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RIO GRADE DO SUL - SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA ESPECIALIZAÇÃO EM COMUICAÇÃO EM SAÚDE PROJETO DE PESQUISA DE TCC JORAL ESCOLAR: QUAL A SUA IMPORTÂCIA A PROMOÇÃO DA SAÚDE COLETIVA? Paulo Renato Farias Borges Porto Alegre 2011

Projeto de Pesquisa - Jornal Escolar: Qual a sua importância na promoção da saúde coletiva?

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Projeto de pesquisa desenvolvido na disciplina de Metodologia da Pesquisa, Curso de Especialização em Comunicação em Saúde da Escola de Saúde Pública do Estado do Rio Grande do Sul (ESP). Jornal Escolar: Qual a sua importância na promoção da saúde coletiva? autor: Paulo Renato Farias Borges.

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RIO GRA�DE DO SUL - SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDEESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA

ESPECIALIZAÇÃO EM COMU�ICAÇÃO EM SAÚDEPROJETO DE PESQUISA DE TCC

JOR�AL ESCOLAR: QUAL A SUA IMPORTÂ�CIA �A PROMOÇÃO DA SAÚDE COLETIVA?

Paulo Renato Farias Borges

Porto Alegre2011

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Paulo Renato Farias Borges

JOR�AL ESCOLAR: QUAL A SUA IMPORTÂ�CIA �A PROMOÇÃO DA SAÚDE COLETIVA?

Projeto de pesquisa desenvolvido na disciplina de Metodologia da Pesquisa, curso de especialização em Comunicação em saúde da Escola de Saúde Pública do Estado do Rio Grande do Sul, ESP.

Porto Alegre2011

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SUMÁRIO

1 TEMA........................................................................................................................ 041.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA.................................................................................... 041.2 PROBLEMA DE PESQUISA................................................................................... 041.3 HIPÓTESES.............................................................................................................. 041.4 OBJETIVOS.............................................................................................................. 051.4.1 Objetivo Geral ….................................................................................................. 051.4.2 Objetivo Específico ….......................................................................................... 051.5 JUSTIFICATIVA..................................................................................................... 062 REFERE�CIAL TEÓRICO.................................................................................... 073 METODOLOGIA....................................................................................................... 124 AMOSTRAGEM …................................................................................................... 145 RECURSOS................................................................................................................ 146 CRO�OGRAMA........................................................................................................ 147 REFERÊ�CIA BIBLIOGRÁFICA.......................................................................... 158 A�EXOS …................................................................................................................. 16

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1 TEMA

Análise semiótica do Jornal da Escola Estadual José Maurício, cito à Rua 15 de

Novembro, nº 64 – Parada 73, cidade de Gravataí, RS.

1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA

O objeto de estudo neste projeto será o Jornal da Escola José Maurício na cidade de

Gravataí. Será feita uma análise do conteúdo do jornal, e de seus públicos: professores,

funcionários, alunos e comunidade.

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

Qual a importância do Jornal Escolar para a promoção da saúde coletiva na

comunidade em que ele está inserido?

1.3 HIPÓTESES

O Jornal sempre teve sua importância histórica, como fonte de informação,

transmissão de conteúdos, servindo também ideologicamente como instrumento de opressão.

Por meio do jornal é possível retratar a história de uma comunidade, de uma cidade e

país, servindo como herança cultural para as gerações futuras.

Os jornais comunitários, em pequenos números, são um retrato de um determinado

segmento, apontando para a comunidade, podendo ser gerador de respostas as demandas

necessárias e assim conseguir resoluções importantes que contemplam este local.

Os jornais escolares, por estar inserido num contexto de público multiplicador, onde

um aluno representa uma família constituída por mais elementos (pais, irmãos, tios, avós),

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pode representar uma oportunidade para o desenvolvimento de notícias relevantes que abranja

esta comunidade, promovendo saúde e prevenção, educação, inserção social, participação

escolar, inserido no comércio local a questão de responsabilidade social por meio de cotas de

patrocínio para a sua impressão, aumentando a visão de mundo dos participantes, sendo

desenvolvido no tripé: Escola – aluno – Comunidade priorizando outro tripé: Saúde –

Comunicação – Educação.

1.4 OBJETIVOS

Os objetivos desse projeto estão descritos logo a seguir.

1.4.1 Objetivo geral

�Analisar semioticamente o Jornal da Escola José Maurício em Gravataí, verificando

a sua construção discursiva e como ele é percebido pela comunidade.

1.4.2 Objetivos Específicos

� Verificar como é feita a construção discursiva do Jornal.

� Analisar o resultado da pesquisa de opinião realizada pelo jornal sobre como a

comunidade percebe a publicação.

� Verificar por meio de pesquisa se o jornal da Escola é um veículo que pode

modificar a comunidade de forma positiva, promovendo saúde, educação, inclusão e melhor

qualidade de vida.

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1. 5 JUSTIFICATIVA

A o tema é relevante porque por meio da pesquisa é possível identificar se o jornal da

escola em sua comunidade, promove mudanças significativas de Saúde, educação e

comportamental e também a reflexão de seus problemas possibilitando uma maior inserção

social.

Com a Pesquisa é possível perceber se o jornal na escola, que circula na comunidade

em que está inserida consegue mobilizar diferentes públicos como: comerciantes do local,

país, professores, alunos, moradores da região, seja em anúncios publicitários que ajudam no

pagamento das edições, seja por meio de notícias em que os pais saibam o que está

acontecendo na escola de seu filho, seja por meio de artigos em que os professores passam

mensagens relevantes aos seus alunos, seja pelos alunos que constroem as matérias e levam

para casa o registro de suas atividades para mostrar aos seus familiares, este jornal pode gerar

nesta comunidade uma aproximação positiva, onde seus moradores se conhecerão mais e

saberão mais de sua realidade e os problemas que precisam enfrentamento. Este mesmo jornal

pode enfim se tornar uma realidade nas demais comunidades, o que pode ser fator de

mudança importante, que saberemos ao final deste trabalho.

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2 REFERE�CIAL TEÓRICO

O referencial teórico a ser utilizado será a metodologia semiótica, uma breve

explicação do método e da análise de discurso. Também como referencial teórico, a pesquisa

abrangerá o tripé: saúde, por meio de práticas de prevenção comunitária, comunicação por

meio do jornalismo em suas linhas gerais, especificamente o jornalismo comunitário e o

jornal escolar e educação como promotora da saúde.

A semiótica começou a se estruturar no fim do século XIX, pelos estudos do filósofo

americano Charles Sanders Peirce. Na base de seu pensamento estava a teoria de que o

universo e a mente humana estavam em constante expansão. Peirce entendia que toda

observação contém traços de inexatidão e, por isso, as leis da natureza não são absolutas nem

invariáveis – existe espaço para o crescimento contínuo e para o acaso genuíno. A Semiótica

é uma ciência que tem por função classificar e descrever todos os tipos de signos logicamente

possíveis. Peirce considerava que estes fenômenos eram livres de juízo de valor – de certo ou

errado – e era tudo o que aparecia à mente, algo real ou não. assim, conclui que tudo que

surge em nossa consciência ocorre a partir de três propriedades, que são correspondentes aos

três elementos formais de qualquer experiência, que são: 1) qualidade; 2) relação; e 3)

representação. Com o objetivo de apresentar uma nomenclatura mais científica, Pierce, mais

tarde, substituiu estas palavras por primeiridade, secundidade e terceiridade. Para definir essas

três categorias, o autor baseou-se nas nossas experiências, que são resultantes do que já

passou.

Essa relação tríade são os elementos que constituem todas as experiências, que são

os modos que os fenômenos aparecem à consciência. O que Peirce se refere como

primeiridade, secundidade e terceiridade são assim definidos:

A primeiridade: é a qualidade da consciência imediata, uma impressão, sentimento,

in totum, indivisível, o que não pode ser analisado, inocente e frágil. Na primeiridade, o

conhecimento está sempre no presente, no imediato, é iniciante, original, espontâneo e livre.

Já a secundidade, segundo Santaella, é aquilo que dá à experiência seu caráter de

luta e confronto, ação e reação, sem a mediação da razão ou de lei. Onde quer que exista um

fenômeno, há a qualidade – que é a primeiridade. Essa qualidade é uma parte do fenômeno e,

para que ela exista, é preciso sua manifestação material, a factualidade – que é a secundidade,

está nesse aspecto material.

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Por fim, temos a terceiridade, que é a síntese intelectual do que ocorre entre o

primeiro e o segundo, é a camada de pensamentos em forma de signos, que nos possibilita a

interpretação dos fenômenos no mundo. Como exemplo, temos o céu, como aqui agora, que é

a primeiridade; o azul observado nele é a secundidade; e a síntese, que é um signo, pelo qual

elaboramos - o azul do céu - é a terceiridade.

Dentro desta lógica, é possível perceber que o nosso olhar já está carregado de

interpretações, pois ele é o resultado da cognição. Dentro da mediação, quer dizer que

possibilita nossa orientação e reconhecimentos das próprias coisas do signo. O homem

conhece o mundo porque ele o representa e interpreta essa representação por meio de outra,

que é a interpretante da primeira, segundo Peirce. Assim, quando o homem interpreta esses

signos, ele os traduz em outros signos - o signo é o primeiro; o objeto, um segundo; e o

interpretante, um terceiro. Então, o significado está sempre em deslocamento: cada vez que

analisamos algo, esse algo se transforma num signo, e esse, novamente, em outro,

sucessivamente. O que influencia no resultado da interpretação dos signos se relaciona a

nossa bagagem cultural, bem como limitação de nosso repertório. Nesse caso (a limitação do

repertório), pode produzir um signo com um potencial maior ou menor.

A tríade de Peirce é a referência para reconhecer o mundo dos signos. É possível por

meio de sua semiótica descrever, analisar e interpretar linguagens. Os conceitos servem de

ferramentas para o pensamento, para o aumento da percepção. Aliados à pesquisa científica,

os conceitos podem ser eficazmente empregados e com resultados surpreendentes.

Quanto à imagem, explica Umberto Eco (1993), ela é vista como um signo de

transferência analógica. Quando uma pessoa entende que descobriu uma similaridade, então

surge outra, e assim sucessivamente. De certa maneira, todas as coisas têm relação analógica,

de contiguidade e similaridade.

Torna-se necessário perceber todo o texto em seu contexto social, evitando, assim,

análise de significados diferentes e respeitando o pano de fundo cultural e linguístico. Essa

análise é importante porque, assim, é possível perceber os fenômenos dentro de seus

contextos históricos.

A segunda parte deste universo visual corresponde ao mundo imaterial das imagens

em nossa mente. São as visões, fantasias, imaginação, esquemas, modelos, os quais,

geralmente, são representações mentais. Estas duas partes são intrínsecas, determinadas por

signo e representação, que constituem a produção de sentido na sociedade.

Em relação ao jornalismo verificamos que a maioria dos veículos oficiais e de

grande porte, estão comprometidos com o mercado, seus anunciantes e coma parcela

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dominante da população. São estes veículos que hoje pautam o que deve e o que não deve ser

notícia. Neste cenário ocorre a exclusão social, onde as camadas menos favorecidas não têm

acesso e nem voz as suas demandas.

Os jornais comunitários são neste aspecto, uma oportunidade de romper com esta

dominação do grande veículo de comunicação, pois permite uma maior proximidade do

jornalista e seu público, as pautas são definidas coletivamente e os problemas são passados ao

conselho comunitário. Estes jornais são de extrema relevância desde que não estejam

veiculados ao governo local, empresários ou pessoas interessadas em promoção pessoal.

Conforme artigo de Pedro Celso campos, “Jornalismo Comunitário, é o sentido de

“comum-unidade”, isto é, pessoas que vivem em determinado local, que vivenciam problemas

específicos, que têm lutas em comum a serem travadas e vencidas”, que pode ser uma escola,

rua, bairro, empresa.

O Jornal escolar, como voz comunitária, pode ser um instrumento de transformação

social, porém não pode cair no problema grave que muitas vezes ocorre, quando as fontes

tentam manipular o jornal em proveito próprio. Outras vezes é o jornalista que se aproveita do

jornal para se promover e ainda em outros casos alguns lideres comunitários.

Quando inserido na comunidade pode ser um veículo que identifique as questões

culturais deste local, sua religiosidade, costumes, formas de lazer, de cultura, de diversão,

mostrando para esta mesma comunidade o que muitas vezes ela mesma não enxerga. Neste

aspecto o jornalista é um observador deste cenário. Conforme Ferreira Goulart, “o jornalismo

comunitário estará contribuindo para a formação da cidadania, para que o desconforto das

pessoas contra a desigualdade social gerada pela política neoliberal não se transforme em

mero sentimento de constrangimento ou de vergonha, mas que se afirme como o

inconformismo que leva à luta por uma situação de justiça, de igualdade, de solidariedade”.

Desta Forma deve estar voltado para esta parcela da população mais esquecida pelos

grandes jornais, abraçar as causas populares e usar a força do veículo comunitário junto aos

que têm poder de decisão para forçar a solução dos problemas que afligem a comunidade, no

seu dia-a-dia.

O jornalista comunitário não pode se limitar a perceber que tem nas mãos o dever

social de mudar o mundo, de torná-lo melhor e mais justo. Ele precisa assumir, na prática,

esse discurso, colocando seu trabalho, seu jornal, seu veículo, a serviço da coletividade em

toda e qualquer circunstância.

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Quando o Sujeito não se reconhece como produtor das obras e como sujeito da história, mas toma as obras e a história como forças estranhas, exteriores, alheias a ele e que o dominam e perseguem, temos o que Hegel designa como alienação. Esta é a impossibilidade do sujeito histórico identificar-se com sua obra, tomando-a como um poder separado dele, ameaçador e estranho”. (CHAUÍ, 1980)

Para Pedro Celso campos, em relação a postura do profissional do jornalismo

comunitário, deve ser levado em conta quando se trabalha com veículos comunitários, que

não se pode dispensar as opiniões diversas, para que o leitor tenha uma informação completa,

evitando um jornalismo superficial, muito comum nos grandes veículos que alegam falta de

tempo, ocorrendo muitas vezes um jornalismo tendencioso, antiético, a serviço de grupos e

não da comunidade a que ele se destina.

Ainda sobre a forma de proceder no Jornal comunitário Pedro Celso campos,

argumenta que “por menor que seja o universo de abrangência do veículo – ainda que seja

apenas o jornal da escola – sempre será possível e necessário estabelecer o contraditório em

busca da informação total, redonda, completa, justa, ética, para manter o receptor bem

informado”.

Dentro desta perspectiva se remete artigo 7º do Código de Ética do Jornalista

Brasileiro: “O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade dos fatos, e seu

trabalho se pauta pela precisa apuração dos acontecimentos e sua correta divulgação”.

O Jornalista comunitário pode se tornar mais independente, desde que não se deixe

contaminar pelas elites locais tendenciosas, assim é possível fazer um jornalismo livre, o que

não se consegue em grandes veículos, que o profissional deve se reportar ao dono e ao que

este defende, estes aspectos serão mais aprofundados, no trabalho de conclusão, onde serão

apropriados conteúdos do jornalismo em sua visão geral e do jornalismo comunitário, assim

como do jornal escolar e suas formas de inserção na escola e na comunidade, por meio de

outros teóricos.

Em relação à saúde, este trabalho irá abordar a saúde preventiva, promotora da

qualidade de vida onde o jornal escolar é um dos instrumentos para este fim. Por meio do

jornal é possível abordar temas relevantes como gravidez na adolescência, doenças

sexualmente transmissíveis, drogas, bullying, problemas de origem comportamental, dicas de

saúde como alimentação correta, práticas de higiene, assuntos de saúde de interesse coletivo,

práticas regulares de exercício físico e outros temas relevantes de promoção da qualidade de

vida. É sabido que saúde não é somente a ausência de doenças e sim um conjunto de questões

que permitam a qualidade de vida e essas questões preventivas podem ser abordadas no jornal

escolar trazendo melhoras consideráveis para a comunidade em que a escola está inserida.

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Hoje se fala muito em caos na saúde, hospitais sem vagas, atendimento ineficiente

em postos de saúde, poucos recursos, demanda superior a capacidade de atendimento, assim,

o jornal escolar pode contribuir para promover a saúde e qualidade de vida da população, por

meio de mudança de hábitos, conscientização das partes envolvidas, divulgando notícias de

interesse coletivo que no final irá permitir que a mudança de comportamento desta

comunidade tenha também impacto no serviço de saúde, com menos necessidade de uso de

serviços que a prevenção poderia resolver.

Finalizando o tripé saúde, comunicação e educação, como referencial teórico será

abordada a educação como fator fundamental na promoção da saúde preventiva. A escola é

uma instituição promotora de educação, cultura e conscientização. Por meio da educação se

possibilita a cidadania e cidadãos conscientes e atuantes. A escola não deve fornecer somente

a educação formal aos seus alunos, é necessário também promover práticas educativas de

aproximação comunitária, onde as pessoas se conhecem e se reconhecem em suas angustias e

suas alegrias, assim, a educação é um fator de promoção de conscientização, contribuindo

com a formação de cidadãos mais ativos e conhecedor de seus direitos.

Por meio da educação é possível uma melhora considerável na qualidade de vida da

comunidade. A conscientização, o esclarecimento, o pensar sobre si mesmo, a observação da

realidade em que a comunidade está inserida, o questionar, o mostrar, promoverá mudança de

hábitos, diminuindo o risco de doenças, possibilitando mais oportunidades e menos

investimento em saúde por parte dos governantes. A Educação, por meio do instrumento mais

eficiente, a escola, a comunicação, por meio do jornal escolar, o diálogo com seu público que

é a comunidade, pode ser fator gerador de saúde. Muitas práticas, hábitos e atitude das

pessoas são resultados de sua falta de informação, de conscientização, do questionar.

Tendo o jornal Escolar o olhar voltado para estas questões é possível promover a

saúde por meio da prevenção, através de notícias relevantes, potencialmente transformadora

da realidade em que a comunidade escolar está inserida. Não se pode falar de saúde, sem falar

de comunicação, não se pode falar de saúde sem falar de educação, não se pode falar de

qualidade de vida sem a presença destes três elementos. Assim, o que se questiona é: será que

estes três elementos relacionados é possível promover transformações numa determinada

comunidade?

Diversos autores falam de jornal comunitário, educação para a saúde, mas o tripé

saúde, educação e comunicação é um desafio que ao longo do trabalho vai ser verificado

quanto a sua relevância, suas possibilidades e também quais as dificuldades de implantação e

se é um projeto que possa ser replicado par as demais comunidades.

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3 METODOLOGIA

O método a ser utilizado na monografia será o semiótico, onde será analisado três

jornais da escola José Maurício. Os instrumentos de análise de pesquisa serão de natureza

bibliográfica e documental.

Em relação à verificação de natureza bibliográfica, o campo de análise será o

jornalismo no sentido geral, o jornalismo comunitário e o Jornal escolar. Em relação à

pesquisa de natureza documental, será feita uma análise semiótica dos elementos que

compõem os três exemplares do jornal da Escola José Maurício.

Apesar do estudo das linguagens e dos signos ser bastante antigo, sendo utilizada no

mundo grego, através da análise das enfermidades onde o diagnóstico médico é descrito como

a “parte semiótica” da medicina. O médico grego Galeno de Pérgamo (139-199), por

exemplo, classificou o diagnóstico médico como um processo de semêiosis. Aquilo que os

antigos designaram como semeiótica, portanto, ainda não era a teoria geral dos signos, mas

uma de suas áreas específicas, a saber, o aprendizado médico dos sintomas.

No século XX, houve uma expansão da semiótica sendo o seu uso diversificado e sua

natureza e significação se tornam mais abrangente. Para este projeto, será utilizado o método

semiótico desenvolvido por Charles S. Peirce, pois melhor se ajusta a análise que está sendo

proposta.

Ao contrário de uma ciência especial, a semiótica peirceana é uma das peças de uma

ampla arquitetura filosófica concebida como ciência. Segundo Buczynska- Garewicks (apud

Santaella, 2002, p.12-13) “todos os aspectos do universo sígnicos podem ser analisados sob a

ótica da obra de Peirce”, apesar de ser grande a crítica do uso desta semiótica para estudos

empíricos.

Para Santaella, (2002, p.12-13) a teoria dos signos "é capaz de explicar e interpretar

todo o domínio da cognição humana", nos alertando a necessidade de usá-la buscando uma

apreensão mais completa de seu sentido profundo e multidimensional.

Santaella, (2002, p.15), reforça o uso desta corrente de análise dos signos de Peirce,

apesar da Semiótica por ele abordada ser considerada mais filosófica que científica, por

entender que os signos e suas interpretações vêm crescendo no mundo.

Para analisar o Jornal da escola José Maurício, sob esta abordagem é fundamental

observar a natureza triádica do signo em Peirce. Este pode ser analisado partindo por sua

existência como signo e seu poder de significar (significação), pelo ponto de vista do objeto

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com o qual o signo se relaciona (objetivação) e pelo ponto de vista do seu interpretante, sejam

dos efeitos que é capaz de gerar em seus receptores (interpretação), assim, ao se utilizar desta

linha de pensamento é possível ter uma relação completa com a mensagem: textual,

imagética, e suas inter-relações, os processos de referência e o papel dos receptores e suas

reações com o signo escolhido.

Seguindo estes princípios, ainda, encontramos através dos estudos de Santaella o

caminho metodológico mais claro para analisar o referido jornal:

Na face da referência, a análise semiótica nos permite compreender aquilo que as mensagens indicam, aquilo a que se referem ou se aplicam. Também nesta face encontramos três aspectos: o primeiro aspecto deriva do poder meramente sugestivo tanto sensorial como metafórico das mensagens. O segundo aspecto deriva do poder denotativo das mensagens, sua capacidade para indicar algo que está fora delas. O terceiro aspecto deriva da capacidade das mensagens para representar ideias abstratas e convencionais, culturalmente compartilhadas”. (SANTAELLA, 2002, p.60)

Ao analisar Jornal da Escola José Maurício e seu público-alvo, é importante

considerar estes aspectos para entender o jornal como signo, que deve ser analisado, em

particular, sob a perspectiva de seu interpretante.

Conforme Santaella, a imagem situa-se entre a representação e a imaginação:

O conceito de imagem se divide num campo semântico determinado por dois polos opostos. Um descreve a imagem direta perceptível ou até mesmo existente. O outro contém a imagem mental simples, que, na ausência de estímulos visuais, pode ser evocada. Essa dualidade semântica das imagens como percepção e imaginação se encontra profundamente arraigada no pensamento ocidental. (SANTAELLA, 2005)

Concluindo, a semiótica será utilizada neste trabalho para a verificação do sentido

que o Jornal representa, analisando os seus aspectos conotativos e denotativos e

principalmente as interpretações geradas a partir destes dois aspectos.

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4 AMOSTRAGEM

Para este projeto de monografia, o tipo de amostragem que será utilizada será a

amostragem não-probabilística.

A amostra a ser utilizada serão os três exemplares do Jornal da escola José Maurício,

de Dezembro de 2009, Setembro de 2010, Dezembro de 2010 e de Maio de 2011, onde serão

analisados os elementos semióticos presentes, desde as matérias, diagramação, imagens,

textos, entre outros elementos.

Além das amostragens indicadas, será feita uma análise de uma pesquisa do jornal

sobre como a comunidade da escola visualiza o seu próprio jornal.

5 RECURSOS

Os recursos necessários para a execução deste projeto serão os três exemplares do

jornal, uma sala multimídia para a apresentação dos resultados mensurados, em power point,

computador com conexão a internet, para pesquisas bibliográficas sobre jornalismo,

programas de computadores específicos para tabulação de planilhas e gráficos. Para

complemento do referencial teórico que será abordado na monografia, serão utilizadas

também bibliotecas e livrarias para pesquisas.

6 CRO�OGRAMA

Atividade Dezembro/10 Janeiro/11 Fevereiro/11 Março/11 Abril/11Definição do Pré Projeto

X

Entrega Pré Projeto

X

Referencial teórico

X X X X X X X X X X X

Coleta de dados X X X X X X X XAnálise X X X X X X

Revisão final XEntrega TCC X

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REFERÊ�CIAS BIBLIOGRÁFICAS

JOLY, Martine. Introdução à analise da imagem. Campinas: SP: Papirus, 1996.152 p

SANTAELLA, Lúcia. Semiótica aplicada. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002,186 p.

SANTAELLA, Lúcia; NÖTH, Winfried. Imagem: cognição, semiótica, mídia. São Paulo: Iluminuras 2005, 222 p.

TRAVANCAS, Isabel Siqueira. O mundo dos jornalistas. São Paulo: Summus, 1992

SODRÉ, Nelson Werneck. História da Imprensa no Brasil. Rio: Mauad,1999.

RIBEIRO, Alex. Caso escola-base – Os abusos da imprensa. São Paulo: Ática, 1995.

FREIRE, Paulo. Educação e mudança ( vídeo ). Brasília: Banco do Brasil, 1994.

KARAN, Francisco José. Jornalismo, ética e liberdade. São Paulo: Summus, 1997.

LOPES, Dirceu Fernandes. Jornal laboratório – Do exercício escolar ao compromisso com o público leitor. São Paulo: Summus, 1989.

CALLADO, Ana Arruda; ESTRADA, Maria Ignez Duque. Como se faz um jornal comunitário. Petrópolis: Vozes, 1986.

PAIXÃO, Sandra. O jornal escolar: uma releitura da comunicação. São Paulo: Edicon, 2000.

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MARTINS, Carla Macedo (Org.) Educação e saúde. / Organizado por Carla Macedo Martins e Anakeila de Barros Stauffer. Rio de Janeiro: EPSJV / Fiocruz, 2007.

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8 A�EXOS

A�EXO A

Imagens referentes ao Jornal da Escola José Maurício - Edição nº 4

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