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    Deixis

    A deixis designa o conjunto de palavras ou expresses (expresses deticas) que tm como

    funo apontar para o contexto situacional. Assim, assinalam o sujeito que enuncia (locutor),

    o sujeito a quem se dirige (interlocutor), o tempo e o espao da enunciao. Em funo da sua

    natureza detica, possvel apresentar a seguinte classificao:. Detico pessoal indica as pessoas do discurso (locutor e interlocutor); integram este grupo

    os pronomes pessoais (ex: tu, me, ns, etc.), determinantes e pronomes possessivos (ex: o

    meu, o vosso, teu, etc.), sufixos flexionais de pessoa-nmero (ex: falas, falamos, etc.), bem

    como vocativos. EX: Aceita que eu exista como os sonhos.; Quando eu disser no ouas.

    . Detico espacial assinala os elementos espaciais, evidenciando a relao de maior ou menor

    proximidade relativamente ao lugar ocupado pelo locutor; integram este grupo os advrbios ou

    locues adverbiais de lugar (ex: aqui, c, alm, l de cima, etc.), os determinantes e

    pronomes demonstrativos (ex: este, essa, aquilo, etc.), bem como alguns verbos que indicam

    movimento (ex: ir, partir, chegar, aproximar-se, afastar-se, entrar, sair, subir, descer, etc.).

    EX: Vamos at ali.

    . Detico temporal localiza fatos no tempo; integram este grupo os advrbios, locues

    adverbias ou expresses de tempo (ex: amanh, ontem, na semana passada, no dia seguinte,

    etc.) e sufixos flexionais de tempo-modo-aspeto (ex: falarei, falveis, etc.). EX: Depois de

    amanha serei outro.

    . Detico social assinala a relao hierrquica existente entre os participantes da interao

    discursiva e os papis por eles assumidos (ex: o senhor, vossa excelncia, senhor diretor, etc.)

    EX: Eu quero prevenir j o senhor doutor que ele no est bom da cabea.

    Atos de Fala

    Sempre que algum fala, realiza em simultneo trs aes:

    Ato locutrio - enunciao de palavras ou frases que veiculam uma determinada mensagem;

    Ato ilocutrio - ao proferir um enunciado, o locutor realiza uma ao (ex: prometer, ordenar,

    pedir, etc.);

    Ato perlocutrio - resultado ou efeito provocado no interlocutor por um determinado ato

    ilocutrio (ex: convencer, persuadir, assustar, etc.).

    Considere-se o seguinte exemplo, enunciado por um professor na sala de aula:

    - Est a ficar escuro!

    Este enunciado um ato locutrio, na medida em que o professor pronuncia uma frase que

    obedece s regras gramaticais e contextualmente correta.

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    tambm um ato ilocutrio, pois trata-se da ao de afirmar ou de ordenar (indiretamente)

    que levar a uma determinada ao por parte do interlocutor.

    A ao realizada pelo interlocutor constitui o ato perlocutrio. Neste caso, a enunciao pode

    levar um aluno a acender a luz ou a abrir os estores.

    Atos Ilocutrios

    possvel classificar os atos ilocutrios com base nas intenes comunicativas (objetivoilocutrio) e na funo que assumem no contexto da sua enunciao (fora ilocutria).

    Dois enunciados podem ter o mesmo objetivo ilocutrio mas foras ilocutrias distintas. Por

    exemplo, uma ordem e um pedido tm o mesmo objetivo ilocutrio (levar algum a agir), no

    entanto as suas foras ilocutrias so diferentes, j que o primeiro tem a fora ilocutria de

    uma ordem e o segundo a de um pedido.

    Tipo Objetivo ilocutrio

    Atos ilocutrios

    assertivos

    Descrever um determinado estado de coisas e exprimir a

    crena na verdade do seu enunciado (1).

    Atos ilocutrios

    diretivos

    Levar o interlocutor* a praticar uma ao futura, que

    pode ser de natureza verbal [ato ilocutrio diretivo de

    resposta verbal: perguntas (2)] ou no verbal [ato

    ilocutrio diretivo de resposta no verbal (3)].

    Atos ilocutrioscompromissivos Comprometer o locutor*1 relativamente prtica de umaao futura (4).

    Atos ilocutrios

    expressivos

    Exprimir o estado psicolgico do locutor relativamente ao

    contedo do seu enunciado, sendo necessrio que este

    seja sincero naquilo que exprime. Podem ser realizados

    utilizando verbos como agradecer (5) ou lamentar (6);

    frases e expresses exclamativas com adjetivos

    valorativos (7) ou ainda frases exclamativas com verbos

    de valor afetivo como adorar (8), gostar, odiar, etc.

    Atos ilocutrios

    declarativos

    Ciar uma nova realidade, capacidade que lhe advm do

    seu estatuto institucional (9).

    Atos ilocutrios

    indiretos

    Transmitir no enunciado do locutor mais do que aquilo que

    realmente diz, ou transmitir algo diferente (10).

    *1 a quem a frase se dirige *2 quem anuncia a frase

    EX: (1) No percebo esta matria.

    (2) O que pensas deste filme?

    (3) Conduz mais devagar!

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    (4) Prometo que estarei l hora marcada.

    (5) Obrigada pela folha.

    (6) Lamento o atraso.

    (7) Boa noite!

    (8) Adoro viajar!

    (9) Declaro-vos marido e mulher.

    (10) Sabe onde fica o Centro de Congressos?

    o que o locutor quis de fato transmitir foi diga-me onde fica o Centro de Congressos.

    Reproduo do discurso no discurso

    Quando relata um discurso anteriormente proferido, o locutor reproduz, no seu prprio discurso,

    o discurso de outro locutor expresso noutra situao de enunciao. H cinco grandesmodalidades de reproduo do discurso no discurso:

    . Discurso Direto

    o modo de enunciao que reproduz o discurso de locutores ocorrido em situao

    enunciativas anteriores, tal como foi dito ou pensado. Quando se trata de um texto ficcional, o

    narrador coloca as prprias personagens a apresentar diretamente as suas palavras.

    Geralmente introduzido por verbos de tipo declarativo (ex.: dizer, afirmar, etc.) que podem

    surgir no incio, no meio ou no fim do relato, carateriza-se pela utilizao de alguns sinaisauxiliares que permitem identificar um novo enunciado de um locutor: travesses, por exemplo.

    E foi j ao caf que uns gachos fizeram o favor de servir mesa, [], que Joel se inclinou um

    pouco para Carmos Vermelho e ciciou:

    Precisava de falar contigo

    . Discurso Direto Livre

    um modo de relato de discurso frequente na literatura atual, permitindo criar novos efeitos

    estticos pelas possibilidades de maior liberdade narrativa que oferece. As falas ou ospensamentos das personagens aparecem imersos no discurso do narrador e desaparecem as

    marcas formais que assinalam a mediao do narrador (mudana de pargrafo, aspas, uso de

    travesses, etc.).

    J no via as pessoas. Passava o tempo a falar com elas mas tinha deixado de as ver. As

    pessoas comeavam logo de manh a falar. A primeira era a voz do canalizador que tinha

    ficado de ir s oito e meia mas no tinha podido aparecer e por isso pede muita desculpa mas

    agora s daqui a dois meses e trs e dois minutos que volta a ter tempo para ocupar-se

    daquele assunto da banheira bem vistas as coisas no assim to urgente ele at tinha um

    problema semelhante na casa do engenheiro nunes no sei se conhece o senhor engenheiro

    aquele que trabalha na cmara e por isso isto da banheira arruma-se de vez l para julho em

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    todo o caso ainda antes das frias porque depois metem-se as frias e o diabo.

    . Discurso Indireto

    O discurso indireto implica uma enunciao indireta, na medida em que um locutor ou narrador

    se apropria de um discurso proferido anteriormente para o reproduzir sua maneira. Este tipo

    de discurso geralmente introduzido por verbos declarativos (dizer, afirmar, responder, etc.).

    Eva quis saber mais sobre este Dalai-Lama de que tanto se falava. Maria das Dores disse que a

    perita era a irm, que tinha melhores olhos e conseguia ler a letra pequenina.

    . Discurso Indireto Livre

    Neste modo de relato de discurso, a enunciao do locutor-relator funde-se com a enunciao

    do primeiro locutor, sendo difcil fazer a sua identificao, ao contrrio do que se verifica no

    discurso direto e no discurso indireto.

    . Citao

    A citao um texto ou excerto reproduzido noutro discurso, fazendo-se referncia ao autor

    e/ou obra a que pertence. Assinala-se graficamente com aspas ou com um tipo de letra

    diferente e so uma das manifestaes da intertextualidade.

    A principal mudana de natureza fonolgica que marca o portugus do sc. XVI a

    simplificao do sistema de sibilantes []. A este respeito, Teyssier afirma categoricamente

    que o portugus clssico ainda encontra um sistema de quatro sibilantes:

    A existncia de quatro unidades distintivas no portugus do incio do sculo XVI no sofre

    dvida. (Teyssier 1982: 50)

    . Frase simples e Frase complexa

    Frase simples - frase em que existe um nico verbo principal ou copulativo.

    Frase complexa - frase em que existe mais do que um verbo principal ou copulativo, que

    contm mais do que uma orao. Numa frase complexa, podemos ter oraes coordenadas

    e/ou subordinantes e subordinadas.

    . Coordenao

    A coordenao a relao sinttica estabelecida entre elementos que pertencem mesma

    categoria gramatical e que desempenham a mesma funo sinttica.

    As oraes coordenadas podem-se classificar em:

    Copulativa estabelece uma relao de adio com a(s) orao(es) com que se combina.

    EX: Estou cansado e vou descansar.

    Adversativa transmite uma ideia de contraste, de oposio, relativamente ideia expressa

    na frase ou orao com que se combina.

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    EX: Estou cansado, mas vou continuar.

    Disjuntiva exprime um valor de alternativa face ao que expresso pela orao com que se

    combina.

    EX: Ou descanso ou no posso continuar.

    Conclusiva transmite uma ideia de concluso decorrente da ideia expressa na frase ou

    orao com que se combina.

    EX: Estou cansado, logo no posso continuar.

    Explicativa apresenta uma justificao ou explicao relativa frase ou orao com que se

    combina.

    EX: Estou cansado porque andei muito.

    . Subordinao

    A subordinao a relao sinttica estabelecida entre oraes em que uma (subordinada)

    est sintaticamente dependente de outra (subordinante).

    As oraes subordinadas podem-se classificar em:

    Substantiva desempenha a funo sinttica de sujeito ou de complemento de um verbo,

    nome ou adjetivo, podendo ser facilmente substituda por um pronome como isso e

    subdividindo-se em:

    Completiva, que completa a ideia da orao anterior e pode ser introduzida pelas conjunessubordinativas que, se e para.

    EX: Eu bem sei que tu no voltas.

    Relativa, que introduzida por quantificadores e pronomes relativos sem antecedente, como

    quem, o que, onde, quanto, que, o qual, os quais, a qual, as quais.

    EX: Quem espera sempre alcana.

    Adjetivas exerce a mesma funo que um adjetivo e subdivide-se em:

    . Relativa restritiva, que tem como funo restringir a informao dada sobre o antecedente;

    a sua omisso acarreta uma alterao do sentido da orao subordinante, pois apresenta

    informao relevante para a definio do antecedente.

    EX: O poeta portugus que escreveu Os Lusadas foi grandioso.

    . Relativa explicativa, que apresenta informao adicional sobre o antecedente; a sua

    omisso no altera o sentido da orao subordinante, uma vez que o antecedente j se

    encontra suficientemente definido.

    EX: A literatura, que imortal, encanta os leitores.

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    . Adverbiais desempenha a funo sinttica de modificador da frase ou do grupo verbal e,

    modificando o sentido de outras oraes, subdivide-se em:

    . Causal, que indica a causa ou o motivo daquilo que expresso na subordinante.

    EX: No compro este carro porque consome muito.

    . Final, que enuncia o objetivo da realizao da situao descrita na subordinante.

    EX: Leva dinheiro para pagares as compras.

    . Temporal, que estabelece a referncia temporal em relao qual a subordinante

    interpretada.

    EX: Estavas ao telefone, quando entrei.

    . Concessiva, que admite algo contrrio ao que apresentado na subordinante mas incapaz

    de impedi-lo.

    EX: Iremos piscina, embora no seja do meu agrado.

    . Condicional, que indica uma hiptese ou condio em relao ao que expresso na

    subordinante.

    EX: Se ele fosse rico, teria muitos criados.

    . Comparativa, que contm o segundo elemento de uma comparao que estabelece em

    relao a uma situao apresentada na subordinante.

    EX: Ele trata-me como se eu fosse sua inimiga.

    . Consecutiva, que apresenta uma consequncia da situao expressa na subordinante.

    EX: Comi tanto que fiquei indisposta.

    Funes Sintticas

    Funes sintticas ao nvel da frase:

    . Sujeito elemento que controla a concordncia, em pessoa e em nmero, relativamente ao

    ncleo. Pode ser:

    . Simples constitudo apenas por um grupo nominal ou por uma frase.

    . Composto constitudo por duas ou mais expresses nominais ou por duas ou mais frases.

    . Nulo no est realizado lexicalmente, sendo possvel classific-lo em:

    . Subentendido quando possvel identificar no contexto o referente para o qual remete o

    sufixo flexional. EX: [Tu] Querias crescer depressa, a tens.

    . Indeterminado quando o verbo se encontra na 3 pessoa do plural ou do singular,

    acompanhado, neste ltimo caso, do pronome pessoal se com valor impessoal, no sendopossvel identificar o referente do sujeito nulo indeterminado, uma vez que no definido nem

    especfico. EX: Disseram-me que ia chover.; Via-se bem que alguns deles faziam logo as

    contas.

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    . Expletivo ocorre apenas com verbos impessoais. EX: Havia j algumas pessoas sombra

    dos toldos ou estendidos ao sol.

    . Predicado funo sinttica desempenhada pelo grupo verbal.

    . Modificador da frase grupo preposicional (1) ou adverbial (2) que, ao contrrio dos

    complementos, no sendo selecionados pelo verbo, modificam-no, acrescentando informaosuplementar. Caracterizam-se essencialmente pela sua grande mobilidade, podendo ocorrer em

    vrias posies da frase.

    EX: (1) O carrinho partiu, com Lourival, por entre a azinhaga.

    (2) O conselheiro enrolava vagarosamente o seu leno de seda da ndia.

    . Vocativo constituinte (no obrigatrio) que identifica o interlocutor, ocorrendo em frases

    imperativas (1), exclamativas (2) e interrogativas (3).

    EX: (1) Fecha a porta, Pedro.

    (2) Di-me muito o peito, me!

    (3) Quando tenho alta, senhor doutor?

    Funes sintticas internas ao grupo verbal:

    . Complementos constituintes da frase selecionados pelo verbo:

    . Complemento direto grupo nominal (1) ou orao substantiva completiva (2) que pode

    ser substitudo respetivamente pelo pronome pessoal de 3 pessoa (o/a, os/as) e pelo pronome

    demonstrativo tono o.

    EX: (1) Dois homens seguravam o porco. Dois homens seguravam-no

    (2) Ho de jurar que no me conhecem. Ho de jur-lo.

    . Complemento indireto grupo preposicional (geralmente introduzido pela preposio a)

    que pode ser substitudo por um pronome pessoal de 3 pessoa (lhe/lhes).

    EX: Perguntem a ao Gouveia. Perguntem-lhe a.

    . Complemento oblquo grupo adverbial (1) ou preposicional (2) que, ao contrrio do

    complemento indireto, no pode ser substitudo por um pronome pessoal (lhe/lhes).

    EX: (1) Faz bem alma. Faz-lhe alma.

    (2) Tambm me lembro do sopro do maarico. Tambm me lembro-lhe.

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    Exemplos de verbos que pedem complemento oblquo:

    . ir a, vir de, estar em, partir de (nome ou pronome precedido de preposio; advrbio);

    . comunicar com, concordar com, discordar de, precisar de, necessitar de, troar de, casar-se

    com, divorciar-se de, dispor-se a, arrepender-se de, interessar-se por (nome ou pronome

    precedido de preposio).

    . Complemento agente da passiva grupo preposicional (geralmente introduzido pela

    preposio por) que, na frase ativa correspondente, passa a grupo nominal com funo de

    sujeito.

    EX: Uma Cmara no eleita pelo povo, nomeada pelo Governo. O povo no elege uma

    Cmara, o Governo nomeia-a.

    . Predicativos:

    . Predicativo do sujeito grupo nominal (1), adjetival (2), adverbial (3) ou proposicional (4) ou

    orao (5) selecionado por um verbo copulativo (estar, ficar, continuar, parecer, permanecer,

    revelar-se, ser, tornar-se) que atribui uma propriedade ou uma localizao (espacial ou

    temporal) ao sujeito.

    EX: (1) A me era uma criatura desagradvel e azeda.

    (2) Garcia ficou aturdido.

    (3) Olhe que isto preciso que todos fiquem bem.

    (4) Caeiro era de estatura mdia.

    (5) Pensar estar doente dos olhos.

    . Predicativo do complemento direto grupo nominal (1), adjetival (2) ou preposicional (3),

    selecionado por um verbo transitivo predicativo (achar, chamar, considerar, eleger, julgar,nomear, tratar,) que atribui uma propriedade ou uma localizao (espacial ou temporal) ao

    complemento direto.

    EX: (1) [] se o ministro fizer esse ladro recebedor de comarca.

    (2) Todos a achavam simptica.

    (3) Todos o tinham por tolo.

    . Modificador do grupo verbal grupo preposicional (1), adverbial (2) ou orao subordinada

    (3) que, ao contrrio dos complementos, no sendo selecionados pelo verbo, modificam-no,

    acrescentando informao suplementar. Caracterizam-se essencialmente pela sua grande

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    mobilidade, podendo ocorrer em vrias posies da frase.

    EX: (1) O carrinho partiu, com Lourival, por entre a azinhaga.

    (2) O conselheiro enrolava vagarosamente o seu leno de seda da ndia.

    (3) No te posso dar minha filha, porque j no tenho filha.

    Funes sintticas internas ao grupo nominal:

    . Complemento do nome grupo preposicional [oracional (1) ou no oracional (2)] ou, menos

    frequentemente, adjetival (3) que integra o grupo nominal, ocorrendo sempre direita do nome

    que completa e sendo sempre de preenchimento opcional.

    EX: (1) Tem curiosidade de saber como esta pobre mquina por dentro [].

    (2) Ter pena dele seria como ter pena dum pltano [].

    (3) A procura turstica tem aumentado.. Modificador do nome funo sinttica que integra o grupo nominal, modificando-o atravs

    de informaes suplementares.

    . Restritivo grupo preposicional (1), grupo adjetival (2) ou orao relativa restritiva (3)

    que modifica o nome, restringindo a sua referncia.

    EX: (1) Fechou a porta da cela atrs de si [].

    (2) De repente, a rapariga loira viu uma criana sair a correr.

    (3) H palavras que fazem bater mais depressa o corao [].

    . Apositivo grupo nominal (1), adjetival (2) ou preposicional (3) ou orao relativa

    explicativa (4) que, ao modificarem o nome, no limitam a sua referncia. Na escrita, est

    sempre separado por vrgulas do nome que modifica e ocorre normalmente direita do mesmo.

    EX: (1) Alguma vez a sua Lol, magra e frentica criatura de olhos verdes, brincara nos

    jardins dos palacetes []?

    (2) Que doena estranha, lenta mas tenaz, matava o Rei?

    (3) A velha tinha-se dado preparatoriamente um choro, de grande efeito em coraes de

    viajante.

    (4) O rapaz, que chegou pelo lado de trs, abriu a cancela de madeira.

    Funes sintticas internas ao grupo adjetival:

    . Complemento do adjetivo grupo preposicional [no oracional (1) ou oracional (2)] que

    integra o grupo adjetival, ocorrendo sempre sua direita. No de preenchimento obrigatrio.EX: (1) E ser o pai feliz com o meu sacrifcio?

    (2) Sou fc il de definir.

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    . Modificador do adjetivo grupo adverbial que integra o grupo adjetival, correspondendo a

    um advrbio colocado esquerda do adjetivo.

    EX: Vero como o elefante se enfrenta com os mais furiosos ventos contrrios.

    Testes prticos para identificar os complementos do verbo e o modificador do grupo verbal

    . Complemento direto: pode ser substitudo pelo pronome pessoal o, a, os, as. Se for uma

    orao, pode substituir-se pelo pronome demonstrativo isso. Surge na resposta questo: O

    sujeito + verbo + o qu? ou + quem?

    . Complemento indireto: pode ser substitudo pelo pronome pessoal lhe, lhes. Surge na

    resposta questo: O sujeito + verbo (+ complemento direto) + a quem?

    . Complemento agente da passiva: na frase ativa, desempenharia a funo de sujeito.

    . Complemento oblquo: no pode ser substitudo pelos pronomes pessoais o e lhe.

    Classes de Palavras

    . Nome:

    . Comum no se aplica a uma entidade nica, podendo designar objetos, seres, fatos e

    conceitos de forma no individualizada. EX: Quero aquele po.

    . Prprio designa uma nica entidade num determinado contexto comunicativo. EX: Baslio

    tomou-lhe as mos. . Contvel designa entidades ou seres singulares, passveis de serem divididos em partes

    distintas e enumerados. EX: caderno, cadeira, lpis, etc.

    . No-contvel designa algo que concebido como um todo contnuo, no podendo ser

    dividido em partes singulares nem contado. Ex: farinha, acar, gua, etc.

    . Concreto designa objetos ou entidades fsicas que podem ser localizadas no tempo e no

    espao. EX: janela, porta, rvore, gato, etc .

    . Abstrato refere-se a entidades no tangveis, imateriais, como sentimentos ou conceitos.EX: felicidade, beleza, perigo, medo, verdade, etc.

    . Adjetivo:

    . Qualificativo modifica um grupo nominal, atribuindo-lhe uma qualidade.

    . Numeral modifica o nome, atribuindo-lhe uma determinada ordem dentro de uma srie.

    Corresponde a uma palavra tradicionalmente classificada como numeral ordinal. EX: primeiro,

    segundo, vigsimo lugar, etc .

    . Relacional palavra que se distingue dos restantes adjetivos por apresentar caractersticas

    prprias: completa, geralmente, o sentido do nome, atribuindo-lhe informaes de natureza

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    classificatria, deriva de nomes [comrcio comercial], no admite variao em grau [uma

    manifestao operria uma manifestao muito operria], ocorre sempre em posio ps-

    nominal e no tem antnimo.

    . Variao em gnero:

    . Biforme possui uma forma para o feminino e para o masculino.

    . Uniforme possui apenas uma forma para ambos os gneros.

    . Variao em grau:

    . Normal expressa simplesmente a qualidade.

    . Comparativo compara uma qualidade entre duas entidades, distinguindo-se trs

    modalidades:

    . De superioridade EX: Londres mais cosmopolita do que Lisboa.

    . De inferioridade EX: Lisboa menos agitada do que Londres.

    . De igualdade EX: Londres to movimentada como Paris.

    . Superlativo:

    . Relativo apresenta uma qualidade atribuda a uma entidade que comparada a um

    conjunto de entidades.

    . De superioridade EX: O Everest a mais alta montanha do mundo.

    . De inferioridade EX: Os pases da frica subsariana so os menos desenvolvidos.

    . Absoluto indica uma qualidade que supera a noo que normalmente se tem dessa mesma

    qualidade, no se relacionando com nenhum conjunto de entidades.

    . Sinttico EX: Este problema faclimo.

    . Analtico EX: Aquele ator bastante clebre.

    . Pronome:

    . Pessoal

    . Demonstrativo

    . Possessivo

    . Indefinido

    . Relativo

    . Interrogativo

    . Determinante:

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    . Artigo definido

    . Artigo indefinido

    . Demonstrativo

    . Possessivo

    . Indefinido

    . Relativo

    . Interrogativo

    . Quantificador:

    . Universal

    . Existencial

    . Numeral

    . Relativo

    . Interrogativo

    . Verbo:

    . Principal

    . Copulativo

    . Auxiliar

    Advrbio:

    . De negao

    . De afirmao

    . De quantidade e grau

    . De incluso e excluso

    . Relativo

    . Interrogativo

    . De predicado

    . De frase

    . Conetivo

    . Conjuno/locuo conjuncional:

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    . Coordenativa

    . Subordinativa

    . Preposio/locuo prepositiva

    . Interjeio

    Processos Morfolgicos de Formao Regular de Palavras

    . Flexo

    Designa o processo que se aplica apenas s palavras variveis, permitindo especificar as suas

    propriedades morfossintticas e morfossemnticas (nmero, tempo, modo, etc .).

    . Flexo nominal e adjetival- aplica-se aos nomes e adjetivos, podendo tambm incidir em

    determinantes, quantificadores e pronomes.

    . Flexo de nmero - permite distinguir o singular do plural. Enquanto o singular no possui

    qualquer afixo, o plural realizado pelo sufixo s. [P (singular), ps (plural)]

    . Flexo de gnero- permite distinguir o masculino do feminino. [Aluno, aluna]

    . Flexo em grau - permite estabelecer uma gradao no significado de alguns nomes e

    adjetivos. [Carro, carrinho, carro]

    . Flexo de caso- permite identificar as funes sintticas dos pronomes pessoais.

    . Flexo verbal - os verbos flexionam em tempo, modo, pessoa e nmero. Apresentam-se no

    quadro abaixo os sufixos flexionais de tempo (T), modo (M), pessoa (P) e nmero (N).

    ModoTempo

    Sufixo TM(Tempo e

    Modo)

    Sufixos PN (Pessoa e Nmero)Singular Plural

    1 2 3 1 2 3

    Indicativo Presente Amlgama1

    Pretrito

    Perfeito

    Amlgama1

    Pretrito

    Imperfeito

    -va

    -a

    -s -

    mos

    -is -m

    Pretrito

    mais-que-

    -ra -s -

    mos

    -is -m

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    em que apenas se procede alterao da classe de palavra. [O comer e o coar vo do

    comear.]

    . Composio

    Designa o processo morfolgico de formao de palavras que associa duas ou mais formas de

    base.

    . Composio morfolgica

    Resulta da associao de dois ou mais radicais, ligados entre si por meio de uma vogal de

    ligao (i ou o), podendo ocorrer um hfen entre os radicais. forma composta atribui-se o

    nome de composto morfolgico. [lus(o)-(descendente); fot(o)grafia, queim()dromo]

    . Composio morfossinttica

    Designa o processo de composio que associas duas ou mais palavras. [ator-encenador;

    governo-sombra; surdo-mudo; guarda-roupa]

    Processos irregulares de formao de palavras

    O lxico de uma lngua pode ser alargado atravs do recurso a processos irregulares de

    formao de palavras, permitindo assim a criao de neologismos

    novos conceitos ourealidades, podendo ser de natureza formal (amlgama, sigla, acronmia, onomatopeia e

    truncao) ou semntica (extenso semntica e emprstimo).

    . Extenso Semntica

    Processo que ocorre quando so atribudos novos sentidos a uma unidade lexical j existente.

    [No embarco nessas ideias! o verbo embarcar comeou por significar entrar numa

    embarcao, mas, por extenso semntica, tambm passou a ter o sentido de aderir,

    aceitar]

    . Emprstimo

    Processo que resulta da apropriao de uma unidade lexical de outra lngua. [gabardina (do

    francs); piza (do italiano)]

    . Amlgama

    Processo de criao de palavras que resulta da juno de partes de duas ou mais unidades

    lexicais. [informtica (informao+automtica)]

    . Sigla

    Unidade resultante da juno das iniciais de um grupo de palavras, que so pronunciadas

    individualmente. [PSP (Polcia de Segurana Pblica)]

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    . Acrnimo

    Unidade lexical resultante da juno das letras ou slabas iniciais de um conjunto de palavras,

    sendo pronunciada como uma palavra. [sida, nato, onu]

    . Onomatopeia

    Unidade lexical resultante da imitao de um som natural. [fru-fru, t ique-taque]

    . Truncao

    Processo de criao lexical que resulta da supresso de uma parte da palavra. [disco

    (discoteca), Alex (Alexandre)]

    Significao lexical

    O significado de uma unidade lexical sempre que refere entidades do mundo, podendo ser

    denotativo ou conotativo.

    . Denotao

    Parte objetiva do significado lexical, podendo ser analisada fora do discurso, uma vez que

    literal e estvel.

    A chave da porta desapareceu. - o sentido denotat ivo de chave : instrumento metlico

    destinado a abrir portas

    . Conotao

    Parte subjetiva, instvel do significado lexical que se atualiza em sentidos secundrios

    ancorados ao sentido denotativo da unidade lexical.

    Precisas de te concentrar para encontrares a chave do teu problema. - um dos sentidos

    conotativos de chave : soluo

    . Monossemia

    Caraterstica semntica de unidades lexicais que apenas possuem um nico significado em

    todos os contextos. frequente nos termos de linguagens especializadas [telefone;

    estetoscpio].

    . Polissemia

    Caraterstica semntica da maior parte das unidades lexicais que possuem vrios significados,relacionados entre si [borracho - pombo novo; bonito; bbado].

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    Relaes Semnticas entre Palavras

    Atendendo ao seu significado, as palavras podem estabelecer entre si diferentes tipos de

    relaes. Estas relaes assumem particular relevncia na construo da coeso textual, j

    que representam um contributo indispensvel para a unidade semntica do conjunto

    (enunciado/texto) a que pertencem.

    Relaes de Semelhana Sinonmia

    Existe sinonmia quando a substituio de um item lexical por outro no altera o significado do

    enunciado:

    . Sinonmia total - quando as unidades lexicais tm o mesmo significado em todos os contextos

    lingusticos no mesmo registo.

    Sinonmia parcial - quando as unidades lexicais tm o mesmo significado em muitos contextos,

    mas no em todos, no sendo, portanto, substituveis entre si em todos os enunciados.

    Morrer e falecer no podem ser usados em todos os contextos:

    Morrer de susto - Falecer de susto [X]

    O doente faleceu - A planta faleceu [X]

    Relaes de Oposio Antonmia

    A antonmia a relao de oposio que se estabelece entre o significado de duas ou mais

    unidades lexicais. [gordo magro]

    Relaes de Hierarquia

    So estabelecidas atravs de hipernimos e hipnimos.

    . Hiperonmia- relao hierrquica de incluso de significado entre duas unidades lexicais, em

    que o significado do hipernimo (por ser mais geral) inclui o dos hipnimos;

    Hiponmia - relao hierrquica de incluso de significado entre duas unidades lexicais, em

    que o significado do hipnimo (por ser mais especfico) includo no do hipernimo.

    [Flor (hipernimo): cravo, rosa, lrio, jarro, malmequer, etc. (hipnimos)]

    Relaes de Parte-Todo

    So estabelecidas atravs do recurso a holnimos e mernimos.. Holonmia- relao de incluso semntica entre duas unidades lexicais, em que o significado

    de uma (o holnimo) considerado um todo cujas partes constituintes so os mernimos.

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    Meronmia - relao de hierarquia semntica entre duas unidades lexicais, em que o

    significado de um (o mernimo) corresponde a uma parte constituinte da outra (holnimo).

    [Computador (holnimo): teclado, monitor, rato, etc. (mernimos)]

    As relaes de hiperonmia hiponmia distinguem-se das de holonmia meronmia, na

    medida em que as primeiras equivalem a uma relao de ser, enquanto as segundas se definemcomo uma relao de ter.

    Baleia (hipnimo) um mamfero (hipernimo).

    Barco (holnimo) tem vela, leme, convs (mernimos).

    Estrutura Lexical

    . Campo Lexical- conjunto de unidades lexicais que se referem ao mesmo domnio conceptual.

    Calas, saia, camisola, camisa, vestido, etc. pertencem ao mesmo campo lexical: vesturio.

    . Campo semntico - conjunto de sentidos que uma unidade lingustica pode atualizar nos

    diferentes contextos em que pode ocorrer.

    Campos semnticos de bola e neve: bola de futebol, bola de neve, vela do barco, vela do

    carro, etc .

    Figuras de Estilo

    . A nvel fnico- incidem nas propriedades fonticas das palavras selecionadas pelo seu autor,que procura assim criar efeitos esttico-expressivos atravs dos sons, conferindo ritmo e

    musicalidade ao texto.

    . Aliterao - repetio intencional de sons consonnticos [consoantes] em palavras

    sucessivas ou prximas.

    O vento vago voltou

    . Assonncia - repetio intencional dos mesmos sons voclicos em palavras sucessivas ou

    prximas.

    tona de guas paradas

    A nvel sinttico- resultam da criao de efeitos estticos e expressivos atravs de recursos

    sintticos e morfolgicos

    . Anfora- repetio sucessiva de uma palavra ou expresso no incio de frases ou versos.

    urgente o amor.

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    urgente um barco no mar.

    urgente destruir certas palavras, dio, solido e crueldade, alguns lamentos, muitas espadas.

    . Anacoluto - interrupo brusca da construo sinttica inicial da frase, resultante de uma

    mudana inesperada do pensamento.

    senhor doutor. O senhor vai ver que o Alentejo Eu tenho a uma herdade, havemos de l ir.

    . Anstrofe- alterao da ordem direta da frase devido anteposio de um complemento ou

    deslocao de uma palavra.

    s horas em que um frio vento passa.

    . Assndeto - omisso da partcula de ligao entre palavras ou frases, que passam a estarseparadas atravs de vrgulas

    E aos meus olhos saqueados como se a cidade ardesse, uma cidade fantstica, aberta de

    quarteires, de praas, de sonhos.

    . Epanadiplose- repetio da mesma palavra ou expresso no incio e no final de um verso ou

    de uma frase.

    Noite igual por dentro ao silncio, Noite

    Com as estrelas lantejoulas rpidas

    No teu vestido franjado de Infinito.

    . Epanalepse - repetio da mesma palavra ou expresso em vrios momentos de um texto,

    relativamente prximos.

    Amei a mulher, amei a terra, amei o mar.

    . Epfora - repetio da mesma palavra ou expresso no final de versos ou de frases

    sucessivas.

    No sou nada.

    Nunca serei nada.

    No posso querer ser nada.

    . Enumerao- apresentao sucessiva de elementos.

    Mas o melhor do mundo so as crianas,

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    Flores, msica, o luar e o sol.

    . Gradao - sucesso de elementos que se apresentam segundo uma ordem significativa,

    positiva ou negativa, de modo a destacar uma evoluo ascendente ou descendente.

    A minha vida um avental que se soltou.

    uma onda que se alevantou.

    um tomo a mais que se animou

    . Hiprbato- separao de palavras que pertencem ao mesmo grupo sinttico; transposio

    da ordem normal das palavras de uma orao

    As inquietas ondas apartando. [apartando as ondas inquietas]

    . Paralelismo de construo - repetio da estrutura frsica para memorizar ou destacar

    ideias

    Trs vezes do leme as mos ergueu,

    Trs vezes ao leme as reprendeu.

    . Polissndeto- repetio do elemento de ligao entre frases ou palavras

    E com as mos e os ps

    E com o nariz e a boca.

    A nvel interpretativo:

    . Alegoria - representao fsica de ideias, realidades abstratas, obtida atravs de um

    conjunto de imagens, de comparaes, de metforas, de personificaes ou de animismos.

    Normalmente concretizada atravs de seres animados.O polvo, com aquele seu capelo na cabea, parece um monge; com aqueles seus raios

    estendidos, parece uma estrela; com aquele no ter osso nem espinha, parece a mesma

    brandura, a mesma mansido. [Neste excerto, a figura do polvo a representao fsica de

    ideias como a hipocrisia e a traio.]

    . Animismo - atribuio de propriedades anmicas a seres ou realidades inanimados. No se

    confunde com a personificao na medida em que as propriedades atribudas no so humanas.Um vento selvagem, sem cabresto, cavalgava pelas ruas.

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    . Anttese - apresentao de dois conceitos opostos para realar o seu contraste.

    Julguei que isto era o fim e afinal o princpio.

    . Antonomsia - substituio de um nome prprio por uma palavra ou expresso que o

    designem de modo inconfundvel.

    Cessem do sbio grego e do Troiano.

    . Apstrofe/invocao - interpelao, chamamento de algum ou de algo personificado

    cu! campo! cano!

    . Comparao - relao de semelhana entre duas ideias usando uma partcula comparativa

    ou verbos como parecer, assemelhar-se, etc.O meu olhar ntido como um girassol.

    . Disfemismo- apresentao, de forma violenta, de uma ideia que pode ser expressa de forma

    suave.

    Cheiro que no ofende estes narizes, habituados, que esto ao churrasco do auto-de-f.

    . Eufemismo- expresso, de uma ideia chocante, de uma forma suave.

    Quando a fogueira se apagar tens de te ir embora [= morrer].

    . Hiplage - transferncia de caratersticas de uma realidade para outra com a qual est

    relacionada.

    Ns fummos um preguioso charuto no jardim.

    . Hiprbole- exagero da realidade.

    Corre um rio sem fim.

    . Ironia - afirmao que pretende sugerir ou insinuar o contrrio;

    . Metfora- comparao de dois conceitos sem utilizao da partcula comparativa.Numa onda de alegria.

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    . Metonmia - utilizao de um vocbulo em vez de outro, com o qual tem uma relao de

    contiguidade.

    Estou a estudar Cames.

    . Oximoro - expresso que inclui contradio, revelando assim a sua complexidade.

    So coisas vestindo nadas.

    . Perfrase - utilizao de muitas palavras para dizer o que pode ser expresso por poucas.

    Pelo neto gentil do velho Atlante [= Mercrio]

    . Personificao - atribuio de caratersticas humanas a seres inanimados ou a animais.

    Quando uma nuvem passa a mo por cima da luz.

    . Pleonasmo - utilizao de duas palavras ou expresses que significam o mesmo, tendo

    geralmente valor de insistncia.

    Vi, c laramente visto, o lume vivo.

    . Sinestesia- expresso simultnea de sensaes diferentes.

    Brancura quente da calada.

    Noes de Versificao

    Verso

    Entende-se por verso cada uma das linhas de um poema.

    . Ritmo - efeito sonoro produzido intencionalmente pela alternncia entre slabas tnicas

    (acentuadas) e slabas tonas (no acentuadas). Ao conjunto das slabas acentuadas

    presentes num verso atribui-se a designao de acento rtmico. Metro/mtrica medida potica que corresponde ao nmero de slabas mtricas de um verso.

    A contagem do nmero de slabas mtricas:

    . efetuada apenas at slaba tnica (slaba acentuada) da ltima palavra do verso;

    . Procede-se normalmente juno das vogais tonas finais quando a palavra seguinte

    iniciada por vogal.

    EX: Mu/dam/-se os/tem/pos/, mu/dam/-se as/von/ta/des.

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

    (ltima slaba mtrica) (eliso) (eliso)

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    Classificao dos versos quando mtrica:

    . Monosslabo uma slaba

    . Disslabo duas slabas

    . Trisslabo trs slabas

    . Tetrasslabo quatro slabas

    . Pentasslabo/redondilha menor cinco slabas

    . Hexasslabo seis slabas

    . Heptasslabo/redondilha maior sete slabas

    . Octosslabo oito slabas

    . Eneasslabo nove slabas

    . Decasslabo dez slabas

    . Hendecasslabo onze slabas

    . Dodecasslabo doze slabas

    Rima

    Rima a correspondncia dos mesmos sons.

    Classificao da rima:

    . Em funo da correspondncia de sons:

    . Rima consoante/perfeita - correspondncia total de sons (consoantes e vogais) a partir da

    ltima slaba tnica.

    Cruel como os Assrios

    Lnguido como os Persas,

    Entre estrelas e crios

    Cristo s nas conversas.

    . Rima toante/imperfeita - existe apenas uma correspondncia de sons voclicos a partir da

    ltima slaba tnica.

    Veio pela encosta um monte

    E a rir de modo a ouvir-se de longe.

    . Em funo da natureza gramatical das palavras que rimam:

    . Rima rica - incide em unidades pertencentes a classes de palavras diferentes.

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    . Rima pobre - incide em unidades pertencentes mesma c lasse de palavras.

    . Em funo do esquema rimtico (combinaes de rima):

    . Rima cruzada- a b a b

    . Rima emparelhada - a a b b

    . Rima interpolada - a b b a ou a b c a

    . Rima encadeada - ltima palavra de um verso rima com o meio do verso seguinte.

    E h nevoentos desencantos

    Dos encantos dos pensamentos.

    . Rima interior - uma das palavras (ou ambas) que rima encontra-se no interior do verso.

    E eu na alma tenho a calma.

    Estrofe

    Classificao da estrofe em funo do nmero de versos:

    . Monstico um verso

    . Dstico ou parelha dois versos

    . Terceto trs versos

    . Quadra quatro versos

    . Quintilha cinco versos

    . Sextilha seis versos

    . Oitava oito versos

    . Novena nove versos

    . Dcima dez versos