Upload
lekien
View
235
Download
6
Embed Size (px)
Citation preview
PRODUTIVIDADE NA ALVENARIA
ESTRUTURAL APARENTE EM BLOCOS
CERÂMICOS
BRUNO MELO ELLERES (UFPA )
Wylliam Bessa Santana (UFPA )
LUIZ MAURICIO FURTADO MAUES (UFPA )
Na indústria da construção civil, o aumento da produtividade e a
redução de custos são algumas das vertentes utilizadas para a
melhoria no processo produtivo. A produtividade, retratada neste
trabalho, foi baseada na repetição de serviços, na logística e no
aperfeiçoamento da mão de obra para a execução da alvenaria
estrutural aparente. A pesquisa foi realizada com cinco equipes
compostas por doze colaboradores cada uma. O acompanhamento foi
realizado diariamente, com cerca de 70 repetições, onde a meta de
cada equipe era a execução de um pavimento com 600m² de área, em
um período de 10 dias. Este acompanhamento conclui que, quando a
equipe mantém os mesmos colaboradores por mais tempo, esta
consegue melhorar sua produtividade gradativamente até se
estabilizar, já as equipes que tiveram a troca de colaboradores durante
o processo construtivo, apresentam oscilações em sua produtividade.
Todas as equipes foram avaliadas no mesmo período e nas mesmas
circunstâncias de logística e intempéries, de modo que na evolução do
estudo e acompanhamento dos grupos de alvenaria, foi verificado o
aumento da produtividade média no decorrer dos meses.
Palavras-chave: Alvenaria Estrutural, Efeito Aprendizagem,
Produtividade
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .
2
1.Introdução
A mão de obra é o recurso mais precioso participante da execução de obras de construção
civil (SANDER e THOMAS, 1991), não somente porque representa alta porcentagem do
custo total mas, principalmente, em função de se estar lidando com seres humanos, que têm
uma série de necessidades a seremsupridas. A medição da produtividade pode ser um
instrumento importante para a gestão da mão de obra (THOMAS e YAKOUNIS, 1987),
podendo subsidiar políticas para a redução de custos e aumento da motivação no trabalho.
No entanto, quando se discute a produtividade, tanto em debates entre profissionais de campo
ou especialistas em artigos técnicos sobre o assunto, paira sempre como foram calculados os
indicadores que estão sendo utilizados (SOUZA, 2002). Observa-se na construção civil, um
intenso movimento no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, a
construção civil precisa ter cautela e controlar melhor os gastos diante do cenário econômico
instável (GONÇALVES, 2015). As obras de caráter repetitivo são obras de extrema
necessidade de planejamento, para ter a produtividade desejada.
Nestes tipos de obras surge um fenômeno característico, denominado efeito aprendizagem, o
qual observa aumentos expressivos de produtividade, obtidos com o acréscimo da repetição
dos serviços. A base de todos os benefícios da repetição na construção é a operação contínua,
isto é, o trabalho é realizado sem interrupções, com poucas alterações na equipe de trabalho e
com o mesmo processo construtivo (OLIVEIRA et al., 1998).
Na ultima década o crescente investimento em projetos de habitações de interesse social têm
gerado uma intensa competição no mercado da construção civil, fazendo com que os modelos
construtivos, a matéria prima da região e sua produtividade, sejam muito importantes para a
viabilidade construtiva e econômica.
A indústria da construção enfrenta desafios no que diz respeito a problemas relacionados com
a produtividade e os problemas são geralmente associadas com o desempenho do trabalho. O
desempenho do trabalho é afetado por muitos fatores, e é geralmente ligada ao desempenho
de tempo, custo e qualidade. Enquanto isso, nesta última décadadiversos trabalhos
acadêmicos estão sendo realizados com o intuíto de identificae e avaliar os fatores que afetam
a produtividade do trabalho em construções; no entanto, uma compreensão mais profunda
ainda é necessária para melhorar a produtividade do trabalho (SOEKIMAN et al., 2011).
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .
3
1.1. Produtividade
A produtividade da mão-de-obra pode ser definida como a eficiência na transformação de
esforço humano em produtos de construção. Assim, foi adotado na pesquisa um indicador
denominado Razão Unitária de Produção (RUP) (MATTOS, 2010), que é igual ao número de
homens-hora, por quantidade de serviço (PINI, 2011).
Na construção civil, muitos fatores interferem na execução de um determinado serviço. A
disponibilidade de materiais e equipamentos, a complexidade das tarefas e até o pagamento
em dia afetam o trabalho dos profissionais, aumentando ou diminuindo sua
produtividade(PINI 2011).
A produtividade tem como principal função integrar um sistema de informações que permita
amparar decisões futuras. Essa informação é importante nas fases de projeto e planejamento
do empreendimento, mas é fundamental mesmo na fase de produção, permitindo um
adequado gerenciamento das equipes, atividades e cronograma de obra. O indicador de
produtividade permite ao empreendedor analisar tendências, desenvolver os métodos
construtivos e prever o consumo de mão de obra e a duração dos serviços (CCSC, 2011).
A Melhoria da produtividade na construção civil tem sido um grande desafio da indústria,
dado o seu elevado impacto sobre os resultados do projeto. Tem recebido maior atenção dos
pesquisadores de construção que promovem diversas ações de melhoria, uma vez que a
análise dos fatores que afetam o trabalho produtividade é uma parte fundamental neste
processo (RIVAS et al., 2011).
2. Metodologia
Esta pesquisa se caracteriza com um caráter descritivo, pois procura descrever as
características de determinada população, estabelecendo relações naturais ou variáveis (GIL,
2008). Umas das características mais marcantes está na utilização de técnicas padronizadas de
coleta de dados.
Todos os dias, durante a coleta de dados, foram verificados o efetivo das equipes, onde cada
equipe foi monitorada e controlada quanto a ausência dos colaboradores ou por alguma troca
desses colaboradores quando necessário. Os dados foram obtidos em prédios de dois
pavimentos tipo, mais o térreo, onde cada um tem em média 600 m² de alvenaria estrutural
aparente.
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .
4
O estudo foi feito desde em que os blocos estruturais chegavam na obra, até serem colocados
no seu local, assim, desde o primeiro bloco do pavimento, até o ultimo, foi feito o
monitoramento. Desta forma, buscou-se avaliar as equipes quanto ao comportamento e o
aumento da produtividade representados pelos gráficos obtidos para cada equipe.
3. Resultados e discussões
Como estudo de caso foi adotada uma obra de padrão popular e de interesse social, localizada
na região metropolitana de Belém. A obra visa a construção de 1724 unidades habitacionais
com os serviços complementares de urbanização, paisagismo e infraestrutura urbana. A obra
será construída em blocos de três pavimentos, onde cada pavimento tem o total de 600m² de
alvenaria estrutural aparente construída.
Nessa pesquisa, foi utilizado sempre a mesma quantidade de mão de obra em todas as
equipes, cinco pedreiros, cinco serventes, um eletricista, um encanador e um ferreiro que
auxiliava quando se necessitava.
Na obra existiam cinco equipes, acompanhadas e supervisionadas diariamente pela equipe da
administração da empresa. O modo de pesquisa utilizado na obra se enquadra no modelo de
pesquisa de campo, que se trata de uma investigação empírica realizada no local de
construção.
O método utilizado para calcular a produtividade, foi das horas trabalhadas por todos os
componentes da equipe, com o valor das horas de cada um, como pode ser analisado natabela
1, a seguir:
Tabela 1 – Cálculo das horas trabalhadas
Função
Horas trabalhadas
por dia
Número de
funcionários na
equipe
Horas
trabalhadas
por dia pela
equipe
Valor da hora
trabalhada para cada
funcionário com
encargos.
Custo por dia
das equipes e
suas funções
PEDREIRO 8,8 5 44 R$ 5,21 R$ 229,24
ELETRECISTA 8,8 1 8,8 R$ 5,21 R$ 45,85
ENCANADOR 8,8 1 8,8 R$ 5,21 R$ 45,85
SERVENTE 8,8 5 44 R$ 3,77 R$ 165,88
TOTAL - 12 105,6 - R$ 486,82
Fonte: Os autores
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .
5
Apesar de o estudo ser de produtividade, é interessante avaliar as variações de custo, já que
interessa para o planejamento de qualquer obra. Na tabela 1, é possível observar, que uma
equipe de 12 funcionários, trabalha por dia 105,6 horas, e o custo dessa mão de obra é de
R$496,82 por dia trabalhado. Logo, quando se trabalha por mais tempo a produtividade
diminui e o custo aumenta.
Por isso, quanto menor o tempo utilizado para a construção de cada ciclo de produção
(pavimento), melhor é a produtividade. O efeito aprendizagem é um fenômeno conhecido
pelo qual a repetição de uma tarefa, o treinamento e aprendizagem na sua execução, enfim, a
experiência, conduzem a um melhor desempenho, isto é, um aumento de produtividade
(HEINECK, 1991).
O efeito aprendizagem, é de grandes benefícios para esta obra em questão. Com este estudo
pôde-se inferir que o valor total gasto com a mão de obra foi reduzido, e consequentemente o
tempo das construções dos pavimentos também foi reduzido, o que é reflexo do efeito
aprendizagem, e pode ser observado detalhamente natabela 2.
Tabela 2 – Custo da mão de obra por equipe
DIAS
TRABALHADOS
POR PAVIMENTO
TOTAL DE
HORAS
TRABALHADAS
PELA
EQUIPE
CUSTO DA
MÃO
DE OBRA POR
DIA
VALOR TOTAL
GASTO
COM MÃO DE
OBRA
15 1584 R$ 486,82 R$ 7.302,30
14 1478,4 R$486,82 R$ 6.815,48
13 1372,8 R$ 486,82 R$ 6.328,66
12 1267,2 R$ 486,82 R$ 5.841,84
11 1161,6 R$ 486,82 R$ 5.355,02
10 1056 R$486,82 R$ 4.868,20
9 950,4 R$ 486,82 R$ 4.381,38
8 844,8 R$ 486,82 R$ 3.894,56
Fonte: Os autores
Analisando-se a produtividade das cinco equipes de execução da alvenaria, foi possível
identificar o desempenho das mesmas. Os gráficos que retratam o estudo de tempo pelo
consumo de homens-hora, mostra em quantas horas trabalhadas as equipes foram realizando a
construção completa de seus pavimentos, as figuras demonstram ao longo do trabalho, a
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .
6
ordem em que as equipes executaram a construção dos pavimentos no decorrer de
aproximadamente dez meses de pesquisa e acompanhamento.
Para analisar melhor o efeito aprendizado e o aumento de produtividade das equipes, este
trabalho buscou discriminar a performance de cinco equipes que sofreram pequenas alterações
na composição de seus operários, conforme o tabela 3.
Tabela 3 – Situação das equipes durante os dez meses de estudo
EQUIPES SITUAÇÕES OCORRIDAS DURANTE A CONSTRUÇÃO DOS
PAVIMENTOS
Equipe 1 Não ocorreu substituição de trabalhadores durante os dez meses.
Equipe 2 Ocorreu substituição de dois trabalhadores durante os dez meses.
Equipe 3 Ocorreu substituição de um trabalhador durante os dez meses.
Equipe 4 Ocorreu substituição de um trabalhador durante os dez meses.
Equipe 5 Não ocorreu substituição de trabalhadores durante os dez meses,
porém, esta equipe teve problemas com a logistica dos materiais.
Fonte: Os autores
3.1. EQUIPE 1
A Equipe 1, na medida com o que foram concluindo os pavimento aumentou a produtividade
e depois se manteve constante. Como pode ser analisado no gráfico 01, o bloco 1 e o 2 , eles
realizaram toda a confecção da alvenaria em 1584 horas trabalhadas (15 dias), depois desses,
o bloco 3 e o bloco 4 já foram feitos com 1478,4 horas trabalhadas (14 dias), após o quarto
bloco entregue, com um total de quatro pavimentos de 600m² executados, equivalente á
quatro blocos, essa equipe conseguiu aumentar sua produtividade bloco a bloco, diminuindo
as horas trabalhadas em 105,6 após cada bloco pronto. A equipe em análise conseguiu reduzir
até 844,8 horas trabalhadas (8 dias) quando entregou o bloco 10, essa foi a maior
produtividade analisada para essa equipe com os seus colaboradores. Os blocos 11,12 e 13,
foram executados com 844,8 horas trabalhadas. Como pode ser visto na Figura 01:
Figura 01 -Consumo de mão de obra da Equipe 1
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .
7
Fonte: Os autores
3.2. EQUIPE 2
Na Equipe 2, analisando a figura 02, os blocos 1 e 2 foram executados em 1584 horas
trabalhadas, o bloco 3 em 1478,4 horas trabalhadas e o bloco 4 em 1372,8 horas trabalhadas.
Quando a equipe 2, iria começar a execução do bloco 5, foi necessario trocar 2 colaboradores
da equipe, o que ocasionou um retrocesso imediato na produtividade da mesma, com isso o
bloco 5 foi executado em 1478,4 horas trabalhadas. A equipe 2 nos blocos 6 e 7, voltou a
trabalhar com 1372,8 horas trabalhadas para entregar os 600m². Os blocos 8 e 9 foram
entregues em 1267,2 horas trabalhadas, porém, foi necessário a troca de um colaborador nessa
equipe no início da execução do bloco 10, o que trouxe como resultado novamente um
retrocesso na produtividade, e os blocos 10 e 11, foram executados em 1372,8 horas
trabalhadas. Os blocos 12 e 13 voltaram á alcançar o índice de 1267,2 horas trabalhadas, e o
melhor índice foi realizado no bloco 14, onde foi alcançado 1161,6 horas trabalhadas.
Figura 02 -Consumo de mão de obra da Equipe 2
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .
8
Fonte: Os autores
3.3. EQUIPE 3
Na Equipe 3, desde o começo dos serviços, sempre após a construção de dois blocos, a equipe
veio aumentando a sua produtividade, porém isso mudou , quando os colaboradores desta
equipe tinham entregue o bloco 7 e o 8 em 1267,2 horas trabalhadas. Por isso, o bloco 9 e o
10, foram executados em 1372,8 horas trabalhadas. O bloco 11, a Equipe 3, voltou a realizar o
bloco em 1267,2 horas trabalhadas, o bloco 12, já foi em 1161,6 horas trabalhadas), o 13 em
1056 horas trabalhadas e o bloco 14 foi entregue com 950,4 horas trabalhadas .
Figura 03: consumo de mão de obra da Equipe 3
Fonte: Os autores
3.4. EQUIPE 4
Na Equipe 4, o começo dos serviços teve um bom início, como pode ser visto no gráfico 04,
essa equipe construiu os blocos 1,2 e 3, com a marca de 1478,4 horas trabalhadas com toda a
logistica e situações climaticas que as outras equipes encontraram. O bloco 4 e o 5 com
1372,8 horas trabalhadas. Desde então, nos próximos blocos, conseguiram novamente
aumentar sua produção, e alcançaram a marca de 1267,2 horas trabalhadas com o bloco 6,7 e
o 8, a equipe teve uma perda de ritmo, o fato que atrapalhou a equipe por aproximadamente
um mês, foi a substituição de um trabalhador. Com isso, a equipe teve uma queda na
produção, e voltaram a produzir os blocos em 1372,8 horas trabalhadas, foram blocos 9,10 e
11 com essa produtividade. Quando esse periodo passou, o bloco 12 e 13 foram realizados
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .
9
com 1267,2 horas trabalhadas , a equipe alcançou a melhor marca com o bloco 14 de 1161,6
horas trabalhadas.
Figura 04 - Consumo de mão de obra da Equipe 4
Fonte: Os autores
A Equipe 4, no começo dos serviços obteve um bom resultado, como pode ser visto no
gráfico 04, pois três de seus colaboradores já haviam trabalhado em outras equipes e vieram
remanejados por circustâncias diversas da obra, e com isso eles sairam na frente na questão do
aprendizado da mão de obra. Essa equipe construiu os blocos 1,2 e 3, com a marca de 1478,4
horas trabalhadas com toda a logistica e situações climaticas que as outras equipes
encontraram. O bloco 4 e o 5 com 1372,8 horas trabalhadas. Desde então, nos próximos
blocos, conseguiram novamente aumentar sua produção, e alcançaram a marca de 1267,2
horas trabalhadas com o bloco 6,7 e o 8, porém, foi necessaria a substituição de dois
colaboradores dessa equipe, o que atrapalhou a equipe por aproximadamente um mês.. Com
isso, a equipe teve uma queda na produção, e voltaram a produzir os blocos em 1372,8 horas
trabalhadas, foram blocos 9,10 e 11 com essa produtividade. Quando esse periodo passou, o
bloco 12 e 13 foram realizados com 1267,2 horas trabalhadas , a equipe alcançou a melhor
marca com o bloco 14 de 1161,6 horas trabalhadas.
3.5. EQUIPE 5
O comportamento da equipe 5 foi parecido com o da equipe 4, pois o começo dos serviços
teve também uma boa produtividade e com a mesma quantidade de horas trabalhadas. Porém
no bloco 10, entregue com 1276,2 horas trabalhadas, a logistica da entrega dos blocos
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .
10
cerâmicos foi comprometida, pois a obra fica em lugar de dificil acesso, e é usado um
manipulador telescopico para tal entrega desses blocos. O mesmo teve de ficar dois dias
parado para manutenção, isso fez com que parte das horas trabalhadas , fossem usadas para
abastecer os locais com blocos, as outras equipes já estavam abastecidas e não tiveram esse
atraso por conta da distribuição dos blocos estruturais. Isso fez com que a Equipe 5, fizesse o
bloco 11 e o 12, em 1372,8 horas trabalhadas, o que representa uma diminuiçao nessa
produtividade. Passado esse periodo, a produtividade se normalizou e a equipe chegou e se
manteve com 1161,2 horas trabalhadas no bloco 14.
Figura 05 - Consumo de mão de obra da Equipe 5
Fonte: Os autores
3.6. COMPARAÇÃO DAS EQUIPES 1 E 5
De acordo com a figura 06, pode-se perceber que ao comparar-se as equipes 1 e 5, ambas sem
terem trocado nem um de seus trabalhadores, é notório que a equipe 5 apresentou um
desempenho inferior a equipe 1. Isto ocorreu devido a falhas na logística de materiais em
função da dificuldade de transportar os materiais do local de processamento ou
armazenamento até o lugar de aplicação, como os blocos estruturais, ferro e cimento. A
equipe 5, só conseguiu alcançar o máximo de 1267,2 horas trabalhadas para a execução de um
pavimento.
Figura 06 - Comparação da produtividade
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .
11
Fonte: Os autores
A equipe 1, também não teve necessidade de trocar nem um de seus trabalhadores, porém, a
mesma não apresentou os mesmos problemas da equipe 5, obtendo um resultado bem melhor,
alcançando a marca de 844,8 horas trabalhadas para a execução de um pavimento. Isso mostra
a importância da logística e abastecimento de materiais na obra, pra que seja mantido um
aumento de produtividade, além de valer o efeito aprendizagem.
3.7. COMPARAÇÃO DAS EQUIPES 3 E 4
De acordo com a figura 07, pode-se perceber que ao comparar-se as equipes 3 e 4, que ambas
trocaram um de seus trabalhadores, uma equipe apresentou desempenho inferior em relação a
outra a partir do oitavo pavimento, visto que nos pavimentos anteriores tiveram uma
similaridade na produtividade. Isto ocorreu devido ao trabalhador que entrou na equipe 4, pois
este não obteve um bom rendimento em relação ao trabalhador que entrou na equipe 3. Isso
foi registrado na entrega do oitavo pavimento de cada equipe, onde foi necessário trocar um
trabalhador de cada uma dessas equipes, o que causou um retrocesso na construção de dois
pavimentos nos blocos que as equipes executaram logo após a troca. A equipe 3, precisou de
dois pavimentos para voltar á uma produtividade de 1276,2 horas trabalhadas por um
pavimento, quanto que a equipe 4, já precisou de três pavimentos para voltar á uma
produtividade de 1276,2 horas trabalhadas por pavimento.
844,8
1584
1267,2
0
600
1200
1800
0
600
1200
1800
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
CO
NSU
MO
HO
MEN
S-H
OR
AEXECUÇÃO DE OBRA - EQUIPE 1 E 5
EQUIPE 1
EQUIPE 5
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .
12
Figura 07 - Comparação da produtividade
Fonte: Os autores
Após o oitavo pavimento entregue, as duas equipes começaram a evoluir, sendo a equipe 3,
com uma produtividade cada vez melhor depois de cada pavimento pronto e a equipe 4,
precisando de mais de um pavimento para evoluir na produtividade. A equipe 3 alcançou um
resultado de 950,4 horas trabalhadas para um pavimento. A equipe 4, que teve os mesmos
parâmetros de trabalho que a equipe 3, conseguiu um resultado de 1161,6 horas trabalhadas
por pavimento.
As cinco equipes analisadas, mostram diversos parâmetros que podem ser analisados e assim
se tomar melhores decisões para alcançar uma produtividade considerável na construção civil.
4. CONCLUSÃO
Os índices de produtividade são utilizados para o controle da eficiência da obra e com isso ter
informações concretas para se tomar as melhores decisões para a obra. No caso da repetição
como aprendizagem na execução da alvenaria estrutural aparente foram notados vários
aspectos, que ajudaram a melhorar a produtividade, tais como: a forma com que os
trabalhadores vão se aperfeiçoando com o trabalho, a melhoria nas ordens e nas decisões
tomadas pela equipe, um aperfeiçoamento no uso dos equipamentos, uma melhoria na
0
600
1200
1800
0
600
1200
1800
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
CO
NSU
MO
HO
MEN
S-H
OR
A
EXECUÇÃO DE OBRA - EQUIPES 3 E 4
EQUIPE3
EQUIPE 4
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .
13
organização do trabalho, com isso um melhor gerenciamento e supervisão no dia-a-dia da
obra.
Neste trabalho, na comparação das equipes 1 e 5, foi percebido que quando se tem uma boa
logística é possível economizar até 422,40 horas trabalhadas por pavimento, o que é
equivalente á R$ 1.987,28 reais de economia para uma equipe em aproximadamente 12 dias.
Percebeu-se também neste trabalho que quando se tem necessidade da troca de algum
trabalhador, pode ser benéfico ou maléfico para a produtividade, já que estamos analisando
serviços feitos por pessoas de diferentes comportamentos, ocasionando resultados relativos.
No caso da equipe 3 e 4, ambas trocaram apenas um de seus trabalhadores no mesmo período,
e as equipes tiveram resultados diferentes. A equipe 4, com essa troca desperdiçou no
decorrer da construção de cada pavimento R$ 993,64 reais a cada 12 dias. Outra analise que
pode ser levada em conta na hora do planejamento e do gerenciamento de obra.
Com a repetição por aprendizagem, também se têm como benefícios: aumento linear da
produtividade e regularidade no fornecimento de materiais e equipamentos à linha de
produção, pois o operário passa a saber exatamente o que é necessário e como funciona o
sistema de solicitação destes itens pela empresa. Este estudo, verificou a boa correlação do
efeito aprendizagem na execução da alvenaria estrutural aparente. Isso permite concluir que
neste tipo de serviço o efeito aprendizagem se faz presente e deve ser levado em conta no
planejamento e programação de obras.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da vida, da saúde, do amor e da sabedoria. Ao
querido professor Luiz Maurício Maués pela amizade, paciência, compreensão e
imprescindível orientação acadêmica.
Aos queridos amigos engenheiros Rudimar do Carmo, Saulo Custódio e Mário Antonio. A
todos os membros do Núcleo Habitação da Amazônia (NUHAM).
A todas as pessoas que, direta ou indiretamente contribuíram com carinho e atenção durante a
construção desse trabalho.
REFERÊNCIAS
CCSC, Comunidade da Construção – Sistemas Construtivos / Viabilidade. Disponivél em:
<http//www.comunidadedaconstrução.com.br> . Acesso em: 22 de julho de 2015.
GIL, Antonio C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6º Ed. São Paulo, Atlas 2008.
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .
14
GONÇALVES,G. R7- Notícias / Economia – (07/07/15)- Construção civil precisa ter cautela e controlar melhor
os gastos diante do cenário econômico instável.
HEINECK, L. F. Efeito aprendizagem, efeito continuidade e efeito concentração no aumento da produtividade
na alvenaria. In: Simpósio de Desempenho de Materiais e Componentes de Construção Civil, 1991, Santa
Catarina. Anais...Florianópolis: UFSC, 1991.
MATTOS, A. D. Planejamento e controle de obras. PINI, São Paulo, 2010. 420 p.
OLIVEIRA, R. R.; HAMERSKI, A.; MARTINI, C. E. Estudo de fatores que afetam a produtividade em obras
repetitivas. In; Congresso Latino-Americano de Tecnologia e Gestão da Produção de Edificios, 1998. São Paulo.
Anais...São Paulo: CLATGPE,1998.
PINI, Equipe de Obra.Produtividade da mão de obra. Julho, 2011. Disponível em:
<http://equipedeobra.pini.com.br/construcao-reforma/38/artigo225314-1.aspx>. Acesso em: 02 de abril de 2016.
RIVAS, Rodrigo A.; BORCHERDING, John D.; GONZÁLEZ ,Vicente; ALARCÓN, Luis F. Analysis of
Factors Influencing Productivity Using Craftsmen Questionnaires: Case Study in a Chilean Construction
Company. Journal of Construction Engineering and Management, V. 137, Ed. 4. Abril de 2011. 312-320 p.
SANDERS, S.R.; THOMAS, H. R. Factors affecting mansonry-labor productivity. Journal of Construction
Engineering and Management, Vol. 117 , No.4. 1991. 626-44 p.
SOEKIMAN, A.; PRIBADI, K. S.; SOEMARDI, B.W.; WIRAHADIKUSUMAH, R.D. Factors Relating to
Labor Productivity Affecting the Project Schedule Performance in Indonesia. Procedia Engineering.V. 14.
2011. 865-873 p.
SOUZA, Ubiraci E. L. de. Como medir a produtividade da mão-de-obra na construção civil.In: ENCONTRO
NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 8. 2000, Bahia. Anais... Salvador: ANTAC,
2000.
TCPO- Bernardo Corrêa Neto, do departamento de Engenharia e Custos da PINI. Como preparar orçamentos
de obras, de Aldo Dórea Mattos, e TCPO - Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos, ambos
publicados pela Editora PINI.
THOMAS, H. R.; YAKOUMIS, I. Factor model of construction productivity. Journal of Construction
Engineering and Management, Vol.113, No.4. 1987. 623-39 p.