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Projeto CNPq PQ 2012

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Projeto de Pesquisa

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TeoriaMiméticaeAntropologianasTerrasBaixasSulAmericanas:repensandototemismo,ritualeperspectivismoameríndio

CesarGordon

ProfessorAdjuntodoProgramadePós‐GraduaçãoemSociologiaeAntropologia

DepartamentodeAntropologiaCultural,InstitutodeFilosofiaeCiênciasSociais

UniversidadeFederaldoRiodeJaneiro

Pesquisador2FdoCNPq(Edital03/2009)

PropostadepesquisaapresentadaaoCNPqparacandidaturaà

BolsadeProdutividadeemPesquisa2012

RiodeJaneiro,agostode2012

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SUMÁRIO

Resumo 2

Metas Atingidas desde a Proposta Anterior 2

Atendimento aos critérios do edital 3

Tema e Objetivos 3

Antecedentes da Pesquisa: os objetos do desejo Xikrin 4

A Teoria Mimética 6

O cenário da etnologia indígena 8

Metodologia 10

Plano de atividades 11

Referências Bibliográficas 12

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Resumo

Apesar de ter sido formulada em um diálogo intenso e constante com autores clássicos e centrais da

antropologia, como Frazer, Durkheim,Mauss, Evans‐Pritchard, Victor Turner, Lienhardt, e Lévi‐Strauss , por

exemplo, a teoria mimética ainda não foi devidamente debatida, ainda menos no Brasil, e tampouco

sistematicamente confrontada comos recentes desdobramentos teóricos e etnográficos danossadisciplina.

Sugerimos que ela possa ter uma função revitalizadora na investigação de uma série de fenômenos

fundamentais para a pesquisa antropológica sobretudono campoda etnologia indígena, e este é objeto da

presentepropostadepesquisa.Umaprimeiraetapadainvestigaçãopassaporumareavaliaçãodomodeloda

predaçãoontológicaedoperspectivismoameríndio(cfE.ViveirosdeCastro2002)àluzdateoriagirardianado

mimetismoedosacrifício.Umasegundaetapaconsisteemaprofundarotrabalho,apenasiniciadoporGirard,

derealizarumacríticadaanáliselévi‐straussianadocorpusnarrativomitológicosul‐americano,reintroduzindo

adimensãodaviolência,expurgadapelomodeloestrutural,masfortementepresentenomodelodapredação

ontológica, o que implicaria repensar os temas do totemismoe do ritual nas sociedades ameríndias. Enfim,

creioquedaconjugaçãodessesdoisconjuntosdetemaspoderesultaralgumacontribuiçãointeressantetanto

aocampomaisespecíficodaetnologiaindígena,quantoaodomíniomaisgeraldateoriaantropológica.

MetasAtingidasdesdeaPropostaAnterior

Esta proposta constrói‐se sobre desenvolvimentos de minha pesquisa anterior. O objetivo era alargar o

entendimento a respeito do papel e do significado dos objetos, em particular aqueles que possuem valor

estético, econômico ou ritual, no contexto etnográfico das sociedades ameríndias. O foco nos objetos

funcionavacomopontodearticulaçãodapesquisaaoutroscampos temáticos,quevêmseconsolidandona

etnologiaindígenarecente,equeincluemarte,estética,produçãomaterial,produçãofigurativa,ritual,política

ecosmologia.Asmetasatingidaspodemseraferidaspelaproduçãoacadêmicaresultante:umlivroorganizado

noBrasil(editoradaUniversidadedeSãoPaulo),versandosobreculturamaterialdosíndiosXikrin(Gordon&

Silva2011);doisartigos completospublicadosemperiódicos internacionais,umem língua francesa (Gordon

2010), outro em língua inglesa (2010b); quatro capítulos de livro publicados em português (Gordon 2011a,

2011b, 2011c, 2011d); um capítulo de livro em língua inglesa (no prelo); além de participação como

conferencistaoudebatedornosseguinteseventos:‐Tecnologia,ArteePatrimônionaAmazônia:Abordagens

Críticas sobre aquisição e transformaçãode conhecimentos,MuseudeArqueologia e Etnologia daUSP, São

Paulo, 2011 (debatedor); ‐ Seminário Relações (im)Próprias: propriedade e bem viver na Amazônia,Museu

Nacional, Rio de Janeiro, 2010 (Apresentação de trabalho: Propriedade e bem‐viver entre os Kayapó: crise

ritual e o problema da diferenciação); ‐ Seminários Ameríndios, PPGSA‐IFCS‐UFRJ, Rio de Janeiro, 2010

(Palestra: Ferocidade e domesticidade: fundamentos da violência entre os índios Kayapó‐Mebêngokre);

SimpósioInternacionalAfter100‐TheLegacyofClaudeLévi‐Strauss:acrossdisciplinarySymposium,Indiana

University, Bloomington,USA, 2010 (apresentaçãode trabalho: L'Apothéosed'Auguste: Lévi‐Strauss'Despair

and Hopefulness); ‐ 54º Congresso Internacional de Americanistas, Vienna, Austria, 2012 (apresentação de

trabalho:Chiefs’wagesamongtheXikrin:ananalysysofkayapómodesofhierarchyanddifferentiation).

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Atendimentoaoscritériosdoedital

SouprofessoradjuntodoDepartamentodeAntropologiaCulturaleprofessordoquadropermanente (desde

outubro de 2011) do Programade Pós‐Graduação em Sociologia e Antropologia ‐ PPGSA (grau 7 CAPES) do

InstitutodeFilosofiaeCiênciasSociais,daUniversidadeFederaldoRiodeJaneiro.

Sou pesquisador 2F o CNPq, por meio do Edital 03/2009 e líder do grupo de pesquisa do CNPq

“Transformaçõesculturais,dinâmicassociopolíticasemeio‐ambiente”,vinculadoaoDepartamentodeHistória

eEconomiadoInstitutoMultidisciplinardaUniversidadeFederalRuraldoRiodeJaneiro,ondelecioneicomo

professoradjuntodemarçode2006afevereirode2011.1

TemaeObjetivos

Estapesquisapodeservistacomoumacontinuaçãodeminhasinvestigaçõesanteriores(Gordon2006,2009,

2010, 2010b; 2011) e tem por objetivo proceder a uma reavaliação de alguns dos principais modelos

contemporâneos de análise e descrição das sociedades indígenas das terras baixas sul‐americanas à luz da

chamadateoriamimética,talcomoelaboradaporRenéGirard(1961,1972,1976,1978,2007).Apesardeser

umadasmais provocativas e ambiciosas teorias antropológicas jamais propostas, e de ter sido formulada a

partirdematrizesintelectuaisdiversascomoateorialiterária,afilosofia,osestudosbíblicos,masemdiálogo

intensoeconstantecomautoresclássicosecentraisdaantropologia,comoFrazer,Durkheim,Mauss,Evans‐

Pritchard, Victor Turner, Lienhardt, e Lévi‐Strauss, por exemplo, a teoria mimética de Girard ainda não foi

devidamente examinada e debatida pelos antropólogos, principalmente no Brasil, e tampouco

sistematicamenteconfrontadacomosrecentesdesdobramentosteóricoseetnográficosdanossadisciplina.2

Nesta proposta, sugerimos que ela pode ter uma função revitalizadora na investigação de uma série de

fenômenos fundamentais para a pesquisa antropológica hoje, sobretudo no que diz respeito ao campo da

etnologiaindígena.MinhahipóteseéadeaaplicaçãodomodelodesenvolvidoGirardaouniversoindígenanas

chamadas terras baixas sul‐americanas permitirá repensar omodelo doperspectivismo ameríndio, tal como

elaborado por E. Viveiros de Castro (1996, 2002, 2009), explorando uma dimensão ainda ignorada por

praticamente todos os antropólogos influenciados por sua abordagem: a saber, a dimensão ética do

perspectivismo ameríndio. Uma primeira etapa dessa investigação passa, portanto, por uma reavaliação do

modelodapredaçãoontológicaedoperspectivismoameríndioàluzdateoriagirardianadomimetismo(1961)

e do sacrifício (1972). No entanto, esse objetivo só pode ser atingido por meio de outras etapas e outros

procedimentos de pesquisa. Por exemplo, será preciso aprofundar o trabalho, apenas iniciado por Girard

(1976), de realizar uma crítica da análise lévi‐straussiana do corpus narrativo mitológico sul‐americano,

1LinkparaogruponositedodiretóriosdepesquisadoCNPq:http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhegrupo.jsp?grupo=0211702HPYT29J2Sua influênciafoi ligeiramentemaiornocampodateoria literáriabrasileira,comodãotestemunhaostrabalhosdeLuizCostaLima(1993,1995,2000)eJoãoCezardeCastroRocha(2000,2011).

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reintroduzindo a dimensão da violência, expurgada pelo modelo estrutural, mas fortemente presente no

modelodapredaçãoontológica,oqueimplicariarepensarostemasdototemismoedoritualnassociedades

ameríndias.Enfim,creioquedaconjugaçãodessesdoisconjuntosdetemaspoderesultaralgumacontribuição

interessante tanto ao campomais específicoda etnologia indígena, quanto aodomíniomais geral da teoria

antropológica.

Antesdeprocederaodetalhamentodosfundamentosteóricosdapesquisa,peladescriçãoresumida

da teoriamimética, seguidadeumbrevebalançodoestadoatual dos estudosdeetnologia indígena, passo

agoraaumbrevehistóricodasminhasprópriasinvestigaçõesparademonstrardequemaneirafasesanteriores

depesquisaacabaramconduzindo‐meaumaavaliaçãodapertinência teoriamiméticadeR.Girard.Por fim,

fechandoaproposta,indicareimaisconcretamenteostemasqueserãoenfrentadosnospróximosanos.

AntecedentesdaPesquisa:osobjetosdodesejoXikrin

Desde1998euvenhoestudandoosíndiosXikrin‐Mebeogkre(ouKayapó)daAmazôniaBrasileira,detendo‐me

naquestãodaprodução,apropriaçãoecirculaçãodeobjetos,incluindo‐seosobjetos“estrangeiros”.Oponto

de partida foi a constatação do grande interesse demonstrado pelos Xikrin em objetos produzidos pelos

‘brancos’ –notadamente,odinheiroeosbens industrializados–, assim comodanotávelpregnânciadesses

objetos em todos os domínios da vida indígena. Isso resultou em uma reflexãomais geral sobre o regime

simbólico Xikrin, tendo em conta a importância central dos modos de relação com a alteridade (isto é, os

modos de relação com aqueles sujeitos definidos por eles como Outro. Creio ter demonstrado que o

entendimentodosignificadoedafunçãodoobjetosmercantisdependiaintrinsecamentedoentendimentodos

objetos ditos tradicionais, e mais particularmente de uma classe de objetos vinculados ao domínio ritual

(nomes,prerrogativas,adornosplumários,objetoscerimoniais,enfeitescorporais),todoselespensadoscomo

tendo origem exógena. O ritual foi analisado em dois componentes cujos sentidos são inversos e

complementares: a transmissão inter‐geracional de prerrogativas e direito cerimoniais; e a confirmação

cerimonial, que funciona como mecanismo básico de re‐subjetivação, tendo uma dimensão fortemente

sacrifical. Os objetos apropriados do estrangeiro são, por meio de procedimentos de metamorfose ritual,

simbolicamente re‐conectados às subjetividades diferenciadoras e regenerativas de seus donos originais, e

adquiremassimumaqualidadeextraordináriacodificadanoconceitoindígenado“belo”(mejx),queseráentão

disseminada internamente através da transmissão inter‐geracional. A transmissão e a exposição ritual dos

objetos funcionam inversamente como procedimentos de dessubjetivação e de subjetivação dos objetos.

Ambos os procedimentos foram vistos como parte de uma estrutura dinâmica, inerente ao regime de

reprodução social kayapó. O primeiro está associado à produção de identidades e à constituição de uma

corporalidadeedeumamoralidadeespecíficas,queprecisamserpartilhadase reconhecidas coletivamente,

estabelecendo os limites internos do modo de vida kayapó. O segundo está associado a um processo de

diferenciação e de afirmação do extraordinário, do incomum, do belo e do poderoso, que por definição

estabelece os limites externos da vida kayapó. Esta dupla face dos objetos e do ritual põe em jogo uma

complexa economia simbólica de produção de valor,mas tambémde desvalor (perda de valor) – produção

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tanto do belo e do extraordinário, quanto do comume ordinário, cujo efeito é conferir ao sistema em sua

totalidadeumanaturezaessencialmentedinâmicaeaberta.

Aanálisedolugardosobjetosnosistemaritualkayapópermitiuaproximaressegrupoaomodeloda

“predaçãoontológica”edossistemasguerreiro‐canibaisamazônicos,servindoaumatentativadereconfigurar

adistinçãoentrepovosjêdoBrasilCentralepovosdeflorestadensa,cujocontrastefoiexploradoporViveiros

deCastroemsuaelaboraçãodomodeloamazônico(ViveirosdeCastro1986),posteriormenteredefinidopor

Fausto(2001)emtermosderegimescentrípetosecentrífugos.Osistemakayapóapresentatantoumalógica

apropriativa (mais características dos regimes guerreiros, canibais e predatórios), quanto uma lógica da

circulação interna (mais característica dos sistemas pacíficos, como o Alto Xingu ou o Alto Rio Negro). A

contribuiçãoprincipaldomeu trabalho foi a formulaçãodeumahipótesequedácontadaarticulaçãoentre

essesdoismodosdeação,simultaneamentepresentesnareproduçãosocialkayapó.

Um outro ponto central do meu trabalho foi ter chamado a atenção para as transformações do

sistema ritual xikrin à medida que este passou a incorporar, cada vez mais intensamente, os objetos

provenientes domundodosbrancos.Oque chamei inicialmentede “consumismo”Xikrin (Gordon2006) foi

entãoexplicadocomoumaespéciede“crise ritual”,oucrisede indiferenciação. Sugeriqueosistemaritual

xikrinpassoupormudançasimportantes,que,decertamaneira,deslocaramumtipodediferenciaçãototêmica

na direção de um tipo de diferenciação mais marcadamente hierárquica, onde há margem para o

desenvolvimento de relações rivalitárias no interior das comunidades e entre elas. Esse último tipo de

diferenciaçãojáfoidescritoeanalisadopelosantropólogosqueestudaramosgruposmebêngôkre,epodeser

expressopelaoposiçãonativa entre “belos”oudonosdenomeseprerrogativas rituais versus “comuns”ou

desprovidos de bens cerimoniais de valor (cf Turner 1984; Lea 1986; Verswijver 1992). Essa mudança, eu

sugeri, pode ter resultado, sobretudo se considerarmos o processo histórico de maior interação dos

mebêngôkre com a sociedade brasileira, naquilo que chamei de crise ritual, a saber um processo de tipo

“cismogenético” (Bateson 1958) de aceleração das dinâmicas rivalitárias e de incapacidade crescente de

diferenciação, levandotodoosistemaaumviéscadavezmais“centrífugo”(Fausto2001)emarcadoporum

caráter agonístico, expresso pelo que os etnógrafos chamaram de “faccionalismo” mebêngôkre. Com a

introduçãosistemáticademercadoriasedodinheironaeconomiapolíticaeritualxikrin,esseprocessoatingiu

ummomentoaindamaisparadoxal,fazendocomqueaprópriadistinçãohierárquicaentre“belos”/“comuns”

parecesseperdersignificadosociológicoemfavordadistinção“ricos/pobres”,ouentre“chefesenãochefes”,

fato quemarcava significativamente o transbordamento domecanismo rivalitário para fora dos domínio do

ritual,gerandooquedenominei,naocasião,“consumismo”ou“consumoinflacionário”entreosXikrin.

Ora,foisomenteapós2009,anoquepasseinaFrança,comoprofessorvisitantedoCollègedeFrance,

vinculado ao Laboratoire d’Anthropologie Sociale, que vim a travar contato com um corpo teórico já

plenamenteamadurecido,enoqualumasériedefenômenossemelhantesaosqueeutentaradescrevernas

minhaspesquisascomosXikrin‐Mebengokre–asaber,aquestãodaapropriaçãoimitativa(osxikrindesejavam

osobjetosdosoutroseimitavamessesoutrosprincipalmentenasperformancesritual),aaberturaaooutro,a

questão da alteridade constitutiva, o problema da indiferenciação resultante do desejo mimético, o

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componenterivalitário,acriseritual–,enfimtodoumconjuntodeproblemassimilaresaesses jáhaviasido

sistematicamente analisado pormeio um instrumental conceitual bastante sólido e poderoso: tratava‐se da

obradeRenéGirard.Apartirdaí,tenhotentadoexploraropotencialdosmodelosdeGirardparare‐conceituar

não apenas meus materiais xikrin‐kayapó, como também outros fenômenos do universo sociocultural da

Amazôniaindígena.Dessesesforçosapresentepropostaéoresultado.

ATeoriaMimética

NestaseçãoapresentodemaneirasumáriaosprincipaiselementosdaobradeGirard,sempretenderentrar

em considerações críticas nesse momento.3 A chamada teoria mimética é um empreendimento intelectual

desenvolvidoporRenéGirarddesdemeadosdadécadade1960 (Girard1961,1972,1978,1982,1994)que

deságua na elaboração de uma antropologia geral, centrada emdois aspectos fundamentais da experiência

humana: o desejo e a violência. A pedra angular desse enorme edifício foi lançada com a publicação de

Mensongeromantiqueetveritéromanesque(1961),obraemqueGirardformulapelaprimeiravezanoçãode

“desejomimético”.Estaideiaessencial,fecundaeprovocativaestánabasedetodaaelaboraçãoantropológica

girardiana,bemcomonasuahipótesesobreasorigensdasinstituiçõesculturais.Partindodeumaanálisedas

obrasdegrandesescritoresdaliteraturaocidental,Girardélevadoaconcluirqueodesejohumanomanifesta‐

seporimitação.Odesejoéumaestruturaintrinsecamenterelacional:osujeitonãodesejaoobjetosenãopela

intermediaçãodeumterceiro,alguémquefuncionacomomodeloaserimitado,orientandotodaaeconomia

dodesejodosujeito.Odesejo,portanto,contrariamenteaoquesempreafirmounossatradiçãoromânticae

individualistamoderna,nãoéjamaisautônomoeespontâneo,massempremediadoporoutro,istoé,baseado

naimitação.Elepodeserrepresentadocomoumaestruturatriangularderelações:sujeito–modelo–objeto.

Daí, desejo mimético. Para Girard, a literatura romanesca é aquela que revela o mecanismo mimético do

desejo,aocontráriodaliteraturaromânticaqueaencobresobailusãodoindivíduoabsolutamentesingular.

Essa formulaçãogenial levaGirardaempreenderuma reavaliaçãodanaturezae funçãodamímese

(imitação) nas sociedades humanas, fenômeno largamente ignorado pelas ciências sociais modernas,4

antropologiainclusive–comalgumasexceçõesnãodesprezíveiscomoéocasodeGabrielTarde(1843‐1904),

cujaobraLes loisde l’imitation (1895),caminhanacontramãodo individualismoedoromantismo,vendona

imitação o fundamento de toda harmonia social e do progresso. Seguramente, a imitação constitui uma

dimensão importante da vida humana. A capacidade de imitarmos uns aos outros permite não só o

aprendizadoea transmissãodeconhecimentos, comoparece tambémestarnabasedequalquerempatiae

relação social, tal como se pode depreender da descoberta relativamente recente de estruturas cerebrais

3 O empreendimento de crítica a certos aspectos da obra de Girard será devidamente considerado no transcorrer dapesquisa.Éfatoqueahipótesesociogenéticadoautor,apoiadasobreummétodocomparativogeneralizado,paranãofalaremseucomponenteapologético,sãopassíveisdeumexamecríticocerrado.Noentanto,paranossospropósitos,interessamenos a obra de Girard enquanto um modelo antropológico fechado e bem acabado, e muito mais pelos insights einspiraçõesquepermite,bemcomopelaslinhasfrutíferasdeinvestigaçãoquesuscita.4 As ciências sociais modernas deram pouca atenção ao fenômeno, mas ele foi levado em conta por outras tradiçõesintelectuais, a psicologia, as ciência cognitivas e neuronais, etc. Recuando mais, sem dúvida, podemos encontrarformulaçõeslongínquasdamímesenafilosofiagrega,comPlatãoeAristóteles,porexemplo.

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denominadasneurôniosespelho (Rizzolattietal2007;Gallese&Goldman1998).AnovidadedeGirard foio

destaque dado ao que chamou de mímese apropriativa, isto é, a dimensão potencialmente conflitiva e

rivalitáriadaimitação.Ora,umpontocentraldomodelogirardianoéocaráterdinâmicodaestruturatriangular

dodesejo.Girarddemonstrouquetalestrutura,longedeserestática,podevariaremfunçãodadistânciaentre

osujeitoeomodelo.Elechamoude“mediaçãoexterna”asituaçãoemqueadistância(nãonecessariamente

geográfica,masespiritual,socialouexistencial)entresujeitoemodeloégrandeosuficienteparaquenãosurja

a rivalidade, sendo a imitação neste caso mais explícita e abertamente admitida. E chamou de “mediação

interna”asituaçãoemqueadistânciaécurtaosuficienteapontodetransformaromodelonãomaisemum

seradmiradoevenerado,masemumverdadeiroobstáculoaodesejodosujeito,abrindoapossibilidadeparao

surgimentodarivalidadeedosconflitosapropriativos,efazendoaindacomqueaimitaçãosejadissimuladaa

todocusto,emumprocessode“espelhamento”noqualsujeitoemodelovãosetornandoindiferenciados,à

medidaemqueninguémmaissereconheceenquantoimitador.Amodernidadeocidental,talcomoexpressa

nosgrandesromancesromanescos,caracterizava‐sepelo“triunfodamediaçãointerna,emumuniversoonde

seapagampoucoapoucoasdiferençasentreoshomens”(2007:45).

Seno livrode1961Girarddescreveuodesejomiméticonocontextodamodernidadeocidental,no

livro de 1972, La Violence et le Sacré, ele procurou ampliar o escopo da análise e tirar consequências

antropológicas mais gerais do modelo do desejo mimético. Se a hipótese é verdadeira, se o mecanismo

mimético,principalmenteemsuamediaçãointerna,écapazdegerarprocessosdeindiferenciaçãorivalitária,

seolimitedomecanismomiméticoéoódioeaviolênciageneralizados,comoassociedadesprimitivas–istoé,

sociedades de pequena escala, grande homogeneidade sociocultural, desprovidas de instrumentos jurídicos,

policiaisouestatais (enfim, as sociedadesque tradicionalmenteos antropólogosestudaram)–, questiona‐se

Girard, como tais sociedades teriam conseguido contornar o potencial de violência contido na mímese

apropriativa?Eaquichegamosaosegundopilardomodelogirardiano.Oautorsugere,epretendedemonstrar

pormeiodaanálisecomparativadeumuniversovariadodetradiçõesmitológicas,queassociedadesprimitivas

sevalemdeumprocedimentobásicodesoluçãodascrisesmiméticas,queelechamoudemecanismodobode

expiatório.Esteéumaformadefocalizaraviolênciadifusaeindistintanoseiodacomunidadeparaumúnico

objeto, que passa a ser visto como o único responsável ou culpado pela crise. Esse mecanismo, também

miméticoemessência,permitedirecionaraviolênciaauto‐fagocitáriadetodoscontratodos,paraaviolência

pacificadora e produtiva do todos contra um. Girard situa nesse mecanismo a origem da prática ritual do

sacrifício,atribuindo‐lhe,diferentementedaantropologiamoderna,na tradiçãodeMausseLévi‐Strauss,por

exemplo, uma função real (Girard 1972), a saber: o controle da violência generalizada causada pela crise

mimética.Osacrifícioévistocomoaritualizaçãodomecanismobásicodobodeexpiatório.Girardencontranas

duas principais instituições das religiões primitivas – os interditos (tais como os interditos totêmicos) e o

sacrifício–amesmafunçãoderesolveroproblemacolocadopelamímeseapropriativaeevitaroriscodacrise

deindiferenciaçãogeneralizada,cujoespectroéaviolênciadestrutiva.PolemizandocontraLévi‐Strauss(1962,

1971)Girardpretendedemonstrarqueumvastoconjuntodemitosdediferentessociedadescontamtodosa

mesmahistóriadomecanismodobodeexpiatório,massempredaperspectivadacoletividadeassassina,enão

davítima,umavezqueelaéconsideradaefetivamenteculpadapelacoletividade.AquiloqueLévi‐Strauss lê

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nosmitoscomoumpuromecanismocognitivo,aoperaçãomentaldereduçãodocontínuoaodiscreto,como

pre‐requisitoàatividade classificatóriaeestruturante,Girard lê comumaperspectiva realista: a reduçãodo

contínuo ao discreto não se faz de qualquer maneira, abstrativamente, mas se fez concretamente pelo

assassinatodeumbodeexpiatório.Oautorobservaqueeficáciadoprocedimentovitimáriorequerumcerto

desconhecimento (méconaissance), ou seja, a crença na culpabilidade da vítima. Como o próprio Girard

afirmouementrevistarecente:“avoirunboucémissaire,c’estnepassavoirqu’on l’a;apprendrequ’onena

un,c’estleperdre”(Girard2008).

Desejo mimético, crise de indiferenciação, violência, bode expiatório, instituições “religiosas”

(interditos totêmicos, e sacrifício ritual): eis aí resumidamente o percurso girardiano e os elementos

fundamentais da sua antropologia. Em elaboração posterior de sua obra, Girard (1978, 1982) abandona as

religiões primitivas e volta‐se para os estudos da bíblia e do cristianismo, a fim de tentar provar uma tese

polêmica:ocristianismoteriasidoaprimeirareligiãoarevelaromecanismodobodeexpiatório,invertendoa

perspectivamitológicaclássica, istoé,narrandoamesmahistória,masdopontodevistadavítimaenãoda

coletividade. A narrativa evangélica teria sido uma espécie de anti‐mito que doravante torna suspeito (e,

portanto,cadavezmenoseficaz)omecanismodobodeexpiatórioeosacrifícioritual.Não iremosnosdeter

muito nesse aspecto da obra, bastando observar que, para Girard, esse mudança de perspectiva têm

implicações filosóficas, éticas e políticas cruciais e determinantes, com profundo impacto no desenlace

posteriornahistóriadassociedadeshumanas.

Ocenáriodaetnologiaindígena

Os últimos quarenta anos foram marcados por um grande avanço no campo da etnologia indígena.

Consideradaatéentãoaprovínciaetnográficamenosexploradapelaantropologia(Lyon1974),aAmericado

Sul indígena é hoje umpalco reconhecido de produção de análises antropológicas sofisticadas emesmo de

renovaçãoteóricadadisciplina.Oaumentonaqualidadeenaquantidadedostrabalhoséresultadodediversos

fatores dos quais não cabe aqui tratar, mas cujo resultado mais notável foi o desenvolvimento de uma

linguagem própria e etnograficamente orientada. De fato, o esforço teórico principal da etnologia

americanista,apartirdadécadade1970atémeadosdosanos1980,concentrou‐senamissãodeforjaruma

linguagem analítica adequada à realidade etnográfica do continente e capaz de descrever acuradamente os

princípiosdeorganizaçãodassociedadesindígenas.

Demaneira geral, os etnólogos concordavamque taisprincípiosnãodeviam serbuscadosnoplano

sociológico e sim em um certo idioma simbólico, que enfatizava a corporalidade, os laços de afinidade, as

relaçõescomaalteridadeeoutrasdimensõesmaispropriamentecosmológicasdoquedeorganizaçãosocial

(versíntesesemOvering1977ouSeegeretal1979,porexemplo).Melhordizendo,osprincípiosestruturantes

das sociedadesameríndiaserammaisbemdescritosapartirdeumaconcepçãosegundoaqual sociologiae

cosmologiasãovistascomodimensões inseparáveisdeumamesmarealidade,e,portanto,passíveisdeuma

descrição única. Nessa linha, podemos entender as principaismonografias do período (como, por exemplo,

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Christine e Stephen Hugh‐Jones 1979, Seeger 1981, Albert 1985, Crocker 1985, Viveiros de Castro 1986, e

Descola1986).

Não há dúvida de que essa orientação teórica, fazendo eco aos idiomas simbólicos nativos, guarda

estreitarelaçãocomaconsolidaçãodeumaabordagemestruturalistanocampodaetnologiaamericanista.Os

primeiros trabalhosdeLévi‐Straussestiveramnaorigemdasquestões formuladas tantopelospesquisadores

doprojetoHarvard–BrasilCentral(Maybury‐Lewis1979),quantoporPeterRivière,autorqueinauguraafase

moderna de etnografia das Guianas (1969). E finalmente, a publicação doopusmagnus lévi‐straussiano, as

Mythologiques,de1964a1971,dedicadointeiramenteaocorpusmíticodospovosameríndios,instauraclarae

definitivamente seu autor comopedra angular inescapável do americanismo (Taylor 2004). A introduçãodo

paradigma estruturalista nas chamadas terras baixas da América do Sul resultou, do ponto de vista

metodológico,naadoçãodeumaperspectivarelacional,umdoscavalosdebatalhadométodoestruturalista

lévi‐straussiano,herdadoda lingüísticadaEscoladePragaeda influênciasaussereana.Demaneirasintética,

podemosdizerquefoiprecisamenteaênfasenanoçãodesistemaeofocoprimordialnasrelaçõesenãonos

termos que ela liga, o que permitiu, à medida que as etnografias de influência estruturalista iam sendo

produzidas,pôremevidênciaacomplexadialéticaentreexterioridadeeinterioridade,alteridadeeidentidade,

quecaracterizaassociocosmologiasdaregião.

Épossíveldizeraindaqueainfluênciadoestruturalismonaetnologiaameríndiapermitiuultrapassaro

focoanalíticorestritoaonívelsociológicodogrupolocal(aaldeia,acomunidade,oassentamento),comobem

mostrouViveirosdeCastro (1996)emumtextoemqueressaltavaapredominânciado idiomadaafinidade.

Assim, a perspectiva dos trabalhos deslocou‐se para diferentes interfaces e mediações entre planos

sociocósmicosdistintos.Aguerra,aafinidade,oxamanismoeoidiomasimbólicogeraldapredaçãoapareciam

como dispositivos cruciais de articulação entre “interior” e “exterior” operando, em planos distintos, como

estruturadoresdosnexossociaismaisamplosdosregimessociaisameríndios,comodãotestemunhodiversos

trabalhosdosanos1980e1990(Menget1985;Albert1985;Taylor1985,1993a,2000;Chaumeil1985;Viveiros

de Castro 1986, 1993a, 1996a; Vilaça 1992; Verswijver 1992; Descola 1993a, 1993b; Lima 1995; Karadimas

1997;Surralès1999;Fausto2001).

Os estudos sobre xamanismo, em particular, como dispositivo demediação entre humanos e não‐

humanos favoreceram a redefinição das categorias “humano” e “animal”, servindo a uma tentativa de

reconceitualizar,demaneiramaisgeral,odivisorfundamentaldadisciplina,asaberaoposiçãoentrenatureza

e cultura (Descola 1992, 1996; Viveiros de Castro 1996b, 2002a). No mesmo compasso, tais estudos

recolocaramemnovasbasesoproblema,clássiconaantropologia,doanimismo;epermitiramaelaboraçãode

uma nova teoria sobre a filosofia xamânica, que veio a ser denominada por Viveiros deCastro (1996) de

“perspectivismoameríndio”ou“multinaturalismo”,ecujoimpactosobreaproduçãointernacionalvemsendo

considerável(B.Latour2009;ViveirosdeCastro2009;Descola2005.Paraumaabordagemcríticaaoparadigma

perspectivista, veja‐se por exemplo Turner 2009). Avolumaram‐se as análises etnográficas inspiradas pelo

perspectivismo (para citar uns poucos exemplos, veja‐se Kelly 2005, Kohn 2005, Londoño 2005, Lima 2005,

Vilaça2005,Yvinnec2005).

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Nosúltimoscincoanos,aoqueparece,aetnologiadospovosindígenassulamericanospassaporum

período interessante de desenvolvimento teórico, onde se pode vislumbrar, senão uma mudança de

paradigma, aomenosmudanças importantes de enfoque. Essa dizem respeito de um lado, ao significado e

funçãodosobjetos na constituiçãodapessoa e nadinâmicade reprodução social; e deoutro, ao temadas

relações de assimetria, hierarquia e controle simbólico expressos pelas categorias “dono” ou “mestre”, tais

comoanalisadasporFausto(2008),Costa(2010)eBonilla(2005).Aquestãodosobjetoseaproblemáticados

donos parecem‐me constituir duas faces de uma mesma moeda, e foram tema de uma fase de pesquisa

anterior,apoiadaporesteCNPq.

Trata‐seagoradecompreenderemquedomíniosateoriamiméticapodecontribuircomaetnologia

ameríndacontemporânea.Nestafasedosmeusestudos,pensoquesepodediscerniraomenostrêsdomínios

deinvestigação:

1)ototemismo,pensadonãocomooperadorclassificatórioaoestilointelectualista‐epistemológicode

Lévi‐Strauss,mas comopossuindo uma função real de repartir globalmente os objetos do desejomimético,

fixando‐os à devida distância da lógica apropriativa e rivalitária; e a hipótese a ser perseguida, partindo

incialmentedaetnografiadoBrasilCentral,ésaberseodesmontedeumsistemadetipototêmicoentreosjê

e bororo pode ser responsável pela emergência de uma lógica rivalitária e pelo famoso “faccionalismo” de

algunsgruposjê;

2)oritual,pensadocomoformadesacrifício;eamitologiacomodiscursolegitimadordomecanismo

vitimário;ahipóteseaverificaréapertinênciadacríticadeGirardàdicotomialévi‐straussianaentre“rito”e

“mito”,nocontextodassociedadesindígenas.

3) e o perspectivismo, pensado como teoria xamânica de implicações importantes para uma ética

indígena;eahipóteseaverificarése,aocontráriodoquepostulaGirard(paraquemsomenteatradiçãocristã

permite o desvelamento domecanismo vitimário), podemos pensar o perspectivismo ameríndio como uma

espéciederevelaçãodessemecanismo,sendoumaespéciede“filosofiaéticadavítima”nomundoameríndio.

Metodologia

Tal como aqui delineada, a pesquisa não requer, a princípio, investigações etnográficas em campo. A

metodologia consiste na reavaliação da bibliografia pertinente, confrontando‐o com os instrumentos

conceituais fornecidos pela teoria mimética. Em virtude da extensão da literatura etnológica, será preciso

adotaralgumcritériodeorganização,capazdedarconsistênciaeconfiabilidadeàanálisecomparativa.Aidéia,

então,éoperaremdoisplanosoueixoscomparativos:regional,inicialmente;einterregional,eventualmente.

Dopontodevistadoplanejamento,nestaprimeirafase,ofocodapesquisarecaiapenassobreoplanoregional

Somente na fase final do projeto (a partir do segundo ou terceiro ano), ela poderá passar ao plano

interregional,seforocaso.

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Noplanoregional,almeja‐secompararprimordialmenteaquelasformaçõessociaisindígenasemque

astemáticasconcernentesaoprojetosãosalientes.Começandocom:a)JêdoBrasilCentral,apartirdeuma

análiseexaustivadomaterialKayapó,onderessaltaotemadamímeseapropriativaedafunçãodiferenciadora

global de uma organização social de tipo totêmico; b) Alto Xingu, onde o complexo sistema ritual parece

permitirumaleituranachavedosacrifíciovitimário;c)RioNegro,comênfasesobreospovosdelínguaTukano

Oriental, em que o caráter totêmico parece predominar; d) Amazônia Ocidental e sistemas tupi‐karib, solo

etnográficodeondeemergiram,grossomodo,omodelodoperspectivismoxamânico.

No plano interregional, pretende‐se estabelecer comparações razoavelmente sistemáticas com as

sociedadesindígenadaAméricadoNorte,pormeiodepesquisabibliográfica.FoiLévi‐Strausscomapublicação

das Mythologiques, quem de maneira mais clara abriu a trilha de comparação entre os dois continentes,

mostrando por meio da análise das transformações dos grandes conjuntos míticos que existe um solo

cosmológico e conceitual pan‐americano. Recentemente, Emanuel Desveaux (2001, 2007) resgatou a

importânciadotrabalhocomparativonoâmbitodoquechamoude“mega‐áreasculturais”.

Planodeatividades

Durante o período de vigência da bolsa, prevê‐se um conjunto de atividades de pesquisa, que incluem:

estruturação de equipe de pesquisa, incluindo‐se alunos de mestrado e bolsistas de iniciação científica;

levantamento bibliográfico exaustivo; pesquisa documental em arquivo ou acervos museológicos; análises

qualitativas;organizaçãode semináriosabrangendoos temasdoprojetoou temas transversais;participação

em seminários, colóquios ou encontros científicos, no Brasil e no exterior, com apresentação de trabalhos

contendoresultadosparciaisdapesquisa; redaçãodeartigoscientíficos inéditosparapublicaçãoemrevistas

nacionaiseinternacionaisdeimpactonaáreadoprojeto;organizaçãodelivros;atividadesdeensino(cursosde

pós‐graduação),etc.

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