4
Leite: uma análise de 2011 e perspectivas para 2012 O ano de 2011, como já era pre- visto, foi marcado por uma alta nos custos de produção de leite. O índice que mede a evolução destes custos de produção, divulgado pela Embra- pa (ICPLeite/Embrapa) no último ano, acumulou valores superiores a 18%. Esse valor foi impulsionado de forma geral por todos os componen- tes do custo de produção, ganhando destaque os custos com a produção e compra de volumosos, qualidade do leite, reprodução, mão de obra e concentrados. Apesar do aumento do custo, a ati- vidade leiteira mostrou-se rentável, fato ocorrido principalmente pela maior estabilidade e preço recebido pelo litro de leite. O gráfico abaixo mostra a série de preços médios pa- gos ao produtor. Valores deflaciona- dos pelo IPCA (média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA). Evaldo Paulo Firmino Zootecnista do PDPL-RV Analisando os dados para uma amostra cativa de 28 produtores assistidos pelo PDPL-RV, entre os períodos de dezembro de 2010 a no- vembro de 2011, constatou-se que a taxa de remuneração do capital com terra aumentou 17,68%, permitindo afirmar que a atividade leiteira foi economicamente viável neste perío- do. A tabela abaixo mostra a varia- ção ocorrida com alguns indicadores econômicos para amostra cativa ana- lisada. As análises dos dados confirmaram que a execução das propostas elabo- radas ao longo do ano para os pro- dutores, quanto a um bom planeja- mento para aumento de qualidade e quantidade de volumosos, aumento da produtividade dos animais, moni- toramento das previsões climáticas, execução das práticas de manejo de forma e no momento adequados, e aumento do volume de leite produzi- do, possibilitaram por mais um ano reafirmar que a atividade leiteira é uma boa alternativa de investimento. Para 2012 a expectativa também é de estabilidade em relação a 2011. Com o reajuste do salário mínimo, é de se esperar aumento nos gastos com mão de obra contratada. Os gas- tos com materiais e equipamentos de ordenha também devem ser maiores, uma vez que entrou em vigor a IN 62, que estabelece os novos padrões INDICADOR Margem bruta da atividade Margem líquida da atividade Taxa de retorno do capital sem terra Taxa de retorno do capital com terra Preço médio do leite Unidade R$/Ano R$/Ano % a.a. % a.a. R$/litro 12/2009 a 11/2010 50.041,79 29.056,63 9,03 5,26 0,774 Variação (%) 19,00% 29,31% 16,94% 17,68% 13,03% 12/2009 a 11/2010 59.552,13 37.574,48 10,56 6,19 0,875 PDPL-RV realiza a V Vitrine do Milho Silagem Emílio Alves Fonseca Estudante de Agronomia Expedito Pereira Lima Netto Estudante de Agronomia Com o objetivo de difundir aos produtores e estudantes novas tecno- logias para a produção de silagem de milho, o PDPL-RV realizou a V Vi- trine do Milho Silagem, evento que já vem sendo realizado desde 2008. A V Vitrine do Milho aconteceu no dia 02 de fevereiro de 2012, na fazenda Oásis, do produtor Sérgio V. H. Maciel, situada em Coimbra-MG, e contou com a participação de 180 pessoas, entre produtores, técnicos, estudantes e representantes das em- presas colaboradoras. Na ocasião foram apresentados 8 diferentes híbridos de milho, sendo 7 transgênicos e 1 convencional, onde os participantes tiveram a oportu- nidade de observar o potencial e a adaptabilidade dos materiais para a região. Também durante o evento, as em- presas colaboradoras apresentaram alguns temas relacionados à produ- ção de milho e qualidade de silagem, como listado abaixo: Emater: Sistema agrossilvipasto- ril; • Syngenta: Uso de fungicidas como ferramenta no controle de do- enças foliares. • Biomatrix: Uso de híbridos com grão dentado e semi-dentado,para melhoria da qualidade da silagem. • Pionner: Ponto correto de ensi- lagem. • Riber: Influência da época de plantio para aumento de produtivi- dade. • Agroceres: Novas tecnologias nos híbridos para redução dos gastos com herbicidas e inseticidas. • Dekalb: Plantabilidade e espaça- mento de plantio. • Agroeste: Deficiência nutricional de plantas e meios de identificá-las a campo. • Biogene: Apresentação de pragas e danos causados. • Marangatú: Utilização de cultura de inverno em sucessão ao cultivo de milho. • Alltech: Utilização de inoculantes para melhor estabilidade e aumento na eficiência da fermentação no pro- cesso de ensilagem. • Stoller: Inoculação de bactérias fixadoras de nitrogênio em gramí- neas. Durante a abertura da V Vitrine do Milho Silagem o coordenador técni- co do PDPL-RV, Christiano Nascif, agradeceu a todos que, direta ou indiretamente, contribuiram para a realização do evento e destacou a im- portância da continuidade deste para que os produtores e estudantes te- nham à disposição todas as novidades relacionadas às tecnologias de produ- ção e colheira do milho silagem. *Os resultados da avaliação dos híbridos serão divulgados posterior- mente, após realização das análises bromatológicas. A importância de um rufião na detecção do cio Dicas do Veterinário Como prevenir onfalopatias em bezerros Momento do Produtor: Geraldo Aleixo Qualidade do Leite Instrução Normativa 62 Veterinário do PDPL-RV participa de reportagem da TV Panorama p. 2 p. 2 p. 3 p. 4 p. 4 Coordenador técnico do PDPL-RV, Christiano Nascif, realizando a abertura do evento para qualidade de leite. Os insumos para formulação de dietas deverão manter a tendência de leve alta de preços. Fica como tarefa para este ano aumentar a eficiência da utilização dos fatores de produção, diluindo os custos fixos através do aumento do volume produzido, reduzir os custos de produção de volumosos, aumen- tando a produtividade por área e se- guir o planejamento proposto para o período, não se esquecendo do mo- nitoramento constante das previsões climáticas. Seguindo esses passos com certeza 2012 também será um ano de sucesso para o produtor de leite participante do PDPL-RV. Jornal da Produção de Leite / Ano XXI - Número 274 - Viçosa, MG - Fevereiro de 2012 PDPL-RV Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa www.ufv.br/pdpl

Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região ... · O gráfico abaixo mostra a série de preços médios pa- ... mento dos animais, o que retarda a ... visto que o

Embed Size (px)

Citation preview

Leite: uma análise de 2011 e perspectivas para 2012

O ano de 2011, como já era pre-visto, foi marcado por uma alta nos custos de produção de leite. O índice que mede a evolução destes custos de produção, divulgado pela Embra-pa (ICPLeite/Embrapa) no último ano, acumulou valores superiores a 18%. Esse valor foi impulsionado de forma geral por todos os componen-tes do custo de produção, ganhando

destaque os custos com a produção e compra de volumosos, qualidade do leite, reprodução, mão de obra e concentrados.

Apesar do aumento do custo, a ati-vidade leiteira mostrou-se rentável, fato ocorrido principalmente pela maior estabilidade e preço recebido pelo litro de leite. O gráfico abaixo mostra a série de preços médios pa-gos ao produtor. Valores deflaciona-dos pelo IPCA (média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA).

Evaldo Paulo FirminoZootecnista do PDPL-RV

Analisando os dados para uma amostra cativa de 28 produtores assistidos pelo PDPL-RV, entre os períodos de dezembro de 2010 a no-vembro de 2011, constatou-se que a taxa de remuneração do capital com terra aumentou 17,68%, permitindo afirmar que a atividade leiteira foi economicamente viável neste perío-do. A tabela abaixo mostra a varia-ção ocorrida com alguns indicadores econômicos para amostra cativa ana-lisada.

As análises dos dados confirmaram que a execução das propostas elabo-radas ao longo do ano para os pro-dutores, quanto a um bom planeja-mento para aumento de qualidade e

quantidade de volumosos, aumento da produtividade dos animais, moni-toramento das previsões climáticas, execução das práticas de manejo de forma e no momento adequados, e aumento do volume de leite produzi-do, possibilitaram por mais um ano reafirmar que a atividade leiteira é uma boa alternativa de investimento.

Para 2012 a expectativa também é de estabilidade em relação a 2011. Com o reajuste do salário mínimo, é de se esperar aumento nos gastos com mão de obra contratada. Os gas-tos com materiais e equipamentos de ordenha também devem ser maiores, uma vez que entrou em vigor a IN 62, que estabelece os novos padrões

INDICADOR

Margem bruta da atividade

Margem líquida da atividade

Taxa de retorno do capital sem terra

Taxa de retorno do capital com terra

Preço médio do leite

Unidade

R$/Ano

R$/Ano

% a.a.

% a.a.

R$/litro

12/2009 a 11/2010

50.041,79

29.056,63

9,03

5,26

0,774

Variação (%)

19,00%

29,31%

16,94%

17,68%

13,03%

12/2009 a 11/2010

59.552,13

37.574,48

10,56

6,19

0,875

PDPL-RV realiza a V Vitrine do Milho SilagemEmílio Alves FonsecaEstudante de Agronomia

Expedito Pereira Lima NettoEstudante de Agronomia

Com o objetivo de difundir aos produtores e estudantes novas tecno-logias para a produção de silagem de milho, o PDPL-RV realizou a V Vi-trine do Milho Silagem, evento que já vem sendo realizado desde 2008.

A V Vitrine do Milho aconteceu no dia 02 de fevereiro de 2012, na fazenda Oásis, do produtor Sérgio V. H. Maciel, situada em Coimbra-MG, e contou com a participação de 180 pessoas, entre produtores, técnicos, estudantes e representantes das em-presas colaboradoras.

Na ocasião foram apresentados 8 diferentes híbridos de milho, sendo 7 transgênicos e 1 convencional, onde os participantes tiveram a oportu-

nidade de observar o potencial e a adaptabilidade dos materiais para a região.

Também durante o evento, as em-presas colaboradoras apresentaram alguns temas relacionados à produ-ção de milho e qualidade de silagem, como listado abaixo:

• Emater: Sistema agrossilvipasto-ril;

• Syngenta: Uso de fungicidas como ferramenta no controle de do-enças foliares.

• Biomatrix: Uso de híbridos com grão dentado e semi-dentado,para melhoria da qualidade da silagem.

• Pionner: Ponto correto de ensi-lagem.

• Riber: Influência da época de plantio para aumento de produtivi-dade.

• Agroceres: Novas tecnologias nos híbridos para redução dos gastos com herbicidas e inseticidas.

• Dekalb: Plantabilidade e espaça-mento de plantio.

• Agroeste: Deficiência nutricional de plantas e meios de identificá-las a campo.

• Biogene: Apresentação de pragas e danos causados.

• Marangatú: Utilização de cultura de inverno em sucessão ao cultivo de milho.

• Alltech: Utilização de inoculantes para melhor estabilidade e aumento na eficiência da fermentação no pro-cesso de ensilagem.

• Stoller: Inoculação de bactérias fixadoras de nitrogênio em gramí-neas.

Durante a abertura da V Vitrine do Milho Silagem o coordenador técni-co do PDPL-RV, Christiano Nascif, agradeceu a todos que, direta ou indiretamente, contribuiram para a realização do evento e destacou a im-portância da continuidade deste para

que os produtores e estudantes te-nham à disposição todas as novidades relacionadas às tecnologias de produ-ção e colheira do milho silagem.

*Os resultados da avaliação dos híbridos serão divulgados posterior-mente, após realização das análises bromatológicas.

A importância de um rufião na detecção do cio

Dicas do VeterinárioComo prevenir onfalopatias em

bezerros

Momento do Produtor:Geraldo Aleixo

Qualidade do LeiteInstrução Normativa 62

Veterinário do PDPL-RV participa de reportagem da

TV Panoramap. 2 p. 2 p. 3 p. 4 p. 4

Coordenador técnico do PDPL-RV, Christiano Nascif, realizando a abertura do evento

para qualidade de leite. Os insumos para formulação de dietas deverão manter a tendência de leve alta de preços.

Fica como tarefa para este ano aumentar a eficiência da utilização dos fatores de produção, diluindo os custos fixos através do aumento do volume produzido, reduzir os custos de produção de volumosos, aumen-tando a produtividade por área e se-guir o planejamento proposto para o período, não se esquecendo do mo-nitoramento constante das previsões climáticas. Seguindo esses passos com certeza 2012 também será um ano de sucesso para o produtor de leite participante do PDPL-RV.

Sistema de boas práticas na fazenda é aplicado nas propriedades assistidas pelo PDPL-RV Jornal da Produção de Leite / Ano XXI - Número 274 - Viçosa, MG - Fevereiro de 2012

PDPL-RV Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa www.ufv.br/pdpl

2

Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa

Publicação editada sob a responsabilidade do

Coordenador do PDPL-RV:Prof. Sebastião Teixeira

Gomes

Jornalista Responsável:José Paulo Martins

(MG-02333-JP)

Redação:Christiano Nascif

Zootecnista

Marcus Vinícius C. MoreiraMédico Veterinário

André NavarroMédico Veterinário

Thiago Camacho RodriguesEngenheiro Agrônomo

Evaldo Paulo FirminoZootecnista

Diagramação e coordenação gráfica:

Erika VieiraMara Freitas

Impressão:Suprema Gráfica e Editora

(32) 3551 2546

Endereço do PDPL-RV: Ed. Arthur Bernardes

Subsolo/ Campus da UFVCep: 36570-000

Viçosa - MG

Telefax: (31) 3899 5250E-mail: [email protected]

www.pdpl.ufv.brTwitter: @PDPLRV

Facebook: Pdpl Minas Gerais

Jornal da Produção de Leite

Renata VasconcelosEstudante de Medicina Veterinária

Dentre as várias afecções que aco-metem os bezerros, as onfalopatias possuem participação marcante nas propriedades leiteiras, uma vez que são consideradas uma das principais causas de mortalidade nessa fase. Além de interferir no desenvolvi-mento dos animais, o que retarda a reposição do rebanho, aumenta cus-tos com medicamentos e assistência veterinária, gerando um grande im-pacto econômico no sistema de pro-dução.

Onfalopatias são doenças que acometem o umbigo e podem ser causadas por fatores traumáticos, higiênicos, ambientais, congênitos, e principalmente por fatores infec-ciosos, decorrentes, na maioria das vezes, pela falta de assepsia ou falhas no manejo da cura. A contaminação ocorre devido à presença de agentes infecciosos do meio externo, como bactérias, que se instalam de forma ascendente através dos vasos umbili-cais, podendo causar uma septicemia (infecção generalizada), comprome-ter outros órgãos do bezerro e até levá-lo ao óbito.

As hérnias umbilicais, muito pre-sentes nas propriedades, possuem grande influência genética. Contudo, também podem ser consequência da falta da correta assepsia do cordão umbilical logo após o nascimento, que pode levar à instalação da in-fecção/inflamação, com dilatação da musculatura do anel umbilical, au-mentando a chance de ocorrência de herniação, com saída de algumas vís-ceras pela abertura do umbigo. Em alguns casos de hérnias umbilicais pode haver involução espontânea, caso contrário o tratamento é apenas cirúrgico.

Os sinais clínicos mais comuns das onfalopatias são a espessura do cor-dão umbilical, evidenciada durante a palpação e por aumento de volume na região, presença de secreção com pus, aumento da temperatura local, dor ao toque, mau cheiro e/ou miíase (bicheira). O bezerro pode se apre-sentar abatido, febril, com queda no consumo de alimento e consequente queda do desempenho.

A melhor prevenção de onfalopa-tias é a realização correta da desin-fecção do umbigo, que deve ser feita logo após o nascimento do bezerro, com imersão de toda estrutura um-bilical em solução de iodo a 10%. Este procedimento deve ser realiza-

Como prevenir onfalopatias em bezerrosDicas do Veterinário

do de 2 a 3 vezes por dia, até a se-cagem completa, com subsequente queda do cordão, que deverá ocorrer em aproximados 3 dias após o nas-cimento.

Outra prática importante é a ma-nutenção de um ambiente higiênico, limpo e seco, por reduzir a exposi-ção do bezerro a patógenos do meio externo. É válido ressaltar que uma correta colostragem é indispensável para se ter uma boa eficiência do sistema imune dos recém-nascidos, deixando-os mais resistentes a enfer-midades.

Um erro bastante cometido é a utilização do iodo de ordenha para curar o umbigo. Esses produtos ge-ralmente possuem glicerina em sua composição, que tem a função de hidratar os tetos, enquanto o objeti-vo é justamente o contrário: a desi-dratação do cordão umbilical. Outro equívoco é a reutilização da solução de imersão, visto que o ideal é o uso de uma nova solução a cada desin-fecção.

A prevenção é a melhor estratégia que o produtor pode por em prática. Assim, com a adoção de um bom manejo sanitário das bezerras, é pos-sível minimizar os problemas um-bilicais, que tanto causam prejuízos econômicos no sistema produtivo.

A importância de um rufião na detecção do cio

São muitos os fatores que influen-ciam o desempenho reprodutivo de um rebanho. Entre eles, a detecção de cio é de fundamental importância para o sucesso nos índices reprodu-tivos.

As técnicas disponíveis são várias, ficando a critério do produtor e do técnico responsável a escolha dos métodos que se adaptam ao manejo da propriedade. A principal delas é a observação visual. No entanto, esta técnica, isoladamente, não tem se mostrado eficiente.

Rodrigo Pinto PiresEstudante de ZootecniaYuri César TristãoEstudante de Agronomia Victor Hugo BarbosaEstudante de Medicina Veterinária

Normalmente as fêmeas em cio “param” ao serem montadas por outros animais. É aí que entra a im-portância do rufião na detecção do cio, pois o mesmo monta na vaca em cio mais vezes que uma vaca, isso dá mais chance do produtor ou funcio-nário de observar a manifestação do cio.

Sabendo dessa importância, o pro-dutor Henrique Normando Esteves, proprietário da Fazenda Ribeirão Vermelho, no município de São Ge-raldo, já vem fazendo uso desses ani-mais há algum tempo e tem percebi-do como os rufiões contribuem para melhoria nos índices reprodutivos da propriedade.

Recentemente foi realizada uma cirurgia na propriedade, onde fo-ram feitos dois novos rufiões, que

irão substituir outros dois, que estão pesados, de modo a evitar acidentes durante a monta, além de ser uma renda a mais para o produtor.

No entanto, devemos lembrar que a utilização do rufião é apenas para auxiliar a detecção e facilitar, de certa forma, o serviço dos inseminadores, que ao visualizarem de forma mais fácil a monta, fazem as anotações re-ferentes ao número do animal, para posteriormente fazer a inseminação.

Dessa forma, o uso de rufião é uma boa alternativa de como melhorar o desempenho reprodutivo da pro-priedade, desde que acompanhado por um funcionário que visualizará a monta, afim de realizar a insemi-nação artificial. Assim, a atividade torna-se cada vez mais rentável ao produtor. Contenção do animal

Médico veterinário, André Navarro, realizando a cirurgia Estagiário realizando o procedimento cirúrgico

Aumento de volume da região umbilical, característico de onfalopatias

Momento do Produtor: Geraldo Aleixo

3

O produtor senhor Geraldo Alei-xo é um homem que sempre teve contato com as atividades do cam-po. Em meados da década de 70 ad-quiriu uma propriedade, situada na cidade de Porto Firme/MG, onde permanece até os dias de hoje com sua família. A fazenda possui uma área total de 84 ha, sendo 52 des-tes utilizados na pecuária leiteira com pastagens, plantio de cana-de- açúcar, milho para silagem e capinei-ra. Os outros 32 ha são de mata nativa.

Em 1988 a propriedade passou a ter assistência técnica do PDPL-RV, e desde então vem apresentando cres-cimento e resultados muito satisfató-rios. Atualmente o rebanho da pro-priedade conta com 65 vacas, sendo 47 em lactação e 18 secas, com uma produção média de 11,1 litros/vaca em lactação/dia, totalizando uma produção diária de aproximadamen-te 521 litros de leite. Além disso, o rebanho também é composto por 30 novilhas, 6 bezerras em aleitamento, 1 touro de repasse e 1 animal de tra-ção, totalizando 103 animais.

Atualmente, o manejo das vacas em lactação é realizado em dois locais distintos: na sede, Água Limpa, e no Retiro, onde foi construída uma nova sala de ordenha, em função da dis-tância entre os locais. Tanto na sede quanto no Retiro, o fornecimento de concentrado é realizado durante a ordenha, de acordo com a produção de cada animal, e o sal mineral é dis-ponibilizado à vontade.

Em relação à alimentação, o re-banho recebe cana-de-açúcar no período das secas e capim elefante nas águas, o qual é bem manejado, obtendo-se 5 cortes/ano. Devido à melhoria do rebanho, com vacas de melhor aptidão leiteira, este ano foi feita silagem de milho para alimentá-

los, e na área Retiro foram implan-tados piquetes de capim Mombaça, melhorando assim a eficiência de uti-lização das pastagens.

Na sede também permanecem as bezerras com idade inferior a 10 meses. As bezerras do aleitamento ficam em abrigos individuais, onde recebem leite e concentrado, este à vontade, e são desaleitadas com aproximadamente 2 meses de ida-de. Já as bezerras entre 2 e 10 meses estão divididas em lotes, de acordo com o peso. Recebem capim picado nas águas e cana corrigida + capim nas secas, além de 2 kg de concentra-do por animal por dia e sal mineral à vontade.

As novilhas com idade superior a 10 meses e as vacas secas ficam em outra parte da propriedade, denomi-nada Maia, em um pasto de braquiá-ria, recebendo sal mineral à vontade. Estas são levadas 30 dias antes do parto para o lote de pré-parto, loca-lizado na sede, e lá recebem a mesma dieta das vacas em lactação, variando apenas a quantidade de concentrado.

A mão de obra da propriedade é basicamente familiar, sendo impor-tante destacar o empenho e eficiência dos dois filhos do Sr. Geraldo, José Geraldo e Paulo Sérgio, que condu-zem as atividades da fazenda com seriedade e seguem atentamente as orientações feitas pelos estagiários e técnicos do PDPL-RV.

Para este ano está previsto o des-carte de um número considerável de animais, que já estão em idade avan-çada. A expectativa é que a produção dos animais aumente após a realiza-ção das modificações previstas.

Com o apoio do PDPL-RV, a Fa-zenda Água Limpa vem obtendo bons resultados. O Sr. Geraldo Alei-xo pretende continuar seguindo as orientações técnicas do Programa, para melhorar e crescer cada vez mais na atividade leiteira.

João Márcio AlvimEstudante de Medicina Veterinária

Nova sala de ordenha

INDICADORESVacas em lactação/Total de vacas

Vacas em lactação/Rebanho

Vacas em lactação/Área para pecuária

Produção/Vacas em lactação

CT do leite/Preço do leite

Gasto na atividade/RBL

Taxa de retorno do capital sem terra

Unidade%

%

Cab./ha

L/dia

%

%

% a.a.

198863,6

23

0,38

6,64

146,67

0,00

1,77

2010/201174,48

46,68

0,87

11,1

65,85

22,79

23,57

Taxa de retorno do capital com terra % a.a. 1,28 14,00

Curral de alimentaçãoPiquete de Braquiária Piatã

Piquete de Mombaça

Produtor Geraldo Aleixo e sua neta, Giovana

Instrução Normativa 62

Qualidade do leite

Bruno de Castro MouraEstudante de Zootecnia

RECEITA

No dia 30 de dezembro de 2011, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), publicou a Instrução Normativa 62 (IN 62), que substituiu a IN 51, já conhecida des-de 2002. Como justificativa, o MAPA alegou que os padrões que entrariam em vigor pela IN 51 no dia 1° de ja-neiro de 2012, que previa reduzir os padrões de CCS para 400.000 célu-las/ml e CBT 100.000 UFC/ml para o leite cru, deixaria diversos produ-tores na ilegalidade

Segundo dados do laboratório de qualidade do leite da Embrapa, que analisa mensalmente amostras de aproximadamente 20 mil proprieda-des, se a IN 51 entrasse de fato em vigor, poucos rebanhos estariam de acordo com a Normativa. Aproxima-damente 95% das análises realizadas no laboratório estariam acima dos padrões estabelecidos para CBT e 45% delas estariam acima de 400.000 células/ml para CCS. Entre as dificul-

dades para se adequar aos padrões de qualidade, merecem destaque a falta de informação, fator cultural e falta de incentivo financeiro por parte dos laticínios, já que a maioria destes ain-da não faz pagamento por qualidade.

No dia 1° de janeiro deste ano en-trou em vigor a IN 62, que prevê valores de 600.000 para CCS e CBT. Até 2016 estes valores deverão ser de 400.000 (cel/ml) para CCS e 100.000 UFC/ml para CBT, exceto para as re-giões Norte e Nordeste, onde o prazo será até 2017.

No entanto, não basta apenas mu-dar os parâmetros legais. É preciso que haja uma mobilização em massa de toda a cadeia produtiva do leite, o que inclui algumas ações, como incentivo ao produtor através do pa-gamento por qualidade, melhoria da infra-estrutura das estradas e energia elétrica, programas de qualificação e capacitação dos técnicos da extensão e autônomos que atendem os pro-dutores de leite, dentre outras ações. Caso essas mudanças não sejam re-alizadas, será difícil atender tais pa-drões.

4

10 Melhores leites em CCS do mês janeiro de 2012

Ingredientes

Recheio:. 8 fatias de bacon picadas. 150 g de ricota fresca. Sal a gosto. 2 dentes de alho picados. 1 colher (sopa) de azeite. 1 pimentão vermelho picado

Massa:. 1 tablete de fermento biológico fresco. 3 1/2 colheres (sopa) de leite. 2 xícaras (chá) de farinha de trigo. 2 colheres (sopa) de manteiga. 1 colher (chá) de açúcar. 3 gemas. 1 colher (chá) de sal. 3 1/2 colheres (sopa) de água gelada

Modo de fazerRecheio:Numa frigideira, frite o bacon em fogo alto e e escorra. Amasse a ricota e tempere com o sal, o alho e o azeite.

Massa:Dissolva o fermento no leite. À parte, misture a farinha, a manteiga e o açúcar. Junte as gemas e a mistura de leite e fermento. Mexa com um garfo. Transfira para uma superfície lisa, junte o sal, amasse, e ponha a água aos poucos. Sove até obter uma massa lisa. Polvilhe a superfície com farinha, faça uma bola e polvilhe mais farinha. Cubra e deixe descansar. Abaixe a massa com o punho. Divida-a ao meio, abra com um rolo e recheie os dois retângulos. Recheie com a ricota, o bacon e o pimentão. Enrole, deixe descansar e depois asse até dourar.

Fonte: http://mdemulher.abril.com.br/culinaria/receitas

Baguete Recheada com Ricota

Produtor Município CCS (mil/ml)

Renato Santana Saraiva Porto Firme 1761

Davi C. F. de Carvalho Senador Firmino 1822

Rogério Barbosa Teixeiras 1913

Edmar Lopes Canaã 2494

Luis Maciel de Lana Ubá 2585

Saulo Ronaldo Maciel Piranga 2716

Celio de Oliveira Coelho Porto Firme 2917

Luciano Sampaio Teixeiras 2988

José Geraldo de P. Maciel Piranga 3149

Antonio Moreira Vieira Presidente Bernardes 32210

Veterinário do PDPL-RV participa de reportagem produzida pela TV Panorama

Marcus Vinícius Castro Moreira, médico veterinário do PDPL-RV, participou de reportagem produzida pela TV Panorama, afiliada da Rede Globo na região da Zona da Mata e Campos das Vertentes. A matéria foi exibida no dia 25 de fevereiro no programa Panorama Rural, e mos-trou os desafios que os produtores de leite enfrentarão devido à Instrução Normativa 62, publicada no dia 30 de dezembro de 2011 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento (MAPA), que substituiu a IN 51, de 2002.

De acordo com Marcus Moreira, as maiores dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais são a falta de informação e incentivo financeiro.

A parceria entre o PDPL-RV e os produtores já começou a apresentar

resultados, como no caso do pro-dutor Antônio Maria, que, assistido pelo Programa, realizou mudanças fundamentais para a melhoria na qualidade do leite em sua proprie-dade.

O veterinário também falou sobre questões relacionadas ao armazena-mento do leite, explicando as vanta-gens de se utilizar o tanque de expan-são, fundamental na manutenção da qualidade do produto.

Erika VieiraEstudante de Jornalismo

Foto: Reprodução

As 10 maiores produtividades do mês de janeiro de 2012

As 10 maiores produções do mês de janeiro de 2012

Produtor Município Produção

Antônio Maria da Silva Araújo Cajuri 108.0321

José Afonso Frederico Coimbra 68.5502

Hermann Muller Visconde do Rio Branco 52.9443

Marco Tulio Kfoufri Araujo Oratórios 42.0064

Paulo Martiniano Cupertino Coimbra 35.8345

Sérgio H. V. Maciel Coimbra 28.5116

Paulo Frederico Araponga 25.2007

Renato A. Júnior Pedra do Anta 23.8648

Cristiano José da Silva Lana Piranga 19.4379

Ozanan Luiz Moreira Ubá 16.23910

Produtor MunicípioProdutividadepor vacas em

lactaçãoOzanan Luiz Moreira Ubá 20,951

Antônio Maria da Silva Araújo Cajuri 23,872

José Afonso Frederico Coimbra 19,403

Sérgio H. V. Maciel Coimbra 19,994

Paulo Martiniano Cupertino Coimbra 17,255

João Bosco Diogo Porto Firme 16,456

Célio Coelho Porto Firme 12,947

Áureo de Alcântara Ferreira Guaraciaba 13,408

Alvimar Sérgio Carvalho Teixeiras 16,819

José Maria de Barros Presidente Bernardes 13,5710

Produtividade por vaca total

19,4019,2516,7515,8614,6313,2512,4011,9111,8311,53