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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE SUPERVISÃO ESCOLAR Autora: Claudia Maria Soares Rossi Revisão atualizada segundo o novo acordo ortográfico: Profª. Ms. Camila Menezes Coordenação Pedagógica INSTITUTO PROMINAS MÓDULO – 5 Impressão e Editoração APOSTILA RECONHECIDA E AUTORIZADA NA FORMA DO CONVÊNIO FIRMADO ENTRE UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES E O INSTITUTO PROMINAS.

Práticas Pedagógicas de Supervisão Escolar

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  • PS-GRADUAO LATO SENSU

    PRTICAS PEDAGGICAS DE SUPERVISO ESCOLAR

    Autora: Claudia Maria Soares Rossi Reviso atualizada segundo o novo acordo ortogrfico: Prof. Ms. Camila Menezes

    Coordenao Pedaggica

    INSTITUTO PROMINAS

    MDULO 5

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    SUMRIO UNIDADE 1 A SUPERVISO EDUCACIONAL NO BRASIL EM PERSPECTIVA HISTRICA E POLTICA ............................................................................................................................................................. 4 UNIDADE 2 ATRIBUIES LEGAIS QUANTO SUPERVISO EDUCACIONAL NO BRASIL ... 11 UNIDADE 3 CONCEPES SOBRE A SUPERVISO EDUCACIONAL .............................................. 13 UNIDADE 4 PERFIL DO SUPERVISOR EDUCACIONAL ...................................................................... 16 UNIDADE 5 PAPIS E FUNES DO SUPERVISOR EDUCACIONAL ............................................... 19 UNIDADE 6 PRTICAS E TCNICAS DA SUPERVISO EDUCACIONAL ........................................ 23 UNIDADE 7 - O SUPERVISOR EDUCACIONAL E A FORMAO DE PROFESSORES ..................... 26 UNIDADE 8 O SUPERVISOR EDUCACIONAL E OS PARCEIROS DE TRABALHO ........................ 31 UNIDADE 9 O ESTUDO NA PRTICA SUPERVISORA .......................................................................... 37 UNIDADE 10 - MECANISMOS QUE AUXILIAM O TRABALHO DO SUPERVISOR EDUCACIONAL ............................................................................................................................................................................... 44

    UNIDADE 11 O SUPERVISOR EDUCACIONAL E O PROCESSO DE AVALIAO ESCOLAR .... 47 REFERNCIAS .................................................................................................................................................. 49

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    Uma grande escola exigir docentes competentes, abertos para o mundo e para o saber, sempre de novo redefinidos. Docentes e estudantes conscientemente comprometidos. Uma grande escola exigir espaos fsicos, culturais, sociais e artsticos, equipados que abriguem toda a sabedoria acumulada da humanidade e toda a esperana de futuro que no seja continuidade do presente, porque este est em ritmo de barbrie mas seja sua ultrapassagem. Uma grande escola exigir tempo. Tempo de encontro, de encanto, de canto, de poesia, de arte, de cultura, de lazer, de discusso, de gratuidade, de tica e de esttica, de bem-estar e de bem-querer e de beleza. Porque escola grande se faz com grandes cabeas ( certo!), mas tambm com grandes coraes, com muitos braos, que se estendem em abraos que animam caminhadas para grandes horizontes.

    REDIN(1999)

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    UNIDADE 1 A SUPERVISO EDUCACIONAL NO BRASIL EM PERSPECTIVA HISTRICA E POLTICA

    1. Caminhar histrico

    A superviso educacional foi oficializada com a LDB de 71, mas a ideia de superviso existe desde a poca dos Jesutas intricada nas funes de prefeito de estudos e de inspetor.

    Os aspectos socioeconmicos e polticos influenciaram a ao supervisora por toda a histria educacional brasileira, Contemporaneamente, a superviso tem carter poltico e transformador.

    Foi ainda no Perodo Colonial, quando foi organizado o primeiro sistema educacional brasileiro, que surgiu a ideia de Superviso. Nesta poca a tarefa educacional baseava-se na catequese e na instruo para os indgenas, entretanto a educao dispensada aos filhos da elite colonial mostrava-se diferenciada, a educao no podia deixar de ser elitista dentro de uma sociedade inteiramente desigual;

    As atividades educativas no Brasil comearam a ser organizadas em 1549 e o Plano de instruo estava fundamentado na Ratio Studiorum, cujo ideal era a formao do homem universal, humanista e cristo. A educao se preocupava com o ensino humanista de cultura geral, enciclopdico e alheio realidade da vida de colnia (VEIGA, 2004).

    A ideia de superviso educacional surge ento na figura do Prefeito de Estudos, conforme descrito na Ratio Studiorum., a ideia de Superviso no se manifesta apesar da funo supervisora estar presente.

    Com a expulso dos Jesutas e as Reformas Pombalinas o sistema de ensino foi extinto e junto com ele o cargo de Prefeito de Estudos, mas a ideia de superviso continuava presente, agora, englobada nos aspectos poltico-administrativos (inspeo e direo) da figura do Diretor geral; e tambm nos aspectos de direo,

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    fiscalizao, coordenao e orientao do ensino, na figura dos Diretores dos Estudos. Com a Independncia do Brasil formulada a primeira Lei para a instruo pblica (15 de Outubro de 1827) que instituiu as Escolas de Primeiras Letras baseadas no Ensino Mtuo, mtodo que concentra no professor as funes de docncia e superviso, ou seja, instruir os monitores e supervisionar as atividades de ensino e aprendizagem dos alunos.

    O regulamento educacional do Perodo Imperial estabelecia que a funo supervisora devesse ser exercida por agentes especficos para uma superviso permanente; essa misso foi atribuda ao Inspetor Geral que supervisionava todas as escolas, colgios, casas de educao, etc., pblicos e privados. O Inspetor Geral ainda presidia exames dos professores e lhes conferia o diploma, autorizava abertura de escolas privadas e revisava livros.

    O inspetor deveria ser um elemento de prestigio pessoal e conhecimento com pessoas importantes e com autoridades constitudas. Suas atribuies incluam fiscalizar e padronizar as rotinas escolares s normas oficiais emanadas das autoridades centrais, por essa razo exercia essas funes como autoridade do sistema, atravs de visitas corretivas e de registros permanentes para confeco de relatrios a serem encaminhados aos rgos centrais. Com o objetivo de fiscalizar o grau maior ou menor de desvio da ao pedaggica em relao aos padres estabelecidos pela Lei.

    Com a discusso sobre a organizao de um sistema nacional de educao, a ideia de superviso vai ganhando contornos mais ntidos ao mesmo tempo em que as condies objetivas comeavam a abrir perspectiva para se conferir a essa ideia o estatuto de verdade prtica. (SAVIANI, 2003) Pautava-se em dois requisitos: A organizao administrativa e pedaggica do sistema e a organizao das escolas na forma de grupos escolares.

    A reforma de Benjamim Constant aprovada, no incio do Perodo Republicano, sob a influncia do positivismo, gerando suprimisso do ensino religioso nas escolas pblicas e o Estado passa a assumir a laicidade. A viso burguesa disseminada pela escola, visando garantir a consolidao da burguesia

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    industrial como classe dominante. A Pedagogia Tradicional se articula no Brasil com os pareceres de Rui Barbosa e de Benjamim Constant. Nessa pedagogia a nfase recai ao ensino humanista da cultura geral centrado no professor, a relao pedaggica hierarquizada e verticalizada.

    O Perodo conhecido como a Primeira Repblica marcado por um processo de descentralizao do controle e de maior organizao dos servios, incluindo os educacionais. A funo de supervisor era exercida pelo inspetor que deveria ser uma pessoa qualificada, experiente e sensvel para com tcnicos pedaggicos do processo de ensino-aprendizagem. Dentre suas principais atribuies podemos citar: orientar, controlar, supervisionar, fiscalizar e inspecionar todo processo educacional atravs de conferncias, palestras e visitas, acompanhar o desenvolvimento do currculo nos estabelecimentos, com o objetivo de orientar pedagogicamente os professores mais jovens, buscando eficincia, introduzindo inovaes, modernizando os mtodos de ensino e promovendo um acompanhamento mais atento do currculo pleno nos estabelecimentos.

    Na dcada de 20, surgem ento os profissionais da educao, tambm conhecidos com tcnicos em escolarizao e concomitantemente criada a Associao Brasileira de Educao por iniciativa de Heitor Lira. A ABE foi um elemento propulsor e estimulante aos tcnicos em educao. A reforma Joo Lus Alves em 1924 criou o Departamento Nacional de Ensino e o Conselho Nacional de Ensino separando, assim, a parte administrativa da parte tcnica que antes estavam unidas num mesmo rgo o Conselho Superior de Ensino. Esse foi um passo importante para a criao do Ministrio da Educao e Sade Pblica e essa separao propiciou o surgimento da figura do supervisor distinta da figura do diretor e inspetor. A partir da, ele responsvel pela parte tcnica enquanto o diretor responsvel pela parte administrativa.

    Na dcada de 30, a sociedade brasileira sofre profundas transformaes sociais, econmicas e polticas que refletem no modelo educacional. Por influncia do Liberalismo lanado o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, preconizando a reconstruo social da escola na sociedade urbana industrial.

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    Nesse contexto de mudana, a educao passa a ter um carter mais tcnico e a valorizar os meios de organizao dos servios educacionais, com o objetivo de racionalizar o trabalho educativo dando relevncia aos tcnicos, entre estes o supervisor.

    O novo modelo econmico baseado no desenvolvimentismo e na injeo do capital estrangeiro no pas trouxe consigo no s os padres econmicos americanos, mas tambm o modelo educacional americano, onde o supervisor tinha lugar de destaque dentro da escola.

    Em 1964, com a instalao da Ditadura Militar, a educao passa a ser oferecida nos moldes da Pedagogia Tecnicista. O autoritarismo e a represso so os alicerces dessa pedagogia, o trabalho fragmentado e mecanicista, da mesma forma que numa fbrica, busca-se a burocratizao, a eficcia e resultados imediatos. Em 1969, o governo aprovou as Reformas de 1 e 2 graus e Universitria, sendo que esta reformulou o Curso de Pedagogia que ganhou novas habilitaes: administrao, inspeo, superviso e orientao, com isso a funo de supervisor educacional profissionalizada.

    O supervisor educacional um especialista em educao, exercia sua funo como controlador do processo de produo assumindo caractersticas de coordenao e direo do trabalho, ou seja, atuando como elemento mediador (como uma funo tcnica que est a servio de). Exercia essa funo atravs de treinamento de professores para discutir e difundir os fundamentos de organizao dos processos de trabalho e do controle sobre ele buscando a aplicao do conceito de racionalidade administrao e do processo com o objetivo de aumentar a produtividade da mo-de-obra e a melhoria de seu desempenho.

    Com a LDB de 1971, a superviso educacional foi oficializada A funo do Supervisor Educacional reflete o contexto histrico do perodo marcado pelo desenvolvimento nacional e de estabilidade poltica, altamente mecanicista, utilitrio, burocrtico e pragmtico.

    Na dcada de 80, a crise socioeconmica e a Nova Repblica do incio uma nova fase. A luta operria ganha fora e os professores lutam pela reconquista do direito de participar da definio da poltica educacional e da luta pela

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    recuperao da escola pblica. A I conferncia Brasileira de Educao constitui um espao para discusso e disseminao da concepo crtica da educao e a Pedagogia Crtica ganham espao no cenrio educacional.

    O fazer pedaggico no est centrado no professor ou no aluno, mas na questo central da formao do homem; est voltada para o ser humano e sua realizao na sociedade e comprometida com os interesses dos menos favorecidos economicamente. A realidade mltipla e diversa e a educao deve atend-la. O mundo contemporneo marcado pela hegemonia do neoliberalismo, acentuando-se e ampliando-se as formas de excluso social e cultural. A globalizao reflete no mbito educacional no que se refere organizao do trabalho pedaggico, delegando uma srie de atribuies s escolas, aos professores e alunos. O papel da superviso est enfocado para a formao do tecnlogo do ensino e no favorecimento e aprofundamento da perspectiva crtica, voltada para a formao do supervisor como agente social.

    Resumo da evoluo da ideia da ao supervisora educacional

    - Foi por causa do processo de industrializao que surgiu a ideia de superviso, pois era importante ter algum que fizesse uma avaliao quantitativa e qualitativa da produo.

    - Durante muito tempo a superviso manteve-se dentro de uma linha de inspecionar, reprimir, chegar e monitorar.

    - A ideia de superviso relacionada ao processo de ensino, surgiu por volta de 1840, sendo que a superviso estava voltada primordialmente para verificao das atividades docentes.

    - No final do sculo XIX e incio do sculo XX, a superviso passou a preocupar-se com o estabelecimento de padres de comportamento bem definidos e de critrios de aferio do rendimento escolar, visando a eficincia do ensino. Quanto profisso de Supervisor, ela s vai aparecer aqui no Brasil na dcada de

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    vinte com o surgimento dos profissionais em educao, isto , o aparecimento dos tcnicos em escolarizao, constituindo-se como uma nova categoria profissional.

    - De 1925 a 1930, observa-se uma grande tendncia de introduzir princpios democrticos nas organizaes educacionais, aplicando-os ao papel de supervisor como lder democrtico e a superviso vai assumindo um carter de liderana de esforo cooperativo para o alcance dos objetivos, com valorizao dos processos de grupo na tomada de decises.

    - A partir de 1960, a ao supervisora voltou-se para o currculo, tendo a pesquisa lugar garantido na busca de novas solues para a melhoria da qualidade do ensino.

    - Em 1969, a Superviso Educacional surgir enquanto habilitao em nvel de formao no Brasil, com o Parecer 252/69, que reformula os cursos de

    Pedagogia, criando as habilitaes. Enquanto especialidade em Educao, a Superviso Educacional, nos moldes do tecnicismo e regida pelas Teorias da Administrao Empresarial, diz que cabe ao Supervisor Educacional a funo de assistir tcnica e didaticamente ao professor no sentido de que se alcance a melhor produtividade possvel no trabalho com os alunos. Portanto, o objeto do Supervisor Educacional, numa viso tecnicista, o professor.

    - A Superviso Educacional passa a englobar as atividades de assistncia tcnico-pedaggica e de inspeo administrativa, durante os anos 70, tornando-se mais abrangente para atingir no s a escola, mas todo o sistema.

    A superviso educacional brasileira , pois, produto da assistncia tcnica norte-americana prestada aos pases da Amrica Latina, objetivando mudana de mentalidade para se alcanar um nvel de vida mais sadio e economicamente produtivo, impedindo, dessa forma, a penetrao do comunismo.

    Pelo exposto, pode-se afirmar que deliberadamente e intencionalmente, o Supervisor Educacional se inseriu ao contexto educacional brasileiro, como tambm foi intencional a formao a ele dada, por razes prioritariamente polticas e econmicas.

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    A superviso foi imposta educao brasileira como necessidade de modernizao e de assistncia tcnica, a fim de garantir a qualidade de ensino, mas tambm, para assegurar a hegemonia da classe dominante.

    - Nos anos 80, a crtica ao funcionalismo da superviso foi intensa chegando ao ponto de se pensar em eliminar as especificidades pedaggicas como a direo, superviso e orientao, das escolas,

    - Na dcada de 90, com o movimento das reformas educacionais e, por consequncia, o questionamento dos modelos tradicionais, os educadores, de um modo geral, passam a refletir sobre a sua prtica educativa, rediscutindo o seu papel. A partir da, a ao da equipe pedaggica de uma instituio de ensino caracteriza-se por promover a coordenao das atividades docentes e discentes, fundamentada na funo contextualizada, em busca da construo/viabilizao de um Projeto Pedaggico pautado nos princpios do trabalho coletivo e da gesto democrtica.

    A superviso educacional trata-se, portanto, de uma funo que, contextualizada, insere-se nos fundamentos e nos processos pedaggicos, auxiliando e promovendo a coordenao das atividades deste processo e sua atualizao, pelo estudo e pelas prticas coletivas dos professores.

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    UNIDADE 2 ATRIBUIES LEGAIS QUANTO SUPERVISO EDUCACIONAL NO BRASIL

    No Brasil ainda no existe legislao que regulamente a profisso de supervisor educacional. As nicas referncias legais existentes so as disposies do art. 64 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996 e as indicaes da Resoluo CNE/CEB n 3-97.

    A Lei das Diretrizes e Bases da Educao Nacional, em seu artigo 64, dispe sobre as atividades de apoio pedaggico docncia, bem como a formao necessria ao seu exerccio:

    Art. 64. A formao de profissionais de educao para administrao, planejamento, inspeo, superviso e orientao educacional para educao bsica, ser feita em cursos de graduao em pedagogia ou em nvel de ps-graduao, a critrio da instituio de ensino, garantida, nesta formao, a base comum nacional.

    A Resoluo do CNE/CEB n 3, de 8 de outubro de 1997, tambm contempla a possibilidade alternativa da habilitao ser feita atravs de curso de graduao ou ps-graduao.

    Art. 4 . [...] 1 O exerccio das demais atividades de magistrio de que trata o artigo 2 desta Resoluo exige como qualificao mnima a graduao em Pedagogia ou ps-graduao, nos termos do artigo 64 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

    Portanto, a formao necessria ao exerccio da atividade de suporte pedaggico na educao bsica o curso superior de pedagogia ou a ps-graduao direcionada a uma das reas especficas, indicadas pelo artigo 64 da Lei Federal: administrao, planejamento, inspeo, superviso ou orientao educacional.

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    Ao organizar seus Planos de Carreira do Magistrio, na hiptese de criao do referido cargo, as Administraes Pblicas devem fazer constar a formao indicada pela LDB, para o provimento do cargo de pedagogo.

    Para o exerccio do cargo de pedagogo, nas atividades de superviso, o profissional dever comprovar a formao em curso superior ou de ps-graduao para a respectiva rea.

    O mais recente Projeto de Lei de Proposio PLC 132/2005, de origem legislativa, que tramita no Senado Federal e prope a regulamentao do exerccio da profisso de Supervisor Educacional e d outras providncias.

    A Resoluo CNE/CP n 1 de 15 de maio de 2006, tambm afirma que a formao para Superviso Educacional pode ser feita atravs do curso de Pedagogia ou atravs de cursos de Ps-graduao, especialmente estruturados para este fim e abertos a todos os licenciados.

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    UNIDADE 3 CONCEPES SOBRE A SUPERVISO EDUCACIONAL

    Na tentativa de definir a superviso educacional e buscando uma ressignificao do papel do supervisor educacional, ao longo do tempo, alguns conceitos para a funo supervisora so encontrados na literatura especializada:

    I - A superviso a arte de trabalhar com um grupo de pessoas, sobre as quais se dispe de autoridade, de modo a obter a eficincia mxima de seu esforo... (DERSAL, 1964).

    II- Superviso educacional uma funo que atua organizando a instruo, desenvolvendo o currculo, selecionando e treinando o pessoal, providenciando condies de trabalho, promovendo material e recursos didticos... acompanhando o desenrolar do processo ensino-aprendizagem, avaliando resultados, pessoas, programas, processos. (CASTILHO, 1971).

    III - A Superviso consiste em melhorar o ensino, assegurando que professores empreguem mtodos corretos e predeterminados no trabalho em sala de aula e em todo o sistema docente. (ANDRADE,1976).

    IV - Superviso a atividade voltada para o planejamento, orientao, acompanhamento, controle e avaliao do processo ensino-aprendizagem, visando melhoria qualitativa tanto a nvel de sistema como de escola (SME/RJ, 1978).

    V - A superviso educacional, no contexto mais amplo da sociedade e da educao, tem como funo primordial resgatar o sentido bsico da escola... A superviso tem como funo participar do processo de conscientizao na luta contra a palavra vazia de vida, de significado; contra o fazer vazio de sentido.

    (URBAN, 1985). VI - (...) confirmam-se a ideia e o princpio de que o supervisor no um

    tcnico encarregado da eficincia do trabalho, e muito menos, um controlador de produo, sua funo e seu papel assumem um posio social e politicamente maior, de lder, de coordenador, que estimula o grupo compreenso

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    contextualizada e crtica de suas aes e tambm, de seus direitos ( RANGEL, 1997). VII - A educao, no importando o grau em que se d, sempre uma teoria do conhecimento que se pe em prtica (...) O supervisor um educador e, se ele um educador, ele no escapa na sua prtica a esta natureza epistemolgica da educao. Tem a ver com o conhecimento, com a teoria do conhecimento. O que se pode perguntar : qual o objeto de conhecimento que interessa diretamente ao supervisor? ( PAULO FREIRE, 1982)

    VIII - A funo supervisora pode ser compreendida como um processo em que um professor, em princpio mais experiente e mais informado, orienta um outro professor ou candidato a professor no seu desenvolvimento humano e profissional (ALARCO, 2001)

    IX - no fiscal de professor, no dedo-duro (que entrega os professores para a direo ou mantenedora), no pombo-correio (que leva recado da direo para os professores e dos professores para a direo), no coringa/tarefeiro/quebra galho/salvavidas (ajudante de direo, auxiliar de secretaria, enfermeiro, assistente social, etc.), no tapa-buraco (que fica toureando os alunos em sala de aula no caso de falta de professor),... no de gabinete (que est longe da prtica e dos desafios efetivos dos educadores), no dicrio (que tem dicas e solues para todos os problemas, uma espcie de fonte inesgotvel de tcnicas, receitas)... (VASCONCELLOS, 2002).

    Ao Supervisor, que atua dentro de um conceito tecnicista de Superviso Educacional, cabe a tarefa de pesquisar, planejar, criar estratgias e avaliar o ensino. ento que o Supervisor, de acordo com a sua concepo de qual seja o mtodo correto de aplicao dos contedos, vai dar ordens para que o professor execute aquilo que ele, enquanto Especialista em Educao, tenha planejado, numa relao autoritria de poder, a qual inerente diviso do trabalho no interior da escola. O professor no tem o direito de questionar, pois os melhores resultados possveis na questo do atendimento s necessidades e promoo do desenvolvimento do aluno, so ditados pelo Supervisor, enquanto um especialista

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    em Educao, deduzindo que ele sabe o que faz ao indicar o caminho a ser trilhado pelo professor.

    J a funo primeira do Supervisor, como de todo Especialista, na viso da Educao Progressista, a de Educador. E nessa mesma perspectiva, necessrio se faz que o Supervisor seja um profissional empenhado em desenvolver um trabalho que esteja voltado s questes sociopolticas da educao. O Supervisor Educacional comprometido com o trabalho coletivo sente necessidade de uma viso do todo escolar e da sua relao com o contexto. Ou seja, o Supervisor no se limita ao controle, ou ao repasse de tcnicas aos professores, mas tem o compromisso de:

    - oferecer-lhes assessoramento terico metodolgico diante dos problemas educacionais cotidianos;

    - criar momentos de reflexo terico-prtica e, com o respaldo da fundamentao terica e uma viso do ato de ensinar e de aprender como algo articulado, e coordenar tais discusses.

    Pode-se, portanto, afirmar que coexistem diferentes conceitos de superviso e respectivas manifestaes, que provm de diferentes concepes defendidas por formadores e investigadores relativamente a uma srie de questes educativas.

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    UNIDADE 4 PERFIL DO SUPERVISOR EDUCACIONAL

    A superviso educacional pode atuar como participe da construo da sociedade quando reconhece o seu papel como ator social e exercer a sua funo poltica com conscincia e comprometimento. Para isso o supervisor educacional deve apresentar as seguintes competncias:

    - conhecer a natureza, a organizao e o funcionamento: da educao escolar, suas relaes com o contexto histrico-social e com o desenvolvimento humano; da gesto/administrao do sistema escolar, seus nveis e modalidades de ensino; - conhecer os fundamentos e as teorias do processo de ensinar e aprender; - relacionar princpios, teorias e normas legais a situaes reais; - identificar os impactos de diretrizes e medidas educacionais, objetivando a melhoria do padro de qualidade do ensino e aprendizagem;

    - comunicar-se com clareza com diferentes interlocutores e em diferentes situaes;

    - Ser um lder funcional, encarregado de motivar desenvolver lideranas em todos os seus grupos de atuao;

    - saber socializar informaes e conhecimentos;

    - conduzir democraticamente suas prticas;

    - Estar aberto ao trabalho coletivo: saber trabalhar em equipe;

    - Ser organizado e disciplinado. Os exemplos arrastam multides;

    - Ter dedicao, executar os trabalhos com afinco;

    - saber identificar criticamente a interferncia das estruturas institucionais no cotidiano escolar;

    - procurar promover o desenvolvimento da autonomia da escola e o envolvimento da comunidade escolar;

    - Ter seriedade e responsabilidade na execuo de qualquer trabalho;

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    - Ser mediador de conflitos, sempre colocando o dilogo como ponto bsico;

    - Estar preparado para lidar com decises problemticas, que contrariam interesses de pessoas, grupos ou entidades;

    - buscar e produzir conhecimentos relativas formao permanente de pessoal;

    - Ser capaz de tomar decises prprias, alm de dividir atribuies comuns e responsabilidades, tendo em vista a melhoria do padro de qualidade da aprendizagem dos alunos e, portanto, da educao como um todo;

    - Saber considerar e preservar os usos e costumes da escola que deram certo no passado;

    - Ser articulador e mediador dos segmentos internos e externos - ser uma pessoa que abra o dilogo com os diferentes grupos existentes tanto dentro da escola como fora dela;

    - Saber ouvir e saber falar na hora certa;

    - Ser sensvel s dificuldades dos outros;

    - Saber reconhecer, valorizar o mrito das pessoas e da equipe;

    - Ter iniciativa e firmeza: o diretor precisa ter ideias inovadoras, sair na frente, ser uma pessoa sempre disposta a estimular e incentivar as aes positivas de seu estabelecimento;

    - Saber delegar funes e responsabilidades;

    - Ser estudioso dos assuntos tcnicos, pedaggicos, administrativos, financeiros e legislativos;

    - Procurar conhecer e entender as linguagens da atualidade traduzidas em forma de grficos, tabelas, porcentagens, etc e as linguagens tecnolgicas

    - Ter esprito tico e solidrio;

    - compreender e valorizar o trabalho coletivo no exerccio profissional;

    - ter disponibilidade de trabalhar em grupo, reconhecendo e respeitando as diferenas pessoais e as contribuies dos participantes;

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    - Ser entusiasmado, motivado, alegre e capaz de transmitir entusiasmo, motivao e alegria;

    - Estar apto a desenvolver o esprito de cooperao entre as pessoas;

    - Ser conhecedor da realidade da escola: o supervisor precisa conhecer no apenas a escola internamente, mas deve entender o contexto da sociedade em que a escola est inserida, conhecer o meio onde os alunos vivem, entender suas famlias e descobrir os problemas que cercam a escola e tambm os pontos positivos existentes envolta dela;

    - Ter credibilidade na comunidade: o supervisor precisa ser uma pessoa que transmita credibilidade, quer na sua conduta profissional, como pessoal e at mesmo na familiar;

    - Ter f e ser um defensor da educao: o supervisor precisa acreditar no modelo de ensino, nas prticas educacionais e no sistema de educao como um todo e passar essa crena com entusiasmo para os professores;

    - Ser capaz de auto-avaliar-se e promover a avaliao do grupo;

    - Ter a capacidade de resolver problemas;

    - Ser transparente e coerente nas aes;

    - Ser solcito e ser humilde;

    - Ser inovador, flexvel, aberto;

    - Ser crtico, participativo, ligado s atualidades e ao aprendizado constante;

    - Ser um agregador de ideias e sugestes;

    - Possui qualificao e competncia profissional, estar sempre buscando a formao continuada;

    - Ser um bom comunicador. A palavra chave hoje comunicao, o bom gestor deve saber falar, ouvir, escrever e colocar s claras todas as informaes;

    - Ser amoroso, carinhoso, gostar de crianas e jovens, gostar de lidar com gente.

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    UNIDADE 5 PAPIS E FUNES DO SUPERVISOR EDUCACIONAL

    O Supervisor Educacional partcipe da definio de polticas pblicas educacionais referentes educao bsica e educao profissional, atuando junto aos rgos formuladores dessas polticas, em nvel central, regional e local, para: - assegurar diretrizes e procedimentos que garantam o cumprimento dos princpios e objetivos da educao escolar estabelecidos constitucional e politicamente, - favorecer, como mediadores, a construo da identidade escolar por meio de propostas pedaggicas genunas e de qualidade.

    Assim afirma RANGEL (1994):

    O trabalho de superviso na unidade escolar, levado a cabo pelos professores coordenadores e pela equipe da superviso [...] tem sido realizado em conformidade com a organizao burocrtica do sistema. Mais que isto, o modo burocrtico de pensar tem levado esses profissionais a desempenhar um papel que nitidamente subordina as necessidades da escola e das pessoas que l atuam s determinaes dos rgos centrais. Dessa forma, faz-se mister repensar o contedo e a finalidade da ao supervisora.

    As atribuies do Supervisor Educacional, esto descritas no PLC132/2005 e na lei 132/1978.

    1. PLC 132/2005

    Art. 4 So atribuies do Supervisor Educacional:

    I coordenar o processo de construo coletiva e execuo da Proposta Pedaggica, dos Planos de Estudo e dos Regimentos Escolares;

    II investigar, diagnosticar, planejar, implementar e avaliar o currculo em integrao com outros profissionais da Educao e integrantes da Comunidade;

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    III supervisionar o cumprimento dos dias letivos e horas/aula estabelecidos legalmente;

    IV velar o cumprimento do plano de trabalho dos docentes nos estabelecimentos de ensino;

    V assegurar processo de avaliao da aprendizagem escolar e a recuperao dos alunos com menor rendimento, em colaborao com todos os segmentos da Comunidade Escolar, objetivando a definio de prioridades e a melhoria da qualidade de ensino;

    VI promover atividades de estudo e pesquisa na rea educacional, estimulando o esprito de investigao e a criatividade dos profissionais da educao;

    VII emitir parecer concernente Superviso Educacional;

    VIII acompanhar estgios no campo de Superviso Educacional;

    IX planejar e coordenar atividades de atualizao no campo educacional; X propiciar condies para a formao permanente dos educadores em

    servio;

    XI promover aes que objetivem a articulao dos educadores com as famlias e a comunidade, criando processos de integrao com a escola;

    XII assessorar os sistemas educacionais e instituies pblicas e privadas nos aspectos concernentes ao pedaggica.

    2. Lei 132/1978

    SINTESE DOS DEVERES:

    Assessorar os sujeitos hierrquicos em assuntos da rea da superviso escolar; Participar do planejamento global da escola:

    Coordenar o planejamento do ensino e o planejamento do currculo; Orientar a utilizao de mecanismos e instrumentos tecnolgicos em funo

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    do estgio de desenvolvimento do aluno, dos graus de ensino e das exigncias do Sistema Estadual de Ensino do qual atua;

    Avaliar o grau de produtividade atingido nvel de Escola e nvel de atividades pedaggicas;

    Assessorar aos outros servios tcnicos da escola, visando manter coeses na forma de se permitir os objetos propostos pelos sistemas Escolar;

    Manter-se constantemente atualizado com vistas a garantir padres mais elevados de eficincia e de eficcia no desenvolvimento do processo, de melhoria curricular em funo das atividades que desempenha.

    EXEMPLOS DE ATRIBUIES: Traar as diretrizes e metas prioritrias e serem ativadas no Processo de

    Ensino, considerando a realidade educacional de sistema, face aos recursos disponveis e de acordo com as metas que direcionam a ao educacional;

    Participar do planejamento global da escola, identificando e aplicando os princpios de superviso na Unidade Escolar, tendo em vista garantir o direcionamento do Sistema Escolar;

    Coordenar o planejamento de ensino, buscando formas de assegurar a participao atuante e coesiva da ao docente na consecuo dos objetivos propostos pela Escola;

    Realizar e coordenar pesquisas, visando dar um cunho cientfico ao educativa promovida pela Instituio;

    Planejar as atividades do servio de Coordenao Pedaggica, em funo das necessidades a suprir e das possibilidades a explorar, tanto dos docentes e alunos, como da comunidade;

    Propor sistemticas do fazer pedaggico condizente com as condies do ambiente e em consonncia com as diretrizes curriculares;

    Coordenar e dinamizar mecanismos que visam instrumentalizao aos professores quanto ao seu fazer docente.

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    O Supervisor Escolar, a partir da promulgao da atual LDB 9394/96, recebeu o grande compromisso de coordenar a elaborao e acompanhar a execuo da proposta pedaggica, com a participao da comunidade escolar, num trabalho conjunto com a direo escolar e a orientao educacional.

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    UNIDADE 6 PRTICAS E TCNICAS DA SUPERVISO EDUCACIONAL

    Ao definir as prticas do supervisor educacional verifica-se que o mesmo tem diversas atuaes que vai do atendimento ao global da escola, do atendimento Secretaria de Educao e ao diretor ao atendimento aos alunos e sua famlia, perpassando pelos professores, secretrios e orientadores.

    O supervisor educacional realiza trabalhos diversos como:

    - Participar da elaborao de documentos diversos da escola como Regimento Escolar, Proposta Pedaggica, Calendrio, Plano Curricular e outros;

    - Fazer um cronograma anual de reunies com professores, pais e alunos;

    - Orientar os professores na elaborao do Plano Anual de curso e no Plano de Interveno Pedaggica

    - Controlar as aulas dadas e previstas no plano curricular;

    - Verificar dirios de classe e orientar os professores no preenchimento do mesmo;

    - Realizar levantamentos estatsticos de rendimento dos alunos;

    - Assistir aulas dos professores com o objetivo de obter dados para a possvel orientao sobre mtodos, procedimentos, utilizao de recursos, linguagem utilizada, etc;

    - Comunicar direo, caso comprovado, a necessidade de troca de professores regentes, no caso de absentesmo;

    - Acompanhar a escolha do livro didtico e sua utilizao no dia-a-dia pelos professores e alunos;

    - Confeccionar grficos demonstrativos dos rendimentos das turmas e dos alunos e fichas de controle como recursos prticos.

    - Coordenar os Conselhos de Classe;

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    - planejar eventos culturais e recreativos na escola, atividades extra-classe como excurses, visitas, etc.

    - Planejar, juntamente com os professores, as intervenes pedaggicas a serem aplicadas com os alunos com dificuldades de aprendizagem e as atividades de recuperao a serem aplicadas nas turmas ou para os alunos individualmente.

    - Acompanhar o processo de recuperao dos alunos que esto com mdias perdidas e aqueles que esto em progresso parcial;

    - Acompanhar a elaborao, aplicao e avaliao de projetos elaborados pelos prprios professores, pelos especialistas da escola ou enviados pela SEE, Superintendncias Regionais, MEC e outros;

    - Acompanhar o processo de aplicao e anlise dos resultados das avaliaes promovidas pelo PROEB, INEP e outros a nvel nacional, estadual, municipal ou mecanismos de avaliao criados pela prpria escola;

    - Promover a divulgao dos resultados das avaliaes para toda a comunidade escolar;

    - Receber os professores novatos e orient-los em tudo que for necessrio para a boa conduo das aulas;

    - Receber estgios de superviso e outros, providenciando o que for necessrio aos mesmos e encaminhando-os s salas de aulas;

    - Receber pais e orient-los no que for preciso com relao escola e seus filhos ou encaminh-los Orientao Educacional (quando a escola no conta com este especialista, suas funes recaem automaticamente ao supervisor)

    - Receber alunos novatos, e os outros que no so, no que for preciso com relao escola, seus professores, suas notas, seus documentos e outros, ou encaminh-los Orientao Educacional.

    Parecem variadas as atividades, mas o supervisor educacional deve estar atento, pois se o mesmo no tiver um planejamento dirio de suas atividades e uma posio firme poder acabar se tornando um bombeiro, quer dizer fica por conta dos problemas da escola, apagando fogo, ou ento um pau para toda obra, faz

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    um pouquinho de tudo e no final no faz nada de concreto e que realmente de sua funo.

    Entre as tcnicas de superviso temos:

    - Entrevista individual: que um encontro formal ou informal entre supervisor e professor para o repensar da prtica, planejar aulas e avaliar o trabalho;

    - Observao: esta observao dever ser prtica e objetiva com o objetivo de acompanhar todo o processo de ensino e de aprendizagem que ocorre na escola e principalmente nas salas de aulas;

    - Visitas s salas de aula: visita do supervisor s salas de aula para o acompanhamento do trabalho do professor e do rendimento e disciplina dos alunos;

    - Aulas de demonstrao: aulas modelos ministradas pelo supervisor, ou por outro professor, com o objetivo de mostrar como se deve proceder ou desenvolver tal assunto ou aplicar tal material.

    - Ajuda tcnica a professores: assistncia especializada aos professores na soluo de seus problemas cotidianos quando as conversas, as visitas na sala, as aulas de demonstrao no conseguem resolver o caso;

    - Reunies: podem ser feitas com grupos de professores, com todos, ou com alguns somente, dependendo do objetivo das mesmas, porm sempre devero ser bem planejadas;

    - Promoo de palestras, seminrios, mesa redonda, encontros onde podem ser estudados e colocados para reflexo e discusso diversos temas educacionais, podem acontecer trocas de experincias e ideias;

    - Programao de Grupos de Estudos visando o cumprimento do mdulo II, previsto por lei;

    - Promoo da Formao em Servio: trabalho de aperfeioamento da formao docente que pode ser realizado na prpria escola ou parceria com outras instituies como universidades e outros.

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    UNIDADE 7 - O SUPERVISOR EDUCACIONAL E A FORMAO DE PROFESSORES

    O trabalho do Supervisor escolar influencia diretamente no dia-a-dia de educadores e alunos. O supervisor pode se valer de oportunidades para conseguir o seu objetivo mximo: melhorar a situao ensino - aprendizagem atravs de aperfeioamento do professor.

    O papel do supervisor mediar relao professor/aluno no processo de ensino-aprendizagem, acolher o professor em sua realidade, criticar os acontecimentos, instigando a compreenso prpria da participao do professor em questes educacionais, trabalhar encima da ideia de processo de transformao, buscar caminhos alternativos, acompanhar a caminhada coletivamente.

    O supervisor ao avaliar o professor, numa perspectiva formativa, deve ficar atento s seguintes caractersticas do mesmo:

    - experincia anterior;

    - conhecimento de mtodos, tcnicas, procedimentos, didtica em geral;

    - nvel de leitura e escrita - Ser bem informado requesito bsico para qualquer professor, Por meio desse tipo de leitura o docente pode se atualizar profissionalmente, conhecendo novas metodologias e os resultados das ltimas pesquisas em sua rea;

    - Postura pessoal: Bom relacionamento com os colegas fundamental. Nesse ponto se inclui a capacidade de trabalhar em equipe. O professor deve ter facilidade para estabelecer relaes entre seu trabalho e dos colegas. S assim a escola poder obter bons resultados em projetos interdisciplinares;

    - atualizao Constante: importante estar sempre se reciclando por meio de cursos ou da participao em congressos e seminrios. Os temas podem ser relacionados disciplina especfica lecionada pelo professor ou mesmo a assuntos mais gerais;

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    - Domnio de Classe: o Professor deve saber estabelecer regras junto com sua turma. Cabe a ele fazer valer essas regras de maneira justa e democrtica. preciso mostrar aos estudantes as consequncias de suas atitudes na classe, na escola ou na sociedade.

    - Caractersticas Pessoais: De acordo com a linha da escola, ser pedido um perfil do professor. Porm, h caractersticas valorizadas de maneira geral, como a criatividade, o dinamismo, a flexibilidade e a capacidade de adaptar-se a mudanas. O foco da ateno do supervisor no trabalho de formao tanto individual quanto coletivo, para contribuir com o aperfeioamento profissional de cada professor e ao mesmo tempo ajudar a constitu-los enquanto grupos.

    Saber mediar as prticas do professor no tarefa fcil, exige do supervisor uma avaliao sistematizada e constante da atuao do docente dentre outras questes.

    Um supervisor deve estar disposto a aprender o tempo todo, a pesquisar, a investir na prpria formao utilizando a criatividade, a inteligncia, a sensibilidade e a capacidade de interagir com outras pessoas que estejam ao seu redor. Deve considerar que a sua responsabilidade vai alm da sala de aula, colaborando na articulao entre escola e comunidade. Ao Supervisor Escolar compete fazer a leitura dos percursos de vida institucionais, provocar a discusso e a negociao de ideias, promover a reflexo e a aprendizagem em equipe, organizar o pensamento e a ao do coletivo das pessoas como indivduos.

    O comprometimento do Supervisor e dos educadores com as transformaes que ocorrem fundamental e isso se d atravs do dilogo entre os mesmos a fim de alcanar a construo da relao de mediao. Nesse sentido possvel que o Supervisor seja fonte de inspirao dos seus professores, conduzindo-os a uma reflexo crtica da realidade e do mundo.

    Para um trabalho eficiente do supervisor educacional na busca da formao do professor a ao supervisora deve estar fundamentada em trs dimenses bsicas: procedimental (saber fazer), conceitual (saber sobre) e atitudinal (saber ser).

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    A dimenso procedimental composta por tcnicas, habilidades ou procedimentos, mtodos, caminhos para concretizar aquilo que se buscam. So os procedimentos que permitem nossa interao e ao no mundo.

    Na dimenso conceitual so englobados conceitos, fatos e princpios, sintetizando aquilo que o supervisor sabe sobre tudo que prope.

    A dimenso atitudinal a condio de estar ligada a um valor, a tica, a moral, todos os valores de uma prtica. A sensibilidade uma das grandes virtudes da funo supervisora, a capacidade perceber o outro, reconhecer seu potencial, valor, caractersticas, as diferenas entre os atores, evitar generalizaes, dar leveza ao trabalho de formao, alm disso, ainda passar confiana, conquistar a confiana de todos no se utilizando de autoritarismo, mas buscando construir um relacionamento baseado na confiana, atravs de atitudes concretas no cotidiano do trabalho.

    Para Demailly (1992), so quatro os modelos tericos de formao continuada de professores: o universitrio, o escolar, o contratual e o interativo-reflexivo. A forma interativo-reflexiva caracteriza-se por estar ligada situao de trabalho e resoluo de problemas reais, com a ajuda mtua entre os membros do grupos. na forma interativo-reflexiva que o supervisor deve investir e buscar proporcionar aos professores para que os mesmos estejam sempre em processo de formao continuada.

    Sobre a superviso como um dos componentes da formao de professores, Isabel Alarco (2001), retrata seis abordagens supervisivas diferentes:

    1 Artesanal:... consiste em colocar o aprendiz de professor junto do mestre professor, o prtico experiente, aquele que sabe como fazer e quer transmitir sua arte ao novato que o torna como modelo

    2 Comportamentalista: ... assenta na convico da existncia de um corpo de conhecimentos profissionais, consignados em modelos e tcnicas enquadrados

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    por teorias cientficas que os candidatos a professor deveriam aprender a dominar, numa perspectiva de racionalidade cientfica ou tcnica.

    3 Clnica: ... toma a sala de aula como espao clnico no qual se observa-se diagnostica e se experimenta e considera o supervisor como o colega, o colaborador, aquele que orienta, apoiando, questionando e disponibilizando-se para ajudar o outro colega.

    4 Reflexiva ... alicera a metodologia formativa na reflexo como forma de desenvolver um conhecimento profissional contextualizado e sistematizado numa permanente dinmica interativa entre a ao e o pensamento.

    5 Ecologia ...tomam-se em considerao as dinmicas sociais e, sobretudo, a dinmica do processo sinergtico da interao entre o sujeito e o meio que o envolve. A superviso, como processo enquadrador da formao, tem como funo proporcionar e rendibilizar as experincias diversificadas em contextos diferentes, originando interaes, experincias e transies ecolgicas que se constituem em etapas de desenvolvimento formativo.

    6 Dialgica ... valoriza o papel da linguagem no dilogo comunicativo, na construo da cultura profissional e no respeito pela alteralidade assumida na ateno a conceder voz do outro e na considerao de supervisores e professores como parceiros na comunidade profissional.

    Tendo em vista essas abordagens percebemos algumas dimenses de anlise que seriam: realidade profissional; acesso realidade; objeto de formao; metodologia de formao; interao pessoa/grupo; local privilegiado de formao; funo supervisora e avaliao.

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    Segundo o PNE (Plano Nacional de Educao) a qualificao do pessoal docente se apresenta como um dos maiores desafios educacionais. Sendo a qualidade do ensino e da aprendizagem o objeto essencial de todos os que atuam na escola e essencialmente da ao supervisora, a formao do prprio supervisor e dos professores extremamente necessria, cabendo ao supervisor educacional a funo de criar condies para que esta formao acontea de forma contnua, com qualidade e com resultados.

    A superviso tem um papel poltico, pedaggico e de liderana no espao escolar, penso que necessrio sempre ressaltarmos; sem desconsiderar o restante da equipe, mas o supervisor escolar deve ser inovador, ousado, criativo e sobretudo um profissional de educao comprometido com o seu grupo de trabalho.

    Para a reflexo sobre o papel do supervisor educacional mediante tantas divergncias e conflitos no campo escolar a histria a seguir um bom comeo:

    Os cortadores de pedras

    DDooiiss ccoorrttaaddoorreess ddee ppeeddrraa eessttaavvaamm ttaallhhaannddoo bbllooccooss qquuaaddrraaddooss..

    AAllgguumm qquuee ppaassssaavvaa ppeerrgguunnttoouu--llhheess oo qquuee eessttaavvaamm ffaazzeennddoo..

    OO pprriimmeeiirroo ooppeerrrriioo ccoomm uummaa eexxpprreessssoo aammaarrggaa,, rreessmmuunnggoouu::

    -- EEssttoouu ccoorrttaannddoo eessttaa mmaallddiittaa ppeeddrraa ppaarraa ffaazzeerr uumm bbllooccoo..

    OO sseegguunnddoo,, qquuee ppaarreecciiaa mmaaiiss ffeelliizz ccoomm sseeuu ttrraabbaallhhoo,, rreepplliiccoouu oorrgguullhhoossaammeennttee::

    -- FFaaoo ppaarrttee ddee uumm ggrruuppoo qquuee eesstt ccoonnssttrruuiinnddoo uummaa ccaatteeddrraall..

    AAuuttoorr ddeessccoonnhheecciiddoo

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    UNIDADE 8 O SUPERVISOR EDUCACIONAL E OS PARCEIROS DE TRABALHO

    O supervisor educacional deve ter seu papel definido no mbito escolar, embora muitas vezes ele seja um profissional que assume diversas obrigaes que no so suas. Portanto, uma boa relao com os outros funcionrios da escola um bom caminho para que o trabalho seja menos penoso e que os objetivos sejam alcanados trazendo grandes resultados para toda a comunidade.

    Relacionar-se dar e receber ao mesmo tempo, abrir-se para o novo. E na profisso de educadores e educadoras existem caractersticas prprias que devem ser levadas em conta, uma vez que lidam com a formao de seres humanos e trabalham com os aspectos cognitivos e afetivos, o que exige uma diversificao de atitudes para atender s diferentes demandas escolares e sociais. A interao em qualquer ambiente que seja nasce da aceitao, desprendimento e acolhimento.

    A cada momento nos deparamos com uma multiplicidade de percepes diferenciadas e condizentes com indivduos que so verdadeiros universos nicos em termos bio-psico-sociais. Lidar com esta diversidade essencial ao desenvolvimento das relaes interpessoais, portanto quanto mais elaboradas, conscientes e respeitosas estas relaes sejam, maior ser a extenso das conquistas em estruturas de pensamento individual. Indivduos que dispem de conhecimentos especficos e no se permitem submet-los a trocas, a equivalncias e a prova mediante interaes pessoais e grupais deixam de receber contribuies que, muitas vezes, no integram seu particular campo perceptual e de conhecimentos. As trocas interpessoais so incessantes e permeiam todo e qualquer procedimento de aprendizagem.

    O ambiente escolar, em todo o seu conjunto, um verdadeiro fenmeno social. Tudo que ocorre no contexto social maior ali estar representado. Lidar com as conexes que emergem e esto subjacentes nesse espao exigem perspiccia e atitudes de observao e pesquisa continuada por parte do professor e de todos que ali trabalham e para lidar com as contradies que naturalmente surgem na

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    convivncia em um grupo, em especial to complexo como o escolar, preciso ter entendimento da importncia da auto-aceitao e do auto-respeito. Maturama (1999), cita que "sem aceitao e respeito por si mesmo no se pode aceitar e respeitar o outro, e sem aceitar o outro como legtimo outro na convivncia, no h fenmeno social" (p. 31).

    No ambiente escolar, como em qualquer outro setor profissional, a valorizao do ser deve vir antes de qualquer coisa, pois antes de ser aluno, professor, servente, vigilante, diretor, o indivduo uma pessoa, dotada de raciocnio, de sentimentos, de desejos e expectativas de ver no outro a confirmao do bem e do carinho natural que deve existir entre os seres.

    Existe hoje, graas s pesquisas cientficas realizadas nas ltimas dcadas, a compreenso de que o emocional exerce grande influncia na produo do trabalho humano e esse o grande interesse do momento.

    Miranda e Miranda (1983) citam que estudos teraputicos realizados por Rogers e Carkhuff identificaram seis dimenses bsicas de atitudes construtivas que so vlidas para o processo de ajuda como um todo. Essas atitudes esto relacionadas s habilidades interpessoais de pessoas capazes de influenciar as outras:

    1. Empatia: Capacidade de se colocar no lugar do outro, de modo a sentir o que se sentiria caso se estivesse no seu lugar;

    2. Aceitao incondicional ou respeito: capacidade de acolher o outro integralmente, sem que lhe sejam colocadas quaisquer condio e sem julg-lo pelo que ele , sente, pensa, fala ou faz;

    3. Congruncia: Capacidade de ser real, de se mostrar ao outro de maneira autntica e genuna, expressando atravs de suas palavras ou atos seus verdadeiros sentimentos;

    4. Confrontao: Capacidade de perceber e comunicar ao outro certas discrepncias ou incoerncias em seu comportamento - distncia entre o que ele fala e o que ele faz, entre o que ele fala e o que ele na realidade, entre o que ele fala e o que mostra;

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    5. Imediaticidade: Capacidade de trabalhar a prpria relao terapeuta-cliente, abordando os sentimentos imediatos que um experimenta pelo outro durante o processo.

    6. Concreticidade: Capacidade de decodificar a experincia do outro em elementos especficos, objetivos e concretos para que ele possa compreender sua experincia, s vezes confusa.

    A necessidade de ser trabalhado com e para os professores a questo da afetividade, por entender o quanto o ser humano precisa estar bem para poder lidar com os problemas das pessoas que fazem parte do seu ambiente. Partindo desse pressuposto, um professor emocionalmente equilibrado consegue intervir de forma adequada nas relaes conflituosas de sua sala de aula, ou seja, sua participao na vida de seus alunos tender a basear-se no respeito e na justia. O ambiente influencia muito nos diversos fatores do desenvolvimento humano, e o grau de satisfao do indivduo na escola determina tambm o quanto a aprendizagem ser alcanada, e isto precisa ser levado muito a srio por todos que lidam com a educao escolar.

    A relao saudvel com quem est na direo da escola muito importante para o supervisor educacional. O administrador escolar precisa muito do supervisor educacional como seu brao direito, seu apoio, na tomada de decises quer administrativas ou pedaggicas, alm de contar com a participao do mesmo na elaborao de importantes documentos da escola. O supervisor escolar pode ajudar e muito o administrador escolar na sua relao com a comunidade, pois o supervisor um elo importantssimo entre professores e direo, pais e direo, alunos e direo.

    O trabalho conjunto com o Orientador Educacional importantssimo. importante definir o foco do trabalho de cada um: o supervisor trabalha diretamente com o professor e o orientador com o aluno, porm ambos tm todas as suas intervenes voltadas para o processo de ensino e aprendizagem de qualidade que realmente eduque a criana, que proporcione o seu pleno desenvolvimento.

    Se o aluno no aprende, o orientador intervem procurando as causas e estas podem estar na metodologia utilizada pelo professor e na dificuldade de

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    relacionamento com o mesmo, ento o orientador pode estar atuando diretamente com este professor ou pedir ajuda ao supervisor. Tambm o supervisor atuando com o professor pode verificar que os mtodos e a postura do professor no tm produzido a aprendizagem em muitos de seus alunos, ento ela pode atuar com os alunos para fazer uma verificao, fazendo isso diretamente ou pedindo ajuda ao orientador educacional. Todas as aes de ambos especialistas devero estar voltadas para a melhoria da qualidade da educao e o pleno atendimento ao aluno que a razo da existncia da escola.

    Para o supervisor fundamental uma boa interao com todos os funcionrios da secretaria, pois justamente com eles que ela vai atuar na verificao de documentos de professores e alunos (dirios, pastas individuais, boletins, etc). O trabalho de um sempre depende da atuao do outro.

    A famlia tambm uma grande parceira do supervisor, pois atravs dela que o supervisor poder levantar os dados de que precisa com relao ao aluno ou ao trabalho do professor. Notificaes, entrevistas, reunies, atendimento individual, visitas so meios que o supervisor dever utilizar para estar sempre em contato com famlia. O repasse das informaes sobre todo o desenvolvimento do aluno, com relao notas e disciplina, sua famlia de responsabilidade do supervisor quando a escola no conta com o servio de orientao educacional.

    Os alunos so verdadeiros companheiros do supervisor, pois este o espelho que reflete todas as providncias que o supervisor deve tomar, todas as aes que o supervisor deve executar. O aluno como um termmetro que mede como vai indo o trabalho do professor, ento do aluno que devem recair a maioria das observaes do supervisor educacional.

    No fcil nenhuma convivncia humana, para a reflexo sobre a importncia da mesma vale a pena ler a lenda a seguir:

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    UMA LENDA CHINESA

    Autor desconhecido

    Era uma vez uma jovem chamada Lin, que se casou e foi viver com o marido na casa da sogra. Depois de algum tempo, comeou a ver que no se adaptava sogra. Os temperamentos eram muito diferentes e Lin se irritava com os hbitos e costumes da sogra, que criticava cada vez mais com insistncia.

    Com o passar dos meses, as coisas foram piorando, a ponto de a vida se tornar insuportvel. No entanto, segundo as tradies antigas da China, a nora tem que estar sempre a servio da sogra e obedecer-lhe em tudo.

    Mas Lin, no suportando por mais tempo a ideia de viver com a sogra, tomou a deciso de ir consultar um Mestre, velho amigo do seu pai. Depois de ouvir a jovem, o Mestre Huang pegou num ramalhete de ervas medicinais e disse-lhe: - Para te livrares da tua sogra, no as deves usar de uma s vez, pois isso poderia causar suspeitas. Vais mistur-las com a comida, pouco a pouco, dia aps dia, e assim ela vai-se envenenando lentamente.

    Mas, para teres a certeza de que, quando ela morrer, ningum suspeitar de ti, devers ter muito cuidado em trat-la sempre com muita amizade. No discutas e ajuda-a a resolver os seus problemas.

    Lin respondeu:

    - Obrigado, Mestre Huang, farei tudo o que me recomenda.

    Lin ficou muito contente e voltou entusiasmada com o projeto de assassinar a sogra.

    Durante vrias semanas Lin serviu, dia sim, dia no, uma refeio preparada especialmente para a sogra.E tinha sempre presente a recomendao de Mestre Huang para evitar suspeitas: controlava o temperamento, obedecia sogra em tudo e tratava-a como se fosse a sua prpria me.

    Passados seis meses, toda a famlia estava mudada. Lin controlava bem o seu temperamento e quase nunca se aborrecia. Durantes estes meses, no teve

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    uma nica discusso com a sogra, que tambm se mostrava muito mais amvel e mais fcil de tratar com ela. As atitudes da sogra tambm mudaram e ambas passaram a tratar-se como me e filha.

    Certo dia, Lin foi procurar o Mestre Huang, para lhe pedir ajuda e disse-lhe: - Mestre, por favor, ajude-me a evitar que o veneno venha a matar a minha

    sogra. que ela transformou-se numa mulher agradvel e gosto dela como se fosse a minha me. No quero que ela morra por causa do veneno que lhe dou.

    Mestre Huang sorriu e abanou a cabea:

    - Lin, no te preocupes. A tua sogra no mudou. Quem mudou foste tu. As ervas que te dei so vitaminas para melhorar a sade. O veneno estava nas tuas atitudes, mas foi sendo substitudo pelo amor e carinho que lhe comeaste a dedicar.

    Na China, h um provrbio que diz: A pessoa que ama os outros tambm ser amada.

    E os rabes tm outro provrbio: O nosso inimigo no aquele que nos odeia, mas aquele que ns odiamos.

    As pessoas que mais nos do dor de cabea hoje podero vir a ser as que mais nos daro alegrias no futuro.

    Invista nelas... cative-as, oua-as, cruze seu mundo com o mundo delas. Plante sementes. No espere o resultado imediato... colha com pacincia.

    Esse o nico investimento que jamais se perde. Se as pessoas no ganharem, voc, pelo menos, ganhar: Paz interior, experincia e conscincia de que fez o melhor.

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    UNIDADE 9 O ESTUDO NA PRTICA SUPERVISORA

    A dinmica do processo didtico de ensino e de aprendizagem solicita do supervisor hbito de estudo constante e que o mesmo incentive os professores a tambm adquirirem este hbito.

    Como princpios para estudo esto as legislaes referentes a todo o andamento escolar e estes estudos podem acontecer em reunies ou em grupos de estudo.

    Tambm cabe ao supervisor propiciar oportunidades de estudo e interlocuo dos professores, em atividades coletivas, que renam professores que desenvolvem um mesmo contedo nas diversas sries e nveis escolares; proporcionar oportunidades peridicas de reavaliao de currculo e programas; proporcionar oportunidades de estudo e decises coletivas sobre material didtico e tambm sobre os princpios, conceitos e ressignificaes da avaliao escolar.

    Cabe essencialmente ao supervisor educacional a condio de proporcionar momentos de estudo e discusso entre os professores sobre os fundamentos da aprendizagem e da dinmica da sala de aula, como a diversificao metodolgica, associada implementao de atividades; a considerao dos alunos e de seus interesses, que emergem de sua vivncia, quanto do movimento social e suas motivaes; a considerao de processos e recursos de avaliao e recuperao da aprendizagem.

    Alguns documentos da escola devem ser consultados pelo supervisor constantemente, so eles:

    1. Regimento Escolar: Documento legal, de carter obrigatrio, elaborado pela instituio escolar que fixa a organizao administrativa, didtica, pedaggica e disciplinar do estabelecimento que regula as suas relaes com o pblico interno e externo. Com origem na Proposta Pedaggica, o regimento escolar a ela se volta para conferir-lhe embasamento legal, incorporando no processo de sua elaborao os aspectos legais pertinentes e as inovaes propostas para o sistema de ensino,

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    assim como as decises exclusivas da escola no que concerne a sua estrutura e funcionamento. Por tratar-se de um texto legal, para a elaborao do regimento escolar devem ser observadas as normas sobre elaborao e redao de atos normativos.

    A Lei de Diretrizes e Bases da Educao (LDB) prev que o regimento escolar deve disciplinar os seguintes assuntos: a quem cabe elaborar e executar a Proposta Pedaggica e quem tem autonomia para sua reviso; incumbncia dos docentes; estudos de recuperao; reclassificao, considerando a normatizao do sistema de ensino; dias letivos e carga horria anual equivalente; classificao; sistema de controle e de apurao de frequncia; expedio de documentos escolares; e jornada de trabalho escolar.

    2. Projeto Poltico Pedaggico: Instrumento tcnico-poltico utilizado com base no princpio da escola autnoma, que pressupe a descentralizao administrativa e a autonomia financeira da escola. O projeto poltico pedaggico (PPP) contm a definio do contedo que deve ser ensinado e o que deve ser aprendido na escola. Ele caracteriza-se, principalmente, por expressar os interesses e necessidades da sociedade e por ser concebido e construdo com base na realidade local e com a participao conjunta da comunidade. O projeto poltico pedaggico passou a ter importncia a partir de meados da dcada de 90, quando o MEC passou a transferir recursos financeiros diretamente para as unidades escolares, de acordo com os princpios da descentralizao e da escola autnoma, estabelecido na Lei de Diretrizes e Bases da Educao de 1996.

    3. Projeto Pedaggico: Tambm chamado de proposta pedaggica, um instrumento de carter geral, que apresenta as finalidades, concepes e diretrizes do funcionamento da escola, a partir das quais se originam todas as outras aes escolares. No h um padro de proposta pedaggica que atenda a todas as escolas, pois cada unidade escolar est inserida num contexto prprio, determinado por suas condies materiais e pelo conjunto das relaes que se estabelecem em seu interior e entorno social. Assim, cada escola deve desenvolver o seu modelo,

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    aquele que melhor expressa sua identidade e seu compromisso com o aluno, com a comunidade, com a educao.

    A ideia de projeto pedaggico entende que ele deve ter uma construo coletiva, com a participao ativa de todos os envolvidos (alunos, pais, professores, funcionrios, representantes da comunidade, etc). Alguns aspectos considerados relevantes na elaborao do documento final do projeto pedaggico so: Histrico e identificao da instituio de ensino e da entidade mantenedora; Fins e princpios norteadores; Diagnstico e anlise da situao da escola; Definio dos objetivos educacionais e metas a serem alcanadas; Seleo das aes; Organizao curricular; Forma de gesto administrativa e pedaggica da escola; Avaliao; Organizao da vida escolar e do regime escolar; Capacitao continuada de pessoal; Profissionais envolvidos na Proposta Pedaggica; e Anexos.

    O projeto pedaggico de uma instituio no deve se caracterizar apenas como o cumprimento de um requisito legal. A compreenso deve estar no, envolvimento da comunidade escolar na sua construo e principalmente na sua funo de guiar os trabalhos desenvolvidos na instituio. Assim, com relao ao Projeto pedaggico Institucional, tarefa da equipe pedaggica: desenvolver processos de acompanhamento e avaliao atravs da anlise de informaes relativas as aes previstas.

    Partindo da participao na elaborao da Proposta Pedaggica da escola e da constante leitura da mesma que o supervisor e os professores tero subsdios para a elaborao de todos os planejamentos de seu trabalho.

    Na concepo de um projeto de escola pblica, gratuita e de qualidade o Projeto Pedaggico Institucional tem sido apontado como um instrumento pedaggico e poltico de mudana. O supervisor educacional ao ajudar na construo do PPI deve ter a inteno de definir a filosofia, as diretrizes, as metas e os fins da ao pedaggica para a formao de sujeitos capazes de intervirem e transformarem a realidade.

    4. Currculo Escolar: Conjunto de dados relativos aprendizagem escolar, organizados para orientar as atividades educativas, as formas de execut-las e suas

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    finalidades. Geralmente, exprime e busca concretizar as intenes dos sistemas educacionais e o plano cultural que eles personalizam como modelo ideal de escola defendido pela sociedade. A concepo de currculo inclui desde os aspectos bsicos que envolvem os fundamentos filosficos e sociopolticos da educao at os marcos tericos e referenciais tcnicos e tecnolgicos que a concretizam na sala de aula.

    A Lei de Diretrizes e Bases da Educao (LDB), de 1996, orienta para um currculo de base nacional comum para o ensino fundamental e mdio. As disposies sobre currculo esto em trs artigos da LDB. Numa primeira referncia, mais geral, quando trata da Organizao da Educao Nacional, define-se a competncia da Unio para "estabelecer em colaborao com os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, competncias e diretrizes para a educao infantil, o ensino fundamental e o ensino mdio, que nortearo os currculos e seus contedos mnimos, de modo a assegurar formao bsica comum" .

    Outras referncias, mais especficas, esto no captulo da Educao Bsica, quando se define que "os currculos do ensino fundamental e mdio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas caractersticas regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela" .

    Finalmente, so estabelecidas as diretrizes que devero orientar os "contedos curriculares da educao bsica", que envolvem: valores, direitos e deveres e orientao para o trabalho.

    A LDB sugere uma flexibilizao dos currculos, na medida em que se admite a incorporao de disciplinas que podem ser escolhidas levando em conta o contexto local. No ensino nas zonas rurais, por exemplo, admitida a possibilidade de um currculo "apropriado s reais necessidades e interesses dos alunos".

    A coordenao da avaliao do cumprimento do currculo fica a cargo do supervisor que dever proporcionar aos professores, pelo menos duas vezes ao ano, a oportunidade para analisarem o que conseguiram ou deixaram de conseguir ao longo do semestre, o que lhes dificultou ou facilitou a tarefa, como aconteceu a adequao dos programas, dos mtodos, dos projetos, o valor dos objetivos que

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    impulsionaram todo o processo, como aconteceram os processos avaliativos e recuperativos.

    Considerando que currculo um processo de produo e/ou construo do conhecimento, a partir de experincias de vida dos professores e alunos, situados num contexto scio-histrico mais amplo, a organizao curricular deve levar em considerao as relaes entre os agentes sociais que dela participam num espao e num tempo determinado e a definio de um suporte terico que a sustente.

    Nos dias de hoje, o currculo, deve trabalhar em prol da formao das identidades abertas pluralidade cultural, desafiadoras de preconceitos em uma perspectiva de educao para a cidadania, para a paz, para a tica nas relaes interpessoais, para a crtica s desigualdades sociais e culturais. O currculo deve se voltar para a formao de cidados crticos, comprometidos com a valorizao da diversidade cultural, da cidadania e aptos a se inserirem num mundo global e plural, e o supervisor deve estar atento a isto.

    5. Calendrio Escolar: o Sistema de diviso do tempo que considera o ano letivo e estabelece os perodos de aula, de recesso e outras identificaes julgadas convenientes, tendo em vista o interesse do processo educacional e o disposto no projeto pedaggico.

    De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da educao (LDB), de 1996, na educao bsica, que engloba a educao infantil, o ensino fundamental e o ensino mdio, o calendrio escolar dever adequar-se s peculiaridades locais, inclusive climticas e econmicas, a critrio do respectivo sistema de ensino, sem com isso reduzir o nmero de horas letivas previsto nesta Lei.

    A LDB prev, ainda, que a educao bsica, nos nveis fundamental e mdio, ser organizada de acordo com as seguintes regras comuns para o calendrio escolar: a carga horria mnima anual ser de oitocentas horas, distribudas por um mnimo duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluindo o tempo a reservado aos exames finais, quando houver.

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    A LDB, no entanto, prev a possibilidade de ampliao dos dias e horas de aula de acordo com as possibilidades e necessidades das escolas e do sistema. Na oferta de educao bsica para a populao rural, por exemplo, os sistemas de ensino devem adequar o calendrio escolar s fases do ciclo agrcola e s condies climticas.

    Ferreira (1998, p.139) afirma:

    Um processo de gesto que construa coletivamente um projeto pedaggico de trabalho tem j, na raiz, a potncia da transformao. Por isso, necessrio atuar nas escolas com o mximo de competncia, a fim de que o ensino realmente se faa, a aprendizagem se realize, as convices se construam no dilogo e no respeito e as prticas se efetivem no companheirismo e na solidariedade

    Como referencial aos estudos podemos ter os seguintes documentos, alm de muitos outros:

    - Constituio da Repblica Federativa do Brasil promulgada em 5 de outubro de 1988 - Artigos: do 5 ao 16; 37 a 41; 59 a 69; 205 a 214; 226 a 230.

    - Emenda Constitucional n 19, de 4 de junho de 1998. - Emenda Constitucional n 20, de 15 de dezembro de 1998.

    - Lei n 8069, de 13 de julho de 1990 - Dispe sobre o Estatuto da Criana e do Adolescente.

    - Lei n 9394, de 20 de dezembro de 1996 - Estabelece as Diretrizes e Bases da Educao Nacional.

    - Lei n 9424, de 24 de dezembro de 1996 - Dispe sobre o Fundo de Manuteno e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorizao do Magistrio.

    - Parecer CNE/CEB n 04/98 e Resoluo CNE/CEB n 02/98 - Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental.

    - Parecer CNE/CEB n 15/98 Resoluo CNE/CEB n 03/98 - Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Mdio.

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    - Parecer CNE/CEB n 22/98 e Resoluo CNE/CEB n 01/99 - Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Infantil.

    - Parecer CNE/CEB n 17/01 e Resoluo CNE/CEB n 02/01 - Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Especial.

    - Parecer CNE/CEB n 14/99 e Resoluo CNE/CEB n 03/99 - Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Indgena.

    - Parecer CNE/CEB n 01/99 e Resoluo CNE/CEB n 02/99 - Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formao de Professores na Modalidade Normal de Nvel Mdio.

    - Parecer CNE/CEB n 11/2000 e Resoluo CNE/CEB n 01/2000 -Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao de Jovens e Adultos.

    - Parecer CNE/CEB n 16/99 e Resoluo CNE/CEB n 04/99 - Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Profissional de Nvel Tcnico.

    - Parecer CEE n 67/98 - Normas Regimentais Bsicas para as Escolas Estaduais.

    BRASIL. Ministrio da Educao e do Desporto. Secretaria da Educao Fundamental. Parmetros curriculares nacionais: 1 a 4 sries do Ensino Fundamental; introduo dos Parmetros Curriculares. Braslia: MEC/SEF, 1997. Secretaria da Educao Fundamental. Parmetros curriculares nacionais: 5 a 8 sries do Ensino Fundamental; introduo dos Parmetros curriculares. Braslia: MEC/SEF, 1998.

    Secretaria da Educao Fundamental. Parmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental; temas transversais. MEC/SEF, 1998 Secretaria de Educao Mdia e Tecnolgica. Parmetros curriculares nacionais: ensino mdio; bases legais. Braslia: MEC/SEMTEC, 1999.

    PLANO NACIONAL DE EDUCAO MEC

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    UNIDADE 10 - MECANISMOS QUE AUXILIAM O TRABALHO DO SUPERVISOR EDUCACIONAL

    O supervisor o articulador do Projeto Poltico-Pedaggico, da instituio, com os campos administrativos e comunitrios; deve circular entre os elementos do processo educacional cabendo-lhe a sistematizao e integrao do trabalho no conjunto, caminhando na linha da interdisciplinaridade.

    Alguns mecanismos so importantes para um trabalho verdadeiramente coletivo e participativo entre superviso e comunidade escolar. Uma boa conceituao de cada parceiro no trabalho coletivo democrtico necessria, no Dicionrio Interativo da Educao Brasileira EducaBrasil, encontra-se as seguintes definies:

    1 - Associao de Pais e Mestres: Entidade civil com personalidade jurdica prpria, sem carter lucrativo, formada por pais, professores, alunos e funcionrios da escola. Geralmente, regida por estatuto ou regulamento prprio definido por seus membros, de acordo com a legislao em vigor e as diretrizes do colegiado da unidade escolar. Algumas das responsabilidades da APM so: analisar e estudar os seus estatutos, procedendo s necessidades de mudana para a realidade da escola e comunidade junto ao conselho deliberativo; aprovar o estatuto em assemblia geral; administrar a associao segundo as normas expressas no estatuto; e manipular recursos financeiros oriundos de promoes realizadas pela comunidade e de convnios firmados com a secretaria de Educao, aprovados pelo colegiado nas escolas.

    2 - Colegiado Escolar: rgo coletivo, consultivo e fiscalizador que atua nas questes tcnicas, pedaggicas, administrativas e financeiras da unidade escolar. Como rgo coletivo, adota a gesto participativa e democrtica da escola, a tomada de deciso consensual, visando melhoria da qualidade do ensino. Embora com este nome, suas funes, sua estrutura e constituio so semelhantes s do

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    conselho escolar. O Colegiado Escolar geralmente constitudo pelo diretor da unidade escolar e por representantes dos segmentos de professores, coordenadores pedaggicos, funcionrios, alunos, pais ou responsveis legais pelos alunos, de acordo com as normas definidas em estatuto.

    As funes do Colegiado Escolar so exercidas nos limites da legislao em vigor, das diretrizes da poltica traadas pelas Secretarias de Educao, a partir do compromisso com a universalizao das oportunidades de acesso e permanncia na escola pblica de todos os que a ela tm direito.

    4. Conselho Escolar: rgo colegiado composto por professores, especialistas, funcionrios operacionais, pais e alunos da unidade escolar, obedecendo ao princpio da representao. A principal ao do Conselho deliberar sobre: diretrizes e metas da unidade escolar; soluo para os problemas de natureza administrativa e pedaggica; atendimento psico-pedaggico e material ao aluno; integrao escola-famlia-comunidade; criao e regulamentao das instituies auxiliares; aplicao dos recursos da Escola e das instituies auxiliares; homologar a indicao do vice-diretor quando oriundo de uma outra unidade escolar; aplicao de penalidades disciplinares aos funcionrios, servidores e alunos do estabelecimento de ensino.

    O conselho de escola tambm responsvel pela elaborao do calendrio e do regimento escolar. A participao no conselho no obrigatria, pois seus membros so eleitos por seus pares.

    5 Grmio Estudantil o rgo mximo de representao dos estudantes a servio da ampliao da democracia na escola, atravs de suas funes de representao e organizao dos alunos, contribui para a efetivao de uma educao emancipatria e transformadora.

    O supervisor educacional no atua diretamente em nenhum dos Conselhos acima citados, mas poder servir dos mesmos, ouvindo-os, acatando suas

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    sugestes para a tomada de decises e replanejamentos, tendo em vista sempre, a participao de todos os segmentos da comunidade escolar na busca da qualidade da educao.

    6. Conselho de Classe um rgo colegiado, presente na organizao escola, em que os professores de diversas disciplinas, juntamente com a direo, equipe pedaggica e alunos representantes de turma, renem-se para refletir, avaliar e propor aes no acompanhamento pedaggico da escola.

    Ao Conselho de Classe dever ser dada uma extrema importncia pois neste momento que poder ser feita uma anlise de todas as turmas e todos os alunos, social e intelectualmente, dos grupos e dos alunos como indivduos, cabendo ao supervisor a coordenao para que das reunies do Conselho saiam propostas de providncias e encaminhamento de solues para os problemas de rendimento e aproveitamento escolar, de forma mais objetiva e prtica possvel.

    Para o devido acompanhamento dos Conselhos de Classe o supervisor dever elaborar uma Ficha para Anlise da Turma, onde na mesma conste os aspectos sociais (tipos de comportamento observados), aspectos intelectuais ( evidncias observveis) nmero de alunos com aproveitamento insuficiente (colocar por disciplina), ao conjunta dos professores e especialistas, tendo em vista os aspectos analisados.

    O Conselho de Classe tambm uma oportunidade de reflexo e auto-anlise do professor, como agente de educao, medindo, portanto, o seu desempenho e os seus resultados.

    necessrio que o supervisor garanta a participao de todos os participantes dos Conselhos de Classe, a fim de que assumam o papel de co-responsveis na construo de um ensino de qualidade para a atual clientela e para que isso acontea preciso preparar um novo supervisor, libertando-o de suas marcas de autoritarismo redefinindo seu perfil, desenvolvendo caractersticas de coordenador, colaborador e de educador, para que consigamos implementar um processo de planejamento participativo que vise o aprimoramento da qualidade da educao, tendo como foco o aluno e todo o processo ensino-aprendizagem.

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