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Instituto Politécnico de Viana do Castelo Escola Superior de Tecnologia e Gestão Curso de Turismo Princípios de Economia Abertura comercial e crescimento económico Alberto Magalhães 6280; Ana Escusa - 5959; Anabela Teixeira 6227; Carlos Domingues 6161; Lara Loureiro 6225; Sofia Ribeiro 5967. Docente: Nino Fonseca Ano Lectivo: 2007/ 2008

Princípios de Economia - Just another WordPress.com … · Mercado de Bens .....10 5.1.2. Mercado de Activos ... Exemplo de como funciona este principio .....25 11.3. A lógica da

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Instituto Politécnico de Viana do Castelo

Escola Superior de Tecnologia e Gestão

Curso de Turismo

Princípios de Economia

Abertura comercial e crescimento económico

Alberto Magalhães – 6280;

Ana Escusa - 5959;

Anabela Teixeira – 6227;

Carlos Domingues – 6161;

Lara Loureiro – 6225;

Sofia Ribeiro – 5967.

Docente: Nino Fonseca

Ano Lectivo: 2007/ 2008

Abertura comercial e crescimento económico

Índice:

1. Introdução ................................................................................................................................. 1

2. Comércio externo – conceitos .................................................................................................... 2

2.1. Importações ....................................................................................................................... 2

2.2. Exportações ........................................................................................................................ 2

2.2.1. Exportações líquidas ................................................................................................... 2

2.3. Comércio de mercadorias ................................................................................................... 3

2.3.1. Défice do comércio de mercadorias ............................................................................ 3

2.4. Taxa de Câmbio .................................................................................................................. 3

2.4.1. Taxas de Câmbio Flexíveis e Taxas de Câmbio Fixas ..................................................... 4

2.4.2. Moeda forte ou fraca .................................................................................................. 5

2.4.3. Taxa de Câmbio Controlada ........................................................................................ 5

2.5. Inflação .............................................................................................................................. 6

2.6. Produto Interno Bruto (PIB) ................................................................................................ 6

3. Globalização ............................................................................................................................... 6

4. Dimensões da ciência no contexto da globalização ..................................................................... 9

4.1. Primado da ciência e da inovação tecnológica..................................................................... 9

4.2. A revolução da informação ................................................................................................. 9

4.3. Ciência e desafios éticos ..................................................................................................... 9

5. Relações Entre Vários Mercados................................................................................................10

5.1. Tipos de Mercados ............................................................................................................10

5.1.1. Mercado de Bens .......................................................................................................10

5.1.2. Mercado de Activos ...................................................................................................11

5.1.3. Mercado de Factores .................................................................................................12

6. Medidas de Liberalização ..........................................................................................................12

Abertura comercial e crescimento económico

7. Liberalização das trocas comerciais ...........................................................................................13

7.1. Liberalização das trocas comerciais ....................................................................................15

8. Relações externas .....................................................................................................................16

8.1. A Balança de Pagamentos ..................................................................................................17

8.2. Exportação: os dois lados ...................................................................................................19

9. Ganhos do comércio .................................................................................................................21

10. Tendência do Comércio externo ............................................................................................22

11. A vantagem comparativa entre países ...................................................................................24

11.1. O princípio da vantagem comparativa ............................................................................24

11.2. Exemplo de como funciona este principio ......................................................................25

11.3. A lógica da vantagem comparativa .................................................................................26

12. As fontes do comércio internacional de bens e serviços.........................................................26

13. Crescimento Económico na Economia Aberta ........................................................................30

14. Poupança e investimento na economia aberta ......................................................................32

15. Promoção do crescimento em economia aberta ....................................................................33

16. Comércio internacional versus comércio interno ...................................................................34

17. Conclusão ..............................................................................................................................36

18. Bibliografia ............................................................................................................................37

Abertura comercial e crescimento económico

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1. Introdução

Este trabalho insere-se no âmbito da disciplina de Princípios de Economia e

vem no segmento de uma proposta feita pelo professor para que realizássemos um

trabalho de grupo com o tema “Abertura comercial e crescimento económico”.

Com a realização deste trabalho queremos perceber e conhecer em que

medida a abertura comercial dos mercados leva ao crescimento económico. Um

melhor conhecimento das relações externas é também um dos nossos objectivos.

Num mundo globalizado como é o de hoje não podemos viver à margem

destes assuntos que, quer queiramos quer não, influenciam a nossa vida diária e o

nosso quotidiano.

Existe então, a necessidade de perceber em que medida a abertura do

comércio aos mercados externo influência o crescimento económico do país. Será a

abertura dos mercados positiva ou negativa?

Há também a necessidade de perceber alguns conceitos que através da

comunicação social nos entram todos os dias pela porta dentro e sobre os quais não

temos conhecimento.

Abertura comercial e crescimento económico

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2. Comércio externo – conceitos

Antes de nos dirigirmos para a matéria principal do nosso trabalho, será talvez

melhor começarmos por enunciar e explicar alguns conceitos que irão ser úteis no

sentido de fornecer meios para entender os tópicos que iremos abordar, e no fundo,

adquirir algumas noções de economia.

2.1. Importações

Segundo Samuelson e Nordhaus, autores do livro Economia, “Importações

são os bens e serviços produzidos no exterior e consumidos internamente.”1 Por

outras palavras, são produtos ou serviços comprados e provenientes de outro país,

que podem ser transportados por via aérea, marítima, rodoviária ou ferroviária. Estes

produtos têm de ser legalizados no país de destino através de procedimentos

burocráticos. Somente no ano de 2006, Portugal gastou mais de 60.402 milhões de

euros em importações.2

2.2. Exportações

As exportações podem ser definidas, segundo Samuelson e Nordhaus, como

“(…) bens e serviços produzidos internamente e comprados por estrangeiros.”1 Ou

seja, produtos produzidos dentro das fronteiras do país emissor, que são vendidos

para outros países. As exportações possuem um papel muito importante no PIB,

representando no caso de Portugal cerca de 48.238 milhões de euros somente no

ano de 2006. 2

2.2.1. Exportações líquidas

Samuelson e Nordhaus definem as exportações líquidas “(…) como as

exportações de bens e serviços menos as importações de bens e serviços.” Ou seja,

é a diferença entre os ganhos de Portugal em exportações menos os gastos em

importações. As exportações líquidas de Portugal em 2006 foram de cerca de -

12164, valor desfavorável, que pode ser traduzido em excesso de importações ou

escassez de exportações.2

1 Samuelson e Nordhaus; s.d. p. 604 2 Fonte: INE, Statistical Yearbook of Portugal - 2006

Abertura comercial e crescimento económico

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2.3. Comércio de mercadorias

Samuelson e Nordhaus descrevem que “O comércio de mercadorias, (…) é

o comércio de bens como os alimentos e produtos da indústria transformadora.” São

por isso produtos inacabados ou exclusivos da indústria, podendo ser matéria-prima

ou subsidiária, que ainda não está pronta para consumo ou pronta para devido uso

humano.3

2.3.1. Défice do comércio de mercadorias

Quando se diz que um país tem um défice do comércio de mercadorias,

estamos a dizer que o valor de produtos destinados à indústria transformadora

importados é superior ao valor de produtos exportados, ou seja, é quando um país

tem uma despesa superior em compra de produtos que o lucro gerado pela venda

do mesmo tipo de produtos, o que pode significar, entre outras razões, uma carência

ao nível da produção interna desses produtos.

2.4. Taxa de Câmbio

“O preço relativo de duas moedas é designado por taxa de câmbio e

quantifica o preço de 1 unidade da moeda interna em relação à moeda

estrangeira. A taxa de câmbio é determinada no mercado cambial, que

é o mercado em que as diferentes moedas são transaccionadas. (…) A

taxa de câmbio é um determinante importante do comércio

internacional porque tem um grande efeito sobre os preços relativos

dos bens dos diferentes países. (…) O comércio externo envolve um

factor novo – a taxa de câmbio de um país, ou o preço da moeda de

um país em relação às outras moedas. Quando a taxa de câmbio de

um país se eleva ou «aprecia», os preços dos bens importados

diminuem, enquanto as exportações se tornam mais caras nos

mercados internacionais. O resultado é que o país se torna menos

competitivo nos mercados mundiais e as suas exportações líquidas

diminuem. As variações na taxa de câmbio podem ter efeitos

fundamentais sobre o produto, o emprego e a inflação. Todos estes

3 Samuelson e Nordhaus; s.d. p. 604

Abertura comercial e crescimento económico

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impactes fazem com que a taxa de câmbio seja cada vez mais

importante para todos os países. ”4

2.4.1. Taxas de Câmbio Flexíveis e Taxas de Câmbio Fixas

Existem dois sistemas principais de câmbio que têm um impacto importante

sobre a política macroeconómica. Um deles verifica-se quando as taxas de câmbio

mudam apenas pela influência da oferta e da procura, denominadas de taxas de

câmbio flexíveis. Neste caso, as taxas não são definidas nem influenciadas pelo

governo, mas sim pelas compras e vendas das famílias e das empresas. É de

acordo com este sistema que a maior parte dos países desenvolvidos, como os

EUA, o Canadá e o Japão.

Neste sistema o valor da moeda nacional aumenta ou diminui com a simples

compra e venda, ou seja, pela procura da moeda, por parte de famílias e empresas,

o que irá aumentar ou diminuir a taxa de câmbio da moeda nacional. Com o

aumento de valor de uma moeda, e consequente aumento da sua taxa de câmbio, é

possível obter maior lucro nas exportações e menor custo nas importações, mas

como existem sempre duas faces de uma moeda, é também possível que as

importações diminuam drasticamente devido ao maior custo que trazem para os

países importadores, o que pode acarretar diminuição do PIB e da taxa de inflação.

No entanto, e apesar destes possíveis efeitos negativos, este sistema é altamente

eficaz para a politica monetária.

O segundo sistema principal, ao contrário do primeiro, não consiste na

influência das compras das famílias e das empresas, mas sim na fixação por parte

dos governos da taxa a que as suas moedas serão convertidas numa outra moeda

estrangeira, como é o caso de pequenos países, e da maior parte dos países da

Europa, a este sistema dá-se o nome de taxas de Câmbio fixas.

Este sistema implica que as taxas tenham de ser estreitamente alinhadas

quando existe grande mobilidade de capitais. O que acontece em alguns casos é um

país cuja moeda tenha um valor baixo de taxa de câmbio alinhar a com a de um país

com taxa de câmbio superior. Deste modo, as duas taxas de câmbio têm de variar

4 Samuelson e Nordhaus; s.d., p. 605

Abertura comercial e crescimento económico

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em conjunto, implicando, que qualquer divergência na taxa de juro provoque compra

e venda de uma moeda e de outra até estarem as duas novamente ao mesmo nível.

Uma vez que as taxas de câmbio são alinhadas segundo a do país com maior

taxa de câmbio, o país imitador deixa de ter uma política monetária independente,

uma vez que esta visará apenas copiar a do outro país, ao invés de ter uma própria.

2.4.2. Moeda forte ou fraca

Moeda forte ou moeda fraca são conceitos que pretendem descrever se o

valor de uma moeda é mais alto ou mais baixo que as outras. Muitos especulam

sobre se o valor da moeda deve ser alto ou baixo. O valor da nossa moeda estará

sempre alto para os nossos exportadores, para eles, a nossa moeda deveria estar

sempre mais baixa que a dos outros, pois assim o seu lucro seria maior, no sentido

de que uma unidade da nossa moeda valeria mais unidades da moeda deles. Para

os nossos importadores, o valor da nossa moeda está sempre baixo, pois quanto

menor for o valor da nossa moeda mais unidades dela serão precisos para equivaler

a uma unidade da moeda estrangeira, o que reduz o seu lucro.

O valor da moeda é então relativo, e esta é uma realidade básica que não

deveria ser esquecida, apesar de tal acontecer muitas das vezes. O seu valor, o

valor de câmbio deve então ser bem repensado, com intuito de não nos beneficiar

de um lado prejudicando-nos de outro. Não pode ser muito alto para valorizar os

nossos recursos pois iríamos esbanjar as nossas reservas, tornar os nossos

produtos caros e enfraquecer as exportações. Não pode igualmente ser baixo, pois

os bens ou serviços importados seriam vendidos até ficarem esgotados sem o

devido proveito monetário.

Uma moeda não deve então ser forte ou fraca, mas sim com o seu valor

fixado no valor que melhor beneficiará a nossa sociedade a todos os níveis.

2.4.3. Taxa de Câmbio Controlada

Actualmente, muitos países usam um sistema intermédio de taxa de câmbio

controlada. Neste sistema, é o mercado que estabelece a taxa de câmbio mas os

países intervêm por vezes para estabilizar a sua moeda embora não exista uma

paridade fixa ou anunciada. Desde que a taxa se mantenha dentro de valores

Abertura comercial e crescimento económico

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considerados aceitáveis está tudo bem, caso contrário o estado e os bancos centrais

tomam medidas no sentido de a regularizar.

2.5. Inflação

Inflação é um conceito económico que representa o aumento dos preços dos

produtos num determinado país ou região, durante um período. Num processo

inflacionário o poder de compra desce em consequência da descida do valor da

moeda e do aumento dos preços. Quem sofre mais com a subida da inflação são as

famílias que perdem poder de compra, pois os produtos tornam-se mais caros

devido à muita procura e ao baixo valor da moeda, o que nos afecta, não só a nível

de comercio nacional ou interno, mas também a nível das importações e

exportações. Quando a inflação sobe, como a nossa moeda fica mais fraca que a

dos países a quem importamos ou exportamos, o custo em importações será mais

elevado e o lucro das exportações será mais reduzido, o que nos coloca numa

situação económica de crise pois isto é exactamente o contrário daquilo que se

pretende, que é aumentar as exportações líquidas ao invés do contrário.

As principais causas de inflação são:

- Emissão exagerada e descontrolada de dinheiro por parte do governo;

- Aumento do consumo de produtos maior do que a capacidade de produção

do país;

- Aumento nos custos de produção dos produtos.

2.6. Produto Interno Bruto (PIB)

O produto interno bruto (PIB) consiste na soma monetária de todos os bens e

serviços produzidos ou prestados num país num determinado período de tempo,

normalmente um ano. Este indicador é dos mais importantes da macroeconomia, e

visa medir a actividade económica de um país.

3. Globalização

Muito se tem discutido hoje em dia o impacto da globalização dos mercados.

São muitos os que temem a entrada de produtos vindos de países pobres (do Leste

Abertura comercial e crescimento económico

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da Europa ou do Extremo Oriente) que, alegadamente deixa penetrar na Europa,

levando a falência das empresas ocidentais. Este medo tem muitos erros ligados.

Os políticos europeus, como os de todo o mundo, defendem muito mais os

interesses dos produtores do que dos consumidores. O que está a obrigar a abrir as

fronteiras europeias não é a ideologia liberal mas, antes de mais, o poder

diplomático crescente dos países pobres, que começam a ter dimensão suficiente

para atacar os obstáculos hipócritas que o proteccionismo mundial colocou ao seu

desenvolvimento.

Mas não é verdade que os países pobres estão a falsificar o mercado? Se

eles pagam mal aos trabalhadores e não têm de suportar a segurança social, nem

respeitar condições decentes de trabalho, isso não estraga a concorrência? Esta

abordagem ao problema está viciada. Olhar para os salários e os custos de

funcionamento é esquecer um elemento fundamental: os salários dos países pobres

são baixos porque a sua produtividade é baixa. É só por isso, e não por

ingenuidade, que eles os aceitam. As empresas portuguesas pagam muito mais aos

seus trabalhadores porque eles produzem mais do que os orientais. Não só porque

são mais capazes, mas também porque têm mais capital e tecnologia ao seu dispor,

uma estrutura social mais eficaz e mercados mais eficientes. O que interessa, na

concorrência, não é comparar salários, mas preços.

Mas então os orientais, apesar de menos produtivos, não conseguem vender

mais barato? Em certos casos, sim. E nesses casos, têm toda a legitimidade para

vender. Quando, há umas décadas, as empresas portuguesas, graças aos salários

baixos, conseguiam vender mais barato nos países ricos, as empresas dessas

zonas também se queixaram, tal como hoje o fazemos em relação aos orientais.

Mas isso foi essencial para o nosso desenvolvimento. E também para os países

ricos.

As nossas empresas começam em Portugal. E a dos países europeus,

incapazes de concorrer com os nossos salários baixos, foram obrigados a subir na

escala da tecnologia e a apostar na qualidade. O empurrão que os salários baixos

portugueses deram às empresas dos países mais avançados, é o empurrão que

hoje estamos a sofrer vindo do Leste. E isso é um estímulo para o nosso

desenvolvimento. As nossas empresas não podem continuar a concorrer pelos

Abertura comercial e crescimento económico

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salários baixos, porque o nosso crescimento fez com que os nossos salários já não

sejam baixos. Que os orientais ponham isso em evidência é excelente, não só para

eles, ajudando-os a sair do subdesenvolvimento, mas também para nós, obrigando-

nos a criar novas linhas de progresso.

A abertura dos mercados é, hoje, a melhor forma de desenvolver a economia

portuguesa, europeia e, ao mesmo tempo, eliminar o terrível fosso entre os países

ricos e os países pobres, orientais ou outros. Permitir a todos vender os seus

produtos livremente é uma oportunidade excelente que se apresenta ao progresso

mundial. Quando, há umas décadas, a nossa economia estava ao nível que os

orientais estão hoje, teve a sorte de beneficiar da EFTA para abrir as fronteiras dos

países ricos aos nossos produtos. Na altura, só poucos países, como Portugal,

puderam beneficiar da abertura. Daí que o fosso entre países ricos e países pobres

se tenha mantido. Hoje, com a maior liberdade de acesso, é mais difícil manter as

barreiras artificiais ao comércio. No nosso tempo, cada vez mais, é o preço, a

qualidade dos produtos e a capacidade de quem vende que conta. Isso é uma coisa

muito boa, apreciada por todas as empresas. Só os mixordeiros e aldrabões é que

podem lamentar tal estado das coisas. Quem tem confiança nos produtos que faz,

não teme a concorrência aberta e a franca no mercado.

Mas não é tudo isto feito à custa do nosso aparelho produtivo? Não estamos

a sacrificar as nossas empresas no alto de um liberalismo extremo? Aqui tem de se

dizer que uma protecção às empresas ou uma desvalorização do escudo nunca é

um benefício simples para a economia. Ganham as empresas que beneficiam da

protecção ou exportam com escudo mais barato, mas perdem as empresas que

pagam impostos que financiam os subsídios, ou que têm de comprar produtos lá

fora com escudos mais fracos. E, sobretudo, quem sofre mais e é sempre esquecido

é o consumidor. Para que alguns produtores ganhem, os consumidores, todos nos,

somos forcados a comprar produtos mais caros.

A globalização dos mercados é a principal garantia de que o desenvolvimento

de todo o mundo vai continuar nas próximas década. É irónico que esse facto seja,

ao mesmo tempo, a principal causa de temor e pânico nas economias, assustadas

pelo alegado fim do seu desenvolvimento. Mas não é a primeira vez na história que

Abertura comercial e crescimento económico

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o principal motor de desenvolvimento é o visto com medo precisamente pelos que

ele vai desenvolver.

4. Dimensões da ciência no contexto da globalização

4.1. Primado da ciência e da inovação tecnológica

Nunca a ciência e a inovação tecnológica foram tão valorizadas e tão

disputadas como nas sociedades contemporâneas mais avançadas. Ao levar ao

extremo a lógica da racionalidade e eficácia económicas, a globalização transformou

as vantagens competitivas da tecnociência no novo mito da civilização industrial. É

por isso que o trabalho mental e as competências singulares são cada vez mais

disputados nos mercados globais do trabalho e da produção, é por isso que as

empresas e os estados consagram recursos financeiros à investigação científica e à

inovação tecnológica.

4.2. A revolução da informação

A globalização que invadiu praticamente todos os campos da vida colectiva

está directamente ligada à extraordinária evolução tecnológica nas duas últimas

décadas, sobretudo nos domínios da comunicação e do tratamento da informação.

Esta revolução tecnológica é responsável pela aldeia planetária em que o mundo se

transformou e que se convencionou chamar de sociedade de informação, onde a

informação e a comunicação emergem como factores determinantes. Depois das

telecomunicações por satélite, revolução tecnológica: multimédia, CD-ROM, Internet,

a televisão acompanha esta revolução tecnológica, bem como, a sua difusão por

cabo ou por satélite.

4.3. Ciência e desafios éticos

A estonteante evolução do mundo da ciência e da tecnologia nas últimas

décadas veio não só acelerar o desenvolvimento do progresso da globalização como

também levantar questões novas, em particular, a dos limites étnicos do progresso

científico.

Abertura comercial e crescimento económico

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5. Relações Entre Vários Mercados

5.1. Tipos de Mercados

Para uma análise de Relações Entre Vários Mercados, podemos considerar

três tipos de mercados: Mercado de Bens, Mercado de Activos e Mercado de

Factores.

No caso dos Mercados de bens, os bens podem ser transaccionáveis (fazem

parte do comércio internacional e podem dividir-se em bens exportados e bens

importados) ou não-transaccionáveis (não comercializáveis a nível internacional). O

Mercado de Activos é representado pelo mercado de capitais e pelo mercado de

crédito e o Mercado de Factores é caracterizado pelo mercado de trabalho.

5.1.1. Mercado de Bens

O mercado de bens é caracterizado pelo comércio de mercadorias entre os

diferentes mercados do resto do mundo.

A exportação e a importação de bens entre mercados influenciam os preços

que se praticam nos mercados mundiais e o volume das exportações, para alguns

grupos de bens, é determinado pelo resto do mundo.

A interdependência do mercado de bens exprime-se pelos preços e

quantidade das exportações e importações, pelo rendimento derivado da exportação

e dos gastos com importações, pelas razões de troca (o rácio entre os preços das

exportações e das importações) e pelo poder de compra das nossas exportações.

A economia é sempre afectada pelo aumento dos preços das exportações e

das importações. Se houver um aumento do preço de um bem importado, o país terá

que pagar mais por esse bem e assim ajustar a sua economia a esse custo mais

elevado. Em contrapartida, se o preço dos bens exportados aumentar, o país

consegue obter a vantagem de vender a preços mais elevados.

Para se verificar um aumento do volume das exportações de um país, terá

que haver um aumento da actividade, uma redução do consumo interno ou um

aumento de produtividade. Nos dois primeiros casos, para se efectuarem mais

importações haverá alguns custos internos, sendo que, no último caso, se verifique

um claro beneficio para a economia.

Abertura comercial e crescimento económico

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No caso dos países em vias de desenvolvimento, as exportações para

mercados de baixa concorrência proporcionam lucros anormais ou excessivos,

sendo, neste caso, o aumento do volume de exportações uma mais-valia para a

economia do país.

As variações dos preços, a nível mundial, não afectam somente o nível de

vida mas, exercem também um impacto directo sobre a inflação e a afectação dos

recursos.

“O impacto na afectação dos recursos processa-se do seguinte

modo. Quando se dá uma subida de preços num sector, a indústria

verá os seus lucros aumentados e tentará expandir-se. Tanto as

empresas do sector industrial como as do sector agrícola tentarão

atrair mais recursos de modo a aumentar a produção, as vendas e os

lucros. Irão desviar recursos de outros sectores que não dispõe de

condições para pagar salários mais altos. Preços mais altos das

exportações em alguns sectores serão assim responsáveis pelo

desvio de recursos: das indústrias concorrentes com as importações,

de outras indústrias ligadas à exportação e ainda do sector de bens

não-transaccionáveis. Esta reafectação de recursos coloca

frequentemente importantes questões à política económica dos

Estados.” (Samuelson Nordhaus; 1999:41)

Nestas actividades económicas, o Estado tem uma participação praticamente

nula, embora que desde que exista uma qualquer forma de organização política,

esta exerce sempre algumas funções económicas, como o controlo dos preços ou a

cobrança de impostos.

5.1.2. Mercado de Activos

O facto de algumas pessoas optarem por colocar parte das suas riquezas no

estrangeiro - mesmo havendo obstáculos legais e físicos que não o permitem -

principalmente no caso dos países com finanças instáveis e com menor

remuneração associada à posse de activos, prejudicam as relações do mercado de

activos.

Abertura comercial e crescimento económico

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O controlo dos fluxos internacionais de capitais, aparentam ser um meio

eficaz para bloquear esta relação internacional, desde que esta estabeleça um

obstáculo à política definida, embora estas medidas nem sempre resultem, pois a

mobilidade de capitais é um facto que os responsáveis da política económica têm

que reconhecer.

5.1.3. Mercado de Factores

A mobilidade internacional do trabalho e a mobilidade dos capitais são os

factores da relação de mercados de um país com o resto do mundo.

A migração entre países, a imigração, é um facto que se verifica sobretudo

pela dos países mais pobres para os mais ricos. Este factor influencia por diversas

vias a economia. Influenciam a oferta de mão-de-obra do país de origem e, através

das remessas, influenciam também a oferta de mão-de-obra no país de origem. A

longo prazo, poderão tornar-se num meio eficaz de formação da força de trabalho.

No caso da mobilidade de capitais, o país de origem pode contrair

empréstimos no exterior, pode também permitir a participação estrangeira no capital

de empresas já existentes e, pode ainda, permitir o investimento directo estrangeiro.

6. Medidas de Liberalização

A abertura da economia deveu-se, essencialmente, à abolição das restrições

quantitativas das importações, à unificação dos direitos aduaneiros sobre as

importações e dos subsídios às exportações e à abolição dos direitos aduaneiros.

O custo real das divisas estrangeiras tem um grande peso no processo de

liberalização das trocas comerciais.

A não existência de fluxo de capitais privados, pode ser vantajoso para o

estado, nas fases iniciais da industrialização, contraindo empréstimos no exterior

para financiar um défice elevado, aplicados no desenvolvimento da indústria

exportadora. O Estado pode ir amortizando essa dívida com o desenvolvimento da

economia que, durante o processo de crescimento, a taxa de câmbio real também

deverá crescer.

Abertura comercial e crescimento económico

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Uma empresa que actua num mercado fechado e que extrai receitas de

monopólio terá que ajustar seus preços para o mercado internacional uma vez que a

economia se abre. Nessas condições, espera-se que a empresa responda ao

aumento da competição reduzindo os custos, o que, por sua vez, pode levar a

reduções dos prémios salariais incorporados pelos trabalhadores através de troca

salarial. Esse movimento deve alterar a estrutura salarial. A estrutura de emprego

também poderá ser alterada se as firmas ou sectores antes protegidos não puderem

fazer frente à concorrência internacional experimentando, assim, uma retracção.

Em relação à tecnologia, a remoção de barreiras à importação aliada à maior

competição internacional no mercado doméstico pode levar as firmas locais a

adquirirem novas máquinas e equipamentos como meio de se tornarem

competitivas. Se as novas máquinas e equipamentos contêm tecnologias mais

avançadas, então poderá haver alteração da procura de trabalho por grau de

qualificação, afectando, assim, a estrutura de salários e emprego.

A entrada de países como China, Índia, Bangladesh, Paquistão e Indonésia

no mercado mundial de bens de elevado conteúdo de trabalho poderá alterar a

estrutura de oferta de bens no mercado mundial, reduzindo os preços e o retorno

dos factores envolvidos na produção de bens intensivos nesse sector. Esse

movimento teria prejudicado países que tinham alguma vantagem comparativa na

produção de bens intensivos em trabalho não qualificado. Como consequência,

esses países seriam pressionados a mudar a estrutura de produção em busca de

vantagem comparativa na produção de bens com conteúdo de trabalho de

qualificação intermédia, resultando no aumento da procura desses trabalhadores e

na mudança da estrutura de salários.

7. Liberalização das trocas comerciais

O comércio é o resultado da desigual produção e necessidades. O constante

crescimento comercial deve-se a várias causas, como por exemplo: o forte

crescimento económico industrial; a liberalização das trocas comerciais devido à

abolição das barreiras alfandegárias; o aumento demográfico e melhoria do nível de

vida (maior poder de compra); o desenvolvimento dos transportes e das vias de

comunicação; o marketing e a publicidade que levam ao consumismo.

Abertura comercial e crescimento económico

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Quanto ao comércio mundial, o qual é controlado directa ou indirectamente

pelas multinacionais dos grandes países, as principais potências comerciais são

(com 70% do comércio mundial controlado), a União Europeia (com destaque para a

Alemanha), a América do Norte (com destaque para os EUA) e o Japão. Estas

regiões e países controlam o comércio devido, ao facto de, possuírem grande

desenvolvimento industrial e agrícola; de possuírem poderosas frotas marítimas,

aéreas e grandes bancos e também por controlarem o preço dos produtos através

das bolsas de comércio. Por outro lado, com a excepção dos grandes produtores de

petróleo, os países pobres vendem principalmente matérias-primas agrícolas e

minerais a baixo custo.

Mas, este cenário tende a alterar-se, actualmente países como, a China; a

Indonésia; a Índia; o Brasil; o México e a África do Sul, começam a competir com as

grandes potências.

Relativamente aos fluxos comerciais, o comércio na Europa é

maioritariamente intra-europeu, seguindo-se os EUA e Japão, nos EUA o comércio

faz-se principalmente com o Canadá, UE e Japão, já no Japão os principais fluxos

comerciais são com os EUA, Ásia oriental e países do sudoeste asiático.

Os principais produtos comercializados são produtos transformados, com

destaque para máquinas, materiais de transportes, produtos agrícolas e

combustíveis e também os países desenvolvidos (PD) exportam para os países em

desenvolvimento (PED) produtos industriais cujo preço tende a aumentar.

Pelo contrário os países mais atrasados vendem para os PD matérias

agrícolas e minerais cujos preços tendem a estacionar ou a baixar o que contribui

para piorar a sua balança comercial, principalmente porque muitos desses países

vendem um só produto. No caso específico de Portugal, os principais produtos

comercializados são máquinas, veículos, metais comuns, vestuário, calçado,

produtos agrícolas e químicos.

O comércio de mercadorias têm-se caracterizado, por uma diminuição do

peso dos produtos do sector primário nas exportações mundiais devido à

deterioração dos termos de troca, à auto-suficiência alimentar de países muito

populosos e à diminuição da procura mundial destes produtos e por um aumento do

Abertura comercial e crescimento económico

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peso dos produtos manufacturados nas exportações mundiais devido à

intensificação dos processos de industrialização à escala planetária e à divisão

internacional dos processos produtivos5.

No que respeita às trocas comerciais, sabemos que, estas registaram um

aumento substancial após a 2ª Guerra Mundial. Muitas são as razões que explicam

esta realidade, acordos do GATT (General Agreement on Tarifs and Trade), que

permitiram a descida significativa das taxas alfandegárias; movimentos de

integração económica europeus (CEE, UE, EFTA) e extra-europeus (NAFTA,

Mercosul); dispersão espacial da produção (deslocalização e relocalização),

facilitada pelos progressos dos meios de transporte e pelas estratégias das

empresas transnacionais (ETN); explosão demográfica e melhoria do nível de vida;

grandes assimetrias na distribuição dos recursos; desequilíbrios no comércio

mundial, cada vez mais acentuados verificando-se um claro domínio da Tríade e das

ETN (as mais beneficiadas com este crescimento) originárias do G7 e de alguns NPI

e aumento do comércio intra-blocos em relação ao comércio inter-blocos.

7.1. Liberalização das trocas comerciais

Numa fase inicial, a liberalização das trocas comerciais é caracterizada pela

abolição das restrições, e pela sua substituição por direitos aduaneiros com taxas

diferenciadas entre os sectores. Gradualmente (ou por vezes rapidamente) ocorre

uma unificação das taxas efectivas de protecção dos vários sectores. Estes

procedimentos a longo prazo são benéficos para a produção, pois esta torna-se

mais eficiente, e também para o consumo, devido à redução do preço dos produtos.

Mas a globalização do mercado de trabalho acarreta dúvidas relativamente ao

aumento do desemprego e à diminuição dos salários, o que resulta muitas vezes na

procura de medidas proteccionistas. Ao nível da comunidade política assiste-se a

um acentuar da consciência do impacto económico, social e político destes custos

de ajustamento6. Devido a este problema face à globalização foi instituído um Fundo

Europeu de assistência a trabalhadores.

Muito se tem debatido sobre as consequências de longo prazo do processo

de liberalização. Menos atenção tem sido dedicada à dinâmica que a transição

5http://ha2sem3.blogs.sapo.pt/1888.html (acedido a 25-05-2008)

6 http://www1.eeg.uminho.pt/economia/qpessoal/_papers/JoanaSilva.pdf (acedido em 25-05-2008)

Abertura comercial e crescimento económico

Página 16

envolve, isto é, às fricções de curto e médio prazo. No entanto, para que os

potenciais ganhos de longo prazo sejam realizados tem que existir um processo de

relocação de trabalhadores. Na realidade, este processo demora algum tempo e

origina perdas salariais importantes, especialmente para trabalhadores com

características associadas a maiores dificuldades de ajustamento. De acrescentar

que a escala dos custos de ajustamento decorrentes da liberalização depende da

natureza da expansão das trocas comerciais.

Os efeitos da liberalização das trocas comerciais nos salários consiste num

tema muito importante. De acordo com o paradigma teórico dominante (modelo de

Heckscher-Ohlin-Samuelson, e em particular o teorema de Stolper Samuelson), a

liberalização das trocas comerciais induz a um aumento da remuneração do factor

abundante e a uma diminuição da remuneração do factor escasso7. Em países onde

a mão-de-obra não qualificada seja abundante, os trabalhadores não qualificados

são ganhadores e os qualificados perdedores. O inverso ocorre em países

abundantes em mão-de-obra qualificada. Porém, este modelo não considera a

existência de heterogeneidade entre trabalhadores com o mesmo nível de

qualificação. Recentemente foi desenvolvido um modelo teórico que analisa um

novo mecanismo: a relação entre a liberalização do comércio, a educação de

adultos e a idade dos trabalhadores. Este modelo trata o processo de ajustamento

(transição entre sectores e/ou profissões) como uma cadeia de decisões de

investimento, considerando explicitamente o papel que a educação pode

desempenhar no sentido de facilitar o ajustamento face a uma liberalizarão do

comércio.

8. Relações externas

Os vários países relacionam-se com o chamado resto do mundo, de várias

formas, por exemplo, observa-se: deslocamento físico de indivíduos, na condição de

turistas, de negociantes ou mesmo de movimentos de migração; intercâmbio de

mercadorias e serviços, por meio das operações de exportação e importação;

movimentação de capital, na forma de entrada ou saída de recursos financeiros do

país considerado.

7 http://www1.eeg.uminho.pt/economia/qpessoal/_papers/JoanaSilva.pdf (acedido em 25-05-2008)

Abertura comercial e crescimento económico

Página 17

Devido ao aprofundamento do processo de mundialização das relações

económicas e sociais, vê-se também intensificado o processo de trocas comerciais

entre as diferentes nações.

Esta realidade deve-se ao facto, de a maior parte das sociedades actuais

serem economias abertas, ou seja, economias que têm relações com o resto do

Mundo.

Desta forma, devido ao facto da produção dos diferentes bens e serviços

exigir diferentes recursos, os quais estão distribuídos pelo mundo de forma desigual

e também porque a mobilidade/deslocação dos factores de produção é reduzida, é

realizado o chamado comercio externo.

O comércio externo comporta dois tipos de fluxos: as importações

(mercadorias, serviços e capitais) e as exportações (mercadorias, serviços e

capitais). As importações são a entrada de bens e serviços num país, com ou sem

cobertura cambial. Havendo pagamento por parte do importador nacional será

importação com cobertura cambial, e, caso contrário, a operação será considerada

sem cobertura cambial. Uma das formas que o governo de um país possui para

interferir neste processo de comércio é através da tributação das importações e/ou

das exportações.

As exportações são a remessa de bens e serviços de um país para outro.

Podem ser feitas exportações com ou sem cobertura cambial. Quando houver

pagamento ou financiamento por parte do importador estrangeiro, a exportação é

com cobertura cambial, havendo entrada de divisas no país que exportou. As

exportações sem cobertura cambial são aquelas em que não ocorre o pagamento

em moeda estrangeirs por parte do importador, não havendo, portanto, entradas de

divisas para o país exportador. As exportações representam a entrada de divisas no

país e são registadas a crédito, enquanto as importações dão origem a uma saída

de divisas do país e são registadas a débito8.

8.1. A Balança de Pagamentos

A balança de pagamentos é um documento que regista todas as operações

de um país com o exterior. É um documento de análise e contabilidade. A balança

8 www.resumos.net (acedido em 25-05-2008)

Abertura comercial e crescimento económico

Página 18

de pagamentos está dividida em contas ou balanças, cada uma referente a um tipo

de transacção. Em cada conta, para além de se indicar o tipo de transacção, indica-

se a forma como ela é registada. As principais contas da balança de pagamentos

são:

a) balança comercial, regista as exportações, ou vendas (+, crédito) e as

importações, ou compras (-, débito) de mercadorias.

Nos últimos anos, assistimos ao decréscimo das indústrias tradicionais e ao

acréscimo das indústrias de produção de “máquinas” e de “matéria de transporte”

no conjunto das exportações portuguesas.

b) Balança de serviços, regista as exportações ou vendas ao estrangeiro (+,

crédito) e as importações ou compras (-, débito) de serviços,

nomeadamente transportes, seguros, viagens e turismo.

c) Balança de bens e serviços, corresponde à soma da balança comercial

com a balança de serviços.

d) Balança de rendimentos, regista os pagamentos de salários, juros, rendas

que os trabalhadores e investidores de um determinado país recebem do

estrangeiro, e os pagamentos desse país a trabalhadores e investidores

estrangeiros. Para efeitos da balança de rendimentos, não se consideram

como estrangeiros as pessoas com passaporte de outro país, mas sim as

pessoas que são residentes noutro país, logo, só são considerados

trabalhadores estrangeiros as pessoas que trabalham num País menos de

seis meses, residindo assim no estrangeiro. A maior parte dos rendimentos

registados nesta balança são juros e lucros, e não salários.

e) Balança de transferências unilaterais, que regista as ofertas de dinheiro de

um país para outros países, e vice-versa. Em Portugal, as principais

componentes desta balança são as remessas dos emigrantes

(transferências privadas) e os fundos europeus (transferências públicas).

f) Balança de transacções correntes, compreende a balança comercial; a

balança de serviços; a balança de rendimentos e a balança de

transferências unilaterais.

Abertura comercial e crescimento económico

Página 19

g) Balança de capitais, regista as entradas de dinheiro num País, e ainda, os

fluxos entre residentes e não residentes de transferências de capitais e as

aquisições/cedências de activos não produzidos, não financeiros.

A balança de capitais divide-se em balança de capitais a médio e longo

prazo (investimentos, compra de acções, empréstimos a mais de um ano) e a

curto prazo (empréstimos a menos de um ano, letras), devido ao diferente impacto

económico destas operações.

h) Balança financeira, regista todos os fluxos que envolvem mudança de

titularidade entre residentes e não residentes de activos/passivos

financeiros e os fluxos de criação/extinção de activos/passivos.

A balança financeira comporta cinco tipos de operações: investimento

directo, investimento de carteira, derivados financeiros, outro investimento e

activos de reservas.

Os meios de pagamento e recebimento das operações necessitam de um

numerário comum, uma moeda “internacional” com ampla credibilidade e

aceitabilidade. Em geral é adoptada a moeda dos países que exercem maior

influência nos movimentos económicos e financeiros no plano internacional. Assim,

nas últimas décadas, tal papel tem cabido ao dólar norte-americano, mas com

presença crescente do euro e do yuan (moeda chinesa) rondando os negócios

mundo fora.

Na Europa, O Espaço Schengen, com a abolição dos controlos nas fronteiras

internas dos Estados Membros de Schengen, estabeleceu regras comuns para os

controlos nas fronteiras externas, definiu assim uma política comum em matéria de

vistos e introduziu medidas de acompanhamento que permitem unificar os controlos

nas fronteiras externas (em especial no domínio da cooperação policial e judiciária

em matéria penal).

8.2. Exportação: os dois lados

Tal como existe sempre dois lados de uma moeda, o bem e o mal, o correcto

e o errado, existe também duas vertentes no que toca à exportação. Se por um lado

podemos dizer que é óptimo um país exportar pois assim recebe renda através da

Abertura comercial e crescimento económico

Página 20

venda de produtos nacionais, por outro podemos afirmar que é péssimo no sentido

de aumentar o valor destes produtos no país de origem. Assim, do ponto de vista

das empresas, dos governos e sociedade em geral, é óptimo exportar para melhorar

a economia interna, manter empresas abertas, proporcionar a abertura de outras e

manter postos de trabalho. Mas se prestarmos mais atenção ao ponto de vista das

famílias iremos verificar que nem tudo são rosas. Ao exportar as empresas estão

também a valorizar o seu produto, tornando-o mais dispendioso ou até inacessível

às famílias. Exportar poderá também ser visto como o meio para obtermos

capacidade económica para importar bens que tenhamos em carência ou em

quantidade insuficiente. Ao importar estamos também a aumentar a quantidade de

oferta no nosso país, aumentando a concorrência, o que por consequência irá levar

a uma descida nos preços dos produtos e à possível falência de algumas empresas.

Ao importar estamos a contribuir para a melhoria da economia dos países que nos

vendem os seus produtos, muitas das vezes a preços não negociáveis, devido a ser

um produto específico de uma região ou país.

Então o que será melhor para um país? Apenas exportar e não importar,

produzindo os bens que não poderíamos então comprar a outros países? A

especulação é grande, e não existe uma solução viável pois existem recursos

exclusivos apenas de alguns países, para além do facto de que seria impensável

considerar que um país conseguisse produzir em quantidade suficiente para sí todo

o tipo de produtos de entre a vasta gama de produtos comercializados por todo o

mundo. O ideal para já será direccionar os esforços no sentido de procurar que as

nossas exportações líquidas sejam positivas, ou seja, actuar no sentido do valor das

exportações ser superior ao valor das importações.

Portugal não tem conseguido cumprir este objectivo, em 2007, e segundo

dados do INE9, o valor das suas exportações era de 53.343,2 milhões de euros e o

valor das importações de 65.081,9 milhões de euros, o que confere ao nosso país

uma exportação líquida negativa em 117.387 milhões de euros.

9 Fonte: INE (Quadros do Destaque: Contas Nacionais Trimestrais - 4.º Trimestre de 2007)

Abertura comercial e crescimento económico

Página 21

9. Ganhos do comércio

Comércio internacional pode ser o sinónimo de acesso ao maior mercado do

mundo. E como as trocas são a base de toda a actividade e desenvolvimento

económico, a ligação ao maior do mundo significa acesso às maiores oportunidades

de desenvolvimento que existem. Apesar de muito simples, isto não é bem assim,

pois existem limites ao comércio. Muitos países criaram impedimentos ou barreiras

ao comércio com outros países, sobretudo às entradas de bens estrangeiros. Esta

protecção dos produtos vindos do estrangeiro tem levado ao longo dos tempos a

uma questão de ganhos e perdas do comércio. A este fenómeno chamamos de

proteccionismo.

Para compreender melhor, devemos analisar as questões mais debatidas no

comércio internacional: quem ganha e quem perde com o comércio? Isto é simples,

porque quando dois países trocam entre si, ambos ficam em melhor situação que

anteriormente, mas, há-de haver um que ganha mais que o outro, então os

habitantes vão defender que estão a ser atacados por países estrangeiros e também

pelos seus produtos.

Considere-se que, a partir de agora, um país (“país exportador”) passa a

poder vender um bem ao país vizinho (“país importador”). Em particular, há quatro

entidades que, de uma forma mais intensa, serão afectadas pelo novo comércio.

Dois são, obviamente, os que vão fazer a transacção. Os produtores do bem no país

exportador, que vendem, e os consumidores do bem do país importador, que

compram, são os mais interessados, isto porque o produtor vende ao cliente que

comprou o seu bem por este ser mais barato (consumidor). Os grupos que perdem

são os consumidores do bem do país exportador e os produtores do mesmo produto

no país importador, isto porque os consumidores do país que exporta têm de passar

a comprar o bem mais caro, pois o preço subiu, e porque o bem e menos abundante

no país, e também os produtores do país importado, porque o outro país pôs o

produto mais barato no país, roubando-lhe assim os clientes.

Assim, há quem ganhe e quem perca, mas, ainda assim, os países ficam em

melhor situação depois da transacção, do que antes desta.

Abertura comercial e crescimento económico

Página 22

Originada na estrutura política do país, que resulta o fenómeno corrente de os

exportadores serem os mais populares em todos os países e, pelo contrário, nos

mercados onde o país importa, os produtos estrangeiros serem abominados, apesar

de os consumidores os preferirem. É por esta razão – o poder da mobilização nos

produtos e a falta dele nos consumidores – que em todos os países vemos sempre

subsídios à exportação e barreiras à importação, mesmo que isso seja contra os

interesses do país todo.

Importar e exportar é, apenas, comprar e vender ao estrangeiro, toda a gente

sabe que exportar é bom e importar é mau, mas exportamos para poder obter

dinheiro para poder pagar as importações. Exportar é bom, que assim conseguem

um mercado maior para os seus produtos, por outro lado, importar é bom para os

consumidores, pois passam a ter acesso aos produtos externos. Assim se vê a

razão porque se colocam barreiras ao comércio. No entanto, é essencial ter em

consciência de que as barreiras às trocas, quer internas, quer internacionais, são

sempre uma má ideia para o próprio país que as impõe.

10. Tendência do Comércio externo

Como já vimos anteriormente, vivemos num mundo em que a globalização é

uma característica à qual não podemos fugir. Neste mundo globalizado de hoje a

ocorrência de relações comerciais com o exterior é uma realidade. A abertura

comercial para o bem e para o mal veio para ficar. Mas quais são as tendências

desta realidade? É as perguntas que nos colocamos.

O mercado único europeu, que é aquele em que nos inserimos e mais

facilmente identificamos e conhecemos, trouxe às empresas uma concorrência muito

mais agressiva e exigente. A sua expansão extracomunitária reveste-se, então, de

grande importância.

A zona Euro constitui uma das maiores economias à escala mundial e, por

isso, o comércio externo deve ser visto num contexto externo em crescente e

continua evolução que se caracteriza por uma crescente globalização e integração

dos mercados. Assim, podemos dizer, que é o maior mercado único do mundo.

Abertura comercial e crescimento económico

Página 23

A EU continuará a ser o parceiro principal de comércio para muitos países

industrializados, se bem que novas economias industrializadas, principalmente da

Ásia (como a China e a Índia) e Latino-Americanas (como o Brasil), está a aumentar

de forma significativa a sua participação no comércio externo da EU.

Segundo o que consta do projecto EuroLocal, em geral, as principais

tendências do comércio externo europeu frente ao resto do mundo, podem ser

resumidas da seguinte forma:

A EU é a principal exportadora mundial de bens à frente dos Estados

Unidos e Japão, e o segundo importador, superado apenas pelos

Estados Unidos e estando muito à frente do Japão neste aspecto.

As exportações europeias estão mais diversificadas, em geral, que as

dos Estados Unidos e Japão, e o mesmo sucede com as importações.

Em relação aos serviços, a EU destaca-se como principal exportadora

mundial seguida de perto pelos Estados Unidos.

A balança comercial também é positiva em serviços, 34% relacionados

com os Estados Unidos e 26% com o resto da Europa, o nível de

concentração é muito maior do que o dos bens.

Pode observar-se claramente a crescente importância da China e do

Leste da Europa no comércio da EU, além de uma aceleração das

exportações para a América Latina. Quanto ás importações, também

sofrem acelerações as importações do resto da Europa.

Mas, isto são dados de 2001, e é muito difícil prever uma tendência do

comércio externo, isto porque há factores que podem provocar uma aceleração ou

uma desaceleração do crescimento. Vejamos o que nos diz Samir Keedi em 10 de

2005 sobre as tendências do comércio mundial:

“Aqui precisamos dividir em longo e curto prazo. Acredito que falar em

tendência a longo prazo pode ser um pouco perigoso, embora a

economia mundial esteja apresentando-se vigorosa, e parte em face do

crescimento continuo de 25 anos de economia chinesa mais de uma

década da americana e crescimentos ótimos nos últimos anos, acima

Abertura comercial e crescimento económico

Página 24

de 5% ao ano, de diversas economias, como a do Chile, da Índia, da

Coreia, da Rússia, etc. Como sabemos que a economia é cíclica, e

alterna momentos de crescimento com outros de baixo crescimento ou

estagnação ou mesmo recuos, é difícil dizer se e quando poderá haver

uma reversão do actual extraordinário crescimento mundial, hoje em

redor de 5%. A curto prazo, 2 ou 3 anos à frente, acredito que a

economia mundial continuará vigorosa, a menos que ocorra um

cataclismo tipo petróleo a mais de US$.100.00, uma desaceleração

chinesa, etc.”.

Neste momento, podemos ver que está a acontecer o que Keedi dizia que

poderia provocar uma estagnação ou recessão do crescimento mundial. O petróleo

está a mais de US$.100.00 e as consequências batem-nos à porta todos os dias.

Mas como disse Keedi a economia é cíclica sendo difícil prever a sua evolução.

11. A vantagem comparativa entre países

A ciência económica segundo Samuelson Nordhaus ensina que o comércio

internacional é benéfico para um país. Estimula a especialização e amplia as

possibilidades de consumo de um país. Como exemplo, o Japão vende câmaras de

vídeo aos EUA; os EUA vendem computadores à Austrália; a Austrália fecha o

círculo e vende carvão ao Japão. Com a especialização nas suas áreas de maior

produtividade relativa, cada país pode consumir mais do que pode produzir sozinho.

Esta é a essência simples mas também difícil de reter do comércio externo.

11.1. O princípio da vantagem comparativa

É do senso comum que os países produzem e exportam os bens para os

quais se encontram especialmente qualificados.

Em economia, a vantagem comparativa explica porque o comércio entre dois

países pode ser benéfico, mesmo quando um deles é mais produtivo no fabrico de

todos os bens. O que importa aqui não é o custo absoluto de produção, mas o rácio

de produtividade que cada país possui.

De acordo com Samuelson e Nordhaus “segundo o principio da vantagem

comparativa, um país pode beneficiar com o comércio mesmo que seja

Abertura comercial e crescimento económico

Página 25

absolutamente mais eficiente (ou absolutamente menos eficiente) do que os outros

países na produção de qualquer produto. De facto, de acordo com a vantagem

comparativa, o comércio beneficia todos os países”. (s.d.; p. 688)

Dizem ainda que “cada país beneficiará com a especialização na produção e

exportação dos bens que pode produzir com um custo relativamente menor;

inversamente, cada país beneficiará se importar os bens que produz com um custo

relativamente maior”. (s.d., p. 689)

11.2. Exemplo de como funciona este principio

Para simplificar o entendimento deste princípio os mesmos autores dão-nos o

seguinte exemplo:

“admita que os EUA têm um maior produto por trabalhador (ou por

unidade de factor de produção) do que o resto do mundo na produção

quer de computadores quer de trigo. Mas suponha que os EUA são

relativamente mais eficientes em computadores do que em trigo. Por

exemplo, a produtividade dos EUA pode ser superior em 50% em

computadores e 10% no trigo às dos outros países. Neste caso, seria

benéfico para os EUA exportar o bem em que são relativamente mais

eficientes (computadores) e importar o bem em que são relativamente

menos eficientes (trigo).

Ou considere um país pobre como o Mali. Como poderia um país

empobrecido como o Mali, cujos trabalhadores usam teares manuais e

têm uma produtividade que é uma pequena fracção da dos países

industrializados, esperar exportar alguns dos seus têxteis?

Surpreendentemente, de acordo com o principio da vantagem

comparativa, o Mali pode exportar bens em que é relativamente mais

eficiente (como os têxteis) e importar bens que produz relativamente de

forma menos eficiente (como turbinas e automóveis)”. (s.d., p. 689)

Este principio simples proporciona uma base sólida para o comércio

internacional.

Abertura comercial e crescimento económico

Página 26

11.3. A lógica da vantagem comparativa

Para explicar o princípio da vantagem comparativa, podemos dizer que o

padrão de especialização mais eficiente e produtivo verifica-se quando as pessoas

ou os países se concentram nas actividades em que sejam, relativa ou

comparativamente, mais eficientes do que noutras; isto implica que algumas

pessoas ou países podem especializar-se em áreas em que sejam absolutamente

menos eficientes do que outros. E ainda que um individuo ou país terá uma

determinada vantagem comparativa nalguns bens e uma determinada desvantagem

comparativa noutros.

Note-se que um dos grandes benefícios da vantagem comparativa não é

apenas a eficiência produtiva que se obtém imediatamente, mas sobretudo a

«vantagem dinâmica» que se consegue para o desenvolvimento do país. Segundo

João César das Neves “o primeiro efeito da vantagem comparativa é que se deixam

de produzir internamente bens que são produzidos lá fora mais baratos. Por isso o

país ganha porque tem acesso a formas mais eficientes de produção. Mas o grande

ganho vem da reestruturação que se segue. Os recursos (terra, trabalho e capital)

que estavam empregues nas produções ineficientes ficam livres para se dedicarem

a produtos onde são mais capazes, exportando-os por sua vez”. (1997; p. 136)

É claro que esta reestruturação tem os custos da transformação do tecido

produtivo, sobretudo desemprego e falências. E são estes custos que levam muitos

a não quererem enfrentar esta abertura de mercados. Mas estes custos mais não

são que uma manifestação do conflito estabilidade-desenvolvimento. No final, depois

de se modificar o tecido produtivo, o país fica mais desenvolvido e os trabalhadores

e investidores voltam a produzir, desta vez melhor.

12. As fontes do comércio internacional de bens e

serviços

Quais são afinal as razões que levam os países a realizar comércio

internacional? Segundo a informação contida no livro Economia, “(…) os países

consideram que é benéfico participar no comércio internacional (…) devido à

Abertura comercial e crescimento económico

Página 27

diversidade das condições de produção, devido ao decréscimo dos custos de

produção e devido às diferenças de gostos existentes entre os países.”10

No que diz respeito à diversidade das condições de produção podemos dizer

que estas são condicionadas pela existência ou não de recursos naturais. Importar

recursos naturais que não existem no nosso país para produzirmos produtos pode

não se revelar fácil devido aos custos que acarreta a compra desses recursos, as

consequências podem ser falência de empresas ou até impedimento do surgimento

destas. Assim, um país com reservas de petróleo não é o único com sorte, existem

outros recursos que podem ser uma enorme mais-valia no mercado internacional.

No que diz respeito à diferença de gostos, este atributo afecta os países no

sentido de produzirem mais daqueles bens de que mais gostam e que mais

consomem, importando aqueles bens em que não são tão avantajados ou que não

têm condições de produzir. Ao mesmo tempo podem exportar os seus produtos, por

exemplo, as pessoas motivadas pela curiosidade sobre as outras culturas, países,

seus sabores e modos de viver podem querer experimentar um produto estrangeiro,

gostar e ficar clientes fixas desse produto.

Já quanto à redução de custos, talvez a razão mais importante para o

comércio internacional, este fundamento assenta segundo a base de que é mais

barato comprar ao líder de mercado de um determinado bem ou serviço do que

produzi-lo nós.

Citando Samuelson e Nordhaus, “muitos processos industriais beneficiam de

economias de escala; isto é, tendem a ter menores custos médios de produção

quando o volume de negócios se amplia. De modo que quando um país ganha

avanço num certo produto, pode tornar-se um grande produtor a custos reduzidos.”5

Estes custos reduzidos permitirão às empresas posteriormente fornecer o

produto habitual, com um preço mais competitivo, aumentando as vendas e,

consequentemente aumentando o sucesso da empresa permitindo-a permanecer

aberta, a gerar postos de trabalho e a contribuir para a economia.

10 Samuelson e Nordhaus; (s.d.; pp. 675,676)

Abertura comercial e crescimento económico

Página 28

Principais Exportadores e Importadores do Comércio Mundial de

Mercadorias, 2000

(valores em bilhões de dólares e participação em percentual) Exportadores Valor Participação Importações Valor Participação

Estados

Unidos

781,1 12,3 Estados

Unidos

1257,6 18,9

Alemanha 551,5 8,7 Alemanha 502,8 7,5

Japão 479,2 7,5 Japão 379,5 5,7

França 298,1 4,7 Grã-Bretanha 337,0 5,1

Grã-Bretanha 284,1 4,5 França 305,4 4,6

Canadá 276,6 4,3 Canadá 244,8 3,7

China 249,3 3,9 Itália 236,5 3,5

Itália 237,8 3,7 China 225,1 3,4

Países Baixos 212,5 3,3 Hong Kong 214,2 3,2

Hong Kong 202,4 3,2 Países Baixos 198,0 3,0

Fonte: Organização Mundial do Comércio, Estatísticas Internacionaisdo Comércio 2001.

Através da análise desta tabela, que apresenta os dez países que mais

exportam e importam, constatamos que os principais países importadores são

exactamente os mesmos que os países exportadores, verificando-se apenas uma

ligeira variação nas posições de alguns países.

Estes são então os dez países com maior volume de negócios no que diz

respeito a comércio internacional, e os seus sectores externos têm um enorme peso

no PIB e na economia nacional.

Podemos tomar em consideração o sucesso obtido pelos Estados unidos, que

se encontram em primeiro lugar, cuja evolução do valor do comércio externo cresceu

de meros10%, há quarenta anos, para quase 30% actualmente. Os Estados Unidos,

que desde há quarenta anos vem expandido o seu sector externo tiveram uma

evolução média de importações de quase 11% ao ano, e uma evolução média de

mais de 9% ao ano nas exportações. Uma razão para valores tão altos será o facto

de que os sectores produtivos dos Estados Unidos se tornaram cada vez mais

dependentes dos mercados internacionais. Hoje em dia, a maioria dos bens não é

totalmente produzida nacionalmente, em vez disso, a produção espalhou-se por todo

o mundo para ganhar eficiência máxima. Cada país especializou-se naquilo que lhe

era mais rentável produzir, ou seja, naquilo que lhe desse menos custos de

produção e mais sucesso de vendas. Foi isto que os americanos fizeram, e tiveram

Abertura comercial e crescimento económico

Página 29

muito sucesso, a comprovar pelos valores do comércio internacional e pelo seu

enorme peso no PIB.

A evolução do Comércio Intracomunitário, em Fevereiro de 2008, mostra que

as chegadas aumentaram 13,9% e as expedições 10,6%, comparado ao valor

registado em Fevereiro de 2007.

Quanto à evolução do Comércio Extracomunitário, em Fevereiro de 2008, as

importações sofreram um acréscimo de 50,8% e as exportações de 21,8%, face ao

valor registado em Fevereiro de 2007.

De Dezembro de 2006 a Fevereiro de 2007 Portugal sofreu um agravamento

do défice da balança comercial, pois as saídas registaram um aumento de 8,0% e as

entradas de 14,4%.

Quanto ao período de Dezembro de 2007 a Fevereiro de 2008 as saídas de

bens registaram um aumento de 8,0% e as entradas de 14,4%, determinando um

Exportações e Importações de Portugal de Dezembro a Fevereiro de 2007 e 2008 Fonte: Estatísticas do Comércio Internacional, INE

Abertura comercial e crescimento económico

Página 30

novo agravamento do défice da balança comercial. A taxa de cobertura foi de 63,9%,

o que corresponde a uma diminuição de 3,8 p.p. face à taxa registada no trimestre

homólogo (Dezembro 2006 a Fevereiro 2007).

Quanto aos bens, os Combustíveis e lubrificantes registaram um aumento de

55,9% nas entradas e de 54,5% nas saídas. No que toca às entradas, deu-se um

crescimento no Material de transporte enquanto nas saídas, é a categoria dos

Produtos alimentares e bebidas que regista o maior acréscimo (24,5%).

Os produtos que Portugal mais exporta são máquinas e outros bens de

capital, fornecimentos industriais de produtos transformados, bens de consumo e

material de transporte e acessórios.

Os principais destinos das exportações portuguesas, em 2005, foram a

Espanha (34%), a França (17%), a Alemanha (15%) e o Reino Unido (11%). Os

principais países fornecedores de Portugal, em 2005, foram a Espanha (40%), a

Alemanha (18%), a França (11%) e a Itália (7%).

13. Crescimento Económico na Economia Aberta

O Crescimento Económico de um país mede-se através do seu PIB (Produto

Interno Bruto) e este representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e

serviços finais produzidos em determinado local (países, cidades, etc), durante um

determinado período de tempo (ano, trimestre, mês, etc).

Para calcularmos o PIB, é necessária a seguinte fórmula:

PIB=C+I+G+X-M

Em que:

o C = consumo privado;

o I = total de investimentos realizados;

o G = gastos governamentais;

o X = volume de exportações;

o M = volume de importações.

Abertura comercial e crescimento económico

Página 31

Em economia verifica-se uma relação directa entre o nível de investimentos

de um país e o ritmo de incremento do seu PIB. Isto deve-se a um aumento da

capacidade produtiva (mais fábricas, mais empregos, entre outras coisas) que se

consegue obter um aumento sustentável na renda de um país.

O crescimento económico é muito importante para a estabilidade de um país,

uma vez que só assim os países podem estar equilibrados economicamente e

podem viver em “paz”, sem guerras. Para além disto, o incremento do PIB traz

melhores condições de vida para a população, o que significa que é óptimo para a

sociedade.

Logo, o crescimento é um dos factores fundamentais na redução da pobreza

e na melhoria do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).

Nas últimas décadas, um dos países que mais tem crescido a nível

económico é, sem dúvida, a China, que manteve uma taxa de crescimento médio do

seu PIB de 11,45% entre 1991 e 2003. Durante esse mesmo período de tempo, o

resto do Mundo cresceu apenas 4,41%. O forte e contínuo crescimento da China

deve-se ao facto da sua taxa de investimento ter sido acima de 28%, em média, nos

anos 80. Além disso, desde aí tem aumentado ainda mais, atingindo patamares

acima dos 40% nos anos 2002 e 2003. O comportamento da taxa de poupança da

China revela comportamento similar à da taxa de investimento entre 1980 e 2003,

saindo de uma média de 35% nos anos 80 para um patamar acima dos 40% na

década de 90 e início do novo século.

O crescimento económico não envolve apenas o capital, mas também exige

caminhar em direcção à fronteira tecnológica com adopção das melhores práticas

tecnológicas. Existe o desenvolvimento de instituições que alimentem o investimento

e o espírito empresarial. A juntar a isto, estão, também, ligados ao crescimento

económico, as políticas comerciais, direitos de propriedade intelectual, políticas

dirigidas directamente ao investimento e o clima macroeconómico global.

Abertura comercial e crescimento económico

Página 32

14. Poupança e investimento na economia aberta

“Quando a economia entra no comércio e nas finanças internacionais abre-se

uma nova fonte de fundos de investimento e outra aplicação para a poupança

nacional”11.

Devido às grandiosas oportunidades de investimentos, os países que têm

necessidades de fundos, dirigem-se aos mercados de capitais mundiais para

financiarem os seus investimentos.

Existem países que têm elevadas taxas de poupança, no entanto têm

escassez de oportunidades de investimento interno bastante rendíveis.

Os países que possuem elevadas taxas de poupança e investimento,

também, possuem crescimento económico per capita acima da média.

Um dos percursos para o incremento económico é, sem dúvida, a promoção

de poupança e os investimentos elevados a longo prazo.

Ao contrário da economia fechada, na economia aberta o investimento tem de

ser igual à poupança privada mais o excedente público, dependendo dos programas

de impostos e de despesa e não da taxa de juro.

Uma economia aberta possui aplicações alternativas de poupança e fontes

alternativas de investimento.

Quando nos referimos a uma pequena economia aberta, esta tem de

equilibrar a sua taxa de juro interna com a taxa de juro real mundial.

Pode-se considerar que à taxa de juro real relativamente elevado, a poupança

interna excede o investimento interno e o excesso de poupança escoa para as

oportunidades de investimento mais lucrativas no exterior.

No que diz respeito às exportações líquidas ou à posição comercial

internacional do país, estas são determinadas pelo equilíbrio entre o investimento e

a poupança nacional.

11

Samuelson Nordhaus,1999: p.612

Abertura comercial e crescimento económico

Página 33

Caso haja um aumento na poupança privada, isto levará a uma

desvalorização da taxa de câmbio até que as exportações líquidas aumentem o

suficiente para equilibrar o aumento na poupança nacional.

Já, se houver um incremento do investimento interno, isto levará a uma

apreciação da taxa de câmbio até que as exportações líquidas baixem

razoavelmente até que se possa equilibrar o investimento e a poupança.

Por fim, se existir um crescimento das taxas de juros a nível mundial, isto fará

com que reduza o nível de investimento. Assim, isto fará com que haja um aumento

na poupança interna líquida e um incremento das exportações líquidas e do

investimento externo.

15. Promoção do crescimento em economia aberta

Na economia aberta, o aumento do crescimento do produto implica imensas

coisas: o clima para investimento e poupança envolve uma enorme diversidade de

políticas, direitos de propriedade assegurados e um clima de investimento previsível

e aprazível.

Em relação ao longo prazo, o meio mais simples de incrementar os níveis de

vida e o produto per capita é certificar que o país siga as melhores tecnologias nos

processos de produção, pois a população, só assim, conseguirá ter melhores

condições de vida. No entanto, devem de ser utilizadas tecnologias correctas para

que haja produção elevada. Muitas das vezes, atingir a fronteira tecnológica envolve

a associação em empreendimentos, com empresas estrangeiras.

As políticas comerciais são bastante importantes, pois o comércio aberto

promove a adopção das tecnologias e a competitividade.

Muitos países podem obter o seu rendimento máximo, se usufruírem

cuidadosamente os seus recursos naturais.

Outro dos factores no crescimento de um país engloba a emigração e a

imigração, uma vez que trazem imensos benefícios para o país, pois contribuem

para a produção dos produtos e para o desenvolvimento do próprio país. Logo,

aumentam as receitas do país.

Abertura comercial e crescimento económico

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As economias abertas mais bem sucedidas proporcionam um ambiente

seguro não só para a actividade empresarial, como também para o investimento.

Em suma, “a promoção do crescimento económico numa economia aberta

envolve a garantia de que a actividade é atractiva para os investidores externos e

internos que têm um grande conjunto de oportunidades de investimentos na

economia mundial.”12

16. Comércio internacional versus comércio interno

Quando queremos efectuar uma comparação entre comércio internacional e

comércio interno temos que começar por definir um e outro. Então, comércio

internacional será aquele que envolve troca de bens e serviços através das

fronteiras para outros países, enquanto o comércio interno é aquele em que as

trocas são efectuadas apenas de e para dentro do território nacional.

Poderá porventura existir alguém que esteja contra o comércio internacional,

especulando de que apenas o comércio interno seria mais benéfico e suficiente para

um país. O que estas pessoas não compreendem, ou desconhecem, é que um país

que apenas efectue comércio interno não terá jamais o mesmo tipo de

desenvolvimento que os países que efectuem comércio com outros países. Em

primeiro lugar devido ao peso das exportações e importações no PIB, depois porque

esta falta de comércio internacional iria atrasar o desenvolvimento dos métodos de

produção, impedir que a concorrência exerça o seu papel inspirador e levar muitas

empresas à falência devido ao facto de que a procura nacional poderia não ser

suficiente para o consumo que seria necessário para a sobrevivência das empresas.

“Também o fluxo financeiro internacional tem-se elevado muito e contribuído

significativamente para a melhoria do padrão de vida da população em vários

países. Essa maior integração é devida a fatores tecnológicos, sociais e culturais e

ainda à mudança em muitas políticas governamentais e em governos que

restringiam as transações internacionais.”13

12

Samuelson Nordhaus, (s.d.; p. 618). 13

Silva, Orlando M.; Almeida, Fernanda M.; Oliveira, Bethania M. (Acedido em 23-05-2008), Comércio internacional "x"

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Abertura comercial e crescimento económico

Página 35

Quando às diferenças entre mercado nacional e mercado internacional

podemos destacar três.

Em primeiro lugar, e segundo Samuelson e Nordhaus, podemos referir que o

comércio internacional “(…) expande os horizontes comerciais. Se as pessoas forem

forçadas a consumir apenas o que produzem no país, o mundo ficaria mais pobre

nos aspectos tanto material como espiritual. Os canadianos não poderiam beber

vinho, os norte-americanos não poderiam comer bananas e a maior parte do mundo

viveria sem jazz e filmes de Hollywood.”14 Neste tópico poderemos abordar ainda a

falta de cultura que provocaria não existir mercado internacional, já para não referir

que a proximidade entre países e continentes seria mínima. O acesso de alguns a

recursos naturais seria maior que de outros, por exemplo, poucos países teriam

petróleo. Por que tipos de combustível iriam ser movidos os carros portugueses, por

exemplo? Será que não veríamos as quintas de antigamente, em que os tractores

seriam trocados de novo de volta para a força manual? Estas desigualdades

provocariam decerto conflitos, guerras e sobretudo destruição.

Em segundo lugar, impõe-se mencionar que no comércio internacional cada país

controla a quantidade de bens, pessoas e finanças que cruza as suas fronteiras,

enquanto no comércio nacional os bens e pessoas se movimentam livremente e

tudo é negociado com uma única moeda.

Em terceiro lugar, cada país exportador prefere receber na sua própria moeda

enquanto cada país importador prefere pagar na sua, repetindo-se este modus

operandi quando as posições se invertem. Deste modo é assegurado um fluxo

contínuo de todas as moedas, evitando assim a paralisação do comércio.

14

Samuelson e Nordhaus; (s.d.; p. 673)

Abertura comercial e crescimento económico

Página 36

17. Conclusão

Com este trabalho obtemos mais conhecimento sobre a abertura comercial e

as relações entre países e mercados externos.

Abertura comercial e crescimento económico

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