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COLÉGIO ESTADUAL HELENA KOLODY – E.M.P.
TERRA BOA - PARANÁ
Professora Leonilda Brandão da Silva
E-mail: [email protected]
http://professoraleonilda.wordpress.com/
Pág. 74
O Brasil possui uma imensa variedade de frutas comestíveis. Neste capítulo estudaremos os tecidos e a morfologia das plantas, com ênfase nas angiospermas, as plantas dominantes na maioria dos ambientes terrestres. Lembrando, porém, que o estudo das flores e de sua importância para esse grupo foi realizado no capítulo anterior.
PROBLEMATIZAÇÃO
−Suponha que você precise descrever e diferenciar as várias partes de uma planta para um amigo. Como você faria isso?
−Quais são as funções de cada parte das plantas?
−Quais são os tecidos vegetais responsáveis pelo:
• Crescimento
• Revestimento e Proteção
• Assimilação e Reserva
• Sustentação e
• Condução de Seivas nas plantas?
• O corpo de uma planta é organizado de maneira bem diferente da organização do corpo de um animal.
• A maior parte das diferenças deve ser vista como adaptação à nutrição autotrófica dos vegetais em oposição à nutrição heterotrófica dos animais.
• Assim, só os vegetais possuem tecidos especializados para a fotossíntese e para o transporte de água e minerais retirados do solo (seiva mineral) e de substâncias orgânicas produzidas nas folhas (seiva orgânica).
• Os órgãos das plantas também são diferentes dos órgãos dos animais.
1
Por exemplo, em uma planta
com flor existem:
• a raiz, que fixa a planta ao
solo e absorve e transporta
água e minerais;
• o caule, que sustenta a
planta e transporta água e
minerais para as folhas,
que fazem fotossíntese;
• e as flores, nas quais se
formam sementes e frutos.
Os tecidos que constituem as plantas podem ser ÷ em:
• tecidos meristemáticos (de formação ou meristemas) e
• tecidos diferenciados (permanentes ou adultos).
− Os meristemas são grupos de células não diferenciadas que conservam as características embrionárias. Essas células possuem grande capacidade de se dividir e de se diferen-ciar, originando outros tecidos e colaborando para o crescimento da planta. Há dois tipos de meristemas: • Meristemas primários: localizados na extremidade do
caule e da raiz e nas axilas das folhas. São responsáveis pelo crescimento em altura do vegetal. • Meristemas secundários: localizados no interior do caule e
da raiz das gimnospermas, da maioria das eudicotile-dôneas e de algumas monocotiledôneas com formação arbórea. Esse tecido é responsável pelo crescimento em espessura da planta.
TECIDOS MERISTEMÁTICOS
São tecidos cujas células diferenciadas, realizam funções
específicas.
1) Tecidos de Revestimento e Proteção: epiderme e súber.
2) Tecidos de Assimilação e de Reserva: Parênquimas
clorofiliano (paliçádico, lacunoso) amilíferos, aquíferos e
aeríferos.
3) Tecidos Condutores de seiva: vasos lenhosos e liberianos.
4) Tecidos de Sustentação: colênquima e esclerênquima.
5) Tecidos secretores
TECIDOS DIFERENCIADOS, adultos ou permanentes
A) EPIDERME
• EPIDERME e SÚBER: são tecidos que
− revestem os vegetais;
− fornecem proteção;
− evitam a perda excessiva de água.
1) TECIDOS DE REVESTIMENTO E PROTEÇÃO
• Reveste as folhas e as partes jovens do caule e da raiz das plantas lenhosas (aquelas que produzem madeira) e todo o corpo das herbáceas.
• É formada por uma camada de células vivas, sem clorofila, que apresentam na face externa uma cobertura chamada cutícula constituída, entre outros fatores, por um lipídio impermeável, a cutina, que impede a evaporação da água.
•Na raiz, a epiderme não apresenta cutina e suas células formam prolongamentos, os pelos absorventes ou radiculares, que aumentam a superfície de absorção de água e minerais
•Em alguns vegetais, as células da epiderme emitem projeções, os pelos ou tricomas, que podem ter funções variadas.
− Em plantas de clima seco, formam, na superfície da folha, um emaranhado que ajuda a reter umidade e dificulta a perda de água por transpiração (saída de água na forma de vapor).
− Em plantas como o algodão, funcionam de modo similar a um paraquedas e facilitam o transporte da semente pelo vento.
− No caso da urtiga, contêm um líquido urticante que defende a planta contra os animais.
• A epiderme também pode formar, como no caso da roseira, saliências pontiagudas – os acúleos.
• Função: defesa contra predadores.
− ESPINHOS: são ramos atrofiados do
caule (limoeiro) ou folhas modifica-
das (cacto);
− ACÚLEOS: são formações da su-
perfície da planta, facilmente des-
tacados (roseira).
ACÚLEOS
ESPINHOS
Diferença entre acúleos e espinhos:
• Embora reduza a perda de água pela transpiração, a cutina também dificulta a passagem de gás carbônico e oxigênio pela folha.
• Assim, a entrada e a saída desses gases são garantidas pelos estômatos (do grego stoma = boca), estruturas existentes na epiderme formadas por um par de células es-tomáticas ou células-guarda, clorofiladas, que delimitam uma abertura chamada ostíolo, pela qual passa o ar. Em volta dessas células aparecem as células anexas, que não possuem clorofila.
• Além de permitir as trocas gasosas entre a planta e o ambiente, facilitando a fotossíntese e a respiração, os estômatos podem se fechar sempre que a perda de água por transpiração ameaçar a sobrevivência da planta.
AREJAMENTO DA PLANTA – p. 87
B) SÚBER
• É outro tecido protetor encontrado no caule e na raiz das plantas lenhosas. Aparece nas partes + antigas do vegetal, substituindo regiões antes protegidas pela epiderme.
• Formada por células mortas e ocas, reduzidas apenas a uma parede bem reforçada por um lipídio impermeável, chamado suberina.
• A cortiça é obtida do súber
extraído de plantas em que ele aparece muito desenvolvido, como o sombreiro, (árvore natural das regiões próximos ao mar Mediterrâneo).
• LENTICELAS: são estruturas de arejamento do súber, pois do mesmo modo que a epiderme, o súber é impermeável.
• São formadas por grupos de células arredondadas, com espaços intercelulares pelos quais o oxigênio passa para tecidos internos da planta.
• Os sistemas responsáveis pela fotossíntese (assimilação) e pelo armazenamento de substância (reserva) são formados por parênquimas (conjunto de células vivas, com pouco citoplasma e grandes vacúolos);
• É um tecido de preenchimento encontrado em todos os ór-gãos vegetais.
2) TECIDOS DE ASSIMILAÇÃO E DE RESERVA
Parênquima clorofiliano (assimilação)
• É responsável pela fabricação da matéria orgânica do ve-getal.
• Suas células, ricas em cloroplastos, realizam fotossíntese e são encontradas principalmente nas folhas.
• Pode ser de dois tipos:
− parênquima paliçádico
− parênquima lacunoso.
• Parênquima paliçádico - Em uma das faces da folha, as células do parênquima estão arrumadas perpendicularmente à superfície.
• Parênquima lacunoso - Na face oposta da folha a disposi-ção das células é irregular, com grandes espaços intercelu-lares - pelas quais circulam os gases utilizados ou produzi-dos pela fotossíntese.
• O conjunto formado pelos dois parênquimas constitui o mesofilo.
− Amilífero: reserva amido, é encontrado nas raízes: batata-doce, beterraba, cenoura, aipim; caules: batata-inglesa, cana-de-açúcar, folhas, sementes e frutos.
− Aquífero: plantas de clima seco, como o cacto, o parênq. serve para armazenar água.
− Aerífero: em certas plantas aquáticas, como a vitória-régia, as células formam grandes lacunas onde o ar se acumula, facilitando a flutuação da planta.
Parênquimas de reserva
• Formados por células de parede espessa, que dão resistên-cia e sustentação às diferentes partes da planta. São eles:
• Colênquima
• Esclerênquima
3) TECIDOS DE SUSTENTAÇÃO
COLÊNQUIMA
• Localizado na periferia do caule e da folha, logo abaixo da epiderme, ele é formado por agrupamento compacto de células vivas e alongadas.
• Embora resistente tem grande flexibilidade, o que permite o crescimento da planta.
• É encontrado em plantas jovens e herbáceas, que possuem estrutura delicada.
ESCLERÊNQUIMA
• É formado de células mortas com paredes espes-sas, constituídas de celulose e de lignina (substân-cia rígida e impermeável), que ajuda na sustentação da planta.
• Essas células são: as fibras e esclereides.
• As fibras são abundante no interior do caule. As es-clereides são células muito duras, protegendo o embrião, por exemplo no caroço da ameixa e do pêssego.
•Nas algas e nos musgos, as substâncias absorvidas do ambiente (água e sais) são distribuídos de célula para célula por meio da difusão e da osmose.
•Nas plantas vasculares ou traqueófitas, utilizam um sistema de transporte + especializado, os vasos con-dutores de seiva.
•A presença desses vasos facilita a sobrevivência em ambiente terrestre, pois ajuda o vegetal a repor rapi-damente a água perdida na transpiração.
•Existem dois tipos de vasos condutores de seiva: os lenhosos e os liberianos.
4) TECIDOS CONDUTORES DE SEIVA – p. 88
•Há dois tipos de vasos lenhosos:
•Nos elementos de vasos, a parede celular desaparece por completo em alguns pontos e ficam perfurações que permitem a passagem de água (vasos abertos).
•Nas traqueídes, a lignina desaparece em alguns pontos, mas a celulose persiste, e a seiva bruta passa por essa parede.
VASOS LENHOSOS
•São formados por células que, quan-do adultas e especializadas, morrem, permanecendo apenas a parede celu-lar com reforço de celulose e lignina.
•
• Transportam a seiva bruta ou mineral da raiz para as folhas, ou seja, transportam a matéria-prima para a fotossíntese.
•
• XILEMA ou LENHO: é formado pelo conjunto dos vasos lenhosos e do parênquima e esclerênquima a eles associa-dos. A água e os sais minerais levados pelo xilema chegam às folhas.
• A água e o CO2 são usados na fotossíntese para produzir compostos orgânicos (seiva elaborada), que será distribuí-da para todo o corpo da planta através dos vasos liberianos.
• As células que compõem esses vasos são vivas, alonga-das e ligadas uma nas extremidades das outras.
• Na união entre duas células, a parede, sem espessamento de lignina, possui uma série de orifícios ou crivos por onde os dois citoplasmas se comunicam, por isso, esses vasos são também chamados de tubos crivados.
VASOS LIBERIANOS
• Apesar de vivas as células não pos- suem núcleo nem parte das organelas, e sua sobrevivência depende da troca de substâncias com células adjacentes, chamadas células-companheiras.
• Além dos tubos crivados e células-com-panheiras, há fibras de esclerênquima e cés do parênquima, com função de sus-tentação e armazenamento de substân-cias. O conjunto desses elementos for- ma o FLOEMA.
− Diversos produtos finais do metabolismo das plantas, são úteis à planta:
− Néctar: substância doce e perfumada produzida nas flores.
Função: atrair polinizadores.
− Secreções: algumas plantas produzem secreções e resinas. Outro exemplo é a se-creção do látex, substância leitosa que é usada para fazer a borracha natural.
Funções: afungentar insetos que se alimentam das plantas em algumas plantas como a Drósera, digerir insetos.
− Nas plantas de clima úmido a água na forma líquida, pode ser eliminada através das bordas das folhas. Fenômeno chamado GUTAÇÃO.
TECIDOS SECRETORES
1) Quais são os tecidos vegetais responsáveis pelo:
a) Crescimento primário (altura)? (1)
b) Crescimento secundário (espessura)? (1)
c) Revestimento e proteção? (1)
d) Assimilação e reserva? (1)
e) Sustentação? (1)
f) Condução de seivas nas plantas? (1)
2) Qual a estrutura de arejamento existente na epiderme? E no súber?(1)
3) Desenhe um estômato e anote suas partes.(5)
ATIVIDADES – Tecidos vegetais – p. 85 a 90
4) Apresente a função das estruturas anexas da epiderme (2): a) Cutícula: b) Pelos absorventes: c) Acúleos: d) Estômatos:
5) Apresente as funções dos parênquimas abaixo: a) Clorofiliano (1): b) Amilífero (1): c) Aquífero (1): d) Aerífero (1):
6) Como são as células que compõem os tecidos de sustentação e onde são encontrados cada um deles? (2)
a) Colênquima: (1) b) Esclerênquima: (1)
7) Como são as células que compõem os tecidos de condução e o que cada um transporta?
a) Vasos lenhosos: (1) b) Vasos liberianos: (1)
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REFERÊNCIA
LINHARES e GEWANDSZNADER.
Biologia Hoje - Os seres vivos. 2ª ed.
São Paulo: Ática, v. 2, 2013.