestando, simultanea-mente, o pagamento da nova pro-pina.

O Governo determinou que osalunos que pretendam frequentaraulas de português no ensino pa-ralelo no estrangeiro no próximoano lectivo têm que fazer umapré-inscrição online, passando apagar uma propina anual de 120anos, medidas que estão a ser con-testadas por sindicatos, pais, pro-fessores e representantes dascomunidades, que temem que amedida dite o fim do EPE.

O secretário de Estado das Co-munidades, José Cesário, tem de-fendido que os 120 euros anuais

não são excessivos, já que cobremo manual escolar, que em algunspaíses representa metade dessevalor, e a certificação no final doscursos, que não existia até agora,permitindo ainda apostar na for-mação de professores.

Movimento de defesa do ensino do Português na Alemanha contesta nova propina

O Movimento para a De-fesa do Ensino de Portu-guês na Alemanha(MDEPA) considerou „ile-gal e inconstitucional“ oprojecto do Governo deintroduzir uma propina de120 euros anuais para osluso-descendentes no es-trangeiro.

Foi com honra militares que o pre-sidente alemão Joachim Gauck re-cebeu o novo Embaixador dePorugal em Berlim, Luís de Al-meida Sampaio, aquando da apre-sentação de credenciais que tevelugar no Schloss Bellevue no dia 13do passado mês de Abril.

Tal como o PORTUGAL POSTnoticiou na passada edição, o novoEmbaixador de Portugal iniciou a oseu exercício de funções no iníciode Abril vindo substituir o seu ante-cessor José Caetano da Costa Pe-reira.

De destacar o encontro que onovo Embaixador de Portugal tevecom a Cônsul-Geral de Portugal emDüsseldorf, Maria Manuel Durão,que convidou para o encontro repre-sentantes ligados a organizações dacomunidade, a saber: Vitor Estra-das, FAPA, Fernando Genro, CCP,Rogério Pires, vice-presidente daFederação de Empresários Portu-gueses na Alemanha, bem comoduas professoras: Margarida Rich-mann e Beatriz Medeiros Silva.

Depois de Dusseldorf, o Embai-xador seguiu para Estugarda onde,ainda no mesmo dia, esteve reunidocom o Conselho Consultivo juntodo consulado local para passar apre-sentações e passar em revista algunsdos assuntos que à comunidadedizem respeito.

Na última edição, no texto inti-tulado “novo Embaixador de Portu-gal em Berlim inicia a sua missão a1 de Abril”, inserto na página 8,atribui-se uma idade errada ao prin-cipal chefe da mais alta missão di-plomática na Alemanha. De facto,Luís de Almeida Sampaio não tem57 anos de idade, como, por lapsoescrevemos, mas sim 54 anos.

Embaixador de Portugal reune-se comportugueses em Dusseldorf e Estugarda

O Embaixador de Portugal e o Presi-dente alemão durante a apresentação decredenciaisFoto: Cortesia Embaixada

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Page 8: Portugal Post, Maio 2012

PORTUGAL POST Nº 214 • Maio 2012Comunidades8

Opinião Alfredo Cardoso*

A Volkshochule (VHS) de Essenem parceria com o ConsuladoGeral de Portugal em Düsseldorfe com o Centro Português deEssen vai promover os seguinteseventos a decorreram na VHS deEssen:

NOITE DE FADOS – VERDES ANOS

O Grupo de Fados e Guitarradas deCoimbra „Verdes Anos“ foi consti-tuído em 1996 nos corredores daAssociação Académica de Coimbra.Este edifício acolheu os ensaios dosseus membros fundadores e foi noseu seio que cantores e instrumen-tistas desenvolveram a sua técnicae gosto pelo fado. O grupo atingiua formação atual em 1998 e desdeentão multiplicaram-se as actuaçõesno país e no estrangeiro. “Verdes Anos” dá a conhecer ao pú-blico o Fado de Coimbra, um tipode fado, com uma tradição de 200anos, intimamente ligado às fortestradições académicas da Universi-dade de Coimbra, sendo cantado ex-clusivamente por homens. Duranteas suas actuações, tanto os fadistascomo os guitarristas vestem umacapa preta que simboliza o traje aca-démico. Para além de temas origi-nais, não deixam cair noesquecimento os nomes sonantes doFado de Coimbra como Artur Pare-des, Carlos Paredes, Edmundo Bet-tencourt, Luiz Goes e Zeca Afonso.É de notar que em Novembro doano passado, o Fado foi elevado àcategoria de Património Oral e Ima-terial da Humanidade pelaUNESCO.O Centro Português de Essen acres-centará a esta noite um sabor lusoao vender algumas especialidadesportuguesas antes do concerto e du-rante o intervalo.

Data: 2ª feira, 7 de Maio às 20h00Entrada: 10 € adultos; 5€ crianças/estudantesLocal: salão da VHSReserva de bilhetes: 0201-8843100

EXPOSIÇÃOAs Viagens Portuguesas e o Encon-tro das Civilizações é o título deuma exposição, constituída por 30painéis, organizada pela ComissãoNacional para as Comemoraçõesdos Descobrimentos Portugueses. Aexposição cobre o arco temporalmediado entre os séculos XV e XVIe incide sobre a trajectória dos na-vegadores portugueses entre aCosta de África e o ExtremoOriente. Trata-se de uma aborda-gem expositiva cuja narrativa seocupa do contributo dos portugue-ses para que uma maior parcela detoda a terra fosse conhecida peloseuropeus, bem como da sua ação naampliação dos relacionamentosentre populações de todos os conti-nentes.Data: até 12 de Maio

Entrada: gratuitaLocal: Foyer do 2º piso da VHS

PORTUGUÊS – VENHA APRENDER

PORTUGUÊS!!Sabia que a Língua Portuguesa per-tence à grande família das línguasromânicas e que é falada por maisde 200 milhões de pessoas? Paraalém de ser a língua oficial de Por-tugal é também a do Brasil, de An-gola, de Moçambique, daGuiné-Bissau, de Cabo Verde, deSão Tomé e Príncipe, de Macau e deTimor Leste. Porque não desafiar osseus amigos que não falam portu-guês a participar num curso relâm-pago da VHS de Essen? Depoispoderiam decidir se gostariam defrequentar um curso anual a partirde Setembro e garantir já o seulugar. Data: sábado, 12 de Maio das10h00 às 17h00Preço: 24 €Local: VHS de EssenProfessora: Catarina LourençoInscrições: www.vhs-essen.de

Essen festeja o Dia da Língua Portuguesa

O PORTUGAL POST esteve presenteno dia 8 de Abril em mais uma festaportuguesa no Clube Operário Portu-guês de Gross Umstadt.

Baile com a banda B.V.S foi oaperitivo para a actuação da banda fe-minina Bombocas. Perto de três cen-tenas de portugueses estiverampresentes no magnífico salão ani-mando o serão. Estivemos à conversacom a Paula e a Rita que nos confi-denciaram estar em estúdio a preparar

mais um novo trabalho discográfico.Diversos espectáculos marcados

nas comunidades espalhadas pelomundo, Canada,Estados Unidos daAmérica e em Portugal, percorrendoo país de lés-a-lés.

Numa mensagem final apelarama todos os portugueses para que con-tinuem a apoiar a música e os artistasportugueses, mantendo bem viva alíngua e as nossas tradições, agrade-cendo ao PP a sua presença. FR

“Bambocas” em Groß-Umstadt

uma altura em que se está aassistir a um surto de emigra-ção, a comunidade portu-guesa residente na Alemanha

foi gravemente prejudicada com o re-gresso do Dr. José Cesário à Secreta-ria de Estado das ComunidadesPortuguesas.

A reestruturação consular do Se-cretário de Estado das ComunidadesPortuguesas (SECP) não reestruturou,mas destruiu o que a ComunidadePortuguesa construiu nas últimas 5décadas!

Já no ano de 2003 o Dr. José Ce-sário tentou encerrar o Consulado emOsnabrück. Agora, após o seu re-gresso à Secretaria de Estado, decidiuencerrar de vez o posto mais produ-tivo e que de melhor reputação go-zava junto da ComunidadePortuguesa e das instituições locais.

Como se esse ato violento e mes-quinho não fosse o suficiente, aindaencerrou o Vice-Consulado de Portu-gal em Frankfurt, cidade alemã quetem o maior número de Consuladosna Alemanha.

Que o encerramento da represen-tação consular em Frankfurt foi umerro grosseiro, para mais quando vi-vemos a maior crise económico-fi-nanceira, já todos nós nosapercebemos, especialmente os mil-hares de portugueses que agora têmde recorrer ao Consulado em Estu-garda.

O encerramento do Vice-Consu-lado de Portugal em Osnabrück nãofoi apenas mais um erro grosseiro,mas sim um desastre! O Estado Por-tuguês não economizou rigorosa-mente nada com este encerramento,mas desprezou e abandonou por com-pleto os portugueses residentes na se-gunda maior área consular entre os 5postos consulares que existiam naAlemanha. A decisão do Sr. SECPdeixou milhares de portugueses amuitas centenas de quilómetros dospostos consulares de Hamburgo eDüsseldorf, que o digam os muitosidosos e todos os outros sem possibi-lidades financeiras para se deslocaremcentenas de quilómetros. O mesmo sepassa com os milhares de portuguesesque residem na antiga área do Vice-Consulado de Portugal em Frankfurt,os quais não têm possibilidades de sedeslocar ao Consulado em Estugarda,posto que já antes de albergar a áreade Frankfurt tinha grandes dificulda-des em servir os portugueses ali resi-dentes.

Além das dificuldades causadase do abandono total causado pelo Sr.SECP, as consequências do encerra-mento do Vice-Consulado de Portugalem Osnabrück já são bem visíveis: oCentro Português de Osnabrück, pormuitos considerados a melhor coleti-vidade portuguesa na Alemanha, en-contra-se há mais de três meses semdireção e desde há 3 semanas comple-tamente encerrado.

Refiro-me talvez ao melhor Cen-tro Português, não desfazendo os ou-tros Centros, que muitos políticos,desde deputados ao Presidente da Re-pública, já visitaram! Esta coletivi-dade era reconhecida e apreciadapelos mesmos. Refiro-me a uma cole-tividade que é propriedade dos sócios,cujo valor imobiliário ultrapassa ummilhão de euros.

Vive-se numa tristeza para maisquando o Centro Português de Osna-brück perfez 40 anos de existência,precisamente a 25 de Abril, data so-lene que esta coletividade costumavafestejar de forma expressiva, mas queeste ano não foi possível, não se sa-bendo se alguma vez voltará a abrir.

Mas também o recém-chegadopároco abandonou recentemente Os-nabrück, quando estava previsto ficarpor alguns anos.

Numa das cidades mais portu-guesas, geminada com Vila Real emTrás-os-Montes, o desaparecimentodo Vice-Consulado em Osnabrück jácausou grandes estragos.

Onde está o Senhor Secretário deEstado? Onde estão as suas perma-nências consulares, aquelas mesmasque ele anunciou para janeiro, fever-eiro, março e mais tarde para abril?

O Vice-Consulado de Portugalem Osnabrück não era apenas umposto consular para emissão de docu-mentos, mas era o mais importanteelo de ligação entre as mais diversasagremiações portuguesas e as diversasinstituições locais.

A presença do Vice-Cônsul, umapalavra de reconhecimento, um apoiopontual, mantinha a Comunidade Por-tuguesa residente nesta área unida!Com o desaparecimento do Vice -Consulado em Osnabrück nada é oque era… ao ponto de os portuguesesterem deixado de acreditar no seu paíse até neles próprios!

Chegou um ato errado deste Se-cretário de Estado para destruir o quemilhares de portugueses construíramdurante quase cinco décadas.

*Conselheiro das Comunidades Portu-guesas (CCP)

Este texto foi escrito ao abrigo do novoAcordo Ortográfico

José Cesário, um Secretário de Estado, masnão das Comunidades Portuguesas… 

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Page 9: Portugal Post, Maio 2012

PORTUGAL POST Nº 214 • Maio 2012 Comunidades 9

GENTE

25º FESTIVAL DE FOLCLOR EM RHEINE

Carlos Lourenço é o novo di-rector da companhia aéreaTAP Portugal para a Alema-nha e Áustria. O novo responsável pela TAPvem substituir Frank Zehl quedirigiu a companhia portu-guesa de Março 2010 a Marçode 2012.Carlos Lourenço é um quadrocom muitos anos na compa-nhia e antes de ser nomeadoDirector para a Alemanha eÁustria estava colocado emLondres como Director dacompanhia

Pedro Macedo Leão nasceu no Porto, onde selicenciou em Engenharia Mecânica, e é desde odia 1 de Abril o novo Diretor do Centro de Ne-gócios em Berlim da AICEP - Agência para oInvestimento e Comércio Externo de Portugal.É especialista em comércio internacional, pro-moção turística e angariação de grandes proje-tos de investimento estrangeiro. Sempremostrou grande interesse pela aprendizagem delínguas e culturas estrangeiras o que lhe possi-bilita hoje exprimir-se em vários idiomas dife-rentes.Começou a sua carreira profissional em 1990como Diretor Fabril da unidade industrial emPortugal do grupo alemão Tehalit GmbH.Em 1999 foi convidado para integrar a equipado escritório da Aicep em Düsseldorf, apoiando

as exportações das empresas portuguesas para a Alemanha. Em 2003 foi transferidopara Frankfurt am Main e foi responsável pela promoção da oferta turística de Por-tugal no mercado alemão. Em 2007 foi convidado para dirigir o Centro de Negóciosda AICEP em Estocolmo, na Suécia.

TAP Alemanha Portugal tem novo Director Pedro Macedo Leão é o novo Diretor do Centro de Negóciosem Berlim da AICEP

No sábado, dia 14 de Abril, celebrou-se o 25º Festival de Folclore organi-zado pelo rancho Folclórico “Âncorado Mar”. O Âncora do Mar, fundadopor Avelino Barbosa, revelou-secomo um dos mais coloridos e dispu-tados encontros de grupos folclóricosonde se competia, cujo primeiro lugarera tido como o mais merecedor nomundo folclórico na Alemanha e emalguns países vizinhos, por estes tam-bém participarem nesses concursos.

Com a sucessão de Avelino Bar-bosa o Rancho Folclórico “Âncora doMar” transformou os seus festivais,que se metamorfosearam em celebra-ções de “amizade”, como nos expli-cou Sara Alves, a jovem Presidentede 21 anos.

Com efeito, para corroborar a suaqualidade amigável, a PresidenteSara Alves e seus colegas de direcçãonão cobraram entradas para o 25ºFestival de Folclore. Nessa ocasiãoconcorreram mais 7 grupos, a saber:o RF Coração do Minho (Hagen), RFArco Iris (Osnabrück), RF Flores dePortugal (Krefeld), RF Retalhos dePortugal (Harburg), RF Rosa dosVentos (Arnsberg), RF As Lavradei-ras (Gütersloh) e o RF Tradições Por-tuguesas (Harburg).

À boa maneira portuguesa, o fes-tival começou com algum atraso,atraso esse que o Vice-Presidente daCM de Rheine comentou no seu espi-rituoso discurso. Registou-se tambéma presença de mais um convidado dehonra: Manuel Silva, o último titulardo Vice-Consulado de Portugal em

Osnabrück, acompanhado da mulhere dos dois filhos.

Por a cidade de Rheine ter pas-sado para a área de jurisdição doConsulado em Düsseldorf o PORTU-GAL POST perguntou a ManuelSilva o motivo da sua presença, oqual explicou estar ali a título parti-cular, como convidado da Presidentedo Rancho Folclórico “Âncora doMar”. Acrescentou que a sua relaçãode proximidade e amizade com a co-munidade portuguesa não nascera nodia que em assumira a chefia do Vice-Consulado em Osnabrück, logo nãomorrera no dia em que cessou fun-ções como titular daquela representa-ção consular.

“Quando me dirigi à Comuni-dade Portuguesa, pela última vez naqualidade de titular do posto consularem Osnabrück, salientei bem tratar-se duma despedida como Vice-Côn-sul, nunca do abandono da defesados interesses da Comunidade Portu-guesa e do apoio às suas iniciativas.Como fui convidado pela SenhoraPresidente aqui estou, com todogosto, e muita honra junto das Portu-guesas e dos Portugueses que tive oprivilégio de servir durante muitosanos. O respeito e a amizade, cimen-tados por um reconhecimento mútuonão carecem de títulos oficiais, de-pendem apenas dos laços criados poruma convivência harmoniosa e pelosesforços sinceros em melhorar obem-estar das pessoas”, disse ManuelSilva.

O 25º Festival de Folclore correu

como era esperado, e se no início osalão não estava tão repleto como eradesejado pelos organizadores, essa si-tuação melhorou com o decorrer domesmo.

Os espectadores puderam apre-ciar como uma simpática jovem doRF Coração do Minho convidou Ma-nuel Silva a dançar com ela no palco,um convite que o ex-Vice-Cônsulnunca recusou.

A noite foi enriquecida pelo

grupo musical “Beto e amigos” vindode Frankfurt. Num salão que entre-tanto se encheu de portugueses, nasua maioria jovens; assim se passouuma noite cheia de portugalidade,pródiga de amizade e de boa disposi-ção.

Ficam nos registo do PORTU-GAL POST os parabéns à direcçãodo “Âncora do Mar” e à sua jovempresidente por acreditar nas suas ca-pacidades e continuarem a defendê-

las.Recorde-se que o “Âncora do

Mar” tem um novo sitio na internet(www.ancoradomar.de) para divulga-ção das suas actividades. Os visitan-tes poderão consultar, por exemplo,uma extensa reportagem fotográficado último festival.

Os admiradores do grupo podemainda seguir as suas actividades nofacebook (www.facebook.com/anco-radomar)

Rancho Folclórico “Âncora do Mar” festejou e encantou

O ex-Vice-Cônsul em Osnabrück, Manuel da Silva, também mostrou os seus dotes de „folclorista“

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PORTUGAL POST Nº 214 • Maio 2012Comunidade10PP DÁ A CONHECER MAIS UM PORTUGUÊS NA ALEMANHA

O PORTUGAL POST nas suas via-gens em busca de portugueses na Ale-manha e das suas histórias entrou numrestaurante português para matar asaudade de uma refeição tradicional eaproveitou para conhecer mais um lu-sitano, o senhor Jorge Ribeiro.

Amável, Jorge Ribeiro aceitouconversar connosco e dar-se a conhe-cer aos leitores do PP.

Contou-nos que começou a tra-balhar aos 12 anos num café emAveiro, cidade onde esteve cerca de12 anos.

Natural do centro do país, concre-tamente de Águeda, em Agosto de1998 resolveu vir passar umas fériasem casa de familiares radicados naAlemanha. Nesse período aproveitoupara trabalhar e como nos disse “gos-tei do trabalho e gostei daquilo queme pagaram”. A sua vida iria mudar.

Regressou a Portugal para sedespedir da firma.

Estabelecendo as diferenças queencontrou entre Portugal e a Ale-manha, o nosso interlocutor referiuque “o trabalho aqui é mais rigorosoe trabalha-se mais. Em Portugal paraalmoçar tínhamos uma hora ou mais.Comíamos bem e bebíamos mais ál-cool. Cá é diferente. Temos 10 minu-tos de manhã e 30 ao almoço. Oemigrante que vem para a Alemanhae que queira fazer a vida que faz lá,não tem hipótese”.

Como acontece com quase todosos emigrantes, Jorge Ribeiro tambémteve problemas com a adaptação à lín-gua germânica e que ainda hoje lhe

dificulta um pouco a sua vida. Re-solve este problema com a ajuda deamigos

Na firma onde trabalhou 5 anos,o encarregado era português e isso fa-cilitou-lhe a vida.

Confessa que o que sabe da línguaalemã “dá para desenrascar e comprartudo sozinho”, mas “para tratar de as-suntos oficiais, bancos, finanças,etc.,tenho que recorrer a ajuda”.

Como nos disse, trabalhou numafirma de limpezas antes de se dedicarà restauração, que foi sempre a suaactividade. Essa empresa fechou e es-teve um ano no fundo de desemprego.

Foi a estrada de Águeda para Of-fenbach que o trouxe a este restau-rante português situado naWaldstrasse 40, e que explora so-zinho desde os finais de 2006.

Já era um estabelecimento similare que encerrou devido ao facto dosdonos terem ido embora.

Ao iniciar esta nova etapa da suavida, Jorge Ribeiro pensou em criarum espaço português, que fosse omais parecido com o do seu país.

“Um português no meu restau-rante sente-se em casa, não só pela co-mida, mas também,pela animação eambiente”. Confidencia ainda as

especialidades da casa que fazem asdelícias dos seus cliente: “leitão àBairrada, chanfana, vitela à Lafões ouo bacalhau, a escolha é variada”, re-fere. “Os alemães gostam muito des-tes pratos, pois vão a Portugal passarférias e já os conhecem”.

Em termos de clientela Jorge Ri-beiro adiantou que alguns espanhóise italianos também procuram o seuespaço.

Os alemães são excelentes clien-tes e dividem o espaço em perfeita co-munhão, havendo até alguns quefazem “os pedidos em português, comsotaque, claro”.

Jorge Ribeiro tem a preocupaçãode manter as tradições, apostando namúsica e músicos portugueses paraanimar os serões do restaurante.

Saborear a gastronomia portu-guesa e passar um serão dançante sãoboas razões para visitar este portuguêse o seu restaurante em Offenbach..

A conversa estava na recta final eo PP pediu-lhe para enviar uma men-sagem para aqueles compatriotas quepensem em rumar terras germânicas.

“ Os que pretenderem vir para aAlemanha devem fazê-lo com tra-balho assegurado. Quase todos os diaschegam aqui portugueses a pedir tra-balho. E o conselho que dou é mesmonão virem assim à “papo-seco”.

E assim demos a conhecer maisum português na Alemanha. Quemserá o próximo?

Fernando RoldãoCorrespondente em Frankfurt

Jorge Ribeiro - caminho percorrido de Águeda a Offenbach valeu a pena

A câmara de Duisburg, através dasua VHS, (Escola Superior Espe-cializada de Adultos) tem sempremantido uma janela bem abertapara temas que incluam e fortale-çam o multiculturalismo.

A nossa língua, que une asmais diversas culturas espalhadaspelo universo, te, já há anos, me-recido aqui um espaço muitoespecial.

Apesar da comunidade portu-guesa ter sido, já há alguns anos,dizimada pelo abandono destabacia do Ruhr das grandes indus-trias ligadas ao ferro, ao aço e aocarvão, as intervenções culturaislusófonas, tomaram um outrorumo, fazendo-se ouvir noutrospalcos ganhando assim outrosatentos interessados.

Quem entra no gabinete da Dr.Claudia Kleinert, a responsável naacademia por este pelouro cultu-ral, sente bem perto a importânciada Língua de Camões no mundo.José Saramago com uma frasemuito sua, serve de orientação e

de decoração numa das paredesdo seu gabinete.

Língua Portuguesa – Umoceano de Culturas é o tema dumaserie de actividades e acções arealizar no mês de Maio.

Pretende render uma homena-gem a cada artista que servindo-se da língua de Camões,conseguiram unir um único berçopara as tantas e diversas culturasdo universo. A iniciativa pretendeser uma viagem a este mundo cul-tural.

Laura Rodrigues Nöhles, pro-fessora de português na VHS, Ân-gela Nunes Pereira, Doutora emAntropologia de Educação e in-vestigadora linguística, e MariaManuel Durão, Cônsul Geral dePortugal em Dusseldorf, serão osanfitriões e co-responsáveis desteseventos.

A participação do Instituto Ca-mões é outra peça muito impor-tante neste quadro bem definido.A programação esta assim defi-nida:

Duisburg festeja a língua e cultura portuguesas

Sábado, 5 de Maio das 18:00 às 21:30 horasAbertura solene da exposição“Língua Portuguesa – Um oceano de Culturas ” com a presença da SenhoraConsul Geral de Portugal em Düsseldorf. A abertura será adornada com ogrupo de fados de Coimbra “Verdes Anos”. A entrada é livre e não faltarãoas especialidades do costume e as bebidas refrescantes.

Sexta-feira, 25 de Maio das 19:00 às 21:30 horasSina Nossa canta e encantaConcerto de Fado com o grupo musical “Sina Nossa” de Dortmund, SinaNossa. A preço da entrada será de 10€.

* Sexta-feira, 01 de Junho , das 19:00 às 21:30 horasEncerramento e viagem através do mundo da músicaApresentação e atuação do cantor brasileiro Marcelo da Paz e uma palestrasubordinado ao tema “O Homem do Leme” sobre a música portuguesa noséculo 20 com Alexandre MartinsTodas as iniciativas terão lugar numa das salas da VHS, numa das ruas maiscentrais de Duisburg, bem perto da Estação Central (HBF) de caminhos deferro, na Königstr. 47.Aproveitamos para apelar aos elementos da Comunidade lusa de todas asgerações e que vivam nas imediações de Duisburg que apareçam e partici-pem destes eventos e que passem a palavra a outros falantes de Português.Vale a pena!Para o próximo semestre já estão agendadas outras iniciativas que a seutempo informaremos.

José Gomes Reodrigues, Correspondente

No dia 1 de Abril do corrente en-trou em vigor a nova lei sobre o re-conhecimento de habilitaçõesestrangeiras que pretende facilitaro processo de equivalências. Asdisposições do novo diplomaabrangem os cursos profissionais euniversitários. Assim, quem tiverobtido diplomas profissionais noestrangeiro, poderá submetê-lospara apreciação com o fim de equi-valência aos diplomas profissio-nais alemães. A nova lei permitiriacolmatar défices a nível da ofertade mão-de-obra qualificada nopaís.

Segundo um estudo da Prog-nos AG , prevê-se para 2030 umdéfice de 460 mil trabalhadoresqualificados em Berlim. A Sena-dora do Trabalho nesta cidade,Dilek Kolat (SPD), espera que anova lei sobre o reconhecimentode habilitações estrangeiras venhafacilitar a procura de empregopelos nacionais de outros países naAlemanha.

A Câmara dos Operários e Ar-tesãos (Handwerkskammer) deBerlim considera que esta lei é umpasso positivo porque faltam tra-balhadores qualificados nesta ci-dade, uma situação que énecessário resolver. Faltam, espe-cialmente, electricistas, padeiros,pasteleiros e carniceiros/cortado-res. Quem tiver concluído umcurso nesta área no estrangeiro po-derá pedir a respectiva equivalên-cia junto desta câmara.

De acordo com esta associa-ção, no mês de Março, mesmoantes da aprovação da lei, já ha-viam recebido trinta pedidos daItália, Grécia e Espanha. Umquarto destes foi de cabeleireiros,mecânicos e outros.

A cidade de Berlim está a or-ganizar uma rede com pontos deaconselhamento. A primeira reu-nião com os requerentes será gra-tuita. O processo de requerimentona Câmara dos Operários e Arte-sãos tem um custo aproximado de100 a 600 Euros.

Em Berlim vivem váriosestrangeiros com diplomas profis-sionais ainda não reconhecidos eque, por esta razão, trabalhamcomo taxistas ou em bares, lavampratos, vendem flores, etc. A novalei não só irá resolver a sua situa-ção, possibilitando a sua reintegra-ção profissional, como veicularáos trabalhadores qualificados deque as empresas na capital tantocarecem.

Para mais informações vide: w w w. a n e r k e n n u n g - i n -

deutschland.deCristina Dangerfield-Vogt

A Nova Lei sobre asEquivalências Profissionais na Alemanha

ÚTIL

Page 11: Portugal Post, Maio 2012

11PORTUGAL POST Nº 214 • Maio 2012 Entrevista

Passados quase quatro anosda eleição dos membros doCCP que palavras pode utili-zar para dizer se valeu ou nãoa pena?Sem dúvida que valeu a pena.

Vê-se como o „sistema“ funciona;aprende-se que na política há duasformas de interpretar situações -quando um partido está no go-verno e quando está na oposição.Felizmente ou infelizmente (con-forme a maneira como se queiraanalisar!) assistimos a uma mu-dança de governo, num períodode crise muito grave.

Aprendemos a lidar com osdiscursos de circunstância dosnossos deputados e com a forma(muito) subtil como os nossos go-vernantes vão dando as informa-ções. Não há uma lógica linear nocomportamento político; os con-selheiros do CCP discutem comos membros do governo os pro-blemas com que as comunidadesse debatem. Só que os governan-tes, em geral nas questões funda-mentais, ignoram os nossosconselhos.

E que vantagens para a co-munidade? Ou melhor: achaque a comunidade sente naprática o resultado do vossotrabalho?Considerando que os governos

não têm (e não fazem!) uma polí-tica consistente para a diáspora, osproblemas com que as comunida-des portuguesas se debatem talvezfossem muito maiores.

Os conselheiros, nas reuniõesperiódicas que têm com os repre-sentantes diplomáticos (Embaixa-dor, Cônsules - Gerais, TécnicosAdministrativos, etc.) falammuito abertamente dos proble-mas; temos conhecimento que sãoelaborados telegramas para oMNE, as respostas às nossas ques-tões é que se fazem esperar...

Se a comunidade sente na prá-tica o resultado do nosso tra-balho? Acho que não! Dentro dos

parâmetros que a Lei 66 - A / 2007nos confere, fazemos mais um tra-balho de persistência e informa-ção junto das autoridades do queum trabalho de base junto das co-munidades. Tentamos corrigirerros ou exercer influência paraminorar esses erros; e este tra-balho a comunidade não o vê deimediato. Nós cumprimos a nossamissão, os governos é que nãoquerem seriamente resolver osproblemas das comunidades.

Que problemas foram resol-vidos por interferência doCCP?Eu colocaria a questão de

outra forma, mas deixe-me dizerque contestamos muitas das medi-das que os governos têm tomado.Nós falamos com elementos e or-ganizações das comunidades e de-pois discutimos os assuntos emBerlim ou Lisboa.

Nestes encontros tentamossensibilizar ao máximo os deputa-dos de todos os partidos com re-sponsabilidades na emigração,tentamos sensibilizar os deputa-dos eleitos pelos dois círculoseleitorais e por fim discutir aber-tamente com os responsáveis pelatutela na procura de soluções.

Diga-me: quais são, nestemomento, as principais preo-cupações dos portuguesesaqui residentes? Há temas que tocam mais a

comunidade que outros, porexemplo:*) o problema do EPE com aagravante de o IC levantar umapropina de 120 Euros.*) o encerramento dos Vice-Consulados em Frankfurt e Os-nabrück*) a situação de reforma de mui-tos compatriotas e os problemassociais daí provenientes*) a nova onda de emigração

E de que forma é que fazemchegar essas questões aos

responsáveis governamen-tais?Através das reuniões periódi-

cas com os representantes diplo-máticos (Embaixador e Cônsules- Gerais), ou através de perguntasfeitas directamente aos responsá-veis por determinados pelouros.

Como é que exercem a vossotrabalho e que meios têmpara o concretizar?O CCP levou uma grande ma-

chadada na sua capacidade deacção com a última lei ( lei 66-A /2007) aprovada pela maioria ab-soluta do Partido Socialista. Osconselheiros foram reduzidos de100 para 63 ( mais 10 designadospelo responsável da tutela ).

Os Conselhos Regionais e dePaís foram eliminados e retiradasas possibilidades financeiras deexercermos o nosso trabalho juntodas comunidades e entre os con-selheiros de cada país,

Para um país tão vasto como aAlemanha isso criou-nos uma si-tuação muito difícil, impedindoreuniões e encontros regulares nasassociações portuguesas.

Considerando portanto que oCCP não tem um orçamento parao trabalho com a comunidade, sóestão previstos encontros periódi-cos com os titulares das missõesdiplomáticas e dos postos consu-lares (encontros semestrais ) ecom os conselheiros e adidos doMNE nas Embaixadas de Portugal(encontros trimestrais ); estas via-gens são reembolsadas.

Todas as despesas fora do qua-dro legal da lei 66-A / 2007 são

suportadas por cada um dos con-selheiros.

Resumindo: como e com quemeios exercemos o nosso tra-balho? Com uma grande dose deboa vontade e com a consciênciade que estamos a fazer um tra-balho muito válido para a comu-nidade.

Estão a acompanhar astransformações na comuni-dade? Perguntando de outraforma: acha que a comuni-dade tem os mesmos proble-mas de há 5 ou 10 anos? Alguns problemas são cróni-

cos (exp. Ensino e Associati-vismo), outros são mais recentese têm a ver com a primeira e se-gunda geração de emigrantes eque agora estão em situação de re-forma.

Estão na posse de elementosque indicam a chegada demais portugueses a este paisdevido à crise em Portugal?Sabemos que há uma nova

onda de emigração para a Ale-manha; muitos portugueses vêmpara casa de familiares e têmassim algum apoio; outros procu-ram emprego nas grandes cidadescomo Berlim ou Hamburgo. Nãotenho no entanto dados concretos,não podendo neste momento dizerquantos emigrantes vieram nos úl-timos doze meses para a Ale-manha.

Já tem informações de quehaverá em breve eleiçõespara este órgão?

O SECP apresentou em Fever-eiro, ao CP - CCP, um documentopara discussão onde entre outrostemas se falou da revisão da lei doConselho das Comunidades Por-tuguesas. Sei que este tema está aser discutido dentro do CCP e dasrespectivas Comissões Permanen-tes.Mais informações não tenho.

Em que moldes funcionará?O SECP apresentou um con-

junto de ideias, algumas commuita validade e nessa base devesair uma lei mais virada para o tra-balho de base. Está a ser discutidoa (re)criação do Conselho Regio-nal e do Conselho de País, assimcomo a transferência da tutelapara a Assembleia da República.O Conselho será o órgão consul-tivo e representativo das comuni-dades para questões daemigração.

Segundo o caderno apresen-tado pelo SECP, o Conselho pro-nunciar-se-á sobre questõescolocadas pelo Governo ( da Re-pública e Regional ) e pelos depu-tados; algo novo será o direito dosconselheiros de poderem formularperguntas por escrito ao Governo.

Sem querer lêr na bola de cris-tal, não vejo que este processo es-teja concluído antes do fim doVerão.

Vai promover uma lista paravoltar a candidatar-se? Depende do conteúdo da lei

que for aprovada; nos moldes dalei 66-A / 2007 por certo que não!

Mário dos Santos

Alfredo Stoffel, membro do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP)

“Os membros do Governo ignoram os nossos conselhos”Alfredo Stoffel, 52 anos, é, como muitos leitores osabem, membro do Conselho das ComunidadesPortuguesa eleito em Abril de 2008. É também oporta-voz dos membros eleitos pela Alemanha.A entrevista que nos concede foi por nós solicitadacom o intuito de se fazer um balanço, ainda quegeral, do exercício do CCP-Alemanha dos últimosdos quatro anos.

Alfredo Stoffel

Page 12: Portugal Post, Maio 2012

12 PORTUGAL POST Nº 214 • Maio 2012Alemanha

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á passou mais de um ano, masé assim que ainda me sinto:dentro, mas fora, da Alemanha.Cheguei cá, quase por acaso, ou

porque as teias do destino assim o te-ceram sem esperarem permissão. Naverdade, desconhecia que chegaria àAlemanha menos de um mês antes decá ter posto os pés; e nem sequer ima-ginava que o provisório estágio seriaafinal o princípio de mais uma históriade emigração.

O primeiro meio ano voou e euviajei nas suas asas, empoleirada noentusiasmo da experiência única detrabalhar, pela primeira vez, fora domeu chão português e na descobertadas terras germânicas que se esten-diam diante dos meus olhos.

Acho que talvez por isso fiz, semquerer, “orelhas moucas” à palavra re-petida aos ouvidos de quem chega, in-tegração. Não que a recusasse, pelocontrário. Mas para quê envolver-medemasiado se, afinal, “amanhã” já mevou embora?! - pensava. Pensavamal. Pois acabaria por ficar sem data

de regresso e dei por mim perdida, vá-rias vezes, nos primeiros tempos. Emesmo hoje nem sei bem onde estou.

Cheguei cá sem chave para deci-frar o complexo código que é a línguaalemã. E por isso, senti-me que nempeixe fora de água a tentar dar sentidoaos avisos anunciados na plataformado comboio, a descobrir nas pratelei-ras o champô para cabelos com cara-cóis ou esforçando-me para captar ovalor da conta a pagar no supermer-cado sem ter de recorrer desesperada-mente os olhos para o ecrãzito dacaixa.

Assim, aprender alemão tornou-se uma necessidade. E com um cursointensivo, estava lançada a primeirapedra. Mas, verdade seja dita, a obrada minha integração por cá é emprei-tada demorada e aventuro que seráque nem a da Sagrada Família.

O que não quer dizer que seja pes-soa de me esquivar a esse ou a outrostrabalhos, pelo contrário, arregaçoprontamente as mangas! Mas esta lín-gua alemã tem umas matérias-primas

muito peculiares. As declinações e asinfinitas excepções atrasam-me aobra. E há ainda outros atritos, recon-heço. Longe do meu país, o portuguêscontinua, todavia, a ser a minha lín-gua para o trabalho e para o tempofora dele.

A maioria senão mesmo todos osamigos de cá fizeram um percurso se-melhante, saíram do país (de línguaportuguesa) para trabalhar na Ale-manha, pelo que as raízes nesta terrasão pouco profundas. E assim, o ale-mão continua a passo de caracol e omeu projecto de integração ainda malsaiu do papel. Já o mapa da Alemanhadesdobrei-o desde cedo, com a ânsiade querer ver, cheirar e apalpar ascores, os cheiros, a História e, denorte ao sul, visitei já muitos lugaresdo país. Mas o que vi é ainda poucopara poder conhecer que traços tem orosto deste povo.

E quando chego a Portugal mui-tos me perguntam já afirmando: “osalemães são frios, não são? Esses per-guntadores de estereótipos, que mui-

tas vezes nem sequer conhecem o paísque me acolhe, julgam mais depressaque eu um povo que ainda descubro.Emudeço, incapaz de corroborar aimagem conotada aos germânicos oude a contrariar. E balanço cá dentro:realmente, reconheço que nem sem-pre são simpáticos quando preciso detratar de burocracias (mas em Portu-gal também há uns sorrisos amarelosneste tipo de serviços); por outro lado,se fossem os alemães assim tão sisu-dos porque iriam comemorar caloro-samente o Carnaval de Colónia ouaquecer o espírito frio de Dezembrocom o “glühwein”?!

Incapaz ainda de traçar o perfil dopaís, das pessoas e da sua cultura,sinto-me além de uma estrangeirauma estranha. Estou cá dentro, masfora.

Olho para o lado para saber semais há quem padeça do mesmo mal.E percebo que muitos mais jovens po-voam comigo este mundo “in-outGermany”. Sendo este um país deimigrantes, tanto mais atractivo numa

altura em que noutros se vivem em di-ficuldades, muitos jovens com quali-ficações vêm para cá tentar a suasorte. E como estudaram, o inglês, ofrancês ou o espanhol pulam a bar-reira da língua. Assim formam tam-bém eles os seus próprios círculosmulticulturais, onde a secção culturalalemã ocupa, muitas vezes, não maisque o “hall” de entrada. Não é de-sprezo parece que é antes o caminhomais fácil.

Por isso é frequente conhecer pes-soas que estão cá, há mais anos queeu e articulam ainda menos alemão doque o que consigo. E arrisco aindaque em muitos casos a integração nacultura do país é ainda um atrapal-hado esboço.

Por isso, dizer que se vive na Ale-manha não é mais do que, muitasvezes entre jovens estranhos e estran-geiros, uma mera referência geográ-fica, porque da Alemanha pouco sesente.* Jornalista da DW e cronista do PP a partir da presente edição

Crónica Por Glória de Sousa*

Cá dentro mas fora

J

Page 13: Portugal Post, Maio 2012

PORTUGAL POST Nº 214 • Maio 2012 13Alemanha

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Crónica Por Cristina Krippahl

o passado dia 25 de Abril,na comemoração daquelaque passou a ser uma datafolclórica para a classe po-lítica portuguesa, o Presi-

dente da República, Aníbal CavacoSilva, pediu a “todos os portugueses”que corrijam a falta de informação ea desinformação que existem no es-trangeiro sobre Portugal.

Lancei imediatamente mãos àobra para repor a “verdade dos fac-tos” - como os jornalistas portugue-ses de hoje gostam muito de dizer.Na Alemanha, onde vivo e tenhoacesso imediato a todas as mentirashorrorosas sobre o meu país espalha-das diariamente pela imprensa ger-mânica, o primeiro artigo que mecaiu em mãos foi publicado peloHamburger Abendzeitung no dia 21de Abril. É da autoria de StephanBrünjes e tem o título “Rally das por-tagens em Portugal”. Trata-se de umareportagem que relata, num registoinevitavelmente irónico, as peripé-cias no Algarve deste jornalista, que

teve a péssima ideia de querer ser ho-nesto e pagar as portagens que deviapor utilizar a auto-estrada numa via-tura de aluguer. O artigo pode ser en-contrado Online e eu recomendaria aleitura ao Sr. Presidente, pois ilustrabem que a imagem por vezes nega-tiva que os estrangeiros têm de Por-tugal não resulta de ignorância ou damentira, mas, pelo contrário, da ex-periência própria.

Outro artigo que me chamou aatenção foi publicado Online naÄrzte Zeitung.de no dia 11de Abril.

O jornal alerta para uma editorade nome United Directorios Lda comsede em Lisboa, cuja especialidade éoferecer registos “gratuitos” num di-rectório da profissão. Com lendáriachico-esperteza lusa, os médicos quecaem na ratoeira comprometem-se,sem sequer se dar conta, a pagar maisde mil euros pelo “serviço gratuito”,pois para perceber o fraseado artís-tico é preciso ter a competência deum jurista, adianta a publicação.Uma prática que não reflecte muito

positivamente sobre os portugueses,convenhamos. Mas como convenceros responsáveis por esta publicaçãoalemã a retractarem-se, se até têmexemplos de médicos alemães quecaíram na esparrela?

Num registo menos anedóticodei uma vista de olhos aos artigosque no último ano e meio foram con-sagrados à situação económica e fi-nanceira de Portugal. O quesobressai é o profundo conhecimentode causa com que fala a maioria daspublicações ditas sérias ou de refe-

rência. O que chama a atenção, é agrande simpatia com que a imprensatrata o país co-responsável pela mi-séria da crise de dividas que abala aEuropa. E o que espanta é que jámuito cedo jornalistas e economistasmostraram-se convictos da inevitabi-lidade de Portugal pedir um pacotede resgate à União Europeia, quandoisso ainda era absolutamente negadopor jornalistas e economistas portu-gueses (dos políticos nem falo).

Agora, a grande parte da im-prensa e dos especialistas indepen-dentes na Alemanha conta com umnovo pacote de resgate para Portugalo mais tardar em Setembro, prova-velmente acompanhado por uma re-conversão da dívida a exemplo doque se passou na Grécia. Ninguém naAlemanha acreditou nunca que Por-tugal estivesse em condições de re-gressar aos mercados financeiros em2013, algo que só muito recente-mente o próprio primeiro-ministro,Pedro Passos Coelho, admitiu publi-camente. E os jornais alemães alerta-

ram também sempre – e fazem-nocom cada vez maior urgência – parao enorme perigo que representa umapura política de austeridade sem me-didas de fomento conjuntural. Acon-tece que eu acho que eles têm razão.

Conclusão, tenho grandes difi-culdades em cumprir a sugestão doPresidente Cavaco Silva e sair emcruzada em prol da verdade e dahonra pátria. Não sei onde estão osmoinhos de vento contra os quais elequer que eu me lance. Embora meocorra um bom conselho para o jor-nalista alemão apanhado na teia dasinanidades burocráticas do nossopaís quando tentou pagar as porta-gens que devia: em vez de desistir defuturas viagens a Portugal, façacomo os seus conterrâneos, RolfKraus-Freiberg e Franz Sigl de Lau-berg, que, há poucos dias, rumarama Lisboa ... de bicicleta. Estou cu-riosa por ouvir o relato do civismodos automobilistas portugueses feitopelos dois aventureiros. Que serátodo ele mentira, claro.

Mentira, claro

N

“Agora, a grande parte daimprensa e dos especialistasindependentes na Alema-nha conta com um novo pa-cote de resgate paraPortugal o mais tardar emSetembro, provavelmenteacompanhado por uma re-conversão da dívida a exem-plo do que se passou naGrécia.

Page 14: Portugal Post, Maio 2012

PORTUGAL POST Nº 214 • Maio 201214

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Os depoimentos dos nossos clientes falam por si:

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OpiniãoLuciano Caetano da Rosa

irijo-me mais uma vez àsComunidades portuguesasna Alemanha em vésperasde mais uma comemoração

da gloriosa data histórica do 25 deAbril, a Revolução dos Cravos deboa memória, que vive no pensa-mento e mora no coração de mi-lhões de portugueses amantes dapaz, do progresso, da democraciae da liberdade.

Foi graças ao 25 de Abril quePortugal saiu do triste e vil isola-mento em que se encontrava nocontexto das nações, foi graças aessa Revolução que o povo read-quiriu a liberdade e se abriram asportas às maiores conquistas de-mocráticas, antes jamais alcança-das em quase nove séculos deHistória. Qual farol mundial poruns instantes históricos, a vitóriade Abril sobre o fascismo deubrado e iluminou com brilho in-tenso o noticiário dos países, atraiua juventude do mundo aos comí-cios em Lisboa e às cooperativasda Reforma Agrária, influenciandoa Europa e a política mundial,pondo o imperialismo de sobrea-

viso. As mulheres portuguesas, porexemplo, adquiriram mais direitosnesses escassos anos de dinâmicarevolucionária do que nos muitosséculos de História.

O povo quando quer e se de-cide é mais forte do que todos osarsenais. E de novo o povo teráque vencer, pois, a situação actualé cada vez mais grave, mais drás-tica, mais cruel, mais insustentávelpara quem trabalha ou quem quertrabalhar. O governo actual do pro-tectorado em que Portugal setransformou devido às políticas dedireita, antipatrióticas e de catás-trofe nacional, é um governo sub-versivo, sem a legitimidade deAbril, um governo submisso aosditames de estrangeiros e da bur-guesia nacional que terá, forçosa enecessariamente, de ser derrubado.Mais cedo ou mais tarde, mas maiscedo do que tarde.

O ataque aos direitos dos por-tugueses, o pacto de agressão pros-seguindo em larga escala em todasas frentes, tudo isso faz com quedigamos Basta! Também aqui naAlemanha, as Comunidades se

vêem a braços com novo imposto,com a famigerada propina de 120euros para que as crianças portu-guesas possam frequentar o Ensinodo Português no Estrangeiro(EPE). Ora, o EPE deve ser gra-tuito e universal!

O Ensino do Português noEstrangeiro está constitucional-

mente garantido. É ilegal quererfazer pagar 120 euros pela inscri-ção de cada criança no EPE. Porconsequência, as Comunidadestêm de se mobilizar contra maiseste imposto não declarado como

tal. A propina é inconstitucional,anti-constitucional, o que queiramchamar-lhe, e, como tal, é ilegalporque contraria a lei máxima doPaís, a lei de todas as leis, a lei aque todo o ordenamento jurídicose deve subordinar, a Constituiçãoda República Portuguesa.

Um governo que desrespeita aConstituição deve ser demitidopelo Presidente da República. Coma Constituição não se brinca. Umgoverno que propõe medidas in-constitucionais, como a propina deinscrição no EPE de 120 euros,torna-se ele próprio ilegal, um go-verno fora da lei, um governo anti-democrático que esgotou aconfiança que o eleitorado lhe con-cedera nas urnas. Há, contudo,ainda as instituições europeias aque se pode e deve recorrer. Esteprocesso deve ser desencadeado,após estudo criterioso, por exem-plo, através de Queixa às institui-ções competentes.

A propina é discriminatória,penaliza as famílias, causa sériasdificuldades a este subsistema deensino, ataca a nossa identidade, a

nossa língua e a nossa cultura. AsComissões de Pais, o CCP, os de-mocratas, as famílias, os professo-res, o Movimento para a Defesa doEnsino do Português na Alemanha,todos unidos devem fazer valer osseus direitos inalienáveis. Há, decerteza, princípios que estão a serespezinhados (tratamento de igual-dade, etc) tanto à luz da legislaçãoportuguesa como à luz dos tratadoseuropeus em vigor. Temos de pro-var a breve trecho que a propinaestá a infringir tratados europeus e,por essa via, conduzir o governo àderrota. A luta é a nossa Primavera.Se não lutarmos, já perdemos,pois, mesmo lutando a vitória nãoé fácil. Por isso, o apelo às Comu-nidades para lutarem por esta ban-deira do ensino às crianças ejovens portugueses é absoluta-mente inadiável numa altura emque voltamos a comemorar Abril.Os valores de Abril e a democraciaevoluída nos campos social, eco-nómico, político, cultural e am-biental estão na ordem do dia. Istovai, amigos, com confiança e comluta, vai!!!

Um governo subversivo, sem a legitimidade de Abril

D

Page 15: Portugal Post, Maio 2012

PORTUGAL POST Nº 214 • Maio 2012 Imigração 15

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Governo alemão divulga cresci-mento de 2,6% da população es-trangeira no país em 2011 – omaior dos últimos 15 anos. Con-juntura económica favorável eofertas de emprego são aponta-das como causas para imigraçãoelevada.

De acordo com dados divulga-dos pelo Departamento Federal deEstatística da Alemanha, cerca de6,93 milhões de pessoas com cida-dania exclusivamente estrangeiraviviam na Alemanha no final de2011 – 177.300 mais do que noano anterior. O crescimento de2,6% foi o maior dos últimos 15anos.

A maior parte dos imigrantes,88%, vêm dos Estados-membros daUnião Europeia (UE), especial-mente do Leste. „Os números ele-vados devem-se, naturalmente, àliberdade de circulação que entrouem vigor para os novos Estados daUE no ano passado“, diz Ilona Rie-sen, do Instituto da EconomiaAlemã em Colónia (IW).

Com excepção da Roménia e daBulgária, a liberdade de circularvale para todos os parceiros da Ale-manha na UE. É particularmenteevidente o aumento de cidadãos daPolónia e da Hungria.

Mesmo que as estatísticas nãoindiquem os motivos da vinda deestrangeiros para a Alemanha , a li-gação entre imigração e oportuni-dades de trabalho é uma explicaçãoconsiderada bastante plausível porpesquisadores. Chama-se a atençãoo facto de haver na Alemanha maispessoas provenientes dos Estadosda UE em crise do que em anos an-teriores, mas talvez não sejam tan-tos quanto se esperava dada agravidade da situação económicade alguns países.

„O meu palpite é que, mesmoque ecluda uma crise, as pessoasnão empacotam imediatamente assuas coisas e vão para outro país“,

considera uma especialista em as-suntos de imigração.

A mesma especialista destacaas barreiras linguísticas para a emi-gração para a Alemanha. Nos paí-ses em crise Espanha, Portugal eGrécia, por exemplo, o ensino dealemão não ocupa uma posição dedestaque nas escolas.

Marion Rang, especialista emmercado de trabalho da AgênciaFederal do Trabalho, diz que a in-stituição está de olho nos países doeuro em crise. „É exactamente alique está a mão de obra que pode serútil para a Alemanha. Na Espanhahá muitos engenheiros desempre-gados, e nós estamos à procura de

engenheiros aqui“, diz.Também na Grécia e em Portu-

gal, a Agência tenta recrutar candi-datos adequados para empresasalemãs, como foi o caso da cidadede Schwäbiusch-Hall.

Conhecimentos linguísticostambém são uma questão-chavenesse caso. „Na Alemanha, a maio-ria das vagas está na empresas demédio porte, e tais empresas que-rem poder conversar em alemãocom seus funcionários“, afirmaRang.

Segundo a especialista, não épossível detectar na Alemanha umainvasão maciça de pessoas embusca de emprego vindas dos paí-ses em crise. Percebe-se, porém,um grande interesse pelo país, apartir do maior número de alunosnos Institutos Goethe locais, porexemplo.

Razões familiares fazem, mui-tas vezes, com que as pessoas hesi-tem em emigrar. Rang mencionatambém mais um problema: as ex-pectativas dos trabalhadores estran-geiros. „Todos querem ir paraBerlim, Hamburgo ou Munique, ouseja, as cidades grandes e interes-santes“, diz. Mas, segundo a espe-cialista, quando descobrem que hámais vagas nas áreas rurais do es-tado de Baden-Württemberg ou do

leste alemão, ficam decepcionados.Esse não é, porém, um obstáculointransponível para quem deseja re-almente imigrar para a Alemanha,afirma Rang.

Ao contrário dos cidadãos daUE, imigrantes de países que nãopertençam ao bloco precisam deum visto de trabalho. Nesse sen-tido, houve uma evolução signifi-cativa nos últimos cinco anos,aponta Riesen a partir das recentesestatísticas. O número de estrangei-ros com um visto de residência portempo indeterminado aumentou ex-pressivamente.

„Esse visto implica o direito depermanência por tempo indetermi-nado na Alemanha. E esse é umaspecto importante na relação compaíses não europeus, pois, se al-guém tem permissão de morar naAlemanha por tempo indetermi-nado e trabalhar sem restrições, aschances de uma melhor integraçãosão muito maiores“, diz Riesen.

No que diz respeito aos portu-gueses que escolhem a Alemanhapara trabalhar, fugindo à crise queassola Portugal, não é possívelainda dizer qual o número de por-tugueses que vieram para este paísdesde que Portugal foi resgatadopelo FMI, UE e BE. DW com PORTUGAL POST

Alemanha regista subida do número de imigrantes

Page 16: Portugal Post, Maio 2012

PORTUGAL POST Nº 214 • Maio 2012Entrevista16

João Salaviza, vamos começar anossa conversa pelo fim. Já con-cluiu o guião para a sua pri-meira longa-metragem? Escrevo sempre várias versões do

guião e sinto que ele nunca está fe-chado. É no encontro da matéria como real, que é o que me interessa ver-dadeiramente, mais do que às coisasque escrevo sozinho, que o filmeacaba sempre por se redefinir. Na ver-dade, já escrevi três versões do guião:uma deles é a versão que tem sidosubmetida para apoios. Mas, nestemomento, continuo a trabalhar essasversões anteriores. O guião é umacoisa que, no meu caso, está sempreem construção.

Vai filmar a sua primeira longa-metragem em película? Comovai resolver os problemas ex-traordinários relacionados comessa escolha?Está a ser cada vez mais difícil até

porque a Kodak anunciou a falência ea Fuji já anunciou que nos próximosanos vai descontinuar a produção depelícula. Neste momento elas são asúnicas produtoras de película. Por-tanto, é uma coisa que tenho de resol-ver rapidamente, mas idealmentequeria continuar a filmar em película.Pelo menos a minha longa, queriaainda conseguir filmar em 16 ou 35mm.

Que laboratório usa em Portu-gal? A Tóbis está a despedir pes-soal... A Tóbis está parada. O outro la-

boratório, Light Film, que tambémfuncionava deixou de ter a parte de re-velação de película. Já no Rafa fiztoda a pós-produção de imagem emParis. Neste momento, as pessoas em

Portugal que continuam a filmar empelícula têm feito a revelação da pelí-cula em Madrid, que é o laboratóriomais perto de Lisboa – a uns 700 kmdaqui - não é muito prático! Parece-me ser quase um acto de resistênciacontinuar a filmar desta forma.

No fundo é um bocado como ahistória dos CDs e LPs em vinylporque dão um som mais autên-tico!Sim. E, principalmente, o que eu

lamento não é o fim da película, masé o fim da alternativa, da opção depoder filmar de uma forma ou deoutra. É como dizer aos pintores quejá não podem pintar a óleo porquedeixou de ser viável pintar a óleo.Portanto, na prática, é uma ferramentaa menos de que o artista dispõe. Masem relação a essas discussões entre apelícula e o digital, acho que a lutanão é uma coisa contra a outra masuma coisa alternativa à outra, em cadafilme faz sentido usar um meio ououtro. No meu caso, apesar de osmeus filmes terem uma base, os ali-cerces dos meus filmes assentammuito na realidade e em coisas con-cretas, mas a película permite-me teralguma distância e não tornar os fil-mes numa coisa hiper-realista, diga-mos assim. O vídeo digital, nestemomento, está tão desenvolvido quenós vemos mais coisas do que o olhohumano vê. E parece-me que há mui-tos filmes que acabam por ter um lookquase científico, estilo National Geo-graphic, que não me interessa nada.Acho que a película permite essa dis-tância e essa quase poesia da imagem.

Quer falar do tema do seu novofilme?É um filme muito simples, é sobre

uma família em Lisboa, no momentopresente, da classe média, mas aindaé um bocadinho cedo! A relação daspersonagens com a cidade vai sermuito importante no filme. Vai andarà volta dos mesmos temas: da formacomo um indivíduo existe dentro deuma coisa mais abrangente e maisopressora que é a sociedade, enfim,como inscrevemos a nossa histórianesta coisa mais abrangente. Mas vaiser outra vez um filme muito simplescom uma narrativa muito pequena.

João Salaviza, nem Rafa nemArena são filmes simples para oespectador!Mas são filmes que eu consigo

contar linearmente, em duas linhas -isso também me agrada. Agora já con-vivo com isso de uma forma maisconfortável mas, inicialmente, lem-bro-me de quando me perguntavamem festivais: “então o que é que é oteu filme?” - sentia-me um bocadinhodesconfortável porque não tinhamuito para dizer. Dizia “é um filmesobre um rapaz que vai à procura deoutro por causa de vinte euros”. Éóbvio que filmava outras coisas quenão essas, mas aquilo que eu consigodizer por palavras quando tento des-

crever o filme, às vezes parece-mepobre. O Rafa é um miúdo que atra-vessa a ponte e que vem a Lisboa àprocura da mãe. Não há nada demuito sofisticado nesta ideia.

Mas talvez seja mesmo esse umdos objectivos do seu filme - con-

tar uma história que é aparente-mente simples e em que as suasimagens nos revelam outros ní-veis de narração!Claro, eu gosto que os planos não

tenham um carácter meramente infor-mativo, que não sejam apenas vasosque nos acrescentam informação paraa história avançar. Gosto que em cadacena e em cada plano o filme e as pró-prias personagens quase que possamser o objectivo principal, que elas pos-sam existir com autonomia e indepen-dência narrativas nesse fio que émuito ténue. Penso naquelas constru-ções sobre a água na Ásia, onde porvezes há uma casa que às vezes pa-

rece demasiado grande para aquelaestrutura tão precária e tão simples.Às vezes penso que os meus filmestêm como referência visual essascasas. Elas têm uma estrutura que émuito frágil, que comporta coisasmais pesadas que nem sempre é a his-tória.

Já conseguiu os apoios necessá-rios para o seu novo filme?Tive o apoio do Instituto de Ci-

nema em Portugal. Também da co-produtora do Rafa. Estou à procura definanciamentos alternativos, de fun-dos europeus, co-produção da França,da Alemanha e no próprio Brasil e emPortugal. Também estou à procura dealternativas que possam complemen-tar o apoio do Instituto de Cinema.

O seu filme “Rafa” teve ante-es-treia no IndieLisboa deste ano eestreia nos cinemas da UCI em10 de Maio, e isto antes de uma

longa-metragem. É a primeiravez nos últimos tempos que seapresenta uma curta antes deuma longa no circuito comercial.É uma coisa pouco habitual emPortugal, não é? É - acontece talvez duas vezes por

ano! E, neste caso, a escolha da longa

foi particularmente feliz. Tem umacoisa que joga a nosso favor que é alonga ser de uma hora, uma longabastante curta, ou seja, a duração dasessão vai ser razoável. E por outrolado, é interessante ver um possíveldiálogo entre eles. Ambos os filmestêm uma personagem juvenil comoprotagonista e há um lado muito ob-servacional tanto no meu filme comono Nana de Valérie de Massadian.Portanto acho interessante encontrar-se ligações entre os filmes quando seescolhe esta forma de mostrar os fil-mes. Aliás, acho mais interessanteeste compromisso de uma longa comuma curta do que os festivais de cur-

João Salaviza é o joveme talentoso cineastaportuguês que foi pre-miado pela sua curta-metragem “Rafa” como Urso de Ouro na Ber-linale 2012. Já é longo oseu palmarés de partici-pações e prémios rece-bidos em prestigiadosfestivais de cinema. Sala-viza extrai temas darealidade que constróiem filmes observacio-nais. A curta, Rafa, es-treia em Lisboa no dia10 de Maio e as roda-gens da primeira longa-metragem do realizadorcomeçam neste Outono

Entrevista de Cristina Dangerfield-VogtLisboa-Berlim

João Salaviza, o novo talento do cinema português premiado com um Urso de Ouro na Berlinale 2012

Eu não estava mesmo nada à espera de ganhar o prémio

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PORTUGAL POST Nº 214 • Maio 2012 17Entrevista

tas em que se mostram 6, 7 curtastodas de seguida. Penso que todos osfilmes acabam por sair um pouco pre-judicados. Alguns festivais têm 10curtas e 10 longas e eu acho este for-mato mais interessante.

E é também mais atraente para o

espectador e permanece mais fa-cilmente na memória!Acho que sim. E é mais digno

para os filmes.

Quando é que o João Salavizadescobriu que queria fazer ci-nema. Quando é que soube quequeria filmar, captar em filme arealidade?Não há assim um momento espe-

cífico. Hoje, quando começo a olharpara trás, é como se tivesse sido em-purrado para fazer filmes, sem me terapercebido disso e sem ter tido cons-ciência desse processo. O meu paitambém trabalha em cinema como

realizador e como montador. Ele foimontador nos últimos quatro filmesdo Paulo Rocha. Ele chegou a ter umamesa de montagem à antiga em casa.Lembro-me de quando ia dormir ficara ouvir a repetição das takes, mas atéuma certa idade nunca pensei que se-riamente iria fazer cinema – queria ser

jogador de futebol, ou jornalista, que-ria ser uma data de coisas que depoisnão fui. Nunca levei muito a sérioessa possibilidade, só depois de entrarpara a escola de cinema, e entrar emcontacto com outras pessoas e come-çar a ver outro tipo de cinema é quecomecei a perceber que, quase semtomar muito a consciência disso, es-tava a ser levado para aquilo que euqueria fazer. Mas pronto, a histórianão é assim muito interessante. Foium processo muito gradual. Quandoera miúdo entrei em muitos filmescomo actor: num filme de Jorge SilvaMelo, num outro do Manuel Veloso.Nos anos noventa entrei nalgumas co-

produções francesas, que eram roda-das em Portugal, em papéis secundá-rios. Vivi sempre muito familiarizadocom o meio do cinema em si. Se cal-har por isso é que nunca me fascinoumuito. Nunca foi muito forte porquea coisa estava muito próxima. Acon-teceu simplesmente.

Como se sentiu quando ganhouo Urso de Ouro da Berlinale? Eu não estava mesmo nada à es-

pera e não é por falsa modéstia. Havia27 filmes. Achei que o Rafa era bas-tante diferente da maior parte dos ou-tros, portanto era um bocadinho “acarta fora do baralho” naquela progra-mação. E, por outro lado, ninguém meinformou, não tive nenhuma dica e,normalmente, nos festivais quandonão nos dizem que nós ganhamos,pelo menos sugerem-nos que pode serque qualquer coisa aconteça. E, defacto, fui para a cerimónia completa-mente despreparado. Quando me dis-seram que tinha o prémio, pronto – a

pessoa nem tem tempo de pensar,nem sentir, é tudo muito imediato.Mas eu lido com isso de uma formaum bocadinho distante, apesar detudo. Tenho a perfeita consciência queos prémios são uma coisa sobre a qualeu não tenho qualquer controle, por-tanto as minhas angústias são maiscom a feitura do filme do que com osprémios. Claro que é óptimo por ra-zões simbólicas e tenho consciênciaque me pode ajudar sempre no pro-jecto seguinte que o anterior tenhatido reconhecimento. Portanto, esselado prático claro que é importante.Mas por outro lado eu tenho consciên-cia de que isto é tudo muito sub-jectivo. Não é como na maratona emque o primeiro a chegar - ganha sem-pre. Não há nada a fazer, são os fil-mes, são pontos de vista, ideias sobreo mundo que se materializam naforma de um filme e, portanto, não háuma coisa melhor que outra. Tambémme permite lidar com algumas outrassituações, como por exemplo, o filmeque fiz entre Arena e o Rafa, que foio Cerro Negro, que é uma das coisasque eu fiz que eu mais gosto e que,por algum mistério, não é um filmeque tenha sido muito visto, nem cir-culou muito. Houve bastantes festi-vais que não quiseram exibir o filmee, portanto, isto também me ajuda anão deprimir quando isso aconteceporque sei que estamos no plano dosubjectivo. Tenho que fazer os filmesda forma que acredito em primeirolugar e o resto são os deuses que de-cidem, escapa-me...

Qual foi a ressonância do pré-mio em Portugal? As pessoas co-nhecem as curtas?As pessoas conhecem mais a

existência da pessoa que foi premiadado que o filme em si. Ou seja, algoque muito acontece é imensa gentedar-me os parabéns, pessoas que nãovão ao cinema nem se interessamespecialmente pelo cinema. “Estão-me a felicitar porquê, se vocês nãoviram o filme. Imaginem que não gos-tam do filme – então não me dêem osparabéns!”.

Há muito gente que tem mostradointeresse em ver o filme. Acho que omomento em que houve um certo dis-tanciamento entre o filme português eo público está a começar a alterar-seporque as pessoas estão a perceberque não é na televisão que vão encon-trar algo nem filmes em que se sintamrepresentadas. Penso que o cinemaportuguês está num momento degrande atenção à realidade, no mo-mento que é o tempo presente, e hámuitos realizadores a filmarem. Porexemplo, o filme do Miguel Gomes,que é um filme de época, em parte,tem uma certa portugalidade que osespectadores de cinema em Portugalestão a voltar a querer ver nos filmesportugueses. Não havia muitos espa-ços nem nas salas nem na televisãopara mostrar os filmes portugueses

Pensa que este seu último pré-

mio se irá reflectir ao nível dosapoios institucionais ao cinemaportuguês? Será que o governo,através das suas instituições, vaireconhecer a importância do ci-nema para a imagem do nossopaís?Não era preciso este prémio para

perceber a importância do cinemaportuguês. Já havia realizadores a fil-mar ou a tentar filmar antes deste pré-mio. O cinema tem essa importânciahistórica. Esquecemos muitas vezesque talvez a única forma de arte quenasceu depois do renascimento é o ci-nema, possivelmente, é a arte da idademoderna, do período pós-industriali-zação, e parte da nossa história está aser escrita por imagens e sons. E o ci-nema sempre teve este carácter deconseguir produzir com bastante in-dependência da igreja, dos poderespolíticos e dos poderes económicos e,portanto, em Portugal as coisas de quese têm falado - deixar de se fazer ci-nema, deixar de dar apoio estatal aosfilmes, são coisas muito perigosas eperversas. O governo português vaiter inteligência e sensibilidade paraperceber que parar o cinema de umpaís é como aceitar que o próprio paísparou! Estamos todos com esperançaque haja finalmente um governo queperceba a importância de ter um ci-nema que seja visto pelas pessoas emPortugal mas também lá fora. Aliástenho a certeza que, mesmo do pontode vista dos números e dinheiros, háuma percentagem muito pequena deempresas portuguesas que são export-adoras, já as produtoras de cinemaserão quase todas elas empresas ex-portadoras. As minhas curtas foramtodas exibidas e vendidas no estran-geiro. O filme de Miguel Gomes aca-bou de ser vendido para mais de 17 ou18 países, portanto, há de facto umarecepção tremenda e um desejo porparte das pessoas em Portugal, e tam-bém lá fora, para ver o cinema portu-guês, para ver o que andamos a fazer,a pensar e a reflectir neste país nocanto da Europa – portanto, eu achoque isto não pode parar!

Voltemos a falar da sua primeiralonga-metragem. Sempre vai co-meçar a filmar no verão? Em princípio, um pouco mais

tarde. Estou em reescrita, portanto sódepois do verão. Estamos também atentar aumentar os financiamentos.Percebemos que iria ser complicadoarrancar já para a rodagem.

Já está pensar o filme que se lheseguirá?Não. Faço um filme de cada vez!

Não tenho guiões na gaveta, nem fil-mes por filmar porque um filme leva-me sempre ao outro.

Então existem ligações entreeles?Há coisas que se repetem, outras

que desaparecem e voltam a aparecer.Portanto, estou só a centrar-me nestefilme agora.

João Salaviza

Os espectadores em Portugal estão a voltar a querer ver filmes portugueses

“O cinema tem essa im-portância histórica. Esque-cemos muitas vezes quetalvez a única forma dearte que nasceu depois dorenascimento é o cinema,possivelmente, é a arte daidade moderna, do pe-ríodo pós-industrialização,e parte da nossa históriaestá a ser escrita por ima-gens e sons”

Foto: Salaviza

Page 18: Portugal Post, Maio 2012

Alemanha PORTUGAL POST Nº 214 • Maio 201218

Alguns dias antes da Pessach (festajudaica), a “inocência” de GünterGrass, inicia, com a sua prosa poé-tica, uma campanha sobre uma re-gião que só conhece o calvário. Onobel da literatura emprega a suatinta em papel sem mata-borrão,num assunto de trincheiras, todoele constituído de preconceito eagressão.

O Governo de Israel reagiu dras-ticamente à poesia provocante deGrass declarando-o como pessoa in-desejada; negando-lhe assim a possi-bilidade de entrar em Israel. Aargumentação oficial para justificartal acto parte do pressuposto queGrass tenciona com a poesia “atiçar ofogo do ódio sobre o Estado e o Povode Israel”.

“O que tem de ser dito” (Was ge-sagt werden muss), texto controversode Grass, publicado por todo o lado,afirma que “O poder nuclear de Israelé uma ameaça à já frágil pazmundial”; Grass refere ainda: „estoucansado da hipocrisia do Ocidente”.Critica também o facto de a Ale-manha fornecer submarinos a Israel.

O publicista Henrich M. Broderreagiu afirmando que Günter Grass“sempre teve um problema com ju-deus” afirmando mesmo que Grass éum “protótipo do anti-semita inte-lectual “ que quer cobrar culpa e sen-timentos de vergonha com a História.O autor Ralph Giordano atesta o ver-sar de Grass como um “ataque à exis-tência de Israel”.

Grass afronta Israel ao colocar ateocracia fascista iraniana ao mesmonível da sociedade israelita. Emprega,no texto, a expressão nazi que preten-dia “extinguir” os judeus pondo essapalavra na intenção dos judeus pe-rante o Irão como se os judeus preten-

dessem realizar um “holocausto”.Israel considera o Irão como o

maior perigo para a sua existência de-vido às suas agressões verbais oficiaise ao seu apoio ao terrorismo. Israelencontra-se entre a espada e a parede:entre a superioridade das forças arma-das convencionais dos povos maome-tanos circundantes e a própriasuperioridade atómica. Especulaçõessobre uma possível intervenção de Is-rael contra as instalações atómicasiranianas são vistas criticamente querpor israelitas quer pelo estrangeiro.Pelo contrário o Irão quer ver Israelirradiado do mapa, como testemun-ham políticos iranianos quandodizem, entre outras frases: “Em noveminutos extinguiremos Israel domapa, o mais tardar em 2014”. O Irãoapoia várias organizações radicais is-lâmicas palestinianas bem como a or-ganização paramilitar Hizbollahconstituída por fundamentalistas islâ-micos xiitas no Líbano que se darãopor satisfeitos quando virem os judeusno mar.

No conflito israelo-árabe dominao cinismo de posicionamentos anta-gónicos e a inocência de adeptos par-tidários. Parece que nos encontramosnuma situação louca, em que reina acontradição, onde tudo fala e temrazão.

Este berro de Grass obsta aotédio da normalidade adaptada. Nestetempo de conformismo em que os in-telectuais perderam a soberania da in-tervenção e interpretação no discursopúblico, a intervenção de Grass atéparece oportuna pelo menos para umafacção e porque dá satisfação a uns ea outros dá a oportunidade de falardela. Grass goza da graça do estadode não precisar de trazer a tesoura nacabeça, podendo dizer sem filtro oque pensa sem correr o perigo que osMedia percam o interesse nele e queo seu grande público o abandone. Delamentar é que não haja intelectuaisde outras cores a pisar o risco dooportuno. Para lá dos devotos e dosadversários de Grass o importanteseria uma reflexão a-perspectivasobre o conflito entre israelitas e a ligaárabe. Que uns vejam a realidade como olho direito e outros com o esquerdoé normal. O que não é normal é queum homem como Grass que vestiu afarda nazi não se preocupe em ver omundo com os dois olhos abertos.

Günter Grass, prémio nobel da li-teratura em 1999, agora com 84 anos,já viu milhões dos seus livros publi-cados, sendo um intelectual reputado.Numa classificação dos intelectuaismais destacados, a revista alemã “Cí-cero” em 2007 colocava o papa Bento

XVI em primeiro lugar, o escritorMartin Walser em segundo e GünterGrass em terceiro.

Grass, sempre sobressaiu pelasua intervenção pública, destacando-se na crítica ao regime da antiga DDR(Alemanha Oriental), à guerra do Ira-que e no apoio ao Partido Social De-mocrata (SPD) alemão.

O facto de Günter Grass se terinscrito como freiwillige aos 15 anosnas Waffen-SS e ter sido convocadoaos 17 anos (1944) para a 10. Divi-são-SS de Blindados “Frundsberg”não deve ser abusado para o difamar.São etiquetas que querem fixar o in-divíduo a uma fase da vida como se apessoa não fosse processo sujeito àmudança.

À tomada de posição histérica deGrass segue-se a histeria dos que oatributam de anti-semita.

Grass alimenta a maquinaria daindignação servindo-se dos Meios deComunicação. Assiste-se a um pro-testo obediente, como sempre emtorno da forma sem chegar ao con-teúdo, em torno de grupos de inte-resse mas sempre à margem daspessoas concretas que vivem em Is-rael e na “Palestina”. Muitos procu-ram no jogo do poder a sua sorte.

Estes dias não têm sido favor-áveis a Grass nem à causa israelo-pa-lestiniana. “Quem semeia ventoscolhe tempestades”, confirma o di-tado português. “O que tem de serdito” encobre o por dizer!

O aplauso a favor ou contra vemsempre do canto errado. O conflito is-raelo-árabe é demasiado complicadopara se poder sair dele sem se sujar asmãos e a mente.

O calor da discussão desenca-deada por Grass pode tornar-se numsinal de como um Norte de África aferver varrerá com a inocência dumaEuropa futura.

Günter Grass persona non grata em Israel›Indignação contra Indignação – à volta do Poema “O que tem de ser dito”

António Justo

O anúncio foi removido depois que osadministradores do site viram que amaioria das ofertas eram pura brinca-deira. O Golf de 1990 já tinha lancesde 130 mil euros.

O anúncio do possivelmente pri-meiro carro ocidental da chancelar fe-deral alemã, Angela Merkel, que serialeiloado pelo eBay, foi removido dosite. „Nós tiramos o anúncio poisvimos que as ofertas não eram verda-deiras, e sim diversão“, disse a porta-voz do eBay, Leonie Bechtoldt. Oleilão foi interrompido poucos minu-tos antes de seu encerramento.

Os lances pelo automóvel chega-ram a quase 130 mil euros. O carroteria pertencido à chanceler alemãentre 1990 a 1995. Um ano após aqueda do Muro, com 36 anos, Merkelacabara de ingressar no partido daUnião Democrata Cristã e era vice-

porta-voz do último primeiro-ministroda então Alemanha Oriental. Merkeltinha nascido na Alemanha Ocidentalmudou-se ainda criança para a Orien-tal, acompanhando o pai, um pastorluterano.

„Nós telefonamos para os propo-nentes e vimos que eles não tinhaminteresse real em adquirir o carro“,disse Bechtoldt. O vendedor berli-nense quer voltar a anunciar o carromas irá impor restrições para que as

brincadeiras não voltem a se repetir.Segundo o site Spiegel Online, o ven-dedor adquiriu o carro há cerca de umano, depois de um acidente que dei-xou o automóvel danificado.

Ele reformou o veículo, o fotogra-fou diante da sede de governo e o co-locou à venda no eBay. O lancemínimo para o Golf Branco, modelo1990 e com 190 mil quilómetros ro-dados era 10 mil euros. „O históricoGolf da doutora Angela Merkel, nossachanceler federal“, dizia o anúncio nosite eBay. Como prova, o vendedortem uma foto do certificado de matrí-cula do automóvel.

Esta não é a primeira vez que umcarro que pertencia a uma celebridadeé vendido na internet na Alemanha.Em 2005, o Golf do papa Bento 16 foiadquirido por um casino online por189 mil euros.

eBay cancela leilão de carro que pertenceu a AngelaMerkel Angela Merkel

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Page 19: Portugal Post, Maio 2012

Economia & Negócios19PORTUGAL POST19 anos ao Serviço da Comunidade Luso­Alemã

“Seit 19 Jahren ist die Portugal Post für die über 100 000 in Deutschland lebenden Portugiesenein unverzichtbares Medium, das aktiv das Gemeinschaftsgefühl fördert und als einzige Zeitschrifteinen Überblick gibt über ihre Aktivitäten in den deutschen Städten. Dass die Portugal Post dabeider Hansestadt Hamburg mit ihren speziellen jahrhundertelang gewachsenen Beziehungen zuPortugal besonderes Augenmerk widmet, freut mich natürlich besonders. Uly Foerster, Chefredakteur Lufthansa Magazin, Hamburg”

Ein unverzichtbares Medium

Desde há vários anos que sou um leitor assíduo do Portugal Post. Graças a este jornal, acompanho as ac-tividades dos portugueses que vivem na Alemanha, aos quais o Portugal Post tem prestado um valiosocontributo, e obtenho informações de interesse sobre a emigração portuguesa em geral. Disso estou gratoao Portugal Post e ao seu director, Sr. Mário dos Santos, a quem felicito pela competência revelada nagestão técnica e redatorial do Portugal Post. Face ao desinteresse dos órgãos de comunicação social em Portugal, salvo raríssimas excepções, pela vi-vência dos portugueses do estrangeiro, os órgãos de comunicação social de expressão portuguesa nos

vários países são os únicos que dão a conhecer essa vivência. Daí que mereçam, não apenas da parte desses portugueses, mastambém das autoridades portuguesas, a estima e o reconhecimento pelo seu trabalho, tanto mais que muitos deles só conseguemexistir graças ao empenho e ao esforço dos respectivos directores e colaboradores. Parabéns a todos. Dr. José Rebelo Coelho, ex-Conselheiro Social na Embaixada de Portugal em Berlim

Um valioso contributo

Felicitações

Um papel fundamental

Portugal hat unzählige Freunde in Deutschland: Viele haben schon Urlaub gemachtzwischen Minho und Algarve, dort gearbeitet oder studiert. Andere schätzen Pessoaoder Saramago, sind Fans von Mariza oder Madredeus, Figo oder Cristiano Ronaldo,lieben Pastéis de Nata oder Bacalhau. Noch wichtiger: viele Deutsche mögen Por-tugal, weil sie portugiesische Kollegen, Nachbarn oder Freunde haben, weil die Kin-der mit Portugiesen zur Schule gehen oder weil der Espresso im nettesten Café oderRestaurant in der Nähe Bica heißt. All diese Menschen sollten eigentlich die "Por-tugal Post" lesen, um auf dem Laufenden zu bleiben und um die Portugiesen inDeutschland noch besser zu verstehen. Am schönsten wäre es aber, wenn die deuts-chen Freunde Portugals sich mehr mit eigenen Texten und Ideen an der Zeitung

beteiligen würden. Dann könnten die nächsten siebzehn Jahre "Portugal Post" noch stärker im Zeichen vonDialog und Miteinander stehen.Dr. Marco Bertoloso Leiter der Abteilung Zentrale Nachrichten beim Deutschlandfunk

O Portugal Post cumpre 19 anos de publicação. Foi um tempo de sucesso, construído na base dum trabalhosério e rigoroso que lhe foi granjeando credibilidade e prestígio. A isenção e pluralismo na abordagemdos temas políticos, como instrumento de intervenção democrática, a apologia dos valores cívicos e a mo-tivação e empenho em prol das aspirações e anseios das comunidades portuguesas, fizeram do PortugalPost um título de referência para a generalidade dos seus leitores, os portugueses residentes na Alemanha.Aí, sempre eles encontraram um amparo, uma palavra, o respaldo amigo e o conselho avisado para queultrapassassem as dificuldades e constrangimentos que sempre afectam quem vive longe da sua terra. Aojornal, aos seus leitores e, em especial, ao seu director, Mário dos Santos, os meus melhores votos desucesso e longa vida.

Eng. José Lello, deputado do PS e ex-Secretário de Estado das Comunidades Portu-guesas

Trabalho sério e rigoroso

Glückwünsche zum 19. geburtstag

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de endereçoFax: 0231 - 83 90 351Tel.: 0231 - 83 90 289

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Se preferir, pode pagar a sua assinatura através de débito na sua conta. Meio de pagamento não obrigatório

Na Alemanha, onde existe uma numerosa comunidade portuguesa, aí radicada há dé-cadas, a necessidade de publicações como o «Portugal Post» faz-se sentir de forma par-ticularmente intensa. Mesmo nos dias das novas tecnologias de informação, jornais oupublicações deste tipo são, muitas vezes, o principal, se não o único, elo de ligaçãocom o País natal. Aos responsáveis pelo «Portugal Post» e, em particular, aos seus lei-tores, quero deixar uma mensagem de muito apreço, em nome de Portugal.Presidente da República Portuguesa, Prof. Aníbal Cavaco Silva.

(Excerto de mensagem dirigida aos Portugueses através do PORTUGAL POST aquandoda visita do PR em Março 2009)

Ao passar mais um ano, o 19º, de existência e publicação ininterrupta, o jornal POR-TUGAL POST consolida ainda mais a sua missão de porta-voz da Comunidade por-tuguesa na Alemanha. Como um órgão de informação, que já conquistou um lugarno panorama da imprensa portuguesa da emigração, o PP é hoje um jornal que con-stitui um verdadeiro património da Comunidade lusa residente neste país. Plural,sério, crítico e atento, o PP já há muito que ganhou a confiança de todos, querendoestar cada vez mais ao serviço de toda a comunidade.

Ao longo destes 19 anos, oPortugal Post tem desem-penhado no seio da comu-nidade portuguesa umpapel importante. Apesarde todas as limitações edeficiências, a existênciade um órgão de informa-

ção em língua portuguesa com notícias de uma co-munidade tão dispersa, como é o caso dacomunidade portuguesa na Alemanha, é em princí-pio um bem para a comunidade. Mas esta situaçãotambém lhe confere uma grande responsabilidade.O Portugal Post poderá valorizar ainda mais a suafunção junto da comunidade se apoiar de umaforma construtiva a componente mais dinâmica domovimento associativo português na Alemanha, aFAPA e se abrir mais as suas páginas aos sectoresde esquerda que lutam por soluções mais justas edemocráticas para a comunidade portuguesa na Ale-manha.Rui Paz, Professor de música eex -membro do Conselho das Comu-nidades Portuguesas

Uma grande responsa-bilidade

O PORTUGAL POST desempenha um papel fundamental na divulgação de tudoquanto respeita a Portugal, à sua História, Cultura, Língua Portuguesa e à suaprojecção no Mundo, junto da Comunidade Portuguesa e Luso-descendente aquiresidente – e, particular sobre os assuntos que mais directamente lhe respeitam,às sua ansiedades e expectativas.Dr. José Caetano da Costa Pereira, ex-Embaixador dePortugal em Berlim

Page 20: Portugal Post, Maio 2012

PORTUGAL POST Nº 214 • Maio 201220

Catarina Tavares,Advogada em Portugal

Av. Sidónio Pais, n.º 24, 5º Dto1050-215 Lisboa

Tel: 00351 - 213 163 450 Fax: 213 163 459

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Consultório

• Contabilidade• Consultadoria fiscal,empresarial e financeira

JTM ConsultingGmbH

Sede:Fuchstanzstr 5860489 Frankfurt /MainTM: 0172- 6904623Tel.069- 7895832Fax: 069-78801943

[email protected] Schulerdobel 2479117 Freiburg i.BrTel.: 0761 / 64 03 72Fax:0 761 /64 03 77

E-Mail:[email protected]

TRADUÇÕESPORTUGUÊS ALEMÃO

ALEMÃO PORTUGUÊS

Tradutor ajuramentado junto dosConsulados-Gerais de Portugal

em Frankfurt/M. e Stuttgart

Claus Stefan Becker

AdvogadoCarlos A. Campos MartinsDireito alemãoConsultas em português por marcação

Hansaring 11550670 Köln

Tel.: 0221 – 356 73 82

O consultório jurídico tem a colaboraçãopermanente dos advogados

Catarina Tavares, Lisboa, Michaela Ferreira dos Santos, Bonae Miguel Krag, Hamburgo

Miguel Krag, AdvogadoPortugal HausBüschstr.7 - 20354 HamburgoLeopoldstr. 1044147 DortmundTelf.: 040 - 20 90 52 74

Rechtsanwalt/Advogado

Victor Leitão Nunes

Consultas em português40210 Dusseldorf Immermannstr. 27

[email protected].: 0211 / 38 83 68 6Fax: 0211 / 38 83 68 7

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Caro/a Leitor/a:Se é assinante,avise-nos se mudou ouvai mudar de residência

Michaela Ferreira dos Santos,Advogada

Theodor-Heuss-Ring 23,50668 Köln

0221 - 95 14 73 0

Miguel Krag,Advogado

Natália da Silva CostaAdvogada / Rechtsanwältin, LL.M.E-Mail: [email protected]://www.ra-natalia-costa.de

Weidestraße 122 b, 5. Etage22083 HamburgoTelefon: 040 6969 11 71Fax: 040 6969 11 38

Consultas emPortuguês

Todos os trabalhadores, inclu-sive em regime de part-time, outrabalhando a tempo reduzido, oucom contrato a prazo, ou prestandoum serviço auxiliar, ou trabal-hando apenas durante as férias, ouem regime de emprego secundário,etc., têm direito a férias pagas emcada ano civil, nomeadamente, nocaso de uma semana de 6 dias detrabalho, a um mínimo de 24 diasde férias e, no caso de uma semanade 5 dias de trabalho, a 20 dias de

férias, no mínimo. Como acontecefrequentemente, estes períodos deférias poderão ser prolongadosatravés de contratos colectivos oude ajustes contratuais individuais,mas nunca poderão ser reduzidos.As pessoas com deficiênciasgraves têm direito a 5 dias suple-mentares; para os jovens, são pres-critos por lei mais dias de férias.

As férias serão estipuladas pelaentidade patronal, devendo esta se-guir critérios justos, ou seja, tomarem consideração os desejos do tra-balhador, a não ser que persistaminteresses prementes da empresa,tais como férias colectivas, quenão permitam ir ao encontro detais desejos. As férias deverão serconcedidas por um período contí-nuo, isto é, não é permitido que otrabalhador apenas tire alguns diasde férias de vez em quando. Mascuidado! Não decida ir de fériassem autorização, mesmo que acheque o seu patrão lhas recuse injus-tamente. Em caso de urgência, po-

derá recorrer ao tribunal deman-dando uma providência cautelar.De contrário, poderá ser despe-dido.

No caso de adoecer durante asférias, os dias que forem compro-vados por atestado médico nãoserão descontados das suas fériasanuais. Mas poderá dar-se o casode persistir a obrigação de se co-municar logo a doença à entidadepatronal, a fim de não serefectuado tal desconto. Não é per-mitido, porém, prolongar-se auto-maticamente as férias com os diasem que se esteve doente. Terá dese apresentar ao trabalho no finaldo período de férias, sendo assimque os dias em que tirará as fériasa que ainda tem direito, serão no-vamente estipulados pela entidadepatronal.

Em geral, as férias terão de serconcedidas e gozadas no decursodo ano civil. Só poderão ser passa-das para o ano seguinte se existi-rem razões de peso relativamente

à empresa ou à pessoa do trabalha-dor. Um exemplo será, este nãopoder ir de férias por estarem mui-tos colegas doentes, precisamentenum dos últimos meses do ano emque tencionava tirar as mesmas.

As férias terão, porém, de serconcedidas e gozadas, o mais tar-dar, até 31 de Março do ano se-guintes; de contrário, caducarão.Nos contratos colectivos de tra-balho, persiste em parte um perí-odo de prolongamento mais longo.Mas durante o mesmo, a entidadepatronal não poderá recusar os de-sejos expressos pelos trabalhado-res relativamente ao seu períodode férias, alegando interesses daempresa. Os trabalhadores terãocontudo de exigir realmente assuas férias pois, caso contrário,perderão direito às mesmas.

Durante o período de férias,não é permitido que o trabalhadorexerça qualquer actividade remu-nerada que seja contrária à finali-dade das mesmas. Serão assim

proibidas todas as actividades quesejam efectuadas para se ganhardinheiro e através das quais sejapredominantemente exigido o es-forço laboral. Se o seu empregadorverificar que exerce tal actividade,o mesmo não será obrigado a re-munerar as suas “férias”. Sãoporém permitidas as chamadasactividades de compensação,assim como as actividades efectua-das por obséquio, tais como ajudara uma mudança de habitação semreceber dinheiro. São permitidastambém actividades secundáriasque o trabalhador teria igualmenteexercido sem estar de férias (se-gundo emprego).

Por razões de protecção ao tra-balhador, as férias terão de serefectivamente concedidas, isto é,não se poderá renunciar às mesmase receber a respectiva remunera-ção. Apenas no caso de despedi-mento, serão pagas as férias que jánão possam ser concedidas na suatotalidade ou em parte.

O regime de férias na Alemanha

Após as férias da Páscoa,temos sido consultados pormuitos dos nossos constituin-tes no que diz respeito aos di-reitos que lhes cabemrelativamente ao período deférias. Passamos assim a apre-sentar um apanhado dos prin-cípios estabelecidos pela leisobre este assunto:

Page 21: Portugal Post, Maio 2012

PORTUGAL POST Nº 214 • Maio 2012 21

3José Gomes Rodrigues

[email protected]

Ex.mos senhores do PortugalPost

Há já alguns meses tenho no-tado que o método de perguntas erespostas que haveis usado nopassado para o devido esclareci-mento social nesta página, nãotem sido usado ultimamente. Po-deis ter a certeza que essa ma-neira de esclarecimento resultavamuito atraente. Sendo eu assi-nante das primeiras horas e umassíduo leitor nota a diferença.Aquela técnica fazia com que ainformação fosse mais atractiva.Será que os pedidos de esclareci-mento chegados à redacção doJornal não tenham sido suficien-tes? Desculpe esta minha achega.Faço aqui um apelo aos leitorespara que continuem a fazer che-gar à redacção, ou à pessoa di-rectamente ligada a este sector, assuas perguntas e as suas dúvidas.

Já agora, permitam que meesclareçam do seguinte: o meufilho esta à procura dum lugar deaprendizagem profissional numaempresa. A Minha filha, um poucomais velha, irá iniciar estudosuniversitários após ter concluídouma formação profissional. Comoé com a segurança social ou mel-hor dito com a assistência mé-dica actualmente e no futuro, poisjá que são maiores de idade.Leitor devidamente identificado

Caríssimo compatriota, per-mita em primeiro lugar tecer algu-mas considerações sobre o queafirmou na abertura da sua carta.A sua achega, que agradecemos, émuito interessante e demonstra oseu interesse por este meio de co-municação social e pela temáticasocial em particular. Obrigadopela sua fidelidade.

Os leitores têm continuado,como sempre, a fazer-nos chegaras suas dúvidas. Temos procuradoe, na medida das nossas possibili-dades, elucidá-los directamente,seja por telefone ou usando aforma escrita. Nestas últimas edi-ções do jornal, escolhemos aforma temática para que a infor-mação pudesse ter sido mais ab-rangente e o mais completapossível. É conveniente, às vezes,conforme a temática, variar detécnicas e de métodos para não secair numa certa monotonia quepoderá não ser tão fluída.

Feitas as devidas anotações,vamos à sua questão. Continua-mos a apelar, como anteriormente,que nos contactem, sempre queachem conveniente e necessário.Nós estamos mensalmente nestapágina para isso!

Seguro de doença familiar (Familienversicherung)

A problemática que nos colocaé a do seguro de doença familiar,que só a cabeça de família paga asdevidas quotizações mensais à re-spectiva caixa de doenças. Estaquotização é descontada automa-ticamente do ordenado auferido,da caixa de desemprego ou daajuda social ao Desemprego. Osrestantes familiares que estão aseu cargo ficarão, através dele, ab-rangidos pela segurança na do-ença (Krankenversicherung) epelo seguro de cuidados intensi-vos (Pflegeversicherung) semqualquer quotização complemen-tar. Esta filiação familiar só seefectua quando se preenchem de-terminados requisitos, que ve-remos mais adiante.

Lamentamos não poder elu-cidá-lo no seu caso concreto, jáque não nos facilitou a data denascimento dos seus filhos. Mas,pela resposta abrangente que da-remos, poderá tirar as conclusõesnecessárias para si.

A quem se dirige o seguro dedoença familiar?

• Esposa ou parceiro legal;• Filhos legítimos, adoptivos oulegitimados;• Netos, desde que os própriospais estejam igualmente segura-dos pelos pais;• Enteados ou netos para cuja so-brevivência são estes responsá-veis.

Que requisitos são exigidos?

• Que os familiares tenham resi-dência na Alemanha;• Que não possuam filiação emoutra caixa de doenças;• Que não estejam isentes do se-guro obrigatório de doença, comoacontece com os funcionários doEstado, exceptuando os que exer-cem uma ocupação de ordenadoreduzido, ou seja abaixo dos 400€

mensais;• Que não trabalhe por conta pró-pria;• Que não possuam rendimentosmensais que ultrapassem os 375 €ou que, mesmo trabalhando o or-denado não ultrapasse os 400 €.

Cálculo dos rendimentos mensais

• O ordenado incluído os prémios,seja de produção, de natal ou deférias.• Rendimentos obtidos por um tra-balho complementar por contaprópria.• Recursos financeiros oriundosda renda de imóveis.• Juros de capital.• As diversas reformas, mesmo asoriundas do estrangeiro.• Dinheiro de alimentos sujeitos atributação.•Tanto os gastos inerentes e ne-cessários ao exercício profissio-nal, somas livres de impostosderivados do Subsídio de pou-pança, ou subsídio parental, ou osvalores para cuidar das crianças,entre outros.

Particularidade no seguro dedoença dos familiares

Durante o tempo de protecçãode maternidade ou licença paren-tal, estas pessoas só poderão estarsujeitos ao seguro de doença, seanteriormente tenham estado se-gurados obrigatoriamente numadas muitas caixas de doenças, oude cuidados médicos intensivos.

Particularidades no referente àidade dos filhos

Os filhos estão seguradosobrigatoriamente até à data emque completarem os 18 anos deidade. Poderão também usufruirdo seguro familiar de doenças ha-vendo uma das seguintes condi-ções:

• Até terem completado os 23anos de idade, desde que não te-nham uma ocupação devidamenteremunerada ou um trabalho porconta própria.• Até aos 25 anos de idade, desdeque se encontre em formação es-colar ou profissional, ou a prestarum serviço social voluntário ou

uma acção solidária no estran-geiro ao abrigo da lei alemã apro-priada. Tudo isto desde que nãoaufiram um ordenado normal poresse trabalho ou acção. • É possível permanecerem tam-bém segurados depois dessa data,desde que a formação profissionalou a acção de solidariedade vo-luntária tenha sido interrompidaou adiada. Neste caso o tempo deseguro é prolongado além dotempo de serviço. Esta particula-ridade é válida também para osque, em vez de fazerem o serviçomilitar, se obrigam a um serviçosocial. Para beneficiar destetempo complementar é necessárioapresentar comprovativos escritosdesta situação.• Para os filhos que sejam porta-dores duma deficiência física,mental ou emocional e que não te-nham possibilidade de angariar osmeios suficientes para a própriasobrevivência, permanece a assis-tência médica gratuita por partado mesmo seguro familiar dedoença. É condição fundamentalque a deficiência tenha iniciadoenquanto já beneficiava deste tipode segurança e que esta deficiên-cia não esteja limitada pelotempo.

Espero que esta intervençãotenha servido para retirar as suasdúvidas e as de muitos leitores. Sea sua filha ultrapassar os 25 anosde idade, deverá segurar-se priva-damente como estudante, numadas caixas de saúde e de doença.O estudante beneficia duma tarifaespecial.

Permita expressar-lhe a si e àsua família, em especial aos seusfilhos, os nossos melhores desejose que possam singrar na vida pro-fissional usando os melhores ape-trechos duma óptima formação.Aproveitem o máximo possível. Afelicidade está na luta pela con-quista de objectivos concretos.Esta luta que continua pela vidafora! Um abraço!

Trabalhar por conta própria ea reforma

Ministra quer acabar com a pobreza programada

O combate à pobreza tem sido

um dos esforços da Ministra Fe-deral do Trabalho, Ursula Von derLeyen. Esta pobreza tem alastradoum pouco por todas as camadassociais, incidindo nas já mais des-favorecidas e sensíveis. Os trabal-hadores por conta própria nãoestão geralmente abrangidos pelaobrigatoriedade de quotizaçãopara a reforma o que poderá pro-vocar e aumentar consideravel-mente, num futuro próximo, estasituação de pobreza neste grupode pessoas.

A lei a preparar e a ser votadae aceite, entrará provavelmenteem vigor em 2013. Esta prevê aobrigatoriedade de se prevenir fi-nanceiramente para o futuro dosque escolheram trabalhar porconta própria

Os empresários, antes de abri-rem os seus negócios, terão decomprovar, por escrito, antes quelhes seja dada a devida autoriza-ção, que tenham fechado contra-tos de poupança, em forma deseguros de vida ou outra modali-dade, assim como o investimentode poupança mais apropriado paraeles, o assim chamado lei deRürüp. Se não comprovarem esteesforço obrigatório, então terão dedescontar para o seguro geral dereformas (LVA), comum a todo otrabalhador por conta doutrem

O ministério da tutela prevêalgumas excepções e um longoperíodo de adaptação.

Poderão ficar abrangidos poresta lei, a ser aprovada, todos osmenores de 30 anos e que queiramorganizar a sua empresa privada.

Para os que tiverem mais de30 e menos de 50 anos, as regrasserão mais facilitadas. Os maioresde 50 anos não serão abrangidospor esta alteração.

Os que tiverem rendimentosinferiores a 400 € mensais nãoserão também abrangidos por estanova legislação. Segundo dadosda imprensa somam já em 10% dapopulação os que escolheram estetipo de ocupação laboral indepen-dente.

Estas pessoas devem procurarobter, no futuro, com estas pou-panças uma reforma complemen-tar que ultrapasse a segurançabásica que, traduzida em valoresactuais, soma o mínimo de 700 €mensais.

Seguro de doença familiar ( Familienversicherung) • Cálculo dos rendimentos mensais •Particularidades no referente à idade dos filhos •Trabalhar por conta própria e a reforma

Page 22: Portugal Post, Maio 2012

PORTUGAL POST Nº 214 • Maio 201222

Embaixada de PortugalZimmerstr.56 10117 Berlin

Tel: 030 - 590063500Telefone de emergência (fora do horário normal

de expediente): 0171 - 9952844

Consulado -Geralde Portugal em Hamburgo

Buschstr 7 20354 - Hamburgo

Tel: 040/3553484

Consulado-Geralde Portugal em Dusseldorf

Friedrichstr, 20 40217 -Dusseldorf

Tel: 0211/13878-12;13

Consulado-Geralde Portugal em Stuttgart

Königstr.20 70173 Stuttgart

Tel. 0711/2273974

Conselho das ComunidadesPortuguesas:

Alfredo Cardoso,Telelefone: 0172- 53 520 47

[email protected]

Alfredo StoffelTelefone: 0170 24 60 [email protected]

José Eduardo,Telefone: 06196 - 82049

[email protected]

Maria da Piedade FriasTelefone: 0711/[email protected]

Fernando GenroTelefone: 0151- 15775156

[email protected]

AICEP PortugalZimmerstr.56 - 10117 Berlim

Tel.: 030 254106-0

Federação de EmpresáriosPortugueses (VPU)

Hanauer Landstraße 114-11660314 Frankfurt

Tel.: +49 (0)69 90 501 933Fax: +49 (0)69 597 99 529

Federação das Associações Portuguesas na Alemanha

(FAPA)www.fapa-online.de

Postfach 10 01 05D-42801 Remscheid

Endereços Úteis

Grupo de Fados

GeraçõesActuações em

qualquer parte da Alemanha e em

todos os tipos deeventos

Contacto: 0173-2938194

AgendaTome Nota

Citações do mês"Quando escrito em chinês a palavra crise compõe-se de dois caracteres: um representa perigo e o outro representa oportunidade."John Kennedy

Hoje que tanto se fala em crise, quem não vê que, por toda a Europa, uma crise financeira está minando as nacionalidades? É disso quehá-de vir a dissolução. Quando os meios faltarem e um dia se perderem as fortunas nacionais, o regime estabelecido cairá para deixaro campo livre ao novo mundo económico. Eça de Queirós

FERNANDO ROLDÃOORGANISTA

CANTOR

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Fax : +49 (0) 251 922 06-66 E-Mail : [email protected]

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Dezembro 2011

3.05.2012 - BERLIM- O composi-tor português, Amílcar Vasques-Dias, apresenta "Amar um cão -processo de criação musical"na Biblioteca da Embaixada de Por-tugal em Berlim. Um evento orga-nizado por Luísa Coelho doInstituto Camões em colaboraçãocom a Embaixada. Início: 15h00

04.05.2012 – HAMBURGO -Inauguração da Exposição “Com-posições, Pintura de Erdmute Blacha partir de música de Amílcar Vas-ques Dias”, nas instalações desteConsulado-Geral de Portugal emHamburgo, Büschstrasse 7, 20354Hamburg, exposição que decorreráde 07.05.2012 até 07.07.2012.

5.05.2012 - BRAUNSCHWEIG -O Centro Português comemora oseu 32° aniversário no restaurante"RODIZIO-BASIL" Gastwerke,Mittelweg 7, Braunschweig apartir das 18h30 com um jantar con-vívio com os seus associados e ami-gos a seguir teremos um baile como conjunto "SEGURA-TE" . Reser-vas: Tel/Fax. 0531/375613 ou0531/378416.

07.05.2012 e 12.05.2012 -HAM-BURGO - “Semana Europeia” (Eu-ropawoche), que terá lugar naEuropapassage in Hamburg – Bal-lindamm 40, 20095 Hamburg,evento que decorre sob égide do Se-nado desta Cidade-Estado e com oapoio da União Europeia.

8.05.2012 -BERLIM - Luísa Coe-lho do Instituto Camões apresentaCarla Maia Almeida (jornalista, es-

critora e tradutora) e a sua obra deliteratura infantil na "Livraria". Iní-cio: 19h00

12 e 13.05.2012 – WERL – 40º Pe-regrinação presidida pelo Bispo doFunchal D.Teodoro de Faria. Sá-bado, dia 12:20h00 - Vigília eprocissão de velas Domingo, dia13: 10:00 h - Acolhimento e prepa-ração do andor. 11h00. Oração Ma-riana com terço. 11h00-12h00:Possibilidade de confissões :14h30Procissão

12.05.2012 – OFFENBACH –Música ao vivo Grupo Nova Gera-ção. Local: Waldstr.40, 63065 Of-fenbach

17.05.2012 – WIESBADEN- Elei-ção da Miss Portugal Deutschland.Organização de Marias CoraçõesPortugal de Mainz. Às16.00 H noPark Café em Wiesbaden

19.05.2012 -MAINZ- Marias Cora-ções de Portugal organizam na UDPMainz, Mombacher Str.36-55122Mainz com seguinte programa:Das 16h00 às 18h00 - Eleição dasMisses e Príncipes (4-11 anos)19h30 - Jantar de empresários e ac-tuação do Grupo de Dança Genera-tion e com presença de:José Cesário, Secretário de Estadodas Comunidades, e do Cônsul-Geral de Estugarda, Manuel Samuel21h30 H . Baile com a banda Se-gura-te

19.05.2012 – CUXHAVEN - Pro-cissão da Nª Sª de Fátima, organi-zada pela Comunidade Portuguesa

local, onde participará o Cônsul-Geral de Portugal em Hamburgo,o qual também será recebido peloBurgomestre de Cuxhaven.

26.05.2012 – OFFENBACH -Karaoke na Casa Portuguesa emOffenbach.Local: Waldstr.40,63065 Offenbach. Início:21h30

27.05.2012 – BRAUNSCHEIG-Festa da Rua "Straßenfest" no jar-dim do Centro Português,naKarl-Hinze- Weg 70 38104Braunschweig.

10/11 de Maio de 2012 - Univer-sidade de Heidelberg/Alema-nha – Colóquio Aspectos daLusofonia: POLÍTICAS LIN-GUÍSTICAS NO MUNDO LU-SÓFONONo dia 10 e 11 de Maio de 2012será realizado pela segunda vezna Universidade de Heidelberg naAlemanha, Seminário de Tradu-ção e Interpretação, o Colóquioanual Aspectos da Lusofonia como título POLÍTICAS LINGUÍS-TICAS NO MUNDO LUSÓ-FONO. Este Colóquio foiorganizado pelo DepartamentoLuso-Brasileiro do Seminário deTradução e Interpretação e peloSeminário de Românicas damesma universidade sob a égidedo Instituto Camões e com oapoio do IAZ (Iberoamerika-Zen-trum), do IILP (Instituto Interna-cional da Língua Portuguesa), daTAP (Transportes Aéreos Portu-gueses) e da LVG Heidelberg eestará aberto a todas as pessoasinteressadas na Lusofonia.

Page 23: Portugal Post, Maio 2012

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Page 24: Portugal Post, Maio 2012

PORTUGAL POST Nº 214 • Maio 201224

poesias de amore de outros sentires

Dicas & coisas assim

Aprenda a Viver Sem StressFormato: 15,5 X 23 cm.Páginas: 100Preço: 20,99Quanto mais tempo da sua vida é que está dispostoa desperdiçar? Quanto mais tempo da sua vida estádisposto a continuar a sofrer? Quanto da sua vidaestá disposto a finalmente reivindicar hoje? Quanto

mais tempo vai deixar que os outros mandem nas suas escolhas? E, se reivindicar asua vida, acha que fica a dever alguma coisa aos outros?Quando você cede ao stress, você não está ser você mesmo. Quando você cede aostress, você passa ao lado da vida, da sua vida. Você vive em permanente sobrevivên-cia. E quem sobrevive, sofre. E quem sofre, vive em stress.. "Aprenda a Viver Sem Stress" é um livro que o ajuda a reencontrar-se.

Orações para Todosos MalesFormato: 14x21cmPáginas: 90Preço: 22,00 €Por razões de saúde, familiares,afectivas, materiais ou espirituais,todos mpassamos em algum mo-mento por situações difíceis. Nestaobra encontrará uma centena de

orações adequadas a cada caso. Orações para encontrar mcomp-anheiro/a, para conseguir casar-se com o seu namorado, pelapaz da família, contra doenças, etc.

Orações aos Anjos da GuardaFormato: 14 X 21 cm.Páginas: 144Preço: 25,00 €Na primeira parte desta obra encontraráum vasto número de orações aos anjos daguarda, que certamente serão do seu in-teiro agrado.Na segunda parte deliciar-se-á com a lis-tagem completa dos 72 anjos protectores.Cada um destes anjos confere caracterís-ticas particulares mao modo de ser e deamar dos seus protegidos.

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260 Quando um bebé nasce tem 260 ossos, masao longo do seu percurso de vida ficará com206 ossos

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Nota:Os anúncios para este espaço devem ser bemlegíveis e dirigidos ao jornal devidamenteidentificados com nome, morada e telefonedo/a anunciante.O custo para anunciar neste espaço é de17,50. Aqueles que têm resposta ao jornal,o custo é de € 27,50.+ Informações: 0231-8390289

SENHOR59 anos a residor da Alemanha (NRW),livre, não fumador, deseja conhecer se-nhora entre os 49 e 59 anos idade parafins de amizade.Resposta a este jornal Refª 0103

RIR

DICA

A acidez estomacal é o excesso desucos digestivos no estômago, entreos quais se encontra o ácido clorí-drico. Esses sucos podem refluir, su-bindo ao esófago, ocasionando aschamadas azias que provocam a sen-sação de ardência no esófago.Manifesta - se como sensação de aci-dez e dor de estômago. Em algumasocasiões esse ácido sobe ao esófago epode produzir um forte mal estar(azia). Quando isto é frequente, pode-se apresentar retenção de líquidos,tendência a artrite reumatóide, dor decabeça, sensibilidade dos dentes aovinagre e a frutas ácidas.Evitar: nervosismo, stress, angústia,café, chá preto, farinhas e açúcares re-finados, chocolates, refresco, pimenta,álcool, carnes vermelhas e aspirinas.A acidez apresenta-se mais frequente-mente quando existem problemas nosrins e no fígado.

TRATAMENTO:1. Não comer demasiadamente e mas-tigar a refeição lentamente, 2. Ingerir uma boa dose de gel purode Aloé Vera. Esse produto neutralizaa acidez e regula o pH. A alfafa emforma de suco, ou em tabletes, podeajudar devido a seu poder altamentealcalino. O gengibre também é umelemento de grande ajuda para absor-ver a acidez estomacal.3. Inclua em suas refeições alimentosalcalinos como a tâmara, o milho tos-tado, mamão papaia e a maçã cozida.Não se deite depois de comer, já que

isto ajudará a que os sucos gástricossubam com facilidade para o esófagoe para a garganta. Se for se recostar,mantenha a cabeça em posição ele-vada. É recomendável não se deitarantes de duas horas e meia após as re-feições.4. Eliminar os produtos que produzemacidez: bebidas com cafeína, comocafé, o chá preto, os refrescos de cola.Além desses, o “chili”, a pimenta,cacau, os empadões de farinha, as car-nes vermelhas e as massas. Assimcomo o cigarro, refrescos gasosos, jáque estes expandem o estômago aabrem o esfíncter (válvula que co-necta o estômago com o esófago).5. Eliminar os alimentos fritos e gor-durosos.6. Elimine o stress e o nervosismo desua vida, já que esse é um dos princi-pais causadores da acidez, da gastritee da úlcera.

Nota muito importante: Antes dequalquer alimento, coma primeiro asfrutas e os sucos 30 minutos antes dasrefeições, porque se fizer o contrário,os alimentos poderão não ser digeri-dos rapidamente e se fermentarãoocasionando problemas digestivos ede acidez. O descuido com a acidezpode ocasionar úlcera estomacal.ATENÇÃO: Quando sentir forte aci-dez, enjoos, vertigens, vómitos comsangue, dor desde o peito até o pes-coço e os braços, consulte o seu mé-dico imediatamente.Fonte: Saúde e bem estar

A acidez estomacal Ingredientes: 1 coelho Vinho tinto 2 cebolas 1 alho Sal e pimenta Cravinho 1 folha de louro Farinha 2 colh. sopa de margarina 4 colh. sopa de azeite 2 tomates

Receita: Tempere as costeletas com sal e pimenta. Frite-as com 3 colheres de sopa demargarina e óleo, até dourarem uniformemente. Ferva à parte o vinho branco,o vinagre, a cebola picada, o estragão, a pimenta, o louro, o tomilho e o sal.Deixe ferver até reduzir para cerca de 2 colheres de sopa. Coe e junte-lhe asgemas desfeitas numa colher de sopa de água. Cozinhe em banho-maria, me-xendo sempre, até começar a engrossar. Acrescente, aos poucos, a restante mar-garina e aromatize com estragão, pimenta e sumo de limão. Junte o molho àscosteletas, ainda na frigideira onde as fritou. Bom apetite

Coelho à Caçador

Salada de Polvo

Ingredientes: 1,2 kg de polvo congelado 2 cebolas 4 dl de azeite 1 cabeça de alho 4 dentes de alho Batatas Sal e pimenta q.b. Facultativo: Vinagre

Receita: Coza o polvo na panela de pressão durante cerca de 15 minutos, juntamentecom a cabeça de alhos, à qual foram retiradas as peles brancas. Escorra o polvo,deixe arrefecer e grelhe sobre brasas. Corte em bocados, disponha numa sala-deira e regue com azeite, as cebolas descascadas e cortadas em rodelas fininhase os dentes de alho descascados e picados. Acompanhe com batatas cozidas e,se gostar, regue com vinagre. Bom apetite

À Espera da GripeJoão visita o amigo António, que há quase um mês não vai à oficina: — Venho da parte do chefe, perguntar-te o que é que tens para passar tantosdias na cama. — Olha, João: diz ao chefe que até agora não tive nada, mas estou à espera dagripe.

CAVALHEIRO70 anos, 1.65 cm, honesto e apresentável,com carro. Procura parceira honesta esimpática para futuro comum. Preferênciaquem também se sinta só e disponível. As-sunto sério. Resposta/carta a este jornalRefª 0105

SENHORA, 63 anos, residente na Alemanha, zona deFrankfurt, divorciada, extrovertida e alegre,vida organizada, gostava de conhecer se-nhor educado entre os 65-70 anos, com al-tura: 1,70 ou 1,75 cm, elegante e com vidaorganizada que resida no Estado do Hes-sen.Resposta a este jornal: Refª 0205

Duvida da luz dos astros,De que o sol tenha calor,Duvida até da verdade,Mas confia em meu amor.

William Shakespeare

Page 25: Portugal Post, Maio 2012

PORTUGAL POST Nº 214 • Maio 2012 25

Capa duraNº de Páginas: 176Preço: 35,00 €

Conhecido por “fiel amigo”, o bacalhautem uma tradição muito particular e ori-ginal na gastronomia portuguesa. Nestelivro, fique a conhecer as origens dapesca deste peixe, as suas principais ca-racterísticas, a melhor forma de o arr-anjar e outros aspectos importantes,como a melhor forma de o escolher, con-servar e amanhar. Deleite-se com asnossas receitas e experimente-as todas.Fique, ainda, a conhecer as tradições

deste peixe noutros países do Mundo.

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Pedimos aos leitores que nos en-viam correspondência para estarubrica para não se alongaremmuito nos textos que escrevem.Reservamos o direito de conden-sar e de trabalhar os textos quenos enviam.Obrigado.

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Prezados senhores,Em primeiro, os meus agrade-

cimentos pelo envio do nosso jor-nal. É de facto uma boacompanhia. Pena que só o tenhadescoberto recentemente.

Escrevo-vos porque tenho lidoas histórias de vida que o jornal pu-blica todos os meses. São coisasreais e tocantes. Lindas e às vezesduras. Mas gosto muito.

Foi inspirada em algumas queeu pensei escrever um caso que sepassou comigo. Peço-vos apenasque me assegurem o anonimato.

Tenho conta no Facebook vaipara dois anos. Ao principio nãome agradava muito a ideia de estarnesta rede porque sempre prezei aminha vida e não a queria à mostrade ninguém.

Uma amiga incentivou-me ar-gumentando que lá estava todo omundo e que era muito giro.Enfim, lá decidi e abri conta,arranjei uma foto mais ou menosengraçada, coloquei-a e adicioneiduas ou três pessoas conhecidas.

Passado para aí um mês tinha jácento e tal amigos. Como sabemaqueles que estão no Facebook, hápessoas que escarrapacham lá a suavida e colocam fotos de tudoquanto fazem. Sinceramente, eudisso não gosto. Já é muito que euponha lá a minha foto.

Antes de continuar, quero dizerque eu estou divorciada e que vivosozinha há quase dez anos. Tenhouma filha que já está casada e tema sua própria vida. Não escondoque eu às vezes me sinto só e quegostaria de ter um companheiro,coisa que ainda não consegui en-contrar porque também não queroassim um homem às três pancadas.Nisso sou muito, mas muito exi-gente. O meu ex-marido era umapessoa de bons princípios, saudá-vel e bem parecido. Infelizmente onosso casamento não resultou de-vido à sua capacidade em atrairmulheres. Mas isto não é para aquichamado.

Digo isto só para explicar quenão quero qualquer um que meapareça. Tem de ter bons requisitose ser saudável, com bons modos,elegante e que esteja bem na vida eque seja livre, naturalmente.

Entretanto o Facebook , contra-riamente ao que eu queria, tornou-se num vício para mim. Aoprincípio, ligava a internet aí duasou três vezes por semana e ficavalá entre cinco a dez minutos. Abor-recia-me e desligava. Depois li-gava, abria o Facebook e algunsminutos depois saía para, passadosminutos voltar a entrar e por aífora. Chegou um tempo em quechegava a casa e abria o Facebookpara ver se tinha alguma mensa-

gem, Isto porque entretanto alguémbotou e escada e começou a per-guntar-me coisas com modos mui-tos delicados e com respeitoatravés do chat.

Ao princípio a minha reacçãofoi de não responder. Se respondiaeram frases muito curtas sem ma-nifestar algum interesse por aquiloque o tal alguém escrevia. Até quepor um acto inconsciente comeceia escrever-lhe e a responder-lhe.No início eram coisas assim muitonormais. Depois eram coisas quetinham a ver com a nossa idade, oque fazíamos, se éramos casados,etc.. Devo dizer que nunca na vidative contactos assim e muito menosvia internet. Sempre preferi olharas pessoas nos olhos, saber comquem falava e também saber segostava do interlocutor.

A nossa troca de palavras era jáintensa. Começámo-nos a tratarpor tu e quando ligávamos a inter-net já dizíamos um ao outro o quedurante o dia fizemos e coisasassim. Como essa pessoa não tinhafoto no seu perfil, pedi-lhe aparacolocar uma foto para eu ver comquem falava. E pôs.

Era uma foto de um senhormuito interessante. Com cabelogrisalho e bem cuidado, aparen-tando menos idade do que aquelaque me tinha dito.

E contava-me mais: que estavaaqui na Alemanha há 22 anos, eraengenheiro e que trabalhava numafirma internacionalmente conhe-cida.

Em suma, chegámos a uma al-tura em que não passávamos umsem o outro. Estávamos sempre nochat do Facebook a tagarelar atéque começávamos a falar de quase

tudo e às vezes até das nossas ne-cessidades e dos nossos desejos ín-timos. O que eu achava estranhoera a sua relutância em trocar denúmero de telefone ou até mesmomarcar um encontro num café oucoisa assim. Afinal, não moráva-mos assim tão distantes um dooutro. Ele dizia-me que moravaperto de Düsseldorf.

Em suma, também não queriainsistir muito e achava que a haverconquista ela tinha de partir daparte dele. Como todas as mulhe-res, também eu gostava de ser con-quistada e isso tinha de ser de suainiciativa.

Continuávamos assim a falartodos os dias até altas horas. Já nãopodíamos viver sem aquela ligaçãoque, no fundo, era mais virtual quereal. Chegávamos a concluir que odestino nos tinha colocado no ca-minho um do outro e que as nossasvidas se encontraram porque exis-tia entre nós algo muito mais doque um simples conhecimento. Porisso, eu tinha a necessidade desaber como ele era; de conhecer eouvir a sua voz; de ter nas minhasas suas mãos, de o conhecer, emsuma.

Mas ele encontrava sempreuma explicação para evitar esse en-contro e isso eu sentia. Comecei adesconfiar de que ele não me diziaa verdade sobre a sua situação pes-soal e que seria casado. Pensavatambém que ele não seria aquele dafotografia e que teria receio demostrar a sua verdadeira imagem.Enfim, desconfiava de tudo e demais alguma coisa, tanto que lheperguntei claramente o porquê da-quele receio e que, afinal, me po-deria dizer tudo, a verdade, porque

não tínhamos nenhum compro-misso nem tínhamos nenhumasobrigações

Respondia-me que ainda nãotinha chegado o momento para oencontro e que eu tivesse paciên-cia, coisa que já não tinha muita.

Nem sequer falar ao telefone?Perguntava-lhe eu.

Um dia. Escrevia-me ele.Mas aceitei. Aceitei e disse-lhe

que se tivéssemos de nos ver a vidanos colocaria à frente um do outro.E nisto continuávamos neste falaratravés do Facebook. Agora, e tal-vez porque tinha de ser assim, jáfalávamos de coisas muito íntimas.

No principio achei-me inibida.Mas a sua forma de escrever, quenão tinha nada de homem, liber-tava-me e eu falava com ele, massempre colocando limites na con-versa.

Entretanto surgiram os feriadosde Natal e tivemos algum temposem nos falar. Como eu tinha ido aPortugal, fiquei sem acesso à inter-net e nesse tempo senti imenso afalta das conversas que tínhamosno chat. Estava quase que viciadanaquilo e ralhava comigo por eunão ter sequer o seu número de te-lefone para lhe falar.

Passou assim a época natalícia.Voltei para a Alemanha e voltei àmesma rotina do antes. Quandochegava do trabalho ia logo direitaao computador, ligava o Facebooka ver se ele lá estava, o que aconte-cia quase sempre. E ficávamos afalar sem ter a noção do tempo equando dávamos por ela já se fazianoite muito tarde.

Um dia, depois de pensar na-quela situação e de chegar à con-clusão que não podia andar

naquela vida do Facebook, per-dendo tempo ao ponto de deixarcoisas importantes da minha vidapara trás, disse-lhe que se ele qui-sesse podíamos ter um contactonormal também por telefone e, quegostaria de, finalmente, saber quemele era.

A resposta foi o silêncio. Dias mais tarde deixou-me uma

mensagem no Facebook em quedizia que naquele mesmo dia iriacontar-me tudo sobre ele.

“Ele” que, afinal e para meugrande espanto, era uma ela.

Era uma mulher que se confes-sou muito atraída pela minha foto-grafia e que tinha vergonha de sedeclarar quase apaixonada pormim, porque era casada e nunca,mas nunca, se lhe tinha passadopela cabeça que sentisse uma atrac-ção tão grande por outra mulher.

Pediu-me perdão por tudo.Também por não me ter dito a ver-dade, mas que tinha vergonha e nãose sentia bem. Mesmo assim, diziaela, continuava sempre comigo nasua cabeça e exclamava: “devoestar doida para fazer uma declara-ção de amor a outra mulher, mas averdade é que eu sinto isso”.

Fiquei estupefacta e muito pen-sativa e, para minha admiração,senti uma ternura grande e umenorme vontade em a conhecer. Leitora Identificada

Afinal ele era ela

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Page 27: Portugal Post, Maio 2012

PORTUGAL POSTNº 214 • Maio 2012 27

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O PORTUGAL POST distribui nesta edição um poster da selecção nacional de futebol a pensar naparticipação da selecção das quinas no campeonato europeu de futebol a realizar em Junho na Polóniae Ucrânia. O objectivo desta iniciativa é, está bom de ver, contribuir para o apoio a Cristiano Ronaldo e com-panhia na campanha do Euro 2012.O poster é uma oferta aos nossos leitores e tem o apoio e patrocínio da TAP Portugal, a quem que-remos agradecer.

O nosso jornal oferece poster da Selecção aos leitores

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