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PREVALEcircNCIA DO USO DE DROGAS ANFETAMIacuteNICAS E FATORES DE RISCO
CARDIOVASCULAR EM MOTORISTAS DE CAMINHOtildeES
RAILSON PEREIRA SOUZA1
RAYRAN WALTER RAMOS DE SOUSA2
MARGARETH COEcircLHO DOS SANTOS3
LORRANYA EacuteVELI PEREIRA FEITOSA ARAUacuteJO4
TERESA MARIANA ABREU DOS SANTOS5
HERLEM SILVA RODRIGUES6
LINDINALVA VIEIRA DOS SANTOS7
RESUMO
Motoristas de caminhotildees satildeo profissionais que transportam cargas em veiacuteculos pesados ou que dirigem caminhatildeo rodoviaacuterio profissional Diversas pesquisas vecircm demonstrando os principais agravos que acometem a sauacutede nessa categoria profissional como estresse privaccedilatildeo de sono sedentarismo e a utilizaccedilatildeo de drogas anfetamiacutenicas as quais podem influenciar no desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares O objetivo desse estudo foi avaliar a prevalecircncia do uso de anfetaminas e os fatores de risco cardiovascular de motoristas de caminhotildees Estudo quantitativo transversal observacional e descritivo realizado com 95 motoristas de caminhotildees com idade entre 20 e 68 anos em um Posto de combustiacutevel de Teresina Piauiacute Inicialmente os indiviacuteduos foram arguidos sobre a ingestatildeo de anfetaminas por um questionaacuterio adaptado Para avaliaccedilatildeo dos fatores de risco cardiovascular foram aferidas pressatildeo arterial (PA) e circunferecircncia da cintura (CC) aleacutem dos relatos de uso de medicamentos anti-hipertensivos A anaacutelise estatiacutestica foi feita pelo programa SSPSreg versatildeo 180 com aplicaccedilatildeo do teste Kolmogorov Smirnov O projeto foi aprovado pela Comissatildeo de Eacutetica em Pesquisa da Faculdade Estaacutecio de Teresina com Nordm de protocolo 70532012 em atendimento agrave resoluccedilatildeo 4662012 Os resultados apontaram que 558 dos caminhoneiros fizeram uso de anfetaminas A prevalecircncia de hipertensatildeo foi de 3578 sendo que 80 apresentaram CC elevada Quanto agrave medicaccedilatildeo anti-hipertensiva 211 referiram fazer uso em especial da losartana (40) e do captopril (30) Portanto sugere-se que sejam implementadas estrateacutegias educativas para a promoccedilatildeo e a prevenccedilatildeo da sauacutede visto que podem contribuir para a formaccedilatildeo e desenvolvimento da consciecircncia criacutetica das pessoas na tentativa de melhorar sua qualidade de vida Palavras-chave Sauacutede do Trabalhador Anfetaminas Doenccedilas cardiovasculares
Hipertensatildeo Fatores de risco
1 Farmacecircutico (Universidade Federal do Piauiacute ndash UFPI) Nutricionista (Faculdade Estaacutecio de Teresina) Especialista em Farmacologia (Rede Futura de Ensino) e em Periacutecia Criminal (Instituto Educacional Santa Catarina ndash IESC) Teresina ndash PI 2 Farmacecircutico (UFPI) Teresina - PI 3 Nutricionista (Faculdade Estaacutecio de Teresina) Teresina ndash PI 4 Bioacuteloga (UFPI) Mestranda em Farmacologia (UFPI) Teresina ndash PI 5 Farmacecircutica (UFPI) Poacutes-graduanda em Farmacologia (Rede Futura de Ensino) Teresina ndash PI 6 Acadecircmico de Farmaacutecia (Centro Universitaacuterio Santo Agostinho - UNIFSA) Teresina ndash PI 7 Nutricionista (UFPI) Mestranda em Sauacutede da Famiacutelia (Centro Universitaacuterio Uninovafapi) Docente do Curso de Nutriccedilatildeo (Faculdade Estaacutecio de Teresina) Teresina ndash PI
2
1 INTRODUCcedilAtildeO
O termo motorista de caminhatildeo ou caminhoneiro refere-se ao profissional que
transporta cargas em veiacuteculos pesados com determinada carroccedilaria e peso bruto
total acima de 3500 Kg ou aquele que dirige caminhatildeo rodoviaacuterio profissional
(BRASIL 2007) O trabalho de motoristas de caminhotildees pode levar a prejuiacutezos agrave
sauacutede pois favorece a adoccedilatildeo de estilos de vida pouco saudaacuteveis como
sedentarismo inadequados haacutebitos alimentares sobrepeso uso de aacutelcool e tabaco
entre outros A profissatildeo tambeacutem interfere na convivecircncia familiar e na vida social do
profissional (MASSON MONTEIRO 2010)
O mercado de transporte rodoviaacuterio tem se tornado cada vez mais acirrado o
que tem estimulado os profissionais a fazerem uso de anfetaminas seja na forma
isolada ou combinada a outras substacircncias A anfetamina eacute um estimulante do
sistema nervoso central e faz com que o ceacuterebro trabalhe mais depressa e promova
a sensaccedilatildeo de diminuiccedilatildeo do sono reduccedilatildeo da fadiga perda de apetite e de
aumento da capacidade fiacutesica e mental (BEEK 2012 KNAUTH et al 2012
OLIVEIRA et al 2013 GIROTTO et al 2014)
Apesar de inicialmente representar uma vantagem aos motoristas o uso de
anfetaminas pode conduzi-los a desfechos negativos no tracircnsito Jaacute foi relatada a
existecircncia de relaccedilatildeo direta entre a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de anfetaminas e o
prejuiacutezo do comportamento de dirigir (MUSSHOFF MADEA 2012) Ademais
pesquisas realizadas com esse puacuteblico alvo tecircm demonstrado como essa populaccedilatildeo
encontra-se vulneraacutevel a diversos riscos que predispotildeem a doenccedilas
cardiovasculares (DCV) (TELES et al 2008 PENTEADO et al 2008 BOTELHO et
al 2008 MARTINS et al 2009)
As DCV tecircm uma etiologia complexa e satildeo decorrentes de uma perturbaccedilatildeo
das funccedilotildees vasculares que se manifesta em diversas formas como hiperlipidemia
aterosclerose doenccedila da arteacuteria coronaacuteria arritmias insuficiecircncia cardiacuteaca e
hipertensatildeo arterial aleacutem de disfunccedilatildeo endotelial (CHEN et al 2010 GILES et al
2012 HIEN et al 2012)
A hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) eacute a doenccedila cardiovascular de maior
impacto epidemioloacutegico no mundo cuja prevalecircncia crescente eacute justificada pelo
elevado crescimento e envelhecimento da populaccedilatildeo e da maior exposiccedilatildeo a fatores
de risco relacionados ao estilo de vida tais como maus haacutebitos alimentares
3
sedentarismo uso abusivo de aacutelcool obesidade e estresse (WORLD HEALTH
ORGANIZATION 2014) No Brasil a HAS afeta 214 da populaccedilatildeo adulta
(ANDRADE et al 2015) percentual que tende a aumentar como resultado dos
elevados iacutendices de obesidade e do aumento da longevidade da populaccedilatildeo
(NGUYEN LAU 2012 MOZAFFARIAN et al 2016)
Pesquisas realizadas com motoristas de caminhotildees identificaram a correlaccedilatildeo
dos fatores de risco como uso de aacutelcool do tabaco e das anfetaminas e as
condiccedilotildees de sauacutede como a pressatildeo arterial a glicemia o colesterol o trigliceacuterides
o sobrepeso e a obesidade demonstrando como os mesmos podem interferir na sua
qualidade de vida (HOFFMAN 2003 NASCIMENTO et al 2007)
Diante disso a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) divulgou
em 6 de outubro de 2011 a Resoluccedilatildeo de Diretoria Colegiada nordm 52 que determinou
a proibiccedilatildeo da produccedilatildeo dispensaccedilatildeo importaccedilatildeo exportaccedilatildeo prescriccedilatildeo e uso dos
sais e isocircmeros de anfepramona femproporex e mazindol assim como de seus
produtos de biotransformaccedilatildeo No entanto tais substacircncias continuam sendo
consumidas por motoristas de caminhatildeo e possivelmente com a mesma magnitude
de antes da citada regulamentaccedilatildeo (BRASIL 2011)
Nesse contexto o objetivo desse artigo foi avaliar a prevalecircncia do uso de
anfetaminas e os fatores de risco cardiovascular de motoristas de caminhotildees em
Teresina Piauiacute
2 METODOLOGIA
Foi realizado um estudo de delineamento transversal observacional e
descritivo com os motoristas de caminhotildees que transitavam pela capital do estado
do Piauiacute vinculados ou natildeo a uma empresa de transportes de cargas rodoviaacuterias O
periacuteodo da coleta dos dados foi de 2 (dois) meses de setembro a novembro de
2012 sendo realizada geralmente aos finais de semana eou feriados periacuteodo esse
considerado de maior fluxo de caminhoneiros
A pesquisa foi realizada em um posto de combustiacuteveis situado em um bairro
da Zona Sul no municiacutepio de Teresina-PI local onde geralmente os motoristas de
caminhatildeo se dirigiam para repousar Em uma investigaccedilatildeo feita por Arauacutejo et al
(2010) verificou-se que nesse mesmo posto circulavam em meacutedia 200
caminhoneiros por dia perfazendo uma meacutedia mensal de 6000
4
O tamanho amostral foi obtido atraveacutes da planilha estatiacutestica Raosoft (Sample
Size Calculator) tomando-se como base uma prevalecircncia presumida de 50 com
iacutendice de confianccedila de 95 e um erro toleraacutevel de amostragem de 10
Durante os dois meses da pesquisa o nuacutemero total de sujeitos avaliados foi
de 97 caminhoneiros Entretanto dois participantes foram excluiacutedos em decorrecircncia
dos questionaacuterios apresentarem dados insatisfatoacuterios que poderiam influenciar nos
resultados da pesquisa Dessa forma a populaccedilatildeo do estudo resultou em uma
amostra (n) de 95 caminhoneiros do sexo masculino com faixa etaacuteria entre 20 a 68
anos A seleccedilatildeo desta populaccedilatildeo foi por amostragem acidental a qual se formou
pelos elementos que foram aparecendo ateacute completar o nuacutemero da amostra
(BARBETA 2002 LUIZ et al 2005)
Os indiviacuteduos responderam um questionaacuterio socioeconocircmico demograacutefico e
de haacutebitos de vida idade procedecircncia estado civil escolaridade envolvimento em
acidente sono ao volante uso de bebidas alcoacuteolicas uso de anfetaminas
Para a avaliaccedilatildeo da frequecircncia do consumo de drogas anfetamiacutenicas
adaptou-se um questionaacuterio do I Levantamento Nacional sobre o Uso de Aacutelcool
Tabaco e Outras Drogas entre Universitaacuterios das 27 Capitais Brasileiras (BRASIL
2010a)
Para a avaliaccedilatildeo dos fatores de risco cardiovascular foram avaliados relatos
de uso de medicamentos anti-hipertensivos a pressatildeo arterial (PA) e a
circunferecircncia da cintura (CC) dos motoristas A afericcedilatildeo da PA foi feita mediante um
medidor de pressatildeo arterial e pulsaccedilatildeocardiolife eletrocircnico digital validado de
marca INCOTERMreg ndash Induacutestria de Termocircmetros referecircncia 29837 com escala de
30-280mmHg resoluccedilatildeo de 1mmHg precisatildeo de plusmn 3mmHg peso de 109g com
registro pela ANVISA e aprovado pelo INMETRO 106 de 210510
Foram feitas trecircs medidas da pressatildeo arterial no membro superior esquerdo e
trecircs medidas no membro superior direito de cada indiviacuteduo o qual encontrava-se
com o braccedilo na altura do coraccedilatildeo na posiccedilatildeo sentada e com as pernas
descruzadas
A PA foi aferida por trecircs vezes sempre adotando um intervalo miacutenimo de
cinco minutos e depois feita uma meacutedia dos valores obtidos a fim de classificaacute-la
conforme a Tabela 01 Apoacutes a obtenccedilatildeo das medidas as mesmas foram
segmentadas em pressatildeo arterial sistoacutelica (PAS) e pressatildeo arterial diastoacutelica (PAD)
5
Foi definido como hipertenso o indiviacuteduo que apresentou PAS gt 140mmHg eou
PAD gt 90mmHg ou indiviacuteduos que estavam em uso de medicaccedilatildeo anti-hipertensiva
Tabela 01 Classificaccedilatildeo de PA de acordo com a mediccedilatildeo a partir de 18 anos de
idade
Classificaccedilatildeo PAS (mmHg) PAD (mmHg)
Oacutetima le 120 le80
Preacute-hipertensatildeo 121-139 81-89
Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159 90ndash99
Hipertensatildeo estaacutegio 2 160ndash179 100ndash109
Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180 ge 110
Legenda PAS = Pressatildeo arterial sistoacutelica PAD= Pressatildeo arterial diastoacutelica Fonte VII Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo Arterial (SBC 2016)
Com relaccedilatildeo agrave circunferecircncia da cintura (CC) a mensuraccedilatildeo foi feita atraveacutes
de uma fita meacutetrica inextensiacutevel de marca Mead Johnson Nutritionreg de 14cm de
largura comprimento maacuteximo de 150 cm e precisatildeo de 01cm Considerou-se a
meacutedia de trecircs medidas desde que natildeo fosse ultrapassada a diferenccedila de 10 cm
entre as mesmas nesse caso as trecircs medidas eram refeitas
Durante o procedimento os sujeitos vestindo o miacutenimo de roupa possiacutevel
permaneceram em posiccedilatildeo ortostaacutetica e com os braccedilos estendidos ao longo do
corpo O periacutemetro da cintura foi medido na menor curvatura localizada entre a
uacuteltima costela e a crista iliacuteaca com o cuidado de natildeo comprimir tecidos sendo a
leitura feita no final de uma expiraccedilatildeo (PEREIRA et al 1999) Quanto ao risco de
complicaccedilotildees metaboacutelicas a CC foi classificada consoante expotildee a Tabela 02
Tabela 02 Classificaccedilatildeo da circunferecircncia da cintura (CC) quanto ao risco de complicaccedilotildees metaboacutelicas em homens
Risco de Complicaccedilotildees Metaboacutelicas Circunferecircncia da cintura (cm)
Normal lt94
Aumentado 94le x lt 102
Muito Aumentado ge102
Fonte World Health Organization (1997)
O processamento dos dados e a anaacutelise estatiacutestica foram realizados atraveacutes
do programa SSPSreg versatildeo 180 As variaacuteveis quantitativas foram apresentadas
por meio de estatiacutestica descritiva meacutedia desvio padratildeo mediana miacutenimos e
6
maacuteximos e as qualitativas por meio de proporccedilatildeo e intervalo de confianccedila (IC 95)
Aplicou-se inicialmente o teste de Kolmogorov-Smirnov para avaliar a normalidade
das variaacuteveis quantitativas Considerou-se sempre um niacutevel de significacircncia
estatiacutestica de 95 (plt005)
O projeto de pesquisa desse trabalho foi submetido para aprovaccedilatildeo e aceito
pela Comissatildeo de Eacutetica em Pesquisa do Centro de Ensino Unificado de Teresina -
CEUT atraveacutes do protocolo de aceite Nordm 70532012 Para a realizaccedilatildeo da pesquisa
foi emitida uma carta de autorizaccedilatildeo do gerente do posto de combustiacutevel localizado
na regiatildeo sul do municiacutepio de Teresina-PI
Todos os participantes leram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido elaborado de acordo com a Declaraccedilatildeo de Helsinque III em atendimento
agrave Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de SauacutedeMinisteacuterio da Sauacutede onde
objetivos e procedimentos da pesquisa foram devidamente informados de forma
clara Cada participante ficou com uma coacutepia do termo no qual constavam os
telefones dos pesquisadores e da Comissatildeo de Eacutetica para o esclarecimento de
quaisquer duacutevidas (BRASIL 2013)
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A pesquisa foi constituiacuteda de 95 (n) motoristas de caminhotildees os quais
frequentavam um posto localizado no bairro Tabuleta no municiacutepio de Teresina-PI
Inicialmente avaliou-se o perfil socioeconocircmico e demograacutefico dos participantes da
pesquisa que pode ser visualizado na Tabela 03
Tabela 03 Perfil socioeconocircmico e demograacutefico dos motoristas de caminhatildeo pesquisados (n=95)
Variaacuteveis N
Faixa etaacuteria 20-59 anos 89 937 ge60 anos 06 63
Meacutedia (plusmndp) 433 (105)
Procedecircncia Nordeste 51 537
Norte 02 21 Sul 18 189
Sudeste 21 221 Centro-Oeste 03 32
Estado civil Solteiro 12 126
7
Vive com companheira 10 105 Casado 60 632 Viuacutevo 03 32
Separado 10 105
Escolaridade Analfabeto 01 11
Fund Incompleto 52 547 Fund Completo 17 179
Meacutedio incompleto 08 84 Meacutedio completo 17 179
Fonte autoria proacutepria
Os resultados apontam que a maioria dos caminhoneiros eram adultos
apresentando uma meacutedia de idade de 433 plusmn 105 anos Observou-se tambeacutem que a
maioria deles eram provenientes da regiatildeo Nordeste (537)
Em relaccedilatildeo ao estado civil foi verificado um grande percentual de
caminhoneiros casados (632 do total de 95 entrevistados) e apenas 126 eram
solteiros Pocircde-se entatildeo estabelecer similaridades com o trabalho anteriormente
realizado por Masson e Monteiro (2010) no qual foram verificados que 72 dos
motoristas avaliados eram casados e 20 eram solteiros e por Teles et al (2008)
obtendo-se um percentual de 777 para casados e 154 para solteiros
Com relaccedilatildeo ao grau de escolaridade constatou-se que a maioria (547)
dos caminhoneiros questionados apresentava o ensino fundamental incompleto
Seguindo a tendecircncia de outros estudos tais como Resende et al (2010) entre os
quais 67 dos entrevistados estudaram ateacute o ensino fundamental e 22
completaram o ensino meacutedio e da pesquisa de Domingos et al (2010) no qual 67
possuiacuteam o ensino fundamental completo ou incompleto e 313 apresentavam o
ensino meacutedio concluiacutedo
Como afirmado no estudo de Ruas et al (2010) em geral os profissionais
caminhoneiros iniciam sua profissatildeo ainda jovens abandonando os estudos sem ao
menos terem concluiacutedo o 1deg Grau Dessa maneira entende-se que os fatores
aparecem como uma precocidade eminente podendo desencadear doenccedilas
cardiovasculares Entre outros riscos inerentes agrave profissatildeo citam-se acidentes
automobiliacutesticos doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis alto consumo de bebidas
alcooacutelicas e uso de anfetaminas
A Tabela 04 denota os dados de haacutebitos de vida dos motoristas de caminhotildees
da presente pesquisa
8
Tabela 04 Haacutebitos de vida dos motoristas de caminhotildees (n=95)
Variaacuteveis N
Envolvimento em acidente Sim 37 389 Natildeo 58 611
Jaacute dormiu ao volante Sim 42 442 Natildeo 53 558
Fez uso bebidas alcoacuteolicas durante viagem Sim 27 284 Natildeo 68 716
Fez uso de rebites Sim 53 558 Natildeo 42 442
Fonte autoria proacutepria
Verificou-se que o percentual de caminhoneiros que jaacute se envolveram em
acidentes foi de 389 o que se aproxima com o percentual de motoristas que jaacute
dormiram ao volante (442) Esses criteacuterios satildeo avaliados juntos pelo fato de que o
sono ao volante eacute um dos principais fatores para a ocorrecircncia dos acidentes
automobiliacutesticos nas estradas
O trabalho de Cavagioni e Pierin (2010) mostrou um percentual bem maior do
que o encontrado na presente investigaccedilatildeo no qual foi observado que 90 dos
caminhoneiros jaacute sofreram algum tipo de acidente automobiliacutestico
Dormir ao volante eacute uma das principais causas de acidentes fatais causados
por motoristas de carros eou caminhotildees em rodovias (NTSB 1990 PHILIP et al
2002) A probabilidade dos motoristas que dormiram menos de 5 horas em 24 horas
de se envolverem em acidente relacionado com o sono ao volante eacute maior (PHILIP
et al 2002)
No estudo de Nascimento et al (2007) de um total de 91 caminhoneiros 27
deles relataram ter se envolvido em acidentes devido ao uso de rebites Mas ainda
Wendler et al (2003) afirmam vaacuterios relatos de motoristas que sob a accedilatildeo das
anfetaminas param seus caminhotildees no meio da pista ou invadem a pista contraacuteria
em razatildeo das alucinaccedilotildees causadas
Quanto ao uso de bebidas alcooacutelicas durante a viagem observou-se um
percentual de 284 da amostra Isso acontece por conta da falta de fiscalizaccedilatildeo
9
nas estradas pela natildeo obrigatoriedade do uso do bafocircmetro e por natildeo terem leis e
puniccedilotildees mais incisivas que atuem contra o consumo de aacutelcool durante a viagem
Em um estudo de Domingos e Pillon (2007) foi avaliado o padratildeo do consumo
de aacutelcool por parte de motoristas de caminhatildeo (amostra de 826) verificou-se que o
percentual encontrado tambeacutem foi muito superior ao do presente estudo sendo que
738 (727) fizeram uso do aacutelcool nos uacuteltimos 12 meses e 276 (273) eram
abstecircmios Jaacute na investigaccedilatildeo de Belan et al (2017) o percentual de caminhoneiros
que faziam uso de bebidas alcooacutelicas durante a viagem era de 65 mais que o
dobro do valor encontrado na presente pesquisa o que denota que os motoristas
podem ter omitido durante o questionaacuterio tal informaccedilatildeo uma vez que eles tecircm
conhecimento de que natildeo se deve ingerir aacutelcool na estrada embora natildeo cumpram
na maioria das vezes
Existem evidecircncias de que os fatores comportamentais relacionados ao beber
e dirigir que satildeo prevalentes nas causas de acidentes de tracircnsito contribuem com
95 dos prejuiacutezos associados As consequecircncias do beber e dirigir como os
acidentes de tracircnsito natildeo soacute no Brasil constituem um problema de grande
magnitude e contribuem com os altos iacutendices de morbidade e mortalidade da
populaccedilatildeo (PINSKY et al 2004)
Ainda tendo como objeto de anaacutelise a Tabela 04 avaliou-se o consumo de
rebites entre os participantes da pesquisa e foi constatado que mais da metade dos
caminhoneiros (558) jaacute fizeram o uso da droga anfetamiacutenica alguma vez na vida
Os resultados da presente pesquisa permitem considerar que o uso de anfetaminas
eacute uma realidade na vida de muitos caminhoneiros particularmente daqueles que
trafegam durante a noite eou de madrugada dormindo no maacuteximo seis horas por
dia
Essa elevada prevalecircncia provavelmente ocorre em decorrecircncia da venda
indiscriminada em postos e farmaacutecias tendo em vista que satildeo comercializados sem
prescriccedilatildeo meacutedica Os sindicatos natildeo deixam as empresas fiscalizar os
caminhoneiros e realizarem testes especiacuteficos para dosagens de substacircncias
Muitas vezes as empresas que contratam os serviccedilos dos caminhoneiros natildeo se
empenham e exigem muito dos profissionais deixando-os agrave mercecirc de uma jornada
extensa de trabalho Aleacutem disso no Brasil os bafocircmetros natildeo conseguem apontar
quem fez uso de drogas pois eles estatildeo condicionados a detectar apenas a
presenccedila de aacutelcool
10
No estudo de Nascimento et al (2007) entre os motoristas que participaram
33 preferiam trabalhar no periacuteodo noturno 38 na madrugada 37 dormiam em
meacutedia de 4 a 6 horas por dia e as jornadas de trabalho eram acima de 12horas para
34 dos participantes do estudo Em relaccedilatildeo ao uso de anfetaminas os resultados
foram preocupantes pois 66 dos participantes afirmaram fazer uso de anfetaminas
durante os turnos trabalhados
Na investigaccedilatildeo de Masson e Monteiro (2010) a maioria dos sujeitos
estudados (70) fazia uso de rebite dentre os quais 60 jaacute faziam uso haacute mais de
cinco anos Belan et al (2017) tambeacutem encontraram um percentual significativo de
usuaacuterios de anfetaminas tendo em vista que no ano de 2013 77 dos condutores
relataram fazer uso dessas substacircncias e em 2016 60 deles afirmaram fazer uso
Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de uso de rebites a Tabela 05 evidencia os motivos
de utilizaccedilatildeo das drogas e o histoacuterico de uso das mesmas
Tabela 05 Consumo e frequecircncia de uso de anfetaminas (rebites) em motoristas de caminhotildees (n=53)
Variaacuteveis N
Motivos utilizar ldquorebiterdquo Manter-se acordado 46 868
Aumentar concentraccedilatildeo 01 19 Ganhar agilidade 06 113
Experimentou ldquorebiterdquo 1ordf vez (idade) 18-28 anos 52 732 28-38 anos 13 183 gt39 anos 06 85
Meacutedia (plusmndp) 273 (77)
Usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 3 meses Sim 16 302 Natildeo 37 698
Usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 12 meses Sim 22 415 Natildeo 31 585
Quantas vezes usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 30 dias Natildeo usei 34 642
Menos 1x por semana 09 170 1 ou mais x por semana 04 75
Diariamente 03 57 2 ou 3 vezes ao dia 03 57
Fonte autoria proacutepria
Wendler et al (2003) entrevistaram 318 motoristas e apenas 312 (10
caminhoneiros) disseram nunca ter usado anfetaminas No entanto 96
11
correspondente a 308 caminhoneiros afirmaram que usam ou usaram pelo menos
uma vez esses medicamentos com o intuito de permanecerem acordados por mais
tempo
Nascimento et al (2007) de 91 entrevistados 66 afirmaram usar
anfetaminas (rebite) Esta uacuteltima estatiacutestica confirmou o resultado dessa pesquisa
uma vez que 5520 dos caminhoneiros afirmaram que jaacute fizeram uso dessa droga
por inuacutemeros motivos entre eles Couper et al (2002) cita para reduzir o sono e
diminuir o cansaccedilo em percursos de longa distacircncias
Percebeu-se tambeacutem que a primeira experiecircncia com essa droga era feita
entre os 18 e 28 anos com uma prevalecircncia de 732 nesse intervalo de tempo
Seguido de 28 e 38 anos (183) e acima de 38 anos (85) obtendo-se uma
meacutedia de 273 anos do primeiro contato dos caminhoneiros com a anfetamina
O uso de anfetaminas de ateacute 3 vezes por semana desencadeia dependecircncia
a longo prazo (NASCIMENTO et al 2007) Por isso eacute preocupante quando se faz o
uso dessa droga ou quando se observa o desejo de utilizaacute-la
Zeferino (2004) em um trabalho feito com empresas de transporte rodoviaacuterio
de cargas no Estado de Santa Catarina observou um grande problema com relaccedilatildeo
ao consumo de substacircncias psicoativas principalmente a anfetamina em motoristas
de caminhotildees 65 dos participantes envolvidos na pesquisa relataram fazer uso de
anfetaminas 94 das empresas analisadas jaacute tiveram seus caminhoneiros
envolvidos em algum acidente de tracircnsito sendo que esses acidentes poderiam
estar relacionados com o uso dessas substacircncias
Quanto agrave utilizaccedilatildeo ou natildeo de faacutermacos anti-hipertensivos percebeu-se que
211 referiram fazer uso desses medicamentos sendo que alguns deles ainda
assim apresentaram pressatildeo arterial elevada sugerindo que os mesmos natildeo
estivessem fazendo o controle adequado da pressatildeo arterial haja vista que satildeo
classificados como hipertensos (Tabela 06)
Tabela 06 Uso de medicamentos anti-hipertensivos pelos motoristas de caminhotildees (n=95)
Faz uso medicamentos anti-hipertensivos N Sim 20 211 Natildeo 75 789
Fonte autoria proacutepria
12
Satildeo numerosos os estudos que estimam a prevalecircncia de HAS no mundo
mas poucos no Brasil Taxas discrepantes de prevalecircncia nesses estudos podem
ser justificadas pelas diferentes metodologias aplicadas como definiccedilotildees diferentes
de HAS (pontos de corte diferentes para definir HAS inclusatildeo ou natildeo de indiviacuteduos
com pressatildeo arterial normal em uso de anti-hipertensivos) variaccedilotildees na populaccedilatildeo-
alvo (faixas etaacuterias diferentes amostras com grupos selecionados) nuacutemero de
visitas para aferir a pressatildeo (CAVALCANTE et al 1995 NEDER BORGES 2006)
Pereira et al (2007) levando-se em consideraccedilatildeo apenas pressatildeo
arterial gt 140 x 90mmHg obteve 364 (IC95 327-399) de prevalecircncia de
hipertensatildeo na populaccedilatildeo adulta de Tubaratildeo quando levaram em consideraccedilatildeo os
indiviacuteduos em tratamento controlados esta foi de 405 (IC95 368-442) Entre a
populaccedilatildeo hipertensa (n = 286) a prevalecircncia de hipertensatildeo sisto-diastoacutelica de
455 (IC95 396-514) e de hipertensatildeo controlada 101 (IC95 69-142)
Dentre os faacutermacos utilizados com maior frequecircncia entre os motoristas de
caminhotildees estatildeo a Losartana e o Captopril exercendo accedilatildeo terapecircutica
respectivamente em 40 e 30 dos sujeitos da pesquisa como mostra a Figura
01
Figura 01 Medicamentos anti-hipertensivos utilizados pelos motoristas de caminhotildees (n=20)
Fonte autoria proacutepria
Estudo semelhante feito por Belan et al (2017) constatou que 75 dos
caminhoneiros faziam uso de valsartana 625 de propranolol 1125 de captopril
e 75 de losartana Segundo a Relaccedilatildeo Nacional de Medicamentos Essenciais ndash
RENAME (BRASIL 2010b) a utilizaccedilatildeo de losartana (13) e captopril (16) foram
13
inferiores em relaccedilatildeo ao uso de outros medicamentos como a hidroclorotiazida
(43) e o enalapril (24) divergindo dos resultados da pesquisa
No levantamento feito por Shinya et al (2011) que objetivou analisar os
medicamentos anti-hipertensivos mais utilizados nos municiacutepios de Ouroeste e
Populina localizados no Noroeste Paulista foi verificado que o captopril 25mg foi o
faacutermaco mais dispensado na Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) de Populina
enquanto que na UBS de Ouroeste foi o enalapril 20mg Jaacute o medicamento Losartan
eacute o mais utilizado pela sauacutede puacuteblica no municiacutepio de Ouroeste em relaccedilatildeo ao
municiacutepio de Populina-SP
Quanto agrave circunferecircncia da cintura 50 caminhoneiros (526) encontraram-se
com risco muito aumentado para alguns eventos cardiovasculares 26 indiviacuteduos
(274) apresentaram risco aumentado para complicaccedilotildees metaboacutelicas totalizando
um percentual de risco de 80 da amostra (Figura 02)
Figura 02 Risco cardiovascular segundo a circunferecircncia da cintura em motoristas de caminhotildees e seus respectivos intervalos de confianccedila (n=95)
Fonte autoria proacutepria
Os dados satildeo condizentes com a pesquisa de Santos et al (2012) na qual a
circunferecircncia abdominal se mostrou elevada em 68 dos caminhoneiros
Entretanto diferem do estudo realizado por Cavagioni et al (2008) feito com 258
motoristas em que 31 apresentaram risco aumentado
Os fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares encontrados neste estudo
somados ao estilo de vida dos participantes reforccedilam os achados de diminuiccedilatildeo da
14
qualidade de vida e associaccedilatildeo ao aparecimento de outras doenccedilas ainda na fase
adulta Quando os pacientes hipertensos satildeo comparados a indiviacuteduos
normotensos uma das maiores diferenccedilas encontradas tem sido um aumento na
prevalecircncia de obesidade (KAPLAN 1998)
Os resultados quanto agrave prevalecircncia de alguns fatores de risco para doenccedilas
crocircnicas mostraram que tanto os adultos quanto os idosos estatildeo em risco para
doenccedilas cardiovasculares principalmente em virtude de altos valores de
circunferecircncia abdominal
Ao realizar a avaliaccedilatildeo da PA observou-se que 5790 dos caminhoneiros
apresentaram niacuteveis pressoacutericos considerados oacutetimos Poreacutem 1789 embora
apresentassem sua PA oacutetima sabia-se que eles eram hipertensos pois havia o
relato do uso da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva Quanto aos indiviacuteduos com preacute-
hipertensatildeo constatou-se um percentual de 2737 dos quais 316 tambeacutem foram
considerados hipertensos por conta de relatem uso de medicamentos Jaacute com
relaccedilatildeo ao quadro sugestivo de hipertensatildeo por elevaccedilatildeo da PA observou-se um
percentual de 1473 motoristas de caminhotildees dos quais 526 (estaacutegio 1) 842
(estaacutegio 2) e 105 (estaacutegio 3) Dessa forma o percentual de hipertensos foi de
3578 (Tabela 07)
Tabela 07 Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial e de uso de anti-hipertensivos em motoristas de caminhotildees (n=95)
de Motoristas de acordo com a
PA
de Motoristas em uso de anti-hipertensivos
Hipertensos
Oacutetima 5790 1789 1789
Preacute-hipertensatildeo 2737 316 316
Hipertensatildeo estaacutegio 1 526 - 526
Hipertensatildeo estaacutegio 2 842 - 842
Hipertensatildeo estaacutegio 3 105 - 105
Total 100 2105 3578
Fonte autoria proacutepria
Comparando os resultados com outras investigaccedilotildees Takitane et al (2013)
apuraram que 123 dos motoristas de caminhatildeo de Satildeo Paulo relataram ter
hipertensatildeo Belan et al (2017) encontraram um percentual de 1625 de
caminhoneiros com hipertensatildeo e Batista e Silva (2005) evidenciaram que 2070
15
dos caminhoneiros apresentaram niacuteveis pressoacutericos elevados divergindo com a
presente investigaccedilatildeo
Cavagioni e Pierin (2010) durante avaliaccedilatildeo da pressatildeo arterial mostraram
que 372 dos motoristas apresentaram niacuteveis compatiacuteveis com hipertensatildeo
arterial corroborando com o estudo em questatildeo Tal achado eacute compatiacutevel ao dado
internacional de Layne et al (2009) e em nosso meio em outras classes
profissionais similares como motoristas de ocircnibus em regiatildeo urbana (CORREcircA
FILHO et al 2002) e profissionais da aacuterea da sauacutede (MION JUacuteNIOR et al 2004) Jaacute
no estudo de Coser et al (2009) a prevalecircncia de hipertensatildeo arterial sistoacutelica e
diastoacutelica foi de 47 sendo este valor superior ao que foi visto na presente
pesquisa
Sabe-se que o fato de a PA ter dado alterada ou natildeo nos motoristas de
caminhotildees eacute apenas sugestivo de hipertensatildeo tendo em vista que eacute necessaacuteria a
avaliaccedilatildeo de outros paracircmetros complementares para se confirmar o diagnoacutestico da
doenccedila
Cavagioni e Pierin (2010) relacionando o consumo de drogas anfetamiacutenicas
com a hipertensatildeo verificaram que o haacutebito de ingerir medicamentos para inibir o
sono funcionava como um fator protetor para o surgimento da hipertensatildeo arterial
Supotildee-se que essa associaccedilatildeo seja decorrente do fato de que ingerir medicamentos
para inibir o sono tenha sido mais frequente nos motoristas mais jovens (3534 plusmn
865 vs 4043 plusmn 1106 anos plt 005) portanto com pouca influecircncia da elevaccedilatildeo da
idade no surgimento da hipertensatildeo arterial
4 CONCLUSAtildeO
Os resultados comprobatoacuterios obtidos na pesquisa evidenciaram que a
maioria dos motoristas de caminhatildeo era adulto casado com baixo niacutevel de
escolaridade Foi visto que a prevalecircncia de caminhoneiros que jaacute fizeram o uso do
rebite uma vez na vida e a frequecircncia de consumo no uacuteltimo mecircs foram ambas
consideradas elevadas Quanto aos fatores de risco cardiovascular verificou-se que
uma parcela consideraacutevel dos caminhoneiros era hipertensa e a sua grande maioria
apresentava risco elevado para complicaccedilotildees metaboacutelicas de acordo com a
circunferecircncia da cintura
16
Dessa forma sugere-se que sejam implementadas intervenccedilotildees atraveacutes de
estrateacutegias de promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas e melhora dos haacutebitos
entre os caminhoneiros e risco de acidentes nas estradas A promoccedilatildeo da sauacutede
pode contribuir para a formaccedilatildeo e desenvolvimento da consciecircncia criacutetica das
pessoas na tentativa de melhorar a qualidade de vida dos mesmos
REFEREcircNCIAS ANDRADE et al Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial autorreferida na populaccedilatildeo brasileira anaacutelise da Pesquisa Nacional de Sauacutede Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede v 24 n 2 2015 ARAUacuteJO T M E et al Vulnerabilidade de caminhoneiros agrave infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite B Revista Interdisciplinar Uninovafapi v3 n1 p29-33 2010 BARBETTA P A Estatiacutestica aplicada agraves ciecircncias sociais 5 ed rev Florianoacutepolis Editora da UFSC 2002 BATISTA M A S SILVA F A B Niacutevel de sauacutede de caminhoneiros que trafegam pela BR 040 com base em dados obtidos durante o VI comando Rodoviaacuterio Federal na cidade de Brasiacutelia-DF um estudo de caso Revista de Divulgaccedilatildeo Cientiacutefica da FACESA 2005 BEEK A J World at work truck drivers Occupational and Environmental Medicine v 69 n 4 p 291-5 2012
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2
1 INTRODUCcedilAtildeO
O termo motorista de caminhatildeo ou caminhoneiro refere-se ao profissional que
transporta cargas em veiacuteculos pesados com determinada carroccedilaria e peso bruto
total acima de 3500 Kg ou aquele que dirige caminhatildeo rodoviaacuterio profissional
(BRASIL 2007) O trabalho de motoristas de caminhotildees pode levar a prejuiacutezos agrave
sauacutede pois favorece a adoccedilatildeo de estilos de vida pouco saudaacuteveis como
sedentarismo inadequados haacutebitos alimentares sobrepeso uso de aacutelcool e tabaco
entre outros A profissatildeo tambeacutem interfere na convivecircncia familiar e na vida social do
profissional (MASSON MONTEIRO 2010)
O mercado de transporte rodoviaacuterio tem se tornado cada vez mais acirrado o
que tem estimulado os profissionais a fazerem uso de anfetaminas seja na forma
isolada ou combinada a outras substacircncias A anfetamina eacute um estimulante do
sistema nervoso central e faz com que o ceacuterebro trabalhe mais depressa e promova
a sensaccedilatildeo de diminuiccedilatildeo do sono reduccedilatildeo da fadiga perda de apetite e de
aumento da capacidade fiacutesica e mental (BEEK 2012 KNAUTH et al 2012
OLIVEIRA et al 2013 GIROTTO et al 2014)
Apesar de inicialmente representar uma vantagem aos motoristas o uso de
anfetaminas pode conduzi-los a desfechos negativos no tracircnsito Jaacute foi relatada a
existecircncia de relaccedilatildeo direta entre a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de anfetaminas e o
prejuiacutezo do comportamento de dirigir (MUSSHOFF MADEA 2012) Ademais
pesquisas realizadas com esse puacuteblico alvo tecircm demonstrado como essa populaccedilatildeo
encontra-se vulneraacutevel a diversos riscos que predispotildeem a doenccedilas
cardiovasculares (DCV) (TELES et al 2008 PENTEADO et al 2008 BOTELHO et
al 2008 MARTINS et al 2009)
As DCV tecircm uma etiologia complexa e satildeo decorrentes de uma perturbaccedilatildeo
das funccedilotildees vasculares que se manifesta em diversas formas como hiperlipidemia
aterosclerose doenccedila da arteacuteria coronaacuteria arritmias insuficiecircncia cardiacuteaca e
hipertensatildeo arterial aleacutem de disfunccedilatildeo endotelial (CHEN et al 2010 GILES et al
2012 HIEN et al 2012)
A hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) eacute a doenccedila cardiovascular de maior
impacto epidemioloacutegico no mundo cuja prevalecircncia crescente eacute justificada pelo
elevado crescimento e envelhecimento da populaccedilatildeo e da maior exposiccedilatildeo a fatores
de risco relacionados ao estilo de vida tais como maus haacutebitos alimentares
3
sedentarismo uso abusivo de aacutelcool obesidade e estresse (WORLD HEALTH
ORGANIZATION 2014) No Brasil a HAS afeta 214 da populaccedilatildeo adulta
(ANDRADE et al 2015) percentual que tende a aumentar como resultado dos
elevados iacutendices de obesidade e do aumento da longevidade da populaccedilatildeo
(NGUYEN LAU 2012 MOZAFFARIAN et al 2016)
Pesquisas realizadas com motoristas de caminhotildees identificaram a correlaccedilatildeo
dos fatores de risco como uso de aacutelcool do tabaco e das anfetaminas e as
condiccedilotildees de sauacutede como a pressatildeo arterial a glicemia o colesterol o trigliceacuterides
o sobrepeso e a obesidade demonstrando como os mesmos podem interferir na sua
qualidade de vida (HOFFMAN 2003 NASCIMENTO et al 2007)
Diante disso a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) divulgou
em 6 de outubro de 2011 a Resoluccedilatildeo de Diretoria Colegiada nordm 52 que determinou
a proibiccedilatildeo da produccedilatildeo dispensaccedilatildeo importaccedilatildeo exportaccedilatildeo prescriccedilatildeo e uso dos
sais e isocircmeros de anfepramona femproporex e mazindol assim como de seus
produtos de biotransformaccedilatildeo No entanto tais substacircncias continuam sendo
consumidas por motoristas de caminhatildeo e possivelmente com a mesma magnitude
de antes da citada regulamentaccedilatildeo (BRASIL 2011)
Nesse contexto o objetivo desse artigo foi avaliar a prevalecircncia do uso de
anfetaminas e os fatores de risco cardiovascular de motoristas de caminhotildees em
Teresina Piauiacute
2 METODOLOGIA
Foi realizado um estudo de delineamento transversal observacional e
descritivo com os motoristas de caminhotildees que transitavam pela capital do estado
do Piauiacute vinculados ou natildeo a uma empresa de transportes de cargas rodoviaacuterias O
periacuteodo da coleta dos dados foi de 2 (dois) meses de setembro a novembro de
2012 sendo realizada geralmente aos finais de semana eou feriados periacuteodo esse
considerado de maior fluxo de caminhoneiros
A pesquisa foi realizada em um posto de combustiacuteveis situado em um bairro
da Zona Sul no municiacutepio de Teresina-PI local onde geralmente os motoristas de
caminhatildeo se dirigiam para repousar Em uma investigaccedilatildeo feita por Arauacutejo et al
(2010) verificou-se que nesse mesmo posto circulavam em meacutedia 200
caminhoneiros por dia perfazendo uma meacutedia mensal de 6000
4
O tamanho amostral foi obtido atraveacutes da planilha estatiacutestica Raosoft (Sample
Size Calculator) tomando-se como base uma prevalecircncia presumida de 50 com
iacutendice de confianccedila de 95 e um erro toleraacutevel de amostragem de 10
Durante os dois meses da pesquisa o nuacutemero total de sujeitos avaliados foi
de 97 caminhoneiros Entretanto dois participantes foram excluiacutedos em decorrecircncia
dos questionaacuterios apresentarem dados insatisfatoacuterios que poderiam influenciar nos
resultados da pesquisa Dessa forma a populaccedilatildeo do estudo resultou em uma
amostra (n) de 95 caminhoneiros do sexo masculino com faixa etaacuteria entre 20 a 68
anos A seleccedilatildeo desta populaccedilatildeo foi por amostragem acidental a qual se formou
pelos elementos que foram aparecendo ateacute completar o nuacutemero da amostra
(BARBETA 2002 LUIZ et al 2005)
Os indiviacuteduos responderam um questionaacuterio socioeconocircmico demograacutefico e
de haacutebitos de vida idade procedecircncia estado civil escolaridade envolvimento em
acidente sono ao volante uso de bebidas alcoacuteolicas uso de anfetaminas
Para a avaliaccedilatildeo da frequecircncia do consumo de drogas anfetamiacutenicas
adaptou-se um questionaacuterio do I Levantamento Nacional sobre o Uso de Aacutelcool
Tabaco e Outras Drogas entre Universitaacuterios das 27 Capitais Brasileiras (BRASIL
2010a)
Para a avaliaccedilatildeo dos fatores de risco cardiovascular foram avaliados relatos
de uso de medicamentos anti-hipertensivos a pressatildeo arterial (PA) e a
circunferecircncia da cintura (CC) dos motoristas A afericcedilatildeo da PA foi feita mediante um
medidor de pressatildeo arterial e pulsaccedilatildeocardiolife eletrocircnico digital validado de
marca INCOTERMreg ndash Induacutestria de Termocircmetros referecircncia 29837 com escala de
30-280mmHg resoluccedilatildeo de 1mmHg precisatildeo de plusmn 3mmHg peso de 109g com
registro pela ANVISA e aprovado pelo INMETRO 106 de 210510
Foram feitas trecircs medidas da pressatildeo arterial no membro superior esquerdo e
trecircs medidas no membro superior direito de cada indiviacuteduo o qual encontrava-se
com o braccedilo na altura do coraccedilatildeo na posiccedilatildeo sentada e com as pernas
descruzadas
A PA foi aferida por trecircs vezes sempre adotando um intervalo miacutenimo de
cinco minutos e depois feita uma meacutedia dos valores obtidos a fim de classificaacute-la
conforme a Tabela 01 Apoacutes a obtenccedilatildeo das medidas as mesmas foram
segmentadas em pressatildeo arterial sistoacutelica (PAS) e pressatildeo arterial diastoacutelica (PAD)
5
Foi definido como hipertenso o indiviacuteduo que apresentou PAS gt 140mmHg eou
PAD gt 90mmHg ou indiviacuteduos que estavam em uso de medicaccedilatildeo anti-hipertensiva
Tabela 01 Classificaccedilatildeo de PA de acordo com a mediccedilatildeo a partir de 18 anos de
idade
Classificaccedilatildeo PAS (mmHg) PAD (mmHg)
Oacutetima le 120 le80
Preacute-hipertensatildeo 121-139 81-89
Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159 90ndash99
Hipertensatildeo estaacutegio 2 160ndash179 100ndash109
Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180 ge 110
Legenda PAS = Pressatildeo arterial sistoacutelica PAD= Pressatildeo arterial diastoacutelica Fonte VII Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo Arterial (SBC 2016)
Com relaccedilatildeo agrave circunferecircncia da cintura (CC) a mensuraccedilatildeo foi feita atraveacutes
de uma fita meacutetrica inextensiacutevel de marca Mead Johnson Nutritionreg de 14cm de
largura comprimento maacuteximo de 150 cm e precisatildeo de 01cm Considerou-se a
meacutedia de trecircs medidas desde que natildeo fosse ultrapassada a diferenccedila de 10 cm
entre as mesmas nesse caso as trecircs medidas eram refeitas
Durante o procedimento os sujeitos vestindo o miacutenimo de roupa possiacutevel
permaneceram em posiccedilatildeo ortostaacutetica e com os braccedilos estendidos ao longo do
corpo O periacutemetro da cintura foi medido na menor curvatura localizada entre a
uacuteltima costela e a crista iliacuteaca com o cuidado de natildeo comprimir tecidos sendo a
leitura feita no final de uma expiraccedilatildeo (PEREIRA et al 1999) Quanto ao risco de
complicaccedilotildees metaboacutelicas a CC foi classificada consoante expotildee a Tabela 02
Tabela 02 Classificaccedilatildeo da circunferecircncia da cintura (CC) quanto ao risco de complicaccedilotildees metaboacutelicas em homens
Risco de Complicaccedilotildees Metaboacutelicas Circunferecircncia da cintura (cm)
Normal lt94
Aumentado 94le x lt 102
Muito Aumentado ge102
Fonte World Health Organization (1997)
O processamento dos dados e a anaacutelise estatiacutestica foram realizados atraveacutes
do programa SSPSreg versatildeo 180 As variaacuteveis quantitativas foram apresentadas
por meio de estatiacutestica descritiva meacutedia desvio padratildeo mediana miacutenimos e
6
maacuteximos e as qualitativas por meio de proporccedilatildeo e intervalo de confianccedila (IC 95)
Aplicou-se inicialmente o teste de Kolmogorov-Smirnov para avaliar a normalidade
das variaacuteveis quantitativas Considerou-se sempre um niacutevel de significacircncia
estatiacutestica de 95 (plt005)
O projeto de pesquisa desse trabalho foi submetido para aprovaccedilatildeo e aceito
pela Comissatildeo de Eacutetica em Pesquisa do Centro de Ensino Unificado de Teresina -
CEUT atraveacutes do protocolo de aceite Nordm 70532012 Para a realizaccedilatildeo da pesquisa
foi emitida uma carta de autorizaccedilatildeo do gerente do posto de combustiacutevel localizado
na regiatildeo sul do municiacutepio de Teresina-PI
Todos os participantes leram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido elaborado de acordo com a Declaraccedilatildeo de Helsinque III em atendimento
agrave Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de SauacutedeMinisteacuterio da Sauacutede onde
objetivos e procedimentos da pesquisa foram devidamente informados de forma
clara Cada participante ficou com uma coacutepia do termo no qual constavam os
telefones dos pesquisadores e da Comissatildeo de Eacutetica para o esclarecimento de
quaisquer duacutevidas (BRASIL 2013)
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A pesquisa foi constituiacuteda de 95 (n) motoristas de caminhotildees os quais
frequentavam um posto localizado no bairro Tabuleta no municiacutepio de Teresina-PI
Inicialmente avaliou-se o perfil socioeconocircmico e demograacutefico dos participantes da
pesquisa que pode ser visualizado na Tabela 03
Tabela 03 Perfil socioeconocircmico e demograacutefico dos motoristas de caminhatildeo pesquisados (n=95)
Variaacuteveis N
Faixa etaacuteria 20-59 anos 89 937 ge60 anos 06 63
Meacutedia (plusmndp) 433 (105)
Procedecircncia Nordeste 51 537
Norte 02 21 Sul 18 189
Sudeste 21 221 Centro-Oeste 03 32
Estado civil Solteiro 12 126
7
Vive com companheira 10 105 Casado 60 632 Viuacutevo 03 32
Separado 10 105
Escolaridade Analfabeto 01 11
Fund Incompleto 52 547 Fund Completo 17 179
Meacutedio incompleto 08 84 Meacutedio completo 17 179
Fonte autoria proacutepria
Os resultados apontam que a maioria dos caminhoneiros eram adultos
apresentando uma meacutedia de idade de 433 plusmn 105 anos Observou-se tambeacutem que a
maioria deles eram provenientes da regiatildeo Nordeste (537)
Em relaccedilatildeo ao estado civil foi verificado um grande percentual de
caminhoneiros casados (632 do total de 95 entrevistados) e apenas 126 eram
solteiros Pocircde-se entatildeo estabelecer similaridades com o trabalho anteriormente
realizado por Masson e Monteiro (2010) no qual foram verificados que 72 dos
motoristas avaliados eram casados e 20 eram solteiros e por Teles et al (2008)
obtendo-se um percentual de 777 para casados e 154 para solteiros
Com relaccedilatildeo ao grau de escolaridade constatou-se que a maioria (547)
dos caminhoneiros questionados apresentava o ensino fundamental incompleto
Seguindo a tendecircncia de outros estudos tais como Resende et al (2010) entre os
quais 67 dos entrevistados estudaram ateacute o ensino fundamental e 22
completaram o ensino meacutedio e da pesquisa de Domingos et al (2010) no qual 67
possuiacuteam o ensino fundamental completo ou incompleto e 313 apresentavam o
ensino meacutedio concluiacutedo
Como afirmado no estudo de Ruas et al (2010) em geral os profissionais
caminhoneiros iniciam sua profissatildeo ainda jovens abandonando os estudos sem ao
menos terem concluiacutedo o 1deg Grau Dessa maneira entende-se que os fatores
aparecem como uma precocidade eminente podendo desencadear doenccedilas
cardiovasculares Entre outros riscos inerentes agrave profissatildeo citam-se acidentes
automobiliacutesticos doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis alto consumo de bebidas
alcooacutelicas e uso de anfetaminas
A Tabela 04 denota os dados de haacutebitos de vida dos motoristas de caminhotildees
da presente pesquisa
8
Tabela 04 Haacutebitos de vida dos motoristas de caminhotildees (n=95)
Variaacuteveis N
Envolvimento em acidente Sim 37 389 Natildeo 58 611
Jaacute dormiu ao volante Sim 42 442 Natildeo 53 558
Fez uso bebidas alcoacuteolicas durante viagem Sim 27 284 Natildeo 68 716
Fez uso de rebites Sim 53 558 Natildeo 42 442
Fonte autoria proacutepria
Verificou-se que o percentual de caminhoneiros que jaacute se envolveram em
acidentes foi de 389 o que se aproxima com o percentual de motoristas que jaacute
dormiram ao volante (442) Esses criteacuterios satildeo avaliados juntos pelo fato de que o
sono ao volante eacute um dos principais fatores para a ocorrecircncia dos acidentes
automobiliacutesticos nas estradas
O trabalho de Cavagioni e Pierin (2010) mostrou um percentual bem maior do
que o encontrado na presente investigaccedilatildeo no qual foi observado que 90 dos
caminhoneiros jaacute sofreram algum tipo de acidente automobiliacutestico
Dormir ao volante eacute uma das principais causas de acidentes fatais causados
por motoristas de carros eou caminhotildees em rodovias (NTSB 1990 PHILIP et al
2002) A probabilidade dos motoristas que dormiram menos de 5 horas em 24 horas
de se envolverem em acidente relacionado com o sono ao volante eacute maior (PHILIP
et al 2002)
No estudo de Nascimento et al (2007) de um total de 91 caminhoneiros 27
deles relataram ter se envolvido em acidentes devido ao uso de rebites Mas ainda
Wendler et al (2003) afirmam vaacuterios relatos de motoristas que sob a accedilatildeo das
anfetaminas param seus caminhotildees no meio da pista ou invadem a pista contraacuteria
em razatildeo das alucinaccedilotildees causadas
Quanto ao uso de bebidas alcooacutelicas durante a viagem observou-se um
percentual de 284 da amostra Isso acontece por conta da falta de fiscalizaccedilatildeo
9
nas estradas pela natildeo obrigatoriedade do uso do bafocircmetro e por natildeo terem leis e
puniccedilotildees mais incisivas que atuem contra o consumo de aacutelcool durante a viagem
Em um estudo de Domingos e Pillon (2007) foi avaliado o padratildeo do consumo
de aacutelcool por parte de motoristas de caminhatildeo (amostra de 826) verificou-se que o
percentual encontrado tambeacutem foi muito superior ao do presente estudo sendo que
738 (727) fizeram uso do aacutelcool nos uacuteltimos 12 meses e 276 (273) eram
abstecircmios Jaacute na investigaccedilatildeo de Belan et al (2017) o percentual de caminhoneiros
que faziam uso de bebidas alcooacutelicas durante a viagem era de 65 mais que o
dobro do valor encontrado na presente pesquisa o que denota que os motoristas
podem ter omitido durante o questionaacuterio tal informaccedilatildeo uma vez que eles tecircm
conhecimento de que natildeo se deve ingerir aacutelcool na estrada embora natildeo cumpram
na maioria das vezes
Existem evidecircncias de que os fatores comportamentais relacionados ao beber
e dirigir que satildeo prevalentes nas causas de acidentes de tracircnsito contribuem com
95 dos prejuiacutezos associados As consequecircncias do beber e dirigir como os
acidentes de tracircnsito natildeo soacute no Brasil constituem um problema de grande
magnitude e contribuem com os altos iacutendices de morbidade e mortalidade da
populaccedilatildeo (PINSKY et al 2004)
Ainda tendo como objeto de anaacutelise a Tabela 04 avaliou-se o consumo de
rebites entre os participantes da pesquisa e foi constatado que mais da metade dos
caminhoneiros (558) jaacute fizeram o uso da droga anfetamiacutenica alguma vez na vida
Os resultados da presente pesquisa permitem considerar que o uso de anfetaminas
eacute uma realidade na vida de muitos caminhoneiros particularmente daqueles que
trafegam durante a noite eou de madrugada dormindo no maacuteximo seis horas por
dia
Essa elevada prevalecircncia provavelmente ocorre em decorrecircncia da venda
indiscriminada em postos e farmaacutecias tendo em vista que satildeo comercializados sem
prescriccedilatildeo meacutedica Os sindicatos natildeo deixam as empresas fiscalizar os
caminhoneiros e realizarem testes especiacuteficos para dosagens de substacircncias
Muitas vezes as empresas que contratam os serviccedilos dos caminhoneiros natildeo se
empenham e exigem muito dos profissionais deixando-os agrave mercecirc de uma jornada
extensa de trabalho Aleacutem disso no Brasil os bafocircmetros natildeo conseguem apontar
quem fez uso de drogas pois eles estatildeo condicionados a detectar apenas a
presenccedila de aacutelcool
10
No estudo de Nascimento et al (2007) entre os motoristas que participaram
33 preferiam trabalhar no periacuteodo noturno 38 na madrugada 37 dormiam em
meacutedia de 4 a 6 horas por dia e as jornadas de trabalho eram acima de 12horas para
34 dos participantes do estudo Em relaccedilatildeo ao uso de anfetaminas os resultados
foram preocupantes pois 66 dos participantes afirmaram fazer uso de anfetaminas
durante os turnos trabalhados
Na investigaccedilatildeo de Masson e Monteiro (2010) a maioria dos sujeitos
estudados (70) fazia uso de rebite dentre os quais 60 jaacute faziam uso haacute mais de
cinco anos Belan et al (2017) tambeacutem encontraram um percentual significativo de
usuaacuterios de anfetaminas tendo em vista que no ano de 2013 77 dos condutores
relataram fazer uso dessas substacircncias e em 2016 60 deles afirmaram fazer uso
Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de uso de rebites a Tabela 05 evidencia os motivos
de utilizaccedilatildeo das drogas e o histoacuterico de uso das mesmas
Tabela 05 Consumo e frequecircncia de uso de anfetaminas (rebites) em motoristas de caminhotildees (n=53)
Variaacuteveis N
Motivos utilizar ldquorebiterdquo Manter-se acordado 46 868
Aumentar concentraccedilatildeo 01 19 Ganhar agilidade 06 113
Experimentou ldquorebiterdquo 1ordf vez (idade) 18-28 anos 52 732 28-38 anos 13 183 gt39 anos 06 85
Meacutedia (plusmndp) 273 (77)
Usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 3 meses Sim 16 302 Natildeo 37 698
Usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 12 meses Sim 22 415 Natildeo 31 585
Quantas vezes usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 30 dias Natildeo usei 34 642
Menos 1x por semana 09 170 1 ou mais x por semana 04 75
Diariamente 03 57 2 ou 3 vezes ao dia 03 57
Fonte autoria proacutepria
Wendler et al (2003) entrevistaram 318 motoristas e apenas 312 (10
caminhoneiros) disseram nunca ter usado anfetaminas No entanto 96
11
correspondente a 308 caminhoneiros afirmaram que usam ou usaram pelo menos
uma vez esses medicamentos com o intuito de permanecerem acordados por mais
tempo
Nascimento et al (2007) de 91 entrevistados 66 afirmaram usar
anfetaminas (rebite) Esta uacuteltima estatiacutestica confirmou o resultado dessa pesquisa
uma vez que 5520 dos caminhoneiros afirmaram que jaacute fizeram uso dessa droga
por inuacutemeros motivos entre eles Couper et al (2002) cita para reduzir o sono e
diminuir o cansaccedilo em percursos de longa distacircncias
Percebeu-se tambeacutem que a primeira experiecircncia com essa droga era feita
entre os 18 e 28 anos com uma prevalecircncia de 732 nesse intervalo de tempo
Seguido de 28 e 38 anos (183) e acima de 38 anos (85) obtendo-se uma
meacutedia de 273 anos do primeiro contato dos caminhoneiros com a anfetamina
O uso de anfetaminas de ateacute 3 vezes por semana desencadeia dependecircncia
a longo prazo (NASCIMENTO et al 2007) Por isso eacute preocupante quando se faz o
uso dessa droga ou quando se observa o desejo de utilizaacute-la
Zeferino (2004) em um trabalho feito com empresas de transporte rodoviaacuterio
de cargas no Estado de Santa Catarina observou um grande problema com relaccedilatildeo
ao consumo de substacircncias psicoativas principalmente a anfetamina em motoristas
de caminhotildees 65 dos participantes envolvidos na pesquisa relataram fazer uso de
anfetaminas 94 das empresas analisadas jaacute tiveram seus caminhoneiros
envolvidos em algum acidente de tracircnsito sendo que esses acidentes poderiam
estar relacionados com o uso dessas substacircncias
Quanto agrave utilizaccedilatildeo ou natildeo de faacutermacos anti-hipertensivos percebeu-se que
211 referiram fazer uso desses medicamentos sendo que alguns deles ainda
assim apresentaram pressatildeo arterial elevada sugerindo que os mesmos natildeo
estivessem fazendo o controle adequado da pressatildeo arterial haja vista que satildeo
classificados como hipertensos (Tabela 06)
Tabela 06 Uso de medicamentos anti-hipertensivos pelos motoristas de caminhotildees (n=95)
Faz uso medicamentos anti-hipertensivos N Sim 20 211 Natildeo 75 789
Fonte autoria proacutepria
12
Satildeo numerosos os estudos que estimam a prevalecircncia de HAS no mundo
mas poucos no Brasil Taxas discrepantes de prevalecircncia nesses estudos podem
ser justificadas pelas diferentes metodologias aplicadas como definiccedilotildees diferentes
de HAS (pontos de corte diferentes para definir HAS inclusatildeo ou natildeo de indiviacuteduos
com pressatildeo arterial normal em uso de anti-hipertensivos) variaccedilotildees na populaccedilatildeo-
alvo (faixas etaacuterias diferentes amostras com grupos selecionados) nuacutemero de
visitas para aferir a pressatildeo (CAVALCANTE et al 1995 NEDER BORGES 2006)
Pereira et al (2007) levando-se em consideraccedilatildeo apenas pressatildeo
arterial gt 140 x 90mmHg obteve 364 (IC95 327-399) de prevalecircncia de
hipertensatildeo na populaccedilatildeo adulta de Tubaratildeo quando levaram em consideraccedilatildeo os
indiviacuteduos em tratamento controlados esta foi de 405 (IC95 368-442) Entre a
populaccedilatildeo hipertensa (n = 286) a prevalecircncia de hipertensatildeo sisto-diastoacutelica de
455 (IC95 396-514) e de hipertensatildeo controlada 101 (IC95 69-142)
Dentre os faacutermacos utilizados com maior frequecircncia entre os motoristas de
caminhotildees estatildeo a Losartana e o Captopril exercendo accedilatildeo terapecircutica
respectivamente em 40 e 30 dos sujeitos da pesquisa como mostra a Figura
01
Figura 01 Medicamentos anti-hipertensivos utilizados pelos motoristas de caminhotildees (n=20)
Fonte autoria proacutepria
Estudo semelhante feito por Belan et al (2017) constatou que 75 dos
caminhoneiros faziam uso de valsartana 625 de propranolol 1125 de captopril
e 75 de losartana Segundo a Relaccedilatildeo Nacional de Medicamentos Essenciais ndash
RENAME (BRASIL 2010b) a utilizaccedilatildeo de losartana (13) e captopril (16) foram
13
inferiores em relaccedilatildeo ao uso de outros medicamentos como a hidroclorotiazida
(43) e o enalapril (24) divergindo dos resultados da pesquisa
No levantamento feito por Shinya et al (2011) que objetivou analisar os
medicamentos anti-hipertensivos mais utilizados nos municiacutepios de Ouroeste e
Populina localizados no Noroeste Paulista foi verificado que o captopril 25mg foi o
faacutermaco mais dispensado na Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) de Populina
enquanto que na UBS de Ouroeste foi o enalapril 20mg Jaacute o medicamento Losartan
eacute o mais utilizado pela sauacutede puacuteblica no municiacutepio de Ouroeste em relaccedilatildeo ao
municiacutepio de Populina-SP
Quanto agrave circunferecircncia da cintura 50 caminhoneiros (526) encontraram-se
com risco muito aumentado para alguns eventos cardiovasculares 26 indiviacuteduos
(274) apresentaram risco aumentado para complicaccedilotildees metaboacutelicas totalizando
um percentual de risco de 80 da amostra (Figura 02)
Figura 02 Risco cardiovascular segundo a circunferecircncia da cintura em motoristas de caminhotildees e seus respectivos intervalos de confianccedila (n=95)
Fonte autoria proacutepria
Os dados satildeo condizentes com a pesquisa de Santos et al (2012) na qual a
circunferecircncia abdominal se mostrou elevada em 68 dos caminhoneiros
Entretanto diferem do estudo realizado por Cavagioni et al (2008) feito com 258
motoristas em que 31 apresentaram risco aumentado
Os fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares encontrados neste estudo
somados ao estilo de vida dos participantes reforccedilam os achados de diminuiccedilatildeo da
14
qualidade de vida e associaccedilatildeo ao aparecimento de outras doenccedilas ainda na fase
adulta Quando os pacientes hipertensos satildeo comparados a indiviacuteduos
normotensos uma das maiores diferenccedilas encontradas tem sido um aumento na
prevalecircncia de obesidade (KAPLAN 1998)
Os resultados quanto agrave prevalecircncia de alguns fatores de risco para doenccedilas
crocircnicas mostraram que tanto os adultos quanto os idosos estatildeo em risco para
doenccedilas cardiovasculares principalmente em virtude de altos valores de
circunferecircncia abdominal
Ao realizar a avaliaccedilatildeo da PA observou-se que 5790 dos caminhoneiros
apresentaram niacuteveis pressoacutericos considerados oacutetimos Poreacutem 1789 embora
apresentassem sua PA oacutetima sabia-se que eles eram hipertensos pois havia o
relato do uso da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva Quanto aos indiviacuteduos com preacute-
hipertensatildeo constatou-se um percentual de 2737 dos quais 316 tambeacutem foram
considerados hipertensos por conta de relatem uso de medicamentos Jaacute com
relaccedilatildeo ao quadro sugestivo de hipertensatildeo por elevaccedilatildeo da PA observou-se um
percentual de 1473 motoristas de caminhotildees dos quais 526 (estaacutegio 1) 842
(estaacutegio 2) e 105 (estaacutegio 3) Dessa forma o percentual de hipertensos foi de
3578 (Tabela 07)
Tabela 07 Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial e de uso de anti-hipertensivos em motoristas de caminhotildees (n=95)
de Motoristas de acordo com a
PA
de Motoristas em uso de anti-hipertensivos
Hipertensos
Oacutetima 5790 1789 1789
Preacute-hipertensatildeo 2737 316 316
Hipertensatildeo estaacutegio 1 526 - 526
Hipertensatildeo estaacutegio 2 842 - 842
Hipertensatildeo estaacutegio 3 105 - 105
Total 100 2105 3578
Fonte autoria proacutepria
Comparando os resultados com outras investigaccedilotildees Takitane et al (2013)
apuraram que 123 dos motoristas de caminhatildeo de Satildeo Paulo relataram ter
hipertensatildeo Belan et al (2017) encontraram um percentual de 1625 de
caminhoneiros com hipertensatildeo e Batista e Silva (2005) evidenciaram que 2070
15
dos caminhoneiros apresentaram niacuteveis pressoacutericos elevados divergindo com a
presente investigaccedilatildeo
Cavagioni e Pierin (2010) durante avaliaccedilatildeo da pressatildeo arterial mostraram
que 372 dos motoristas apresentaram niacuteveis compatiacuteveis com hipertensatildeo
arterial corroborando com o estudo em questatildeo Tal achado eacute compatiacutevel ao dado
internacional de Layne et al (2009) e em nosso meio em outras classes
profissionais similares como motoristas de ocircnibus em regiatildeo urbana (CORREcircA
FILHO et al 2002) e profissionais da aacuterea da sauacutede (MION JUacuteNIOR et al 2004) Jaacute
no estudo de Coser et al (2009) a prevalecircncia de hipertensatildeo arterial sistoacutelica e
diastoacutelica foi de 47 sendo este valor superior ao que foi visto na presente
pesquisa
Sabe-se que o fato de a PA ter dado alterada ou natildeo nos motoristas de
caminhotildees eacute apenas sugestivo de hipertensatildeo tendo em vista que eacute necessaacuteria a
avaliaccedilatildeo de outros paracircmetros complementares para se confirmar o diagnoacutestico da
doenccedila
Cavagioni e Pierin (2010) relacionando o consumo de drogas anfetamiacutenicas
com a hipertensatildeo verificaram que o haacutebito de ingerir medicamentos para inibir o
sono funcionava como um fator protetor para o surgimento da hipertensatildeo arterial
Supotildee-se que essa associaccedilatildeo seja decorrente do fato de que ingerir medicamentos
para inibir o sono tenha sido mais frequente nos motoristas mais jovens (3534 plusmn
865 vs 4043 plusmn 1106 anos plt 005) portanto com pouca influecircncia da elevaccedilatildeo da
idade no surgimento da hipertensatildeo arterial
4 CONCLUSAtildeO
Os resultados comprobatoacuterios obtidos na pesquisa evidenciaram que a
maioria dos motoristas de caminhatildeo era adulto casado com baixo niacutevel de
escolaridade Foi visto que a prevalecircncia de caminhoneiros que jaacute fizeram o uso do
rebite uma vez na vida e a frequecircncia de consumo no uacuteltimo mecircs foram ambas
consideradas elevadas Quanto aos fatores de risco cardiovascular verificou-se que
uma parcela consideraacutevel dos caminhoneiros era hipertensa e a sua grande maioria
apresentava risco elevado para complicaccedilotildees metaboacutelicas de acordo com a
circunferecircncia da cintura
16
Dessa forma sugere-se que sejam implementadas intervenccedilotildees atraveacutes de
estrateacutegias de promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas e melhora dos haacutebitos
entre os caminhoneiros e risco de acidentes nas estradas A promoccedilatildeo da sauacutede
pode contribuir para a formaccedilatildeo e desenvolvimento da consciecircncia criacutetica das
pessoas na tentativa de melhorar a qualidade de vida dos mesmos
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uso-de-drogas-por-30-dos-caminhoneirosgt Acesso em 05 de setembro de 2018 agraves 2000hs _______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Ciecircncia Tecnologia e Insumos Estrateacutegicos Departamento de Assistecircncia Farmacecircutica e Insumos Estrateacutegicos Relaccedilatildeo nacional de medicamentos essenciais Rename Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Ciecircncia Tecnologia e Insumos Estrateacutegicos Departamento de Assistecircncia Farmacecircutica e Insumos Estrateacutegicos ndash 7 ed ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010b 250 p _______ Presidecircncia da Repuacuteblica Secretaria Nacional de Poliacuteticas sobre Drogas I Levantamento Nacional sobre o Uso de Aacutelcool Tabaco e Outras Drogas entre Universitaacuterios das 27 Capitais Brasileiras Secretaria Nacional de Poliacuteticas sobre Drogas GREAIPQ-HCFMUSP organizadores Arthur Guerra de Andrade Paulina do Carmo Arruda Vieira Duarte Luacutecio Garcia de Oliveira ndash Brasiacutelia SENAD 2010a 284 p CAVAGIONI L C et al Siacutendrome metaboacutelica em motoristas profissionais de transporte de cargas da rodovia BR-116 no trecho Paulista-Reacutegis Bittencourt Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia v 52 n 6 p 1015-23 2008 CAVAGIONI L C PIERIN A M G Hipertensatildeo arterial e obesidade em motoristas profissionais de transporte de cargas Acta Paulista de Enfermagem (UNIFESP Impresso) v 23 p 455-460 2010 CAVALCANTE J W S et al Prevalecircncia e aspectos socioculturais e econocircmicos da hipertensatildeo arterial em centro de sauacutede da zona norte de Manaus Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 65 n 6 p 493-6 1995 CHEN GP et al Chronic inhibition of farnesyl pyrophosphate synthase improves endothelial function in spontaneously hypertensive rats Biochemical Pharmacology v 80 p1684ndash1689 2010 CORREcircA FILHO H R et al Perda auditiva induzida por ruiacutedo e hipertensatildeo em condutores de ocircnibus Revista de Sauacutede Puacuteblica v 36 n 6 p 693-701 2002 COSER J et al Triagem dos perfis lipiacutedico e gliciacutedico em caminhoneiros que trafegam no centro unificado de fronteira entre Brasil e Argentina (AU) Revista brasileira de anaacutelises cliacutenicas v 41 n 3 p 223-228 2009 COUPER F J et al Prevalence of drug use in commercial tractor trailer drivers Journal Forensic Science v 47 n 3 p 562-7 2002 DOMINGOS J B C et al Consumo de aacutelcool sobrepeso e obesidade entre caminhoneiros Revista Enfermagem UERJ v 18 p 377-382 2010
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sedentarismo uso abusivo de aacutelcool obesidade e estresse (WORLD HEALTH
ORGANIZATION 2014) No Brasil a HAS afeta 214 da populaccedilatildeo adulta
(ANDRADE et al 2015) percentual que tende a aumentar como resultado dos
elevados iacutendices de obesidade e do aumento da longevidade da populaccedilatildeo
(NGUYEN LAU 2012 MOZAFFARIAN et al 2016)
Pesquisas realizadas com motoristas de caminhotildees identificaram a correlaccedilatildeo
dos fatores de risco como uso de aacutelcool do tabaco e das anfetaminas e as
condiccedilotildees de sauacutede como a pressatildeo arterial a glicemia o colesterol o trigliceacuterides
o sobrepeso e a obesidade demonstrando como os mesmos podem interferir na sua
qualidade de vida (HOFFMAN 2003 NASCIMENTO et al 2007)
Diante disso a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) divulgou
em 6 de outubro de 2011 a Resoluccedilatildeo de Diretoria Colegiada nordm 52 que determinou
a proibiccedilatildeo da produccedilatildeo dispensaccedilatildeo importaccedilatildeo exportaccedilatildeo prescriccedilatildeo e uso dos
sais e isocircmeros de anfepramona femproporex e mazindol assim como de seus
produtos de biotransformaccedilatildeo No entanto tais substacircncias continuam sendo
consumidas por motoristas de caminhatildeo e possivelmente com a mesma magnitude
de antes da citada regulamentaccedilatildeo (BRASIL 2011)
Nesse contexto o objetivo desse artigo foi avaliar a prevalecircncia do uso de
anfetaminas e os fatores de risco cardiovascular de motoristas de caminhotildees em
Teresina Piauiacute
2 METODOLOGIA
Foi realizado um estudo de delineamento transversal observacional e
descritivo com os motoristas de caminhotildees que transitavam pela capital do estado
do Piauiacute vinculados ou natildeo a uma empresa de transportes de cargas rodoviaacuterias O
periacuteodo da coleta dos dados foi de 2 (dois) meses de setembro a novembro de
2012 sendo realizada geralmente aos finais de semana eou feriados periacuteodo esse
considerado de maior fluxo de caminhoneiros
A pesquisa foi realizada em um posto de combustiacuteveis situado em um bairro
da Zona Sul no municiacutepio de Teresina-PI local onde geralmente os motoristas de
caminhatildeo se dirigiam para repousar Em uma investigaccedilatildeo feita por Arauacutejo et al
(2010) verificou-se que nesse mesmo posto circulavam em meacutedia 200
caminhoneiros por dia perfazendo uma meacutedia mensal de 6000
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O tamanho amostral foi obtido atraveacutes da planilha estatiacutestica Raosoft (Sample
Size Calculator) tomando-se como base uma prevalecircncia presumida de 50 com
iacutendice de confianccedila de 95 e um erro toleraacutevel de amostragem de 10
Durante os dois meses da pesquisa o nuacutemero total de sujeitos avaliados foi
de 97 caminhoneiros Entretanto dois participantes foram excluiacutedos em decorrecircncia
dos questionaacuterios apresentarem dados insatisfatoacuterios que poderiam influenciar nos
resultados da pesquisa Dessa forma a populaccedilatildeo do estudo resultou em uma
amostra (n) de 95 caminhoneiros do sexo masculino com faixa etaacuteria entre 20 a 68
anos A seleccedilatildeo desta populaccedilatildeo foi por amostragem acidental a qual se formou
pelos elementos que foram aparecendo ateacute completar o nuacutemero da amostra
(BARBETA 2002 LUIZ et al 2005)
Os indiviacuteduos responderam um questionaacuterio socioeconocircmico demograacutefico e
de haacutebitos de vida idade procedecircncia estado civil escolaridade envolvimento em
acidente sono ao volante uso de bebidas alcoacuteolicas uso de anfetaminas
Para a avaliaccedilatildeo da frequecircncia do consumo de drogas anfetamiacutenicas
adaptou-se um questionaacuterio do I Levantamento Nacional sobre o Uso de Aacutelcool
Tabaco e Outras Drogas entre Universitaacuterios das 27 Capitais Brasileiras (BRASIL
2010a)
Para a avaliaccedilatildeo dos fatores de risco cardiovascular foram avaliados relatos
de uso de medicamentos anti-hipertensivos a pressatildeo arterial (PA) e a
circunferecircncia da cintura (CC) dos motoristas A afericcedilatildeo da PA foi feita mediante um
medidor de pressatildeo arterial e pulsaccedilatildeocardiolife eletrocircnico digital validado de
marca INCOTERMreg ndash Induacutestria de Termocircmetros referecircncia 29837 com escala de
30-280mmHg resoluccedilatildeo de 1mmHg precisatildeo de plusmn 3mmHg peso de 109g com
registro pela ANVISA e aprovado pelo INMETRO 106 de 210510
Foram feitas trecircs medidas da pressatildeo arterial no membro superior esquerdo e
trecircs medidas no membro superior direito de cada indiviacuteduo o qual encontrava-se
com o braccedilo na altura do coraccedilatildeo na posiccedilatildeo sentada e com as pernas
descruzadas
A PA foi aferida por trecircs vezes sempre adotando um intervalo miacutenimo de
cinco minutos e depois feita uma meacutedia dos valores obtidos a fim de classificaacute-la
conforme a Tabela 01 Apoacutes a obtenccedilatildeo das medidas as mesmas foram
segmentadas em pressatildeo arterial sistoacutelica (PAS) e pressatildeo arterial diastoacutelica (PAD)
5
Foi definido como hipertenso o indiviacuteduo que apresentou PAS gt 140mmHg eou
PAD gt 90mmHg ou indiviacuteduos que estavam em uso de medicaccedilatildeo anti-hipertensiva
Tabela 01 Classificaccedilatildeo de PA de acordo com a mediccedilatildeo a partir de 18 anos de
idade
Classificaccedilatildeo PAS (mmHg) PAD (mmHg)
Oacutetima le 120 le80
Preacute-hipertensatildeo 121-139 81-89
Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159 90ndash99
Hipertensatildeo estaacutegio 2 160ndash179 100ndash109
Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180 ge 110
Legenda PAS = Pressatildeo arterial sistoacutelica PAD= Pressatildeo arterial diastoacutelica Fonte VII Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo Arterial (SBC 2016)
Com relaccedilatildeo agrave circunferecircncia da cintura (CC) a mensuraccedilatildeo foi feita atraveacutes
de uma fita meacutetrica inextensiacutevel de marca Mead Johnson Nutritionreg de 14cm de
largura comprimento maacuteximo de 150 cm e precisatildeo de 01cm Considerou-se a
meacutedia de trecircs medidas desde que natildeo fosse ultrapassada a diferenccedila de 10 cm
entre as mesmas nesse caso as trecircs medidas eram refeitas
Durante o procedimento os sujeitos vestindo o miacutenimo de roupa possiacutevel
permaneceram em posiccedilatildeo ortostaacutetica e com os braccedilos estendidos ao longo do
corpo O periacutemetro da cintura foi medido na menor curvatura localizada entre a
uacuteltima costela e a crista iliacuteaca com o cuidado de natildeo comprimir tecidos sendo a
leitura feita no final de uma expiraccedilatildeo (PEREIRA et al 1999) Quanto ao risco de
complicaccedilotildees metaboacutelicas a CC foi classificada consoante expotildee a Tabela 02
Tabela 02 Classificaccedilatildeo da circunferecircncia da cintura (CC) quanto ao risco de complicaccedilotildees metaboacutelicas em homens
Risco de Complicaccedilotildees Metaboacutelicas Circunferecircncia da cintura (cm)
Normal lt94
Aumentado 94le x lt 102
Muito Aumentado ge102
Fonte World Health Organization (1997)
O processamento dos dados e a anaacutelise estatiacutestica foram realizados atraveacutes
do programa SSPSreg versatildeo 180 As variaacuteveis quantitativas foram apresentadas
por meio de estatiacutestica descritiva meacutedia desvio padratildeo mediana miacutenimos e
6
maacuteximos e as qualitativas por meio de proporccedilatildeo e intervalo de confianccedila (IC 95)
Aplicou-se inicialmente o teste de Kolmogorov-Smirnov para avaliar a normalidade
das variaacuteveis quantitativas Considerou-se sempre um niacutevel de significacircncia
estatiacutestica de 95 (plt005)
O projeto de pesquisa desse trabalho foi submetido para aprovaccedilatildeo e aceito
pela Comissatildeo de Eacutetica em Pesquisa do Centro de Ensino Unificado de Teresina -
CEUT atraveacutes do protocolo de aceite Nordm 70532012 Para a realizaccedilatildeo da pesquisa
foi emitida uma carta de autorizaccedilatildeo do gerente do posto de combustiacutevel localizado
na regiatildeo sul do municiacutepio de Teresina-PI
Todos os participantes leram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido elaborado de acordo com a Declaraccedilatildeo de Helsinque III em atendimento
agrave Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de SauacutedeMinisteacuterio da Sauacutede onde
objetivos e procedimentos da pesquisa foram devidamente informados de forma
clara Cada participante ficou com uma coacutepia do termo no qual constavam os
telefones dos pesquisadores e da Comissatildeo de Eacutetica para o esclarecimento de
quaisquer duacutevidas (BRASIL 2013)
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A pesquisa foi constituiacuteda de 95 (n) motoristas de caminhotildees os quais
frequentavam um posto localizado no bairro Tabuleta no municiacutepio de Teresina-PI
Inicialmente avaliou-se o perfil socioeconocircmico e demograacutefico dos participantes da
pesquisa que pode ser visualizado na Tabela 03
Tabela 03 Perfil socioeconocircmico e demograacutefico dos motoristas de caminhatildeo pesquisados (n=95)
Variaacuteveis N
Faixa etaacuteria 20-59 anos 89 937 ge60 anos 06 63
Meacutedia (plusmndp) 433 (105)
Procedecircncia Nordeste 51 537
Norte 02 21 Sul 18 189
Sudeste 21 221 Centro-Oeste 03 32
Estado civil Solteiro 12 126
7
Vive com companheira 10 105 Casado 60 632 Viuacutevo 03 32
Separado 10 105
Escolaridade Analfabeto 01 11
Fund Incompleto 52 547 Fund Completo 17 179
Meacutedio incompleto 08 84 Meacutedio completo 17 179
Fonte autoria proacutepria
Os resultados apontam que a maioria dos caminhoneiros eram adultos
apresentando uma meacutedia de idade de 433 plusmn 105 anos Observou-se tambeacutem que a
maioria deles eram provenientes da regiatildeo Nordeste (537)
Em relaccedilatildeo ao estado civil foi verificado um grande percentual de
caminhoneiros casados (632 do total de 95 entrevistados) e apenas 126 eram
solteiros Pocircde-se entatildeo estabelecer similaridades com o trabalho anteriormente
realizado por Masson e Monteiro (2010) no qual foram verificados que 72 dos
motoristas avaliados eram casados e 20 eram solteiros e por Teles et al (2008)
obtendo-se um percentual de 777 para casados e 154 para solteiros
Com relaccedilatildeo ao grau de escolaridade constatou-se que a maioria (547)
dos caminhoneiros questionados apresentava o ensino fundamental incompleto
Seguindo a tendecircncia de outros estudos tais como Resende et al (2010) entre os
quais 67 dos entrevistados estudaram ateacute o ensino fundamental e 22
completaram o ensino meacutedio e da pesquisa de Domingos et al (2010) no qual 67
possuiacuteam o ensino fundamental completo ou incompleto e 313 apresentavam o
ensino meacutedio concluiacutedo
Como afirmado no estudo de Ruas et al (2010) em geral os profissionais
caminhoneiros iniciam sua profissatildeo ainda jovens abandonando os estudos sem ao
menos terem concluiacutedo o 1deg Grau Dessa maneira entende-se que os fatores
aparecem como uma precocidade eminente podendo desencadear doenccedilas
cardiovasculares Entre outros riscos inerentes agrave profissatildeo citam-se acidentes
automobiliacutesticos doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis alto consumo de bebidas
alcooacutelicas e uso de anfetaminas
A Tabela 04 denota os dados de haacutebitos de vida dos motoristas de caminhotildees
da presente pesquisa
8
Tabela 04 Haacutebitos de vida dos motoristas de caminhotildees (n=95)
Variaacuteveis N
Envolvimento em acidente Sim 37 389 Natildeo 58 611
Jaacute dormiu ao volante Sim 42 442 Natildeo 53 558
Fez uso bebidas alcoacuteolicas durante viagem Sim 27 284 Natildeo 68 716
Fez uso de rebites Sim 53 558 Natildeo 42 442
Fonte autoria proacutepria
Verificou-se que o percentual de caminhoneiros que jaacute se envolveram em
acidentes foi de 389 o que se aproxima com o percentual de motoristas que jaacute
dormiram ao volante (442) Esses criteacuterios satildeo avaliados juntos pelo fato de que o
sono ao volante eacute um dos principais fatores para a ocorrecircncia dos acidentes
automobiliacutesticos nas estradas
O trabalho de Cavagioni e Pierin (2010) mostrou um percentual bem maior do
que o encontrado na presente investigaccedilatildeo no qual foi observado que 90 dos
caminhoneiros jaacute sofreram algum tipo de acidente automobiliacutestico
Dormir ao volante eacute uma das principais causas de acidentes fatais causados
por motoristas de carros eou caminhotildees em rodovias (NTSB 1990 PHILIP et al
2002) A probabilidade dos motoristas que dormiram menos de 5 horas em 24 horas
de se envolverem em acidente relacionado com o sono ao volante eacute maior (PHILIP
et al 2002)
No estudo de Nascimento et al (2007) de um total de 91 caminhoneiros 27
deles relataram ter se envolvido em acidentes devido ao uso de rebites Mas ainda
Wendler et al (2003) afirmam vaacuterios relatos de motoristas que sob a accedilatildeo das
anfetaminas param seus caminhotildees no meio da pista ou invadem a pista contraacuteria
em razatildeo das alucinaccedilotildees causadas
Quanto ao uso de bebidas alcooacutelicas durante a viagem observou-se um
percentual de 284 da amostra Isso acontece por conta da falta de fiscalizaccedilatildeo
9
nas estradas pela natildeo obrigatoriedade do uso do bafocircmetro e por natildeo terem leis e
puniccedilotildees mais incisivas que atuem contra o consumo de aacutelcool durante a viagem
Em um estudo de Domingos e Pillon (2007) foi avaliado o padratildeo do consumo
de aacutelcool por parte de motoristas de caminhatildeo (amostra de 826) verificou-se que o
percentual encontrado tambeacutem foi muito superior ao do presente estudo sendo que
738 (727) fizeram uso do aacutelcool nos uacuteltimos 12 meses e 276 (273) eram
abstecircmios Jaacute na investigaccedilatildeo de Belan et al (2017) o percentual de caminhoneiros
que faziam uso de bebidas alcooacutelicas durante a viagem era de 65 mais que o
dobro do valor encontrado na presente pesquisa o que denota que os motoristas
podem ter omitido durante o questionaacuterio tal informaccedilatildeo uma vez que eles tecircm
conhecimento de que natildeo se deve ingerir aacutelcool na estrada embora natildeo cumpram
na maioria das vezes
Existem evidecircncias de que os fatores comportamentais relacionados ao beber
e dirigir que satildeo prevalentes nas causas de acidentes de tracircnsito contribuem com
95 dos prejuiacutezos associados As consequecircncias do beber e dirigir como os
acidentes de tracircnsito natildeo soacute no Brasil constituem um problema de grande
magnitude e contribuem com os altos iacutendices de morbidade e mortalidade da
populaccedilatildeo (PINSKY et al 2004)
Ainda tendo como objeto de anaacutelise a Tabela 04 avaliou-se o consumo de
rebites entre os participantes da pesquisa e foi constatado que mais da metade dos
caminhoneiros (558) jaacute fizeram o uso da droga anfetamiacutenica alguma vez na vida
Os resultados da presente pesquisa permitem considerar que o uso de anfetaminas
eacute uma realidade na vida de muitos caminhoneiros particularmente daqueles que
trafegam durante a noite eou de madrugada dormindo no maacuteximo seis horas por
dia
Essa elevada prevalecircncia provavelmente ocorre em decorrecircncia da venda
indiscriminada em postos e farmaacutecias tendo em vista que satildeo comercializados sem
prescriccedilatildeo meacutedica Os sindicatos natildeo deixam as empresas fiscalizar os
caminhoneiros e realizarem testes especiacuteficos para dosagens de substacircncias
Muitas vezes as empresas que contratam os serviccedilos dos caminhoneiros natildeo se
empenham e exigem muito dos profissionais deixando-os agrave mercecirc de uma jornada
extensa de trabalho Aleacutem disso no Brasil os bafocircmetros natildeo conseguem apontar
quem fez uso de drogas pois eles estatildeo condicionados a detectar apenas a
presenccedila de aacutelcool
10
No estudo de Nascimento et al (2007) entre os motoristas que participaram
33 preferiam trabalhar no periacuteodo noturno 38 na madrugada 37 dormiam em
meacutedia de 4 a 6 horas por dia e as jornadas de trabalho eram acima de 12horas para
34 dos participantes do estudo Em relaccedilatildeo ao uso de anfetaminas os resultados
foram preocupantes pois 66 dos participantes afirmaram fazer uso de anfetaminas
durante os turnos trabalhados
Na investigaccedilatildeo de Masson e Monteiro (2010) a maioria dos sujeitos
estudados (70) fazia uso de rebite dentre os quais 60 jaacute faziam uso haacute mais de
cinco anos Belan et al (2017) tambeacutem encontraram um percentual significativo de
usuaacuterios de anfetaminas tendo em vista que no ano de 2013 77 dos condutores
relataram fazer uso dessas substacircncias e em 2016 60 deles afirmaram fazer uso
Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de uso de rebites a Tabela 05 evidencia os motivos
de utilizaccedilatildeo das drogas e o histoacuterico de uso das mesmas
Tabela 05 Consumo e frequecircncia de uso de anfetaminas (rebites) em motoristas de caminhotildees (n=53)
Variaacuteveis N
Motivos utilizar ldquorebiterdquo Manter-se acordado 46 868
Aumentar concentraccedilatildeo 01 19 Ganhar agilidade 06 113
Experimentou ldquorebiterdquo 1ordf vez (idade) 18-28 anos 52 732 28-38 anos 13 183 gt39 anos 06 85
Meacutedia (plusmndp) 273 (77)
Usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 3 meses Sim 16 302 Natildeo 37 698
Usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 12 meses Sim 22 415 Natildeo 31 585
Quantas vezes usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 30 dias Natildeo usei 34 642
Menos 1x por semana 09 170 1 ou mais x por semana 04 75
Diariamente 03 57 2 ou 3 vezes ao dia 03 57
Fonte autoria proacutepria
Wendler et al (2003) entrevistaram 318 motoristas e apenas 312 (10
caminhoneiros) disseram nunca ter usado anfetaminas No entanto 96
11
correspondente a 308 caminhoneiros afirmaram que usam ou usaram pelo menos
uma vez esses medicamentos com o intuito de permanecerem acordados por mais
tempo
Nascimento et al (2007) de 91 entrevistados 66 afirmaram usar
anfetaminas (rebite) Esta uacuteltima estatiacutestica confirmou o resultado dessa pesquisa
uma vez que 5520 dos caminhoneiros afirmaram que jaacute fizeram uso dessa droga
por inuacutemeros motivos entre eles Couper et al (2002) cita para reduzir o sono e
diminuir o cansaccedilo em percursos de longa distacircncias
Percebeu-se tambeacutem que a primeira experiecircncia com essa droga era feita
entre os 18 e 28 anos com uma prevalecircncia de 732 nesse intervalo de tempo
Seguido de 28 e 38 anos (183) e acima de 38 anos (85) obtendo-se uma
meacutedia de 273 anos do primeiro contato dos caminhoneiros com a anfetamina
O uso de anfetaminas de ateacute 3 vezes por semana desencadeia dependecircncia
a longo prazo (NASCIMENTO et al 2007) Por isso eacute preocupante quando se faz o
uso dessa droga ou quando se observa o desejo de utilizaacute-la
Zeferino (2004) em um trabalho feito com empresas de transporte rodoviaacuterio
de cargas no Estado de Santa Catarina observou um grande problema com relaccedilatildeo
ao consumo de substacircncias psicoativas principalmente a anfetamina em motoristas
de caminhotildees 65 dos participantes envolvidos na pesquisa relataram fazer uso de
anfetaminas 94 das empresas analisadas jaacute tiveram seus caminhoneiros
envolvidos em algum acidente de tracircnsito sendo que esses acidentes poderiam
estar relacionados com o uso dessas substacircncias
Quanto agrave utilizaccedilatildeo ou natildeo de faacutermacos anti-hipertensivos percebeu-se que
211 referiram fazer uso desses medicamentos sendo que alguns deles ainda
assim apresentaram pressatildeo arterial elevada sugerindo que os mesmos natildeo
estivessem fazendo o controle adequado da pressatildeo arterial haja vista que satildeo
classificados como hipertensos (Tabela 06)
Tabela 06 Uso de medicamentos anti-hipertensivos pelos motoristas de caminhotildees (n=95)
Faz uso medicamentos anti-hipertensivos N Sim 20 211 Natildeo 75 789
Fonte autoria proacutepria
12
Satildeo numerosos os estudos que estimam a prevalecircncia de HAS no mundo
mas poucos no Brasil Taxas discrepantes de prevalecircncia nesses estudos podem
ser justificadas pelas diferentes metodologias aplicadas como definiccedilotildees diferentes
de HAS (pontos de corte diferentes para definir HAS inclusatildeo ou natildeo de indiviacuteduos
com pressatildeo arterial normal em uso de anti-hipertensivos) variaccedilotildees na populaccedilatildeo-
alvo (faixas etaacuterias diferentes amostras com grupos selecionados) nuacutemero de
visitas para aferir a pressatildeo (CAVALCANTE et al 1995 NEDER BORGES 2006)
Pereira et al (2007) levando-se em consideraccedilatildeo apenas pressatildeo
arterial gt 140 x 90mmHg obteve 364 (IC95 327-399) de prevalecircncia de
hipertensatildeo na populaccedilatildeo adulta de Tubaratildeo quando levaram em consideraccedilatildeo os
indiviacuteduos em tratamento controlados esta foi de 405 (IC95 368-442) Entre a
populaccedilatildeo hipertensa (n = 286) a prevalecircncia de hipertensatildeo sisto-diastoacutelica de
455 (IC95 396-514) e de hipertensatildeo controlada 101 (IC95 69-142)
Dentre os faacutermacos utilizados com maior frequecircncia entre os motoristas de
caminhotildees estatildeo a Losartana e o Captopril exercendo accedilatildeo terapecircutica
respectivamente em 40 e 30 dos sujeitos da pesquisa como mostra a Figura
01
Figura 01 Medicamentos anti-hipertensivos utilizados pelos motoristas de caminhotildees (n=20)
Fonte autoria proacutepria
Estudo semelhante feito por Belan et al (2017) constatou que 75 dos
caminhoneiros faziam uso de valsartana 625 de propranolol 1125 de captopril
e 75 de losartana Segundo a Relaccedilatildeo Nacional de Medicamentos Essenciais ndash
RENAME (BRASIL 2010b) a utilizaccedilatildeo de losartana (13) e captopril (16) foram
13
inferiores em relaccedilatildeo ao uso de outros medicamentos como a hidroclorotiazida
(43) e o enalapril (24) divergindo dos resultados da pesquisa
No levantamento feito por Shinya et al (2011) que objetivou analisar os
medicamentos anti-hipertensivos mais utilizados nos municiacutepios de Ouroeste e
Populina localizados no Noroeste Paulista foi verificado que o captopril 25mg foi o
faacutermaco mais dispensado na Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) de Populina
enquanto que na UBS de Ouroeste foi o enalapril 20mg Jaacute o medicamento Losartan
eacute o mais utilizado pela sauacutede puacuteblica no municiacutepio de Ouroeste em relaccedilatildeo ao
municiacutepio de Populina-SP
Quanto agrave circunferecircncia da cintura 50 caminhoneiros (526) encontraram-se
com risco muito aumentado para alguns eventos cardiovasculares 26 indiviacuteduos
(274) apresentaram risco aumentado para complicaccedilotildees metaboacutelicas totalizando
um percentual de risco de 80 da amostra (Figura 02)
Figura 02 Risco cardiovascular segundo a circunferecircncia da cintura em motoristas de caminhotildees e seus respectivos intervalos de confianccedila (n=95)
Fonte autoria proacutepria
Os dados satildeo condizentes com a pesquisa de Santos et al (2012) na qual a
circunferecircncia abdominal se mostrou elevada em 68 dos caminhoneiros
Entretanto diferem do estudo realizado por Cavagioni et al (2008) feito com 258
motoristas em que 31 apresentaram risco aumentado
Os fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares encontrados neste estudo
somados ao estilo de vida dos participantes reforccedilam os achados de diminuiccedilatildeo da
14
qualidade de vida e associaccedilatildeo ao aparecimento de outras doenccedilas ainda na fase
adulta Quando os pacientes hipertensos satildeo comparados a indiviacuteduos
normotensos uma das maiores diferenccedilas encontradas tem sido um aumento na
prevalecircncia de obesidade (KAPLAN 1998)
Os resultados quanto agrave prevalecircncia de alguns fatores de risco para doenccedilas
crocircnicas mostraram que tanto os adultos quanto os idosos estatildeo em risco para
doenccedilas cardiovasculares principalmente em virtude de altos valores de
circunferecircncia abdominal
Ao realizar a avaliaccedilatildeo da PA observou-se que 5790 dos caminhoneiros
apresentaram niacuteveis pressoacutericos considerados oacutetimos Poreacutem 1789 embora
apresentassem sua PA oacutetima sabia-se que eles eram hipertensos pois havia o
relato do uso da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva Quanto aos indiviacuteduos com preacute-
hipertensatildeo constatou-se um percentual de 2737 dos quais 316 tambeacutem foram
considerados hipertensos por conta de relatem uso de medicamentos Jaacute com
relaccedilatildeo ao quadro sugestivo de hipertensatildeo por elevaccedilatildeo da PA observou-se um
percentual de 1473 motoristas de caminhotildees dos quais 526 (estaacutegio 1) 842
(estaacutegio 2) e 105 (estaacutegio 3) Dessa forma o percentual de hipertensos foi de
3578 (Tabela 07)
Tabela 07 Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial e de uso de anti-hipertensivos em motoristas de caminhotildees (n=95)
de Motoristas de acordo com a
PA
de Motoristas em uso de anti-hipertensivos
Hipertensos
Oacutetima 5790 1789 1789
Preacute-hipertensatildeo 2737 316 316
Hipertensatildeo estaacutegio 1 526 - 526
Hipertensatildeo estaacutegio 2 842 - 842
Hipertensatildeo estaacutegio 3 105 - 105
Total 100 2105 3578
Fonte autoria proacutepria
Comparando os resultados com outras investigaccedilotildees Takitane et al (2013)
apuraram que 123 dos motoristas de caminhatildeo de Satildeo Paulo relataram ter
hipertensatildeo Belan et al (2017) encontraram um percentual de 1625 de
caminhoneiros com hipertensatildeo e Batista e Silva (2005) evidenciaram que 2070
15
dos caminhoneiros apresentaram niacuteveis pressoacutericos elevados divergindo com a
presente investigaccedilatildeo
Cavagioni e Pierin (2010) durante avaliaccedilatildeo da pressatildeo arterial mostraram
que 372 dos motoristas apresentaram niacuteveis compatiacuteveis com hipertensatildeo
arterial corroborando com o estudo em questatildeo Tal achado eacute compatiacutevel ao dado
internacional de Layne et al (2009) e em nosso meio em outras classes
profissionais similares como motoristas de ocircnibus em regiatildeo urbana (CORREcircA
FILHO et al 2002) e profissionais da aacuterea da sauacutede (MION JUacuteNIOR et al 2004) Jaacute
no estudo de Coser et al (2009) a prevalecircncia de hipertensatildeo arterial sistoacutelica e
diastoacutelica foi de 47 sendo este valor superior ao que foi visto na presente
pesquisa
Sabe-se que o fato de a PA ter dado alterada ou natildeo nos motoristas de
caminhotildees eacute apenas sugestivo de hipertensatildeo tendo em vista que eacute necessaacuteria a
avaliaccedilatildeo de outros paracircmetros complementares para se confirmar o diagnoacutestico da
doenccedila
Cavagioni e Pierin (2010) relacionando o consumo de drogas anfetamiacutenicas
com a hipertensatildeo verificaram que o haacutebito de ingerir medicamentos para inibir o
sono funcionava como um fator protetor para o surgimento da hipertensatildeo arterial
Supotildee-se que essa associaccedilatildeo seja decorrente do fato de que ingerir medicamentos
para inibir o sono tenha sido mais frequente nos motoristas mais jovens (3534 plusmn
865 vs 4043 plusmn 1106 anos plt 005) portanto com pouca influecircncia da elevaccedilatildeo da
idade no surgimento da hipertensatildeo arterial
4 CONCLUSAtildeO
Os resultados comprobatoacuterios obtidos na pesquisa evidenciaram que a
maioria dos motoristas de caminhatildeo era adulto casado com baixo niacutevel de
escolaridade Foi visto que a prevalecircncia de caminhoneiros que jaacute fizeram o uso do
rebite uma vez na vida e a frequecircncia de consumo no uacuteltimo mecircs foram ambas
consideradas elevadas Quanto aos fatores de risco cardiovascular verificou-se que
uma parcela consideraacutevel dos caminhoneiros era hipertensa e a sua grande maioria
apresentava risco elevado para complicaccedilotildees metaboacutelicas de acordo com a
circunferecircncia da cintura
16
Dessa forma sugere-se que sejam implementadas intervenccedilotildees atraveacutes de
estrateacutegias de promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas e melhora dos haacutebitos
entre os caminhoneiros e risco de acidentes nas estradas A promoccedilatildeo da sauacutede
pode contribuir para a formaccedilatildeo e desenvolvimento da consciecircncia criacutetica das
pessoas na tentativa de melhorar a qualidade de vida dos mesmos
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4
O tamanho amostral foi obtido atraveacutes da planilha estatiacutestica Raosoft (Sample
Size Calculator) tomando-se como base uma prevalecircncia presumida de 50 com
iacutendice de confianccedila de 95 e um erro toleraacutevel de amostragem de 10
Durante os dois meses da pesquisa o nuacutemero total de sujeitos avaliados foi
de 97 caminhoneiros Entretanto dois participantes foram excluiacutedos em decorrecircncia
dos questionaacuterios apresentarem dados insatisfatoacuterios que poderiam influenciar nos
resultados da pesquisa Dessa forma a populaccedilatildeo do estudo resultou em uma
amostra (n) de 95 caminhoneiros do sexo masculino com faixa etaacuteria entre 20 a 68
anos A seleccedilatildeo desta populaccedilatildeo foi por amostragem acidental a qual se formou
pelos elementos que foram aparecendo ateacute completar o nuacutemero da amostra
(BARBETA 2002 LUIZ et al 2005)
Os indiviacuteduos responderam um questionaacuterio socioeconocircmico demograacutefico e
de haacutebitos de vida idade procedecircncia estado civil escolaridade envolvimento em
acidente sono ao volante uso de bebidas alcoacuteolicas uso de anfetaminas
Para a avaliaccedilatildeo da frequecircncia do consumo de drogas anfetamiacutenicas
adaptou-se um questionaacuterio do I Levantamento Nacional sobre o Uso de Aacutelcool
Tabaco e Outras Drogas entre Universitaacuterios das 27 Capitais Brasileiras (BRASIL
2010a)
Para a avaliaccedilatildeo dos fatores de risco cardiovascular foram avaliados relatos
de uso de medicamentos anti-hipertensivos a pressatildeo arterial (PA) e a
circunferecircncia da cintura (CC) dos motoristas A afericcedilatildeo da PA foi feita mediante um
medidor de pressatildeo arterial e pulsaccedilatildeocardiolife eletrocircnico digital validado de
marca INCOTERMreg ndash Induacutestria de Termocircmetros referecircncia 29837 com escala de
30-280mmHg resoluccedilatildeo de 1mmHg precisatildeo de plusmn 3mmHg peso de 109g com
registro pela ANVISA e aprovado pelo INMETRO 106 de 210510
Foram feitas trecircs medidas da pressatildeo arterial no membro superior esquerdo e
trecircs medidas no membro superior direito de cada indiviacuteduo o qual encontrava-se
com o braccedilo na altura do coraccedilatildeo na posiccedilatildeo sentada e com as pernas
descruzadas
A PA foi aferida por trecircs vezes sempre adotando um intervalo miacutenimo de
cinco minutos e depois feita uma meacutedia dos valores obtidos a fim de classificaacute-la
conforme a Tabela 01 Apoacutes a obtenccedilatildeo das medidas as mesmas foram
segmentadas em pressatildeo arterial sistoacutelica (PAS) e pressatildeo arterial diastoacutelica (PAD)
5
Foi definido como hipertenso o indiviacuteduo que apresentou PAS gt 140mmHg eou
PAD gt 90mmHg ou indiviacuteduos que estavam em uso de medicaccedilatildeo anti-hipertensiva
Tabela 01 Classificaccedilatildeo de PA de acordo com a mediccedilatildeo a partir de 18 anos de
idade
Classificaccedilatildeo PAS (mmHg) PAD (mmHg)
Oacutetima le 120 le80
Preacute-hipertensatildeo 121-139 81-89
Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159 90ndash99
Hipertensatildeo estaacutegio 2 160ndash179 100ndash109
Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180 ge 110
Legenda PAS = Pressatildeo arterial sistoacutelica PAD= Pressatildeo arterial diastoacutelica Fonte VII Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo Arterial (SBC 2016)
Com relaccedilatildeo agrave circunferecircncia da cintura (CC) a mensuraccedilatildeo foi feita atraveacutes
de uma fita meacutetrica inextensiacutevel de marca Mead Johnson Nutritionreg de 14cm de
largura comprimento maacuteximo de 150 cm e precisatildeo de 01cm Considerou-se a
meacutedia de trecircs medidas desde que natildeo fosse ultrapassada a diferenccedila de 10 cm
entre as mesmas nesse caso as trecircs medidas eram refeitas
Durante o procedimento os sujeitos vestindo o miacutenimo de roupa possiacutevel
permaneceram em posiccedilatildeo ortostaacutetica e com os braccedilos estendidos ao longo do
corpo O periacutemetro da cintura foi medido na menor curvatura localizada entre a
uacuteltima costela e a crista iliacuteaca com o cuidado de natildeo comprimir tecidos sendo a
leitura feita no final de uma expiraccedilatildeo (PEREIRA et al 1999) Quanto ao risco de
complicaccedilotildees metaboacutelicas a CC foi classificada consoante expotildee a Tabela 02
Tabela 02 Classificaccedilatildeo da circunferecircncia da cintura (CC) quanto ao risco de complicaccedilotildees metaboacutelicas em homens
Risco de Complicaccedilotildees Metaboacutelicas Circunferecircncia da cintura (cm)
Normal lt94
Aumentado 94le x lt 102
Muito Aumentado ge102
Fonte World Health Organization (1997)
O processamento dos dados e a anaacutelise estatiacutestica foram realizados atraveacutes
do programa SSPSreg versatildeo 180 As variaacuteveis quantitativas foram apresentadas
por meio de estatiacutestica descritiva meacutedia desvio padratildeo mediana miacutenimos e
6
maacuteximos e as qualitativas por meio de proporccedilatildeo e intervalo de confianccedila (IC 95)
Aplicou-se inicialmente o teste de Kolmogorov-Smirnov para avaliar a normalidade
das variaacuteveis quantitativas Considerou-se sempre um niacutevel de significacircncia
estatiacutestica de 95 (plt005)
O projeto de pesquisa desse trabalho foi submetido para aprovaccedilatildeo e aceito
pela Comissatildeo de Eacutetica em Pesquisa do Centro de Ensino Unificado de Teresina -
CEUT atraveacutes do protocolo de aceite Nordm 70532012 Para a realizaccedilatildeo da pesquisa
foi emitida uma carta de autorizaccedilatildeo do gerente do posto de combustiacutevel localizado
na regiatildeo sul do municiacutepio de Teresina-PI
Todos os participantes leram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido elaborado de acordo com a Declaraccedilatildeo de Helsinque III em atendimento
agrave Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de SauacutedeMinisteacuterio da Sauacutede onde
objetivos e procedimentos da pesquisa foram devidamente informados de forma
clara Cada participante ficou com uma coacutepia do termo no qual constavam os
telefones dos pesquisadores e da Comissatildeo de Eacutetica para o esclarecimento de
quaisquer duacutevidas (BRASIL 2013)
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A pesquisa foi constituiacuteda de 95 (n) motoristas de caminhotildees os quais
frequentavam um posto localizado no bairro Tabuleta no municiacutepio de Teresina-PI
Inicialmente avaliou-se o perfil socioeconocircmico e demograacutefico dos participantes da
pesquisa que pode ser visualizado na Tabela 03
Tabela 03 Perfil socioeconocircmico e demograacutefico dos motoristas de caminhatildeo pesquisados (n=95)
Variaacuteveis N
Faixa etaacuteria 20-59 anos 89 937 ge60 anos 06 63
Meacutedia (plusmndp) 433 (105)
Procedecircncia Nordeste 51 537
Norte 02 21 Sul 18 189
Sudeste 21 221 Centro-Oeste 03 32
Estado civil Solteiro 12 126
7
Vive com companheira 10 105 Casado 60 632 Viuacutevo 03 32
Separado 10 105
Escolaridade Analfabeto 01 11
Fund Incompleto 52 547 Fund Completo 17 179
Meacutedio incompleto 08 84 Meacutedio completo 17 179
Fonte autoria proacutepria
Os resultados apontam que a maioria dos caminhoneiros eram adultos
apresentando uma meacutedia de idade de 433 plusmn 105 anos Observou-se tambeacutem que a
maioria deles eram provenientes da regiatildeo Nordeste (537)
Em relaccedilatildeo ao estado civil foi verificado um grande percentual de
caminhoneiros casados (632 do total de 95 entrevistados) e apenas 126 eram
solteiros Pocircde-se entatildeo estabelecer similaridades com o trabalho anteriormente
realizado por Masson e Monteiro (2010) no qual foram verificados que 72 dos
motoristas avaliados eram casados e 20 eram solteiros e por Teles et al (2008)
obtendo-se um percentual de 777 para casados e 154 para solteiros
Com relaccedilatildeo ao grau de escolaridade constatou-se que a maioria (547)
dos caminhoneiros questionados apresentava o ensino fundamental incompleto
Seguindo a tendecircncia de outros estudos tais como Resende et al (2010) entre os
quais 67 dos entrevistados estudaram ateacute o ensino fundamental e 22
completaram o ensino meacutedio e da pesquisa de Domingos et al (2010) no qual 67
possuiacuteam o ensino fundamental completo ou incompleto e 313 apresentavam o
ensino meacutedio concluiacutedo
Como afirmado no estudo de Ruas et al (2010) em geral os profissionais
caminhoneiros iniciam sua profissatildeo ainda jovens abandonando os estudos sem ao
menos terem concluiacutedo o 1deg Grau Dessa maneira entende-se que os fatores
aparecem como uma precocidade eminente podendo desencadear doenccedilas
cardiovasculares Entre outros riscos inerentes agrave profissatildeo citam-se acidentes
automobiliacutesticos doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis alto consumo de bebidas
alcooacutelicas e uso de anfetaminas
A Tabela 04 denota os dados de haacutebitos de vida dos motoristas de caminhotildees
da presente pesquisa
8
Tabela 04 Haacutebitos de vida dos motoristas de caminhotildees (n=95)
Variaacuteveis N
Envolvimento em acidente Sim 37 389 Natildeo 58 611
Jaacute dormiu ao volante Sim 42 442 Natildeo 53 558
Fez uso bebidas alcoacuteolicas durante viagem Sim 27 284 Natildeo 68 716
Fez uso de rebites Sim 53 558 Natildeo 42 442
Fonte autoria proacutepria
Verificou-se que o percentual de caminhoneiros que jaacute se envolveram em
acidentes foi de 389 o que se aproxima com o percentual de motoristas que jaacute
dormiram ao volante (442) Esses criteacuterios satildeo avaliados juntos pelo fato de que o
sono ao volante eacute um dos principais fatores para a ocorrecircncia dos acidentes
automobiliacutesticos nas estradas
O trabalho de Cavagioni e Pierin (2010) mostrou um percentual bem maior do
que o encontrado na presente investigaccedilatildeo no qual foi observado que 90 dos
caminhoneiros jaacute sofreram algum tipo de acidente automobiliacutestico
Dormir ao volante eacute uma das principais causas de acidentes fatais causados
por motoristas de carros eou caminhotildees em rodovias (NTSB 1990 PHILIP et al
2002) A probabilidade dos motoristas que dormiram menos de 5 horas em 24 horas
de se envolverem em acidente relacionado com o sono ao volante eacute maior (PHILIP
et al 2002)
No estudo de Nascimento et al (2007) de um total de 91 caminhoneiros 27
deles relataram ter se envolvido em acidentes devido ao uso de rebites Mas ainda
Wendler et al (2003) afirmam vaacuterios relatos de motoristas que sob a accedilatildeo das
anfetaminas param seus caminhotildees no meio da pista ou invadem a pista contraacuteria
em razatildeo das alucinaccedilotildees causadas
Quanto ao uso de bebidas alcooacutelicas durante a viagem observou-se um
percentual de 284 da amostra Isso acontece por conta da falta de fiscalizaccedilatildeo
9
nas estradas pela natildeo obrigatoriedade do uso do bafocircmetro e por natildeo terem leis e
puniccedilotildees mais incisivas que atuem contra o consumo de aacutelcool durante a viagem
Em um estudo de Domingos e Pillon (2007) foi avaliado o padratildeo do consumo
de aacutelcool por parte de motoristas de caminhatildeo (amostra de 826) verificou-se que o
percentual encontrado tambeacutem foi muito superior ao do presente estudo sendo que
738 (727) fizeram uso do aacutelcool nos uacuteltimos 12 meses e 276 (273) eram
abstecircmios Jaacute na investigaccedilatildeo de Belan et al (2017) o percentual de caminhoneiros
que faziam uso de bebidas alcooacutelicas durante a viagem era de 65 mais que o
dobro do valor encontrado na presente pesquisa o que denota que os motoristas
podem ter omitido durante o questionaacuterio tal informaccedilatildeo uma vez que eles tecircm
conhecimento de que natildeo se deve ingerir aacutelcool na estrada embora natildeo cumpram
na maioria das vezes
Existem evidecircncias de que os fatores comportamentais relacionados ao beber
e dirigir que satildeo prevalentes nas causas de acidentes de tracircnsito contribuem com
95 dos prejuiacutezos associados As consequecircncias do beber e dirigir como os
acidentes de tracircnsito natildeo soacute no Brasil constituem um problema de grande
magnitude e contribuem com os altos iacutendices de morbidade e mortalidade da
populaccedilatildeo (PINSKY et al 2004)
Ainda tendo como objeto de anaacutelise a Tabela 04 avaliou-se o consumo de
rebites entre os participantes da pesquisa e foi constatado que mais da metade dos
caminhoneiros (558) jaacute fizeram o uso da droga anfetamiacutenica alguma vez na vida
Os resultados da presente pesquisa permitem considerar que o uso de anfetaminas
eacute uma realidade na vida de muitos caminhoneiros particularmente daqueles que
trafegam durante a noite eou de madrugada dormindo no maacuteximo seis horas por
dia
Essa elevada prevalecircncia provavelmente ocorre em decorrecircncia da venda
indiscriminada em postos e farmaacutecias tendo em vista que satildeo comercializados sem
prescriccedilatildeo meacutedica Os sindicatos natildeo deixam as empresas fiscalizar os
caminhoneiros e realizarem testes especiacuteficos para dosagens de substacircncias
Muitas vezes as empresas que contratam os serviccedilos dos caminhoneiros natildeo se
empenham e exigem muito dos profissionais deixando-os agrave mercecirc de uma jornada
extensa de trabalho Aleacutem disso no Brasil os bafocircmetros natildeo conseguem apontar
quem fez uso de drogas pois eles estatildeo condicionados a detectar apenas a
presenccedila de aacutelcool
10
No estudo de Nascimento et al (2007) entre os motoristas que participaram
33 preferiam trabalhar no periacuteodo noturno 38 na madrugada 37 dormiam em
meacutedia de 4 a 6 horas por dia e as jornadas de trabalho eram acima de 12horas para
34 dos participantes do estudo Em relaccedilatildeo ao uso de anfetaminas os resultados
foram preocupantes pois 66 dos participantes afirmaram fazer uso de anfetaminas
durante os turnos trabalhados
Na investigaccedilatildeo de Masson e Monteiro (2010) a maioria dos sujeitos
estudados (70) fazia uso de rebite dentre os quais 60 jaacute faziam uso haacute mais de
cinco anos Belan et al (2017) tambeacutem encontraram um percentual significativo de
usuaacuterios de anfetaminas tendo em vista que no ano de 2013 77 dos condutores
relataram fazer uso dessas substacircncias e em 2016 60 deles afirmaram fazer uso
Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de uso de rebites a Tabela 05 evidencia os motivos
de utilizaccedilatildeo das drogas e o histoacuterico de uso das mesmas
Tabela 05 Consumo e frequecircncia de uso de anfetaminas (rebites) em motoristas de caminhotildees (n=53)
Variaacuteveis N
Motivos utilizar ldquorebiterdquo Manter-se acordado 46 868
Aumentar concentraccedilatildeo 01 19 Ganhar agilidade 06 113
Experimentou ldquorebiterdquo 1ordf vez (idade) 18-28 anos 52 732 28-38 anos 13 183 gt39 anos 06 85
Meacutedia (plusmndp) 273 (77)
Usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 3 meses Sim 16 302 Natildeo 37 698
Usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 12 meses Sim 22 415 Natildeo 31 585
Quantas vezes usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 30 dias Natildeo usei 34 642
Menos 1x por semana 09 170 1 ou mais x por semana 04 75
Diariamente 03 57 2 ou 3 vezes ao dia 03 57
Fonte autoria proacutepria
Wendler et al (2003) entrevistaram 318 motoristas e apenas 312 (10
caminhoneiros) disseram nunca ter usado anfetaminas No entanto 96
11
correspondente a 308 caminhoneiros afirmaram que usam ou usaram pelo menos
uma vez esses medicamentos com o intuito de permanecerem acordados por mais
tempo
Nascimento et al (2007) de 91 entrevistados 66 afirmaram usar
anfetaminas (rebite) Esta uacuteltima estatiacutestica confirmou o resultado dessa pesquisa
uma vez que 5520 dos caminhoneiros afirmaram que jaacute fizeram uso dessa droga
por inuacutemeros motivos entre eles Couper et al (2002) cita para reduzir o sono e
diminuir o cansaccedilo em percursos de longa distacircncias
Percebeu-se tambeacutem que a primeira experiecircncia com essa droga era feita
entre os 18 e 28 anos com uma prevalecircncia de 732 nesse intervalo de tempo
Seguido de 28 e 38 anos (183) e acima de 38 anos (85) obtendo-se uma
meacutedia de 273 anos do primeiro contato dos caminhoneiros com a anfetamina
O uso de anfetaminas de ateacute 3 vezes por semana desencadeia dependecircncia
a longo prazo (NASCIMENTO et al 2007) Por isso eacute preocupante quando se faz o
uso dessa droga ou quando se observa o desejo de utilizaacute-la
Zeferino (2004) em um trabalho feito com empresas de transporte rodoviaacuterio
de cargas no Estado de Santa Catarina observou um grande problema com relaccedilatildeo
ao consumo de substacircncias psicoativas principalmente a anfetamina em motoristas
de caminhotildees 65 dos participantes envolvidos na pesquisa relataram fazer uso de
anfetaminas 94 das empresas analisadas jaacute tiveram seus caminhoneiros
envolvidos em algum acidente de tracircnsito sendo que esses acidentes poderiam
estar relacionados com o uso dessas substacircncias
Quanto agrave utilizaccedilatildeo ou natildeo de faacutermacos anti-hipertensivos percebeu-se que
211 referiram fazer uso desses medicamentos sendo que alguns deles ainda
assim apresentaram pressatildeo arterial elevada sugerindo que os mesmos natildeo
estivessem fazendo o controle adequado da pressatildeo arterial haja vista que satildeo
classificados como hipertensos (Tabela 06)
Tabela 06 Uso de medicamentos anti-hipertensivos pelos motoristas de caminhotildees (n=95)
Faz uso medicamentos anti-hipertensivos N Sim 20 211 Natildeo 75 789
Fonte autoria proacutepria
12
Satildeo numerosos os estudos que estimam a prevalecircncia de HAS no mundo
mas poucos no Brasil Taxas discrepantes de prevalecircncia nesses estudos podem
ser justificadas pelas diferentes metodologias aplicadas como definiccedilotildees diferentes
de HAS (pontos de corte diferentes para definir HAS inclusatildeo ou natildeo de indiviacuteduos
com pressatildeo arterial normal em uso de anti-hipertensivos) variaccedilotildees na populaccedilatildeo-
alvo (faixas etaacuterias diferentes amostras com grupos selecionados) nuacutemero de
visitas para aferir a pressatildeo (CAVALCANTE et al 1995 NEDER BORGES 2006)
Pereira et al (2007) levando-se em consideraccedilatildeo apenas pressatildeo
arterial gt 140 x 90mmHg obteve 364 (IC95 327-399) de prevalecircncia de
hipertensatildeo na populaccedilatildeo adulta de Tubaratildeo quando levaram em consideraccedilatildeo os
indiviacuteduos em tratamento controlados esta foi de 405 (IC95 368-442) Entre a
populaccedilatildeo hipertensa (n = 286) a prevalecircncia de hipertensatildeo sisto-diastoacutelica de
455 (IC95 396-514) e de hipertensatildeo controlada 101 (IC95 69-142)
Dentre os faacutermacos utilizados com maior frequecircncia entre os motoristas de
caminhotildees estatildeo a Losartana e o Captopril exercendo accedilatildeo terapecircutica
respectivamente em 40 e 30 dos sujeitos da pesquisa como mostra a Figura
01
Figura 01 Medicamentos anti-hipertensivos utilizados pelos motoristas de caminhotildees (n=20)
Fonte autoria proacutepria
Estudo semelhante feito por Belan et al (2017) constatou que 75 dos
caminhoneiros faziam uso de valsartana 625 de propranolol 1125 de captopril
e 75 de losartana Segundo a Relaccedilatildeo Nacional de Medicamentos Essenciais ndash
RENAME (BRASIL 2010b) a utilizaccedilatildeo de losartana (13) e captopril (16) foram
13
inferiores em relaccedilatildeo ao uso de outros medicamentos como a hidroclorotiazida
(43) e o enalapril (24) divergindo dos resultados da pesquisa
No levantamento feito por Shinya et al (2011) que objetivou analisar os
medicamentos anti-hipertensivos mais utilizados nos municiacutepios de Ouroeste e
Populina localizados no Noroeste Paulista foi verificado que o captopril 25mg foi o
faacutermaco mais dispensado na Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) de Populina
enquanto que na UBS de Ouroeste foi o enalapril 20mg Jaacute o medicamento Losartan
eacute o mais utilizado pela sauacutede puacuteblica no municiacutepio de Ouroeste em relaccedilatildeo ao
municiacutepio de Populina-SP
Quanto agrave circunferecircncia da cintura 50 caminhoneiros (526) encontraram-se
com risco muito aumentado para alguns eventos cardiovasculares 26 indiviacuteduos
(274) apresentaram risco aumentado para complicaccedilotildees metaboacutelicas totalizando
um percentual de risco de 80 da amostra (Figura 02)
Figura 02 Risco cardiovascular segundo a circunferecircncia da cintura em motoristas de caminhotildees e seus respectivos intervalos de confianccedila (n=95)
Fonte autoria proacutepria
Os dados satildeo condizentes com a pesquisa de Santos et al (2012) na qual a
circunferecircncia abdominal se mostrou elevada em 68 dos caminhoneiros
Entretanto diferem do estudo realizado por Cavagioni et al (2008) feito com 258
motoristas em que 31 apresentaram risco aumentado
Os fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares encontrados neste estudo
somados ao estilo de vida dos participantes reforccedilam os achados de diminuiccedilatildeo da
14
qualidade de vida e associaccedilatildeo ao aparecimento de outras doenccedilas ainda na fase
adulta Quando os pacientes hipertensos satildeo comparados a indiviacuteduos
normotensos uma das maiores diferenccedilas encontradas tem sido um aumento na
prevalecircncia de obesidade (KAPLAN 1998)
Os resultados quanto agrave prevalecircncia de alguns fatores de risco para doenccedilas
crocircnicas mostraram que tanto os adultos quanto os idosos estatildeo em risco para
doenccedilas cardiovasculares principalmente em virtude de altos valores de
circunferecircncia abdominal
Ao realizar a avaliaccedilatildeo da PA observou-se que 5790 dos caminhoneiros
apresentaram niacuteveis pressoacutericos considerados oacutetimos Poreacutem 1789 embora
apresentassem sua PA oacutetima sabia-se que eles eram hipertensos pois havia o
relato do uso da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva Quanto aos indiviacuteduos com preacute-
hipertensatildeo constatou-se um percentual de 2737 dos quais 316 tambeacutem foram
considerados hipertensos por conta de relatem uso de medicamentos Jaacute com
relaccedilatildeo ao quadro sugestivo de hipertensatildeo por elevaccedilatildeo da PA observou-se um
percentual de 1473 motoristas de caminhotildees dos quais 526 (estaacutegio 1) 842
(estaacutegio 2) e 105 (estaacutegio 3) Dessa forma o percentual de hipertensos foi de
3578 (Tabela 07)
Tabela 07 Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial e de uso de anti-hipertensivos em motoristas de caminhotildees (n=95)
de Motoristas de acordo com a
PA
de Motoristas em uso de anti-hipertensivos
Hipertensos
Oacutetima 5790 1789 1789
Preacute-hipertensatildeo 2737 316 316
Hipertensatildeo estaacutegio 1 526 - 526
Hipertensatildeo estaacutegio 2 842 - 842
Hipertensatildeo estaacutegio 3 105 - 105
Total 100 2105 3578
Fonte autoria proacutepria
Comparando os resultados com outras investigaccedilotildees Takitane et al (2013)
apuraram que 123 dos motoristas de caminhatildeo de Satildeo Paulo relataram ter
hipertensatildeo Belan et al (2017) encontraram um percentual de 1625 de
caminhoneiros com hipertensatildeo e Batista e Silva (2005) evidenciaram que 2070
15
dos caminhoneiros apresentaram niacuteveis pressoacutericos elevados divergindo com a
presente investigaccedilatildeo
Cavagioni e Pierin (2010) durante avaliaccedilatildeo da pressatildeo arterial mostraram
que 372 dos motoristas apresentaram niacuteveis compatiacuteveis com hipertensatildeo
arterial corroborando com o estudo em questatildeo Tal achado eacute compatiacutevel ao dado
internacional de Layne et al (2009) e em nosso meio em outras classes
profissionais similares como motoristas de ocircnibus em regiatildeo urbana (CORREcircA
FILHO et al 2002) e profissionais da aacuterea da sauacutede (MION JUacuteNIOR et al 2004) Jaacute
no estudo de Coser et al (2009) a prevalecircncia de hipertensatildeo arterial sistoacutelica e
diastoacutelica foi de 47 sendo este valor superior ao que foi visto na presente
pesquisa
Sabe-se que o fato de a PA ter dado alterada ou natildeo nos motoristas de
caminhotildees eacute apenas sugestivo de hipertensatildeo tendo em vista que eacute necessaacuteria a
avaliaccedilatildeo de outros paracircmetros complementares para se confirmar o diagnoacutestico da
doenccedila
Cavagioni e Pierin (2010) relacionando o consumo de drogas anfetamiacutenicas
com a hipertensatildeo verificaram que o haacutebito de ingerir medicamentos para inibir o
sono funcionava como um fator protetor para o surgimento da hipertensatildeo arterial
Supotildee-se que essa associaccedilatildeo seja decorrente do fato de que ingerir medicamentos
para inibir o sono tenha sido mais frequente nos motoristas mais jovens (3534 plusmn
865 vs 4043 plusmn 1106 anos plt 005) portanto com pouca influecircncia da elevaccedilatildeo da
idade no surgimento da hipertensatildeo arterial
4 CONCLUSAtildeO
Os resultados comprobatoacuterios obtidos na pesquisa evidenciaram que a
maioria dos motoristas de caminhatildeo era adulto casado com baixo niacutevel de
escolaridade Foi visto que a prevalecircncia de caminhoneiros que jaacute fizeram o uso do
rebite uma vez na vida e a frequecircncia de consumo no uacuteltimo mecircs foram ambas
consideradas elevadas Quanto aos fatores de risco cardiovascular verificou-se que
uma parcela consideraacutevel dos caminhoneiros era hipertensa e a sua grande maioria
apresentava risco elevado para complicaccedilotildees metaboacutelicas de acordo com a
circunferecircncia da cintura
16
Dessa forma sugere-se que sejam implementadas intervenccedilotildees atraveacutes de
estrateacutegias de promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas e melhora dos haacutebitos
entre os caminhoneiros e risco de acidentes nas estradas A promoccedilatildeo da sauacutede
pode contribuir para a formaccedilatildeo e desenvolvimento da consciecircncia criacutetica das
pessoas na tentativa de melhorar a qualidade de vida dos mesmos
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5
Foi definido como hipertenso o indiviacuteduo que apresentou PAS gt 140mmHg eou
PAD gt 90mmHg ou indiviacuteduos que estavam em uso de medicaccedilatildeo anti-hipertensiva
Tabela 01 Classificaccedilatildeo de PA de acordo com a mediccedilatildeo a partir de 18 anos de
idade
Classificaccedilatildeo PAS (mmHg) PAD (mmHg)
Oacutetima le 120 le80
Preacute-hipertensatildeo 121-139 81-89
Hipertensatildeo estaacutegio 1 140ndash159 90ndash99
Hipertensatildeo estaacutegio 2 160ndash179 100ndash109
Hipertensatildeo estaacutegio 3 ge 180 ge 110
Legenda PAS = Pressatildeo arterial sistoacutelica PAD= Pressatildeo arterial diastoacutelica Fonte VII Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo Arterial (SBC 2016)
Com relaccedilatildeo agrave circunferecircncia da cintura (CC) a mensuraccedilatildeo foi feita atraveacutes
de uma fita meacutetrica inextensiacutevel de marca Mead Johnson Nutritionreg de 14cm de
largura comprimento maacuteximo de 150 cm e precisatildeo de 01cm Considerou-se a
meacutedia de trecircs medidas desde que natildeo fosse ultrapassada a diferenccedila de 10 cm
entre as mesmas nesse caso as trecircs medidas eram refeitas
Durante o procedimento os sujeitos vestindo o miacutenimo de roupa possiacutevel
permaneceram em posiccedilatildeo ortostaacutetica e com os braccedilos estendidos ao longo do
corpo O periacutemetro da cintura foi medido na menor curvatura localizada entre a
uacuteltima costela e a crista iliacuteaca com o cuidado de natildeo comprimir tecidos sendo a
leitura feita no final de uma expiraccedilatildeo (PEREIRA et al 1999) Quanto ao risco de
complicaccedilotildees metaboacutelicas a CC foi classificada consoante expotildee a Tabela 02
Tabela 02 Classificaccedilatildeo da circunferecircncia da cintura (CC) quanto ao risco de complicaccedilotildees metaboacutelicas em homens
Risco de Complicaccedilotildees Metaboacutelicas Circunferecircncia da cintura (cm)
Normal lt94
Aumentado 94le x lt 102
Muito Aumentado ge102
Fonte World Health Organization (1997)
O processamento dos dados e a anaacutelise estatiacutestica foram realizados atraveacutes
do programa SSPSreg versatildeo 180 As variaacuteveis quantitativas foram apresentadas
por meio de estatiacutestica descritiva meacutedia desvio padratildeo mediana miacutenimos e
6
maacuteximos e as qualitativas por meio de proporccedilatildeo e intervalo de confianccedila (IC 95)
Aplicou-se inicialmente o teste de Kolmogorov-Smirnov para avaliar a normalidade
das variaacuteveis quantitativas Considerou-se sempre um niacutevel de significacircncia
estatiacutestica de 95 (plt005)
O projeto de pesquisa desse trabalho foi submetido para aprovaccedilatildeo e aceito
pela Comissatildeo de Eacutetica em Pesquisa do Centro de Ensino Unificado de Teresina -
CEUT atraveacutes do protocolo de aceite Nordm 70532012 Para a realizaccedilatildeo da pesquisa
foi emitida uma carta de autorizaccedilatildeo do gerente do posto de combustiacutevel localizado
na regiatildeo sul do municiacutepio de Teresina-PI
Todos os participantes leram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido elaborado de acordo com a Declaraccedilatildeo de Helsinque III em atendimento
agrave Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de SauacutedeMinisteacuterio da Sauacutede onde
objetivos e procedimentos da pesquisa foram devidamente informados de forma
clara Cada participante ficou com uma coacutepia do termo no qual constavam os
telefones dos pesquisadores e da Comissatildeo de Eacutetica para o esclarecimento de
quaisquer duacutevidas (BRASIL 2013)
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A pesquisa foi constituiacuteda de 95 (n) motoristas de caminhotildees os quais
frequentavam um posto localizado no bairro Tabuleta no municiacutepio de Teresina-PI
Inicialmente avaliou-se o perfil socioeconocircmico e demograacutefico dos participantes da
pesquisa que pode ser visualizado na Tabela 03
Tabela 03 Perfil socioeconocircmico e demograacutefico dos motoristas de caminhatildeo pesquisados (n=95)
Variaacuteveis N
Faixa etaacuteria 20-59 anos 89 937 ge60 anos 06 63
Meacutedia (plusmndp) 433 (105)
Procedecircncia Nordeste 51 537
Norte 02 21 Sul 18 189
Sudeste 21 221 Centro-Oeste 03 32
Estado civil Solteiro 12 126
7
Vive com companheira 10 105 Casado 60 632 Viuacutevo 03 32
Separado 10 105
Escolaridade Analfabeto 01 11
Fund Incompleto 52 547 Fund Completo 17 179
Meacutedio incompleto 08 84 Meacutedio completo 17 179
Fonte autoria proacutepria
Os resultados apontam que a maioria dos caminhoneiros eram adultos
apresentando uma meacutedia de idade de 433 plusmn 105 anos Observou-se tambeacutem que a
maioria deles eram provenientes da regiatildeo Nordeste (537)
Em relaccedilatildeo ao estado civil foi verificado um grande percentual de
caminhoneiros casados (632 do total de 95 entrevistados) e apenas 126 eram
solteiros Pocircde-se entatildeo estabelecer similaridades com o trabalho anteriormente
realizado por Masson e Monteiro (2010) no qual foram verificados que 72 dos
motoristas avaliados eram casados e 20 eram solteiros e por Teles et al (2008)
obtendo-se um percentual de 777 para casados e 154 para solteiros
Com relaccedilatildeo ao grau de escolaridade constatou-se que a maioria (547)
dos caminhoneiros questionados apresentava o ensino fundamental incompleto
Seguindo a tendecircncia de outros estudos tais como Resende et al (2010) entre os
quais 67 dos entrevistados estudaram ateacute o ensino fundamental e 22
completaram o ensino meacutedio e da pesquisa de Domingos et al (2010) no qual 67
possuiacuteam o ensino fundamental completo ou incompleto e 313 apresentavam o
ensino meacutedio concluiacutedo
Como afirmado no estudo de Ruas et al (2010) em geral os profissionais
caminhoneiros iniciam sua profissatildeo ainda jovens abandonando os estudos sem ao
menos terem concluiacutedo o 1deg Grau Dessa maneira entende-se que os fatores
aparecem como uma precocidade eminente podendo desencadear doenccedilas
cardiovasculares Entre outros riscos inerentes agrave profissatildeo citam-se acidentes
automobiliacutesticos doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis alto consumo de bebidas
alcooacutelicas e uso de anfetaminas
A Tabela 04 denota os dados de haacutebitos de vida dos motoristas de caminhotildees
da presente pesquisa
8
Tabela 04 Haacutebitos de vida dos motoristas de caminhotildees (n=95)
Variaacuteveis N
Envolvimento em acidente Sim 37 389 Natildeo 58 611
Jaacute dormiu ao volante Sim 42 442 Natildeo 53 558
Fez uso bebidas alcoacuteolicas durante viagem Sim 27 284 Natildeo 68 716
Fez uso de rebites Sim 53 558 Natildeo 42 442
Fonte autoria proacutepria
Verificou-se que o percentual de caminhoneiros que jaacute se envolveram em
acidentes foi de 389 o que se aproxima com o percentual de motoristas que jaacute
dormiram ao volante (442) Esses criteacuterios satildeo avaliados juntos pelo fato de que o
sono ao volante eacute um dos principais fatores para a ocorrecircncia dos acidentes
automobiliacutesticos nas estradas
O trabalho de Cavagioni e Pierin (2010) mostrou um percentual bem maior do
que o encontrado na presente investigaccedilatildeo no qual foi observado que 90 dos
caminhoneiros jaacute sofreram algum tipo de acidente automobiliacutestico
Dormir ao volante eacute uma das principais causas de acidentes fatais causados
por motoristas de carros eou caminhotildees em rodovias (NTSB 1990 PHILIP et al
2002) A probabilidade dos motoristas que dormiram menos de 5 horas em 24 horas
de se envolverem em acidente relacionado com o sono ao volante eacute maior (PHILIP
et al 2002)
No estudo de Nascimento et al (2007) de um total de 91 caminhoneiros 27
deles relataram ter se envolvido em acidentes devido ao uso de rebites Mas ainda
Wendler et al (2003) afirmam vaacuterios relatos de motoristas que sob a accedilatildeo das
anfetaminas param seus caminhotildees no meio da pista ou invadem a pista contraacuteria
em razatildeo das alucinaccedilotildees causadas
Quanto ao uso de bebidas alcooacutelicas durante a viagem observou-se um
percentual de 284 da amostra Isso acontece por conta da falta de fiscalizaccedilatildeo
9
nas estradas pela natildeo obrigatoriedade do uso do bafocircmetro e por natildeo terem leis e
puniccedilotildees mais incisivas que atuem contra o consumo de aacutelcool durante a viagem
Em um estudo de Domingos e Pillon (2007) foi avaliado o padratildeo do consumo
de aacutelcool por parte de motoristas de caminhatildeo (amostra de 826) verificou-se que o
percentual encontrado tambeacutem foi muito superior ao do presente estudo sendo que
738 (727) fizeram uso do aacutelcool nos uacuteltimos 12 meses e 276 (273) eram
abstecircmios Jaacute na investigaccedilatildeo de Belan et al (2017) o percentual de caminhoneiros
que faziam uso de bebidas alcooacutelicas durante a viagem era de 65 mais que o
dobro do valor encontrado na presente pesquisa o que denota que os motoristas
podem ter omitido durante o questionaacuterio tal informaccedilatildeo uma vez que eles tecircm
conhecimento de que natildeo se deve ingerir aacutelcool na estrada embora natildeo cumpram
na maioria das vezes
Existem evidecircncias de que os fatores comportamentais relacionados ao beber
e dirigir que satildeo prevalentes nas causas de acidentes de tracircnsito contribuem com
95 dos prejuiacutezos associados As consequecircncias do beber e dirigir como os
acidentes de tracircnsito natildeo soacute no Brasil constituem um problema de grande
magnitude e contribuem com os altos iacutendices de morbidade e mortalidade da
populaccedilatildeo (PINSKY et al 2004)
Ainda tendo como objeto de anaacutelise a Tabela 04 avaliou-se o consumo de
rebites entre os participantes da pesquisa e foi constatado que mais da metade dos
caminhoneiros (558) jaacute fizeram o uso da droga anfetamiacutenica alguma vez na vida
Os resultados da presente pesquisa permitem considerar que o uso de anfetaminas
eacute uma realidade na vida de muitos caminhoneiros particularmente daqueles que
trafegam durante a noite eou de madrugada dormindo no maacuteximo seis horas por
dia
Essa elevada prevalecircncia provavelmente ocorre em decorrecircncia da venda
indiscriminada em postos e farmaacutecias tendo em vista que satildeo comercializados sem
prescriccedilatildeo meacutedica Os sindicatos natildeo deixam as empresas fiscalizar os
caminhoneiros e realizarem testes especiacuteficos para dosagens de substacircncias
Muitas vezes as empresas que contratam os serviccedilos dos caminhoneiros natildeo se
empenham e exigem muito dos profissionais deixando-os agrave mercecirc de uma jornada
extensa de trabalho Aleacutem disso no Brasil os bafocircmetros natildeo conseguem apontar
quem fez uso de drogas pois eles estatildeo condicionados a detectar apenas a
presenccedila de aacutelcool
10
No estudo de Nascimento et al (2007) entre os motoristas que participaram
33 preferiam trabalhar no periacuteodo noturno 38 na madrugada 37 dormiam em
meacutedia de 4 a 6 horas por dia e as jornadas de trabalho eram acima de 12horas para
34 dos participantes do estudo Em relaccedilatildeo ao uso de anfetaminas os resultados
foram preocupantes pois 66 dos participantes afirmaram fazer uso de anfetaminas
durante os turnos trabalhados
Na investigaccedilatildeo de Masson e Monteiro (2010) a maioria dos sujeitos
estudados (70) fazia uso de rebite dentre os quais 60 jaacute faziam uso haacute mais de
cinco anos Belan et al (2017) tambeacutem encontraram um percentual significativo de
usuaacuterios de anfetaminas tendo em vista que no ano de 2013 77 dos condutores
relataram fazer uso dessas substacircncias e em 2016 60 deles afirmaram fazer uso
Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de uso de rebites a Tabela 05 evidencia os motivos
de utilizaccedilatildeo das drogas e o histoacuterico de uso das mesmas
Tabela 05 Consumo e frequecircncia de uso de anfetaminas (rebites) em motoristas de caminhotildees (n=53)
Variaacuteveis N
Motivos utilizar ldquorebiterdquo Manter-se acordado 46 868
Aumentar concentraccedilatildeo 01 19 Ganhar agilidade 06 113
Experimentou ldquorebiterdquo 1ordf vez (idade) 18-28 anos 52 732 28-38 anos 13 183 gt39 anos 06 85
Meacutedia (plusmndp) 273 (77)
Usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 3 meses Sim 16 302 Natildeo 37 698
Usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 12 meses Sim 22 415 Natildeo 31 585
Quantas vezes usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 30 dias Natildeo usei 34 642
Menos 1x por semana 09 170 1 ou mais x por semana 04 75
Diariamente 03 57 2 ou 3 vezes ao dia 03 57
Fonte autoria proacutepria
Wendler et al (2003) entrevistaram 318 motoristas e apenas 312 (10
caminhoneiros) disseram nunca ter usado anfetaminas No entanto 96
11
correspondente a 308 caminhoneiros afirmaram que usam ou usaram pelo menos
uma vez esses medicamentos com o intuito de permanecerem acordados por mais
tempo
Nascimento et al (2007) de 91 entrevistados 66 afirmaram usar
anfetaminas (rebite) Esta uacuteltima estatiacutestica confirmou o resultado dessa pesquisa
uma vez que 5520 dos caminhoneiros afirmaram que jaacute fizeram uso dessa droga
por inuacutemeros motivos entre eles Couper et al (2002) cita para reduzir o sono e
diminuir o cansaccedilo em percursos de longa distacircncias
Percebeu-se tambeacutem que a primeira experiecircncia com essa droga era feita
entre os 18 e 28 anos com uma prevalecircncia de 732 nesse intervalo de tempo
Seguido de 28 e 38 anos (183) e acima de 38 anos (85) obtendo-se uma
meacutedia de 273 anos do primeiro contato dos caminhoneiros com a anfetamina
O uso de anfetaminas de ateacute 3 vezes por semana desencadeia dependecircncia
a longo prazo (NASCIMENTO et al 2007) Por isso eacute preocupante quando se faz o
uso dessa droga ou quando se observa o desejo de utilizaacute-la
Zeferino (2004) em um trabalho feito com empresas de transporte rodoviaacuterio
de cargas no Estado de Santa Catarina observou um grande problema com relaccedilatildeo
ao consumo de substacircncias psicoativas principalmente a anfetamina em motoristas
de caminhotildees 65 dos participantes envolvidos na pesquisa relataram fazer uso de
anfetaminas 94 das empresas analisadas jaacute tiveram seus caminhoneiros
envolvidos em algum acidente de tracircnsito sendo que esses acidentes poderiam
estar relacionados com o uso dessas substacircncias
Quanto agrave utilizaccedilatildeo ou natildeo de faacutermacos anti-hipertensivos percebeu-se que
211 referiram fazer uso desses medicamentos sendo que alguns deles ainda
assim apresentaram pressatildeo arterial elevada sugerindo que os mesmos natildeo
estivessem fazendo o controle adequado da pressatildeo arterial haja vista que satildeo
classificados como hipertensos (Tabela 06)
Tabela 06 Uso de medicamentos anti-hipertensivos pelos motoristas de caminhotildees (n=95)
Faz uso medicamentos anti-hipertensivos N Sim 20 211 Natildeo 75 789
Fonte autoria proacutepria
12
Satildeo numerosos os estudos que estimam a prevalecircncia de HAS no mundo
mas poucos no Brasil Taxas discrepantes de prevalecircncia nesses estudos podem
ser justificadas pelas diferentes metodologias aplicadas como definiccedilotildees diferentes
de HAS (pontos de corte diferentes para definir HAS inclusatildeo ou natildeo de indiviacuteduos
com pressatildeo arterial normal em uso de anti-hipertensivos) variaccedilotildees na populaccedilatildeo-
alvo (faixas etaacuterias diferentes amostras com grupos selecionados) nuacutemero de
visitas para aferir a pressatildeo (CAVALCANTE et al 1995 NEDER BORGES 2006)
Pereira et al (2007) levando-se em consideraccedilatildeo apenas pressatildeo
arterial gt 140 x 90mmHg obteve 364 (IC95 327-399) de prevalecircncia de
hipertensatildeo na populaccedilatildeo adulta de Tubaratildeo quando levaram em consideraccedilatildeo os
indiviacuteduos em tratamento controlados esta foi de 405 (IC95 368-442) Entre a
populaccedilatildeo hipertensa (n = 286) a prevalecircncia de hipertensatildeo sisto-diastoacutelica de
455 (IC95 396-514) e de hipertensatildeo controlada 101 (IC95 69-142)
Dentre os faacutermacos utilizados com maior frequecircncia entre os motoristas de
caminhotildees estatildeo a Losartana e o Captopril exercendo accedilatildeo terapecircutica
respectivamente em 40 e 30 dos sujeitos da pesquisa como mostra a Figura
01
Figura 01 Medicamentos anti-hipertensivos utilizados pelos motoristas de caminhotildees (n=20)
Fonte autoria proacutepria
Estudo semelhante feito por Belan et al (2017) constatou que 75 dos
caminhoneiros faziam uso de valsartana 625 de propranolol 1125 de captopril
e 75 de losartana Segundo a Relaccedilatildeo Nacional de Medicamentos Essenciais ndash
RENAME (BRASIL 2010b) a utilizaccedilatildeo de losartana (13) e captopril (16) foram
13
inferiores em relaccedilatildeo ao uso de outros medicamentos como a hidroclorotiazida
(43) e o enalapril (24) divergindo dos resultados da pesquisa
No levantamento feito por Shinya et al (2011) que objetivou analisar os
medicamentos anti-hipertensivos mais utilizados nos municiacutepios de Ouroeste e
Populina localizados no Noroeste Paulista foi verificado que o captopril 25mg foi o
faacutermaco mais dispensado na Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) de Populina
enquanto que na UBS de Ouroeste foi o enalapril 20mg Jaacute o medicamento Losartan
eacute o mais utilizado pela sauacutede puacuteblica no municiacutepio de Ouroeste em relaccedilatildeo ao
municiacutepio de Populina-SP
Quanto agrave circunferecircncia da cintura 50 caminhoneiros (526) encontraram-se
com risco muito aumentado para alguns eventos cardiovasculares 26 indiviacuteduos
(274) apresentaram risco aumentado para complicaccedilotildees metaboacutelicas totalizando
um percentual de risco de 80 da amostra (Figura 02)
Figura 02 Risco cardiovascular segundo a circunferecircncia da cintura em motoristas de caminhotildees e seus respectivos intervalos de confianccedila (n=95)
Fonte autoria proacutepria
Os dados satildeo condizentes com a pesquisa de Santos et al (2012) na qual a
circunferecircncia abdominal se mostrou elevada em 68 dos caminhoneiros
Entretanto diferem do estudo realizado por Cavagioni et al (2008) feito com 258
motoristas em que 31 apresentaram risco aumentado
Os fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares encontrados neste estudo
somados ao estilo de vida dos participantes reforccedilam os achados de diminuiccedilatildeo da
14
qualidade de vida e associaccedilatildeo ao aparecimento de outras doenccedilas ainda na fase
adulta Quando os pacientes hipertensos satildeo comparados a indiviacuteduos
normotensos uma das maiores diferenccedilas encontradas tem sido um aumento na
prevalecircncia de obesidade (KAPLAN 1998)
Os resultados quanto agrave prevalecircncia de alguns fatores de risco para doenccedilas
crocircnicas mostraram que tanto os adultos quanto os idosos estatildeo em risco para
doenccedilas cardiovasculares principalmente em virtude de altos valores de
circunferecircncia abdominal
Ao realizar a avaliaccedilatildeo da PA observou-se que 5790 dos caminhoneiros
apresentaram niacuteveis pressoacutericos considerados oacutetimos Poreacutem 1789 embora
apresentassem sua PA oacutetima sabia-se que eles eram hipertensos pois havia o
relato do uso da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva Quanto aos indiviacuteduos com preacute-
hipertensatildeo constatou-se um percentual de 2737 dos quais 316 tambeacutem foram
considerados hipertensos por conta de relatem uso de medicamentos Jaacute com
relaccedilatildeo ao quadro sugestivo de hipertensatildeo por elevaccedilatildeo da PA observou-se um
percentual de 1473 motoristas de caminhotildees dos quais 526 (estaacutegio 1) 842
(estaacutegio 2) e 105 (estaacutegio 3) Dessa forma o percentual de hipertensos foi de
3578 (Tabela 07)
Tabela 07 Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial e de uso de anti-hipertensivos em motoristas de caminhotildees (n=95)
de Motoristas de acordo com a
PA
de Motoristas em uso de anti-hipertensivos
Hipertensos
Oacutetima 5790 1789 1789
Preacute-hipertensatildeo 2737 316 316
Hipertensatildeo estaacutegio 1 526 - 526
Hipertensatildeo estaacutegio 2 842 - 842
Hipertensatildeo estaacutegio 3 105 - 105
Total 100 2105 3578
Fonte autoria proacutepria
Comparando os resultados com outras investigaccedilotildees Takitane et al (2013)
apuraram que 123 dos motoristas de caminhatildeo de Satildeo Paulo relataram ter
hipertensatildeo Belan et al (2017) encontraram um percentual de 1625 de
caminhoneiros com hipertensatildeo e Batista e Silva (2005) evidenciaram que 2070
15
dos caminhoneiros apresentaram niacuteveis pressoacutericos elevados divergindo com a
presente investigaccedilatildeo
Cavagioni e Pierin (2010) durante avaliaccedilatildeo da pressatildeo arterial mostraram
que 372 dos motoristas apresentaram niacuteveis compatiacuteveis com hipertensatildeo
arterial corroborando com o estudo em questatildeo Tal achado eacute compatiacutevel ao dado
internacional de Layne et al (2009) e em nosso meio em outras classes
profissionais similares como motoristas de ocircnibus em regiatildeo urbana (CORREcircA
FILHO et al 2002) e profissionais da aacuterea da sauacutede (MION JUacuteNIOR et al 2004) Jaacute
no estudo de Coser et al (2009) a prevalecircncia de hipertensatildeo arterial sistoacutelica e
diastoacutelica foi de 47 sendo este valor superior ao que foi visto na presente
pesquisa
Sabe-se que o fato de a PA ter dado alterada ou natildeo nos motoristas de
caminhotildees eacute apenas sugestivo de hipertensatildeo tendo em vista que eacute necessaacuteria a
avaliaccedilatildeo de outros paracircmetros complementares para se confirmar o diagnoacutestico da
doenccedila
Cavagioni e Pierin (2010) relacionando o consumo de drogas anfetamiacutenicas
com a hipertensatildeo verificaram que o haacutebito de ingerir medicamentos para inibir o
sono funcionava como um fator protetor para o surgimento da hipertensatildeo arterial
Supotildee-se que essa associaccedilatildeo seja decorrente do fato de que ingerir medicamentos
para inibir o sono tenha sido mais frequente nos motoristas mais jovens (3534 plusmn
865 vs 4043 plusmn 1106 anos plt 005) portanto com pouca influecircncia da elevaccedilatildeo da
idade no surgimento da hipertensatildeo arterial
4 CONCLUSAtildeO
Os resultados comprobatoacuterios obtidos na pesquisa evidenciaram que a
maioria dos motoristas de caminhatildeo era adulto casado com baixo niacutevel de
escolaridade Foi visto que a prevalecircncia de caminhoneiros que jaacute fizeram o uso do
rebite uma vez na vida e a frequecircncia de consumo no uacuteltimo mecircs foram ambas
consideradas elevadas Quanto aos fatores de risco cardiovascular verificou-se que
uma parcela consideraacutevel dos caminhoneiros era hipertensa e a sua grande maioria
apresentava risco elevado para complicaccedilotildees metaboacutelicas de acordo com a
circunferecircncia da cintura
16
Dessa forma sugere-se que sejam implementadas intervenccedilotildees atraveacutes de
estrateacutegias de promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas e melhora dos haacutebitos
entre os caminhoneiros e risco de acidentes nas estradas A promoccedilatildeo da sauacutede
pode contribuir para a formaccedilatildeo e desenvolvimento da consciecircncia criacutetica das
pessoas na tentativa de melhorar a qualidade de vida dos mesmos
REFEREcircNCIAS ANDRADE et al Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial autorreferida na populaccedilatildeo brasileira anaacutelise da Pesquisa Nacional de Sauacutede Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede v 24 n 2 2015 ARAUacuteJO T M E et al Vulnerabilidade de caminhoneiros agrave infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite B Revista Interdisciplinar Uninovafapi v3 n1 p29-33 2010 BARBETTA P A Estatiacutestica aplicada agraves ciecircncias sociais 5 ed rev Florianoacutepolis Editora da UFSC 2002 BATISTA M A S SILVA F A B Niacutevel de sauacutede de caminhoneiros que trafegam pela BR 040 com base em dados obtidos durante o VI comando Rodoviaacuterio Federal na cidade de Brasiacutelia-DF um estudo de caso Revista de Divulgaccedilatildeo Cientiacutefica da FACESA 2005 BEEK A J World at work truck drivers Occupational and Environmental Medicine v 69 n 4 p 291-5 2012
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6
maacuteximos e as qualitativas por meio de proporccedilatildeo e intervalo de confianccedila (IC 95)
Aplicou-se inicialmente o teste de Kolmogorov-Smirnov para avaliar a normalidade
das variaacuteveis quantitativas Considerou-se sempre um niacutevel de significacircncia
estatiacutestica de 95 (plt005)
O projeto de pesquisa desse trabalho foi submetido para aprovaccedilatildeo e aceito
pela Comissatildeo de Eacutetica em Pesquisa do Centro de Ensino Unificado de Teresina -
CEUT atraveacutes do protocolo de aceite Nordm 70532012 Para a realizaccedilatildeo da pesquisa
foi emitida uma carta de autorizaccedilatildeo do gerente do posto de combustiacutevel localizado
na regiatildeo sul do municiacutepio de Teresina-PI
Todos os participantes leram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido elaborado de acordo com a Declaraccedilatildeo de Helsinque III em atendimento
agrave Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de SauacutedeMinisteacuterio da Sauacutede onde
objetivos e procedimentos da pesquisa foram devidamente informados de forma
clara Cada participante ficou com uma coacutepia do termo no qual constavam os
telefones dos pesquisadores e da Comissatildeo de Eacutetica para o esclarecimento de
quaisquer duacutevidas (BRASIL 2013)
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A pesquisa foi constituiacuteda de 95 (n) motoristas de caminhotildees os quais
frequentavam um posto localizado no bairro Tabuleta no municiacutepio de Teresina-PI
Inicialmente avaliou-se o perfil socioeconocircmico e demograacutefico dos participantes da
pesquisa que pode ser visualizado na Tabela 03
Tabela 03 Perfil socioeconocircmico e demograacutefico dos motoristas de caminhatildeo pesquisados (n=95)
Variaacuteveis N
Faixa etaacuteria 20-59 anos 89 937 ge60 anos 06 63
Meacutedia (plusmndp) 433 (105)
Procedecircncia Nordeste 51 537
Norte 02 21 Sul 18 189
Sudeste 21 221 Centro-Oeste 03 32
Estado civil Solteiro 12 126
7
Vive com companheira 10 105 Casado 60 632 Viuacutevo 03 32
Separado 10 105
Escolaridade Analfabeto 01 11
Fund Incompleto 52 547 Fund Completo 17 179
Meacutedio incompleto 08 84 Meacutedio completo 17 179
Fonte autoria proacutepria
Os resultados apontam que a maioria dos caminhoneiros eram adultos
apresentando uma meacutedia de idade de 433 plusmn 105 anos Observou-se tambeacutem que a
maioria deles eram provenientes da regiatildeo Nordeste (537)
Em relaccedilatildeo ao estado civil foi verificado um grande percentual de
caminhoneiros casados (632 do total de 95 entrevistados) e apenas 126 eram
solteiros Pocircde-se entatildeo estabelecer similaridades com o trabalho anteriormente
realizado por Masson e Monteiro (2010) no qual foram verificados que 72 dos
motoristas avaliados eram casados e 20 eram solteiros e por Teles et al (2008)
obtendo-se um percentual de 777 para casados e 154 para solteiros
Com relaccedilatildeo ao grau de escolaridade constatou-se que a maioria (547)
dos caminhoneiros questionados apresentava o ensino fundamental incompleto
Seguindo a tendecircncia de outros estudos tais como Resende et al (2010) entre os
quais 67 dos entrevistados estudaram ateacute o ensino fundamental e 22
completaram o ensino meacutedio e da pesquisa de Domingos et al (2010) no qual 67
possuiacuteam o ensino fundamental completo ou incompleto e 313 apresentavam o
ensino meacutedio concluiacutedo
Como afirmado no estudo de Ruas et al (2010) em geral os profissionais
caminhoneiros iniciam sua profissatildeo ainda jovens abandonando os estudos sem ao
menos terem concluiacutedo o 1deg Grau Dessa maneira entende-se que os fatores
aparecem como uma precocidade eminente podendo desencadear doenccedilas
cardiovasculares Entre outros riscos inerentes agrave profissatildeo citam-se acidentes
automobiliacutesticos doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis alto consumo de bebidas
alcooacutelicas e uso de anfetaminas
A Tabela 04 denota os dados de haacutebitos de vida dos motoristas de caminhotildees
da presente pesquisa
8
Tabela 04 Haacutebitos de vida dos motoristas de caminhotildees (n=95)
Variaacuteveis N
Envolvimento em acidente Sim 37 389 Natildeo 58 611
Jaacute dormiu ao volante Sim 42 442 Natildeo 53 558
Fez uso bebidas alcoacuteolicas durante viagem Sim 27 284 Natildeo 68 716
Fez uso de rebites Sim 53 558 Natildeo 42 442
Fonte autoria proacutepria
Verificou-se que o percentual de caminhoneiros que jaacute se envolveram em
acidentes foi de 389 o que se aproxima com o percentual de motoristas que jaacute
dormiram ao volante (442) Esses criteacuterios satildeo avaliados juntos pelo fato de que o
sono ao volante eacute um dos principais fatores para a ocorrecircncia dos acidentes
automobiliacutesticos nas estradas
O trabalho de Cavagioni e Pierin (2010) mostrou um percentual bem maior do
que o encontrado na presente investigaccedilatildeo no qual foi observado que 90 dos
caminhoneiros jaacute sofreram algum tipo de acidente automobiliacutestico
Dormir ao volante eacute uma das principais causas de acidentes fatais causados
por motoristas de carros eou caminhotildees em rodovias (NTSB 1990 PHILIP et al
2002) A probabilidade dos motoristas que dormiram menos de 5 horas em 24 horas
de se envolverem em acidente relacionado com o sono ao volante eacute maior (PHILIP
et al 2002)
No estudo de Nascimento et al (2007) de um total de 91 caminhoneiros 27
deles relataram ter se envolvido em acidentes devido ao uso de rebites Mas ainda
Wendler et al (2003) afirmam vaacuterios relatos de motoristas que sob a accedilatildeo das
anfetaminas param seus caminhotildees no meio da pista ou invadem a pista contraacuteria
em razatildeo das alucinaccedilotildees causadas
Quanto ao uso de bebidas alcooacutelicas durante a viagem observou-se um
percentual de 284 da amostra Isso acontece por conta da falta de fiscalizaccedilatildeo
9
nas estradas pela natildeo obrigatoriedade do uso do bafocircmetro e por natildeo terem leis e
puniccedilotildees mais incisivas que atuem contra o consumo de aacutelcool durante a viagem
Em um estudo de Domingos e Pillon (2007) foi avaliado o padratildeo do consumo
de aacutelcool por parte de motoristas de caminhatildeo (amostra de 826) verificou-se que o
percentual encontrado tambeacutem foi muito superior ao do presente estudo sendo que
738 (727) fizeram uso do aacutelcool nos uacuteltimos 12 meses e 276 (273) eram
abstecircmios Jaacute na investigaccedilatildeo de Belan et al (2017) o percentual de caminhoneiros
que faziam uso de bebidas alcooacutelicas durante a viagem era de 65 mais que o
dobro do valor encontrado na presente pesquisa o que denota que os motoristas
podem ter omitido durante o questionaacuterio tal informaccedilatildeo uma vez que eles tecircm
conhecimento de que natildeo se deve ingerir aacutelcool na estrada embora natildeo cumpram
na maioria das vezes
Existem evidecircncias de que os fatores comportamentais relacionados ao beber
e dirigir que satildeo prevalentes nas causas de acidentes de tracircnsito contribuem com
95 dos prejuiacutezos associados As consequecircncias do beber e dirigir como os
acidentes de tracircnsito natildeo soacute no Brasil constituem um problema de grande
magnitude e contribuem com os altos iacutendices de morbidade e mortalidade da
populaccedilatildeo (PINSKY et al 2004)
Ainda tendo como objeto de anaacutelise a Tabela 04 avaliou-se o consumo de
rebites entre os participantes da pesquisa e foi constatado que mais da metade dos
caminhoneiros (558) jaacute fizeram o uso da droga anfetamiacutenica alguma vez na vida
Os resultados da presente pesquisa permitem considerar que o uso de anfetaminas
eacute uma realidade na vida de muitos caminhoneiros particularmente daqueles que
trafegam durante a noite eou de madrugada dormindo no maacuteximo seis horas por
dia
Essa elevada prevalecircncia provavelmente ocorre em decorrecircncia da venda
indiscriminada em postos e farmaacutecias tendo em vista que satildeo comercializados sem
prescriccedilatildeo meacutedica Os sindicatos natildeo deixam as empresas fiscalizar os
caminhoneiros e realizarem testes especiacuteficos para dosagens de substacircncias
Muitas vezes as empresas que contratam os serviccedilos dos caminhoneiros natildeo se
empenham e exigem muito dos profissionais deixando-os agrave mercecirc de uma jornada
extensa de trabalho Aleacutem disso no Brasil os bafocircmetros natildeo conseguem apontar
quem fez uso de drogas pois eles estatildeo condicionados a detectar apenas a
presenccedila de aacutelcool
10
No estudo de Nascimento et al (2007) entre os motoristas que participaram
33 preferiam trabalhar no periacuteodo noturno 38 na madrugada 37 dormiam em
meacutedia de 4 a 6 horas por dia e as jornadas de trabalho eram acima de 12horas para
34 dos participantes do estudo Em relaccedilatildeo ao uso de anfetaminas os resultados
foram preocupantes pois 66 dos participantes afirmaram fazer uso de anfetaminas
durante os turnos trabalhados
Na investigaccedilatildeo de Masson e Monteiro (2010) a maioria dos sujeitos
estudados (70) fazia uso de rebite dentre os quais 60 jaacute faziam uso haacute mais de
cinco anos Belan et al (2017) tambeacutem encontraram um percentual significativo de
usuaacuterios de anfetaminas tendo em vista que no ano de 2013 77 dos condutores
relataram fazer uso dessas substacircncias e em 2016 60 deles afirmaram fazer uso
Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de uso de rebites a Tabela 05 evidencia os motivos
de utilizaccedilatildeo das drogas e o histoacuterico de uso das mesmas
Tabela 05 Consumo e frequecircncia de uso de anfetaminas (rebites) em motoristas de caminhotildees (n=53)
Variaacuteveis N
Motivos utilizar ldquorebiterdquo Manter-se acordado 46 868
Aumentar concentraccedilatildeo 01 19 Ganhar agilidade 06 113
Experimentou ldquorebiterdquo 1ordf vez (idade) 18-28 anos 52 732 28-38 anos 13 183 gt39 anos 06 85
Meacutedia (plusmndp) 273 (77)
Usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 3 meses Sim 16 302 Natildeo 37 698
Usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 12 meses Sim 22 415 Natildeo 31 585
Quantas vezes usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 30 dias Natildeo usei 34 642
Menos 1x por semana 09 170 1 ou mais x por semana 04 75
Diariamente 03 57 2 ou 3 vezes ao dia 03 57
Fonte autoria proacutepria
Wendler et al (2003) entrevistaram 318 motoristas e apenas 312 (10
caminhoneiros) disseram nunca ter usado anfetaminas No entanto 96
11
correspondente a 308 caminhoneiros afirmaram que usam ou usaram pelo menos
uma vez esses medicamentos com o intuito de permanecerem acordados por mais
tempo
Nascimento et al (2007) de 91 entrevistados 66 afirmaram usar
anfetaminas (rebite) Esta uacuteltima estatiacutestica confirmou o resultado dessa pesquisa
uma vez que 5520 dos caminhoneiros afirmaram que jaacute fizeram uso dessa droga
por inuacutemeros motivos entre eles Couper et al (2002) cita para reduzir o sono e
diminuir o cansaccedilo em percursos de longa distacircncias
Percebeu-se tambeacutem que a primeira experiecircncia com essa droga era feita
entre os 18 e 28 anos com uma prevalecircncia de 732 nesse intervalo de tempo
Seguido de 28 e 38 anos (183) e acima de 38 anos (85) obtendo-se uma
meacutedia de 273 anos do primeiro contato dos caminhoneiros com a anfetamina
O uso de anfetaminas de ateacute 3 vezes por semana desencadeia dependecircncia
a longo prazo (NASCIMENTO et al 2007) Por isso eacute preocupante quando se faz o
uso dessa droga ou quando se observa o desejo de utilizaacute-la
Zeferino (2004) em um trabalho feito com empresas de transporte rodoviaacuterio
de cargas no Estado de Santa Catarina observou um grande problema com relaccedilatildeo
ao consumo de substacircncias psicoativas principalmente a anfetamina em motoristas
de caminhotildees 65 dos participantes envolvidos na pesquisa relataram fazer uso de
anfetaminas 94 das empresas analisadas jaacute tiveram seus caminhoneiros
envolvidos em algum acidente de tracircnsito sendo que esses acidentes poderiam
estar relacionados com o uso dessas substacircncias
Quanto agrave utilizaccedilatildeo ou natildeo de faacutermacos anti-hipertensivos percebeu-se que
211 referiram fazer uso desses medicamentos sendo que alguns deles ainda
assim apresentaram pressatildeo arterial elevada sugerindo que os mesmos natildeo
estivessem fazendo o controle adequado da pressatildeo arterial haja vista que satildeo
classificados como hipertensos (Tabela 06)
Tabela 06 Uso de medicamentos anti-hipertensivos pelos motoristas de caminhotildees (n=95)
Faz uso medicamentos anti-hipertensivos N Sim 20 211 Natildeo 75 789
Fonte autoria proacutepria
12
Satildeo numerosos os estudos que estimam a prevalecircncia de HAS no mundo
mas poucos no Brasil Taxas discrepantes de prevalecircncia nesses estudos podem
ser justificadas pelas diferentes metodologias aplicadas como definiccedilotildees diferentes
de HAS (pontos de corte diferentes para definir HAS inclusatildeo ou natildeo de indiviacuteduos
com pressatildeo arterial normal em uso de anti-hipertensivos) variaccedilotildees na populaccedilatildeo-
alvo (faixas etaacuterias diferentes amostras com grupos selecionados) nuacutemero de
visitas para aferir a pressatildeo (CAVALCANTE et al 1995 NEDER BORGES 2006)
Pereira et al (2007) levando-se em consideraccedilatildeo apenas pressatildeo
arterial gt 140 x 90mmHg obteve 364 (IC95 327-399) de prevalecircncia de
hipertensatildeo na populaccedilatildeo adulta de Tubaratildeo quando levaram em consideraccedilatildeo os
indiviacuteduos em tratamento controlados esta foi de 405 (IC95 368-442) Entre a
populaccedilatildeo hipertensa (n = 286) a prevalecircncia de hipertensatildeo sisto-diastoacutelica de
455 (IC95 396-514) e de hipertensatildeo controlada 101 (IC95 69-142)
Dentre os faacutermacos utilizados com maior frequecircncia entre os motoristas de
caminhotildees estatildeo a Losartana e o Captopril exercendo accedilatildeo terapecircutica
respectivamente em 40 e 30 dos sujeitos da pesquisa como mostra a Figura
01
Figura 01 Medicamentos anti-hipertensivos utilizados pelos motoristas de caminhotildees (n=20)
Fonte autoria proacutepria
Estudo semelhante feito por Belan et al (2017) constatou que 75 dos
caminhoneiros faziam uso de valsartana 625 de propranolol 1125 de captopril
e 75 de losartana Segundo a Relaccedilatildeo Nacional de Medicamentos Essenciais ndash
RENAME (BRASIL 2010b) a utilizaccedilatildeo de losartana (13) e captopril (16) foram
13
inferiores em relaccedilatildeo ao uso de outros medicamentos como a hidroclorotiazida
(43) e o enalapril (24) divergindo dos resultados da pesquisa
No levantamento feito por Shinya et al (2011) que objetivou analisar os
medicamentos anti-hipertensivos mais utilizados nos municiacutepios de Ouroeste e
Populina localizados no Noroeste Paulista foi verificado que o captopril 25mg foi o
faacutermaco mais dispensado na Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) de Populina
enquanto que na UBS de Ouroeste foi o enalapril 20mg Jaacute o medicamento Losartan
eacute o mais utilizado pela sauacutede puacuteblica no municiacutepio de Ouroeste em relaccedilatildeo ao
municiacutepio de Populina-SP
Quanto agrave circunferecircncia da cintura 50 caminhoneiros (526) encontraram-se
com risco muito aumentado para alguns eventos cardiovasculares 26 indiviacuteduos
(274) apresentaram risco aumentado para complicaccedilotildees metaboacutelicas totalizando
um percentual de risco de 80 da amostra (Figura 02)
Figura 02 Risco cardiovascular segundo a circunferecircncia da cintura em motoristas de caminhotildees e seus respectivos intervalos de confianccedila (n=95)
Fonte autoria proacutepria
Os dados satildeo condizentes com a pesquisa de Santos et al (2012) na qual a
circunferecircncia abdominal se mostrou elevada em 68 dos caminhoneiros
Entretanto diferem do estudo realizado por Cavagioni et al (2008) feito com 258
motoristas em que 31 apresentaram risco aumentado
Os fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares encontrados neste estudo
somados ao estilo de vida dos participantes reforccedilam os achados de diminuiccedilatildeo da
14
qualidade de vida e associaccedilatildeo ao aparecimento de outras doenccedilas ainda na fase
adulta Quando os pacientes hipertensos satildeo comparados a indiviacuteduos
normotensos uma das maiores diferenccedilas encontradas tem sido um aumento na
prevalecircncia de obesidade (KAPLAN 1998)
Os resultados quanto agrave prevalecircncia de alguns fatores de risco para doenccedilas
crocircnicas mostraram que tanto os adultos quanto os idosos estatildeo em risco para
doenccedilas cardiovasculares principalmente em virtude de altos valores de
circunferecircncia abdominal
Ao realizar a avaliaccedilatildeo da PA observou-se que 5790 dos caminhoneiros
apresentaram niacuteveis pressoacutericos considerados oacutetimos Poreacutem 1789 embora
apresentassem sua PA oacutetima sabia-se que eles eram hipertensos pois havia o
relato do uso da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva Quanto aos indiviacuteduos com preacute-
hipertensatildeo constatou-se um percentual de 2737 dos quais 316 tambeacutem foram
considerados hipertensos por conta de relatem uso de medicamentos Jaacute com
relaccedilatildeo ao quadro sugestivo de hipertensatildeo por elevaccedilatildeo da PA observou-se um
percentual de 1473 motoristas de caminhotildees dos quais 526 (estaacutegio 1) 842
(estaacutegio 2) e 105 (estaacutegio 3) Dessa forma o percentual de hipertensos foi de
3578 (Tabela 07)
Tabela 07 Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial e de uso de anti-hipertensivos em motoristas de caminhotildees (n=95)
de Motoristas de acordo com a
PA
de Motoristas em uso de anti-hipertensivos
Hipertensos
Oacutetima 5790 1789 1789
Preacute-hipertensatildeo 2737 316 316
Hipertensatildeo estaacutegio 1 526 - 526
Hipertensatildeo estaacutegio 2 842 - 842
Hipertensatildeo estaacutegio 3 105 - 105
Total 100 2105 3578
Fonte autoria proacutepria
Comparando os resultados com outras investigaccedilotildees Takitane et al (2013)
apuraram que 123 dos motoristas de caminhatildeo de Satildeo Paulo relataram ter
hipertensatildeo Belan et al (2017) encontraram um percentual de 1625 de
caminhoneiros com hipertensatildeo e Batista e Silva (2005) evidenciaram que 2070
15
dos caminhoneiros apresentaram niacuteveis pressoacutericos elevados divergindo com a
presente investigaccedilatildeo
Cavagioni e Pierin (2010) durante avaliaccedilatildeo da pressatildeo arterial mostraram
que 372 dos motoristas apresentaram niacuteveis compatiacuteveis com hipertensatildeo
arterial corroborando com o estudo em questatildeo Tal achado eacute compatiacutevel ao dado
internacional de Layne et al (2009) e em nosso meio em outras classes
profissionais similares como motoristas de ocircnibus em regiatildeo urbana (CORREcircA
FILHO et al 2002) e profissionais da aacuterea da sauacutede (MION JUacuteNIOR et al 2004) Jaacute
no estudo de Coser et al (2009) a prevalecircncia de hipertensatildeo arterial sistoacutelica e
diastoacutelica foi de 47 sendo este valor superior ao que foi visto na presente
pesquisa
Sabe-se que o fato de a PA ter dado alterada ou natildeo nos motoristas de
caminhotildees eacute apenas sugestivo de hipertensatildeo tendo em vista que eacute necessaacuteria a
avaliaccedilatildeo de outros paracircmetros complementares para se confirmar o diagnoacutestico da
doenccedila
Cavagioni e Pierin (2010) relacionando o consumo de drogas anfetamiacutenicas
com a hipertensatildeo verificaram que o haacutebito de ingerir medicamentos para inibir o
sono funcionava como um fator protetor para o surgimento da hipertensatildeo arterial
Supotildee-se que essa associaccedilatildeo seja decorrente do fato de que ingerir medicamentos
para inibir o sono tenha sido mais frequente nos motoristas mais jovens (3534 plusmn
865 vs 4043 plusmn 1106 anos plt 005) portanto com pouca influecircncia da elevaccedilatildeo da
idade no surgimento da hipertensatildeo arterial
4 CONCLUSAtildeO
Os resultados comprobatoacuterios obtidos na pesquisa evidenciaram que a
maioria dos motoristas de caminhatildeo era adulto casado com baixo niacutevel de
escolaridade Foi visto que a prevalecircncia de caminhoneiros que jaacute fizeram o uso do
rebite uma vez na vida e a frequecircncia de consumo no uacuteltimo mecircs foram ambas
consideradas elevadas Quanto aos fatores de risco cardiovascular verificou-se que
uma parcela consideraacutevel dos caminhoneiros era hipertensa e a sua grande maioria
apresentava risco elevado para complicaccedilotildees metaboacutelicas de acordo com a
circunferecircncia da cintura
16
Dessa forma sugere-se que sejam implementadas intervenccedilotildees atraveacutes de
estrateacutegias de promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas e melhora dos haacutebitos
entre os caminhoneiros e risco de acidentes nas estradas A promoccedilatildeo da sauacutede
pode contribuir para a formaccedilatildeo e desenvolvimento da consciecircncia criacutetica das
pessoas na tentativa de melhorar a qualidade de vida dos mesmos
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7
Vive com companheira 10 105 Casado 60 632 Viuacutevo 03 32
Separado 10 105
Escolaridade Analfabeto 01 11
Fund Incompleto 52 547 Fund Completo 17 179
Meacutedio incompleto 08 84 Meacutedio completo 17 179
Fonte autoria proacutepria
Os resultados apontam que a maioria dos caminhoneiros eram adultos
apresentando uma meacutedia de idade de 433 plusmn 105 anos Observou-se tambeacutem que a
maioria deles eram provenientes da regiatildeo Nordeste (537)
Em relaccedilatildeo ao estado civil foi verificado um grande percentual de
caminhoneiros casados (632 do total de 95 entrevistados) e apenas 126 eram
solteiros Pocircde-se entatildeo estabelecer similaridades com o trabalho anteriormente
realizado por Masson e Monteiro (2010) no qual foram verificados que 72 dos
motoristas avaliados eram casados e 20 eram solteiros e por Teles et al (2008)
obtendo-se um percentual de 777 para casados e 154 para solteiros
Com relaccedilatildeo ao grau de escolaridade constatou-se que a maioria (547)
dos caminhoneiros questionados apresentava o ensino fundamental incompleto
Seguindo a tendecircncia de outros estudos tais como Resende et al (2010) entre os
quais 67 dos entrevistados estudaram ateacute o ensino fundamental e 22
completaram o ensino meacutedio e da pesquisa de Domingos et al (2010) no qual 67
possuiacuteam o ensino fundamental completo ou incompleto e 313 apresentavam o
ensino meacutedio concluiacutedo
Como afirmado no estudo de Ruas et al (2010) em geral os profissionais
caminhoneiros iniciam sua profissatildeo ainda jovens abandonando os estudos sem ao
menos terem concluiacutedo o 1deg Grau Dessa maneira entende-se que os fatores
aparecem como uma precocidade eminente podendo desencadear doenccedilas
cardiovasculares Entre outros riscos inerentes agrave profissatildeo citam-se acidentes
automobiliacutesticos doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis alto consumo de bebidas
alcooacutelicas e uso de anfetaminas
A Tabela 04 denota os dados de haacutebitos de vida dos motoristas de caminhotildees
da presente pesquisa
8
Tabela 04 Haacutebitos de vida dos motoristas de caminhotildees (n=95)
Variaacuteveis N
Envolvimento em acidente Sim 37 389 Natildeo 58 611
Jaacute dormiu ao volante Sim 42 442 Natildeo 53 558
Fez uso bebidas alcoacuteolicas durante viagem Sim 27 284 Natildeo 68 716
Fez uso de rebites Sim 53 558 Natildeo 42 442
Fonte autoria proacutepria
Verificou-se que o percentual de caminhoneiros que jaacute se envolveram em
acidentes foi de 389 o que se aproxima com o percentual de motoristas que jaacute
dormiram ao volante (442) Esses criteacuterios satildeo avaliados juntos pelo fato de que o
sono ao volante eacute um dos principais fatores para a ocorrecircncia dos acidentes
automobiliacutesticos nas estradas
O trabalho de Cavagioni e Pierin (2010) mostrou um percentual bem maior do
que o encontrado na presente investigaccedilatildeo no qual foi observado que 90 dos
caminhoneiros jaacute sofreram algum tipo de acidente automobiliacutestico
Dormir ao volante eacute uma das principais causas de acidentes fatais causados
por motoristas de carros eou caminhotildees em rodovias (NTSB 1990 PHILIP et al
2002) A probabilidade dos motoristas que dormiram menos de 5 horas em 24 horas
de se envolverem em acidente relacionado com o sono ao volante eacute maior (PHILIP
et al 2002)
No estudo de Nascimento et al (2007) de um total de 91 caminhoneiros 27
deles relataram ter se envolvido em acidentes devido ao uso de rebites Mas ainda
Wendler et al (2003) afirmam vaacuterios relatos de motoristas que sob a accedilatildeo das
anfetaminas param seus caminhotildees no meio da pista ou invadem a pista contraacuteria
em razatildeo das alucinaccedilotildees causadas
Quanto ao uso de bebidas alcooacutelicas durante a viagem observou-se um
percentual de 284 da amostra Isso acontece por conta da falta de fiscalizaccedilatildeo
9
nas estradas pela natildeo obrigatoriedade do uso do bafocircmetro e por natildeo terem leis e
puniccedilotildees mais incisivas que atuem contra o consumo de aacutelcool durante a viagem
Em um estudo de Domingos e Pillon (2007) foi avaliado o padratildeo do consumo
de aacutelcool por parte de motoristas de caminhatildeo (amostra de 826) verificou-se que o
percentual encontrado tambeacutem foi muito superior ao do presente estudo sendo que
738 (727) fizeram uso do aacutelcool nos uacuteltimos 12 meses e 276 (273) eram
abstecircmios Jaacute na investigaccedilatildeo de Belan et al (2017) o percentual de caminhoneiros
que faziam uso de bebidas alcooacutelicas durante a viagem era de 65 mais que o
dobro do valor encontrado na presente pesquisa o que denota que os motoristas
podem ter omitido durante o questionaacuterio tal informaccedilatildeo uma vez que eles tecircm
conhecimento de que natildeo se deve ingerir aacutelcool na estrada embora natildeo cumpram
na maioria das vezes
Existem evidecircncias de que os fatores comportamentais relacionados ao beber
e dirigir que satildeo prevalentes nas causas de acidentes de tracircnsito contribuem com
95 dos prejuiacutezos associados As consequecircncias do beber e dirigir como os
acidentes de tracircnsito natildeo soacute no Brasil constituem um problema de grande
magnitude e contribuem com os altos iacutendices de morbidade e mortalidade da
populaccedilatildeo (PINSKY et al 2004)
Ainda tendo como objeto de anaacutelise a Tabela 04 avaliou-se o consumo de
rebites entre os participantes da pesquisa e foi constatado que mais da metade dos
caminhoneiros (558) jaacute fizeram o uso da droga anfetamiacutenica alguma vez na vida
Os resultados da presente pesquisa permitem considerar que o uso de anfetaminas
eacute uma realidade na vida de muitos caminhoneiros particularmente daqueles que
trafegam durante a noite eou de madrugada dormindo no maacuteximo seis horas por
dia
Essa elevada prevalecircncia provavelmente ocorre em decorrecircncia da venda
indiscriminada em postos e farmaacutecias tendo em vista que satildeo comercializados sem
prescriccedilatildeo meacutedica Os sindicatos natildeo deixam as empresas fiscalizar os
caminhoneiros e realizarem testes especiacuteficos para dosagens de substacircncias
Muitas vezes as empresas que contratam os serviccedilos dos caminhoneiros natildeo se
empenham e exigem muito dos profissionais deixando-os agrave mercecirc de uma jornada
extensa de trabalho Aleacutem disso no Brasil os bafocircmetros natildeo conseguem apontar
quem fez uso de drogas pois eles estatildeo condicionados a detectar apenas a
presenccedila de aacutelcool
10
No estudo de Nascimento et al (2007) entre os motoristas que participaram
33 preferiam trabalhar no periacuteodo noturno 38 na madrugada 37 dormiam em
meacutedia de 4 a 6 horas por dia e as jornadas de trabalho eram acima de 12horas para
34 dos participantes do estudo Em relaccedilatildeo ao uso de anfetaminas os resultados
foram preocupantes pois 66 dos participantes afirmaram fazer uso de anfetaminas
durante os turnos trabalhados
Na investigaccedilatildeo de Masson e Monteiro (2010) a maioria dos sujeitos
estudados (70) fazia uso de rebite dentre os quais 60 jaacute faziam uso haacute mais de
cinco anos Belan et al (2017) tambeacutem encontraram um percentual significativo de
usuaacuterios de anfetaminas tendo em vista que no ano de 2013 77 dos condutores
relataram fazer uso dessas substacircncias e em 2016 60 deles afirmaram fazer uso
Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de uso de rebites a Tabela 05 evidencia os motivos
de utilizaccedilatildeo das drogas e o histoacuterico de uso das mesmas
Tabela 05 Consumo e frequecircncia de uso de anfetaminas (rebites) em motoristas de caminhotildees (n=53)
Variaacuteveis N
Motivos utilizar ldquorebiterdquo Manter-se acordado 46 868
Aumentar concentraccedilatildeo 01 19 Ganhar agilidade 06 113
Experimentou ldquorebiterdquo 1ordf vez (idade) 18-28 anos 52 732 28-38 anos 13 183 gt39 anos 06 85
Meacutedia (plusmndp) 273 (77)
Usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 3 meses Sim 16 302 Natildeo 37 698
Usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 12 meses Sim 22 415 Natildeo 31 585
Quantas vezes usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 30 dias Natildeo usei 34 642
Menos 1x por semana 09 170 1 ou mais x por semana 04 75
Diariamente 03 57 2 ou 3 vezes ao dia 03 57
Fonte autoria proacutepria
Wendler et al (2003) entrevistaram 318 motoristas e apenas 312 (10
caminhoneiros) disseram nunca ter usado anfetaminas No entanto 96
11
correspondente a 308 caminhoneiros afirmaram que usam ou usaram pelo menos
uma vez esses medicamentos com o intuito de permanecerem acordados por mais
tempo
Nascimento et al (2007) de 91 entrevistados 66 afirmaram usar
anfetaminas (rebite) Esta uacuteltima estatiacutestica confirmou o resultado dessa pesquisa
uma vez que 5520 dos caminhoneiros afirmaram que jaacute fizeram uso dessa droga
por inuacutemeros motivos entre eles Couper et al (2002) cita para reduzir o sono e
diminuir o cansaccedilo em percursos de longa distacircncias
Percebeu-se tambeacutem que a primeira experiecircncia com essa droga era feita
entre os 18 e 28 anos com uma prevalecircncia de 732 nesse intervalo de tempo
Seguido de 28 e 38 anos (183) e acima de 38 anos (85) obtendo-se uma
meacutedia de 273 anos do primeiro contato dos caminhoneiros com a anfetamina
O uso de anfetaminas de ateacute 3 vezes por semana desencadeia dependecircncia
a longo prazo (NASCIMENTO et al 2007) Por isso eacute preocupante quando se faz o
uso dessa droga ou quando se observa o desejo de utilizaacute-la
Zeferino (2004) em um trabalho feito com empresas de transporte rodoviaacuterio
de cargas no Estado de Santa Catarina observou um grande problema com relaccedilatildeo
ao consumo de substacircncias psicoativas principalmente a anfetamina em motoristas
de caminhotildees 65 dos participantes envolvidos na pesquisa relataram fazer uso de
anfetaminas 94 das empresas analisadas jaacute tiveram seus caminhoneiros
envolvidos em algum acidente de tracircnsito sendo que esses acidentes poderiam
estar relacionados com o uso dessas substacircncias
Quanto agrave utilizaccedilatildeo ou natildeo de faacutermacos anti-hipertensivos percebeu-se que
211 referiram fazer uso desses medicamentos sendo que alguns deles ainda
assim apresentaram pressatildeo arterial elevada sugerindo que os mesmos natildeo
estivessem fazendo o controle adequado da pressatildeo arterial haja vista que satildeo
classificados como hipertensos (Tabela 06)
Tabela 06 Uso de medicamentos anti-hipertensivos pelos motoristas de caminhotildees (n=95)
Faz uso medicamentos anti-hipertensivos N Sim 20 211 Natildeo 75 789
Fonte autoria proacutepria
12
Satildeo numerosos os estudos que estimam a prevalecircncia de HAS no mundo
mas poucos no Brasil Taxas discrepantes de prevalecircncia nesses estudos podem
ser justificadas pelas diferentes metodologias aplicadas como definiccedilotildees diferentes
de HAS (pontos de corte diferentes para definir HAS inclusatildeo ou natildeo de indiviacuteduos
com pressatildeo arterial normal em uso de anti-hipertensivos) variaccedilotildees na populaccedilatildeo-
alvo (faixas etaacuterias diferentes amostras com grupos selecionados) nuacutemero de
visitas para aferir a pressatildeo (CAVALCANTE et al 1995 NEDER BORGES 2006)
Pereira et al (2007) levando-se em consideraccedilatildeo apenas pressatildeo
arterial gt 140 x 90mmHg obteve 364 (IC95 327-399) de prevalecircncia de
hipertensatildeo na populaccedilatildeo adulta de Tubaratildeo quando levaram em consideraccedilatildeo os
indiviacuteduos em tratamento controlados esta foi de 405 (IC95 368-442) Entre a
populaccedilatildeo hipertensa (n = 286) a prevalecircncia de hipertensatildeo sisto-diastoacutelica de
455 (IC95 396-514) e de hipertensatildeo controlada 101 (IC95 69-142)
Dentre os faacutermacos utilizados com maior frequecircncia entre os motoristas de
caminhotildees estatildeo a Losartana e o Captopril exercendo accedilatildeo terapecircutica
respectivamente em 40 e 30 dos sujeitos da pesquisa como mostra a Figura
01
Figura 01 Medicamentos anti-hipertensivos utilizados pelos motoristas de caminhotildees (n=20)
Fonte autoria proacutepria
Estudo semelhante feito por Belan et al (2017) constatou que 75 dos
caminhoneiros faziam uso de valsartana 625 de propranolol 1125 de captopril
e 75 de losartana Segundo a Relaccedilatildeo Nacional de Medicamentos Essenciais ndash
RENAME (BRASIL 2010b) a utilizaccedilatildeo de losartana (13) e captopril (16) foram
13
inferiores em relaccedilatildeo ao uso de outros medicamentos como a hidroclorotiazida
(43) e o enalapril (24) divergindo dos resultados da pesquisa
No levantamento feito por Shinya et al (2011) que objetivou analisar os
medicamentos anti-hipertensivos mais utilizados nos municiacutepios de Ouroeste e
Populina localizados no Noroeste Paulista foi verificado que o captopril 25mg foi o
faacutermaco mais dispensado na Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) de Populina
enquanto que na UBS de Ouroeste foi o enalapril 20mg Jaacute o medicamento Losartan
eacute o mais utilizado pela sauacutede puacuteblica no municiacutepio de Ouroeste em relaccedilatildeo ao
municiacutepio de Populina-SP
Quanto agrave circunferecircncia da cintura 50 caminhoneiros (526) encontraram-se
com risco muito aumentado para alguns eventos cardiovasculares 26 indiviacuteduos
(274) apresentaram risco aumentado para complicaccedilotildees metaboacutelicas totalizando
um percentual de risco de 80 da amostra (Figura 02)
Figura 02 Risco cardiovascular segundo a circunferecircncia da cintura em motoristas de caminhotildees e seus respectivos intervalos de confianccedila (n=95)
Fonte autoria proacutepria
Os dados satildeo condizentes com a pesquisa de Santos et al (2012) na qual a
circunferecircncia abdominal se mostrou elevada em 68 dos caminhoneiros
Entretanto diferem do estudo realizado por Cavagioni et al (2008) feito com 258
motoristas em que 31 apresentaram risco aumentado
Os fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares encontrados neste estudo
somados ao estilo de vida dos participantes reforccedilam os achados de diminuiccedilatildeo da
14
qualidade de vida e associaccedilatildeo ao aparecimento de outras doenccedilas ainda na fase
adulta Quando os pacientes hipertensos satildeo comparados a indiviacuteduos
normotensos uma das maiores diferenccedilas encontradas tem sido um aumento na
prevalecircncia de obesidade (KAPLAN 1998)
Os resultados quanto agrave prevalecircncia de alguns fatores de risco para doenccedilas
crocircnicas mostraram que tanto os adultos quanto os idosos estatildeo em risco para
doenccedilas cardiovasculares principalmente em virtude de altos valores de
circunferecircncia abdominal
Ao realizar a avaliaccedilatildeo da PA observou-se que 5790 dos caminhoneiros
apresentaram niacuteveis pressoacutericos considerados oacutetimos Poreacutem 1789 embora
apresentassem sua PA oacutetima sabia-se que eles eram hipertensos pois havia o
relato do uso da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva Quanto aos indiviacuteduos com preacute-
hipertensatildeo constatou-se um percentual de 2737 dos quais 316 tambeacutem foram
considerados hipertensos por conta de relatem uso de medicamentos Jaacute com
relaccedilatildeo ao quadro sugestivo de hipertensatildeo por elevaccedilatildeo da PA observou-se um
percentual de 1473 motoristas de caminhotildees dos quais 526 (estaacutegio 1) 842
(estaacutegio 2) e 105 (estaacutegio 3) Dessa forma o percentual de hipertensos foi de
3578 (Tabela 07)
Tabela 07 Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial e de uso de anti-hipertensivos em motoristas de caminhotildees (n=95)
de Motoristas de acordo com a
PA
de Motoristas em uso de anti-hipertensivos
Hipertensos
Oacutetima 5790 1789 1789
Preacute-hipertensatildeo 2737 316 316
Hipertensatildeo estaacutegio 1 526 - 526
Hipertensatildeo estaacutegio 2 842 - 842
Hipertensatildeo estaacutegio 3 105 - 105
Total 100 2105 3578
Fonte autoria proacutepria
Comparando os resultados com outras investigaccedilotildees Takitane et al (2013)
apuraram que 123 dos motoristas de caminhatildeo de Satildeo Paulo relataram ter
hipertensatildeo Belan et al (2017) encontraram um percentual de 1625 de
caminhoneiros com hipertensatildeo e Batista e Silva (2005) evidenciaram que 2070
15
dos caminhoneiros apresentaram niacuteveis pressoacutericos elevados divergindo com a
presente investigaccedilatildeo
Cavagioni e Pierin (2010) durante avaliaccedilatildeo da pressatildeo arterial mostraram
que 372 dos motoristas apresentaram niacuteveis compatiacuteveis com hipertensatildeo
arterial corroborando com o estudo em questatildeo Tal achado eacute compatiacutevel ao dado
internacional de Layne et al (2009) e em nosso meio em outras classes
profissionais similares como motoristas de ocircnibus em regiatildeo urbana (CORREcircA
FILHO et al 2002) e profissionais da aacuterea da sauacutede (MION JUacuteNIOR et al 2004) Jaacute
no estudo de Coser et al (2009) a prevalecircncia de hipertensatildeo arterial sistoacutelica e
diastoacutelica foi de 47 sendo este valor superior ao que foi visto na presente
pesquisa
Sabe-se que o fato de a PA ter dado alterada ou natildeo nos motoristas de
caminhotildees eacute apenas sugestivo de hipertensatildeo tendo em vista que eacute necessaacuteria a
avaliaccedilatildeo de outros paracircmetros complementares para se confirmar o diagnoacutestico da
doenccedila
Cavagioni e Pierin (2010) relacionando o consumo de drogas anfetamiacutenicas
com a hipertensatildeo verificaram que o haacutebito de ingerir medicamentos para inibir o
sono funcionava como um fator protetor para o surgimento da hipertensatildeo arterial
Supotildee-se que essa associaccedilatildeo seja decorrente do fato de que ingerir medicamentos
para inibir o sono tenha sido mais frequente nos motoristas mais jovens (3534 plusmn
865 vs 4043 plusmn 1106 anos plt 005) portanto com pouca influecircncia da elevaccedilatildeo da
idade no surgimento da hipertensatildeo arterial
4 CONCLUSAtildeO
Os resultados comprobatoacuterios obtidos na pesquisa evidenciaram que a
maioria dos motoristas de caminhatildeo era adulto casado com baixo niacutevel de
escolaridade Foi visto que a prevalecircncia de caminhoneiros que jaacute fizeram o uso do
rebite uma vez na vida e a frequecircncia de consumo no uacuteltimo mecircs foram ambas
consideradas elevadas Quanto aos fatores de risco cardiovascular verificou-se que
uma parcela consideraacutevel dos caminhoneiros era hipertensa e a sua grande maioria
apresentava risco elevado para complicaccedilotildees metaboacutelicas de acordo com a
circunferecircncia da cintura
16
Dessa forma sugere-se que sejam implementadas intervenccedilotildees atraveacutes de
estrateacutegias de promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas e melhora dos haacutebitos
entre os caminhoneiros e risco de acidentes nas estradas A promoccedilatildeo da sauacutede
pode contribuir para a formaccedilatildeo e desenvolvimento da consciecircncia criacutetica das
pessoas na tentativa de melhorar a qualidade de vida dos mesmos
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8
Tabela 04 Haacutebitos de vida dos motoristas de caminhotildees (n=95)
Variaacuteveis N
Envolvimento em acidente Sim 37 389 Natildeo 58 611
Jaacute dormiu ao volante Sim 42 442 Natildeo 53 558
Fez uso bebidas alcoacuteolicas durante viagem Sim 27 284 Natildeo 68 716
Fez uso de rebites Sim 53 558 Natildeo 42 442
Fonte autoria proacutepria
Verificou-se que o percentual de caminhoneiros que jaacute se envolveram em
acidentes foi de 389 o que se aproxima com o percentual de motoristas que jaacute
dormiram ao volante (442) Esses criteacuterios satildeo avaliados juntos pelo fato de que o
sono ao volante eacute um dos principais fatores para a ocorrecircncia dos acidentes
automobiliacutesticos nas estradas
O trabalho de Cavagioni e Pierin (2010) mostrou um percentual bem maior do
que o encontrado na presente investigaccedilatildeo no qual foi observado que 90 dos
caminhoneiros jaacute sofreram algum tipo de acidente automobiliacutestico
Dormir ao volante eacute uma das principais causas de acidentes fatais causados
por motoristas de carros eou caminhotildees em rodovias (NTSB 1990 PHILIP et al
2002) A probabilidade dos motoristas que dormiram menos de 5 horas em 24 horas
de se envolverem em acidente relacionado com o sono ao volante eacute maior (PHILIP
et al 2002)
No estudo de Nascimento et al (2007) de um total de 91 caminhoneiros 27
deles relataram ter se envolvido em acidentes devido ao uso de rebites Mas ainda
Wendler et al (2003) afirmam vaacuterios relatos de motoristas que sob a accedilatildeo das
anfetaminas param seus caminhotildees no meio da pista ou invadem a pista contraacuteria
em razatildeo das alucinaccedilotildees causadas
Quanto ao uso de bebidas alcooacutelicas durante a viagem observou-se um
percentual de 284 da amostra Isso acontece por conta da falta de fiscalizaccedilatildeo
9
nas estradas pela natildeo obrigatoriedade do uso do bafocircmetro e por natildeo terem leis e
puniccedilotildees mais incisivas que atuem contra o consumo de aacutelcool durante a viagem
Em um estudo de Domingos e Pillon (2007) foi avaliado o padratildeo do consumo
de aacutelcool por parte de motoristas de caminhatildeo (amostra de 826) verificou-se que o
percentual encontrado tambeacutem foi muito superior ao do presente estudo sendo que
738 (727) fizeram uso do aacutelcool nos uacuteltimos 12 meses e 276 (273) eram
abstecircmios Jaacute na investigaccedilatildeo de Belan et al (2017) o percentual de caminhoneiros
que faziam uso de bebidas alcooacutelicas durante a viagem era de 65 mais que o
dobro do valor encontrado na presente pesquisa o que denota que os motoristas
podem ter omitido durante o questionaacuterio tal informaccedilatildeo uma vez que eles tecircm
conhecimento de que natildeo se deve ingerir aacutelcool na estrada embora natildeo cumpram
na maioria das vezes
Existem evidecircncias de que os fatores comportamentais relacionados ao beber
e dirigir que satildeo prevalentes nas causas de acidentes de tracircnsito contribuem com
95 dos prejuiacutezos associados As consequecircncias do beber e dirigir como os
acidentes de tracircnsito natildeo soacute no Brasil constituem um problema de grande
magnitude e contribuem com os altos iacutendices de morbidade e mortalidade da
populaccedilatildeo (PINSKY et al 2004)
Ainda tendo como objeto de anaacutelise a Tabela 04 avaliou-se o consumo de
rebites entre os participantes da pesquisa e foi constatado que mais da metade dos
caminhoneiros (558) jaacute fizeram o uso da droga anfetamiacutenica alguma vez na vida
Os resultados da presente pesquisa permitem considerar que o uso de anfetaminas
eacute uma realidade na vida de muitos caminhoneiros particularmente daqueles que
trafegam durante a noite eou de madrugada dormindo no maacuteximo seis horas por
dia
Essa elevada prevalecircncia provavelmente ocorre em decorrecircncia da venda
indiscriminada em postos e farmaacutecias tendo em vista que satildeo comercializados sem
prescriccedilatildeo meacutedica Os sindicatos natildeo deixam as empresas fiscalizar os
caminhoneiros e realizarem testes especiacuteficos para dosagens de substacircncias
Muitas vezes as empresas que contratam os serviccedilos dos caminhoneiros natildeo se
empenham e exigem muito dos profissionais deixando-os agrave mercecirc de uma jornada
extensa de trabalho Aleacutem disso no Brasil os bafocircmetros natildeo conseguem apontar
quem fez uso de drogas pois eles estatildeo condicionados a detectar apenas a
presenccedila de aacutelcool
10
No estudo de Nascimento et al (2007) entre os motoristas que participaram
33 preferiam trabalhar no periacuteodo noturno 38 na madrugada 37 dormiam em
meacutedia de 4 a 6 horas por dia e as jornadas de trabalho eram acima de 12horas para
34 dos participantes do estudo Em relaccedilatildeo ao uso de anfetaminas os resultados
foram preocupantes pois 66 dos participantes afirmaram fazer uso de anfetaminas
durante os turnos trabalhados
Na investigaccedilatildeo de Masson e Monteiro (2010) a maioria dos sujeitos
estudados (70) fazia uso de rebite dentre os quais 60 jaacute faziam uso haacute mais de
cinco anos Belan et al (2017) tambeacutem encontraram um percentual significativo de
usuaacuterios de anfetaminas tendo em vista que no ano de 2013 77 dos condutores
relataram fazer uso dessas substacircncias e em 2016 60 deles afirmaram fazer uso
Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de uso de rebites a Tabela 05 evidencia os motivos
de utilizaccedilatildeo das drogas e o histoacuterico de uso das mesmas
Tabela 05 Consumo e frequecircncia de uso de anfetaminas (rebites) em motoristas de caminhotildees (n=53)
Variaacuteveis N
Motivos utilizar ldquorebiterdquo Manter-se acordado 46 868
Aumentar concentraccedilatildeo 01 19 Ganhar agilidade 06 113
Experimentou ldquorebiterdquo 1ordf vez (idade) 18-28 anos 52 732 28-38 anos 13 183 gt39 anos 06 85
Meacutedia (plusmndp) 273 (77)
Usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 3 meses Sim 16 302 Natildeo 37 698
Usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 12 meses Sim 22 415 Natildeo 31 585
Quantas vezes usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 30 dias Natildeo usei 34 642
Menos 1x por semana 09 170 1 ou mais x por semana 04 75
Diariamente 03 57 2 ou 3 vezes ao dia 03 57
Fonte autoria proacutepria
Wendler et al (2003) entrevistaram 318 motoristas e apenas 312 (10
caminhoneiros) disseram nunca ter usado anfetaminas No entanto 96
11
correspondente a 308 caminhoneiros afirmaram que usam ou usaram pelo menos
uma vez esses medicamentos com o intuito de permanecerem acordados por mais
tempo
Nascimento et al (2007) de 91 entrevistados 66 afirmaram usar
anfetaminas (rebite) Esta uacuteltima estatiacutestica confirmou o resultado dessa pesquisa
uma vez que 5520 dos caminhoneiros afirmaram que jaacute fizeram uso dessa droga
por inuacutemeros motivos entre eles Couper et al (2002) cita para reduzir o sono e
diminuir o cansaccedilo em percursos de longa distacircncias
Percebeu-se tambeacutem que a primeira experiecircncia com essa droga era feita
entre os 18 e 28 anos com uma prevalecircncia de 732 nesse intervalo de tempo
Seguido de 28 e 38 anos (183) e acima de 38 anos (85) obtendo-se uma
meacutedia de 273 anos do primeiro contato dos caminhoneiros com a anfetamina
O uso de anfetaminas de ateacute 3 vezes por semana desencadeia dependecircncia
a longo prazo (NASCIMENTO et al 2007) Por isso eacute preocupante quando se faz o
uso dessa droga ou quando se observa o desejo de utilizaacute-la
Zeferino (2004) em um trabalho feito com empresas de transporte rodoviaacuterio
de cargas no Estado de Santa Catarina observou um grande problema com relaccedilatildeo
ao consumo de substacircncias psicoativas principalmente a anfetamina em motoristas
de caminhotildees 65 dos participantes envolvidos na pesquisa relataram fazer uso de
anfetaminas 94 das empresas analisadas jaacute tiveram seus caminhoneiros
envolvidos em algum acidente de tracircnsito sendo que esses acidentes poderiam
estar relacionados com o uso dessas substacircncias
Quanto agrave utilizaccedilatildeo ou natildeo de faacutermacos anti-hipertensivos percebeu-se que
211 referiram fazer uso desses medicamentos sendo que alguns deles ainda
assim apresentaram pressatildeo arterial elevada sugerindo que os mesmos natildeo
estivessem fazendo o controle adequado da pressatildeo arterial haja vista que satildeo
classificados como hipertensos (Tabela 06)
Tabela 06 Uso de medicamentos anti-hipertensivos pelos motoristas de caminhotildees (n=95)
Faz uso medicamentos anti-hipertensivos N Sim 20 211 Natildeo 75 789
Fonte autoria proacutepria
12
Satildeo numerosos os estudos que estimam a prevalecircncia de HAS no mundo
mas poucos no Brasil Taxas discrepantes de prevalecircncia nesses estudos podem
ser justificadas pelas diferentes metodologias aplicadas como definiccedilotildees diferentes
de HAS (pontos de corte diferentes para definir HAS inclusatildeo ou natildeo de indiviacuteduos
com pressatildeo arterial normal em uso de anti-hipertensivos) variaccedilotildees na populaccedilatildeo-
alvo (faixas etaacuterias diferentes amostras com grupos selecionados) nuacutemero de
visitas para aferir a pressatildeo (CAVALCANTE et al 1995 NEDER BORGES 2006)
Pereira et al (2007) levando-se em consideraccedilatildeo apenas pressatildeo
arterial gt 140 x 90mmHg obteve 364 (IC95 327-399) de prevalecircncia de
hipertensatildeo na populaccedilatildeo adulta de Tubaratildeo quando levaram em consideraccedilatildeo os
indiviacuteduos em tratamento controlados esta foi de 405 (IC95 368-442) Entre a
populaccedilatildeo hipertensa (n = 286) a prevalecircncia de hipertensatildeo sisto-diastoacutelica de
455 (IC95 396-514) e de hipertensatildeo controlada 101 (IC95 69-142)
Dentre os faacutermacos utilizados com maior frequecircncia entre os motoristas de
caminhotildees estatildeo a Losartana e o Captopril exercendo accedilatildeo terapecircutica
respectivamente em 40 e 30 dos sujeitos da pesquisa como mostra a Figura
01
Figura 01 Medicamentos anti-hipertensivos utilizados pelos motoristas de caminhotildees (n=20)
Fonte autoria proacutepria
Estudo semelhante feito por Belan et al (2017) constatou que 75 dos
caminhoneiros faziam uso de valsartana 625 de propranolol 1125 de captopril
e 75 de losartana Segundo a Relaccedilatildeo Nacional de Medicamentos Essenciais ndash
RENAME (BRASIL 2010b) a utilizaccedilatildeo de losartana (13) e captopril (16) foram
13
inferiores em relaccedilatildeo ao uso de outros medicamentos como a hidroclorotiazida
(43) e o enalapril (24) divergindo dos resultados da pesquisa
No levantamento feito por Shinya et al (2011) que objetivou analisar os
medicamentos anti-hipertensivos mais utilizados nos municiacutepios de Ouroeste e
Populina localizados no Noroeste Paulista foi verificado que o captopril 25mg foi o
faacutermaco mais dispensado na Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) de Populina
enquanto que na UBS de Ouroeste foi o enalapril 20mg Jaacute o medicamento Losartan
eacute o mais utilizado pela sauacutede puacuteblica no municiacutepio de Ouroeste em relaccedilatildeo ao
municiacutepio de Populina-SP
Quanto agrave circunferecircncia da cintura 50 caminhoneiros (526) encontraram-se
com risco muito aumentado para alguns eventos cardiovasculares 26 indiviacuteduos
(274) apresentaram risco aumentado para complicaccedilotildees metaboacutelicas totalizando
um percentual de risco de 80 da amostra (Figura 02)
Figura 02 Risco cardiovascular segundo a circunferecircncia da cintura em motoristas de caminhotildees e seus respectivos intervalos de confianccedila (n=95)
Fonte autoria proacutepria
Os dados satildeo condizentes com a pesquisa de Santos et al (2012) na qual a
circunferecircncia abdominal se mostrou elevada em 68 dos caminhoneiros
Entretanto diferem do estudo realizado por Cavagioni et al (2008) feito com 258
motoristas em que 31 apresentaram risco aumentado
Os fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares encontrados neste estudo
somados ao estilo de vida dos participantes reforccedilam os achados de diminuiccedilatildeo da
14
qualidade de vida e associaccedilatildeo ao aparecimento de outras doenccedilas ainda na fase
adulta Quando os pacientes hipertensos satildeo comparados a indiviacuteduos
normotensos uma das maiores diferenccedilas encontradas tem sido um aumento na
prevalecircncia de obesidade (KAPLAN 1998)
Os resultados quanto agrave prevalecircncia de alguns fatores de risco para doenccedilas
crocircnicas mostraram que tanto os adultos quanto os idosos estatildeo em risco para
doenccedilas cardiovasculares principalmente em virtude de altos valores de
circunferecircncia abdominal
Ao realizar a avaliaccedilatildeo da PA observou-se que 5790 dos caminhoneiros
apresentaram niacuteveis pressoacutericos considerados oacutetimos Poreacutem 1789 embora
apresentassem sua PA oacutetima sabia-se que eles eram hipertensos pois havia o
relato do uso da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva Quanto aos indiviacuteduos com preacute-
hipertensatildeo constatou-se um percentual de 2737 dos quais 316 tambeacutem foram
considerados hipertensos por conta de relatem uso de medicamentos Jaacute com
relaccedilatildeo ao quadro sugestivo de hipertensatildeo por elevaccedilatildeo da PA observou-se um
percentual de 1473 motoristas de caminhotildees dos quais 526 (estaacutegio 1) 842
(estaacutegio 2) e 105 (estaacutegio 3) Dessa forma o percentual de hipertensos foi de
3578 (Tabela 07)
Tabela 07 Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial e de uso de anti-hipertensivos em motoristas de caminhotildees (n=95)
de Motoristas de acordo com a
PA
de Motoristas em uso de anti-hipertensivos
Hipertensos
Oacutetima 5790 1789 1789
Preacute-hipertensatildeo 2737 316 316
Hipertensatildeo estaacutegio 1 526 - 526
Hipertensatildeo estaacutegio 2 842 - 842
Hipertensatildeo estaacutegio 3 105 - 105
Total 100 2105 3578
Fonte autoria proacutepria
Comparando os resultados com outras investigaccedilotildees Takitane et al (2013)
apuraram que 123 dos motoristas de caminhatildeo de Satildeo Paulo relataram ter
hipertensatildeo Belan et al (2017) encontraram um percentual de 1625 de
caminhoneiros com hipertensatildeo e Batista e Silva (2005) evidenciaram que 2070
15
dos caminhoneiros apresentaram niacuteveis pressoacutericos elevados divergindo com a
presente investigaccedilatildeo
Cavagioni e Pierin (2010) durante avaliaccedilatildeo da pressatildeo arterial mostraram
que 372 dos motoristas apresentaram niacuteveis compatiacuteveis com hipertensatildeo
arterial corroborando com o estudo em questatildeo Tal achado eacute compatiacutevel ao dado
internacional de Layne et al (2009) e em nosso meio em outras classes
profissionais similares como motoristas de ocircnibus em regiatildeo urbana (CORREcircA
FILHO et al 2002) e profissionais da aacuterea da sauacutede (MION JUacuteNIOR et al 2004) Jaacute
no estudo de Coser et al (2009) a prevalecircncia de hipertensatildeo arterial sistoacutelica e
diastoacutelica foi de 47 sendo este valor superior ao que foi visto na presente
pesquisa
Sabe-se que o fato de a PA ter dado alterada ou natildeo nos motoristas de
caminhotildees eacute apenas sugestivo de hipertensatildeo tendo em vista que eacute necessaacuteria a
avaliaccedilatildeo de outros paracircmetros complementares para se confirmar o diagnoacutestico da
doenccedila
Cavagioni e Pierin (2010) relacionando o consumo de drogas anfetamiacutenicas
com a hipertensatildeo verificaram que o haacutebito de ingerir medicamentos para inibir o
sono funcionava como um fator protetor para o surgimento da hipertensatildeo arterial
Supotildee-se que essa associaccedilatildeo seja decorrente do fato de que ingerir medicamentos
para inibir o sono tenha sido mais frequente nos motoristas mais jovens (3534 plusmn
865 vs 4043 plusmn 1106 anos plt 005) portanto com pouca influecircncia da elevaccedilatildeo da
idade no surgimento da hipertensatildeo arterial
4 CONCLUSAtildeO
Os resultados comprobatoacuterios obtidos na pesquisa evidenciaram que a
maioria dos motoristas de caminhatildeo era adulto casado com baixo niacutevel de
escolaridade Foi visto que a prevalecircncia de caminhoneiros que jaacute fizeram o uso do
rebite uma vez na vida e a frequecircncia de consumo no uacuteltimo mecircs foram ambas
consideradas elevadas Quanto aos fatores de risco cardiovascular verificou-se que
uma parcela consideraacutevel dos caminhoneiros era hipertensa e a sua grande maioria
apresentava risco elevado para complicaccedilotildees metaboacutelicas de acordo com a
circunferecircncia da cintura
16
Dessa forma sugere-se que sejam implementadas intervenccedilotildees atraveacutes de
estrateacutegias de promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas e melhora dos haacutebitos
entre os caminhoneiros e risco de acidentes nas estradas A promoccedilatildeo da sauacutede
pode contribuir para a formaccedilatildeo e desenvolvimento da consciecircncia criacutetica das
pessoas na tentativa de melhorar a qualidade de vida dos mesmos
REFEREcircNCIAS ANDRADE et al Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial autorreferida na populaccedilatildeo brasileira anaacutelise da Pesquisa Nacional de Sauacutede Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede v 24 n 2 2015 ARAUacuteJO T M E et al Vulnerabilidade de caminhoneiros agrave infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite B Revista Interdisciplinar Uninovafapi v3 n1 p29-33 2010 BARBETTA P A Estatiacutestica aplicada agraves ciecircncias sociais 5 ed rev Florianoacutepolis Editora da UFSC 2002 BATISTA M A S SILVA F A B Niacutevel de sauacutede de caminhoneiros que trafegam pela BR 040 com base em dados obtidos durante o VI comando Rodoviaacuterio Federal na cidade de Brasiacutelia-DF um estudo de caso Revista de Divulgaccedilatildeo Cientiacutefica da FACESA 2005 BEEK A J World at work truck drivers Occupational and Environmental Medicine v 69 n 4 p 291-5 2012
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9
nas estradas pela natildeo obrigatoriedade do uso do bafocircmetro e por natildeo terem leis e
puniccedilotildees mais incisivas que atuem contra o consumo de aacutelcool durante a viagem
Em um estudo de Domingos e Pillon (2007) foi avaliado o padratildeo do consumo
de aacutelcool por parte de motoristas de caminhatildeo (amostra de 826) verificou-se que o
percentual encontrado tambeacutem foi muito superior ao do presente estudo sendo que
738 (727) fizeram uso do aacutelcool nos uacuteltimos 12 meses e 276 (273) eram
abstecircmios Jaacute na investigaccedilatildeo de Belan et al (2017) o percentual de caminhoneiros
que faziam uso de bebidas alcooacutelicas durante a viagem era de 65 mais que o
dobro do valor encontrado na presente pesquisa o que denota que os motoristas
podem ter omitido durante o questionaacuterio tal informaccedilatildeo uma vez que eles tecircm
conhecimento de que natildeo se deve ingerir aacutelcool na estrada embora natildeo cumpram
na maioria das vezes
Existem evidecircncias de que os fatores comportamentais relacionados ao beber
e dirigir que satildeo prevalentes nas causas de acidentes de tracircnsito contribuem com
95 dos prejuiacutezos associados As consequecircncias do beber e dirigir como os
acidentes de tracircnsito natildeo soacute no Brasil constituem um problema de grande
magnitude e contribuem com os altos iacutendices de morbidade e mortalidade da
populaccedilatildeo (PINSKY et al 2004)
Ainda tendo como objeto de anaacutelise a Tabela 04 avaliou-se o consumo de
rebites entre os participantes da pesquisa e foi constatado que mais da metade dos
caminhoneiros (558) jaacute fizeram o uso da droga anfetamiacutenica alguma vez na vida
Os resultados da presente pesquisa permitem considerar que o uso de anfetaminas
eacute uma realidade na vida de muitos caminhoneiros particularmente daqueles que
trafegam durante a noite eou de madrugada dormindo no maacuteximo seis horas por
dia
Essa elevada prevalecircncia provavelmente ocorre em decorrecircncia da venda
indiscriminada em postos e farmaacutecias tendo em vista que satildeo comercializados sem
prescriccedilatildeo meacutedica Os sindicatos natildeo deixam as empresas fiscalizar os
caminhoneiros e realizarem testes especiacuteficos para dosagens de substacircncias
Muitas vezes as empresas que contratam os serviccedilos dos caminhoneiros natildeo se
empenham e exigem muito dos profissionais deixando-os agrave mercecirc de uma jornada
extensa de trabalho Aleacutem disso no Brasil os bafocircmetros natildeo conseguem apontar
quem fez uso de drogas pois eles estatildeo condicionados a detectar apenas a
presenccedila de aacutelcool
10
No estudo de Nascimento et al (2007) entre os motoristas que participaram
33 preferiam trabalhar no periacuteodo noturno 38 na madrugada 37 dormiam em
meacutedia de 4 a 6 horas por dia e as jornadas de trabalho eram acima de 12horas para
34 dos participantes do estudo Em relaccedilatildeo ao uso de anfetaminas os resultados
foram preocupantes pois 66 dos participantes afirmaram fazer uso de anfetaminas
durante os turnos trabalhados
Na investigaccedilatildeo de Masson e Monteiro (2010) a maioria dos sujeitos
estudados (70) fazia uso de rebite dentre os quais 60 jaacute faziam uso haacute mais de
cinco anos Belan et al (2017) tambeacutem encontraram um percentual significativo de
usuaacuterios de anfetaminas tendo em vista que no ano de 2013 77 dos condutores
relataram fazer uso dessas substacircncias e em 2016 60 deles afirmaram fazer uso
Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de uso de rebites a Tabela 05 evidencia os motivos
de utilizaccedilatildeo das drogas e o histoacuterico de uso das mesmas
Tabela 05 Consumo e frequecircncia de uso de anfetaminas (rebites) em motoristas de caminhotildees (n=53)
Variaacuteveis N
Motivos utilizar ldquorebiterdquo Manter-se acordado 46 868
Aumentar concentraccedilatildeo 01 19 Ganhar agilidade 06 113
Experimentou ldquorebiterdquo 1ordf vez (idade) 18-28 anos 52 732 28-38 anos 13 183 gt39 anos 06 85
Meacutedia (plusmndp) 273 (77)
Usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 3 meses Sim 16 302 Natildeo 37 698
Usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 12 meses Sim 22 415 Natildeo 31 585
Quantas vezes usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 30 dias Natildeo usei 34 642
Menos 1x por semana 09 170 1 ou mais x por semana 04 75
Diariamente 03 57 2 ou 3 vezes ao dia 03 57
Fonte autoria proacutepria
Wendler et al (2003) entrevistaram 318 motoristas e apenas 312 (10
caminhoneiros) disseram nunca ter usado anfetaminas No entanto 96
11
correspondente a 308 caminhoneiros afirmaram que usam ou usaram pelo menos
uma vez esses medicamentos com o intuito de permanecerem acordados por mais
tempo
Nascimento et al (2007) de 91 entrevistados 66 afirmaram usar
anfetaminas (rebite) Esta uacuteltima estatiacutestica confirmou o resultado dessa pesquisa
uma vez que 5520 dos caminhoneiros afirmaram que jaacute fizeram uso dessa droga
por inuacutemeros motivos entre eles Couper et al (2002) cita para reduzir o sono e
diminuir o cansaccedilo em percursos de longa distacircncias
Percebeu-se tambeacutem que a primeira experiecircncia com essa droga era feita
entre os 18 e 28 anos com uma prevalecircncia de 732 nesse intervalo de tempo
Seguido de 28 e 38 anos (183) e acima de 38 anos (85) obtendo-se uma
meacutedia de 273 anos do primeiro contato dos caminhoneiros com a anfetamina
O uso de anfetaminas de ateacute 3 vezes por semana desencadeia dependecircncia
a longo prazo (NASCIMENTO et al 2007) Por isso eacute preocupante quando se faz o
uso dessa droga ou quando se observa o desejo de utilizaacute-la
Zeferino (2004) em um trabalho feito com empresas de transporte rodoviaacuterio
de cargas no Estado de Santa Catarina observou um grande problema com relaccedilatildeo
ao consumo de substacircncias psicoativas principalmente a anfetamina em motoristas
de caminhotildees 65 dos participantes envolvidos na pesquisa relataram fazer uso de
anfetaminas 94 das empresas analisadas jaacute tiveram seus caminhoneiros
envolvidos em algum acidente de tracircnsito sendo que esses acidentes poderiam
estar relacionados com o uso dessas substacircncias
Quanto agrave utilizaccedilatildeo ou natildeo de faacutermacos anti-hipertensivos percebeu-se que
211 referiram fazer uso desses medicamentos sendo que alguns deles ainda
assim apresentaram pressatildeo arterial elevada sugerindo que os mesmos natildeo
estivessem fazendo o controle adequado da pressatildeo arterial haja vista que satildeo
classificados como hipertensos (Tabela 06)
Tabela 06 Uso de medicamentos anti-hipertensivos pelos motoristas de caminhotildees (n=95)
Faz uso medicamentos anti-hipertensivos N Sim 20 211 Natildeo 75 789
Fonte autoria proacutepria
12
Satildeo numerosos os estudos que estimam a prevalecircncia de HAS no mundo
mas poucos no Brasil Taxas discrepantes de prevalecircncia nesses estudos podem
ser justificadas pelas diferentes metodologias aplicadas como definiccedilotildees diferentes
de HAS (pontos de corte diferentes para definir HAS inclusatildeo ou natildeo de indiviacuteduos
com pressatildeo arterial normal em uso de anti-hipertensivos) variaccedilotildees na populaccedilatildeo-
alvo (faixas etaacuterias diferentes amostras com grupos selecionados) nuacutemero de
visitas para aferir a pressatildeo (CAVALCANTE et al 1995 NEDER BORGES 2006)
Pereira et al (2007) levando-se em consideraccedilatildeo apenas pressatildeo
arterial gt 140 x 90mmHg obteve 364 (IC95 327-399) de prevalecircncia de
hipertensatildeo na populaccedilatildeo adulta de Tubaratildeo quando levaram em consideraccedilatildeo os
indiviacuteduos em tratamento controlados esta foi de 405 (IC95 368-442) Entre a
populaccedilatildeo hipertensa (n = 286) a prevalecircncia de hipertensatildeo sisto-diastoacutelica de
455 (IC95 396-514) e de hipertensatildeo controlada 101 (IC95 69-142)
Dentre os faacutermacos utilizados com maior frequecircncia entre os motoristas de
caminhotildees estatildeo a Losartana e o Captopril exercendo accedilatildeo terapecircutica
respectivamente em 40 e 30 dos sujeitos da pesquisa como mostra a Figura
01
Figura 01 Medicamentos anti-hipertensivos utilizados pelos motoristas de caminhotildees (n=20)
Fonte autoria proacutepria
Estudo semelhante feito por Belan et al (2017) constatou que 75 dos
caminhoneiros faziam uso de valsartana 625 de propranolol 1125 de captopril
e 75 de losartana Segundo a Relaccedilatildeo Nacional de Medicamentos Essenciais ndash
RENAME (BRASIL 2010b) a utilizaccedilatildeo de losartana (13) e captopril (16) foram
13
inferiores em relaccedilatildeo ao uso de outros medicamentos como a hidroclorotiazida
(43) e o enalapril (24) divergindo dos resultados da pesquisa
No levantamento feito por Shinya et al (2011) que objetivou analisar os
medicamentos anti-hipertensivos mais utilizados nos municiacutepios de Ouroeste e
Populina localizados no Noroeste Paulista foi verificado que o captopril 25mg foi o
faacutermaco mais dispensado na Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) de Populina
enquanto que na UBS de Ouroeste foi o enalapril 20mg Jaacute o medicamento Losartan
eacute o mais utilizado pela sauacutede puacuteblica no municiacutepio de Ouroeste em relaccedilatildeo ao
municiacutepio de Populina-SP
Quanto agrave circunferecircncia da cintura 50 caminhoneiros (526) encontraram-se
com risco muito aumentado para alguns eventos cardiovasculares 26 indiviacuteduos
(274) apresentaram risco aumentado para complicaccedilotildees metaboacutelicas totalizando
um percentual de risco de 80 da amostra (Figura 02)
Figura 02 Risco cardiovascular segundo a circunferecircncia da cintura em motoristas de caminhotildees e seus respectivos intervalos de confianccedila (n=95)
Fonte autoria proacutepria
Os dados satildeo condizentes com a pesquisa de Santos et al (2012) na qual a
circunferecircncia abdominal se mostrou elevada em 68 dos caminhoneiros
Entretanto diferem do estudo realizado por Cavagioni et al (2008) feito com 258
motoristas em que 31 apresentaram risco aumentado
Os fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares encontrados neste estudo
somados ao estilo de vida dos participantes reforccedilam os achados de diminuiccedilatildeo da
14
qualidade de vida e associaccedilatildeo ao aparecimento de outras doenccedilas ainda na fase
adulta Quando os pacientes hipertensos satildeo comparados a indiviacuteduos
normotensos uma das maiores diferenccedilas encontradas tem sido um aumento na
prevalecircncia de obesidade (KAPLAN 1998)
Os resultados quanto agrave prevalecircncia de alguns fatores de risco para doenccedilas
crocircnicas mostraram que tanto os adultos quanto os idosos estatildeo em risco para
doenccedilas cardiovasculares principalmente em virtude de altos valores de
circunferecircncia abdominal
Ao realizar a avaliaccedilatildeo da PA observou-se que 5790 dos caminhoneiros
apresentaram niacuteveis pressoacutericos considerados oacutetimos Poreacutem 1789 embora
apresentassem sua PA oacutetima sabia-se que eles eram hipertensos pois havia o
relato do uso da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva Quanto aos indiviacuteduos com preacute-
hipertensatildeo constatou-se um percentual de 2737 dos quais 316 tambeacutem foram
considerados hipertensos por conta de relatem uso de medicamentos Jaacute com
relaccedilatildeo ao quadro sugestivo de hipertensatildeo por elevaccedilatildeo da PA observou-se um
percentual de 1473 motoristas de caminhotildees dos quais 526 (estaacutegio 1) 842
(estaacutegio 2) e 105 (estaacutegio 3) Dessa forma o percentual de hipertensos foi de
3578 (Tabela 07)
Tabela 07 Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial e de uso de anti-hipertensivos em motoristas de caminhotildees (n=95)
de Motoristas de acordo com a
PA
de Motoristas em uso de anti-hipertensivos
Hipertensos
Oacutetima 5790 1789 1789
Preacute-hipertensatildeo 2737 316 316
Hipertensatildeo estaacutegio 1 526 - 526
Hipertensatildeo estaacutegio 2 842 - 842
Hipertensatildeo estaacutegio 3 105 - 105
Total 100 2105 3578
Fonte autoria proacutepria
Comparando os resultados com outras investigaccedilotildees Takitane et al (2013)
apuraram que 123 dos motoristas de caminhatildeo de Satildeo Paulo relataram ter
hipertensatildeo Belan et al (2017) encontraram um percentual de 1625 de
caminhoneiros com hipertensatildeo e Batista e Silva (2005) evidenciaram que 2070
15
dos caminhoneiros apresentaram niacuteveis pressoacutericos elevados divergindo com a
presente investigaccedilatildeo
Cavagioni e Pierin (2010) durante avaliaccedilatildeo da pressatildeo arterial mostraram
que 372 dos motoristas apresentaram niacuteveis compatiacuteveis com hipertensatildeo
arterial corroborando com o estudo em questatildeo Tal achado eacute compatiacutevel ao dado
internacional de Layne et al (2009) e em nosso meio em outras classes
profissionais similares como motoristas de ocircnibus em regiatildeo urbana (CORREcircA
FILHO et al 2002) e profissionais da aacuterea da sauacutede (MION JUacuteNIOR et al 2004) Jaacute
no estudo de Coser et al (2009) a prevalecircncia de hipertensatildeo arterial sistoacutelica e
diastoacutelica foi de 47 sendo este valor superior ao que foi visto na presente
pesquisa
Sabe-se que o fato de a PA ter dado alterada ou natildeo nos motoristas de
caminhotildees eacute apenas sugestivo de hipertensatildeo tendo em vista que eacute necessaacuteria a
avaliaccedilatildeo de outros paracircmetros complementares para se confirmar o diagnoacutestico da
doenccedila
Cavagioni e Pierin (2010) relacionando o consumo de drogas anfetamiacutenicas
com a hipertensatildeo verificaram que o haacutebito de ingerir medicamentos para inibir o
sono funcionava como um fator protetor para o surgimento da hipertensatildeo arterial
Supotildee-se que essa associaccedilatildeo seja decorrente do fato de que ingerir medicamentos
para inibir o sono tenha sido mais frequente nos motoristas mais jovens (3534 plusmn
865 vs 4043 plusmn 1106 anos plt 005) portanto com pouca influecircncia da elevaccedilatildeo da
idade no surgimento da hipertensatildeo arterial
4 CONCLUSAtildeO
Os resultados comprobatoacuterios obtidos na pesquisa evidenciaram que a
maioria dos motoristas de caminhatildeo era adulto casado com baixo niacutevel de
escolaridade Foi visto que a prevalecircncia de caminhoneiros que jaacute fizeram o uso do
rebite uma vez na vida e a frequecircncia de consumo no uacuteltimo mecircs foram ambas
consideradas elevadas Quanto aos fatores de risco cardiovascular verificou-se que
uma parcela consideraacutevel dos caminhoneiros era hipertensa e a sua grande maioria
apresentava risco elevado para complicaccedilotildees metaboacutelicas de acordo com a
circunferecircncia da cintura
16
Dessa forma sugere-se que sejam implementadas intervenccedilotildees atraveacutes de
estrateacutegias de promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas e melhora dos haacutebitos
entre os caminhoneiros e risco de acidentes nas estradas A promoccedilatildeo da sauacutede
pode contribuir para a formaccedilatildeo e desenvolvimento da consciecircncia criacutetica das
pessoas na tentativa de melhorar a qualidade de vida dos mesmos
REFEREcircNCIAS ANDRADE et al Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial autorreferida na populaccedilatildeo brasileira anaacutelise da Pesquisa Nacional de Sauacutede Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede v 24 n 2 2015 ARAUacuteJO T M E et al Vulnerabilidade de caminhoneiros agrave infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite B Revista Interdisciplinar Uninovafapi v3 n1 p29-33 2010 BARBETTA P A Estatiacutestica aplicada agraves ciecircncias sociais 5 ed rev Florianoacutepolis Editora da UFSC 2002 BATISTA M A S SILVA F A B Niacutevel de sauacutede de caminhoneiros que trafegam pela BR 040 com base em dados obtidos durante o VI comando Rodoviaacuterio Federal na cidade de Brasiacutelia-DF um estudo de caso Revista de Divulgaccedilatildeo Cientiacutefica da FACESA 2005 BEEK A J World at work truck drivers Occupational and Environmental Medicine v 69 n 4 p 291-5 2012
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17
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18
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19
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20
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10
No estudo de Nascimento et al (2007) entre os motoristas que participaram
33 preferiam trabalhar no periacuteodo noturno 38 na madrugada 37 dormiam em
meacutedia de 4 a 6 horas por dia e as jornadas de trabalho eram acima de 12horas para
34 dos participantes do estudo Em relaccedilatildeo ao uso de anfetaminas os resultados
foram preocupantes pois 66 dos participantes afirmaram fazer uso de anfetaminas
durante os turnos trabalhados
Na investigaccedilatildeo de Masson e Monteiro (2010) a maioria dos sujeitos
estudados (70) fazia uso de rebite dentre os quais 60 jaacute faziam uso haacute mais de
cinco anos Belan et al (2017) tambeacutem encontraram um percentual significativo de
usuaacuterios de anfetaminas tendo em vista que no ano de 2013 77 dos condutores
relataram fazer uso dessas substacircncias e em 2016 60 deles afirmaram fazer uso
Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de uso de rebites a Tabela 05 evidencia os motivos
de utilizaccedilatildeo das drogas e o histoacuterico de uso das mesmas
Tabela 05 Consumo e frequecircncia de uso de anfetaminas (rebites) em motoristas de caminhotildees (n=53)
Variaacuteveis N
Motivos utilizar ldquorebiterdquo Manter-se acordado 46 868
Aumentar concentraccedilatildeo 01 19 Ganhar agilidade 06 113
Experimentou ldquorebiterdquo 1ordf vez (idade) 18-28 anos 52 732 28-38 anos 13 183 gt39 anos 06 85
Meacutedia (plusmndp) 273 (77)
Usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 3 meses Sim 16 302 Natildeo 37 698
Usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 12 meses Sim 22 415 Natildeo 31 585
Quantas vezes usou ldquorebiterdquo uacuteltimos 30 dias Natildeo usei 34 642
Menos 1x por semana 09 170 1 ou mais x por semana 04 75
Diariamente 03 57 2 ou 3 vezes ao dia 03 57
Fonte autoria proacutepria
Wendler et al (2003) entrevistaram 318 motoristas e apenas 312 (10
caminhoneiros) disseram nunca ter usado anfetaminas No entanto 96
11
correspondente a 308 caminhoneiros afirmaram que usam ou usaram pelo menos
uma vez esses medicamentos com o intuito de permanecerem acordados por mais
tempo
Nascimento et al (2007) de 91 entrevistados 66 afirmaram usar
anfetaminas (rebite) Esta uacuteltima estatiacutestica confirmou o resultado dessa pesquisa
uma vez que 5520 dos caminhoneiros afirmaram que jaacute fizeram uso dessa droga
por inuacutemeros motivos entre eles Couper et al (2002) cita para reduzir o sono e
diminuir o cansaccedilo em percursos de longa distacircncias
Percebeu-se tambeacutem que a primeira experiecircncia com essa droga era feita
entre os 18 e 28 anos com uma prevalecircncia de 732 nesse intervalo de tempo
Seguido de 28 e 38 anos (183) e acima de 38 anos (85) obtendo-se uma
meacutedia de 273 anos do primeiro contato dos caminhoneiros com a anfetamina
O uso de anfetaminas de ateacute 3 vezes por semana desencadeia dependecircncia
a longo prazo (NASCIMENTO et al 2007) Por isso eacute preocupante quando se faz o
uso dessa droga ou quando se observa o desejo de utilizaacute-la
Zeferino (2004) em um trabalho feito com empresas de transporte rodoviaacuterio
de cargas no Estado de Santa Catarina observou um grande problema com relaccedilatildeo
ao consumo de substacircncias psicoativas principalmente a anfetamina em motoristas
de caminhotildees 65 dos participantes envolvidos na pesquisa relataram fazer uso de
anfetaminas 94 das empresas analisadas jaacute tiveram seus caminhoneiros
envolvidos em algum acidente de tracircnsito sendo que esses acidentes poderiam
estar relacionados com o uso dessas substacircncias
Quanto agrave utilizaccedilatildeo ou natildeo de faacutermacos anti-hipertensivos percebeu-se que
211 referiram fazer uso desses medicamentos sendo que alguns deles ainda
assim apresentaram pressatildeo arterial elevada sugerindo que os mesmos natildeo
estivessem fazendo o controle adequado da pressatildeo arterial haja vista que satildeo
classificados como hipertensos (Tabela 06)
Tabela 06 Uso de medicamentos anti-hipertensivos pelos motoristas de caminhotildees (n=95)
Faz uso medicamentos anti-hipertensivos N Sim 20 211 Natildeo 75 789
Fonte autoria proacutepria
12
Satildeo numerosos os estudos que estimam a prevalecircncia de HAS no mundo
mas poucos no Brasil Taxas discrepantes de prevalecircncia nesses estudos podem
ser justificadas pelas diferentes metodologias aplicadas como definiccedilotildees diferentes
de HAS (pontos de corte diferentes para definir HAS inclusatildeo ou natildeo de indiviacuteduos
com pressatildeo arterial normal em uso de anti-hipertensivos) variaccedilotildees na populaccedilatildeo-
alvo (faixas etaacuterias diferentes amostras com grupos selecionados) nuacutemero de
visitas para aferir a pressatildeo (CAVALCANTE et al 1995 NEDER BORGES 2006)
Pereira et al (2007) levando-se em consideraccedilatildeo apenas pressatildeo
arterial gt 140 x 90mmHg obteve 364 (IC95 327-399) de prevalecircncia de
hipertensatildeo na populaccedilatildeo adulta de Tubaratildeo quando levaram em consideraccedilatildeo os
indiviacuteduos em tratamento controlados esta foi de 405 (IC95 368-442) Entre a
populaccedilatildeo hipertensa (n = 286) a prevalecircncia de hipertensatildeo sisto-diastoacutelica de
455 (IC95 396-514) e de hipertensatildeo controlada 101 (IC95 69-142)
Dentre os faacutermacos utilizados com maior frequecircncia entre os motoristas de
caminhotildees estatildeo a Losartana e o Captopril exercendo accedilatildeo terapecircutica
respectivamente em 40 e 30 dos sujeitos da pesquisa como mostra a Figura
01
Figura 01 Medicamentos anti-hipertensivos utilizados pelos motoristas de caminhotildees (n=20)
Fonte autoria proacutepria
Estudo semelhante feito por Belan et al (2017) constatou que 75 dos
caminhoneiros faziam uso de valsartana 625 de propranolol 1125 de captopril
e 75 de losartana Segundo a Relaccedilatildeo Nacional de Medicamentos Essenciais ndash
RENAME (BRASIL 2010b) a utilizaccedilatildeo de losartana (13) e captopril (16) foram
13
inferiores em relaccedilatildeo ao uso de outros medicamentos como a hidroclorotiazida
(43) e o enalapril (24) divergindo dos resultados da pesquisa
No levantamento feito por Shinya et al (2011) que objetivou analisar os
medicamentos anti-hipertensivos mais utilizados nos municiacutepios de Ouroeste e
Populina localizados no Noroeste Paulista foi verificado que o captopril 25mg foi o
faacutermaco mais dispensado na Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) de Populina
enquanto que na UBS de Ouroeste foi o enalapril 20mg Jaacute o medicamento Losartan
eacute o mais utilizado pela sauacutede puacuteblica no municiacutepio de Ouroeste em relaccedilatildeo ao
municiacutepio de Populina-SP
Quanto agrave circunferecircncia da cintura 50 caminhoneiros (526) encontraram-se
com risco muito aumentado para alguns eventos cardiovasculares 26 indiviacuteduos
(274) apresentaram risco aumentado para complicaccedilotildees metaboacutelicas totalizando
um percentual de risco de 80 da amostra (Figura 02)
Figura 02 Risco cardiovascular segundo a circunferecircncia da cintura em motoristas de caminhotildees e seus respectivos intervalos de confianccedila (n=95)
Fonte autoria proacutepria
Os dados satildeo condizentes com a pesquisa de Santos et al (2012) na qual a
circunferecircncia abdominal se mostrou elevada em 68 dos caminhoneiros
Entretanto diferem do estudo realizado por Cavagioni et al (2008) feito com 258
motoristas em que 31 apresentaram risco aumentado
Os fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares encontrados neste estudo
somados ao estilo de vida dos participantes reforccedilam os achados de diminuiccedilatildeo da
14
qualidade de vida e associaccedilatildeo ao aparecimento de outras doenccedilas ainda na fase
adulta Quando os pacientes hipertensos satildeo comparados a indiviacuteduos
normotensos uma das maiores diferenccedilas encontradas tem sido um aumento na
prevalecircncia de obesidade (KAPLAN 1998)
Os resultados quanto agrave prevalecircncia de alguns fatores de risco para doenccedilas
crocircnicas mostraram que tanto os adultos quanto os idosos estatildeo em risco para
doenccedilas cardiovasculares principalmente em virtude de altos valores de
circunferecircncia abdominal
Ao realizar a avaliaccedilatildeo da PA observou-se que 5790 dos caminhoneiros
apresentaram niacuteveis pressoacutericos considerados oacutetimos Poreacutem 1789 embora
apresentassem sua PA oacutetima sabia-se que eles eram hipertensos pois havia o
relato do uso da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva Quanto aos indiviacuteduos com preacute-
hipertensatildeo constatou-se um percentual de 2737 dos quais 316 tambeacutem foram
considerados hipertensos por conta de relatem uso de medicamentos Jaacute com
relaccedilatildeo ao quadro sugestivo de hipertensatildeo por elevaccedilatildeo da PA observou-se um
percentual de 1473 motoristas de caminhotildees dos quais 526 (estaacutegio 1) 842
(estaacutegio 2) e 105 (estaacutegio 3) Dessa forma o percentual de hipertensos foi de
3578 (Tabela 07)
Tabela 07 Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial e de uso de anti-hipertensivos em motoristas de caminhotildees (n=95)
de Motoristas de acordo com a
PA
de Motoristas em uso de anti-hipertensivos
Hipertensos
Oacutetima 5790 1789 1789
Preacute-hipertensatildeo 2737 316 316
Hipertensatildeo estaacutegio 1 526 - 526
Hipertensatildeo estaacutegio 2 842 - 842
Hipertensatildeo estaacutegio 3 105 - 105
Total 100 2105 3578
Fonte autoria proacutepria
Comparando os resultados com outras investigaccedilotildees Takitane et al (2013)
apuraram que 123 dos motoristas de caminhatildeo de Satildeo Paulo relataram ter
hipertensatildeo Belan et al (2017) encontraram um percentual de 1625 de
caminhoneiros com hipertensatildeo e Batista e Silva (2005) evidenciaram que 2070
15
dos caminhoneiros apresentaram niacuteveis pressoacutericos elevados divergindo com a
presente investigaccedilatildeo
Cavagioni e Pierin (2010) durante avaliaccedilatildeo da pressatildeo arterial mostraram
que 372 dos motoristas apresentaram niacuteveis compatiacuteveis com hipertensatildeo
arterial corroborando com o estudo em questatildeo Tal achado eacute compatiacutevel ao dado
internacional de Layne et al (2009) e em nosso meio em outras classes
profissionais similares como motoristas de ocircnibus em regiatildeo urbana (CORREcircA
FILHO et al 2002) e profissionais da aacuterea da sauacutede (MION JUacuteNIOR et al 2004) Jaacute
no estudo de Coser et al (2009) a prevalecircncia de hipertensatildeo arterial sistoacutelica e
diastoacutelica foi de 47 sendo este valor superior ao que foi visto na presente
pesquisa
Sabe-se que o fato de a PA ter dado alterada ou natildeo nos motoristas de
caminhotildees eacute apenas sugestivo de hipertensatildeo tendo em vista que eacute necessaacuteria a
avaliaccedilatildeo de outros paracircmetros complementares para se confirmar o diagnoacutestico da
doenccedila
Cavagioni e Pierin (2010) relacionando o consumo de drogas anfetamiacutenicas
com a hipertensatildeo verificaram que o haacutebito de ingerir medicamentos para inibir o
sono funcionava como um fator protetor para o surgimento da hipertensatildeo arterial
Supotildee-se que essa associaccedilatildeo seja decorrente do fato de que ingerir medicamentos
para inibir o sono tenha sido mais frequente nos motoristas mais jovens (3534 plusmn
865 vs 4043 plusmn 1106 anos plt 005) portanto com pouca influecircncia da elevaccedilatildeo da
idade no surgimento da hipertensatildeo arterial
4 CONCLUSAtildeO
Os resultados comprobatoacuterios obtidos na pesquisa evidenciaram que a
maioria dos motoristas de caminhatildeo era adulto casado com baixo niacutevel de
escolaridade Foi visto que a prevalecircncia de caminhoneiros que jaacute fizeram o uso do
rebite uma vez na vida e a frequecircncia de consumo no uacuteltimo mecircs foram ambas
consideradas elevadas Quanto aos fatores de risco cardiovascular verificou-se que
uma parcela consideraacutevel dos caminhoneiros era hipertensa e a sua grande maioria
apresentava risco elevado para complicaccedilotildees metaboacutelicas de acordo com a
circunferecircncia da cintura
16
Dessa forma sugere-se que sejam implementadas intervenccedilotildees atraveacutes de
estrateacutegias de promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas e melhora dos haacutebitos
entre os caminhoneiros e risco de acidentes nas estradas A promoccedilatildeo da sauacutede
pode contribuir para a formaccedilatildeo e desenvolvimento da consciecircncia criacutetica das
pessoas na tentativa de melhorar a qualidade de vida dos mesmos
REFEREcircNCIAS ANDRADE et al Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial autorreferida na populaccedilatildeo brasileira anaacutelise da Pesquisa Nacional de Sauacutede Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede v 24 n 2 2015 ARAUacuteJO T M E et al Vulnerabilidade de caminhoneiros agrave infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite B Revista Interdisciplinar Uninovafapi v3 n1 p29-33 2010 BARBETTA P A Estatiacutestica aplicada agraves ciecircncias sociais 5 ed rev Florianoacutepolis Editora da UFSC 2002 BATISTA M A S SILVA F A B Niacutevel de sauacutede de caminhoneiros que trafegam pela BR 040 com base em dados obtidos durante o VI comando Rodoviaacuterio Federal na cidade de Brasiacutelia-DF um estudo de caso Revista de Divulgaccedilatildeo Cientiacutefica da FACESA 2005 BEEK A J World at work truck drivers Occupational and Environmental Medicine v 69 n 4 p 291-5 2012
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17
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18
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19
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20
paulista 2011 Monografia (Graduaccedilatildeo de Farmaacutecia) ndash Fundaccedilatildeo Educacional de Fernandoacutepolis Satildeo Paulo 2011 37p SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA VII Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia Satildeo Paulo v 107 n 3 p 1-103 2016 TAKITANE J et al Uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo em rodovias do Estado de Satildeo Paulo um risco agrave ocorrecircncia de acidentes de tracircnsito Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 18 n 5 p1247-1254 2013 TELES S A et al Comportamentos de risco para doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis em caminhoneiros no Brasil Revista Panamericana de Salud Publica v 24 n1 p 25-30 2008 WENDLER E A et al Uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo para reduzir o sono Revista Sauacutede v 9 n 314 p 7-14 2003 WORLD HEALTH ORGANIZATION Global Health Estimates deaths by cause age sex and country 2000-2012 Geneva WHO 2014 ______ Obesity preventing and managing the global epidemic Report of a WHO Consultation of Obesity Geneva 1997 ZEFERINO MT Acidentes de tracircnsito e os estimulantes do tipo anfetaminas ndash estudo de caso junto agraves empresas de transporte rodoviaacuterio de cargas de Santa Catarina 2004143f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Civil) ndash Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004
11
correspondente a 308 caminhoneiros afirmaram que usam ou usaram pelo menos
uma vez esses medicamentos com o intuito de permanecerem acordados por mais
tempo
Nascimento et al (2007) de 91 entrevistados 66 afirmaram usar
anfetaminas (rebite) Esta uacuteltima estatiacutestica confirmou o resultado dessa pesquisa
uma vez que 5520 dos caminhoneiros afirmaram que jaacute fizeram uso dessa droga
por inuacutemeros motivos entre eles Couper et al (2002) cita para reduzir o sono e
diminuir o cansaccedilo em percursos de longa distacircncias
Percebeu-se tambeacutem que a primeira experiecircncia com essa droga era feita
entre os 18 e 28 anos com uma prevalecircncia de 732 nesse intervalo de tempo
Seguido de 28 e 38 anos (183) e acima de 38 anos (85) obtendo-se uma
meacutedia de 273 anos do primeiro contato dos caminhoneiros com a anfetamina
O uso de anfetaminas de ateacute 3 vezes por semana desencadeia dependecircncia
a longo prazo (NASCIMENTO et al 2007) Por isso eacute preocupante quando se faz o
uso dessa droga ou quando se observa o desejo de utilizaacute-la
Zeferino (2004) em um trabalho feito com empresas de transporte rodoviaacuterio
de cargas no Estado de Santa Catarina observou um grande problema com relaccedilatildeo
ao consumo de substacircncias psicoativas principalmente a anfetamina em motoristas
de caminhotildees 65 dos participantes envolvidos na pesquisa relataram fazer uso de
anfetaminas 94 das empresas analisadas jaacute tiveram seus caminhoneiros
envolvidos em algum acidente de tracircnsito sendo que esses acidentes poderiam
estar relacionados com o uso dessas substacircncias
Quanto agrave utilizaccedilatildeo ou natildeo de faacutermacos anti-hipertensivos percebeu-se que
211 referiram fazer uso desses medicamentos sendo que alguns deles ainda
assim apresentaram pressatildeo arterial elevada sugerindo que os mesmos natildeo
estivessem fazendo o controle adequado da pressatildeo arterial haja vista que satildeo
classificados como hipertensos (Tabela 06)
Tabela 06 Uso de medicamentos anti-hipertensivos pelos motoristas de caminhotildees (n=95)
Faz uso medicamentos anti-hipertensivos N Sim 20 211 Natildeo 75 789
Fonte autoria proacutepria
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Satildeo numerosos os estudos que estimam a prevalecircncia de HAS no mundo
mas poucos no Brasil Taxas discrepantes de prevalecircncia nesses estudos podem
ser justificadas pelas diferentes metodologias aplicadas como definiccedilotildees diferentes
de HAS (pontos de corte diferentes para definir HAS inclusatildeo ou natildeo de indiviacuteduos
com pressatildeo arterial normal em uso de anti-hipertensivos) variaccedilotildees na populaccedilatildeo-
alvo (faixas etaacuterias diferentes amostras com grupos selecionados) nuacutemero de
visitas para aferir a pressatildeo (CAVALCANTE et al 1995 NEDER BORGES 2006)
Pereira et al (2007) levando-se em consideraccedilatildeo apenas pressatildeo
arterial gt 140 x 90mmHg obteve 364 (IC95 327-399) de prevalecircncia de
hipertensatildeo na populaccedilatildeo adulta de Tubaratildeo quando levaram em consideraccedilatildeo os
indiviacuteduos em tratamento controlados esta foi de 405 (IC95 368-442) Entre a
populaccedilatildeo hipertensa (n = 286) a prevalecircncia de hipertensatildeo sisto-diastoacutelica de
455 (IC95 396-514) e de hipertensatildeo controlada 101 (IC95 69-142)
Dentre os faacutermacos utilizados com maior frequecircncia entre os motoristas de
caminhotildees estatildeo a Losartana e o Captopril exercendo accedilatildeo terapecircutica
respectivamente em 40 e 30 dos sujeitos da pesquisa como mostra a Figura
01
Figura 01 Medicamentos anti-hipertensivos utilizados pelos motoristas de caminhotildees (n=20)
Fonte autoria proacutepria
Estudo semelhante feito por Belan et al (2017) constatou que 75 dos
caminhoneiros faziam uso de valsartana 625 de propranolol 1125 de captopril
e 75 de losartana Segundo a Relaccedilatildeo Nacional de Medicamentos Essenciais ndash
RENAME (BRASIL 2010b) a utilizaccedilatildeo de losartana (13) e captopril (16) foram
13
inferiores em relaccedilatildeo ao uso de outros medicamentos como a hidroclorotiazida
(43) e o enalapril (24) divergindo dos resultados da pesquisa
No levantamento feito por Shinya et al (2011) que objetivou analisar os
medicamentos anti-hipertensivos mais utilizados nos municiacutepios de Ouroeste e
Populina localizados no Noroeste Paulista foi verificado que o captopril 25mg foi o
faacutermaco mais dispensado na Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) de Populina
enquanto que na UBS de Ouroeste foi o enalapril 20mg Jaacute o medicamento Losartan
eacute o mais utilizado pela sauacutede puacuteblica no municiacutepio de Ouroeste em relaccedilatildeo ao
municiacutepio de Populina-SP
Quanto agrave circunferecircncia da cintura 50 caminhoneiros (526) encontraram-se
com risco muito aumentado para alguns eventos cardiovasculares 26 indiviacuteduos
(274) apresentaram risco aumentado para complicaccedilotildees metaboacutelicas totalizando
um percentual de risco de 80 da amostra (Figura 02)
Figura 02 Risco cardiovascular segundo a circunferecircncia da cintura em motoristas de caminhotildees e seus respectivos intervalos de confianccedila (n=95)
Fonte autoria proacutepria
Os dados satildeo condizentes com a pesquisa de Santos et al (2012) na qual a
circunferecircncia abdominal se mostrou elevada em 68 dos caminhoneiros
Entretanto diferem do estudo realizado por Cavagioni et al (2008) feito com 258
motoristas em que 31 apresentaram risco aumentado
Os fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares encontrados neste estudo
somados ao estilo de vida dos participantes reforccedilam os achados de diminuiccedilatildeo da
14
qualidade de vida e associaccedilatildeo ao aparecimento de outras doenccedilas ainda na fase
adulta Quando os pacientes hipertensos satildeo comparados a indiviacuteduos
normotensos uma das maiores diferenccedilas encontradas tem sido um aumento na
prevalecircncia de obesidade (KAPLAN 1998)
Os resultados quanto agrave prevalecircncia de alguns fatores de risco para doenccedilas
crocircnicas mostraram que tanto os adultos quanto os idosos estatildeo em risco para
doenccedilas cardiovasculares principalmente em virtude de altos valores de
circunferecircncia abdominal
Ao realizar a avaliaccedilatildeo da PA observou-se que 5790 dos caminhoneiros
apresentaram niacuteveis pressoacutericos considerados oacutetimos Poreacutem 1789 embora
apresentassem sua PA oacutetima sabia-se que eles eram hipertensos pois havia o
relato do uso da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva Quanto aos indiviacuteduos com preacute-
hipertensatildeo constatou-se um percentual de 2737 dos quais 316 tambeacutem foram
considerados hipertensos por conta de relatem uso de medicamentos Jaacute com
relaccedilatildeo ao quadro sugestivo de hipertensatildeo por elevaccedilatildeo da PA observou-se um
percentual de 1473 motoristas de caminhotildees dos quais 526 (estaacutegio 1) 842
(estaacutegio 2) e 105 (estaacutegio 3) Dessa forma o percentual de hipertensos foi de
3578 (Tabela 07)
Tabela 07 Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial e de uso de anti-hipertensivos em motoristas de caminhotildees (n=95)
de Motoristas de acordo com a
PA
de Motoristas em uso de anti-hipertensivos
Hipertensos
Oacutetima 5790 1789 1789
Preacute-hipertensatildeo 2737 316 316
Hipertensatildeo estaacutegio 1 526 - 526
Hipertensatildeo estaacutegio 2 842 - 842
Hipertensatildeo estaacutegio 3 105 - 105
Total 100 2105 3578
Fonte autoria proacutepria
Comparando os resultados com outras investigaccedilotildees Takitane et al (2013)
apuraram que 123 dos motoristas de caminhatildeo de Satildeo Paulo relataram ter
hipertensatildeo Belan et al (2017) encontraram um percentual de 1625 de
caminhoneiros com hipertensatildeo e Batista e Silva (2005) evidenciaram que 2070
15
dos caminhoneiros apresentaram niacuteveis pressoacutericos elevados divergindo com a
presente investigaccedilatildeo
Cavagioni e Pierin (2010) durante avaliaccedilatildeo da pressatildeo arterial mostraram
que 372 dos motoristas apresentaram niacuteveis compatiacuteveis com hipertensatildeo
arterial corroborando com o estudo em questatildeo Tal achado eacute compatiacutevel ao dado
internacional de Layne et al (2009) e em nosso meio em outras classes
profissionais similares como motoristas de ocircnibus em regiatildeo urbana (CORREcircA
FILHO et al 2002) e profissionais da aacuterea da sauacutede (MION JUacuteNIOR et al 2004) Jaacute
no estudo de Coser et al (2009) a prevalecircncia de hipertensatildeo arterial sistoacutelica e
diastoacutelica foi de 47 sendo este valor superior ao que foi visto na presente
pesquisa
Sabe-se que o fato de a PA ter dado alterada ou natildeo nos motoristas de
caminhotildees eacute apenas sugestivo de hipertensatildeo tendo em vista que eacute necessaacuteria a
avaliaccedilatildeo de outros paracircmetros complementares para se confirmar o diagnoacutestico da
doenccedila
Cavagioni e Pierin (2010) relacionando o consumo de drogas anfetamiacutenicas
com a hipertensatildeo verificaram que o haacutebito de ingerir medicamentos para inibir o
sono funcionava como um fator protetor para o surgimento da hipertensatildeo arterial
Supotildee-se que essa associaccedilatildeo seja decorrente do fato de que ingerir medicamentos
para inibir o sono tenha sido mais frequente nos motoristas mais jovens (3534 plusmn
865 vs 4043 plusmn 1106 anos plt 005) portanto com pouca influecircncia da elevaccedilatildeo da
idade no surgimento da hipertensatildeo arterial
4 CONCLUSAtildeO
Os resultados comprobatoacuterios obtidos na pesquisa evidenciaram que a
maioria dos motoristas de caminhatildeo era adulto casado com baixo niacutevel de
escolaridade Foi visto que a prevalecircncia de caminhoneiros que jaacute fizeram o uso do
rebite uma vez na vida e a frequecircncia de consumo no uacuteltimo mecircs foram ambas
consideradas elevadas Quanto aos fatores de risco cardiovascular verificou-se que
uma parcela consideraacutevel dos caminhoneiros era hipertensa e a sua grande maioria
apresentava risco elevado para complicaccedilotildees metaboacutelicas de acordo com a
circunferecircncia da cintura
16
Dessa forma sugere-se que sejam implementadas intervenccedilotildees atraveacutes de
estrateacutegias de promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas e melhora dos haacutebitos
entre os caminhoneiros e risco de acidentes nas estradas A promoccedilatildeo da sauacutede
pode contribuir para a formaccedilatildeo e desenvolvimento da consciecircncia criacutetica das
pessoas na tentativa de melhorar a qualidade de vida dos mesmos
REFEREcircNCIAS ANDRADE et al Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial autorreferida na populaccedilatildeo brasileira anaacutelise da Pesquisa Nacional de Sauacutede Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede v 24 n 2 2015 ARAUacuteJO T M E et al Vulnerabilidade de caminhoneiros agrave infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite B Revista Interdisciplinar Uninovafapi v3 n1 p29-33 2010 BARBETTA P A Estatiacutestica aplicada agraves ciecircncias sociais 5 ed rev Florianoacutepolis Editora da UFSC 2002 BATISTA M A S SILVA F A B Niacutevel de sauacutede de caminhoneiros que trafegam pela BR 040 com base em dados obtidos durante o VI comando Rodoviaacuterio Federal na cidade de Brasiacutelia-DF um estudo de caso Revista de Divulgaccedilatildeo Cientiacutefica da FACESA 2005 BEEK A J World at work truck drivers Occupational and Environmental Medicine v 69 n 4 p 291-5 2012
BELAN T O et al Prevalecircncia do uso de anfetaminas por caminhoneiros Acta Biomedica Brasiliensis v 8 n 2 2017 BOTELHO S S P et al Uso do ldquorebiterdquo entre caminhoneiros que trafegam na BR-381 do interior do estado de Minas Gerais Revista Brasileira de Enfermagem v 7 n 3 p 134-40 2008 BRASIL Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria Resoluccedilatildeo RDC ndeg 52 de 6 de outubro de 2011 Proibiccedilatildeo do uso das substancias anfepramona femproporex e mazindol seus sais e isocircmeros bem como intermediaacuterios e medidas de controle da prescriccedilatildeo e dispensaccedilatildeo de medicamentos que contenham a substacircncia sibutramina seus sais e isocircmeros bem como intermediaacuterios e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 2011 ______ Conselho Nacional de Sauacutede Resoluccedilatildeo ndeg 466 de 12 de dezembro de 2012 Aprova normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos Brasiacutelia Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 2013 ______ Ministeacuterio da Justiccedila Secretaria Nacional de Seguranccedila Puacuteblica Pesquisa flagra uso de drogas por 30 dos caminhoneiros Brasiacutelia DF 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwinfoseggovbrinfosegdestaques-0113-10-2007-pesquisa-flagra-
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uso-de-drogas-por-30-dos-caminhoneirosgt Acesso em 05 de setembro de 2018 agraves 2000hs _______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Ciecircncia Tecnologia e Insumos Estrateacutegicos Departamento de Assistecircncia Farmacecircutica e Insumos Estrateacutegicos Relaccedilatildeo nacional de medicamentos essenciais Rename Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Ciecircncia Tecnologia e Insumos Estrateacutegicos Departamento de Assistecircncia Farmacecircutica e Insumos Estrateacutegicos ndash 7 ed ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010b 250 p _______ Presidecircncia da Repuacuteblica Secretaria Nacional de Poliacuteticas sobre Drogas I Levantamento Nacional sobre o Uso de Aacutelcool Tabaco e Outras Drogas entre Universitaacuterios das 27 Capitais Brasileiras Secretaria Nacional de Poliacuteticas sobre Drogas GREAIPQ-HCFMUSP organizadores Arthur Guerra de Andrade Paulina do Carmo Arruda Vieira Duarte Luacutecio Garcia de Oliveira ndash Brasiacutelia SENAD 2010a 284 p CAVAGIONI L C et al Siacutendrome metaboacutelica em motoristas profissionais de transporte de cargas da rodovia BR-116 no trecho Paulista-Reacutegis Bittencourt Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia v 52 n 6 p 1015-23 2008 CAVAGIONI L C PIERIN A M G Hipertensatildeo arterial e obesidade em motoristas profissionais de transporte de cargas Acta Paulista de Enfermagem (UNIFESP Impresso) v 23 p 455-460 2010 CAVALCANTE J W S et al Prevalecircncia e aspectos socioculturais e econocircmicos da hipertensatildeo arterial em centro de sauacutede da zona norte de Manaus Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 65 n 6 p 493-6 1995 CHEN GP et al Chronic inhibition of farnesyl pyrophosphate synthase improves endothelial function in spontaneously hypertensive rats Biochemical Pharmacology v 80 p1684ndash1689 2010 CORREcircA FILHO H R et al Perda auditiva induzida por ruiacutedo e hipertensatildeo em condutores de ocircnibus Revista de Sauacutede Puacuteblica v 36 n 6 p 693-701 2002 COSER J et al Triagem dos perfis lipiacutedico e gliciacutedico em caminhoneiros que trafegam no centro unificado de fronteira entre Brasil e Argentina (AU) Revista brasileira de anaacutelises cliacutenicas v 41 n 3 p 223-228 2009 COUPER F J et al Prevalence of drug use in commercial tractor trailer drivers Journal Forensic Science v 47 n 3 p 562-7 2002 DOMINGOS J B C et al Consumo de aacutelcool sobrepeso e obesidade entre caminhoneiros Revista Enfermagem UERJ v 18 p 377-382 2010
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DOMINGOS J B C PILLON S C O Uso de aacutelcool entre motoristas no interior do estado de Satildeo Paulo Revista Enfermagem UERJ v 15 n 3 p 393-9 2007 GILES TD et al Impaired vasodilation in the pathogenesis of hypertension focus on nitric oxide endothelial-derived hyperpolarizing factors and prostaglandins Journal of Clinical Hypertension v 14 n4 p198ndash205 2012 GIROTTO E et al Psychoactive substance use by truck drivers a systematic review Occup Environ Med v 71 n 1 p 71-6 2014 HIEN TT et al Potent vasodilation effect of amurensin G is mediated through the phosphorylation of endothelial nitric oxide synthase Biochemical Pharmacology v 84 p 1437ndash1450 2012 HOFFMAN A L Qualidade de vida dos motoristas de caminhatildeo usuaacuterios do Programa Rodopac um estudo de caso Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia de Produccedilatildeo Florianoacutepolis (SC) Universidade Federal de Santa Catarina 2003 KAPLAN N M Obesity in hypertension effects on prognosis and treatment Journal of Hypertension Supplement v 16 n 1 p S35-37 1998
KNAUTH D R et al Manter-se acordado a vulnerabilidade dos caminhoneiros no Rio Grande do Sul Revista de Sauacutede Puacuteblica v 46 n 5 p 886-893 2012 LAYNE DM et al Health and gender comparisons in the long-haul trucking industry a pilot study AAOHN Journal v 57 n 10 p 405-13 2009 LUIZ R R et al Planejamento amostral In ______ Epidemiologia e bioestatiacutestica na pesquisa odontoloacutegica Satildeo Paulo Atheneu 2005 p245-272 MARTINS EPA et al Fatores de risco para obesidade entre caminhoneiros que trafegam na BR 381 Revista Enfermagem Integrada v 2 n 2 p 345-57 2009 MASSON V A MONTEIRO M I Vulnerabilidade agrave doenccedilas sexualmente transmissiacuteveisAIDS e uso de drogas psicoativas por caminhoneiros Revista Brasileira de Enfermagem Brasiacutelia v 63 n 1 2010 MION JUacuteNIOR D et al Hypertension in employees of a University General Hospital Revista do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina - Universidade de Satildeo Paulo v 59 n 6 p 329-36 2004 MOZAFFARIAN et al Executive summary heart disease and stroke statistics-2016 update a report from the American Heart Association Circulation v133 p 447-54 2016 MUSSHOFF F MADEA B Driving under the influence of amphetamine-like drugs Journal Forensic Science v 57 p 413-9 2012
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NASCIMENTO E C et al Uso de aacutelcool e anfetaminas entre caminhoneiros de estrada Revista de Sauacutede Puacuteblica v 41 n 2 p 290-3 2007 NEDER M M BORGES A A N Hipertensatildeo arterial sistecircmica no Brasil o que avanccedilamos no conhecimento de sua epidemiologia Revista Brasileira de Hipertensatildeo v 13 n 2 p 126-33 2006 NGUYEN T LAU DC The obesity epidemic and its impact on hypertension Canadian Journal Cardiology v 28 p 326ndash33 2012 NTSB Fatigue alcohol other drugs and medical factors in fatal-to-the driver heavy truck crashes National Transportation Safety Board safety study NTSBSS 9091 Washington DC National Transportation Safety Board 1990 OLIVEIRA L G A continuidade do uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo no Estado de Satildeo Paulo Brasil a despeito da proibiccedilatildeo de sua produccedilatildeo prescriccedilatildeo e uso Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v 29 n 9 p 1903-9 2013 PENTEADO R Z et al Trabalho e sauacutede em motoristas de caminhatildeo no interior de Satildeo Paulo Sauacutede e Sociedade v 17 n 4 p 35-45 2008 PEREIRA M R et al Prevalecircncia conhecimento tratamento e controle de hipertensatildeo arterial sistecircmica na populaccedilatildeo adulta urbana de Tubaratildeo Santa Catarina Brasil em 2003 Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v 23 n 10 p 2363-2374 2007 PEREIRA R A et al Razatildeo cinturaquadril como preditor de hipertensatildeo arterial Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v 15 n 2 1999 PHILIP P et al Work and rest sleep schedules of 227 European truck drivers Sleep Medicine v 3 p 507-511 2002 PINSKY I et al Willingness and alternatives to drunk driving among young people from Satildeo Paulo city Brazil Revista Brasileira de Psiquiatria v 26 n 4 p 234-41 2004 RESENDE P T V et al Haacutebitos de vida e seguranccedila dos caminhoneiros brasileiros Haacutebitos de vida e seguranccedila dos caminhoneiros brasileiros In SIMPOacuteSIO DE ADMINISTRACcedilAtildeO DA PRODUCcedilAtildeO LOGIacuteSTICA E OPERACcedilOtildeES INTERNACIONAIS 13 2010 Satildeo Paulo Anais Satildeo Paulo FGV 201017 p RUAS A et al Detecccedilatildeo dos fatores de risco para o desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares dos profissionais caminhoneiros prevenccedilatildeo reflexatildeo e conhecimento Revista Perspectiva v34 n125 p 147-158 2010 SANTOS E S et al Composiccedilatildeo corporal e hipertensatildeo afetam o iacutendice de rigidez arterial de caminhoneiros Motricidade v 8 n 2 p 23-29 2012 SHINYA A L et al Levantamento de medicamentos anti-hipertensivos mais utilizados nos municiacutepios de Ouroeste e Paulina localizados no noroeste
20
paulista 2011 Monografia (Graduaccedilatildeo de Farmaacutecia) ndash Fundaccedilatildeo Educacional de Fernandoacutepolis Satildeo Paulo 2011 37p SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA VII Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia Satildeo Paulo v 107 n 3 p 1-103 2016 TAKITANE J et al Uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo em rodovias do Estado de Satildeo Paulo um risco agrave ocorrecircncia de acidentes de tracircnsito Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 18 n 5 p1247-1254 2013 TELES S A et al Comportamentos de risco para doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis em caminhoneiros no Brasil Revista Panamericana de Salud Publica v 24 n1 p 25-30 2008 WENDLER E A et al Uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo para reduzir o sono Revista Sauacutede v 9 n 314 p 7-14 2003 WORLD HEALTH ORGANIZATION Global Health Estimates deaths by cause age sex and country 2000-2012 Geneva WHO 2014 ______ Obesity preventing and managing the global epidemic Report of a WHO Consultation of Obesity Geneva 1997 ZEFERINO MT Acidentes de tracircnsito e os estimulantes do tipo anfetaminas ndash estudo de caso junto agraves empresas de transporte rodoviaacuterio de cargas de Santa Catarina 2004143f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Civil) ndash Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004
12
Satildeo numerosos os estudos que estimam a prevalecircncia de HAS no mundo
mas poucos no Brasil Taxas discrepantes de prevalecircncia nesses estudos podem
ser justificadas pelas diferentes metodologias aplicadas como definiccedilotildees diferentes
de HAS (pontos de corte diferentes para definir HAS inclusatildeo ou natildeo de indiviacuteduos
com pressatildeo arterial normal em uso de anti-hipertensivos) variaccedilotildees na populaccedilatildeo-
alvo (faixas etaacuterias diferentes amostras com grupos selecionados) nuacutemero de
visitas para aferir a pressatildeo (CAVALCANTE et al 1995 NEDER BORGES 2006)
Pereira et al (2007) levando-se em consideraccedilatildeo apenas pressatildeo
arterial gt 140 x 90mmHg obteve 364 (IC95 327-399) de prevalecircncia de
hipertensatildeo na populaccedilatildeo adulta de Tubaratildeo quando levaram em consideraccedilatildeo os
indiviacuteduos em tratamento controlados esta foi de 405 (IC95 368-442) Entre a
populaccedilatildeo hipertensa (n = 286) a prevalecircncia de hipertensatildeo sisto-diastoacutelica de
455 (IC95 396-514) e de hipertensatildeo controlada 101 (IC95 69-142)
Dentre os faacutermacos utilizados com maior frequecircncia entre os motoristas de
caminhotildees estatildeo a Losartana e o Captopril exercendo accedilatildeo terapecircutica
respectivamente em 40 e 30 dos sujeitos da pesquisa como mostra a Figura
01
Figura 01 Medicamentos anti-hipertensivos utilizados pelos motoristas de caminhotildees (n=20)
Fonte autoria proacutepria
Estudo semelhante feito por Belan et al (2017) constatou que 75 dos
caminhoneiros faziam uso de valsartana 625 de propranolol 1125 de captopril
e 75 de losartana Segundo a Relaccedilatildeo Nacional de Medicamentos Essenciais ndash
RENAME (BRASIL 2010b) a utilizaccedilatildeo de losartana (13) e captopril (16) foram
13
inferiores em relaccedilatildeo ao uso de outros medicamentos como a hidroclorotiazida
(43) e o enalapril (24) divergindo dos resultados da pesquisa
No levantamento feito por Shinya et al (2011) que objetivou analisar os
medicamentos anti-hipertensivos mais utilizados nos municiacutepios de Ouroeste e
Populina localizados no Noroeste Paulista foi verificado que o captopril 25mg foi o
faacutermaco mais dispensado na Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) de Populina
enquanto que na UBS de Ouroeste foi o enalapril 20mg Jaacute o medicamento Losartan
eacute o mais utilizado pela sauacutede puacuteblica no municiacutepio de Ouroeste em relaccedilatildeo ao
municiacutepio de Populina-SP
Quanto agrave circunferecircncia da cintura 50 caminhoneiros (526) encontraram-se
com risco muito aumentado para alguns eventos cardiovasculares 26 indiviacuteduos
(274) apresentaram risco aumentado para complicaccedilotildees metaboacutelicas totalizando
um percentual de risco de 80 da amostra (Figura 02)
Figura 02 Risco cardiovascular segundo a circunferecircncia da cintura em motoristas de caminhotildees e seus respectivos intervalos de confianccedila (n=95)
Fonte autoria proacutepria
Os dados satildeo condizentes com a pesquisa de Santos et al (2012) na qual a
circunferecircncia abdominal se mostrou elevada em 68 dos caminhoneiros
Entretanto diferem do estudo realizado por Cavagioni et al (2008) feito com 258
motoristas em que 31 apresentaram risco aumentado
Os fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares encontrados neste estudo
somados ao estilo de vida dos participantes reforccedilam os achados de diminuiccedilatildeo da
14
qualidade de vida e associaccedilatildeo ao aparecimento de outras doenccedilas ainda na fase
adulta Quando os pacientes hipertensos satildeo comparados a indiviacuteduos
normotensos uma das maiores diferenccedilas encontradas tem sido um aumento na
prevalecircncia de obesidade (KAPLAN 1998)
Os resultados quanto agrave prevalecircncia de alguns fatores de risco para doenccedilas
crocircnicas mostraram que tanto os adultos quanto os idosos estatildeo em risco para
doenccedilas cardiovasculares principalmente em virtude de altos valores de
circunferecircncia abdominal
Ao realizar a avaliaccedilatildeo da PA observou-se que 5790 dos caminhoneiros
apresentaram niacuteveis pressoacutericos considerados oacutetimos Poreacutem 1789 embora
apresentassem sua PA oacutetima sabia-se que eles eram hipertensos pois havia o
relato do uso da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva Quanto aos indiviacuteduos com preacute-
hipertensatildeo constatou-se um percentual de 2737 dos quais 316 tambeacutem foram
considerados hipertensos por conta de relatem uso de medicamentos Jaacute com
relaccedilatildeo ao quadro sugestivo de hipertensatildeo por elevaccedilatildeo da PA observou-se um
percentual de 1473 motoristas de caminhotildees dos quais 526 (estaacutegio 1) 842
(estaacutegio 2) e 105 (estaacutegio 3) Dessa forma o percentual de hipertensos foi de
3578 (Tabela 07)
Tabela 07 Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial e de uso de anti-hipertensivos em motoristas de caminhotildees (n=95)
de Motoristas de acordo com a
PA
de Motoristas em uso de anti-hipertensivos
Hipertensos
Oacutetima 5790 1789 1789
Preacute-hipertensatildeo 2737 316 316
Hipertensatildeo estaacutegio 1 526 - 526
Hipertensatildeo estaacutegio 2 842 - 842
Hipertensatildeo estaacutegio 3 105 - 105
Total 100 2105 3578
Fonte autoria proacutepria
Comparando os resultados com outras investigaccedilotildees Takitane et al (2013)
apuraram que 123 dos motoristas de caminhatildeo de Satildeo Paulo relataram ter
hipertensatildeo Belan et al (2017) encontraram um percentual de 1625 de
caminhoneiros com hipertensatildeo e Batista e Silva (2005) evidenciaram que 2070
15
dos caminhoneiros apresentaram niacuteveis pressoacutericos elevados divergindo com a
presente investigaccedilatildeo
Cavagioni e Pierin (2010) durante avaliaccedilatildeo da pressatildeo arterial mostraram
que 372 dos motoristas apresentaram niacuteveis compatiacuteveis com hipertensatildeo
arterial corroborando com o estudo em questatildeo Tal achado eacute compatiacutevel ao dado
internacional de Layne et al (2009) e em nosso meio em outras classes
profissionais similares como motoristas de ocircnibus em regiatildeo urbana (CORREcircA
FILHO et al 2002) e profissionais da aacuterea da sauacutede (MION JUacuteNIOR et al 2004) Jaacute
no estudo de Coser et al (2009) a prevalecircncia de hipertensatildeo arterial sistoacutelica e
diastoacutelica foi de 47 sendo este valor superior ao que foi visto na presente
pesquisa
Sabe-se que o fato de a PA ter dado alterada ou natildeo nos motoristas de
caminhotildees eacute apenas sugestivo de hipertensatildeo tendo em vista que eacute necessaacuteria a
avaliaccedilatildeo de outros paracircmetros complementares para se confirmar o diagnoacutestico da
doenccedila
Cavagioni e Pierin (2010) relacionando o consumo de drogas anfetamiacutenicas
com a hipertensatildeo verificaram que o haacutebito de ingerir medicamentos para inibir o
sono funcionava como um fator protetor para o surgimento da hipertensatildeo arterial
Supotildee-se que essa associaccedilatildeo seja decorrente do fato de que ingerir medicamentos
para inibir o sono tenha sido mais frequente nos motoristas mais jovens (3534 plusmn
865 vs 4043 plusmn 1106 anos plt 005) portanto com pouca influecircncia da elevaccedilatildeo da
idade no surgimento da hipertensatildeo arterial
4 CONCLUSAtildeO
Os resultados comprobatoacuterios obtidos na pesquisa evidenciaram que a
maioria dos motoristas de caminhatildeo era adulto casado com baixo niacutevel de
escolaridade Foi visto que a prevalecircncia de caminhoneiros que jaacute fizeram o uso do
rebite uma vez na vida e a frequecircncia de consumo no uacuteltimo mecircs foram ambas
consideradas elevadas Quanto aos fatores de risco cardiovascular verificou-se que
uma parcela consideraacutevel dos caminhoneiros era hipertensa e a sua grande maioria
apresentava risco elevado para complicaccedilotildees metaboacutelicas de acordo com a
circunferecircncia da cintura
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Dessa forma sugere-se que sejam implementadas intervenccedilotildees atraveacutes de
estrateacutegias de promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas e melhora dos haacutebitos
entre os caminhoneiros e risco de acidentes nas estradas A promoccedilatildeo da sauacutede
pode contribuir para a formaccedilatildeo e desenvolvimento da consciecircncia criacutetica das
pessoas na tentativa de melhorar a qualidade de vida dos mesmos
REFEREcircNCIAS ANDRADE et al Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial autorreferida na populaccedilatildeo brasileira anaacutelise da Pesquisa Nacional de Sauacutede Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede v 24 n 2 2015 ARAUacuteJO T M E et al Vulnerabilidade de caminhoneiros agrave infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite B Revista Interdisciplinar Uninovafapi v3 n1 p29-33 2010 BARBETTA P A Estatiacutestica aplicada agraves ciecircncias sociais 5 ed rev Florianoacutepolis Editora da UFSC 2002 BATISTA M A S SILVA F A B Niacutevel de sauacutede de caminhoneiros que trafegam pela BR 040 com base em dados obtidos durante o VI comando Rodoviaacuterio Federal na cidade de Brasiacutelia-DF um estudo de caso Revista de Divulgaccedilatildeo Cientiacutefica da FACESA 2005 BEEK A J World at work truck drivers Occupational and Environmental Medicine v 69 n 4 p 291-5 2012
BELAN T O et al Prevalecircncia do uso de anfetaminas por caminhoneiros Acta Biomedica Brasiliensis v 8 n 2 2017 BOTELHO S S P et al Uso do ldquorebiterdquo entre caminhoneiros que trafegam na BR-381 do interior do estado de Minas Gerais Revista Brasileira de Enfermagem v 7 n 3 p 134-40 2008 BRASIL Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria Resoluccedilatildeo RDC ndeg 52 de 6 de outubro de 2011 Proibiccedilatildeo do uso das substancias anfepramona femproporex e mazindol seus sais e isocircmeros bem como intermediaacuterios e medidas de controle da prescriccedilatildeo e dispensaccedilatildeo de medicamentos que contenham a substacircncia sibutramina seus sais e isocircmeros bem como intermediaacuterios e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 2011 ______ Conselho Nacional de Sauacutede Resoluccedilatildeo ndeg 466 de 12 de dezembro de 2012 Aprova normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos Brasiacutelia Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 2013 ______ Ministeacuterio da Justiccedila Secretaria Nacional de Seguranccedila Puacuteblica Pesquisa flagra uso de drogas por 30 dos caminhoneiros Brasiacutelia DF 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwinfoseggovbrinfosegdestaques-0113-10-2007-pesquisa-flagra-
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uso-de-drogas-por-30-dos-caminhoneirosgt Acesso em 05 de setembro de 2018 agraves 2000hs _______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Ciecircncia Tecnologia e Insumos Estrateacutegicos Departamento de Assistecircncia Farmacecircutica e Insumos Estrateacutegicos Relaccedilatildeo nacional de medicamentos essenciais Rename Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Ciecircncia Tecnologia e Insumos Estrateacutegicos Departamento de Assistecircncia Farmacecircutica e Insumos Estrateacutegicos ndash 7 ed ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010b 250 p _______ Presidecircncia da Repuacuteblica Secretaria Nacional de Poliacuteticas sobre Drogas I Levantamento Nacional sobre o Uso de Aacutelcool Tabaco e Outras Drogas entre Universitaacuterios das 27 Capitais Brasileiras Secretaria Nacional de Poliacuteticas sobre Drogas GREAIPQ-HCFMUSP organizadores Arthur Guerra de Andrade Paulina do Carmo Arruda Vieira Duarte Luacutecio Garcia de Oliveira ndash Brasiacutelia SENAD 2010a 284 p CAVAGIONI L C et al Siacutendrome metaboacutelica em motoristas profissionais de transporte de cargas da rodovia BR-116 no trecho Paulista-Reacutegis Bittencourt Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia v 52 n 6 p 1015-23 2008 CAVAGIONI L C PIERIN A M G Hipertensatildeo arterial e obesidade em motoristas profissionais de transporte de cargas Acta Paulista de Enfermagem (UNIFESP Impresso) v 23 p 455-460 2010 CAVALCANTE J W S et al Prevalecircncia e aspectos socioculturais e econocircmicos da hipertensatildeo arterial em centro de sauacutede da zona norte de Manaus Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 65 n 6 p 493-6 1995 CHEN GP et al Chronic inhibition of farnesyl pyrophosphate synthase improves endothelial function in spontaneously hypertensive rats Biochemical Pharmacology v 80 p1684ndash1689 2010 CORREcircA FILHO H R et al Perda auditiva induzida por ruiacutedo e hipertensatildeo em condutores de ocircnibus Revista de Sauacutede Puacuteblica v 36 n 6 p 693-701 2002 COSER J et al Triagem dos perfis lipiacutedico e gliciacutedico em caminhoneiros que trafegam no centro unificado de fronteira entre Brasil e Argentina (AU) Revista brasileira de anaacutelises cliacutenicas v 41 n 3 p 223-228 2009 COUPER F J et al Prevalence of drug use in commercial tractor trailer drivers Journal Forensic Science v 47 n 3 p 562-7 2002 DOMINGOS J B C et al Consumo de aacutelcool sobrepeso e obesidade entre caminhoneiros Revista Enfermagem UERJ v 18 p 377-382 2010
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KNAUTH D R et al Manter-se acordado a vulnerabilidade dos caminhoneiros no Rio Grande do Sul Revista de Sauacutede Puacuteblica v 46 n 5 p 886-893 2012 LAYNE DM et al Health and gender comparisons in the long-haul trucking industry a pilot study AAOHN Journal v 57 n 10 p 405-13 2009 LUIZ R R et al Planejamento amostral In ______ Epidemiologia e bioestatiacutestica na pesquisa odontoloacutegica Satildeo Paulo Atheneu 2005 p245-272 MARTINS EPA et al Fatores de risco para obesidade entre caminhoneiros que trafegam na BR 381 Revista Enfermagem Integrada v 2 n 2 p 345-57 2009 MASSON V A MONTEIRO M I Vulnerabilidade agrave doenccedilas sexualmente transmissiacuteveisAIDS e uso de drogas psicoativas por caminhoneiros Revista Brasileira de Enfermagem Brasiacutelia v 63 n 1 2010 MION JUacuteNIOR D et al Hypertension in employees of a University General Hospital Revista do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina - Universidade de Satildeo Paulo v 59 n 6 p 329-36 2004 MOZAFFARIAN et al Executive summary heart disease and stroke statistics-2016 update a report from the American Heart Association Circulation v133 p 447-54 2016 MUSSHOFF F MADEA B Driving under the influence of amphetamine-like drugs Journal Forensic Science v 57 p 413-9 2012
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NASCIMENTO E C et al Uso de aacutelcool e anfetaminas entre caminhoneiros de estrada Revista de Sauacutede Puacuteblica v 41 n 2 p 290-3 2007 NEDER M M BORGES A A N Hipertensatildeo arterial sistecircmica no Brasil o que avanccedilamos no conhecimento de sua epidemiologia Revista Brasileira de Hipertensatildeo v 13 n 2 p 126-33 2006 NGUYEN T LAU DC The obesity epidemic and its impact on hypertension Canadian Journal Cardiology v 28 p 326ndash33 2012 NTSB Fatigue alcohol other drugs and medical factors in fatal-to-the driver heavy truck crashes National Transportation Safety Board safety study NTSBSS 9091 Washington DC National Transportation Safety Board 1990 OLIVEIRA L G A continuidade do uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo no Estado de Satildeo Paulo Brasil a despeito da proibiccedilatildeo de sua produccedilatildeo prescriccedilatildeo e uso Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v 29 n 9 p 1903-9 2013 PENTEADO R Z et al Trabalho e sauacutede em motoristas de caminhatildeo no interior de Satildeo Paulo Sauacutede e Sociedade v 17 n 4 p 35-45 2008 PEREIRA M R et al Prevalecircncia conhecimento tratamento e controle de hipertensatildeo arterial sistecircmica na populaccedilatildeo adulta urbana de Tubaratildeo Santa Catarina Brasil em 2003 Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v 23 n 10 p 2363-2374 2007 PEREIRA R A et al Razatildeo cinturaquadril como preditor de hipertensatildeo arterial Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v 15 n 2 1999 PHILIP P et al Work and rest sleep schedules of 227 European truck drivers Sleep Medicine v 3 p 507-511 2002 PINSKY I et al Willingness and alternatives to drunk driving among young people from Satildeo Paulo city Brazil Revista Brasileira de Psiquiatria v 26 n 4 p 234-41 2004 RESENDE P T V et al Haacutebitos de vida e seguranccedila dos caminhoneiros brasileiros Haacutebitos de vida e seguranccedila dos caminhoneiros brasileiros In SIMPOacuteSIO DE ADMINISTRACcedilAtildeO DA PRODUCcedilAtildeO LOGIacuteSTICA E OPERACcedilOtildeES INTERNACIONAIS 13 2010 Satildeo Paulo Anais Satildeo Paulo FGV 201017 p RUAS A et al Detecccedilatildeo dos fatores de risco para o desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares dos profissionais caminhoneiros prevenccedilatildeo reflexatildeo e conhecimento Revista Perspectiva v34 n125 p 147-158 2010 SANTOS E S et al Composiccedilatildeo corporal e hipertensatildeo afetam o iacutendice de rigidez arterial de caminhoneiros Motricidade v 8 n 2 p 23-29 2012 SHINYA A L et al Levantamento de medicamentos anti-hipertensivos mais utilizados nos municiacutepios de Ouroeste e Paulina localizados no noroeste
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paulista 2011 Monografia (Graduaccedilatildeo de Farmaacutecia) ndash Fundaccedilatildeo Educacional de Fernandoacutepolis Satildeo Paulo 2011 37p SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA VII Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia Satildeo Paulo v 107 n 3 p 1-103 2016 TAKITANE J et al Uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo em rodovias do Estado de Satildeo Paulo um risco agrave ocorrecircncia de acidentes de tracircnsito Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 18 n 5 p1247-1254 2013 TELES S A et al Comportamentos de risco para doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis em caminhoneiros no Brasil Revista Panamericana de Salud Publica v 24 n1 p 25-30 2008 WENDLER E A et al Uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo para reduzir o sono Revista Sauacutede v 9 n 314 p 7-14 2003 WORLD HEALTH ORGANIZATION Global Health Estimates deaths by cause age sex and country 2000-2012 Geneva WHO 2014 ______ Obesity preventing and managing the global epidemic Report of a WHO Consultation of Obesity Geneva 1997 ZEFERINO MT Acidentes de tracircnsito e os estimulantes do tipo anfetaminas ndash estudo de caso junto agraves empresas de transporte rodoviaacuterio de cargas de Santa Catarina 2004143f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Civil) ndash Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004
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inferiores em relaccedilatildeo ao uso de outros medicamentos como a hidroclorotiazida
(43) e o enalapril (24) divergindo dos resultados da pesquisa
No levantamento feito por Shinya et al (2011) que objetivou analisar os
medicamentos anti-hipertensivos mais utilizados nos municiacutepios de Ouroeste e
Populina localizados no Noroeste Paulista foi verificado que o captopril 25mg foi o
faacutermaco mais dispensado na Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) de Populina
enquanto que na UBS de Ouroeste foi o enalapril 20mg Jaacute o medicamento Losartan
eacute o mais utilizado pela sauacutede puacuteblica no municiacutepio de Ouroeste em relaccedilatildeo ao
municiacutepio de Populina-SP
Quanto agrave circunferecircncia da cintura 50 caminhoneiros (526) encontraram-se
com risco muito aumentado para alguns eventos cardiovasculares 26 indiviacuteduos
(274) apresentaram risco aumentado para complicaccedilotildees metaboacutelicas totalizando
um percentual de risco de 80 da amostra (Figura 02)
Figura 02 Risco cardiovascular segundo a circunferecircncia da cintura em motoristas de caminhotildees e seus respectivos intervalos de confianccedila (n=95)
Fonte autoria proacutepria
Os dados satildeo condizentes com a pesquisa de Santos et al (2012) na qual a
circunferecircncia abdominal se mostrou elevada em 68 dos caminhoneiros
Entretanto diferem do estudo realizado por Cavagioni et al (2008) feito com 258
motoristas em que 31 apresentaram risco aumentado
Os fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares encontrados neste estudo
somados ao estilo de vida dos participantes reforccedilam os achados de diminuiccedilatildeo da
14
qualidade de vida e associaccedilatildeo ao aparecimento de outras doenccedilas ainda na fase
adulta Quando os pacientes hipertensos satildeo comparados a indiviacuteduos
normotensos uma das maiores diferenccedilas encontradas tem sido um aumento na
prevalecircncia de obesidade (KAPLAN 1998)
Os resultados quanto agrave prevalecircncia de alguns fatores de risco para doenccedilas
crocircnicas mostraram que tanto os adultos quanto os idosos estatildeo em risco para
doenccedilas cardiovasculares principalmente em virtude de altos valores de
circunferecircncia abdominal
Ao realizar a avaliaccedilatildeo da PA observou-se que 5790 dos caminhoneiros
apresentaram niacuteveis pressoacutericos considerados oacutetimos Poreacutem 1789 embora
apresentassem sua PA oacutetima sabia-se que eles eram hipertensos pois havia o
relato do uso da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva Quanto aos indiviacuteduos com preacute-
hipertensatildeo constatou-se um percentual de 2737 dos quais 316 tambeacutem foram
considerados hipertensos por conta de relatem uso de medicamentos Jaacute com
relaccedilatildeo ao quadro sugestivo de hipertensatildeo por elevaccedilatildeo da PA observou-se um
percentual de 1473 motoristas de caminhotildees dos quais 526 (estaacutegio 1) 842
(estaacutegio 2) e 105 (estaacutegio 3) Dessa forma o percentual de hipertensos foi de
3578 (Tabela 07)
Tabela 07 Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial e de uso de anti-hipertensivos em motoristas de caminhotildees (n=95)
de Motoristas de acordo com a
PA
de Motoristas em uso de anti-hipertensivos
Hipertensos
Oacutetima 5790 1789 1789
Preacute-hipertensatildeo 2737 316 316
Hipertensatildeo estaacutegio 1 526 - 526
Hipertensatildeo estaacutegio 2 842 - 842
Hipertensatildeo estaacutegio 3 105 - 105
Total 100 2105 3578
Fonte autoria proacutepria
Comparando os resultados com outras investigaccedilotildees Takitane et al (2013)
apuraram que 123 dos motoristas de caminhatildeo de Satildeo Paulo relataram ter
hipertensatildeo Belan et al (2017) encontraram um percentual de 1625 de
caminhoneiros com hipertensatildeo e Batista e Silva (2005) evidenciaram que 2070
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dos caminhoneiros apresentaram niacuteveis pressoacutericos elevados divergindo com a
presente investigaccedilatildeo
Cavagioni e Pierin (2010) durante avaliaccedilatildeo da pressatildeo arterial mostraram
que 372 dos motoristas apresentaram niacuteveis compatiacuteveis com hipertensatildeo
arterial corroborando com o estudo em questatildeo Tal achado eacute compatiacutevel ao dado
internacional de Layne et al (2009) e em nosso meio em outras classes
profissionais similares como motoristas de ocircnibus em regiatildeo urbana (CORREcircA
FILHO et al 2002) e profissionais da aacuterea da sauacutede (MION JUacuteNIOR et al 2004) Jaacute
no estudo de Coser et al (2009) a prevalecircncia de hipertensatildeo arterial sistoacutelica e
diastoacutelica foi de 47 sendo este valor superior ao que foi visto na presente
pesquisa
Sabe-se que o fato de a PA ter dado alterada ou natildeo nos motoristas de
caminhotildees eacute apenas sugestivo de hipertensatildeo tendo em vista que eacute necessaacuteria a
avaliaccedilatildeo de outros paracircmetros complementares para se confirmar o diagnoacutestico da
doenccedila
Cavagioni e Pierin (2010) relacionando o consumo de drogas anfetamiacutenicas
com a hipertensatildeo verificaram que o haacutebito de ingerir medicamentos para inibir o
sono funcionava como um fator protetor para o surgimento da hipertensatildeo arterial
Supotildee-se que essa associaccedilatildeo seja decorrente do fato de que ingerir medicamentos
para inibir o sono tenha sido mais frequente nos motoristas mais jovens (3534 plusmn
865 vs 4043 plusmn 1106 anos plt 005) portanto com pouca influecircncia da elevaccedilatildeo da
idade no surgimento da hipertensatildeo arterial
4 CONCLUSAtildeO
Os resultados comprobatoacuterios obtidos na pesquisa evidenciaram que a
maioria dos motoristas de caminhatildeo era adulto casado com baixo niacutevel de
escolaridade Foi visto que a prevalecircncia de caminhoneiros que jaacute fizeram o uso do
rebite uma vez na vida e a frequecircncia de consumo no uacuteltimo mecircs foram ambas
consideradas elevadas Quanto aos fatores de risco cardiovascular verificou-se que
uma parcela consideraacutevel dos caminhoneiros era hipertensa e a sua grande maioria
apresentava risco elevado para complicaccedilotildees metaboacutelicas de acordo com a
circunferecircncia da cintura
16
Dessa forma sugere-se que sejam implementadas intervenccedilotildees atraveacutes de
estrateacutegias de promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas e melhora dos haacutebitos
entre os caminhoneiros e risco de acidentes nas estradas A promoccedilatildeo da sauacutede
pode contribuir para a formaccedilatildeo e desenvolvimento da consciecircncia criacutetica das
pessoas na tentativa de melhorar a qualidade de vida dos mesmos
REFEREcircNCIAS ANDRADE et al Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial autorreferida na populaccedilatildeo brasileira anaacutelise da Pesquisa Nacional de Sauacutede Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede v 24 n 2 2015 ARAUacuteJO T M E et al Vulnerabilidade de caminhoneiros agrave infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite B Revista Interdisciplinar Uninovafapi v3 n1 p29-33 2010 BARBETTA P A Estatiacutestica aplicada agraves ciecircncias sociais 5 ed rev Florianoacutepolis Editora da UFSC 2002 BATISTA M A S SILVA F A B Niacutevel de sauacutede de caminhoneiros que trafegam pela BR 040 com base em dados obtidos durante o VI comando Rodoviaacuterio Federal na cidade de Brasiacutelia-DF um estudo de caso Revista de Divulgaccedilatildeo Cientiacutefica da FACESA 2005 BEEK A J World at work truck drivers Occupational and Environmental Medicine v 69 n 4 p 291-5 2012
BELAN T O et al Prevalecircncia do uso de anfetaminas por caminhoneiros Acta Biomedica Brasiliensis v 8 n 2 2017 BOTELHO S S P et al Uso do ldquorebiterdquo entre caminhoneiros que trafegam na BR-381 do interior do estado de Minas Gerais Revista Brasileira de Enfermagem v 7 n 3 p 134-40 2008 BRASIL Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria Resoluccedilatildeo RDC ndeg 52 de 6 de outubro de 2011 Proibiccedilatildeo do uso das substancias anfepramona femproporex e mazindol seus sais e isocircmeros bem como intermediaacuterios e medidas de controle da prescriccedilatildeo e dispensaccedilatildeo de medicamentos que contenham a substacircncia sibutramina seus sais e isocircmeros bem como intermediaacuterios e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 2011 ______ Conselho Nacional de Sauacutede Resoluccedilatildeo ndeg 466 de 12 de dezembro de 2012 Aprova normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos Brasiacutelia Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 2013 ______ Ministeacuterio da Justiccedila Secretaria Nacional de Seguranccedila Puacuteblica Pesquisa flagra uso de drogas por 30 dos caminhoneiros Brasiacutelia DF 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwinfoseggovbrinfosegdestaques-0113-10-2007-pesquisa-flagra-
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uso-de-drogas-por-30-dos-caminhoneirosgt Acesso em 05 de setembro de 2018 agraves 2000hs _______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Ciecircncia Tecnologia e Insumos Estrateacutegicos Departamento de Assistecircncia Farmacecircutica e Insumos Estrateacutegicos Relaccedilatildeo nacional de medicamentos essenciais Rename Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Ciecircncia Tecnologia e Insumos Estrateacutegicos Departamento de Assistecircncia Farmacecircutica e Insumos Estrateacutegicos ndash 7 ed ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010b 250 p _______ Presidecircncia da Repuacuteblica Secretaria Nacional de Poliacuteticas sobre Drogas I Levantamento Nacional sobre o Uso de Aacutelcool Tabaco e Outras Drogas entre Universitaacuterios das 27 Capitais Brasileiras Secretaria Nacional de Poliacuteticas sobre Drogas GREAIPQ-HCFMUSP organizadores Arthur Guerra de Andrade Paulina do Carmo Arruda Vieira Duarte Luacutecio Garcia de Oliveira ndash Brasiacutelia SENAD 2010a 284 p CAVAGIONI L C et al Siacutendrome metaboacutelica em motoristas profissionais de transporte de cargas da rodovia BR-116 no trecho Paulista-Reacutegis Bittencourt Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia v 52 n 6 p 1015-23 2008 CAVAGIONI L C PIERIN A M G Hipertensatildeo arterial e obesidade em motoristas profissionais de transporte de cargas Acta Paulista de Enfermagem (UNIFESP Impresso) v 23 p 455-460 2010 CAVALCANTE J W S et al Prevalecircncia e aspectos socioculturais e econocircmicos da hipertensatildeo arterial em centro de sauacutede da zona norte de Manaus Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 65 n 6 p 493-6 1995 CHEN GP et al Chronic inhibition of farnesyl pyrophosphate synthase improves endothelial function in spontaneously hypertensive rats Biochemical Pharmacology v 80 p1684ndash1689 2010 CORREcircA FILHO H R et al Perda auditiva induzida por ruiacutedo e hipertensatildeo em condutores de ocircnibus Revista de Sauacutede Puacuteblica v 36 n 6 p 693-701 2002 COSER J et al Triagem dos perfis lipiacutedico e gliciacutedico em caminhoneiros que trafegam no centro unificado de fronteira entre Brasil e Argentina (AU) Revista brasileira de anaacutelises cliacutenicas v 41 n 3 p 223-228 2009 COUPER F J et al Prevalence of drug use in commercial tractor trailer drivers Journal Forensic Science v 47 n 3 p 562-7 2002 DOMINGOS J B C et al Consumo de aacutelcool sobrepeso e obesidade entre caminhoneiros Revista Enfermagem UERJ v 18 p 377-382 2010
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paulista 2011 Monografia (Graduaccedilatildeo de Farmaacutecia) ndash Fundaccedilatildeo Educacional de Fernandoacutepolis Satildeo Paulo 2011 37p SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA VII Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia Satildeo Paulo v 107 n 3 p 1-103 2016 TAKITANE J et al Uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo em rodovias do Estado de Satildeo Paulo um risco agrave ocorrecircncia de acidentes de tracircnsito Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 18 n 5 p1247-1254 2013 TELES S A et al Comportamentos de risco para doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis em caminhoneiros no Brasil Revista Panamericana de Salud Publica v 24 n1 p 25-30 2008 WENDLER E A et al Uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo para reduzir o sono Revista Sauacutede v 9 n 314 p 7-14 2003 WORLD HEALTH ORGANIZATION Global Health Estimates deaths by cause age sex and country 2000-2012 Geneva WHO 2014 ______ Obesity preventing and managing the global epidemic Report of a WHO Consultation of Obesity Geneva 1997 ZEFERINO MT Acidentes de tracircnsito e os estimulantes do tipo anfetaminas ndash estudo de caso junto agraves empresas de transporte rodoviaacuterio de cargas de Santa Catarina 2004143f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Civil) ndash Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004
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qualidade de vida e associaccedilatildeo ao aparecimento de outras doenccedilas ainda na fase
adulta Quando os pacientes hipertensos satildeo comparados a indiviacuteduos
normotensos uma das maiores diferenccedilas encontradas tem sido um aumento na
prevalecircncia de obesidade (KAPLAN 1998)
Os resultados quanto agrave prevalecircncia de alguns fatores de risco para doenccedilas
crocircnicas mostraram que tanto os adultos quanto os idosos estatildeo em risco para
doenccedilas cardiovasculares principalmente em virtude de altos valores de
circunferecircncia abdominal
Ao realizar a avaliaccedilatildeo da PA observou-se que 5790 dos caminhoneiros
apresentaram niacuteveis pressoacutericos considerados oacutetimos Poreacutem 1789 embora
apresentassem sua PA oacutetima sabia-se que eles eram hipertensos pois havia o
relato do uso da medicaccedilatildeo anti-hipertensiva Quanto aos indiviacuteduos com preacute-
hipertensatildeo constatou-se um percentual de 2737 dos quais 316 tambeacutem foram
considerados hipertensos por conta de relatem uso de medicamentos Jaacute com
relaccedilatildeo ao quadro sugestivo de hipertensatildeo por elevaccedilatildeo da PA observou-se um
percentual de 1473 motoristas de caminhotildees dos quais 526 (estaacutegio 1) 842
(estaacutegio 2) e 105 (estaacutegio 3) Dessa forma o percentual de hipertensos foi de
3578 (Tabela 07)
Tabela 07 Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial e de uso de anti-hipertensivos em motoristas de caminhotildees (n=95)
de Motoristas de acordo com a
PA
de Motoristas em uso de anti-hipertensivos
Hipertensos
Oacutetima 5790 1789 1789
Preacute-hipertensatildeo 2737 316 316
Hipertensatildeo estaacutegio 1 526 - 526
Hipertensatildeo estaacutegio 2 842 - 842
Hipertensatildeo estaacutegio 3 105 - 105
Total 100 2105 3578
Fonte autoria proacutepria
Comparando os resultados com outras investigaccedilotildees Takitane et al (2013)
apuraram que 123 dos motoristas de caminhatildeo de Satildeo Paulo relataram ter
hipertensatildeo Belan et al (2017) encontraram um percentual de 1625 de
caminhoneiros com hipertensatildeo e Batista e Silva (2005) evidenciaram que 2070
15
dos caminhoneiros apresentaram niacuteveis pressoacutericos elevados divergindo com a
presente investigaccedilatildeo
Cavagioni e Pierin (2010) durante avaliaccedilatildeo da pressatildeo arterial mostraram
que 372 dos motoristas apresentaram niacuteveis compatiacuteveis com hipertensatildeo
arterial corroborando com o estudo em questatildeo Tal achado eacute compatiacutevel ao dado
internacional de Layne et al (2009) e em nosso meio em outras classes
profissionais similares como motoristas de ocircnibus em regiatildeo urbana (CORREcircA
FILHO et al 2002) e profissionais da aacuterea da sauacutede (MION JUacuteNIOR et al 2004) Jaacute
no estudo de Coser et al (2009) a prevalecircncia de hipertensatildeo arterial sistoacutelica e
diastoacutelica foi de 47 sendo este valor superior ao que foi visto na presente
pesquisa
Sabe-se que o fato de a PA ter dado alterada ou natildeo nos motoristas de
caminhotildees eacute apenas sugestivo de hipertensatildeo tendo em vista que eacute necessaacuteria a
avaliaccedilatildeo de outros paracircmetros complementares para se confirmar o diagnoacutestico da
doenccedila
Cavagioni e Pierin (2010) relacionando o consumo de drogas anfetamiacutenicas
com a hipertensatildeo verificaram que o haacutebito de ingerir medicamentos para inibir o
sono funcionava como um fator protetor para o surgimento da hipertensatildeo arterial
Supotildee-se que essa associaccedilatildeo seja decorrente do fato de que ingerir medicamentos
para inibir o sono tenha sido mais frequente nos motoristas mais jovens (3534 plusmn
865 vs 4043 plusmn 1106 anos plt 005) portanto com pouca influecircncia da elevaccedilatildeo da
idade no surgimento da hipertensatildeo arterial
4 CONCLUSAtildeO
Os resultados comprobatoacuterios obtidos na pesquisa evidenciaram que a
maioria dos motoristas de caminhatildeo era adulto casado com baixo niacutevel de
escolaridade Foi visto que a prevalecircncia de caminhoneiros que jaacute fizeram o uso do
rebite uma vez na vida e a frequecircncia de consumo no uacuteltimo mecircs foram ambas
consideradas elevadas Quanto aos fatores de risco cardiovascular verificou-se que
uma parcela consideraacutevel dos caminhoneiros era hipertensa e a sua grande maioria
apresentava risco elevado para complicaccedilotildees metaboacutelicas de acordo com a
circunferecircncia da cintura
16
Dessa forma sugere-se que sejam implementadas intervenccedilotildees atraveacutes de
estrateacutegias de promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas e melhora dos haacutebitos
entre os caminhoneiros e risco de acidentes nas estradas A promoccedilatildeo da sauacutede
pode contribuir para a formaccedilatildeo e desenvolvimento da consciecircncia criacutetica das
pessoas na tentativa de melhorar a qualidade de vida dos mesmos
REFEREcircNCIAS ANDRADE et al Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial autorreferida na populaccedilatildeo brasileira anaacutelise da Pesquisa Nacional de Sauacutede Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede v 24 n 2 2015 ARAUacuteJO T M E et al Vulnerabilidade de caminhoneiros agrave infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite B Revista Interdisciplinar Uninovafapi v3 n1 p29-33 2010 BARBETTA P A Estatiacutestica aplicada agraves ciecircncias sociais 5 ed rev Florianoacutepolis Editora da UFSC 2002 BATISTA M A S SILVA F A B Niacutevel de sauacutede de caminhoneiros que trafegam pela BR 040 com base em dados obtidos durante o VI comando Rodoviaacuterio Federal na cidade de Brasiacutelia-DF um estudo de caso Revista de Divulgaccedilatildeo Cientiacutefica da FACESA 2005 BEEK A J World at work truck drivers Occupational and Environmental Medicine v 69 n 4 p 291-5 2012
BELAN T O et al Prevalecircncia do uso de anfetaminas por caminhoneiros Acta Biomedica Brasiliensis v 8 n 2 2017 BOTELHO S S P et al Uso do ldquorebiterdquo entre caminhoneiros que trafegam na BR-381 do interior do estado de Minas Gerais Revista Brasileira de Enfermagem v 7 n 3 p 134-40 2008 BRASIL Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria Resoluccedilatildeo RDC ndeg 52 de 6 de outubro de 2011 Proibiccedilatildeo do uso das substancias anfepramona femproporex e mazindol seus sais e isocircmeros bem como intermediaacuterios e medidas de controle da prescriccedilatildeo e dispensaccedilatildeo de medicamentos que contenham a substacircncia sibutramina seus sais e isocircmeros bem como intermediaacuterios e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 2011 ______ Conselho Nacional de Sauacutede Resoluccedilatildeo ndeg 466 de 12 de dezembro de 2012 Aprova normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos Brasiacutelia Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 2013 ______ Ministeacuterio da Justiccedila Secretaria Nacional de Seguranccedila Puacuteblica Pesquisa flagra uso de drogas por 30 dos caminhoneiros Brasiacutelia DF 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwinfoseggovbrinfosegdestaques-0113-10-2007-pesquisa-flagra-
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uso-de-drogas-por-30-dos-caminhoneirosgt Acesso em 05 de setembro de 2018 agraves 2000hs _______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Ciecircncia Tecnologia e Insumos Estrateacutegicos Departamento de Assistecircncia Farmacecircutica e Insumos Estrateacutegicos Relaccedilatildeo nacional de medicamentos essenciais Rename Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Ciecircncia Tecnologia e Insumos Estrateacutegicos Departamento de Assistecircncia Farmacecircutica e Insumos Estrateacutegicos ndash 7 ed ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010b 250 p _______ Presidecircncia da Repuacuteblica Secretaria Nacional de Poliacuteticas sobre Drogas I Levantamento Nacional sobre o Uso de Aacutelcool Tabaco e Outras Drogas entre Universitaacuterios das 27 Capitais Brasileiras Secretaria Nacional de Poliacuteticas sobre Drogas GREAIPQ-HCFMUSP organizadores Arthur Guerra de Andrade Paulina do Carmo Arruda Vieira Duarte Luacutecio Garcia de Oliveira ndash Brasiacutelia SENAD 2010a 284 p CAVAGIONI L C et al Siacutendrome metaboacutelica em motoristas profissionais de transporte de cargas da rodovia BR-116 no trecho Paulista-Reacutegis Bittencourt Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia v 52 n 6 p 1015-23 2008 CAVAGIONI L C PIERIN A M G Hipertensatildeo arterial e obesidade em motoristas profissionais de transporte de cargas Acta Paulista de Enfermagem (UNIFESP Impresso) v 23 p 455-460 2010 CAVALCANTE J W S et al Prevalecircncia e aspectos socioculturais e econocircmicos da hipertensatildeo arterial em centro de sauacutede da zona norte de Manaus Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 65 n 6 p 493-6 1995 CHEN GP et al Chronic inhibition of farnesyl pyrophosphate synthase improves endothelial function in spontaneously hypertensive rats Biochemical Pharmacology v 80 p1684ndash1689 2010 CORREcircA FILHO H R et al Perda auditiva induzida por ruiacutedo e hipertensatildeo em condutores de ocircnibus Revista de Sauacutede Puacuteblica v 36 n 6 p 693-701 2002 COSER J et al Triagem dos perfis lipiacutedico e gliciacutedico em caminhoneiros que trafegam no centro unificado de fronteira entre Brasil e Argentina (AU) Revista brasileira de anaacutelises cliacutenicas v 41 n 3 p 223-228 2009 COUPER F J et al Prevalence of drug use in commercial tractor trailer drivers Journal Forensic Science v 47 n 3 p 562-7 2002 DOMINGOS J B C et al Consumo de aacutelcool sobrepeso e obesidade entre caminhoneiros Revista Enfermagem UERJ v 18 p 377-382 2010
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DOMINGOS J B C PILLON S C O Uso de aacutelcool entre motoristas no interior do estado de Satildeo Paulo Revista Enfermagem UERJ v 15 n 3 p 393-9 2007 GILES TD et al Impaired vasodilation in the pathogenesis of hypertension focus on nitric oxide endothelial-derived hyperpolarizing factors and prostaglandins Journal of Clinical Hypertension v 14 n4 p198ndash205 2012 GIROTTO E et al Psychoactive substance use by truck drivers a systematic review Occup Environ Med v 71 n 1 p 71-6 2014 HIEN TT et al Potent vasodilation effect of amurensin G is mediated through the phosphorylation of endothelial nitric oxide synthase Biochemical Pharmacology v 84 p 1437ndash1450 2012 HOFFMAN A L Qualidade de vida dos motoristas de caminhatildeo usuaacuterios do Programa Rodopac um estudo de caso Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia de Produccedilatildeo Florianoacutepolis (SC) Universidade Federal de Santa Catarina 2003 KAPLAN N M Obesity in hypertension effects on prognosis and treatment Journal of Hypertension Supplement v 16 n 1 p S35-37 1998
KNAUTH D R et al Manter-se acordado a vulnerabilidade dos caminhoneiros no Rio Grande do Sul Revista de Sauacutede Puacuteblica v 46 n 5 p 886-893 2012 LAYNE DM et al Health and gender comparisons in the long-haul trucking industry a pilot study AAOHN Journal v 57 n 10 p 405-13 2009 LUIZ R R et al Planejamento amostral In ______ Epidemiologia e bioestatiacutestica na pesquisa odontoloacutegica Satildeo Paulo Atheneu 2005 p245-272 MARTINS EPA et al Fatores de risco para obesidade entre caminhoneiros que trafegam na BR 381 Revista Enfermagem Integrada v 2 n 2 p 345-57 2009 MASSON V A MONTEIRO M I Vulnerabilidade agrave doenccedilas sexualmente transmissiacuteveisAIDS e uso de drogas psicoativas por caminhoneiros Revista Brasileira de Enfermagem Brasiacutelia v 63 n 1 2010 MION JUacuteNIOR D et al Hypertension in employees of a University General Hospital Revista do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina - Universidade de Satildeo Paulo v 59 n 6 p 329-36 2004 MOZAFFARIAN et al Executive summary heart disease and stroke statistics-2016 update a report from the American Heart Association Circulation v133 p 447-54 2016 MUSSHOFF F MADEA B Driving under the influence of amphetamine-like drugs Journal Forensic Science v 57 p 413-9 2012
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NASCIMENTO E C et al Uso de aacutelcool e anfetaminas entre caminhoneiros de estrada Revista de Sauacutede Puacuteblica v 41 n 2 p 290-3 2007 NEDER M M BORGES A A N Hipertensatildeo arterial sistecircmica no Brasil o que avanccedilamos no conhecimento de sua epidemiologia Revista Brasileira de Hipertensatildeo v 13 n 2 p 126-33 2006 NGUYEN T LAU DC The obesity epidemic and its impact on hypertension Canadian Journal Cardiology v 28 p 326ndash33 2012 NTSB Fatigue alcohol other drugs and medical factors in fatal-to-the driver heavy truck crashes National Transportation Safety Board safety study NTSBSS 9091 Washington DC National Transportation Safety Board 1990 OLIVEIRA L G A continuidade do uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo no Estado de Satildeo Paulo Brasil a despeito da proibiccedilatildeo de sua produccedilatildeo prescriccedilatildeo e uso Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v 29 n 9 p 1903-9 2013 PENTEADO R Z et al Trabalho e sauacutede em motoristas de caminhatildeo no interior de Satildeo Paulo Sauacutede e Sociedade v 17 n 4 p 35-45 2008 PEREIRA M R et al Prevalecircncia conhecimento tratamento e controle de hipertensatildeo arterial sistecircmica na populaccedilatildeo adulta urbana de Tubaratildeo Santa Catarina Brasil em 2003 Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v 23 n 10 p 2363-2374 2007 PEREIRA R A et al Razatildeo cinturaquadril como preditor de hipertensatildeo arterial Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v 15 n 2 1999 PHILIP P et al Work and rest sleep schedules of 227 European truck drivers Sleep Medicine v 3 p 507-511 2002 PINSKY I et al Willingness and alternatives to drunk driving among young people from Satildeo Paulo city Brazil Revista Brasileira de Psiquiatria v 26 n 4 p 234-41 2004 RESENDE P T V et al Haacutebitos de vida e seguranccedila dos caminhoneiros brasileiros Haacutebitos de vida e seguranccedila dos caminhoneiros brasileiros In SIMPOacuteSIO DE ADMINISTRACcedilAtildeO DA PRODUCcedilAtildeO LOGIacuteSTICA E OPERACcedilOtildeES INTERNACIONAIS 13 2010 Satildeo Paulo Anais Satildeo Paulo FGV 201017 p RUAS A et al Detecccedilatildeo dos fatores de risco para o desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares dos profissionais caminhoneiros prevenccedilatildeo reflexatildeo e conhecimento Revista Perspectiva v34 n125 p 147-158 2010 SANTOS E S et al Composiccedilatildeo corporal e hipertensatildeo afetam o iacutendice de rigidez arterial de caminhoneiros Motricidade v 8 n 2 p 23-29 2012 SHINYA A L et al Levantamento de medicamentos anti-hipertensivos mais utilizados nos municiacutepios de Ouroeste e Paulina localizados no noroeste
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paulista 2011 Monografia (Graduaccedilatildeo de Farmaacutecia) ndash Fundaccedilatildeo Educacional de Fernandoacutepolis Satildeo Paulo 2011 37p SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA VII Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia Satildeo Paulo v 107 n 3 p 1-103 2016 TAKITANE J et al Uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo em rodovias do Estado de Satildeo Paulo um risco agrave ocorrecircncia de acidentes de tracircnsito Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 18 n 5 p1247-1254 2013 TELES S A et al Comportamentos de risco para doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis em caminhoneiros no Brasil Revista Panamericana de Salud Publica v 24 n1 p 25-30 2008 WENDLER E A et al Uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo para reduzir o sono Revista Sauacutede v 9 n 314 p 7-14 2003 WORLD HEALTH ORGANIZATION Global Health Estimates deaths by cause age sex and country 2000-2012 Geneva WHO 2014 ______ Obesity preventing and managing the global epidemic Report of a WHO Consultation of Obesity Geneva 1997 ZEFERINO MT Acidentes de tracircnsito e os estimulantes do tipo anfetaminas ndash estudo de caso junto agraves empresas de transporte rodoviaacuterio de cargas de Santa Catarina 2004143f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Civil) ndash Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004
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dos caminhoneiros apresentaram niacuteveis pressoacutericos elevados divergindo com a
presente investigaccedilatildeo
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diastoacutelica foi de 47 sendo este valor superior ao que foi visto na presente
pesquisa
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avaliaccedilatildeo de outros paracircmetros complementares para se confirmar o diagnoacutestico da
doenccedila
Cavagioni e Pierin (2010) relacionando o consumo de drogas anfetamiacutenicas
com a hipertensatildeo verificaram que o haacutebito de ingerir medicamentos para inibir o
sono funcionava como um fator protetor para o surgimento da hipertensatildeo arterial
Supotildee-se que essa associaccedilatildeo seja decorrente do fato de que ingerir medicamentos
para inibir o sono tenha sido mais frequente nos motoristas mais jovens (3534 plusmn
865 vs 4043 plusmn 1106 anos plt 005) portanto com pouca influecircncia da elevaccedilatildeo da
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uma parcela consideraacutevel dos caminhoneiros era hipertensa e a sua grande maioria
apresentava risco elevado para complicaccedilotildees metaboacutelicas de acordo com a
circunferecircncia da cintura
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Dessa forma sugere-se que sejam implementadas intervenccedilotildees atraveacutes de
estrateacutegias de promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas e melhora dos haacutebitos
entre os caminhoneiros e risco de acidentes nas estradas A promoccedilatildeo da sauacutede
pode contribuir para a formaccedilatildeo e desenvolvimento da consciecircncia criacutetica das
pessoas na tentativa de melhorar a qualidade de vida dos mesmos
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BELAN T O et al Prevalecircncia do uso de anfetaminas por caminhoneiros Acta Biomedica Brasiliensis v 8 n 2 2017 BOTELHO S S P et al Uso do ldquorebiterdquo entre caminhoneiros que trafegam na BR-381 do interior do estado de Minas Gerais Revista Brasileira de Enfermagem v 7 n 3 p 134-40 2008 BRASIL Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria Resoluccedilatildeo RDC ndeg 52 de 6 de outubro de 2011 Proibiccedilatildeo do uso das substancias anfepramona femproporex e mazindol seus sais e isocircmeros bem como intermediaacuterios e medidas de controle da prescriccedilatildeo e dispensaccedilatildeo de medicamentos que contenham a substacircncia sibutramina seus sais e isocircmeros bem como intermediaacuterios e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 2011 ______ Conselho Nacional de Sauacutede Resoluccedilatildeo ndeg 466 de 12 de dezembro de 2012 Aprova normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos Brasiacutelia Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 2013 ______ Ministeacuterio da Justiccedila Secretaria Nacional de Seguranccedila Puacuteblica Pesquisa flagra uso de drogas por 30 dos caminhoneiros Brasiacutelia DF 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwinfoseggovbrinfosegdestaques-0113-10-2007-pesquisa-flagra-
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uso-de-drogas-por-30-dos-caminhoneirosgt Acesso em 05 de setembro de 2018 agraves 2000hs _______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Ciecircncia Tecnologia e Insumos Estrateacutegicos Departamento de Assistecircncia Farmacecircutica e Insumos Estrateacutegicos Relaccedilatildeo nacional de medicamentos essenciais Rename Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Ciecircncia Tecnologia e Insumos Estrateacutegicos Departamento de Assistecircncia Farmacecircutica e Insumos Estrateacutegicos ndash 7 ed ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010b 250 p _______ Presidecircncia da Repuacuteblica Secretaria Nacional de Poliacuteticas sobre Drogas I Levantamento Nacional sobre o Uso de Aacutelcool Tabaco e Outras Drogas entre Universitaacuterios das 27 Capitais Brasileiras Secretaria Nacional de Poliacuteticas sobre Drogas GREAIPQ-HCFMUSP organizadores Arthur Guerra de Andrade Paulina do Carmo Arruda Vieira Duarte Luacutecio Garcia de Oliveira ndash Brasiacutelia SENAD 2010a 284 p CAVAGIONI L C et al Siacutendrome metaboacutelica em motoristas profissionais de transporte de cargas da rodovia BR-116 no trecho Paulista-Reacutegis Bittencourt Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia v 52 n 6 p 1015-23 2008 CAVAGIONI L C PIERIN A M G Hipertensatildeo arterial e obesidade em motoristas profissionais de transporte de cargas Acta Paulista de Enfermagem (UNIFESP Impresso) v 23 p 455-460 2010 CAVALCANTE J W S et al Prevalecircncia e aspectos socioculturais e econocircmicos da hipertensatildeo arterial em centro de sauacutede da zona norte de Manaus Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 65 n 6 p 493-6 1995 CHEN GP et al Chronic inhibition of farnesyl pyrophosphate synthase improves endothelial function in spontaneously hypertensive rats Biochemical Pharmacology v 80 p1684ndash1689 2010 CORREcircA FILHO H R et al Perda auditiva induzida por ruiacutedo e hipertensatildeo em condutores de ocircnibus Revista de Sauacutede Puacuteblica v 36 n 6 p 693-701 2002 COSER J et al Triagem dos perfis lipiacutedico e gliciacutedico em caminhoneiros que trafegam no centro unificado de fronteira entre Brasil e Argentina (AU) Revista brasileira de anaacutelises cliacutenicas v 41 n 3 p 223-228 2009 COUPER F J et al Prevalence of drug use in commercial tractor trailer drivers Journal Forensic Science v 47 n 3 p 562-7 2002 DOMINGOS J B C et al Consumo de aacutelcool sobrepeso e obesidade entre caminhoneiros Revista Enfermagem UERJ v 18 p 377-382 2010
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NASCIMENTO E C et al Uso de aacutelcool e anfetaminas entre caminhoneiros de estrada Revista de Sauacutede Puacuteblica v 41 n 2 p 290-3 2007 NEDER M M BORGES A A N Hipertensatildeo arterial sistecircmica no Brasil o que avanccedilamos no conhecimento de sua epidemiologia Revista Brasileira de Hipertensatildeo v 13 n 2 p 126-33 2006 NGUYEN T LAU DC The obesity epidemic and its impact on hypertension Canadian Journal Cardiology v 28 p 326ndash33 2012 NTSB Fatigue alcohol other drugs and medical factors in fatal-to-the driver heavy truck crashes National Transportation Safety Board safety study NTSBSS 9091 Washington DC National Transportation Safety Board 1990 OLIVEIRA L G A continuidade do uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo no Estado de Satildeo Paulo Brasil a despeito da proibiccedilatildeo de sua produccedilatildeo prescriccedilatildeo e uso Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v 29 n 9 p 1903-9 2013 PENTEADO R Z et al Trabalho e sauacutede em motoristas de caminhatildeo no interior de Satildeo Paulo Sauacutede e Sociedade v 17 n 4 p 35-45 2008 PEREIRA M R et al Prevalecircncia conhecimento tratamento e controle de hipertensatildeo arterial sistecircmica na populaccedilatildeo adulta urbana de Tubaratildeo Santa Catarina Brasil em 2003 Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v 23 n 10 p 2363-2374 2007 PEREIRA R A et al Razatildeo cinturaquadril como preditor de hipertensatildeo arterial Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v 15 n 2 1999 PHILIP P et al Work and rest sleep schedules of 227 European truck drivers Sleep Medicine v 3 p 507-511 2002 PINSKY I et al Willingness and alternatives to drunk driving among young people from Satildeo Paulo city Brazil Revista Brasileira de Psiquiatria v 26 n 4 p 234-41 2004 RESENDE P T V et al Haacutebitos de vida e seguranccedila dos caminhoneiros brasileiros Haacutebitos de vida e seguranccedila dos caminhoneiros brasileiros In SIMPOacuteSIO DE ADMINISTRACcedilAtildeO DA PRODUCcedilAtildeO LOGIacuteSTICA E OPERACcedilOtildeES INTERNACIONAIS 13 2010 Satildeo Paulo Anais Satildeo Paulo FGV 201017 p RUAS A et al Detecccedilatildeo dos fatores de risco para o desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares dos profissionais caminhoneiros prevenccedilatildeo reflexatildeo e conhecimento Revista Perspectiva v34 n125 p 147-158 2010 SANTOS E S et al Composiccedilatildeo corporal e hipertensatildeo afetam o iacutendice de rigidez arterial de caminhoneiros Motricidade v 8 n 2 p 23-29 2012 SHINYA A L et al Levantamento de medicamentos anti-hipertensivos mais utilizados nos municiacutepios de Ouroeste e Paulina localizados no noroeste
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paulista 2011 Monografia (Graduaccedilatildeo de Farmaacutecia) ndash Fundaccedilatildeo Educacional de Fernandoacutepolis Satildeo Paulo 2011 37p SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA VII Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia Satildeo Paulo v 107 n 3 p 1-103 2016 TAKITANE J et al Uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo em rodovias do Estado de Satildeo Paulo um risco agrave ocorrecircncia de acidentes de tracircnsito Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 18 n 5 p1247-1254 2013 TELES S A et al Comportamentos de risco para doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis em caminhoneiros no Brasil Revista Panamericana de Salud Publica v 24 n1 p 25-30 2008 WENDLER E A et al Uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo para reduzir o sono Revista Sauacutede v 9 n 314 p 7-14 2003 WORLD HEALTH ORGANIZATION Global Health Estimates deaths by cause age sex and country 2000-2012 Geneva WHO 2014 ______ Obesity preventing and managing the global epidemic Report of a WHO Consultation of Obesity Geneva 1997 ZEFERINO MT Acidentes de tracircnsito e os estimulantes do tipo anfetaminas ndash estudo de caso junto agraves empresas de transporte rodoviaacuterio de cargas de Santa Catarina 2004143f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Civil) ndash Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004
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Dessa forma sugere-se que sejam implementadas intervenccedilotildees atraveacutes de
estrateacutegias de promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas e melhora dos haacutebitos
entre os caminhoneiros e risco de acidentes nas estradas A promoccedilatildeo da sauacutede
pode contribuir para a formaccedilatildeo e desenvolvimento da consciecircncia criacutetica das
pessoas na tentativa de melhorar a qualidade de vida dos mesmos
REFEREcircNCIAS ANDRADE et al Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial autorreferida na populaccedilatildeo brasileira anaacutelise da Pesquisa Nacional de Sauacutede Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede v 24 n 2 2015 ARAUacuteJO T M E et al Vulnerabilidade de caminhoneiros agrave infecccedilatildeo pelo viacuterus da hepatite B Revista Interdisciplinar Uninovafapi v3 n1 p29-33 2010 BARBETTA P A Estatiacutestica aplicada agraves ciecircncias sociais 5 ed rev Florianoacutepolis Editora da UFSC 2002 BATISTA M A S SILVA F A B Niacutevel de sauacutede de caminhoneiros que trafegam pela BR 040 com base em dados obtidos durante o VI comando Rodoviaacuterio Federal na cidade de Brasiacutelia-DF um estudo de caso Revista de Divulgaccedilatildeo Cientiacutefica da FACESA 2005 BEEK A J World at work truck drivers Occupational and Environmental Medicine v 69 n 4 p 291-5 2012
BELAN T O et al Prevalecircncia do uso de anfetaminas por caminhoneiros Acta Biomedica Brasiliensis v 8 n 2 2017 BOTELHO S S P et al Uso do ldquorebiterdquo entre caminhoneiros que trafegam na BR-381 do interior do estado de Minas Gerais Revista Brasileira de Enfermagem v 7 n 3 p 134-40 2008 BRASIL Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria Resoluccedilatildeo RDC ndeg 52 de 6 de outubro de 2011 Proibiccedilatildeo do uso das substancias anfepramona femproporex e mazindol seus sais e isocircmeros bem como intermediaacuterios e medidas de controle da prescriccedilatildeo e dispensaccedilatildeo de medicamentos que contenham a substacircncia sibutramina seus sais e isocircmeros bem como intermediaacuterios e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 2011 ______ Conselho Nacional de Sauacutede Resoluccedilatildeo ndeg 466 de 12 de dezembro de 2012 Aprova normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos Brasiacutelia Diaacuterio Oficial da Uniatildeo 2013 ______ Ministeacuterio da Justiccedila Secretaria Nacional de Seguranccedila Puacuteblica Pesquisa flagra uso de drogas por 30 dos caminhoneiros Brasiacutelia DF 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwinfoseggovbrinfosegdestaques-0113-10-2007-pesquisa-flagra-
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uso-de-drogas-por-30-dos-caminhoneirosgt Acesso em 05 de setembro de 2018 agraves 2000hs _______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Ciecircncia Tecnologia e Insumos Estrateacutegicos Departamento de Assistecircncia Farmacecircutica e Insumos Estrateacutegicos Relaccedilatildeo nacional de medicamentos essenciais Rename Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Ciecircncia Tecnologia e Insumos Estrateacutegicos Departamento de Assistecircncia Farmacecircutica e Insumos Estrateacutegicos ndash 7 ed ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010b 250 p _______ Presidecircncia da Repuacuteblica Secretaria Nacional de Poliacuteticas sobre Drogas I Levantamento Nacional sobre o Uso de Aacutelcool Tabaco e Outras Drogas entre Universitaacuterios das 27 Capitais Brasileiras Secretaria Nacional de Poliacuteticas sobre Drogas GREAIPQ-HCFMUSP organizadores Arthur Guerra de Andrade Paulina do Carmo Arruda Vieira Duarte Luacutecio Garcia de Oliveira ndash Brasiacutelia SENAD 2010a 284 p CAVAGIONI L C et al Siacutendrome metaboacutelica em motoristas profissionais de transporte de cargas da rodovia BR-116 no trecho Paulista-Reacutegis Bittencourt Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia v 52 n 6 p 1015-23 2008 CAVAGIONI L C PIERIN A M G Hipertensatildeo arterial e obesidade em motoristas profissionais de transporte de cargas Acta Paulista de Enfermagem (UNIFESP Impresso) v 23 p 455-460 2010 CAVALCANTE J W S et al Prevalecircncia e aspectos socioculturais e econocircmicos da hipertensatildeo arterial em centro de sauacutede da zona norte de Manaus Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 65 n 6 p 493-6 1995 CHEN GP et al Chronic inhibition of farnesyl pyrophosphate synthase improves endothelial function in spontaneously hypertensive rats Biochemical Pharmacology v 80 p1684ndash1689 2010 CORREcircA FILHO H R et al Perda auditiva induzida por ruiacutedo e hipertensatildeo em condutores de ocircnibus Revista de Sauacutede Puacuteblica v 36 n 6 p 693-701 2002 COSER J et al Triagem dos perfis lipiacutedico e gliciacutedico em caminhoneiros que trafegam no centro unificado de fronteira entre Brasil e Argentina (AU) Revista brasileira de anaacutelises cliacutenicas v 41 n 3 p 223-228 2009 COUPER F J et al Prevalence of drug use in commercial tractor trailer drivers Journal Forensic Science v 47 n 3 p 562-7 2002 DOMINGOS J B C et al Consumo de aacutelcool sobrepeso e obesidade entre caminhoneiros Revista Enfermagem UERJ v 18 p 377-382 2010
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KNAUTH D R et al Manter-se acordado a vulnerabilidade dos caminhoneiros no Rio Grande do Sul Revista de Sauacutede Puacuteblica v 46 n 5 p 886-893 2012 LAYNE DM et al Health and gender comparisons in the long-haul trucking industry a pilot study AAOHN Journal v 57 n 10 p 405-13 2009 LUIZ R R et al Planejamento amostral In ______ Epidemiologia e bioestatiacutestica na pesquisa odontoloacutegica Satildeo Paulo Atheneu 2005 p245-272 MARTINS EPA et al Fatores de risco para obesidade entre caminhoneiros que trafegam na BR 381 Revista Enfermagem Integrada v 2 n 2 p 345-57 2009 MASSON V A MONTEIRO M I Vulnerabilidade agrave doenccedilas sexualmente transmissiacuteveisAIDS e uso de drogas psicoativas por caminhoneiros Revista Brasileira de Enfermagem Brasiacutelia v 63 n 1 2010 MION JUacuteNIOR D et al Hypertension in employees of a University General Hospital Revista do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina - Universidade de Satildeo Paulo v 59 n 6 p 329-36 2004 MOZAFFARIAN et al Executive summary heart disease and stroke statistics-2016 update a report from the American Heart Association Circulation v133 p 447-54 2016 MUSSHOFF F MADEA B Driving under the influence of amphetamine-like drugs Journal Forensic Science v 57 p 413-9 2012
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uso-de-drogas-por-30-dos-caminhoneirosgt Acesso em 05 de setembro de 2018 agraves 2000hs _______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Ciecircncia Tecnologia e Insumos Estrateacutegicos Departamento de Assistecircncia Farmacecircutica e Insumos Estrateacutegicos Relaccedilatildeo nacional de medicamentos essenciais Rename Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Ciecircncia Tecnologia e Insumos Estrateacutegicos Departamento de Assistecircncia Farmacecircutica e Insumos Estrateacutegicos ndash 7 ed ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010b 250 p _______ Presidecircncia da Repuacuteblica Secretaria Nacional de Poliacuteticas sobre Drogas I Levantamento Nacional sobre o Uso de Aacutelcool Tabaco e Outras Drogas entre Universitaacuterios das 27 Capitais Brasileiras Secretaria Nacional de Poliacuteticas sobre Drogas GREAIPQ-HCFMUSP organizadores Arthur Guerra de Andrade Paulina do Carmo Arruda Vieira Duarte Luacutecio Garcia de Oliveira ndash Brasiacutelia SENAD 2010a 284 p CAVAGIONI L C et al Siacutendrome metaboacutelica em motoristas profissionais de transporte de cargas da rodovia BR-116 no trecho Paulista-Reacutegis Bittencourt Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia v 52 n 6 p 1015-23 2008 CAVAGIONI L C PIERIN A M G Hipertensatildeo arterial e obesidade em motoristas profissionais de transporte de cargas Acta Paulista de Enfermagem (UNIFESP Impresso) v 23 p 455-460 2010 CAVALCANTE J W S et al Prevalecircncia e aspectos socioculturais e econocircmicos da hipertensatildeo arterial em centro de sauacutede da zona norte de Manaus Arquivos Brasileiros de Cardiologia v 65 n 6 p 493-6 1995 CHEN GP et al Chronic inhibition of farnesyl pyrophosphate synthase improves endothelial function in spontaneously hypertensive rats Biochemical Pharmacology v 80 p1684ndash1689 2010 CORREcircA FILHO H R et al Perda auditiva induzida por ruiacutedo e hipertensatildeo em condutores de ocircnibus Revista de Sauacutede Puacuteblica v 36 n 6 p 693-701 2002 COSER J et al Triagem dos perfis lipiacutedico e gliciacutedico em caminhoneiros que trafegam no centro unificado de fronteira entre Brasil e Argentina (AU) Revista brasileira de anaacutelises cliacutenicas v 41 n 3 p 223-228 2009 COUPER F J et al Prevalence of drug use in commercial tractor trailer drivers Journal Forensic Science v 47 n 3 p 562-7 2002 DOMINGOS J B C et al Consumo de aacutelcool sobrepeso e obesidade entre caminhoneiros Revista Enfermagem UERJ v 18 p 377-382 2010
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NASCIMENTO E C et al Uso de aacutelcool e anfetaminas entre caminhoneiros de estrada Revista de Sauacutede Puacuteblica v 41 n 2 p 290-3 2007 NEDER M M BORGES A A N Hipertensatildeo arterial sistecircmica no Brasil o que avanccedilamos no conhecimento de sua epidemiologia Revista Brasileira de Hipertensatildeo v 13 n 2 p 126-33 2006 NGUYEN T LAU DC The obesity epidemic and its impact on hypertension Canadian Journal Cardiology v 28 p 326ndash33 2012 NTSB Fatigue alcohol other drugs and medical factors in fatal-to-the driver heavy truck crashes National Transportation Safety Board safety study NTSBSS 9091 Washington DC National Transportation Safety Board 1990 OLIVEIRA L G A continuidade do uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo no Estado de Satildeo Paulo Brasil a despeito da proibiccedilatildeo de sua produccedilatildeo prescriccedilatildeo e uso Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v 29 n 9 p 1903-9 2013 PENTEADO R Z et al Trabalho e sauacutede em motoristas de caminhatildeo no interior de Satildeo Paulo Sauacutede e Sociedade v 17 n 4 p 35-45 2008 PEREIRA M R et al Prevalecircncia conhecimento tratamento e controle de hipertensatildeo arterial sistecircmica na populaccedilatildeo adulta urbana de Tubaratildeo Santa Catarina Brasil em 2003 Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v 23 n 10 p 2363-2374 2007 PEREIRA R A et al Razatildeo cinturaquadril como preditor de hipertensatildeo arterial Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v 15 n 2 1999 PHILIP P et al Work and rest sleep schedules of 227 European truck drivers Sleep Medicine v 3 p 507-511 2002 PINSKY I et al Willingness and alternatives to drunk driving among young people from Satildeo Paulo city Brazil Revista Brasileira de Psiquiatria v 26 n 4 p 234-41 2004 RESENDE P T V et al Haacutebitos de vida e seguranccedila dos caminhoneiros brasileiros Haacutebitos de vida e seguranccedila dos caminhoneiros brasileiros In SIMPOacuteSIO DE ADMINISTRACcedilAtildeO DA PRODUCcedilAtildeO LOGIacuteSTICA E OPERACcedilOtildeES INTERNACIONAIS 13 2010 Satildeo Paulo Anais Satildeo Paulo FGV 201017 p RUAS A et al Detecccedilatildeo dos fatores de risco para o desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares dos profissionais caminhoneiros prevenccedilatildeo reflexatildeo e conhecimento Revista Perspectiva v34 n125 p 147-158 2010 SANTOS E S et al Composiccedilatildeo corporal e hipertensatildeo afetam o iacutendice de rigidez arterial de caminhoneiros Motricidade v 8 n 2 p 23-29 2012 SHINYA A L et al Levantamento de medicamentos anti-hipertensivos mais utilizados nos municiacutepios de Ouroeste e Paulina localizados no noroeste
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paulista 2011 Monografia (Graduaccedilatildeo de Farmaacutecia) ndash Fundaccedilatildeo Educacional de Fernandoacutepolis Satildeo Paulo 2011 37p SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA VII Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia Satildeo Paulo v 107 n 3 p 1-103 2016 TAKITANE J et al Uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo em rodovias do Estado de Satildeo Paulo um risco agrave ocorrecircncia de acidentes de tracircnsito Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 18 n 5 p1247-1254 2013 TELES S A et al Comportamentos de risco para doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis em caminhoneiros no Brasil Revista Panamericana de Salud Publica v 24 n1 p 25-30 2008 WENDLER E A et al Uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo para reduzir o sono Revista Sauacutede v 9 n 314 p 7-14 2003 WORLD HEALTH ORGANIZATION Global Health Estimates deaths by cause age sex and country 2000-2012 Geneva WHO 2014 ______ Obesity preventing and managing the global epidemic Report of a WHO Consultation of Obesity Geneva 1997 ZEFERINO MT Acidentes de tracircnsito e os estimulantes do tipo anfetaminas ndash estudo de caso junto agraves empresas de transporte rodoviaacuterio de cargas de Santa Catarina 2004143f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Civil) ndash Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004
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DOMINGOS J B C PILLON S C O Uso de aacutelcool entre motoristas no interior do estado de Satildeo Paulo Revista Enfermagem UERJ v 15 n 3 p 393-9 2007 GILES TD et al Impaired vasodilation in the pathogenesis of hypertension focus on nitric oxide endothelial-derived hyperpolarizing factors and prostaglandins Journal of Clinical Hypertension v 14 n4 p198ndash205 2012 GIROTTO E et al Psychoactive substance use by truck drivers a systematic review Occup Environ Med v 71 n 1 p 71-6 2014 HIEN TT et al Potent vasodilation effect of amurensin G is mediated through the phosphorylation of endothelial nitric oxide synthase Biochemical Pharmacology v 84 p 1437ndash1450 2012 HOFFMAN A L Qualidade de vida dos motoristas de caminhatildeo usuaacuterios do Programa Rodopac um estudo de caso Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia de Produccedilatildeo Florianoacutepolis (SC) Universidade Federal de Santa Catarina 2003 KAPLAN N M Obesity in hypertension effects on prognosis and treatment Journal of Hypertension Supplement v 16 n 1 p S35-37 1998
KNAUTH D R et al Manter-se acordado a vulnerabilidade dos caminhoneiros no Rio Grande do Sul Revista de Sauacutede Puacuteblica v 46 n 5 p 886-893 2012 LAYNE DM et al Health and gender comparisons in the long-haul trucking industry a pilot study AAOHN Journal v 57 n 10 p 405-13 2009 LUIZ R R et al Planejamento amostral In ______ Epidemiologia e bioestatiacutestica na pesquisa odontoloacutegica Satildeo Paulo Atheneu 2005 p245-272 MARTINS EPA et al Fatores de risco para obesidade entre caminhoneiros que trafegam na BR 381 Revista Enfermagem Integrada v 2 n 2 p 345-57 2009 MASSON V A MONTEIRO M I Vulnerabilidade agrave doenccedilas sexualmente transmissiacuteveisAIDS e uso de drogas psicoativas por caminhoneiros Revista Brasileira de Enfermagem Brasiacutelia v 63 n 1 2010 MION JUacuteNIOR D et al Hypertension in employees of a University General Hospital Revista do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina - Universidade de Satildeo Paulo v 59 n 6 p 329-36 2004 MOZAFFARIAN et al Executive summary heart disease and stroke statistics-2016 update a report from the American Heart Association Circulation v133 p 447-54 2016 MUSSHOFF F MADEA B Driving under the influence of amphetamine-like drugs Journal Forensic Science v 57 p 413-9 2012
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NASCIMENTO E C et al Uso de aacutelcool e anfetaminas entre caminhoneiros de estrada Revista de Sauacutede Puacuteblica v 41 n 2 p 290-3 2007 NEDER M M BORGES A A N Hipertensatildeo arterial sistecircmica no Brasil o que avanccedilamos no conhecimento de sua epidemiologia Revista Brasileira de Hipertensatildeo v 13 n 2 p 126-33 2006 NGUYEN T LAU DC The obesity epidemic and its impact on hypertension Canadian Journal Cardiology v 28 p 326ndash33 2012 NTSB Fatigue alcohol other drugs and medical factors in fatal-to-the driver heavy truck crashes National Transportation Safety Board safety study NTSBSS 9091 Washington DC National Transportation Safety Board 1990 OLIVEIRA L G A continuidade do uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo no Estado de Satildeo Paulo Brasil a despeito da proibiccedilatildeo de sua produccedilatildeo prescriccedilatildeo e uso Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v 29 n 9 p 1903-9 2013 PENTEADO R Z et al Trabalho e sauacutede em motoristas de caminhatildeo no interior de Satildeo Paulo Sauacutede e Sociedade v 17 n 4 p 35-45 2008 PEREIRA M R et al Prevalecircncia conhecimento tratamento e controle de hipertensatildeo arterial sistecircmica na populaccedilatildeo adulta urbana de Tubaratildeo Santa Catarina Brasil em 2003 Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v 23 n 10 p 2363-2374 2007 PEREIRA R A et al Razatildeo cinturaquadril como preditor de hipertensatildeo arterial Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v 15 n 2 1999 PHILIP P et al Work and rest sleep schedules of 227 European truck drivers Sleep Medicine v 3 p 507-511 2002 PINSKY I et al Willingness and alternatives to drunk driving among young people from Satildeo Paulo city Brazil Revista Brasileira de Psiquiatria v 26 n 4 p 234-41 2004 RESENDE P T V et al Haacutebitos de vida e seguranccedila dos caminhoneiros brasileiros Haacutebitos de vida e seguranccedila dos caminhoneiros brasileiros In SIMPOacuteSIO DE ADMINISTRACcedilAtildeO DA PRODUCcedilAtildeO LOGIacuteSTICA E OPERACcedilOtildeES INTERNACIONAIS 13 2010 Satildeo Paulo Anais Satildeo Paulo FGV 201017 p RUAS A et al Detecccedilatildeo dos fatores de risco para o desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares dos profissionais caminhoneiros prevenccedilatildeo reflexatildeo e conhecimento Revista Perspectiva v34 n125 p 147-158 2010 SANTOS E S et al Composiccedilatildeo corporal e hipertensatildeo afetam o iacutendice de rigidez arterial de caminhoneiros Motricidade v 8 n 2 p 23-29 2012 SHINYA A L et al Levantamento de medicamentos anti-hipertensivos mais utilizados nos municiacutepios de Ouroeste e Paulina localizados no noroeste
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paulista 2011 Monografia (Graduaccedilatildeo de Farmaacutecia) ndash Fundaccedilatildeo Educacional de Fernandoacutepolis Satildeo Paulo 2011 37p SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA VII Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia Satildeo Paulo v 107 n 3 p 1-103 2016 TAKITANE J et al Uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo em rodovias do Estado de Satildeo Paulo um risco agrave ocorrecircncia de acidentes de tracircnsito Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 18 n 5 p1247-1254 2013 TELES S A et al Comportamentos de risco para doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis em caminhoneiros no Brasil Revista Panamericana de Salud Publica v 24 n1 p 25-30 2008 WENDLER E A et al Uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo para reduzir o sono Revista Sauacutede v 9 n 314 p 7-14 2003 WORLD HEALTH ORGANIZATION Global Health Estimates deaths by cause age sex and country 2000-2012 Geneva WHO 2014 ______ Obesity preventing and managing the global epidemic Report of a WHO Consultation of Obesity Geneva 1997 ZEFERINO MT Acidentes de tracircnsito e os estimulantes do tipo anfetaminas ndash estudo de caso junto agraves empresas de transporte rodoviaacuterio de cargas de Santa Catarina 2004143f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Civil) ndash Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004
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NASCIMENTO E C et al Uso de aacutelcool e anfetaminas entre caminhoneiros de estrada Revista de Sauacutede Puacuteblica v 41 n 2 p 290-3 2007 NEDER M M BORGES A A N Hipertensatildeo arterial sistecircmica no Brasil o que avanccedilamos no conhecimento de sua epidemiologia Revista Brasileira de Hipertensatildeo v 13 n 2 p 126-33 2006 NGUYEN T LAU DC The obesity epidemic and its impact on hypertension Canadian Journal Cardiology v 28 p 326ndash33 2012 NTSB Fatigue alcohol other drugs and medical factors in fatal-to-the driver heavy truck crashes National Transportation Safety Board safety study NTSBSS 9091 Washington DC National Transportation Safety Board 1990 OLIVEIRA L G A continuidade do uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo no Estado de Satildeo Paulo Brasil a despeito da proibiccedilatildeo de sua produccedilatildeo prescriccedilatildeo e uso Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v 29 n 9 p 1903-9 2013 PENTEADO R Z et al Trabalho e sauacutede em motoristas de caminhatildeo no interior de Satildeo Paulo Sauacutede e Sociedade v 17 n 4 p 35-45 2008 PEREIRA M R et al Prevalecircncia conhecimento tratamento e controle de hipertensatildeo arterial sistecircmica na populaccedilatildeo adulta urbana de Tubaratildeo Santa Catarina Brasil em 2003 Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v 23 n 10 p 2363-2374 2007 PEREIRA R A et al Razatildeo cinturaquadril como preditor de hipertensatildeo arterial Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v 15 n 2 1999 PHILIP P et al Work and rest sleep schedules of 227 European truck drivers Sleep Medicine v 3 p 507-511 2002 PINSKY I et al Willingness and alternatives to drunk driving among young people from Satildeo Paulo city Brazil Revista Brasileira de Psiquiatria v 26 n 4 p 234-41 2004 RESENDE P T V et al Haacutebitos de vida e seguranccedila dos caminhoneiros brasileiros Haacutebitos de vida e seguranccedila dos caminhoneiros brasileiros In SIMPOacuteSIO DE ADMINISTRACcedilAtildeO DA PRODUCcedilAtildeO LOGIacuteSTICA E OPERACcedilOtildeES INTERNACIONAIS 13 2010 Satildeo Paulo Anais Satildeo Paulo FGV 201017 p RUAS A et al Detecccedilatildeo dos fatores de risco para o desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares dos profissionais caminhoneiros prevenccedilatildeo reflexatildeo e conhecimento Revista Perspectiva v34 n125 p 147-158 2010 SANTOS E S et al Composiccedilatildeo corporal e hipertensatildeo afetam o iacutendice de rigidez arterial de caminhoneiros Motricidade v 8 n 2 p 23-29 2012 SHINYA A L et al Levantamento de medicamentos anti-hipertensivos mais utilizados nos municiacutepios de Ouroeste e Paulina localizados no noroeste
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paulista 2011 Monografia (Graduaccedilatildeo de Farmaacutecia) ndash Fundaccedilatildeo Educacional de Fernandoacutepolis Satildeo Paulo 2011 37p SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA VII Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia Satildeo Paulo v 107 n 3 p 1-103 2016 TAKITANE J et al Uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo em rodovias do Estado de Satildeo Paulo um risco agrave ocorrecircncia de acidentes de tracircnsito Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 18 n 5 p1247-1254 2013 TELES S A et al Comportamentos de risco para doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis em caminhoneiros no Brasil Revista Panamericana de Salud Publica v 24 n1 p 25-30 2008 WENDLER E A et al Uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo para reduzir o sono Revista Sauacutede v 9 n 314 p 7-14 2003 WORLD HEALTH ORGANIZATION Global Health Estimates deaths by cause age sex and country 2000-2012 Geneva WHO 2014 ______ Obesity preventing and managing the global epidemic Report of a WHO Consultation of Obesity Geneva 1997 ZEFERINO MT Acidentes de tracircnsito e os estimulantes do tipo anfetaminas ndash estudo de caso junto agraves empresas de transporte rodoviaacuterio de cargas de Santa Catarina 2004143f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Civil) ndash Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004
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paulista 2011 Monografia (Graduaccedilatildeo de Farmaacutecia) ndash Fundaccedilatildeo Educacional de Fernandoacutepolis Satildeo Paulo 2011 37p SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA VII Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo Arquivos Brasileiros de Cardiologia Satildeo Paulo v 107 n 3 p 1-103 2016 TAKITANE J et al Uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo em rodovias do Estado de Satildeo Paulo um risco agrave ocorrecircncia de acidentes de tracircnsito Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 18 n 5 p1247-1254 2013 TELES S A et al Comportamentos de risco para doenccedilas sexualmente transmissiacuteveis em caminhoneiros no Brasil Revista Panamericana de Salud Publica v 24 n1 p 25-30 2008 WENDLER E A et al Uso de anfetaminas por motoristas de caminhatildeo para reduzir o sono Revista Sauacutede v 9 n 314 p 7-14 2003 WORLD HEALTH ORGANIZATION Global Health Estimates deaths by cause age sex and country 2000-2012 Geneva WHO 2014 ______ Obesity preventing and managing the global epidemic Report of a WHO Consultation of Obesity Geneva 1997 ZEFERINO MT Acidentes de tracircnsito e os estimulantes do tipo anfetaminas ndash estudo de caso junto agraves empresas de transporte rodoviaacuterio de cargas de Santa Catarina 2004143f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Civil) ndash Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2004