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1 PROJETO: “APOIO À MELHORIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS E DE MATEMÁTICA PROJETO ARQUIMEDES-MANAUS” Convênio nº. 3621/06 Série Biologia MICROSCOPIA Emerson Luis Coelho Duarte (Autor) Augusto Fachín Terán (Coordenador) Manaus – 2009 UEA Edições / BK Editora

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PROJETO:

“APOIO À MELHORIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS E DE MATEMÁTICA

PROJETO ARQUIMEDES-MANAUS” Convênio nº. 3621/06

Série Biologia

MICROSCOPIA

Emerson Luis Coelho Duarte (Autor)

Augusto Fachín Terán (Coordenador)

Manaus – 2009

UEA Edições / BK Editora

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS

ESCOLA NORMAL SUPERIOR

Programa de Pós-Graduação em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia

PROJETO:

“APOIO À MELHORIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS E DE

MATEMÁTICA PROJETO ARQUIMEDES-MANAUS” Convênio nº. 3621/06

Dr. Augusto Fachín Terán (Coordenador Geral do Projeto Arquimedes)

Prof. Edson Santos Melo (Coordenador da SEDUC)

Série Biologia MICROSCOPIA

Emerson Luis Coelho Duarte (Autor) Augusto Fachín Terán (Coordenador)

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Foto da Capa: Augusto Fachín Terán

Produção e Editoração BK Editora

Ficha catalográfica no livro impresso

Duarte, Emerson Luis Coelho 2009

Microscopia / Duarte, Emerson Luis Coelho/Fachín-Terán, Augusto (Coord.). – Manaus: UEA edições/BK editora, 2009. (Série: Biologia).

49 p. 19,5 cm

ISBN: 978-85-6191214-7

1. Ensino de Biologia. 2. Microscopia 3. Ciências. I. Série

CDD 378.0 CDU 378

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS

ESCOLA NORMAL SUPERIOR

Programa de Pós-Graduação em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia

PROJETO:

“APOIO À MELHORIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS E DE MATEMÁTICA PROJETO ARQUIMEDES-MANAUS”

Convênio nº. 3621/06

Série Biologia MICROSCOPIA

Financiadora

Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP

Conveniente Fundação de Apoio Institucional MURAKI

Executor:

Universidade do Estado do Amazonas-UEA

Interveniente (s) Secretaria de Estado de Educação e Qualidade de Ensino-SEDUC

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APRESENTAÇÃO

O Projeto Arquimedes, teve sua concepção iniciada em 2001 e incentivada pelo

CNPq. Esta iniciativa para despertar o gosto pela ciência foi apresentada em julho de 2003,

em Recife, no segundo dia de reuniões da 55ª Reunião Anual da SBPC no Simpósio

Educação Científica no Brasil, pelo professor Ennio Candotti, recentemente empossado no

cargo de presidente da SBPC.

Esta proposta educacional de motivar o gosto pela ciência para os alunos da escola

pública foi iniciada em Manaus, em agosto de 2006, através de um trabalho

interinstitucional com a participação da Universidade do Estado do Amazonas, Secretaria

de Estado de Educação e Qualidade de Ensino, e Secretaria de Ciência e Tecnologia; com

articulação do Programa de Pós-Graduação em Educação e Ensino de Ciências na

Amazônia da Escola Normal Superior da UEA; começando sua implementação em 2007.

Neste Projeto a tarefa fundamental dos professores universitários é a elaboração de

materiais didáticos, com uma redação clara e uma linguagem adequada para os alunos e

professores do Ensino Médio.

Como Coordenador Geral do Projeto Arquimedes, apresento este Primeiro Livro de

Microscopia da Série Biologia, que pretende treinar Professores e Estudantes do Ensino

Médio sobre o uso de uma importantíssima ferramenta de ensino e pesquisa: o

microscópio, e assim conhecer o fantástico mundo dos microorganismos.

Para concluir esta apresentação, é importante lembrar que a edição deste Livro de

Microscopia foi possível com o suporte financeiro da FINEP e SEDUC.

Dr. Augusto Fachín Terán

Coordenador Geral do Projeto Arquimedes

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SUMÁRIO

p.

1. O MICROSCÓPIO: História....................................................................................... 7

1.1. O surgimento do Microscópio.................................................................................... 7

1.2. A Ciência e o Microscópio......................................................................................... 7

1.3. A geração seguinte...................................................................................................... 7

1.4. Microscópios de uma lente......................................................................................... 7

1.5. Microscópios no século XIX...................................................................................... 7

1.6. O Microscópio na atualidade..................................................................................... 8

2. USO DO MICROSCÓPIO......................................................................................... 9

2.1. Partes essenciais do microscópio................................................................................ 9

2.2. Descrição das partes................................................................................................... 10

2.3. Procedimento para focalização e observação............................................................. 15

3. PRÁTICAS PARA USO DO MICROSCÓPICO..................................................... 16

3.1. Prática 1: Aprendendo a usar o microscópio.............................................................. 16

3.2. Prática 2: Aprendendo a usar o microscópio.............................................................. 17

3.3. Prática 3: Aprendendo a usar o microscópio.............................................................. 18

3.4. Prática 4: A célula....................................................................................................... 19

3.5. Prática 5: A célula vegetal.......................................................................................... 21

3.6. Prática 6: Os microorganismos................................................................................... 23

4. NORMAS PARA O USO DO LABORATÓRIO DE ENSINO DE CIÊNCIAS: BIOLOGIA......................................................................................................................

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1. O MICROSCÓPIO: HISTÓRIA 1.1. O surgimento do microscópio O crédito pela invenção do microscópio é dado ao holandês Zacharias Jansen, por volta do ano 1959. Como era muito jovem na época, é provável que o primeiro microscópio, com duas lentes, tenha sido desenvolvido pelo seu pai, Hans Jansen. Contudo era Zacharias quem montava os microscópios distribuídos para a realeza européia. No início, o instrumento era considerado um brinquedo que possibilitava a observação de pequenos objetos. 1.2. A ciência e o microscópio O século XVII foi um período de grande interesse pelos microscópios. A palavra microscópio (do grego, micros: ‘pequeno’; skopein: ‘ver’, ‘examinar’) foi oficializada na época pelos membros da Academia de Lincei, uma importante sociedade científica. Contudo, ainda havia dúvidas sobre a importância do instrumento para a ciência. A magnificação dos objetos obtida, em torno de nove vezes, não permitia observar coisas realmente novas. Ainda não se suspeitava que uma estrutura presente em todos os tecidos vivos logo estaria ao alcance dos nossos olhos, com ajuda dos microscópios: a célula. 1.3. A geração seguinte No final do século XVII, os microscópios sofreram uma mudança em seu desenho básico. Devido provavelmente à instabilidade do sistema lateral de sustentação, um tripé de apoio passou a ser utilizado. O primeiro esquema de microscópio com tripé foi divulgado na Alemanha em 1631. Contudo, somente em 1683, o microscopista Inglês John Yarwel construiu o primeiro modelo que se tem notícia. 1.4. Microscópios de uma lente Ainda no final do século XVII, o cientista alemão Antoni Van Leeuwenhoek fez descobertas significativas, usando simples microscópios com apenas uma lente. Empregando técnicas revolucionárias na época para a construção de lentes, Leeuwenhoek produziu instrumentos com magnificação entre 50 e 200 vezes. Com o grande sucesso, os microscópios simples conquistaram um lugar ao lado dos modelos compostos de várias lentes. Na verdade, até o início do século XIX, alguns dos melhores microscópios podiam ser usados como simples ou compostos. 1.5. Microscópios no século xix No século XIX, os fabricantes de microscópios desenvolveram novas técnicas para a fabricação de lentes. Passaram, também, a utilizar espelhos curvos para melhorar a capacidade de foco desses instrumentos. Em 1840, os Estados Unidos passaram a fabricar microscópios, uma atividade até então restrita basicamente à Inglaterra. Finalmente, por volta de 1880, os chamados microscópios ópticos atingiram a resolução de 0,2 micrômetros, limite que permanece até os dias de hoje.

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1.6. O microscópio na atualidade Atualmente, os microscópios e as técnicas de observação estão bastante avançados. Os modelos ópticos possibilitam regulagens extremamente precisas no foco e na capacidade de ampliação. Novos microscópios eletrônicos estão levando a observação a um limite que os cientistas do século XVI jamais imaginariam: o nível atômico. No século XX, o microscópio conquistou seu espaço em campos tão diversos quanto à medicina e a engenharia. O microscópio eletrônico foi inventado no início dos anos 30, pelo alemão Ernest Ruska. Esses instrumentos utilizam feixes de elétrons e lentes eletromagnéticas, no lugar da luz e das lentes de vidro, permitindo ampliações de até um milhão de vezes. Há três tipos básicos de microscópio eletrônico: transmissão (para observação de cortes ultrafinos), varredura (para observação de superfícies) e tunelamento (para visualização de átomos).

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2. USO DO MICROSCÓPIO

2.1. Partes essenciais de um microscópio Um microscópio óptico compõe-se basicamente de duas partes (figura 1): − Parte mecânica − Parte Óptica Parte Mecânica é constituída por: • Tubo com oculares (1) • Revólver com objetivas (2) • Dispositivo Micrométrico e

Macrométrico (6 e 7) • Charriot (8) • Mesa ou Platina (9) • Base ou Pé (10) • Estativa ou braço (11)

Parte Óptica é constituída por: • Ocular (1) • Objetivas (2) • Condensador (3) • Lentes colimadoras com • lâmpada embutida (4) • controlador lateral de luminosidade (5)

Figura 1: Microscópio

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2.2. Descrição das partes: Tubo: Nos microscópios monoculares o tubo constitui-se de um cilindro metálico que faz a ligação entre o revólver e as oculares. Seu comprimento é normalmente de 160 mm, o que deve estar de acordo com a medida determinada na objetiva. Nos microscópios binoculares um dos tubos apresenta possibilidade de regulagem independente de foco, permitindo assim, foco simultâneo para os dois olhos. Revólver: Suporte metálico com orifícios para rosqueamento e giro das objetivas através de sua rotação. As objetivas devem ser posicionadas sempre em ordem crescente. Mesa ou platina: Superfície plana que serve de suporte às lâminas a serem observadas. No seu centro existe a presença de um orifício com objetivo de permitir a passagem da luz através da lâmina. Sobre ela normalmente encontramos um dispositivo chamado CHARRIOT. Esse dispositivo tem a finalidade de fixar a lâmina e realizar movimentos em vários sentidos para melhor posicionar o material estudado. Estática ou braço: Construída de material sólido, sustenta os tubos, a mesa, o porta condensador e os mecanismos macro e micrométrico. Nos microscópios monoculares, reclina para melhor conforto da observação. Serve também de apoio às mãos durante o transporte do microscópio. Dispositivo macrométrico e micrométrico: Botões com função de ajuste do foco do material a ser observado. O botão macrométrico realiza o primeiro ajuste do foco e o botão micrométrico realiza o ajuste fino do foco. Após a mudança da objetiva de menor aumento para a objetiva subseqüente, somente o botão micrométrico deve ser utilizado. Pé ou base: Apoio inferior do microscópio. Localiza-se nele o sistema de iluminação. Ocular: As oculares estão encaixadas nos tubos do microscópio. Podem ser retiradas e substituídas facilmente conforme necessidade do operador. A ocular apenas amplia a imagem formada pela objetiva. Não torna mais nítidas as estruturas do objeto a ser estudado. Não seria lógico, portanto, empregar nos trabalhos microscópicos, objetivas de pouco aumento e oculares de grande poder de ampliação. Também não se pode aconselhar o uso simultâneo de objetivas e oculares de forte aumento. O campo visual seria pouco nítido, as estruturas das células, por exemplo, se apresentariam apagadas; não haveria luminosidade suficiente e o campo óptico seria mínimo. Objetivas: As objetivas, elaborados sistemas ópticos, são construídas de 4 a 6 ou mais lentes cuidadosamente superpostas e coladas umas sobre as outras. Fornecem uma imagem ampliada, real, embora invertida. As objetivas apresentam diferentes aumentos, variando até alcançar o aumento maior de 100x. Essa objetiva é chamada de objetiva de imersão em razão da necessidade do uso de óleo entre a objetiva e a lamínula. A luz é, por assim dizer, a alma da microscopia óptica. Quanto maiores forem as ampliações, tanto menor será a quantidade de raios luminosos a atravessarem o tubo do microscópio. A figura 2 demonstra a relação entre as objetivas e abertura do diafragma. A

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abertura da íris do diafragma aumenta progressivamente com o aumento da objetiva pois, conforme diminui a distância de trabalho, aumenta a necessidade de passagem de maior quantidade de luz. Para aproveitar-se a maior quantidade possível de luz, interpõe-se entre a objetiva de 100x e a lamínula, uma gota de óleo que possua índice de refração igual a 1,52 (figura 3). Com esse processo, captam-se os feixes luminosos desviados em grande parte pelas superfícies da lâmina e da lamínula.

Figura 2: Relação entre a distância de trabalho da lente da objetiva e o ajuste da íris do diafragma.

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Figura 3: Princípio da ação do óleo de imersão na correção dos raios luminosos. Em A –

cinco raios P atravessam a lâmina e lamínula e apenas dois penetram na objetiva. Em B – o espaço de ar entre a lente da objetiva e a lamínula é preenchido por óleo. Cinco raios atravessam a lâmina e lamínula e 4 raios entram na objetiva passando agora mais raios sem desvio. Observe que o índice de refração (n) do óleo é diferente do ar e muito próximo do índice de refração do vidro. Por essa razão os raios praticamente não sofrem desvio de sua direção.

Ao término dos trabalhos com a utilização do óleo, deve-se proceder a uma limpeza

dessa objetiva. Para isso usa-se um pequeno pano macio umedecido em xilol. Não esquecer, entretanto, que as lentes das objetivas são coladas nas partes metálicas com resinas. Solvente em excesso, empregado com freqüência, acabaria deslocando estas lentes.

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Nas objetivas encontram-se vários números, esses são: aumento da objetiva (A), abertura numérica (B), distância da objetiva até a ocular (C), espessura máxima da lamínula em mm (D).

O aumento real observado na ocular, sempre será: o aumento da objetiva multiplicado pelo aumento da ocular; exemplo: 40 x 10 = 400 vezes de aumento.

A abertura numérica é um valor utilizado para calcular o Limite de Resolução do

microscópio. Chama-se limite de resolução de um sistema ótico a capacidade de separar detalhes. Mais precisamente, limite de resolução é a menor distância que deve existir entre dois pontos para que eles apareçam individualizados. Por exemplo: duas partículas separadas por 0,3 μm aparecem individualizadas quando examinadas em um sistema óptico com limite resolutivo de 0,2 μm.

O que determina, pois, a riqueza de detalhes da imagem fornecida por um sistema

óptico é seu limite de resolução e não o seu poder de aumentar o tamanho dos objetos. A propriedade de aumentar só tem valor prático se acompanhado de um aumento paralelo do poder resolutivo. O limite de resolução depende essencialmente da objetiva. A ocular não pode acrescentar detalhes à imagem, pois sua função é aumentar de tamanho a imagem que é projetada em seu plano de foco pela objetiva. O poder resolutivo depende sobretudo da abertura numérica (AN) da objetiva e do comprimento de onda da luz utilizada. O limite de resolução (LR) da objetiva é dado pela fórmula:

L R = k x λ AN

Onde: k : é uma constante com valor de 0,61 λ : é o comprimento da luz empregada. Considera-se o valor de 0,55.

Na prática, o objeto é iluminado por luz branca, constituída por diversos comprimentos de onda. Para o cálculo do limite de resolução torna-se o comprimento de onda da faixa do verde amarelo (0,55μm), por ser o olho humano mais sensível a estas cores do que a quaisquer outras. Portanto na prática:

L R = 0,61 x 0,55 AN

A análise desta fórmula mostra que o limite de resolução é diretamente proporcional ao comprimento de onda da luz usada e inversamente proporcional a abertura numérica.

A abertura numérica é dada pelo seno da metade do ângulo do cone luminoso (½ θ) , multiplicado pelo índice de refração do meio entre a objetiva e a lamínula (n), ar, óleo:

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Objetiva A N = 2 [n. sem (½ θ)] θ Cone luminoso O microscópio óptico tem limite de resolução de cerca de 200 nm (0,2μm). Este limite se deve ao limite de comprimento da onda de luz (0,4 – 0,7 μm). Ver a figura a seguir:

Condensador: O condensador está encaixado em sua porta porta, provido de cremalheira e pinhão. Localiza-se abaixo da platina. Sua função principal é fornecer, “condensar” bastante luz, indispensável principalmente quando se empregam grandes ampliações. O condensador foi inventado por Abbee e aperfeiçoado gradativamente. Todos os condensadores estão equipados com um diafragma do sistema íris, cuja abertura é regulável para perfeito ajuste a cada caso (figura 2). Além disto, há uma cremalheira que permite o afastamento total do diafragma.

Fecha-se o diafragma para objetivas de pouco aumento, eliminando-se assim os raios laterais. Abre-se o diafragma na medida em que se vai aumentando as ampliações. Lentes Colimadoras: Estas lentes têm por finalidade orientar de forma paralela os feixes luminosos que saem da lâmpada. Essa lâmpada está embutida sob as lentes colimadoras e sua intensidade luminosa é controlada pelo botão controlador de intensidade luminosa, posicionado lateralmente à base do microscópio.

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2.3. PROCEDIMENTO PARA FOCALIZAÇÃO E OBSERVAÇÃO 1. Gire o revólver, encaixando a objetiva de menor aumento no eixo óptico. Quando se

encaixa corretamente se produz um pequeno ruído característico. 2. Abra a presilha do charriot e coloque a lâmina sobre a platina, sempre com a lamínula

voltada para cima. Verifique anteriormente se a lâmina está limpa. 3. Centralize o material no orifício da platina, utilizando os parafusos de charriot. 4. Coloque o condensador em sua posição mais elevada. 5. Abaixe a platina até o fim, movimentando o parafuso macrométrico com as duas mãos.

Quando chegar ao final não force o parafuso, pois pode danificá-lo. 6. Acenda a luz do microscópico. 7. Certifique-se de que o diafragma está aberto, olhando se há passagem de luz através da

lâmina. 8. Posicione a objetiva de menor aumento. 9. Olhando agora através das oculares, com os dois olhos abertos, verifique se você

consegue observar uma única imagem. Se não, regule a distância entre os seus olhos, deslocando horizontalmente as oculares.

10. Neste momento, ajuste o foco utilizando o parafuso macrométrico. Quando o foco for alcançado e com apenas um olho aberto (cuja objetiva não apresenta regulagem de foco), realize o ajuste do foco para este olho manuseando o micrométrico. Agora, com apenas o outro olho aberto, realize a focalização girando o regulador de foco presente nesta ocular.

11. Observe o material e ajuste sua posição movimentando o charriot. 12. A preparação pode agora ser observada com as demais objetivas, respeitando sempre a

ordem crescente de seus aumentos. Antes de passar para a objetiva de aumento imediatamente superior, coloque sempre a região do material a ser observado no centro do campo de observação.

13. A partir da segunda objetiva, o foco deve ser regulado apenas movimentando-se o micrométrico.

14. Quando for necessário o uso da objetiva de100 X, chamada objetiva de imersão, é imprescindível o uso do óleo de imersão entre a lâmina e a objetiva. Para fazê-lo, siga os passos seguintes: a. Após ter focado com a objetiva de 40 X, gire o revólver em direção à objetiva de

100X, sem encaixá-la no eixo óptico; b. Pingue uma gota de óleo de imersão sobre a região iluminada da lâmina; c. Complete o giro do revólver, encaixando a objetiva de 100 X. Ao encaixar a

objetiva, a lente desta deve mergulhar na gota de óleo e arrastá-la pela lâmina á medida que a preparação é explorada.

15. A cada objetiva que estiver usando, ajuste a iluminação do condensador e a abertura do diafragma.

16. Terminada a observação: a. Desligue a luz; b. Gire o revólver para encaixar a objetiva de menor aumento; c. Abaixe totalmente a platina; d. Retire a lâmina e limpe-a antes de guardá-la; e. Limpe as objetivas, enrole o fio no pé do microscópio e guarde-o

apropriadamente.

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3. PRÁTICAS PARA USO DO MICROSCÓPIO 3.1. Prática 1: aprendendo a usar o microscópio Materiais - Microscópio, - Lâminas, lamínulas, - Letra “E” pequena de jornal, recortada em quadrado, - Conta-gotas, - Béquer com água. Procedimentos Metodológicos − Coloque uma letra “E” na lâmina, pingue uma gota de água sobre ela e coloque a

lamínula. − Disponha a lâmina sobre a platina com a letra na posição que ela é lida por você. − Observe a imagem da letra com a objetiva de menor aumento e compare com a posição

em que se encontra no microscópio. Desenhe a imagem visualizada. − Mude para a objetiva seguinte e faça uma comparação com a imagem anterior.

Desenhe a imagem visualizada. − Faça o mesmo até a objetiva de 40X.

Questões

1. Que diferença você observou entre a posição da letra a olho nu e na imagem formada no microscópio?

2. O que você notou quanto ao tamanho da imagem e à área do campo e detalhes do material, utilizando objetivas de diferentes aumentos?

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3.2. Prática 2: aprendendo a usar o microscópio Materiais - Microscópio, - Lâminas, lamínulas, - Becker, - Pipeta Pasteur, - Papel vegetal milimetrado, - Lápis, Régua. Procedimentos Metodológicos − Trace linhas e colunas em pedaçinho de papel vegetal do tamanho da ponta do dedo

mínimo. − Pinte um quadradinho do papel vegetal. − Coloque o seu papel sobre a lâmina limpa. − Pingue duas gotas de água − Coloque a lamínula, segurando-a com o indicador. − Ponha a lâmina na platina do microscópio − Coloque na objetiva de menor aumento na posição do desenho. − Utilizando os parafusos micrométricos e macrométricos focalize. − Desenhe no círculo abaixo, tudo o que está sendo visto.

Questões Para que servem os parafusos macrométricos e micrométricos? ___________________________________________________________________ O que foi observado no quadradinho pintado? ______________________________________________________________________________________________________________________________________

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3.3. Prática 3: aprendendo a usar o microscópio Materiais - Microscópio, - Lâminas, lamínulas, - Becker, - Pipeta Pasteur, - Papel vegetal milimetrado, - Lápis, Régua. Procedimentos Metodológicos − Trace linhas e colunas em pedaçinho de papel vegetal do tamanho da ponta do dedo

mínimo. − Desenhe em dois quadradinhos os símbolos sexuais feminino e masculino (♀ ♂). − Coloque o seu papel sobre a lâmina limpa. − Pingue duas gotas de água − Coloque a lamínula, segurando-a com o indicador. − Ponha a lâmina na platina do microscópio − Coloque na objetiva de menor aumento na posição do desenho. − Utilizando os parafusos micrométricos e macrométricos focalize. − Desenhe no círculo abaixo, tudo o que está sendo observado.

Questões O que ocorreu com os símbolos? Por quê? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ O que significa para a sociedade a invenção do microscópio e seus avanços tecnológicos? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________

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3.4. Prática 4: a célula

O estudo da célula faz-se basicamente com a utilização do microscópio. Tanto com os Microscópios Ópticos quanto com os Microscópios eletrônicos.

Apenas alguns corantes como - o azul de metileno- não matam a célula (corantes

vitais). Na maioria dos casos, porém, trabalha-se com células mortas. O estudo da organização celular permite que as células sejam classificadas em dois

tipos reconhecíveis: procarióticas e eucarióticas. Somente as Bactérias e algas cianofíceas são células procarióticas, enquanto todos os demais reinos estão formados por organismos compostos por células eucarióticas.

Dessa forma, você tendo a disposição um microscópio e alguns materiais, poderá

facilmente observar suas próprias células. Materiais - Microscópio, - Lâminas, lamínulas, - Cotonetes, - Solução de azul de metileno. Procedimentos Metodológicos − Com o cotonete, raspe delicadamente a parte interna da bochecha. − Esfregue o cotonete no centro de uma lâmina num ângulo de 45º. Pingue uma gota

de água sobre o material. − Cubra o material com uma lamínula e coloque a lâmina no microscópio. − Observe primeiro o material com a objetiva de menor aumento, regulando o foco

com o botão do macrométrico e o botão do micrométrico. − Para observar em maior aumento, mude para a objetiva de aumento

subseqüentemente maior e ajuste o foco apenas com o botão do micrométrico. Anote os resultados.

− Repita o mesmo procedimento substituindo a água pelo azul de metileno. − Desenhe as células observadas e identifique suas partes

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Questões 1. Existe diferença na facilidade de observação da célula com corante? Explique. 2. De acordo com sua observação, você classifica a sua célula como eucarionte ou

procarionte? Explique. 3. Qual a razão do núcleo ficar mais corado que o citoplasma? 4. Ë possível observar a membrana citoplasmática? Justifique sua resposta. 5. Qual a importância prática de estudarmos as características celulares?

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3.5. Prática 5: a célula vegetal Em toda célula vegetal, revestindo a membrana plasmática, encontramos uma parede extremamente rígida, a Parede Celulósica. Assim, a célula vegetal está contida no interior de uma caixa rígida, a parede celular. Foram estas paredes que Robert Hooke viu em suas observações de cortes de cortiça O citoplasma das células vegetais contém, além dos plastos e vacúolos, tem as mesmas organelas da célula animal. Os plastos são organelas ligadas ao processo de fotossíntese que praticamente determinam a seqüência evolutiva dos sistemas biológicos na terra. Os vacúolos são importantes estruturas citoplasmáticas características da célula vegetal

Materiais - Microscópio, - Lâminas, lamínulas, - Pinça, - Conta gotas, - Lâmina de barbear, - Água, - Elodea sp, - Cebola.

Procedimentos metodológicos

− Segurando com a pinça uma folha de Elodea, corte-a na sua base e coloque-a sobre uma lâmina.

− Pingue uma gota de água sobre ela usando a água do recipiente em que ela se encontrava.

− Cubra com lamínula, tomando o cuidado para não deixar bolhas. − Observe ao microscópio até aumento de 400x. − Desenhe o material observado, identificando suas partes. − Com atenção, é possível ver os cloroplastos se movimentando (ciclose).

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Questões 1. Qual a posição do núcleo dentro da célula? Explique. 2. Qual a localização predominante dos cloroplastos na célula vegetal? Por quê? 3. O que é ciclose? É possível observar sempre esse evento? 4. Quais estruturas observadas que não estão presentes nas células animais? 5. Quais outras estruturas presentes somente em células vegetais que não puderam ser

observadas nessa atividade?

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3.6. Prática 6: os microorganismos As águas naturais são locais onde vivem muitos seres microscópicos. Dentre eles encontramos: protozoários, algas, nematóides. Você irá observar a diversidade de microorganismos presentes nesses ambientes. Materiais - Microscópio, - Lâminas, lamínulas, - Frasco com amostra de água (preferência poluída), - Pipeta plástica. Procedimentos Metodológicos − Pegue uma lâmina e com o auxílio de uma pipeta coloque uma gota da amostra de

água no centro da lâmina e cubra com lamínula. − Coloque a lâmina no microscópio e observe o material − Desenhe os organismos observados. Observação: Caso você tenha dificuldade em observar protozoários por se deslocarem muito rapidamente, coloque junto com a gota um pequeno pedaço de algodão.

Questões 1. O que são protozoários, algas, bactérias, vermes e a quais reinos pertencem? 2. Os microorganismos também podem ser encontrados em água poluída? 3. Quais as estruturas desses microorganismos que você conseguiu identificar?

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4. NORMAS PARA O USO DO LABORATÓRIO DE ENSINO DE CIÊNCIAS: BIOLOGIA

1. Uso obrigatório de avental (de preferência com mangas compridas); 2. Observar o horário das aulas práticas e/ou monitorias; 3. Deve-se manter sobre a mesa apenas o material que será utilizado na execução do

trabalho (as bolsas devem ser colocadas nos escaninhos); 4. O laboratório deve ser um recinto calmo. Os alunos devem sentar-se, evitando falar

em voz alta e sair desnecessariamente de seus lugares; 5. Os animais vivos devem ser mantidos afastados dos alunos e devem ser manuseados

com material adequado, apenas quando permitido pelo professor (alguns animais podem ser venenosos e/ou peçonhentos);

6. No caso de acidentes, comunicar imediatamente ao professor; 7. Os animais fixados devem ser manuseados com cuidado, somente quando permitido

pelo professor (alguns animais fixados permanecem com suas toxinas ativas durante um período pós-mortem);

8. Pinças, lâminas e lamínulas utilizadas devem ser colocadas em recipientes apropriados, que se encontram sobre a mesa;

9. Pinças ou outros objetos metálicos não devem ser inseridos nas tomadas sobre a mesa (risco de curto circuito e danificação da aparelhagem, além de choque elétrico);

10. Ler o roteiro de prática antes de iniciar o trabalho; 11. Antes de qualquer observação microscópica devem ser verificadas as condições em

que se encontram os microscópios (tipo de espelho, abertura do diafragma, posição do condensador, tipo de objetiva, etc.);

12. Antes de qualquer observação na lupa devem ser verificadas as condições em que se encontram os aparelhos (luz funcionando, tipo de objetiva, etc.);

13. Após o uso do microscópio/lupa, limpar as lentes com lenço de papel umedecido com xilol, se necessário, e deixá-lo sobre a mesa (os laboratoristas guardarão os aparelhos);

14. Sempre lavar as mãos com água e sabão após terminar o seu trabalho; 15. Não comer ou fumar no laboratório; 16. Entregar ao professor o relatório de aula prática no final dos trabalhos; 17. Somente utilizar os exemplares-temas da aula; evitar mexer em outros modelos

durante a aula; 18. Nunca brincar com os animais vivos durante uma aula, mesmo sendo

reconhecidamente inofensivos (os animais podem se estressar); 19. Zelar pelo acervo do laboratório, evitando a destruição dos exemplares e de

equipamentos; 20. Os alunos, durante as aulas ou atividades de pesquisa, deverão estar acompanhados do

professor responsável. Em casos especiais, por exemplo, de pesquisa, o professor deverá preencher a ficha específica que autoriza o aluno a desempenhar as atividades sem sua presença, mas sob a sua responsabilidade.

21. Para a utilização de animais em atividades de ensino e pesquisa deve-se respeitar os princípios éticos e práticos do uso de animais de experimentação. (Maiores informações: http://www.cobea.org.br – Colégio Brasileiro de Experimentação Animal).

Texto modificado de: Solange Peixinho; Tatiana Cardeal de Souza Monteiro; Bernardino de Almeida Monteiro Fo.

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