View
229
Download
2
Embed Size (px)
DESCRIPTION
SERENADE - BALANCHINE | GROSSE FUGE - KEERSMAEKER | HERMAN SCHMERMAN - FORSYTHE | 5 TANGOS - VAN MANEN + http://www.cnb.pt/gca/?id=1199
Citation preview
DIREÇÃO ARTÍSTICALUÍSA TAVEIRA
Fevereirodias 5, 6, 12, 13, 19 e 20 às 21hdia 7 às 16h
Escolas18 de fevereiro às 15h
Ensaio GeralSolidário4 de fevereiro às 21h
SERENADEGEORGE BALANCHINE
GROSSE FUGEANNE TERESA DE KEERSMAEKERINTERVALO
HERMAN SCHMERMANWILLIAM FORSYTHE
5 TANGOSHANS VAN MANEN
Este é um programa de reportório onde se reúnem alguns dos coreógrafos que mais marcaram a História da Dança.A belíssima e feminina Serenade de Balanchine que contrasta com a energia masculina de Grosse Fuge de Anne Teresa De Keersmaeker, a abstração de William Forsythe com um dueto virtuosístico e a inspiração latina de 5 Tangos de Hans van Manen são uma janela aberta para o que de melhor se produziu no séc. XX.
Faço crochet
o crochet faz-me
e nisto me desato
¯¯¯ Adília Lopes,in Os 5 livros de versos salvaram o tio, 1991.Dobra – Poesia Reunida 1983-2014
PROGRAMAREPORTÓRIO
A FUNDAÇÃO EDP
É MECENAS PRINCIPAL DA COMPANHIA NACIONAL DE BAILADO
E MECENAS EXCLUSIVO DA DIGRESSÃO NACIONAL
¯¯¯ Maria José Fazenda,janeiro 2016
O progressivo desenvolvimento, ao longo do tempo, do trabalho técnico das bailarinas com as sapatilhas de pontas, introduzidas no ballet no início do século XIX, foi acompanhado de uma diferenciação entre o vocabu-lário da dança feminina e masculina e dos seus papéis na execução dos duetos não existente, segundo o que as fontes históricas nos permitem saber, no ballet do século XVIII. Aquele instrumento técnico, que começou por ser um sapato flexível reforçado na biqueira por uma cerzidura, antes de se transformar no bloco resistente que hoje conhecemos, viabilizou, no romantismo, a projeção vertical do corpo e a representação da mulher como um ser idealizado, transcendente, etéreo, de que os seres alados, como as sílfides, as willis ou as péris, eram a metáfora. Na segunda metade do século XIX, na Rússia imperial, Marius Petipa concedeu à bailarina um papel ativo e determinante nas performances, criando para ela e à volta dela solos tecnicamente muito vir-tuosos.
No século XX, George Balanchine expande o vocabulá-rio da técnica da dança clássica e as possibilidades de composição do movimento no espaço, explora as dobras do corpo, combina o peso e a leveza. As mulheres, em sapatilhas de pontas, são uma das suas inspirações; a outra é a música. Serenade (1935) o primeiro ballet que cria nos Estados Unidos da América, depois da estética apolínea de Apollo (1928) e da composição construti-vista de The Prodigal Son (1929), obras criadas para os Ballets Russes de Serge Diaghilev, é um dos exemplos maiores da excelência de Balanchine como inventor de vocabulário, compositor de danças, da sua extraordiná-ria musicalidade e do carácter alusivo e, contrariamente ao ballet do século XIX, não figurativo das suas danças.
A primeira apresentação de Serenade foi em 1934, com estudantes da School of American Ballet, escola cria-da nesse mesmo ano por Balanchine e Lincoln Kirstein. A coreografia resultou de um trabalho em torno das téc-
CORPOS EXPANDIDOS, COM E SEM SAPATILHAS DE PONTAS
nicas de palco, tendo o coreógrafo incorporado alguns dos incidentes que tiveram lugar durante os ensaios: uma estudante que chega atrasada e retoma o seu lugar no grupo; outra que cai e que, na obra, virá a ocupar um papel importante no inesperado (tendo em consideração a estrutura formal da peça) trio final, na Elegia. Trata-se de uma bailarina que é elevada e transportada no espa-ço, com os braços alongados para trás, uma cena que parece evocar a morte e a ascensão das heroínas nos ballets românticos.
Há nesta coreografia, oficialmente estreada em 1935, outros elementos que nos reenviam para a estética ro-mântica, ou melhor, para a forma como ela é convocada por Mikhail Fokine, em Les Sylphides (1909), designada-mente o corpo de bailarinas, não obstante o que sobres-sai não ser uma homogeneização das suas performan-ces, mas, pelo contrário, sublinhe-se, o contributo do trabalho de cada uma delas para o grupo; e os vestidos compridos translúcidos de tule azul, desenhados por Barbara Karinska, que reforçam a leveza e a flexibilida-de do movimento, os quais, contudo, só foram introdu-zidos numa produção de Serenade de 1952. A alteração dos figurinos (os originais eram vestidos pelos joelhos, opacos, mais pesados e afins à roupa quotidiana da épo-ca) é concomitante com as várias transformações que a peça foi sofrendo ao longo do tempo, designadamente da sua estrutura. Nas primeiras produções, Balanchine só usou os três primeiros movimentos da partitura de Tchaikovski — Sonatina, Valsa e Elegia. Introduz, em 1940, o quarto movimento, o Tema Russo, mas inver-tendo a sua ordem, relativamente à partitura do compo-sitor, ou seja, encerrando a coreografia em tom triste e lamentoso; um fim que, na realidade, não deixa de ser anunciado pela primeira imagem da obra: dezassete bailarinas, de pé, com o braço direito esticado para a frente, formando com o tronco um ângulo obtuso, e mão fletida, dirigindo-se a um espaço desconhecido.
Utensílio ascensional por excelência do romantismo, as sapatilhas de pontas seriam, ao longo do século XX, um artifício que os coreógrafos continuariam a explorar de formas inventivas e como expressão de diversas modali-dades de representação do mundo e da figura feminina. Foi assim com Balanchine, ao longo de toda a sua proli-xa carreira — mencionem-se obras como Concerto Ba-rocco (1941) ou Agon (1957), também apresentadas pela Companhia Nacional de Bailado (CNB), em programas anteriores; seria assim com William Forsythe. Este nor-te-americano, que iniciou a sua carreira como bailarino profissional no Joffrey Ballet 2, tendo-se transferido, em 1973, para o Stuttgarter Ballett, e assumido, em 1984, a direção do Ballett Frankfurt, utiliza, sobretudo nas suas peças das décadas de 1980-90, o vocabulário da dança clássica, expandindo-o com o contributo das teorias de Laban, segunda as quais o movimento do corpo poderia ser desencadeado por qualquer parte do corpo, aumen-tando, assim, exponencialmente as potencialidades ex-pressivas do corpo.
Nas obras de Forsythe, cujo trabalho multidisciplinar contribui para modificar a paisagem da dança contem-porânea europeia, o mundo é representado como uma realidade ampla, fragmentada, complexa e instável, e as bailarinas, sobre sapatilhas de pontas, são mulheres autónomas, determinadas e investidas de poder. Estas representações são bem visíveis nos virtuosíssimos pas de deux que predominam em outras peças tam-bém montadas para a CNB, designadamente, Artifact II (1984) e In The Middle Somewhat Elevated (1988), evidenciando-se também no dueto Herman Schmerman. A peça foi criada para o New York City Ballet, em 1992, mas o dueto só foi acrescentado quando o coreógrafo a remontou para o seu Ballett Frankfurt, nesse mesmo ano, sendo, desde 1999, apresentado autonomamente. Herman Schmerman é uma dança divertida, animada, como a música de Thom Willems, de uma sensualidade despreocupada (também sugerida pela transparência
do figurino criado para a bailarina por Gianni Versace), lúdica, como o jogo de sonoridades contido no título, o qual foi extraído de uma fala do ator Steve Martin do filme Dead Men Don’t Wear Plaid (1982), de Carl Reiner. Neste dueto, que a CNB apresenta pela primeira vez, homem e mulher testam o seu equilíbrio, realizam mo-vimentos multidirecionais, rápidos, com inclinações e desvios súbitos, combinados com gestos e movimentos simples, quotidianos. A peça termina com a bailarina rodopiando como uma boneca numa caixa de música, imagem muito parecida com uma que veríamos também em Serenade, de Balanchine, coreógrafo que William Forsythe reconhece como sendo uma influência deter-minante no seu trabalho.
Balanchine é também uma reconhecida influência para Hans van Manen, o artista holandês que foi coreógrafo residente do Nederlands Dans Theater, companhia de que também foi diretor artístico, e do Het Nationale Ballet. Desde o início da sua carreira como coreógrafo, nos anos 1960, interessa-se por fazer uma síntese entre o vocabulário da dança clássica e as linguagens da dan-ça moderna. Van Manen é um mestre na criação de pas de deux, figura coreográfica que predomina nas suas obras, como em Adagio Hammerklavier (1973), para dar o exemplo de uma criação também montada para a CNB. Os duetos têm frequentemente uma carga erótica e, entre homens e mulheres, representados como géne-ros com poderes iguais, estabelece-se constantemente uma relação de atração e repulsa. 5 Tangos (1977) não é exceção. Nesta obra, a música de Astor Piazzolla con-tribui para a criação de uma qualidade de movimento direta, repentina, angulosa.
Se para estes criadores, as sapatilhas de pontas são uma atração e um instrumento para a descoberta de novos padrões coreográficos, a belga Anne Teresa De Keersmaeker, que estudou na escola Mudra, em Bru-xelas, e na Tisch School of the Arts, em Nova Iorque,
prefere os ténis, os sapatos de salto alto ou os pés nus, em contacto direto com o chão, muito embora tenha trabalho também com sapatilhas de pontas em Lisbon Piece (1998), a peça que constrói para os bailarinos da CNB, naquela que foi também a sua primeira colabo-ração com uma companhia de repertório. No início da sua carreira como criadora, De Keersmaeker trabalha só com bailarinas, como em Fase (1982) e Rosas danst Ro-sas (1983), explorando, em estruturas minimais e com-plexas, movimentos abstraídos de ações do quotidiano e de comportamentos femininos — apanhar o cabelo, ajustar as roupas. Quando integra bailarinos na Rosas, a companhia que funda em 1983, os gestos e as saias rodadas das mulheres e os movimentos atléticos dos homens podem reforçar estereótipos de género, como acontece em peças como Ottone Ottone (1988) ou Ach-terland (1990), o que, pelo contrário, não se verifica em Grosse Fuge (1992).
Grosse Fuge, inicialmente interpretada como parte de Erts (1992), a primeira peça que De Keersmaeker criou na qualidade de coreógrafa residente de De Munt/La Monnaie, em Bruxelas, bailarinos e bailarinas, vestidos de igual, sem sapatilhas de pontas, realizam movimen-tos com qualidades idênticas. Sobre a partitura de Lu-dwig van Beethoven, saltam, balanceiam, rebolam no chão, projetam-se no ar, rodopiando quase com o corpo em posição horizontal, caem e voltam a levantar-se. Em Grosse Fuge, nem o movimento nem os figurinos deter-minam diferenças de género, para que do grupo, igual, se revele o que é único em cada intérprete, em cada pessoa, num espaço-tempo que os movimentos circula-res e em espiral abrem ao infinito. —
Artistas da CNB em Grosse Fuge
© R
ODRIG
O DE
SOUZ
A
Roberta Martins e Frederico Gameiro em Serenade
© R
ICARD
O DE
BRIT
O
GEORGE BALANCHINECOREOGRAFIA—
George Balanchine nasceu em São Petesburgo, em 1904,
tendo-se formado e integrado o Teatro Mariinsky. Aos vinte
anos, no entanto, abandonava definitivamente a Rússia. Iniciou
a sua carreira nos Ballets Russes de Diaghilev, hoje reconhe-
cida como brilhante e influente companhia do séc. XX. Apollo
(1928) e Filho Pródigo (1929) são ainda hoje grandes obras de
repertório. Após a morte do empresário, uma breve itinerância
europeia levou-o a fixar-se nos EUA. Aí colaborou em filmes, na
Broadway, e fundou uma escola, base sustentadora do futuro
New York City Ballet. Foi para esta Companhia que Balanchine
criou a maioria das suas peças, construindo um corpo inigua-
lável de obras primas como: Divertimento nº15 (1956), Agon
(1957), Liebeslieder Walzer (1960), Jewels (1967), Sinfonia
em 3 Andamentos e Concerto para Violino (1972), Who Cares?
(1970), Le Tableau de Couperin (1975),Vienna Waltzes (1977) e
Mozartiana (1980). Estas vieram juntar-se ao grupo de coreo-
grafias criadas antes do New York City Ballet, Serenade (1934),
Concerto Barroco (1941), Quatro Temperamentos, Tema e
Variações (1947), Sinfonia de Bizet (1947), para formar um opus
gigante, marcado pela perfeita compreensão musical e uma
inesgotável invenção em todos os registos da dança clássica.
George Balanchine faleceu em 30 de abril de 1983, em Nova
Iorque. —
SERENADE George Balanchinecoreografia©The George Balanchine Trust
Piotr Ilitch Tchaikovskimúsica
Nanette Glushakassistente da Fundação Balanchine
Fernando Duarte Barbora Hruskovaensaiadores
CAMERATAALMA MATERinterpretação musical
Estreia absolutaNova Iorque, Adelphi Theatre, American Ballet, 1 de março de 1935
Estreia pela CNBLisboa, São Luíz Teatro Municipal,14 de outubro de 1982
GROSSE FUGE Anne Teresa De Keersmaekercoreografia
Ludwig van Beethovenmúsica
Jan Joris Lamerscenografiae desenho de luz
Rosasfigurinos
Georges-Elie Octorsanálise musical
Nordine BenchorfBruce CampbellVincent DunoyerThomas HauertCynthia LoemijOliver KochEduardo Torrojaco-criação
Jakub Truszkowskiassistente da coreógrafa
Rui Alexandreensaiador
QUARTETO DE CORDAS DE MATOSINHOSinterpretação musical
Estreia absolutaBruxelas, Hallen van Schaerbeek,2 de fevereiro de 1992
Estreia pela CNBLisboa, Teatro Camões,26 de outubro de 2012
CAMERATA ALMA MATER—
Foi fundada recentemente e é constituída por jovens instrumen-
tistas de cordas, talentos portugueses já com grande distinção
no panorama musical nacional e internacional. Os elementos
que integram este ensemble são vencedores de várias edições
do Prémio Jovens Músicos, assim como distinguidos com
prémios em concursos internacionais. Nos seus currículos
contam-se lugares de destaque, entre os quais chefes de naipe
de orquestras profissionais, residências artísticas, e ativida-
de camarística regular e de grande relevo. A Camerata Alma
Mater conta ainda com os prestigiados pedagogos destes
jovens talentos, Aníbal Lima (violino) e Paulo Gaio Lima (violon-
celo), que mantêm ainda uma carreira artística inconfundível.
A camerata é dirigida por Pedro Neves, um dos mais promisso-
res maestros portugueses, com uma maturidade e veracidade
interpretativa notáveis. Visível no panorama musical é ainda a
sua experiência alargada como violoncelista, professor e maes-
tro. Tendo-se já apresentado em concerto na abertura do festi-
val “Música nos Açores”, a Camerata Alma Mater conquistou
por parte do público e da crítica uma aceitação e elogio extre-
mamente positivo. A Alma Mater ambiciona a possibilidade de
continuação deste projeto de grande profissionalismo, podendo
assim abordar repertório e sonoridades de uma formação ainda
não existente no nosso país. —
ANNE TERESA DE KEERSMAEKERCOREOGRAFIA—
Em 1980, após os estudos de dança na Mudra, a escola de
Maurice Béjart em Bruxelas, e na Tisch School of the Arts,
em Nova Iorque, Anne Teresa De Keersmaeker, nascida em
1960, criou Asch, o seu primeiro trabalho coreográfico. Dois
anos mais tarde estreou Fase, Four Movements to the Music
of Steve Reich. Keersmaeker funda a companhia Rosas, em
Bruxelas, em 1983, paralelamente à criação do espetáculo
Rosas danst Rosas. Desde estas obras iniciais que o seu traba-
lho coreográfico assenta numa rigorosa e fértil exploração da
relação entre a música e a dança. Criou, com a companhia
Rosas, um vasto número de trabalhos que abarcam estruturas e
partituras musicais de vários períodos, desde a Música Antiga
até linguagens contemporâneas e populares. A sua prática
coreográfica evoca igualmente princípios formais da geome-
tria, padrões numéricos, o mundo natural e estruturas sociais
com o fim de proporcionar uma perspetiva única da articulação
do corpo no espaço e no tempo. Entre 1992 e 2007, a Rosas foi
companhia residente do De Munt/La Monnaie, em Bruxelas.
Durante este período, Keersmaeker dirigiu inúmeros projetos
apresentados a nível mundial. Em 1995, De Keersmaeker, em
associação com o teatro La Monnaie, cria em Bruxelas uma
estrutura de formação internacional: P.A.R.T.S. (Performing
Arts Research and Training Studios). Numa monografia, em
três volumes, intitulada A Choreographer’s Score e publicada
pela Rosas e a Mercatorfonds, Keersmaeker prooprciona a
perspicácia e visão abrangentes do musicólogo Bojana Cvejic,
na criação de trabalhos como Drumming, Rain, En Atendant e
Cesena. Para além de Grosse Fuge, que a Companhia Nacional
de Bailado apresentou pela primeira vez em 2012, The Lisbon
Piece, Prelúdio à Sesta de um Fauno, Noite Transfigurada e
Mozart Concert Arias são outras criações de Keersmaeker já
interpretadas pela CNB. —
QUARTETO DE CORDAS DE MATOSINHOS —
Aclamado como um “caso singular de excelência no panorama
musical português” (Diana Ferreira, Público, 2010), foi criado
pela Câmara Municipal de Matosinhos, através de um concurso
público. Desde 2008 é residente desta cidade, onde desenvolve
uma temporada regular de concertos. Na temporada de 2014-15
o QCM foi escolhido como um dos ECHO Rising Stars, realizando
uma tournée de 16 concertos em algumas das mais importantes
salas de concerto europeias, como o Barbican em Londres, o
Concertgebouw em Amesterdão e o Musikverein em Viena. O
QCM apresenta-se também regularmente nas maiores salas de
concerto portuguesas, como a Casa da Música, Fundação Calouste
Gulbenkian e Centro Cultural de Belém, e colabora com alguns dos
mais destacados músicos portugueses, tais como Pedro Burmes-
ter, António Rosado, Miguel Borges Coelho, António Saiote, Paulo
Gaio Lima e Pedro Carneiro. Desde a sua criação, o QCM assumiu
um forte compromisso com o repertório português para quarteto de
cordas, interpretando muitas obras menos conhecidas e abraçan-
do novas obras de compositores contemporâneos: o QCM estreou
já mais de 20 novas obras. O outro principal objetivo artístico do
QCM vem sendo cumprido com a interpretação em Matosinhos
do grande repertório para quarteto de cordas: as obras completas
de Mozart e Mendelssohn foram já apresentadas, estando em
curso as integrais de Haydn, Beethoven e Shostakovich. O QCM
e os seus membros foram reconhecidos com prémios nos mais
importantes concursos musicais nacionais, como o Prémio Jovens
Músicos da RDP e o Concurso Internacional de Música de Câmara
“Cidade de Alcobaça”. Todos os membros estudaram na Acade-
mia Nacional Superior de Orquestra e aperfeiçoaram a sua arte
em várias escolas de prestígio, incluindo a Escuela Superior de
Música Reina Sofia, Madrid, a Northwestern University, Chicago
e Conservatório de Sion, Suíça. O QCM também realizou formação
especializada no Instituto Internacional de Música de Cámara de
Madrid, onde estudou com Rainer Schmidt (violinista do Quarteto
Hagen), além de trabalhar em masterclasses com membros de
grandes quartetos de cordas, como Alban Berg, Lasalle, Emerson,
Melos, Vermeer, Kopelman e Talich. —
WILLIAM FORSYTHECOREOGRAFIA—
Mantém-se ativo, no panorama da coreografia, há mais de 45
anos. É reconhecido o seu trabalho na reorientação da dança,
a partir da identificação com o reportório clássico, rumo a uma
forma artística dinâmica e condizente com o século XXI. Iniciou
os seus estudos na Florida, dançou no Joffrey Ballet e depois
no Ballet de Estugarda, onde foi nomeado coreógrafo residen-
te, em 1976. Ao longo dos sete anos seguintes coreografou,
ainda, para companhias europeias e norte-americanas. Entre
1984 e 2004 dirigiu o Ballet de Frankfurt. No ano seguinte criou
a Companhia Forsythe que dirigiu ao longo de dez anos. As
suas mais recentes criações foram desenvolvidas e apresenta-
das exclusivamente por esta companhia, mas o seu reportório
anterior é dançado por elencos como os do Ballet Mariinsky,
The New York City Ballet, The San Francisco Ballet, o Ballet
Nacional do Canadá, o Semperoper Dresden Ballet, o Royal
Ballet ou o Ballet da Ópera de Paris. Tem sido distinguido com
os mais distintos prémios nos Estados Unidos, Reino Unido,
França, Alemanha, Itália ou Suécia. Tem recebido encomendas
para produção de instalações de arquitetura e performance.
Inúmeros museus, bienais e festivais têm apresentado as suas
instalações e filmes. Em colaboração com especialistas em
comunicação e pedagogos tem desenvolvido novas aborda-
gens à documentação da dança, pesquisa e educação. A sua
aplicação informática Tecnologias da Improvisação é utilizada
como ferramenta de ensino por companhias profissionais,
conservatórios, universidades ou programas de pós-graduação
em arquitetura. Forsythe é regularmente convidado para apre-
sentação de palestras e workshops em universidades e institui-
ções culturais. Em 2015 foi nomeado Coreógrafo Associado do
Ballet da Ópera de Paris. Artifact II, In The Middle Somewhat
Elevated e The Vertiginous Thrill of Exactitude, são criações de
Forsythe anteriormente dançadas pela Companhia Nacional de
Bailado. —
HERMANSCHMERMANWilliam Forsythecoreografia, espaço cénico e desenho de luz
Thom Willemsmúsica
Gianni Versace e William Forsythefigurinos
Maurice Causeyremontagem
Fátima Britoensaiadora
Estreia absolutaFrankfurt, Opernhaus, Ballet, Frankfurt, 26 de setembro de 1992
Estreia pela CNBPorto, Teatro Municipal do Porto, Rivoli, 29 de janeiro de 2016
Carlos Pinillos em 5 Tangos
© A
LCEU
BET
T
HANS VAN MANENCOREOGRAFIA—
Hans van Manen, natural de Amstelveen, Holanda, nasceu em
julho de 1932. Estudou dança com Sonia Gaskell, Françoise Adret
e Nora Kiss. A sua carreira profissional iniciou-se em 1951, no
Ballet Recital de Sonia Gaskell, e em 1952 no Ballet da Ópera da
Holanda, onde coreografou o seu primeiro bailado, Feestgericht,
em 1957. Após uma passagem pelos Ballets de Paris, de Roland
Petit, van Manen ingressou na companhia Nederlands Dans
Theater, onde trabalhou como bailarino, coreógrafo e, de 1961 a
1971, como Diretor Artístico. Seguiram-se dois anos como coreó-
grafo freelancer e, em 1973, Hans van Manen ocupou a posição
de Coreógrafo Residente e Mestre de Bailado no Ballet Nacional
da Holanda. As suas coreografias têm sido apresentadas em
companhias como o Ballet de Estugarda, a Ópera de Berlim, o
Ballet de Houston, o Ballet Nacional do Canadá, Ballet da Pensil-
vânia, The Royal Ballet, o Ballet Real da Dinamarca, o Ballet Sca-
pino, a Ópera de Viena, o Tanzforum de Colónia e a Companhia
de Alvin Ailey. Para a Nederlands Dans Theater, à qual regressou
em 1988, van Manen criou mais de 60 bailados, sendo alguns
deles: Sinfonia em 3 Andamentos, Metaphors, Five Sketches,
Squares, Mutations, Grosse Fugue, Opus Lemaître, Canções sem
Palavras, Andante e Fantasia. Para o Ballet Nacional da Holanda
criou, entre outros, Twilight, Adagio Hammerklavier, Sagração da
Primavera, Cinco Tangos, Bits and Pieces e Three Pieces for Het.
Para o Royal Ballet, van Manen criou Four Schumann Pieces. Ao
completar 35 anos de carreira como coreógrafo, Hans van Manen
foi armado Cavaleiro da Ordem de Orange Nassau, pela Rainha
da Holanda. Em 1993 foi-lhe também atribuído o Prémio Alemão
da Dança, pela sua influência na dança na Alemanha, durante
mais de 20 anos. Hans van Manen é também um reconhecido
fotógrafo. Em Portugal, o Ballet Gulbenkian dançou sete coreo-
grafias de Hans van Manen, entre 1978 e 1997, das quais se
destacam Canções Sem Palavras, Cinco Tangos e Grosse Fugue.
A par de Cinco Tangos, Solo, Kammerballet, Sarcasm, Adagio
Hammerklavier e Twilight, são obras de van Manen interpreta-
das pela CNB. Em 2015, Hans van Manen tornou-se membro da
Academia Holandesa para as Artes. —
5 TANGOS Hans van Mannencoreografia
Astor Piazzollamúsica
Jean-Paul Vroomcenário e figurinos
Jan Hofstradesenho de luz
Nathalie CarisMea Venemaassistentes do coreógrafo
Fernando Duarteensaiador
A CNB agradece a Freek Damen
Estreia absolutaAmesterdão, Ballet Nacional da Holanda,3 de novembro de 1977
Estreia em PortugalLisboa, Grande Auditório Gulbenkian, Ballet Gulbenkian, 23 de abril de 1982
Estreia pela CNBLisboa, Teatro Camões,16 de maio de 2003
* Prestadores de serviço ** Regime de voluntariado
DIREÇÃO ARTÍSTICA Luísa Taveira
BAILARINOS PRINCIPAIS Adeline Charpentier; Ana Lacerda; Barbora Hruskova; Filipa de Castro; Filomena Pinto; Inês Amaral; Peggy Konik;
Solange Melo; Alexandre Fernandes; Carlos Pinillos; Mário Franco BAILARINOS SOLISTAS Fátima Brito; Isabel Galriça; Mariana Paz;
Paulina Santos; Brent Williamson; Luis d’Albergaria; BAILARINOS CORIFEUS Andreia Pinho; Annabel Barnes; Catarina Lourenço; Henriett
Ventura; Irina de Oliveira; Maria João Pinto; Marta Sobreira; Armando Maciel; Dukin Seo; Freek Damen; Miguel Ramalho; Sergio Navarro;
Xavier Carmo CORPO DE BAILE África Sobrino; Alexandra Rolfe; Almudena Maldonado; Andreia Mota; Carla Pereira; Catarina Grilo; Diletta
Bonfante; Elsa Madeira; Filipa Pinhão; Florencia Siciliano; Inês Ferrer; Inês Moura; Isabel Frederico; Isadora Valero; Júlia Roca; Leonor de
Jesus; Margarida Pimenta; Maria Barroso; Maria Santos; Marina Figueiredo; Miyu Matsui; Patricia Keleher; Rebecca Storani; Shanti Mouget;
Sílvia Santos; Susana Matos; Tatiana Grenkova; Zoe Roberts; Aeden Pittendreigh; Christian Schwarm; Filipe Macedo; Frederico Gameiro; João
Carlos Petrucci; José Carlos Oliveira; Joshua Earl; Kilian Souc; Lourenço Ferreira; Nuno Fernandes; Ricardo Limão; Tiago Coelho BAILARINOS
ESTAGIÁRIOS Hèctor Chicote; João Pedro Costa; João Silva; Kilian Smith
MESTRES DE BAILADO Fernando Duarte (coordenador); Maria Palmeirim ENSAIADOR Rui Alexandre ADJUNTO DA DIREÇÃO
ARTÍSTICA João Costa COORDENADORA MUSICAL Ana Paula Ferreira COORDENADORA ARTÍSTICA EXECUTIVA Filipa Rola
COORDENADOR DE PROJETOS ESPECIAIS Rui Lopes Graça INSTRUTOR DE DANÇA NA PREVENÇÃO E RECUPERAÇÃO DE
LESÕES Didier Chazeau PROFESSORES DE DANÇA CONVIDADOS Irena Milovan*, Boris Storojkov* PIANISTAS CONVIDADOS
Humberto Ruaz*; Jorge Silva*; Hugo Oliveira*
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO OPART Presidente José de Monterroso Teixeira; Vogal Sandra Simões; Vogal Adriano Jordão
DIREÇÃO DE ESPETÁCULOS CNB Diretora Margarida Mendes; Carla Almeida (coordenadora); Bruno Silva (digressão e eventos); Natacha
Fernandes (assistente) ATELIER DE COSTURA CNB Paula Marinho (coordenadora); Adelaide Pedro Paulo; Ana Fernandes; Conceição Santos;
Helena Marques DIREÇÃO TÉCNICA CNB Diretora Cristina Piedade; Sector de Maquinaria Alves Forte (chefe de sector); Miguel Osório
Sector de Som e Audiovisuais Bruno Gonçalves (chefe de sector); Paulo Fernandes Sector de Luz Vítor José (chefe de sector); Pedro Mendes
Sector de Palco Ricardo Alegria; Frederico Godinho; Marco Jardim DIREÇÃO DE CENA CNB Diretor Henrique Andrade; Vanda França
(assistente / contrarregra); Tom Colin (assistente) Conservação do Guarda Roupa Carla Cruz (coordenadora); Cristina Fernandes; DIREÇÃO
DE COMUNICAÇÃO CNB Diretora Cristina de Jesus; Pedro Mascarenhas Canais Internet José Luís Costa Vídeo e Arquivo Digital Marco
Arantes Design João Campos* Bilheteira Anabel Segura; Ana Rita Ferreira; Luísa Lourenço; Rita Martins ENSAIOS GERAIS SOLIDÁRIOS
CNB Luis Moreira** (coordenador) DIREÇÃO FINANCEIRA E ADMINISTRATIVA OPART António Pinheiro; Edna Narciso; Fátima Ramos;
Lucília Varela; Marco Prezado (TOC); Sandra Correia Limpeza e Economato Lurdes Mesquita; Maria Conceição Pereira; Maria de Lurdes
Moura; Maria do Céu Cardoso; Maria Isabel Sousa; Maria Teresa Gonçalves DIREÇÃO DE RECURSOS HUMANOS OPART Diretora Sofia
Dias; Sofia Teopisto; Vânia Guerreiro; Zulmira Mendes GABINETE DE GESTÃO DO PATRIMÓNIO OPART Nuno Cassiano (coordenador);
António Silva; Armando Cardoso; Artur Ramos; Carlos Pires; Carlos Santos Silva; Daniel Lima; João Alegria; Manuel Carvalho; Rui Ivo Cruz; Rui
Rodrigues GABINETE JURÍDICO OPART Fernanda Rodrigues (coordenadora); Anabela Tavares; Inês Amaral; Juliana Mimoso* Secretária
do Conselho de Administração Regina Sutre OSTEOPATA Altaf Jussub SERVIÇOS DE FISIOTERAPIA CNB Fisiogaspar* SERVIÇOS DE
INFORMÁTICA OPART Pedro Penedo (coordenador)
BILHETEIRAS E RESERVASTeatro CamõesQuarta a domingodas 13h às 18h (01 nov – 30 abr)
das 14h às 19h (01 mai – 31 out)
Dias de espetáculo até meia-hora apóso início do espetáculo.Telef. 218 923 477
Teatro Nacional de São CarlosSegunda a sexta das 13h às 19hTelef. 213 253 045/6
Ticketlinewww.ticketline.ptTelef. 707 234 234
Lojas Abreu, Fnac, Worten,El Corte Inglés, C.C. Dolce Vita
CONTACTOSTeatro CamõesPasseio do Neptuno, Parque das Nações,1990 - 193 LisboaTelef. 218 923 470
INFORMAÇÕES AO PÚBLICONão é permitida a entrada na sala enquanto o espetáculo está a decorrer (DL n.º 23/2014, de 14 de fevereiro); É expressamente proi-bido filmar, fotografar ou gravar durante os espetáculos; É proibido fumar e comer/beber dentro da sala de espetáculos; Não se esqueça de, antes de entrar no auditório, desligar o seu telemóvel; Os menores de 6 anos não poderão assistir ao espetáculo nos termos do DL n.º 23/2014, de 14 de fevereiro; O programa pode ser alterado por motivos imprevistos.Espetáculo M/6
CAPA
© B
RUNO
SIM
ÃO
WWW.CNB.PT // WWW.FACEBOOK.COM/CNBPORTUGAL
APOIOS À DIVULGAÇÃO:
MEDIA PARTNER:
APOIOS:
PRÓXIMOSESPETÁCULOS
TEATRO CAMÕES29 ABR – 15 MAI
—
Artista na Cidade 2016Faustin Linyekula
AlkantaraCCBCompanhia Nacional de BailadoCulturgestFestas de LisboaFundação Calouste GulbenkianMaria Matos Teatro MunicipalSão Luiz Teatro MunicipalTeatro Nacional D. Maria IITemps d’Images Lisboa
www.artistanacidade.com
© A
nd
reas
Ett
er