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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE GENÉTICA Identificação dos tipos de Papilomavírus presentes em lesões cutâneas de bovinos afetados por papilomatose CYBELLE CRISTINA DA ROCHA CARVALHO Recife 2008

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE GENÉTICA

Identificação dos tipos de

Papilomavírus presentes em lesões cutâneas de bovinos afetados por papilomatose

CYBELLE CRISTINA DA ROCHA CARVALHO

Recife 2008

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CYBELLE CRISTINA DA ROCHA CARVALHO

Identificação dos tipos de Papilomavírus presentes em lesões cutâneas de bovinos afetados por papilomatose

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

graduação em Genética da Universidade Federal de Pernambuco, como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do grau de Mestre em Genética.

Orientadora: Prof. Dra. Tania Tassinari Rieger,

Depto. de Genética, Centro de Ciências Biológicas,

UFPE.

Co-orientador: Prof. Dr. Antônio Carlos de Freitas, Depto. de Genética, Centro de Ciências Biológicas,

UFPE.

Recife 2008

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Carvalho, Cybelle Cristina da Rocha

Identificação dos tipos de Papilomavírus presentes em lesões cutâneas de bovinos afetados por papilomatose / Cybelle Cristina da Rocha Carvalho. – Recife: O Autor, 2008. 64 folhas: il., fig., tab.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCB. Genética, 2008.

Inclui bibliografia e anexos.

1. Genética de microorganismos 2. Vírus do Papiloma bovino 3. PCR 4. Lesões cutâneas bovina I. Título 575 CDU (2.ed.) UFPE 576.5 CDD (22.ed.) CCB – 2008- 125

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Dedico a Deus e a meus pais, Virgínia e Carlos.

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Agradecimentos

- A Deus, pois sem ele nada seria possível;

- A meus pais, pelo incentivo e assistência que me foram fundamentais no

decorrer deste trabalho;

- Aos meus Orientadores, Prof. Dra. Tania Tassinari Rieger e Prof. Dr. Antônio

Carlos de Freitas, pela confiança e os ensinamentos que foram de suma

importância durante este período;

- Aos meus irmãos, cunhada e sobrinho pelo encorajamento em momentos

difíceis;

- Ao meu namorado Henrique, pelo amor, companheirismo e paciência;

- À minha grande amiga Sheila, por todo apoio e incentivo;

- Aos meus amigos e colegas de Laboratório. Em especial Nayara, Angélica,

Bárbara, Gracielli, Tiago, Cora, Tatiana, Nara, Eliane, Flávia, Meirilane, Helder

Eliane e Meiri pela amizade e companheirismo;

- Aos meus colegas da turma de Mestrado 2006. Especialmente a Merilane,

Sarah, André, Angélica e Rodrigo, pelas contribuições que cada um

desempenhou;

- Aos funcionários Romildo e Zizi;

- Ao Prof. Dr. José Ferreira, pela ajuda fornecida neste período;

- Ao Prof. Dr. Willy Beçak e Prof. Dra. Rita Stocco dos Santos, do Instituto

Butantan, pela colaboração na realização deste trabalho.

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SUMÁRIO

Página

Lista de Figuras 5

Lista de Tabelas 6

Lista de Abreviações 7

Resumo 8

1. Introdução 9

2. Revisão da Literatura 12

2.1. Papilomavírus 16

2.1.1. Genoma Viral 17

2.1.2 Funções da Oncoproteína E6 18

2.1.3 Funções da Oncoproteína E7 20

2.1.4 Funções das proteínas E1 e E2 21

2.1.5 Funções das Oncoproteínas E4 e E5 21

2.1.6 Funções das Proteínas L1 e L2 22

2.2 Detecção e tipificação viral 22

3. Referências Bibliográficas 25

4. Manuscrito do Artigo Científico 31

5. Conclusões 44

6. Abstract 45

7. Anexos 46

7.1 Instruções para autores – Veterinary Research 47

7.2 Figuras

61

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LISTA DE FIGURAS

Página

Revisão da Literatura

Figura 1. Papilomas de teta. Fibropapilomas causados por BPV 1;

Fibropapilomas por BPV 5 e papilomas epiteliais resultantes de infecção por

BPV 6 13

Figura 2. A. Carcinoma formado a partir de verrugas cutâneas. 15

B. Miíase em lesão cutânea provocada pelo vírus. 15

Figura 3. Organização genômica do papilomavírus. 17

Figura 4. Capsídeo viral 18

Manuscrito do artigo científico

Figura 1. Gel representativo de PCR de tipificação de BPV2. 36

Figura 2. Gel representativo de PCR de tipificação de BPV3 37

Anexos

Figura 1. Gel representativo de PCR β-globina 62

Figura 2. Gel representativo de PCR com primers MY 09/11 para detecção

geral do vírus 62

Figura 3. Gel representativo de PCR de tipificação de BPV1. 63

Figura 4. Gel representativo de PCR BPV4 para tipificação viral 63

Figura 5. Gel representativo de PCR com par de primers BPV 5. 64

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LISTA DE TABELAS

Manuscrito do Artigo Científico Página

Tabela 1. Primers utilizados na tipificação de BPV. 35

Tabela 2. Detecção viral em amostras de DNA de lesões cutâneas (verrugas) 37

Tabela 3. Tipificação viral em amostras de DNA de lesões cutâneas (verrugas) 38

Tabela 4. Percentual de Infecção conjunta nas amostras de DNA de lesões cutâneas 38

Tabela 5. Relação entre as lesões coletadas e sua localização no corpo do

animal. 38

Tabela 6. Resultado do seqüenciamento 39

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LISTA DE ABREVIAÇÕES

PV Papilomavírus

BPV Papilomavírus bovino

DNA Ácido Desoxirribonucléico

Região E Região Precoce

Região L Região Tardia

LCR Long Control Region

ORF Open Reading Frame

Rb Retinoblastoma

URR Upstream Regulatory Region

E2F Fator de Transcrição E2

Pb Pares de Bases

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RESUMO

Os papilomavírus constituem uma extensa família de vírus associados a lesões

epiteliotrópicas, mas afetando também o tecido mucoso, causando tumores

benignos que podem sofrer malignização. A papilomatose bovina é uma doença

economicamente relevante, por causar desvalorização do gado a ser

comercializado, tanto pela deterioração da pele quanto pela caquexia e morte.

Embora não existam dados epidemiológicos, os relatos de produtores e a

observação direta indicam que sua incidência no estado de Pernambuco é elevada.

O objetivo deste trabalho foi a detecção e tipificação dos diferentes tipos de

papilomavírus bovino (BPV), através de PCR, em amostras de verrugas cutâneas

coletadas de animais afetados pela papilomatose em uma propriedade leiteira de

Pernambuco. Foram analisadas 36 amostras de verrugas cutâneas de 23 bovinos

(Bos taurus). Os resultados demonstraram que os primers de detecção geral de

BPV, MY09/11 e FAP59/64, não têm alta eficiência, uma vez que não detectaram a

ocorrência de BPV em 58,34% e 61,12% das lesões papilomatosas dos bovinos

testados. Entretanto, utilizando os primers específicos de tipificação, pelo menos um

tipo viral foi detectado em cada amostra de lesão cutânea analisada. Os resultados

demonstram a presença de pelo menos um tipo de BPV em quase todas amostras,

apresentando maior incidência dos tipos BPV-2 e 3 nos animais avaliados. Além

disto, os resultados obtidos indicam a existência de infecção simultânea em 89% dos

indivíduos, principalmente por BPV-2 e 3, sendo que 25% dos animais apresentaram

co-infecção tripla por BPV-2, 3 e 4. Estes resultados confirmam a presença de

diferentes tipos de BPVs no gado afetedo por papilomatose cutânea e sugere que o

BPV2 seja o mais freqüente.

Palavras – chave: Vírus do papiloma bovino, PCR, Bos taurus. 8

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1. Introdução

Atualmente o Brasil possui a maior população bovina comercial do mundo,

entretanto alguns fatores, dentre os quais as doenças infecto contagiosas, ameaçam

a produtividade desse rebanho. Entre estas doenças se encontra a papilomatose,

causada pelo papilomavírus bovino (BPV).

O papilomavírus constitui uma extensa família de vírus de DNA que causam

tumores benignos (verrugas), que podem evoluir para malignação. Estes vírus estão

associados a lesões do epitélio cutâneo e mucoso. No Brasil, a papilomatose bovina

é um grave problema econômico para os criadores, existindo regiões em que a

papilomatose é endêmica (Vale do Paraíba – SP). Na região Nordeste, em especial

no Estado de Pernambuco (região da Zona da Mata), a incidência de papilomatose

bovina pode chegar a 30% em algumas propriedades (segundo dados da Sociedade

Nordestina de Criadores).

A incidência da papilomatose no rebanho brasileiro apresentou um

crescimento significativo nos últimos anos. A papilomatose pode causar sérios

problemas na saúde do plantel, podendo favorecer o surgimento de outras doenças,

dentre elas a mastite. Animais acometidos pela papilomatose apresentam várias

complicações clínicas, que vão de hemorragias e infecções secundárias até

transtornos gerais tóxicos e septicemia. No gado leiteiro, a ocorrência de verrugas

na região da teta dificulta a ordenha e até mesmo a amamentação do bezerro. Além

disso, quando a doença atinge o orifício mamário, prejudica a produção do animal

leiteiro. Em todas as situações, os papilomas (verrugas) representam um local de

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proliferação de bactérias, o que significa que os efeitos da papilomatose não param

nos percalços da própria doença.

Como a papilomatose é uma doença que leva a perda econômica para os

criadores, estudos referentes à biologia viral são muito importantes para o

desenvolvimento futuro de novas estratégias de manejo dos animais e

desenvolvimento de vacinas efetivas visando o controle e tratamento das doenças

relacionadas ao BPV. Para tanto, a identificação dos tipos de papilomavírus bovino

presentes em diferentes lesões de animais afetados por papilomatose é uma

iniciativa relevante para o entendimento da doença.

O objetivo deste trabalho foi a detecção e tipificação de BPV em amostras de

verrugas cutâneas coletadas de animais afetados por papilomatose em uma fazenda

de beneficiamento e fornecedora de leite localizada em Pernambuco (PE).

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Objetivo geral: O objetivo geral deste estudo é avaliar quais tipos de BPVs podem ser

encontrados no mesmo animal, bem como em um mesmo tipo de lesão.

Objetivos Específicos:

1. Avaliar a presença de papilomavírus bovino (BPV) em lesões de animais que

apresentam papilomatose;

2. Tipificar o BPV encontrado nas lesões;

3. Verificar a ocorrência da presença simultânea de diferentes tipos de BPV em

uma mesma lesão;

4. Avaliar a existência de correlação do tipo viral com a localização da lesão.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio

(MDCI, 2007), o Brasil é o segundo produtor mundial de carne bovina, atingindo a

marca histórica de US$ 11 bilhões em exportações de carnes em 2007. Mesmo

assim, o Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo. Entretanto, alguns

fatores dentre os quais as doenças infecto-contagiosas comprometem a qualidade

da carne bovina brasileira.

A papilomatose bovina é uma doença importante economicamente por causar

desvalorização dos animais a serem comercializados, piorando a aparência e

causando depreciação do couro dos animais afetados. Populações confinadas são

mais susceptíveis aos surtos e à maior incidência da doença (Mello e Leite, 2003).

Esta doença é causada pelo papilomavírus bovino e caracteriza-se pela

presença de lesões que ocorrem na pele, mucosa e em alguns órgãos. Atualmente

há uma maior preocupação em relação à doença, provavelmente devido à

descoberta de sua relação com determinados tipos de câncer e outras enfermidades

(Mello e Leite, 2003; Santin e Brito, 2004).

Em sua fase inicial, as lesões provocadas pelos papilomavírus são

geralmente benignas, podendo regredir naturalmente ou malignizar-se perante

associação com fatores ambientais (Leal et al., 2003). Até o momento, são bem

caracterizados seis diferentes tipos de BPVs (BPVs de 1-6), sendo esta classificação

resultante de critérios histopatológicos, imunológicos e moleculares (Campo, 2003).

Recentemente, outros quatro novos tipos de BPVs (7, 8, 9 e 10) tiveram seu genoma

seqüenciado (Ogawa et al., 2007; Tomita et al., 2007; Hatama et al., 2008). Estudos

em bovinos indicam que os BPVs 3, 4 e 6 originam papilomas epiteliais, já os BPVs 12

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1, 2 e 5 induzem proliferação fibroblástica, dando origem a fibropapilomas (Campo,

1997). Os BPVs 1, 2 e 4 são oncogênicos, sendo que os BPVs 1 e 2 estão

relacionados com o câncer de bexiga urinária e o BPV-4 com câncer do trato

digestório superior em bovinos (Campo, 1997; Campo, 2002; 2003; Freitas et al.,

2007).

Quanto à localização, a papilomatose cutânea geralmente está relacionada

aos BPVs 1, 2, 3, 5 e 6, sendo os tipos 5 e 6 restritos ao úbere (Campo, 1997;

2002). Quanto à forma, os BPVs 1 e 2 são os principais agentes causadores de

fibropapilomas cutâneos. O BPV 1 pode originar fibropapilomas no pênis, nas tetas

e na pele e o BPV 2 pode causar o aparecimento de fibropapilomas no trato

digestivo (Wosiacki et al 2002; Mello e Leite, 2003). Os BPVs tipo 3, 4 e 6 podem

causar respectivamente, papilomas epiteliais cutâneos, papiloma epitelial do trato

digestivo e papilomas do epitélio das tetas. A Figura 1 demonstra a presença de

lesões cutâneas causadas pela presença de BPV1, BPV5 e BPV6.

Figura 1. Papilomas de teta. Fibropapilomas causados por BPV 1; Fibropapilomas “grão de arroz” por BPV 5 e papilomas epiteliais resultantes de infecção por BPV 6 (Fonte: Campo et al 2002).

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Dependendo da gravidade e do número das lesões, poderão ocorrer

debilitação e alterações funcionais orgânicas ocasionadas pelos tumores. Infecções

bacterianas secundárias podem resultar em perda de condição corporal. A

hemorragia e miíase de verrugas traumatizadas também não são incomuns e podem

resultar na morte do animal. Interferências na lactação e no coito também são

relatadas, devido à obstrução física. A transmissão da forma cutânea se dá pela

solução de continuidade na pele e a infecção pode ocorrer por contato direto

(animal-animal) ou indireto (cercas, bebedouros, comedouros, cordas, máquina de

marcar e ordenheira) segundo Mello e Leite, (2003).

A papilomatose é freqüente em bovinos, sendo as formas cutânea, urogenital

e do trato digestório superior às de maior incidência. As lesões cutâneas geralmente

se encontram distribuídas em grande número pelo corpo do animal infectado, não

manifestando predileção por sexo ou raça (Carvalho, 2000; Campo, 2002; Mello e

Leite, 2003).

Na forma cutânea, a detecção clínica da doença é simples, sendo baseada

apenas na verificação da presença de verrugas ou papilomas. Entretanto, o

diagnóstico de lesões nos sistemas digestivo e respiratório assim como lesões do

trato urinário, é mais difícil, permitindo que as formas benignas desenvolvam em

tumores malignos, impossibilitando a tentativa de tratamento (Corrêa e Corrêa,

1992).

As verrugas (figura 2) variam de tamanho e número, podendo haver sua

confluência com a formação de grandes massas. Os bovinos são geralmente

afetados no pescoço e na cabeça (especialmente na periferia dos olhos), sendo

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outras partes do corpo (membros torácicos tetas e abdômen) menos afetadas. As

lesões podem localizar-se ainda no esôfago, boca, língua, bexiga (onde pode causar

hematúria crônica), na região interdigital, parte dorsal ou plantar das patas e região

genital (Mello e Leite, 2003). A figura abaixo mostra lesões obtidas em coletas na

propriedade em estudo.

A B

Figura 2. A. Lesões formadas a partir de verrugas cutâneas; B. Miíase em lesão cutânea

provocada pelo vírus.

15

Os papilomas classificam-se em escamosos, mucosos, planos e

pedunculares, de acordo com a superfície, zona ou local onde são produzidos e a

forma que apresentam o seu desenvolvimento (Mello e Leite, 2003). Os escamosos

acometem a pele ou qualquer parte do corpo que apresente epitélio estratificado e

produzem proliferação desse epitélio. São comuns em bovinos jovens e ocorrem

principalmente na cabeça, especialmente ao redor dos olhos, pescoço e ombros, e

podem se espalhar por outras partes do corpo. O tamanho varia e apresentam uma

aparência seca, córnea e semelhante à couve-flor (Mello e Leite, 2003). Papilomas

mucosos se apresentam como nódulos encapsulados e circunscritos. Os papilomas

planos promovem engrossamento da epiderme com queratinização forte nas camadas

superficiais e nos animais aparecem como nodulações arredondadas com pouca

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saliência da superfície da pele e desprovidas de pêlo (Mello e Leite, 2003). Já os

papilomas pedunculares são neo-formações que sobressaem a pele como

prolongamentos de diferentes longitudes e que podem apresentar-se em forma de

dígitos. São muito comuns nas tetas e úbere, mas são de difícil tratamento e as

verrugas nas tetas provocam dificuldade durante a ordenha (Wadhwa et al., 1996).

Embora o BPV seja um vírus epiteliotrópico (Campo, 1997), há evidências da

presença de BPV em células do sangue periférico, placenta, gametas e fluídos

corpóreos como leite, urina e sêmen de bovinos sendo sugerida a transmissão

vertical de BPV-1 e -2 (Stocco dos Santos et al., 1998; Carvalho et al., 2003; Freitas

et al., 2003; Yaguiu, 2006; Freitas et al., 2007).

Além da papilomatose, o gado pode apresentar processos neoplásicos

derivados da malignização de papilomas pré-existentes, devido à ação sinérgica de

co-fatores ambientais como compostos da samambaia Pteridium aquilinium e à

infecção pelo BPV (Campo, 2002; Wosiacki et al., 2002; Leal et al., 2003). No caso

dos tumores de bexiga em bovinos, eles estão comumente associados com uma

síndrome conhecida como hematúria enzoótica. Outra neoplasia está relacionada ao

trato digestório superior de bovinos (conhecida como caraguatá), também associada

à ingestão de brotos de samambaia (Campo, 2003).

2.1 Papilomavírus

Os papilomavírus são vírus não envelopados, de simetria icosaédrica, com 72

capsômeros e um genoma de DNA dupla fita circular, constituído de 6800 a 8400

pares de bases. O genoma do papilomavírus é constituído de 8 Open reading frame

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(ORF), sendo seis genes de expressão precoce (Early ou E) e dois de expressão

tardia (Late ou L) (Souto et al., 2005).

De maneira geral, no processo de infecção, a entrada de um vírus não

envelopado na célula-alvo ocorre em dois passos: 1) Adesão, interação com a

membrana celular por meio de ligação a uma molécula de superfície (receptor); 2)

Penetração da partícula viral (Zur Hausen, 2002).

A infecção por papilomavírus ocorre primariamente na camada basal,

comumente via microlesões na pele ou mucosas. Em seguida as células infectadas

se dividem promovendo uma expansão lateral. As células-filhas migram para a

camada supra-basal, onde são ativados genes que replicam o DNA viral e formam o

capsídeo protéico. Partículas virais são formadas e liberadas para a superfície,

podendo infectar tecidos adicionais (Zur Hausen, 2002).

2.1.1 Genoma Viral

O esquema da organização do genoma viral é mostrado na figura 3. A região

Early é formada pelos genes E1, E2, E4, E5, E6, e E7. O gene E1 está relacionado

com a replicação viral, e o E2 com a transcrição e replicação do vírus. O gene E4

atua no controle da maturação e alteração da matriz intracelular. Os genes E5, E6 e

E7 estão envolvidos na transformação celular. A região “Late” é formada pelos

genes que codificam as proteínas do capsídeo L1 e L2. Além disso, o genoma é

dotado de uma região reguladora LCR (Long Control Region) e URR (Upstream

Regulatory Region), variando de 400 a 1000 pbs, localizadas entre as regiões L1 e

E6. Nessa região existem seqüências ativadoras e repressoras da transcrição viral,

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além da origem de replicação (Chang, 1990; Longworth and Laiminis, 2004; Souto et

al., 2005).

Figura 3. Organização genômica do papilomavírus. As ORFs Early são indicadas em preto; os genes dos capsídeos virais são mostrados em cinza. Os promotores “Early” e “Late” são designados por setas (Fonte: Longworth and Laiminis, 2004).

2.1.2 Funções da Oncoproteína E6

Estudos relativos à oncoproteína E6 descrevem sua habilidade de interagir

com a proteína p53, a qual pode bloquear o ciclo celular na fase G1 de células com

danos subletais em seu genoma até o seu completo reparo. Além disso, pode induzir

apoptose evitando o desenvolvimento de clones de células com graves danos ao

DNA. A ausência da proteína p53 nativa, seja por inativação ou destruição,

impossibilita a função de guardiã do genoma, permitindo a sobrevida das células

com danos ao DNA (Venturi et al., 2004). Muitos vírus desenvolvem mecanismos

para bloquear a indução da apoptose, o que pode resultar no desenvolvimento de

tumores malignos. (Longworth and Laiminis, 2004; Venturi et al., 2004). Para evitar

a apoptose e permitir a progressão do ciclo celular, E6 se liga à p53, formando um

complexo ternário com a ubiquitina-ligase chamado E6AP. A formação deste

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complexo resulta em ubiquitinação da p53 e subseqüente degradação (Longworth

and Laiminis, 2004).

Além disso, a oncoproteína E6 apresenta a habilidade de ativar a enzima

telomerase. Os telômeros são estruturas especializadas existentes na porção

terminal dos cromossomos de células eucarióticas, compostos por repetições de

seqüências TTAGG. Os telômeros protegem os cromossomos de quebra enzimática

do DNA, replicação incompleta, previnem recombinações e fusões aberrantes,

assegurando a completa replicação do cromossomo durante a divisão celular.

Quando há grande encurtamento do telômero, a célula para de se dividir (Longworth

and Laiminis, 2004; Venturi et al., 2004).

A telomerase contém um componente RNA que sintetiza a repetição DNA

do telômero, compensando a perda dos telômeros durante a divisão celular. A

ausência da telomerase em células normais resulta em erosão progressiva do

telômero, levando a uma replicação incompleta, a qual gera instabilidade

cromossomal, causando senescência. Nesse ultimo caso, a senilidade celular ocorre

porque os telômeros estão encurtando. Telômeros curtos demais impedem a célula

de se replicar, mas também causam instabilidade cromossômica e, portanto,

tendência a mutações. Desta forma, a telomerase age como um fator que

potencializa o crescimento tumoral (Longworth and Laiminis, 2004; Venturi et al.,

2004).

A p53, por sua vez, interpreta o encurtamento do telômero como “erros do

DNA” e impede a célula de continuar a replicar, levando-a a um estado de

senilidade. E como, normalmente, não há telomerase na célula, ela para de se

dividir. O estado senil é considerado um mecanismo de proteção anti-tumoral. A 19

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oncoproteína E6 é capaz de ativar a telomerase por mecanismos ainda

desconhecidos (Venturi et al., 2004).

2.1.3 Funções da Oncoproteína E7

Uma outra oncoproteína importante para a patogênese viral é a E7. A ação

principal desta oncoproteína é sua habilidade de se associar com proteínas da

família Rb. Os genes retinoblastoma (Rb) codificam proteínas que são supressores

tumorais que interrompem a progressão do ciclo celular entre as fases G1 e S,

permitindo o reparo do DNA danificado. Este ponto de parada do ciclo celular é

controlado por enzimas quinases que se complexam com outras proteínas

denominadas ciclinas. Em condições normais, este complexo (CDK-ciclina) se une

ao gene retinoblastoma, fosforilando-o e liberando dele (Rb) um fator transcricional

(E2F), que, por sua vez, ativa genes importantes para a progressão do ciclo celular

(Longworth and Laiminis, 2004).

A ligação de E7 captura a Rb, que é retirada do complexo com E2F,

resultando na ativação dos genes correspondentes. Além disso, E7 induz a

degradação de Rb, através da ubiquitinação (Longworth and Laiminis, 2004). A

oncoproteína E7 pode também se associar com ciclinas dependentes de quinases.

Sabe-se que as ciclinas-quinases dirigem a progressão do ciclo celular fosforilando a

proteína RB, permitindo assim a liberação do fator E2F. Neste sentido, a E7 parece

aumentar a atividade destas proteínas (Longworth and Laiminis, 2004).

20

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2.1.4 Funções das proteínas E1 e E2

A replicação do papilomavírus bovino requer as duas proteínas virais E1 e E2.

A proteína E1 está ligada às atividades DNA helicase e atuam no desnovelamento

da origem de replicação. A proteína E2 é um ativador transcricional que regula a

expressão de genes virais. Contundo, E2 também está envolvida com a replicação

do DNA. As proteínas E1 e E2 podem interagir fisicamente. Esta interação é

necessária para a atividade de E2 na replicação do DNA viral. Em conseqüência

disto, a E1, na presença de E2, se liga à seqüência de origem com uma maior

especificidade. Com base nestas observações, foi proposto que a principal função

de E2 na replicação viral é aumentar a especificidade de E1 com a seqüência de

origem (Longworth and Laiminis, 2004).

2.1.5 Funções das Oncoproteínas E4 e E5

A proteína E4 parece ser incorretamente designada como um produto de

gene precoce, sugerindo que esta proteína é exclusivamente detectada nas

camadas mais diferenciadas do epitélio e, por esse motivo, sua participação no ciclo

de vida do vírus ainda está por ser determinada. Acredita-se que a sua fusão com

E1 é um fator de maturação viral e vem sendo especulado o seu envolvimento na

replicação do vírus (Zur Hausen, 1994).

A proteína E5 é expressa durante todo o ciclo de vida do vírus, sendo

detectada na camada basal do epitélio (Dell and Gaston, 2001). Sabe-se que nas

infecções por PV, tanto em animais como em humanos, esta proteína apresenta

uma atividade oncogênica com variável grau de eficiência (Mcmurray et al., 2001).

No papilomavírus bovino, a E5 corresponde à principal proteína de transformação

celular (Pim and Collins, 1992). 21

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2.1.6 Funções das proteínas L1 e L2

Os genes L1 e L2 se expressam tardiamente na infecção e codificam as

proteínas do capsídeo viral (figura 4), sendo L1 o gene que codifica a proteína

principal e L2 a proteína secundária (Souto et al., 2005).

Figura 4. Capsídeo viral.

A proteína L1 compõe 90% do capsídeo viral (da Silva et al., 2001), contudo a

proteína L2 é requerida para o encapsidamento do genoma viral (Roden et al.,

1996), pois durante a morfogênese do virion, liga-se ao DNA favorecendo seu

encapsidamento (Fay et al., 2004). Além disso, as proteínas estruturais L1 e L2

promovem a ligação do vírus a receptores celulares para que ocorra a infecção

(Campo, 1997).

2.2 Detecção e tipificação viral

Em geral, técnicas de detecção viral envolvem o isolamento do vírus em

cultura de células (Varella et al., 2005). Contudo, o papilomavírus se desenvolve

de modo dependente da diferenciação celular (Zur Hausen, 2002), o que torna

22

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inviável o seu cultivo em culturas de células pela dificuldade em mimetizar a

diferenciação do epitélio (Souza, 2007).

Para a detecção geral de papilomavírus tem sido utilizadas técnicas como

RFLP, PCR e Seqüenciamento (Stocco dos Santos et al., 1998; Silva et al., 2005).

Estas técnicas são eficientes por não requererem o cultivo viral, sendo a PCR a mais

sensível dentre elas.

Nas PCRs de detecção geral de papilomavírus humano são frequentemente

utilizados os pares de primers degenerados FAP59 (Fw 5’-TAA CWG TIG GIC AYC

CWT ATT-3’); FAP64 (Rev 5’-CCW ATA TCW VHC CAT ITC ICC ATC-3’), mais

específicos para detecção do vírus em epitélio, e MY11 (Fw 5’-GCM CAG GGW CAT

AAY AAT GG-3’); MY09 (Rev 5’-CGT CCM ARR GGA WAC TGA TC-3’), que

detectam mais especificamente o vírus em tecido mucoso (Manos et al., 1989;

Forslund et al, 1999; Tornesello et al 2006). Estes mesmos primers são utilizados em

detecção de BPV (Ogawa et al, 2004; Claus et al 2007).

A diferença de sensibilidade tecidual entre os primers de detecção geral é

devido à região de anelamento utilizada para designar os mesmos. Os primers MY

09/11 foram desenhados com base na região L1 de tipos virais característicos de

mucosas (Manos et al., 1989). Já os primers FAP 59/64 foram desenhados a partir da

região L1 de tipos virais epiteliais (Forslund et al, 1999).

PCRs de tipificação são empregadas para detectar tipos virais específicos, os

primers utilizados foram desenhados a partir da região L1 dos BPVs (Stocco dos

Santos et al., 1998; Freitas et al., 2007). Os pares de primers BPV-1 (Fw: 5’ – GGA

GCG CCT GCT AAC TATAGG A – 3’; Rev: 5’–ATC TGT TGT TTG GGT GGT GAC-

3’; Gene L1 5721 – 6021nt GeneBank acesso X02346), que amplificam um

fragmento de 301 pb, são usados para tipificação de BPV-1 (Freitas et al., 2007). 23

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Para a tipificação de BPV-2 e BPV4 são realizadas PCRs com os pares de primers

BPV2 (Fw 5’-GTTATACCACCCAAAGAAGACCCT-3’ e Rev 5’

CTGGTTGCAACAGCTCTCTTTCTC-3’; Gene L1 6888 – 7051nt GeneBank Access

M20219) e BPV4 (Fw 5’ GCT GAC CTT CCA GTC TTA AT 3’ e Rev 5’ CAG TTT

CAA TCT CCT CTT CA 3’; Gene E7 (642 – 812nt GeneBank Access X05817)

resultando em um fragmento de 164 pb e 170 pb, respectivamente (Stocco dos

Santos et al., 1998).

24

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3. Manuscrito de Artigo Científico

Identificação da presença de diferentes tipos de papilomavírus

bovino no gado afetado por Papilomatose cutânea em

Pernambuco (Brasil)

Manuscrito a ser encaminhado à revista

Veterinary Research

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Identificação da presença de diferentes tipos de papilomavírus bovino no gado afetado

por Papilomatose cutânea em Pernambuco (Brasil)

Cybelle C. R. Carvalho1,2*; Maria A R. Silva1,2; Willi Beçak1,2,3; Rita de Cassia Stocco 3; José

Ferreira dos Santos1; Antônio Carlos de Freitas2,3; Tania Tassinari Rieger1

1Laboratório de Genética Animal e 2Laboratório de Genética de Microorganismos,

Departamento de Genética - UFPE; 3 Laboratório de Genética, Instituto Butantan, Av. Vital Brazil, 1500, 05503-900, São Paulo,

São Paulo, Brazil

Resumo – Os papilomavírus estão associados a processos carcinogênicos em animais e humanos. Dentre estes vírus encontra-se o papilomavírus bovino (BPV) que tem ocasionado muitas perdas econômicas no gado brasileiro. Até o momento são bem caracterizados seis diferentes tipos de BPVs (BPVs de 1-6) e recentemente outros quatro novos tipos BPVs 7, 8, 9 e10 tiveram seu genoma seqüenciado. Neste trabalho avalia-se por meio de PCR tipo específica a presença dos BPVs tipos 1-6 em animais afetados por papilomatose cutânea. Os resultados obtidos em PCRs de detecção e tipificação viral, em lesões cutâneas, demonstraram a presença de pelo menos um dos tipos de BPV 1-6 foi em 97,2% do total de amostras. O tipo mais freqüente foi o BPV 2. A presença simultânea foi verificada em 88.99%, geralmente envolvendo os tipos BPV2 e BPV3. Estes resultados confirmam a presença de diferentes tipos de BPVs no gado afetado por papilomatose cutânea e sugere que o BPV-2 seja o mais freqüente.

Palavras - chave: Papilomavírus Bovino, Reação em Cadeia Polimerase, Detecção viral, Papilomatose.

1. Introdução

Os papilomavírus constituem um grupo de pequenos vírus de DNA de dupla fita

caracterizados por induzirem a formação de verrugas ou papilomas em diversas espécies,

incluindo homem, bovinos, ovinos, caprinos, aves e répteis [13], [16]. Estas lesões são em

geral benignas, podendo regredir naturalmente ou se transformar em tumores malignos [3].

No gado, a infecção pelo papilomavírus bovino (BPV) causa a papilomatose que é

caracterizada pela presença de lesões que ocorrem na pele, mucosa e em alguns órgãos.

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Atualmente há uma maior preocupação em relação à doença, provavelmente devido à

descoberta de sua relação com determinados tipos de câncer e outras enfermidades [10].

Até o momento. são bem caracterizados seis diferentes tipos de BPVs (BPVs de 1-6)

[4]. Recentemente, outros quatro novos tipos (BPVs 7, 8, 9, 10) tiveram seu genoma

seqüenciado[12], [17], [8], [7]. Os papilomavírus são espécie específicos [17], porém os

BPVs 1 e 2 infectam de forma cruzada eqüinos [4]. Embora o BPV seja um vírus

epiteliotrópico, há evidências da sua presença em células do sangue periférico, placenta,

gametas e fluídos corpóreos de bovinos, sendo sugerida a transmissão vertical dos BPVs 1 e 2

[15], [4], [6], [19].

A papilomatose cutânea geralmente está relacionada aos BPVs 1, 2, 3, 5 e 6, sendo os

tipos 5 e 6 restritos ao úbere [1], [2], [3]. Os BPVs 1 e 2 são os principais agentes causadores

de fibropapilomas cutâneos. O BPV 1 pode originar fibropapilomas no pênis, nas tetas e na

pele e o BPV 2 pode causar o aparecimento de fibropapilomas no trato digestivo [10]. Os

BPVs tipo 3, 4 e 6 podem causar papilomas epiteliais cutâneos, papiloma epitelial do trato

digestório superior e papilomas do epitélio das tetas. O BPV 5 causa fibropapilomas do tipo

grão de arroz no úbere [2].

As lesões causadas pelo BPV1 em epitélio podem gerar em menor frequência

carcinomas de bexiga urinária em bovinos [10]. No entanto, o DNA de BPV2 é encontrado

em 46% das lesões naturais em câncer de bexiga, sendo o mais freqüente neste tipo de lesão

[2]. A infecção com o BPV4, em sinergia com co-carcinógeno ambiental pode acarretar o

desenvolvimento de carcinoma no trato digestório superior [2].

Tendo em vista que as lesões provocadas pela papilomatose bovina acarretam queda

na produtividade do rebanho, e, conseqüentemente, grandes prejuízos econômicos, estudos

relacionados à detecção de tipos virais são importantes no desenvolvimento de estratégias

para o combate à doença. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi a identificação do

papilomavírus bovino tipos 1-6 em verrugas cutâneas coletadas de animais afetados pela

papilomatose em Pernambuco.

2. Materiais e métodos

Foram coletadas 36 amostras de verrugas cutâneas, de 23 bovinos (Bos taurus), em

uma propriedade leiteira localizada no Município de Ribeirão, no estado de Pernambuco,

onde há uma grande incidência de papilomatose cutânea.

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As amostras foram envolvidas com papel alumínio e imersas em nitrogênio líquido,

após o congelamento, as mesmas foram transportadas no gelo para o laboratório e mantidas

em refrigeração a -20ºC.

Extração de DNA

Cerca de 30 mg de material das verrugas selecionadas foram maceradas

individualmente, para extração de DNA total com o auxílio do kit da Qiagen, seguindo o

protocolo do fornecedor.

A quantificação do DNA extraído foi realizada a partir de eletroforese em agarose

(0,8%) com as amostras de DNA extraído de verruga. Também foi realizada quantificação em

espectofotômetro.

Análise por PCR

Cerca de 100 ng de DNA foi utilizado para a análise por PCR. Todas as reações de

amplificação foram preparadas para um volume final de 25 μL utilizado o Máster Mix

Promega de acordo com as instruções do fornecedor. Todos os primers utilizados foram

concentrados a 10μM. As PCRs foram realizadas em termociclador (PTC 200-Mj Research

Co. Water Town, MA, USA).

2.2.1 PCRs de controle de qualidade do DNA

Foi realizada PCR com os primers para detecção do gene β-globina bovina (fw: 5’ –

AAC CTC TTT GTT CAC AAC CAG – 3’ rev 5’ – CAG ATG CTT AAC CCA CTG AGG –

3’), que amplificam um fragmento de 450 pb, para controle da qualidade do DNA extraído.

As reações foram realizadas com adaptações do protocolo de Stocco dos Santos [16]. O ciclo

da PCR consistiu de uma desnaturação inicial por 3 min a 95ºC, seguido por 35 ciclos de

desnaturação a 94ºC por 40s, anelamento por 40s a 62ºC, e extensão por 1 min a 72ºC.

2.2.2 PCRs de detecção viral

Os pares de primers FAP59 (Fw 5’-TAA CWG TIG GIC AYC CWT ATT-3’) e FAP64

(Rev 5’-CCW ATA TCW VHC CAT ITC ICC ATC-3’); e MY11 (Fw 5’-GCM CAG GGW

CAT AAY AAT GG-3’) e MY09 (Rev 5’-CGT CCM ARR GGA WAC TGA TC-3’), foram

utilizados para detecção geral de papilomavírus [5], [9], [11] a partir do protocolo de Ogawa

34

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[11] com alterações na temperatura de anelamento. Para o par de primer FAP59/64, após uma

desnaturação inicial a 94ºC por 10 min, a PCR consistiu de 45 ciclos de 1,5min a 94ºC,

1,5min a 50ºC e 1,5min a 72ºC, seguido por uma extensão final a 72ºC por 5 min. As PCRs

com os primers MY09/11 foram realizadas nas mesmas condições citadas acima, com

aumento da temperatura de anelamento para 56oC.

2.2.3 PCRs de tipificação viral

As PCRs de tipificação foram realizadas a partir dos primers da Tabela 1 abaixo com

adaptações do protocolo de Stocco dos Santos, sendo alterada a temperatura de anelamento

[15].

Primers Seqüência Fragmento

amplificado

Tabela 1. Primers utilizados na tipificação de BPV.

Região de Anelamento

BPV 1 BPV1F – 5’ GGA GCG CCT GCT AAC TAT AGG 3’ BPV1R – 5’ ATC TGT TGT TTG GGT GGT GAC 3’

301 pb

Gene L1 (5721 – 6021nt GeneBank Access X02346)

BPV 2 BPV2 F – 5’ GTT ATA CCA CCC AAA GAA GAC CCT 3’ BPV2 R – 5’ CTG GTT GCA ACA GCT CTC TTT CTC 3’

164 pb

Gene L1 (6888 – 7051nt GeneBank Access M20219)

BPV 3 BPV3 F – 5’ CAG TCA ATT GCA ACT AGA TGC C 3’ BPV3 R – 5’ GGC TGC TAC TTT CAA AAG TGA 3’

216 pb

Gene L1 (6620 – 6836nt GeneBank Access AF486184)

BPV 4 BPV4 F – 5’ GCT GAC CTT CCA GTC TTA AT 3’ BPV4 R – 5’ CAG TTT CAA TCT CCT CTT CA 3’

170 pb

Gene E7 (642 – 812nt GeneBank Access X05817)

BPV 5 BPV5 F – 5’ GGC ATG TAG AGG AAT ATA AGC 3’ BPV5 R – 5’ TTC TCT GAG ATC AAT ATT CC 3’

262 pb

Gene L1 (6646 – 6908nt GeneBank Access AF457465)

Os pares de primers BPV3 e BPV5 foram desenhados utilizando o programa Gene

Runner. Para verificar a similaridade da seqüência dos primers com seqüências depositadas

no Gen Bank foi utilizada a ferramenta Blast do site www.ncbi.nlm.nih.gov.

Para a tipificação com primers BPV1 as condições da PCR consistiu de desnaturação a

95ºC por 5 min, seguida por 35 ciclos de 30s a 94ºC, 30 s a 68ºC, e 1 min a 72ºC e uma

extensão final a 72ºC por 5 min.

Nas PCRs de tipificação com os primers BPV2 o ciclo da PCR consistiu de uma

desnaturação inicial por 3 min a 95ºC, seguido por 35 ciclos de desnaturação a 94ºC por 40s,

anelamento por 40s a 55ºC, e extensão por 1 min a 72ºC.

35

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Também foram realizadas PCRs com tipificação com os pares de primers BPV3,

BPV4 e BPV5, com alteração nas temperaturas de anelamento para 60oC.

No final 5µl do produto de amplificação das amostras com cada par de primers foi

submetido à eletroforese em gel de agarose a 2% com tampão TAE (Tris, ácido acético e

EDTA, ph 5,0). Os geis foram corados em brometo de etídio e o DNA visualizado em

transluminador sob luz ultravioleta e fotodocumentados em sistema Vilber Lourmat.

2.2.4 Sequenciamento

Foi realizado o sequenciamento nas amostras analisadas a fim de confirmar os dados

obtidos nas PCRs.

3. Resultados

No que se refere às PCRs realizadas com DNA extraído de verrugas cutâneas bovinas,

houve diferenças significativas nas sensibilidades entre os primers de detecção e de

tipificação como mostram as Tabelas 2 e 3.

A PCR com os pares de primers β-globina foi utilizada apenas na amostra negativa

para todos os tipos virais analisados (14). O resultado comprovou a qualidade do DNA.

Figura 1. Gel representativo de PCR com primers BPV2 para tipificação do vírus. A figura mostra a presença do vírus em todas as amostras de verrugas cutâneas de bovinos seguidas por controles positivo e negativo respectivamente. Foram aplicados 5 µl de DNA em gel de agarose 2% com marcador 1 Kb.

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Figura 2. Gel representativo de PCR de tipificação de BPV3. Na figura estão representadas as amostras de verrugas cutâneas de bovinos, positivas para o vírus, seguidas por controles positivo e negativo respectivamente. Na eletroforese utilizou-se 5 µl de DNA em gel de agarose 2% com marcador 1 Kb.

Nas PCRs de detecção viral, os pares de primers FAP59/64 demonstraram a presença

do vírus em 38,88% das amostras. Já com o par de primers MY 09/1,1 houve positividade em

41,66% das lesões analisadas.

Nas amostras analisadas, os tipos virais mais freqüentes foram o BPV2 (97,22%) e

BPV3 (88,88%), como mostram as Figuras 1 e 2, e BPV4 (27,77%) (Tabela 3). O BPV 5 e

BPV6 também foi detectado nas lesões analisadas. Nenhuma amostra coletada foi positiva

para BPV1.

Foi verificado também a presença infecção simultânea pela presença dos BPVs 2 e 3,

BPVs 2, 3 e 4, BPVs 2, 3 e 5 e BPVs 2, 3 e 6 (Tabela 3) .

O resultado do sequenciamento realizado nas amostras e verrugas confirmou os dados

obtidos nas PCRs (Tabela 6).

Primer Fragmento Amplificado

Números de Amostras Amplificadas

Percentual de amostras positivas

Número total de Amostras Avaliadas

FAP59/64 400 pb 14 38,88% 36

37

MY09/11 400 pb 15 41,66% 36

Tabela 2. Detecção viral em amostras de DNA de lesões cutâneas (verrugas) de

bovinos

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Tabela 3. Tipificação viral em amostras de DNA de lesões cutâneas (verrugas)

Primer Tipo viral Fragmento

Amplificado

Números de Amostras

Amplificadas

Percentual de amostras positivas

Número total de Amostras Avaliadas

BPV2 BPV2 164 pb 35 97,22% 36 BPV4 BPV4 170 pb 10 27,77% 36 BPV 1 BPV1 300pb 0 0% 36 BPV 3 BPV3 216 pb 32 88,88% 36 BPV 5 BPV5 262 pb 2 10% 36 BPV 3 BPV6 216 pb 1 5% 36

Tabela 4. Percentual de Infecção conjunta nas amostras de DNA de lesões cutâneas

Tipos Virais

Percentual de amostras positivas

BPV 2 e BPV 3 88,88% BPV2, BPV3 e BPV4 25% BPV2, BPV3 e BPV5 10% BPV2, BPV3 e BPV6 5%

Tabela 5. Relação entre a localização das lesões coletadas e o tipo viral relacionado.

Animal Amostras Localização Tipos virais 17 Dorso

38

BPV2, BPV 3 A 18 Úbere BPV2, BPV3

19 Paleta (epitélio) BPV2, BPV3 20 Olho direito

B 21 Úbere

BPV2, BPV3 BPV2, BPV3

22 Paleta (epitélio) C 23 Dorso (epitélio)

BPV2, BPV3, BPV5 BPV2, BPV3, BPV5

24 Pescoço BPV2, BPV3, BPV4 D 25 Focinho BPV2, BPV3 BPV4

26 Barbela BPV2, BPV3, BPV4 27 Dorso (epitélio)

E 28 Membros posteriores

BPV2, BPV3 BPV2, BPV3, BPV4

29 Orelha F 30 Pescoço

BPV2, BPV3 BPV2, BPV3

G 31 Escápula (epitélio) BPV2, BPV3, BPV4 32 Úbere H

33 Dorso BPV2, BPV3 BPV2, BPV3

34 Pescoço BPV2, BPV3, BPV4 I 35 Dorso BPV2, BPV3, BPV4 J 36 Pescoço BPV2, BPV3

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AMOSTRA ACESSO DESCRIÇÃO E-VALUE IDENTIDADE PRIMERS 8 AF486184.1 BPV3 9e-91 97% BPV3

10 AF486184.1 BPV3 2e-87 98% BPV3 17 X01768.1 BPV2 2e-56 95% BPV2 18 X01768.1 BPV2 2e-56 95% BPV2 25 AF486184.1 BPV3 3e-90 98% BPV3 29 AF486184.1 BPV3 3e-91 99% BPV3 34 AF486184.1 BPV3 6e-93 98% BPV3 25 X05817.1 BPV4 4e-58 94% BPV4 16 AF486184.1 BPV3 7e-68 98% BPV3 4 AF486184.1 BPV3 5e-56 93% BPV3

26 AF486184.1 BPV3 4e-89 98% BPV3 31 AF486184.1 BPV3 3e-90 98% BPV3 28 X05817.1 BPV4 7e-61 96% BPV4 5 AB253596.1 BPV6 7e-51 95% BPV3

36 AF486184.1 BPV3 3e-90 97% BPV3 27 AF486184.1 BPV3 2e-87 97% BPV3 32 AF486184.1 BPV3 2e-90 98% BPV3 2 AY300819.1 BPV3 0.0 97% FAP59/64 9 AF486184.1 BPV3 2e-66 96% BPV3

33 AF486184.1 BPV3 3e-86 97% BPV3 14 AF486184.1 BPV3 3e-86 97% BPV3 17 AF4861841 BPV3 6e-83 96% BPV3 21 AF486184.1 BPV3 4e-89 99% BPV3 18 AF486184.1 BPV3 5e-88 98% BPV3 19 AF486184.1 BPV3 9e-86 98% BPV3 23 AF486184.1 BPV3 9e-91 97% BPV3 20 AF486184.1 BPV3 2e-87 98% BPV3 24 AF486184.1 BPV3 1e-89 97% BPV3 17 AF4861841 BPV3 6e-83 96% BPV3 22 AF486184.1 BPV3 1e-89 97% BPV3

Tabela 6. Resultado do sequenciamento. Na tabela são mostrados os resultados em amostras de indivíduos acometidos por BPV.

4. Discussão Neste trabalho foi avaliada a presença dos tipos de BPVs 1-6 em 36 lesões cutâneas de

23 bovinos afetados por papilomatose cutânea. Inicialmente, desenvolveu-se uma longa etapa

de padronização das PCRs em que foram realizados testes de amplificação cruzada, a fim de

minimizar o risco de falsos positivo. Nas reações utilizou-se DNA extraído a partir do genoma

clonado dos respectivos tipos virais como controle positivo, e como controle negativo apenas

água. Em nossos experimentos de padronização foi possível perceber que os primers BPV3

são capazes de detectar a presença dos tipos virais BPV-3 e BPV-6. A presença de BPV foi

verificada em 97,22% do total de amostras, sendo uma única amostra negativa para todos os

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BPVs avaliados. O BPV-2 foi o tipo viral mais freqüente nas amostras analisadas. O BPV-4

foi detectado em 27,77% das amostras de lesões cutâneas. A infecção simultânea envolvendo

um ou mais BPVs também foi verificada.

A presença de BPV foi inicialmente avaliada por meio de PCR com os primers

genéricos FAP59/64 e MY09/11, que vêm sendo utilizados na detecção de papilomatose

humana e animal [5], [9], [11]. Entretanto observou-se que não foi possível com o uso destes

pares de primers, a detecção de BPV em todas as amostras dos animais acometidos pelo vírus,

como mostram os dados apresentados (Tabelas 2 e 3). Na realização de PCRs com os primers

de tipificação cerca de 97,22% das amostras foram positivas para pelo menos um dos tipos

analisados. Uma explicação para isto é que os primers específicos são desenhados para um

determinado tipo viral o que aumenta sua probabilidade de sucesso na amplificação. Também

cabe ressaltar que o amplicom oriundo da amplificação com os primers genéricos é maior do

que os amplicons gerados com o uso dos primers específicos, o que poderia estar aumentando

a sensibilidade destes em relação aos genéricos, já que a lesão cutânea é um tecido rígido e o

processo de extração de DNA pode levar á degradação de parte do DNA. Além disso, de

acordo com Forlund (1999), com o uso de par de primers FAP59/64 não foi possível a

detecção de HPV em todos os tipos virais presentes nas amostras analisadas. Ogawa (2004),

demonstrou que os primers MY09/11 foram ineficientes na detecção de BPV em todas as

amostras de lesões cultâneas de indivíduos acomedidos por Papilomatose.

A alta incidência de BPV-2 e BPV-3 nas amostras analisadas é um fato já esperado

para estes tipos virais, pois estes tipos virais são geralmente encontrados em lesões cutâneas

[10]. Embora BPV-1 esteja naturalmente relacionado com lesões no pênis e teto [10], ele foi

detectado em lesões cutâneas (verrugas) [6], [7]. É possível especular que há uma ausência

deste tipo viral na região estudada ou que este tipo viral esteja presente, mas em uma

concentração abaixo da detectável pela técnica aqui utilizada. Outra possibilidade é que possa

haver uma variante, que não seja detectável pelos primers utilizados.

O BPV 5 e o BPV6 infectam o epitélio cutâneo da região do úbere e teto [10]. Porém

neste estudo estes tipos virais foram detectados em regiões diferentes destas, como em lesão

cutânea sobre o olho e na paleta e dorso do animal (Tabela 5). A presença de BPV-4 foi

confirmada em algumas amostras pelo uso dos primers MY9/11, que amplificam

preferencialmente papilomavírus mucosotrópicos, e pelos primers específicos para BPV-4.

Este achado é, no mínimo incomum, já que este tipo de BPV tem tropismo por tecido epitelial

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mucoso e, ao infectar este tecido pode em sinergia com co-carcinógenos ambientais levar ao

desenvolvimento do câncer do trato digestório superior [2], porém não há nada na literatura

relacionando este processo em tecido epitelial cutâneo.

A infecção simultânea com dois ou mais diferentes tipos de BPVs foi verificada neste

trabalho (Tabela 4 ). Em HPV foi verificada a presença simultânea de diferentes tipos em uma

mesma lesão, porém o significado deste resultado ainda não está claro. Em bovinos pouco é

conhecido sobre a existência de infecção simultânea, bem como de suas conseqüências.

O controle das papilomaviroses e bovinos é um fator de grande importância para o

desenvolvimento da pecuária nacional. Esta doença não possui, até o momento, produtos

vacinais de controle ou para o tratamento com eficácia confirmada. Desta forma, uma melhor

compreensão da biologia da infecção viral é fator determinante para o desenvolvimento de

vacinas, bem como medidas de manejo que possam reduzir a possibilidade de disseminação

viral. Neste trabalho, são apresentados dados que mostram a presença de diferentes tipos de

BPVs infectando animais e que uma mesma lesão pode ser infectada por diferentes tipos

conjuntamente. Estes resultados deverão servir de base para o desenvolvimento de estratégias

que visem o controle desta infecção e suas conseqüências.

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5. CONCLUSÕES

1. Os primers degenerados FAP 59/64 e MY 09/11 não detectaram a presença

do vírus em todas as lesões analisadas dos animais afetados por

papilomatose;

2. Nos 25 animais estudados 97,22% apresentaram algum tipo de BPV;

3. Pela tipificação por PCR foi comprovado que os tipos virais mais freqüentes

nesta amostragem são BPV3 e BPV2, com 88,88% e 97,22% de ocorrência,

respectivamente;

4. Os resultados obtidos nas PCRs de tipificação demonstraram a presença de

infecção simultânea, pela presença de mais de um tipo viral nas lesões

cutâneas analisadas.

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6. ABSTRACT

Papillomaviruses are a wide viruses family associated to epiteliotropic lesions and

affecting also mucous tissues, causing benign tumors that can suffer malignization.

The bovine papilomatosis is an economicaly important desease, since undervaluate

cattle to be selled out. Although epidemiological data are unavailable, based on local

farmers the incidence of the deseace in Pernambuco state is high. The goal of this

work was the detection and typification of bovine papilomavirus (BPV) by PCR in

cutaneous warts samples collected from animals affected in a milk production farm.

Were analysed samples from 36 cutaneous warts of 23 bovine (Bos taurus). Results

has shown that primers MY09/11 and FAP59/64 for general detection of BPV are not

very efficient, once they failed to detect BPV in 58,34% and 61,12% of papillomatous

lesions. However, PCR using specific typification primers detected the presence of at

least one papillomavirus type in each of all analysed samples, showing a high

incidence of BPV-2 and 3 types in the studied animals. Moreover, the results show

the existence of coinfection in 89% of the samples by BPV-2 and 3 and triple

infection by BPV-2, 3 and 4 in 25% of the total studied samples. This results confirm

the presence of diffrerent bovine papillomavirus (BPV) types in cattle affected by

cutaneous papillomas and suggest that BPV-2 may be the more frequent.

Keywords: Bovine papillomatosis; PCR, Bos taurus.

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7. ANEXOS

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7.1 Anexo 1 Instruções para Autores

Revista Veterinary Research

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1. Aims and scope

2. Types of papers

3. Submission of manuscripts

4. Peer review process

5. Style guide

5.1. General presentation

5.2. Title page

5.3. Abstract and keyworks

5.4. References

- Works listed in References

- Works cited in the text

5.5. Illustrations (tables and figures)

5.6. Electronic-only material

6. Open Access Option

7. Ethical policy

8. The galley proofs and reprints

9. Copyright

1. Aims and scope

Veterinary Research is a peer-reviewed journal that publishes original and review

articles focusing on Animal Infection and Epidemiology. The areas of interest are

bacteriology, parasitology, virology, immunology and epidemiology. Food animals,

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companion animals, equines, wild animals (if the infections are of zoonotic interest

and/or in relation with domestic animals), laboratory animals and animal models of

human infections are considered. Studies on zoonotic and emerging infections are

highly appreciated. The journal publishes articles of high quality and novelty dealing

with host-microbe interactions:

• New knowledge on pathogens (viruses, bacteria, protozoa, helminths, fungi

and prions) and the better understanding of host-pathogen interactions: fundamental

studies on the biology of micro-organisms and on molecular mechanisms of

interactions between hosts and microbes are particularly welcome.

• Immune response to infection: systemic and local immunology and

immunopathology of infected organisms. It also encompasses fundamental studies

on animal immune systems. Papers about advancement in vaccinology and

development of new vaccines will be considered.

• Epidemiology and health economics related to infections. Controlled

comparative studies (randomised field trials and analytical observational studies),

studies developing or applying new epidemiological methods will be preferred rather

than descriptive studies. Papers dealing with methodology, mathematical modelling,

risk assessment or interactions between epidemiology and other fields of research

will be favoured. Papers must be of general interest.

Specific aspects of treatment of diseases, clinical and pathological studies (including

case reports), diagnosis tests and technical reports do not fall within the scope of the

journal. Papers must make an original and significant contribution to the field and

must be of interest to a global readership. Studies that are preliminary, of weak

originality or merely descriptive, those that are technically competent but do not make 49

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a significant advance in the knowledge of animal infections as well as negative

results are not appropriate to the journal. Papers providing information of

geographically limited interest or which repeat what has been established elsewhere

will not be accepted.

Review articles are highly appreciated. They should focus either on a pathogen or

on analyses of the mechanisms of host-microbe interactions including

epidemiological studies. The articles should present comprehensive, critical

summaries of current knowledge in the field and should not be limited to a discussion

of the author's work. Thematic issues composed of solicited review articles are also

published.

The journal is aimed at scientists working in research institutes, universities,

governmental institutions or non-governmental organisations, private firms and the

pharmaceutical industry.

2. Types of papers

Manuscripts should be written preferably in English. Authors whose native language

is not English are strongly advised to have their manuscripts checked by an English-

speaking colleague prior to submission.

Original papers should report the results of original research. The material should

not have been previously published or submitted for publication elsewhere. Short

notes as such are not published, but there is no specific restriction of the minimum

number of pages provided that papers are of an appropriate scientific standard. Short

papers should be completely documented both by references to the literature and

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description of the experimental procedures employed. The same structure and

presentation (including 2 separate sections for the Results and Discussion) are

required for all papers.

Review articles should cover subjects falling within the Aims and scope of the

journal.

3. Submission of manuscripts

Veterinary Research accepts only online submission. Manuscript should be in one

single Word or RTF file (use Veterinary Research template).

The manuscript must be accompanied with a cover letter containing the following

items:

1. The e-mail address of all authors.

2. The objectives and originality of the work as well as the main results. In

addition, you must justify that your study has a general interest and, more

specifically for epidemiological studies, that the information is not limited to the

country in which the work has been performed.

3. A statement that the manuscript has not been simultaneously submitted for

publication in another journal and that it has been approved by all co-authors.

4. At least three possible reviewers (name, e-mail address and field of expertise)

who are not members of the editorial board must be suggested. The use of

these referees is at the discretion of the editors.

4. Peer review process

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Before being sent to reviewers, manuscripts are pre-screened by the editorial office

to check the main basic criteria that make the paper potentially suitable for Veterinary

Research: accordance with the Aims and scope of the journal, nature of the study,

originality of the results, quantity and quality of data, general conclusions,

presentation of the work including the quality of the English language. If the paper

does not fulfil these criteria, it may be rejected at this stage without review.

Manuscripts that pass the pre-screening stage are normally sent to a minimum of two

experts chosen by the Editors-in-chief. The identity of peer reviewers is kept

confidential.

Only papers of high quality and novelty and of general significance are published.

Manuscripts that, in the reviewers' opinions, require major revisions may be rejected,

in particular if they are poorly written (style or language). If minor revisions are

recommended by the reviewers, authors are expected to make the appropriate

revisions within one month. For manuscripts requiring major revisions, the revised

version must be sent to the Editorial Office within 2 months (4 months if additional

data are needed). Revised manuscripts may be reviewed a second time. Revised

manuscripts that are received after the deadline will not be considered.

5. Style guide

5.1. General presentation

The manuscript should be typed double-spaced (Times New Roman 12 pts) with

margins of at least 3.5 cm at the top, bottom and sides, and sent in only one single

RTF or Word file (use Veterinary Research template). Lines and pages should be

numbered. Original articles should not exceed 30 double-spaced typed pages

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including figures, tables and references. Review articles should not exceed 50 pages.

The manuscript should be presented as follows: title page, abstract and keywords,

introduction, materials and methods, results, discussion, acknowledgments,

references, figure legends, tables, figures.

Section headings should be numbered following the international numbering system

(1., 1.1., 1.1.1., etc.).

Tables and figures, with their captions, should not appear in the text, but be placed

together on separate sheets at the end of the manuscript.

Punctuation characteristics of the English language should be used (semi-colons,

colons, question marks and exclamation marks are never preceded by a space in

English). Abbreviations should be punctuated. There is no space between opening

and closing brackets and the following and preceding words. Uppercase letters

should be accented; small capitals should not be used.

The publication of the text and black and white figures is free of charge.

5.2. Title page

The title page should include the following: the title of the article, which should be

concise but explicit, the surname and forenames (in full) of each author, the

department and institution where the study was carried out, e-mail address of the

corresponding author (this author being identified by an asterisk), a short title

(running head) of no more than 45 characters, including spaces.

5.3. Abstract and keywords

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The abstract (less than 250 words) should be in a form suitable for abstracting

services. It should contain no paragraphs, footnotes, references, cross-references to

figures and tables or undefined abbreviations.

Up to five keywords should be supplied, to assist the reader and facilitate information

retrieval. Keywords may be taken from the title, abstract or text. The plural form and

uppercase letters should be avoided. Keywords should be written in bold lowercase

letters, separated by slashes.

5.4. References

In the reference list, the references should appear in alphabetical order, preceded by

an Arabic numeral enclosed in square brackets. The authors' names are listed in

alphabetical order and in chronological order for each author. The references are

cited in the text by the corresponding number enclosed in square brackets.

All entries in the reference list must correspond to references in the text and vice

versa. The titles of journals should be abbreviated according to the rules of

Biosciences Information Service (Biosis) or those of the International Organization for

Standardization (ISO). Words for which no abbreviation is given should be written in

full.

Style file that conform to Veterinary Research is available for EndNote.

- Works listed in References

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The reference list must include articles published in print or online-only journals (as

well as in press articles), books and book chapters. Examples are given below of the

layout and punctuation to be used in the references.

Article (all authors must be mentioned)

[1] Zhang P., Chomel B.B., Schau M.K., Goo J.S., Droz S., Kelminson K.L., George

S.S., Lerche N.W., Koehler J.E., A family of variably expressed outer-membrane

proteins (Vomp) mediates adhesion and autoaggregation in Bartonella Quintana,

Proc. Natl. Acad. Sci. USA (2004) 101:13630–13635.

[2] Stout T.A.E., Immunocastration of horses: A tool for behavioural modification?,

Vet. Sci. Tomorrow, Issue 4 [on line] (2002) http://www.vetscite.org/cgi-

bin/pw.exe/Issue4/000047/000047.htm [consulted 17 December 2002].

Article published in Veterinary Research

In order to take advantage of the electronic version, articles now have a unique

article number: Vet. Res. (2008) 39:02 which refers to article 02 from volume 39.

Each volume corresponds to a calendar year.

Article in press

[3] Goudsmit J., Bogaards J.A., Jurriaans S., de Wolf F., Schuitemaker H., Miedema

F., Lange J.M.A., Coutinho R.A., Weverling G.J., Loss of control of viremia in HIV-1

seroconverters with best prognosis and lowest viral load at setpoint, Vaccine (2004)

doi:10.1016/S0264- 410X(02)00075-0.

Book

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[4] Dunn A., Veterinary Helminthology, William Heinemann Medical Books, London,

1978.

Chapter in a book

[5] Delatour P., Parish R., Benzimidazole anthelmintics and related compounds:

toxicity and evaluation of residues, in: Rico A. (Ed.), Drug Residues in Animals,

Academic Press, London, 1986, pp. 175–204.

- Works cited in the text

Proceedings of meetings, abstracts, articles submitted for publication, unpublished

data, personal communications, theses, letters, electronic material and websites

should not appear in the reference list but should be cited in the text as footnotes as

follows. However these reports must not appear in the Materials and methods section

of an original article.

Proceedings

Mauget R., Legendre X., Comizzoli P., et al., Assisted reproductive technology in sika

deer: a program to preserve endangered deer subspecies, in: Zomborsky Z. (Ed.),

Advances in deer biology, Proc. 4th Int. Deer Biology Congress, Kaspovar, 1998, pp.

185–186.

Thesis

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Carvalho, C. C. R. Identificação dos Tipos de Papilomavírus presentes...

Mahamod A.M., A survey of blood copper levels in cattle in northern California,

Master of Preventive Veterinary Medicine thesis, Davis, CA, USA, 1982.

Electronic material

Reeves J.R.T., Maibach H., CDI, Clinical dermatology illustrated (monograph on CD-

ROM), 2nd ed., Version 2.0, CMEA Multimedia Group Producers, San Diego, 1995.

Websites

OIE, Surveillance and monitoring systems for bovine spongiform encephalopathy, in:

International animal health code, APPENDIX 3.8.4. [on line] (2002)

http://www.oie.int/eng/normes/MCode/A_00157.htm [consulted 9 December 2002].

5.5. Illustrations (tables and figures)

Illustrations should be numbered in Arabic numerals for figures and Roman numerals

for tables, and should be referred to in the text by their number: Figure 1, Table I.

Lettering (symbols, numbers, etc.) should not differ from figure to figure and should

be of sufficient size to remain legible after reduction (letters 1–2 mm high after

reduction to either one or two column format).

Figures should be original (i.e. not already reproduced). Photographs should be

presented in the form of plates to be reproduced without reduction (maximum size

12.5 × 19 cm). The figure captions should be explicit so that the illustrations are

comprehensible without reference to the text. In the paper version of the journal,

figures are in black and white (for colour, authors should make a contribution,

prices on request), but they appear in colour in the electronic version.

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Tables should not exceed 84 characters per line (140 if in landscape format). The title

of each table should be written above the corresponding table. Figures and tables

published elsewhere cannot be accepted without the prior consent of the publisher

and the author(s).

5.6. Electronic-only material

Electronic-only material is designed to provide supplementary information that is

either too voluminous for printing or that is designed specifically for the Web.

Electronic-only material may include but is not restricted to the following: (Large)

tables; Appendices; Programmes; Images; Videos; …

For more information on the submission of this material (file requirements, etc.),

please contact the Editorial Office.

6. Open Access Option

To favour a broad and easy access to all published scientific information, Veterinary

Research is now offering the possibility for the authors to make their papers freely

available to all interested readers (subscribers or non subscribers) as soon as the

articles are published online (authors should make a contribution, prices on

request).

7. Ethical policy

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All studies involving animals must have been performed in compliance with

guidelines outlined in the International Guiding Principles for Biomedical Research

Involving Animals as issued by the Council for the International Organizations of

Medical Sciences. Papers may be rejected on ethical grounds if standards of care or

procedures performed on animals are not met.

8. The galley proofs and reprints

Proofs will be sent by electronic mail to the corresponding author indicated on the title

page. They should be carefully corrected and returned to the publisher within 48

hours of reception. If this period is exceeded, the galleys will be proofed only by the

editorial staff and printed without the authors' corrections. The PDF file of the article

will be provided free of charge to the corresponding author. An order form for reprints

– and, if required, for the publication of colour figures and Open Access Option – will

accompany the proofs.

9. Copyright

As soon as the article has been published, the author is considered to have

transferred his rights to the publisher. Requests for reproduction should be sent to

the publisher.

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7.2 Anexo 2

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Figura 1. Gel de agarose 2% representativo de PCR β-globina para controle de qualidade do DNA extraído. Na figura estão representadas as amostras de verrugas cutâneas (números 1 a 20) de bovinos seguidas por controle negativo. Na coluna 11 está indicado o marcador 1 Kb.

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Figura 2. Gel de agarose 2% representativo de PCR com primers MY 09/11 para detecção geral do vírus. A figura mostra as amostras de lesões cutâneas de bovinos representadas pelos números 1 a 16. As colunas 18 e 20 indicam os controles positivo e negativo e a coluna 12 representa o marcador 100pb.

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Figura 3. Gel de agarose 2% representativo de PCR BPV-1 para tipificação viral. Os números 1 a 20 indicam as amostras de verrugas cutâneas de bovinos seguidas por controles positivo negativo respectivamente. Na coluna 11 esta´representado o marcador 1Kb.

Figura 4. Gel de agarose 2% representativo de PCR BPV-4 para tipificação viral. Os números 1 a 16 indicam as amostras de verrugas cutâneas de bovinos seguidas por controles positivo e negativo respectivamente. A linha 10 indica o marcador 100 pb.

Figura 5. Gel de agarose 2% representativo de PCR com par de primers BPV 5. Os números de 1 a 10 indicam diferentes amostras de lesões cutâneas de bovinos. As colunas 12 e 14 demonstram os controles. Na linha 6 está representado o marcador 1 kb.

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