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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASILMINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIADEPARTAMENTO NACIONAL DA PRODUÇÃO MINERAL/ 4o DISTRITOSEÇÃO DE GEOLOGIA E EXPLORAÇÃO MINERAL
PROGRAMA NACIONAL DE ESTUDOS DOS DISTRITOS MINEIROS
PROJETO SERRITA-CEDRO
Fase I2o Edição
Recife -1995
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RESUMO
Parte integrante do Programa Nacional de Estudos dos Distritos Mineiros, desenvolvido peloDepartamento Nacional da Produção Mineral, o Projeto Serrita-Cedro tem por objetivo pesquisar umaárea de 580 km2, situada entre os municípios de Serrita e Cedro, no Estado de Pernambuco, através delevantamentos geológicos, geoquímicos e geofísicos, visando, primordialmente, a prospecção derecursos auríferos.
Em sua primeira etapa ( Fase I ), além da análise bibliográfica e estudos fotogeológicos, foramrealizados, concomitantemente, levantamentos geoquímicos e geológicos, ambos na escala 1 : 50.000,cujos resultados podem ser assim sintetizados.
Litoestratigraficamente, a sequência precambriana na área do projeto é composta dos grupos:Inferior ( gnaisses feldspáticos de médio a alto grau metamórfico, contendo lentes de anfibolito ),Salgueiro ( xistos de baixo a médio grau metamórfico ) e Cachoeirinha ( sequência metavulcânicasedimentar de baixo grau metamórfico, constituída de filitos e intercalações de metadacitos ).Intrudindo esta sequência, ocorrem “stocks” e batólitos granito-granodioríticos, que de acordo com osseus posicionamentos estratigráficos foram individualizados em três grupos distintos. A sequênciafanerozóica que aflora na porção norte da área estudada, na Bacia de Cedro, inclui os arenitosgrosseiros com níveis conglomeráticos da Formação Maurití ( Siluro-Devoniano ) e os folhelhos,argilitos e arenitos finos da Formação Brejo Santo ( Jurássico Superior ). Finalmente, encerrando todasequência, ocorrem as coberturas areno-argilosas tércio-quaternárias e as aluviões recentes.
Estruturalmente, na área do projeto, são reconhecidos dois compartimentos distintos, situadosa este e a oeste da Falha de Bezerros. No primeiro, as estruturas têm direção predominantemente NE-SW, com variações ENE-NSW. Os dobramentos apresentam comumente planos axiais com direçõesNE a ENE e mergulhos fracos para SE a ESE. No segundo, a Sinclinal do Urubu, com “plunge” paraNE e plano axial com direção NE-SW constitui a estrutura mais marcante da área.
Na área em pauta são conhecidas três gerações distintas de veios de quartzo, no entanto, asmineralizações primárias de ouro estão associadas aos veios de segunda e terceira gerações, sendo osde segunda geração mais fortemente mineralizados e portadores da associação Ag-Pb, comumenteausente nos de terceira.. Minerais metálicos tais como galena, calcopirita, pirita, arsenopirita etc.presente nos veios de segunda geração são raros ou ausentes nos de terceira.
Um total de 816 amostras de sedimentos de corrente foi analisado para ouro, arsênio e prata.O tratamento estatístico realizado através da técnica do sumário dos cinco números e de suarepresentação gráfica - diagramas de junta ( boxplots )- permitiu a delimitação de diversas zonasanômalas relacionadas aos elementos supra citados.
Dentre as zonas anômalas, foram recomendadas para estudos detalhados, aquelas situadas anorte de Riacho do Meio e a leste de Mocó, nas quais deverão ser executados levantamentospedogeoquímicos e geológicos, na escala 1 : 10.000, além de uma amostragem de sedimentos decorrente em uma fração granulométrica mais grosseira que a utilizada nesta primeira etapa ( 80 mesh ).Tal procedimento visa definir qual das frações granulométricas se adequa melhor a este tipo deamostragem, tanto na área em pauta como em outras de condições similares.
Recomenda-se também a execução de um levantamento geofísico através do métodopolarização induzida e magnetometria, numa área reconhecidamente mineralizada, com o intuito deservir de modelo para aplicação em alvos geoquímicos em condições geológicas similares.
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ÍNDICE
RESUMO.................................................................................................................................................... 2
ÍN DICE...................................................................................................................................................... 3
I IN TRODUÇÃO................................................................................................................................... 5I.1 Objetivos.............................................................................................................................................. 5I.2 Desenvolvimento do Projeto......................................................................................................... 5I.3 Equipe do projeto............................................................................................................................. 5I.4 Localização e acesso........................................................................................................................ 6I.5 Aspectos fisiográficos...................................................................................................................... 6I 6 Dados físicos de produção............................................................................................................. 7
II GEOLOGIA REGION AL............................................................................................................... 8
III GEOLOGIA LOCAL...................................................................................................................... 10III. Estratigrafia....................................................................................................................................... 10III.1.1 Grupo Inferior.............................................................................................................................. 10III.1.2 Grupo Salgueiro.......................................................................................................................... 10III.1.3 Grupo Cachoeirinha.................................................................................................................. 11III.1.4 Rochas plutônicas granulares................................................................................................ 12III.1.5 Cobertura sedimentar fanerozóica........................................................................................ 13III.1.6 Coberturas tércio-quaternárias e aluviões quaternárias................................................. 13III.2 Estruturas........................................................................................................................................ 13
IV GEOLOGIA ECON ÔMICA......................................................................................................... 16IV.1 Mineralizações auríferas primárias.......................................................................................... 16IV.2 Mineralizações auríferas secundárias..................................................................................... 17IV 3 Mineralizações ferríferas............................................................................................................. 27
V PROSPECÇÃO GEOQUÍMICA................................................................................................... 18V.1 Objetivos............................................................................................................................................. 18V.2 Metodologia...................................................................................................................................... 18i ] Amostragem........................................................................................................................................ 18ii ] Análises químicas............................................................................................................................. 18iii.] Tratamento estatístico dos resultados analíticos.................................................................. 18IV.3 Resultados........................................................................................................................................ 20V CON CLUSÕES E SUGESTÕES.................................................................................................. 28
BIBLIOGRAFIA...................................................................................................................................... 29
RESULTADOS AN ALÍTICOS........................................................................................................... 30
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AN EXOS� Mapa Geológico� Mapa de Localização das Amostras de Sedimentos de Corrente� Mapa de Distribuição de Ouro em Sedimentos de Corrente� Mapa de Distribuição de Arsênio em Sedimentos de Corrente� Mapa de Distribuição de Prata em Sedimentos de Corrente
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I.1 Objetivos
A Seção de Geologia e Exploração Mineral ( SGEM ) do 4o Distrito Regional doDepartamento Nacional da Produção Mineral, de acordo com o estabelecido no Programa Nacionalde Estudos dos Distritos Mineiros, decidiu pela execução de um projeto de pesquisa objetivando oestudo das potencialidades das mineralizações auríferas em uma área de 580 km2, situada entre osmunicípios de Serrita e Cedro, no Estado de Pernambuco ( vide item I.4).
I.2 Desenvolvimento do Projeto
Na primeira fase ( 1994-1995 ), além da análise dos dados pré-existentes e dos estudosfotogeológicos, foram executados levantamentos geoquímicos e geológicos ( na escala 1 :50.000 ) emtoda área do projeto ( figura I.1 ).
Figura I.1 Fluxograma do Projeto
I.3 Equipe do projeto
� Alarico Antônio Frota Mont’Alverne * Geólogo ( DNPM )
� Florísio Tabosa dos Anjos Geólogo ( DNPM )
� José Ricardo Ferraz Cintra Administrador ( DNPM )
� José Robinson Alcoforado Dantas ** Geólogo ( DNPM )
� Roberto Batista Santos Geólogo ( DNPM / CPRM *** )
� Valdemir Calvacante Souza Geólogo ( DNPM )
* Coordenador do Projeto** Chefe do Projeto*** Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
ESTUDOS DOS DISTRITOS MINEIROS
PROJETO SERRITA - CEDROPernambuco - Brasil
Fase I 1994 - 1995
Estudos Prévio dos Dados
Mapeamento GeológicoEscala: 1:50.000
Levantamento Geoquímico( Sedimentos de corrente )
Escala: 1:50.000
Interpretação dos Dados
Relatório da Fase I
I.4 Localização e acesso
A área do projeto abrange parte dos municípios de Serrita, Cedro e Salgueiro, no oeste doEstado de Pernambuco e está situada entre os paralelos 7o 44’ 00” e 8o 00’ 00” de latitude sul e osmeridianos 39o 10’ 48” e 39o 22’ 51” de longitude oeste ( figura.1.2 ).
A cidade de Serrita, situada na parte sul da área, dista 27 km de Salgueiro e 520 km do Recife-PE. O acesso, a partir do Recife é feito através das rodovias BR-232 e PE-507.
Figura. I.2 Mapa de localização( Modificado do PLGB - Folha Limoeiro. DNPM?CPRM, 1990 )
I.5 Aspectos fisiográficos
Clima
Na região domina o clima semi-árido, quente, do tipo Bshw’, segundo a classificação deKöppen (1979), apresentando basicamente duas estações: a de chuva, ( “ inverno” ) que abrange osmeses de fevereiro a maio e a de seca ( verão ).
A precipitação pluviomética é bastante irregular apresentando uma média anual situada emtorno de 500 mm, enquanto que a temperatura média anual é da ordem de 24o C, sendo a máxima de40o C e a mínima de 20o C.
Vegetação
A vegetação característica do nordeste do Brasil é a caatinga xerófita, do tipo semi-aberta. Trata-se deuma cobertura vegetal heterogênea, constituída basicamente de bromeliáceas e cactáceas dentre asquais se destacam macambira, marmeleiro, umburana, catingueira, xique-xique, faxeiro, juremas, etc.As árvores de médio porte, como umbuzeiro, juazeiro, aroeira, etc, se desenvolvem, principalmente, aolongo dos rios e riachos.
0 50 100 150 200 Km
Escala
Rio G. do Norte
Ceará
Paraíba
Pernambuco
AlagoasBahia
Piauí
Salgueiro
São
Francisco
Área do Projeto Serrita-Cedro
Limite interestadual
Serrita
Cedro
Capital
Cidade
JoãoPessoa
Recife
Maceió
6o
8o
10o36o38o40o42o
Represa deSobradinho
Rio
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Hidrografia
A rede hidrográfica é constituída por riachos intermitentes, sendo os principais os das Traírase o do Amolar. O padrão de drenagem é basicamente dendrítico.
Relevo
O relevo é colinoso com cota média da ordem de 480 m. A cota máxima, 756 m, ocorre naparte noroeste da área, no batólito granodiorítico do Baixio do Fumo.
I.6 Dados físicos de produção
Análises (no)QuímicasÁrea (km2) Amostras (no)
PetrográficasAu As Ag
Geoquímico * 580 809 809 809 809Geológico 580 30 1
Tabela I.1 Dados físicos de produção
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II GEOLOGIA REGIONAL
Dentro do contexto geotectônico regional do Nordeste, definido por Brito Neves (1975,1983), a área do projeto Serrita-Cedro encontra-se instalada no Domínio Central da ProvínciaBorborema, na faixa correspondente ao Sistema de Dobramento Piancó- Alto da Brígida ( figura II.1 ).
Figura. II.I Domínios geotectônicos da Província da Borborema( Brito Neves, 1983 )
Litoestatigraficamente, Silva Filho ( 1985 ) reconheceu, neste segmento geotectônico, trêsgrandes unidades precambrianas e, ao mesmo tempo que as denominou de Grupo Inferior, GrupoSalgueiro e Grupo Cachoeirinha, correlacionou-as, respectivamente, aos Grupos Uauá, Salgueiro eCachoeirinha, definidos pioneiramente por Barbosa ( 1970 ).
O Grupo Inferior, datado duvidosamente do Arqueano, é composto por duas seqüênciasdistintas e inclui biotita-hornblenda gnaisses, gnaisses quartzo feldspáticos com intercalações deanfibolitos ( Unidade 1.) e silimanita xistos as vezes migmatizados ( Unidade 2 ). Cortando todo oconjunto, e também de idade Arqueana , ocorrem granitóides foliados, às vezes porfiroblásticos.
O Grupo Salgueiro é constituído por uma seqüência metavulcânica sedimentar de baixo amédio grau de metamorfismo, datada do Proterozóico Médio. Predominam na seqüência, muscovitaxistos, ( Grupo Salgueiro Indiviso ); quartzitos ( Unidade 1 ); muscovita xistos ocasionalmentegrafitosos, metavulcânicas básicas com intercalações de calcários e níveis ferríferos ( Unidade 2 );metavulcânicas ácidas e intermediárias ( Unidade 3 ); metarenitos feldspáticos finos e calcíferos (Unidade 4 ); e metavulcânicas básicas e ácidas ( Unidade 5 ).
I
III
IV
CosteiraProvíncia
Parnaíba
Vb
Va
Vc
II
42oW 41oW 39oW
Província
37oW 35oW
5oS
7oS
9oS
11oS
Craton deSão francisco
II
a
b
c
d
e
f
Província da Borborema
Domínio Sergipano
Domínio Central
Domínio Rio Caraú
Seridó
Piancó-Alto da Brigida
Riacho do Pontal-Rio Preto
Domínio Jaguaribiano ( III )
Domínio Centro-Oriental (IV )
I
II
V
Va
III
IV
Província Parnaiba
Província Costeira a - Apodi b - Pernambuco- Paraíba c - Sergipe-Alagoas d - Tucano Sul e - Tucano Centro g - Jatobá
Área do Projeto Serrita-Cedro
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O Grupo Cachoeirinha; do Proterozóico Superior, compreende três unidades, compostas demetarenitos feldspáticos, filitos ( Unidade 1 ); metarenitos, filitos ardosianos, metaconglomeradosintraformacionais e níveis ferríferos ( Unidade 2 ); metarenitos feldspáticos ou líticos, filitos eintercalações de metatufos e metavulcânicas ácidas ( Unidade 3 ).
Dentre as rochas plutônicas granulares proterozóicas, destacam-se os granitos porfiróides egranodioritos que cortam o Grupo Salgueiro e os dioritos e quartzo dioritos intrudidos no GrupoCachoeirinha.
Finalmente, encerrando a seqüência litoestratigráfica regional ( quadro II.1 ), ocorrem asunidades fanerozóicas ( Paleozóico-Mesozóico ) constituintes das bacias sedimentares interiores doAraripe, Cedro e Mirandiba, além das coberturas arenosas e argilo-arenosa tércio-quaternárias e dasaluviões quaternárias.
Regionalmente, a seqüência estratigráfica pode ser sintetizada conforme quadro II.1.
ERA PERÍODO UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICASQuaternário AluviõesCeno-
zoíco Terciário Diques ácidos e básicosFm. Exu
Fm. Arajara
Fm. SantanaMédio
Fm. Rio Batateira
Fm Marizal
Cre
táce
o
Inferior Fm. AbaiaraFm. Missão Velha
Mes
ozói
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Jurás-sico Superior
Fm. Brejo SantoFm. Brejo Santo Fm Aliança
Fm. MoxotóFm. IbimirimDevoniano
Siluriano
Bac
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Fm. Maurití ( ouCarirí )
Bac
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Fm. Maurití (ouCarirí ou Tacaratu )
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Fm. Tacaratu
Pale
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co
Cambriano DiquesGranitos e monzonitos
Superior Grupo Cachoeirinha
Prot
eroz
óico
Médio -Inferior Grupo Salgueiro
Prec
ambr
iano
Arqueano Grupo Uauá / Complexo gnáissico-migmatítico
Quadro II – Coluna estratigráfica regional
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III GEOLOGIA LOCAL
Apesar da ausência de alguns termos litológicos, todas as unidades descritas no capítuloanterior estão presentes na área do Projeto Serrita-Cedro ( figura III.1 ), havendo, no entanto, umanítida predominância do Grupo Salgueiro sobre os demais.
III.1 Estratigrafia
III.1.1 Grupo Inferior ( pHgn )
Ocorre restritamente na parte noroeste da área, constituindo uma faixa de afloramento que seestende na direção ENE-WSW, por cerca de 2 km, com uma largura média de 1 km, ultrapassando oslimites da área mapeada. Ao norte limita-se dos filitos do Grupo Cachoeirinha por intermédio da falhade Cedro, sendo recoberta ao sul pelos remanescentes sedimentares da Bacia do Cedro e pelascoberturas areno-argilosas tércio-quaternárias, oriundas dos granitos e metassedimentos adjacentes.
Aflora ali a seqüência representativa da unidade basal do Grupo Inferior, compostaprimordialmente de gnaisses quartzo-feldspáticos, de médio a alto grau metamórfico, contendo biotita,muscovita, hornblenda, epidoto e granada em proporções variáveis. De um modo geral, apresentam-sebem bandados, com granulação média a grosseira e tonalidades esbranquiçadas a acinzentadas. Nafaixa cataclástica desenvolvida ao longo da falha transcorrente de Cedro, a identificação da protorochaé bastante difícil, entretanto, nos locais menos deformados, é possível reconhecer-se o biotita gnaissede granulação média, finamente bandado, com delgados veios de quartzo, cisalhados.
Ao microscópio, segundo Leal ( 1993 ) os gnaisses essencialmente quartzo feldspáticosapresentam uma textura granoblástica, mostrando uma alternância de níveis quartzosos e níveisfeldspáticos, constituindo cerca de 90 % da composição total da rocha. Secundariamente, estãopresentes granada (3 %), minerais opacos (± 5%) e epidoto (± 1 %).
Os muscovita-gnaisses, mostram uma alternância de níveis muscovíticos e níveis quartzo-feldspáticos, onde o quartzo e o feldspato representam 85% da rocha, seguidos da muscovita ( 10% ),clorita ( 3% ), granada e zircão ( 2% ).
Os epidoto-hornblenda gnaisses são compostos de quartzo, feldspato ( 75 % ), hornblenda (15 % ), epidoto ( 7 % ), apatita, biotita, muscovita e opacos, que reunidos totalizam 3 % dacomposição mineralógica da rocha.
Intercalados concordantemente nos diversos termos gnáissicos, ocorrem veios anfibolíticosnegros a esverdeados, finos a médios, de textura granoblástica, compostos essencialmente dehornblenda ( 65 % ) e plagioclásio ( 20 % ). Como acessórios tem-se granada (5 %), titanita ( 5 % ),opacos ( 4 % ), calcita, clorita, apatita e anfibólio alcalino (1 %).
III.1.2 Grupo Salgueiro ( pHs )
O Grupo Salgueiro, constitui a unidade mais representativa, haja vista que ocupa cerca de 70% da área pesquisada. Na porção noroeste da área limita-se do Grupo Cachoeirinha através da falhatranscorrente de Bezerros, enquanto que ao norte, o seu contato com a seqüência sedimentar da Baciade Cedro é balizado, na sua maior parte, por falhas normais.
A sua área de domínio exibe um relevo ondulado com altitudes variando de 400 (nos vales dosrios principais) a 560 metros, estando, invariavelmente, recoberta por um solo residual amarelado e/ ou
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avermelhado, de composição areno-argilosa, contendo, em abundância, fragmentos e seixos dequartzo.
Litologicamente, compreende uma seqüência meta-pelítica monótona, de baixo a médio graumetamórfico, cujas variações faciológicas são determinadas pelo conteúdo relativo de seuscomponentes mineralógicos essenciais, tais como quartzo, biotita, muscovita e plagioclásio, aos quaisassociam-se, ocasionalmente, granada e cordierita.
Os estudos de detalhe executados pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM( Castro, 1984 ), em partes das regiões central e norte da área em apreço, individualizaram duasporções distintas do ponto de vista litológico: nas porções central e sul, predominam muscovita-plagioclásio xistos com granada, dispostos em determinados locais, de modo alternado com muscovitaxistos, enquanto que na parte norte afloram quartzo xistos com muscovita e granada, contendointercalações de xistos ferruginosos, talco xistos e xistos a cordierita. Destas apenas temrepresentatividade cartográfica, os xistos a cordierita aflorantes numa faixa de direção NE-SW, comlargura média em torno de 1 km.
Na área do projeto, predominam xistos de coloração cinza escura e cinza prateada,granulometria fina a média, xistosidade bem desenvolvida e sinuosa. Em alguns locais observa-se odesenvolvimento de clivagem de crenulação.
A associação litológica dominante é representada pelos quartzo- plagioclásio- muscovitaxistos, contendo, freqüentemente, biotita e, raramente, granada e cordierita. Em diversas localidadesobserva-se a presença de muscovita xistos, ocorrendo de modo alternado com os xistos acimadescritos.
Intercalados na sequência ocorrem níveis de quartzitos cinza a creme, compactos, mostrando-se em geral bastante silicificados. Em continuidade à faixa mapeada pela CPRM ( Castro, 1984, op. cit.) afloram os xistos a cordierita.
III.1.3 Grupo Cachoeirinha ( pHc )
Ocorre na extremidade noroeste da área estudada, ocupando o núcleo da Sinclinal do Urubu,constituindo um relevo ondulado com altitude média em torno de 520 metros. Entretanto, no limitenorte da área mapeada, a NE de Minador, o relevo chega a atingir a cota máxima de 680 metros.
Inclui uma seqüência metavulcano-sedimentar de baixo grau metamórfico, composta de filitosesverdeados, contendo, de acordo com Leal ( 1993 ), intercalações de metadacitos esbranquiçados,finos a médios. Os filitos mostram uma textura lepidoblástica a granolepidoblástica e coloraçãopredominantemente verde , sendo compostos essencialmente de quartzo e sericita, incluindo ainda,biotita, plagiocásio, titanita, turmalina, e minerais opacos.
Considerando a participação ( em valores percentuais ) dos diversos minerais na composiçãodos filitos, Leal (op. cit. ) classificou-os de metargilitos, metassiltitos e metarenitos, em conformidadecom os sedimentos pretéritos.
Os metargilitos, ou biotita-sericita filitos, tem uma coloração verde escura e são compostosessencialmente de sericita e biotita. Os filitos que contém quartzo em quantidade considerável (quartzo-biotita sericita-xistos ) e apresentam uma coloração esverdeada a cinza esverdeada,correspondem aos metassiltitos, enquanto que aqueles primordialmente quartzosos, pouco micáceos,de granulação mais grosseira e de ocorrência menos freqüente, foram classificados de metarenitosfinos. Na área do projeto há uma nítida predominância dos metassiltitos sobre os demais.
III.1.4 Rochas plutônicas granulares ( pHJ )
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Estas rochas, a exemplo do que propôs Silva Filho ( 1985 ), foram aqui reunidas em doisgrupos, tomando por base o seu posicionamento estratigráfico em relação aos metassedimentosencaixantes . Desta forma foram individualizados os grupos J3 e J1/ J2, que ocorrem no seio dos gruposSalgueiro e Cachoeirinha, respectivamente.
As rochas incluídas no primeiro grupo ( J3 ) afloram em diversas localidades mostrandoformas e dimensões distintas, estando o corpo principal localizado nas imediações oeste de Serrita.Trata-se de um batólito, de forma aproximadamente circular, cujo eixo maior, com cerca de 8,5 km deextensão, se alinha no sentido NE-SW. O seu contato com o Grupo Salgueiro é marcado, na sua maiorparte, por falhas que são facilmente identificadas, tanto no campo como em aerofotos.
Petrograficamente, predominam os tipos granodioríticos, de coloração média a grosseira,isotrópicos, mostrando-se orientados nas bordas, devido provavelmente às falhas. Preenchendofraturas dos granodioritos ocorrem veios de quartzo algumas vezes portadores de ouro.
Em lâminas delgadas exibem textura hipidiomórfica e xenomórfica granular e sua composiçãoinclui quartzo, plagioclásio, microclina e biotita, como minerais essenciais, e zircão, apatita e titanitacomo acessórios.
Corpos semelhantes ao de Serrita afloram em outras localidades, merecendo destaque o“ stock” granito-granodiorítico situado na fazenda Barra Verde ( fora da área do projeto ), tendo emvista que muitas de suas fraturas encontram-se preenchidas por veios de quartzo polimetálicosportadores de mineralizações auríferas economicamente interessantes.
Encaixadas concordantemente nos filitos do Grupo Cachoeirinha ou no contato deste com oGrupo Salgueiro, ou com o Grupo Inferior, as rochas plutônicas granulares relacionadas ao grupo J1,
formam, muita vezes, um relevo arrasado, atingindo cotas inferiores àquelas ocupadas pelas litofáciesadjacentes. Encontram-se bastante intemperizadas, e em geral constituem matacões de dimensõesvariadas, dispersos num solo residual arenoso e grosseiro.
Nos locais mais preservados da ação intempérica, exibem uma textura isotrópica, coloraçãocinza e granulação média a grosseira.
Ocorrem em diferentes localidades da área mapeada, no entanto estão melhor representadasna extremidade noroeste e na proximidade da fazenda Bezerros, mostrando, cada uma delas,características peculiares quanto a forma e relevo.
Na primeira localidade, constitui um “ stock” alongado na direção NNE-SSW, encaixado,geograficamente, entre o Riacho Santo Antônio a leste e o Riacho das Pintadas ao sul e leste. Naporção oeste, seu contato com os filitos do Grupo Cachoeirinha é normal, enquanto que ao sul e aleste é marcado por falhas de direções E-W e NNE-SSW, respectivamente.
De uma maneira geral, exibe um relevo arrasado, pouco ondulado, ocupando na áreaperiférica, o mesmo plano topográfico ( altitude em torno de 520 metros ) das rochas encaixantes. Emdireção ao centro do corpo a topografia torna-se mais acentuada, chegando a atingir a cota máxima de760 metros na localidade próxima ao Baixio do Fumo.
Segundo Silva e Filho ( 1985 ), predominam neste grupo quartzo dioritos e granodioritos,entretanto, Aguiar ( l993 ), em estudos realizados neste corpo, afirma que os quartzo dioritosencontram-se distribuídos em forma de xenólitos, dentro do hornblenda-biotita tonalito agranodiorito, com epidoto.
Na fazenda Bezerros, forma um corpo estreito e alongado na direção NE-SW, mostrando umrelevo arrasado, com cotas inferiores àquelas das encaixantes. É limitado a leste e a oeste dos GruposSalgueiro e Cachoeirinha através das falhas transversais de Bezerros e Malhada Bonita,respectivamente.
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Mesoscópica e microscopicamente, apresentam as mesmas características do corpo descritoanteriormente, diferindo apenas quanto à forma e dimensões.
Na extremidade sul da área de domínio do Grupo Cachoeirinha aflora uma rocha escura, degranulação média a grosseira, que ao alterar-se dá origem a um solo argiloso avermelhado. Em lâminadelgada, apresenta uma textura granular média, constituída por um agregado de quartzo, plagioclásio,algum k-feldspato, biotita e horblenda. Acessoriamente aparecem titanita, zircão, apatita e opacos,enquanto que entre os minerais de alteração destacam-se epidoto, clorita, sericita e argilominerais. Suascaracterísticas macro e microscópicas associadas à composição mineralógica, permite classifica-la comobiotita-quartzo diorito ( J2 ).
III.1.5 Cobertura sedimentar fanerozóica ( SDm/ Jbs )
A cobertura sedimentar fanerozóica que constitui a Bacia de Cedro, aflora na parte norte daárea do projeto em contato discordante ou falhado com o Grupo Inferior ao norte e o GrupoSalgueiro ao sul.
Litoestratigraficamente, compreende duas unidades que, considerando os objetivos do projeto,não foram individualizadas cartograficamente.
A unidade inferior ou Formação Mauriti, também denominada, por alguns autores deFormação Tacaratu ou Formação Cariri é composta de arenitos grosseiros, contendo níveisconglomeráticos. Por se tratar de uma unidade afossilífera, sotoposta, discordantemente, à seqüênciamesozóica lhe é atribuída uma idade paleozóica ( Siluriano-Devoniano ).
A unidade superior, denominada de Formação Brejo Santo ou Formação Aliança, é compostapor uma seqüência de folhelhos, argilitos e arenitos vermelhos, cuja associação paleontológica, deconchostráceos e, principalmente, de ostrácodes, lhe confere uma idade mesozóica (JurássicoSuperior).
III.1.6 Coberturas tércio-quaternária e aluviões quaternárias ( TQc, e Qal )
Encerrando a seqüência estratigráfica da área mapeada, ocorrem coberturas areno-argilosastércio-quaternárias, além das aluviões quaternárias desenvolvidas ao longo dos principais rios.
III.2 Estruturas
Na organização estrutural da área do Projeto Serrita-Cedro, são reconhecidos doiscompartimentos distintos, situados a leste e a oeste da falha de Bezerros.
O compartimento leste, encerra estruturas de direções predominantemente NE-SW, comvariações para ENE-WSW, evidenciadas através de zonas de cisalhamentos e mini dobramentos. Taisdobramentos mostram freqüentemente planos axiais de direção NE a ENE e mergulhos fracos paraSE e ESE, refletindo a presença de estruturas maiores ( sinformes e antiformes ), destacando-se entreelas a Sinclinal de Serrote.
Via de regra estas dobras menores mostram características recumbentes e são afetadas poroutro dobramento de plano axial próximo à vertical e direção ENE, responsável pelo desenvolvimentode clivagem de crenulação que, por sua vez, deram origem a uma destacada foliação.
No compartimento oeste , a estrutura mais marcante está relacionada à Sinclinal do Urubu, deatitude normal, com plano axial de direção NE-SW e “ plunge” para NE. Esta estrutura encontra-seseccionada ao norte pela falha NNE-SSW do Riacho das Pintadas e ao sul pela falha de MalhadaGrande, que se desenvolve na direção NE-SW, aproximadamente.
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9130000
9132000
9134000
9136000
9138000
9140000
9142000
9144000
m N
458000 460000 462000 464000 466000 468000 470000 472000 474000 476000 478000 480000
m E
SERRITA
Baixio do Fumo
Bezerros
Canafístula
Uruguai
Gameleira
IbacipePirapora
Massapê
Alegre
Tubibas
Juá
Cruz
Santa Cruz
Minador
Barriguda
Baixio do Juá
Melos
Saburá
Mocó
Riacho do Meio
Baixio Grande
Serrote
Baixio do Ouro
Feijão
Indiana
Cabeceiras
Falha
de B
ezer
ros
AB
AB
B
B
B
B
A
A
A
A
40
35
75
30
30
60
65
20
20
80
25
25
35
40
55
20
55
10
20
35
40
15
30
10
65
50
20
40
20
15
25
2515
ESCALA (km)
LEGENDA
Origem da quilometragem UTM: Equador e meridiano 39graus W. GR. acrescidas as constantes 10.000 e 500km, respectivamente.
0 1 2 3 4 5
1:100.000
Cobertura arenosa e areno argilosa
Formações Mauriti (SDm) e Brejo Santo (Jbs), indiferenciadas.
Granodiorito (P 1) e Quartzo diorito (P 2)
Grupo Cachoeirinha (filitos com intercalações de metadacitos)
P 3 Granodioritos e granitos
�� ��
P s Grupo Salgueiro (Biotita-muscovita xistos, dominantes, com intercalações de muscovita xistos, granada xistos, cordierita xistos (co) e quartzitos (qz)
� �� Grupo Inferior (Quartzo-biotita gnaisse com intercalações de anfibolitos
Contato litológico
Contato litológico inferido
Falha normal
� � � � ��� � � ��
Falha indeterminada
Eixo de dobra anticlinal
Eixo de dobra sinclinal inferido
Atitude de foliação
AB
40
�� �
�� � ��� �
)LJXUD�,,,����� 0DSD�*HROyJLFR
IV GEOLOGIA ECONÔMICA
IV.1 Mineralizações auríferas primárias
As mineralizações primárias na área Serrita-Cedro, estão associadas a veios de quartzo, que,segundo Castro ( 1984 ), podem ser classificados em três tipos, conforme a época em que foramgerados. Destes apenas os de primeira geração são desprovidos de qualquer interesse econômico.
Os veios de segunda e terceira gerações mostram diferenças marcantes entre si, principalmentereferentes as mineralizações metálicas. Assim, enquanto os veios de segunda geração são portadores demineralizações em ouro, prata e chumbo com boas perspectivas econômicas, aqueles de terceira sãofracamente mineralizados. As diferenças básicas entre os veios de quartzo acima mencionados, estãomostradas no tabela IV.1.
Veios de Quartzo – Geração:1a 2a 3a
Mineralizações Estéril Au, Ag e Pb Au (fracamente).Extensão máxima 2,0 m 450,0 m ~ 100,0 mLargura máxima < 0,5 m 1,0 m 4,0 m
Minerais metálicos Ausentes Galena, pirita, calcopiririta,arsenopirita e hematita.
Raros ou ausentes.
Textura
Maciça ou sacaroidal, comcavidades preenchidas ounão por óxido de ferro.
Brechoide a maciça com pou-cas cavidades.
Maciça freqüentemente,com cavidades em geralpreenchidas por óxido deferro.
ColoraçãoBranca, sub-hialino. Marrom avermelhda a ama-
lada, acizentada, sub-hialinosBranca a leitosa as vezessub-hialinos.
Grau de oxidaçãoRaro ou ausente. Incipiente em alguns veios,
forte em outros originandoum aspecto pulverulento.
Incipiente em alguns vei-os e ausente em outro.
Grau de fraturamentoFraco Forte, mostrando-se em vá-
rios locais cizalhados.Fraco
Direção/ MergulhoConcordante com as encai-xantes.
70o – 100o / ( discordantecom as encaixantes ).
60o – 80o / Sub-verticais( discordantes com as en-caixantes.
ExcaixantesTodas as unidades precam-brianas
Xistos do Grupo Salgueiro egranodioritos
Xistos do Grupo Salguei-ro e granodioritos
Tabela IV.1� Características dos veios de quartzo da área do Projeto Serrita Cedro
Os veios mineralizados de um modo geral encontram-se encaixados nos xistos do GrupoSalgueiro, no entanto, na fazenda Barra Verde e nas proximidades de Serrita mostram umcomportamento anômalo, uma vez que preenchem fraturas no granodiorito. Nestes locais ocorrem emmaior quantidade e menos espessos do que aqueles presentes nas áreas de domínio dos xistos.
Estruturalmente ocorrem sempre em áreas de intenso fraturamento, associados a zonas decisalhamentos.
Dantas & Vieira Filho( 1990 ), distinguiram três tipos de veios levando em consideração ocaracter textural, quantidade de sulfetos, intensidade de oxidação, etc. inerentes a cada um deles. Noentanto, afirmam não existir áreas preferenciais para ocorrência dos mesmos, pois tanto podem
��
ocorrer isoladamente, como estar reunidos em uma única área. Neste caso, sempre há predominânciade um sobre os demais.
Dentro do contexto de Dantas & Vieira ( op. cit. ), os veios de quartzo auríferos podem serassim descritos
• Veios de quartzo leitoso com leves tons acinzentados, contendo uma pequena quantidadede sulfetos, principalmente galena, pirita, e calcopirita. Em geral estão bastantescisalhados, constituindo brechas, em cujos planos de partição, preenchidos por óxidos deferro, concentra-se o ouro. São mais característicos e frequentes no setor Saburá -Malhada Vermelha, porém ocorrem também, nos garimpos de Gameleira de Baixo eGameleira de Cima.
• Veios de quartzo sub-hialinos a leitosos e pouco fraturados, algumas vezes bem
ferruginosos, e com aspecto cariado. A quantidade de sulfeto varia de local para local,chegando a constituir bolsões localizados, de galena e/ ou pirita, conforme pode serobservado nos setores de Barra Verde e Riacho do Meio. Estes tipos de veios estãopresentes ainda nos garimpos de Poços dos Cachorros, Baixio do Ouro e Baixio do Juá.
• Veios de quartzo leitoso, contendo níveis compactos de hematita, nos quais o ouro acha-
se melhor concentrado. A intensa oxidação é responsável pelo aspecto pulverulento,característico destes veios. Ocorrem principalmente nos garimpos de Gameleira de Baixoe Gameleira de Cima.
IV.2 Mineralizações auríferas secundárias
Na área em questão não foi detectado um só garimpo que viesse corroborar a existência dedepósito de ouro aluvionar. Entretanto na área pesquisada pela Companhia de Pesquisa de RecursosMinerais - CPRM, e posteriormente pela Serrita Mineração Ltda, foram constatadas a existência deconcentrações de ouro aluvionar, todavia, sem apresentar nenhum interesse econômico.
IV.3 Mineralizações ferríferas
As mineralizações ferríferas presentes na área do projeto foram classificadas por Silva Filho (1985 ) em duas categorias distintas, levando em conta o modo de ocorrência.
A primeira categoria compreende impregnações de hematita nos talco xistos do GrupoSalgueiro encontrados ao norte e sul da sede do município de Serrita. Na segunda, a hematitaencontra-se associada aos veios de quartzo que ocorrem nas localidades de Juá e Serrote ( parte SE daárea ) intercalados nos xistos do grupo acima mencionado.
Em ambos os casos são desprovidos de interesse econômico, entretanto, os veios de quartzocontendo hematita mostram-se potencialmente mais interessantes tendo em vista que, alguns delescontêm ouro associado, a exemplo do que ocorre nos garimpos de Gameleira I e II, no município deCedro.
��
V PROSPECÇÃO GEOQUÍMICA
V.1 Objetivos
O levantamento geoquímico através de sedimentos de corrente teve como objetivo adelimitação de zonas anômalas relacionadas a mineralizações auríferas.
V.2 Metodologia
�i.� Amostragem
Foram coletadas 809 amostras de sedimentos de corrente numa área de 580,0 km2,proporcionando uma densidade de 1,4 amostras por km2.
As amostras foram coletadas de maneira composta nos leitos ativos dos riachos, da superfícieaté uma profundidade da ordem de 10 cm, em trechos retilíneos e peneiradas no próprio local. Afração inferior a 80 mesh foi quarteada e duas amostras de 50 gr foram obtidas, uma para análisesquímicas e outra como sobressalente.
Foram registradas informações a respeito da geologia local, características dos riachos,vegetação e possibilidades de contaminação.
As coordenadas geográficas de cada amostra foram obtidas através do Sistema dePosicionamento Global, usando receptores Ensign-GPS. Durante os trabalhos de campo foi utilizadauma base topográfica, planimétrica, na escala 1 : 50.000, confeccionada a partir de fotografias aéreas naescala l : 32.500. Posteriormente as amostras foram plotadas numa base topográfica na escala 1 :50.000, obtida através da ampliação e adaptação ( a partir do mapa supracitado ) de parte da folhaSB.24-Y-D-VI ( JARDIM ), escala 1:100.000, da SUDENE.
�ii.� Análises químicas
As amostras foram enviadas para a Nomos Análises Químicas Ltda., no Rio de Janeiro, paradeterminações das concentrações de ouro, arsênio e prata. Os métodos analíticos com os respectivoslimites de detecção são mostrados na tabela V.1 e os resultados analíticos são encontrados em anexo.
Métodos Analíticos Limites de DetecçãoOuro Absorção atômica 0,50 ppbArsênio Colorimetria 1,00 ppmPrata Absorção atômica 0,20 ppm
Tabela IV.1 � Métodos analíticos e limites de detecção
�iii.� Tratamento estatístico dos resultados analíticos
Os resultados analíticos foram tratados estatisticamente com auxílio de um computador, paraisto o valor igual a metade do limite de detecção de cada método analítico foi tomado para asconcentrações inferiores aos referidos limites.
Neste mister utilizou-se a Análise Exploratória de Dados ( Exploratoy Data Analysis - EDA ).Frequentemente os dados analíticos refletem propriedades que dificultam o tratamento estatístico, taiscomo: considerável saída do modelo ideal, comportamento polimodal, excesso de valores anômalos (
��
inferiores e superiores ), etc. O método acima citado apresenta técnicas gráficas e numéricas quesuprimem estes problemas.
Comumente os dados analíticos são tratados de acordos com os parâmetros da distribuiçãolog ( normal ), contudo esta suposição muita vezes falha ao descrever o real comportamento dosdados. A Análise Exploratória de Dados é uma maneira informal de tratamento de dados, ao tempoque introduz uma variedade de técnicas simples, mas efetivas. Os métodos estatísticos descritivos sãobaseados nos próprios dados e não em modelos distribucionais.
Segundo Kürzl ( 1988 ) os métodos da Análise Exploratória de Dados que provaram sermuito úteis nas descrições e análises dos dados geoquímicos estão abaixo especificados:
� 5-números sumários ( 5-number summaries )� diagramas de juntas ( boxplots )� curvas de densidades ( dencity traces )� diagramas de dispersão uno-dimensional ( one-dimensional scatterplots )� diagramas de quantis ( quantiles plots )
Os resultados analíticos foram tratados através das técnicas do sumário dos cinco números edos diagramas de juntas, sendo esta última uma expressão gráfica da primeira. Estes métodos estãoresumidamente comentados abaixo enquanto os demais são omitidos visto que não são objetos destetratamento
O sumário dos cinco número, abaixo mencionados, mostram as características maisimportantes de um grupo de dados.
� valor máximo ( maximum ) - máx� junta inferior ( lower hinge ) - ji → 25% dos dados� mediana ( median ) - m → 50% dos dados� unta superior (upper hinge ) - js → 75% dos dados� valor mínimo ( minimum ) - mín
Figura. V 1 � Diagrama de juntas
A diferença entre as juntas ( figura. V.1 ), denominada dijunta ( dj ), indica a variabilidade emtorno da tendência central.
Valores limiares - “ thresholds” - podem ser introduzidos nos diagramas. Um valor éconsiderado anômalo ( va ) - “ outlier” - se as seguintes condições forem satisfeitas:
GMMY �� ∗− 5,1� [1]
GMMY � ∗+ 5,1� [2]
O lado direito das inequações acima definem respectivamente os limites interno inferior ( lii ) esuperior ( lis ).
ve lei va lii pai ji m js pas lis va les ve
Valores não anômalos
��
No caso da prospecção geoquímica os valores utilizados para definições de anomalias sãoaqueles que satisfazem a condição [2].
Nos diagramas de juntas ainda podem ser representados os pontos adjacentes inferior ( pai )esuperior ( pas ) - “ lower and upper whiskers” -, valores que se situam imediatamente antes dos limitesinternos inferior e superior, e definem a amplitude dos valores não anômalos - “ non-outlier range” - .
Adicionalmente podem ser representados os valores extremos ( ve )-“ extremes” -, definidos através dasinequações [3] e [4], onde o lado direito definem, respectivamente, os limites externos inferior ( lei ) esuperior (les ).
GMMY !" ∗− 0,3� [3]
GMMY #$ ∗+ 0,3� [4]
V.3 Resultados
A tabela V.2 apresenta o sumário do tratamento estatístico baseado nos diagramas de juntas.
mín. lei lii pai ji m js pas lis les máx.
Ouro 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 2.434,00
Arsênio 0,50 -26,00 -12.50 20,00 1,00 4,00 10,00 20,00 23,50 37,00 2.750,00
Prata 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 7,80
Tabela V.2 � Sumário estatístico baseado nos diagramas de juntas. Mín - valor mínimo, lei - limiteexterno inferior, lii - limite interno inferior, pai - ponto adjacente inferior- ji - junta inferior,m. - mediana, js - junta superior, pas - ponto adjacente superior, lis - limite interno superior, lês- limite externo superior, máx. - valor máximo.
Os histogramas para ouro, arsênio e prata ( logarítimos decimais ), mostram uma grandequantidade de valores baixos ( figuras. V.2, V.3 e V.4), causada pelo excesso de teores inferiores aoslimites de detecção dos métodos analíticos.
0s percentuais de resultados analíticos para ouro e prata abaixo dos limites de detecção forammuito elevados ( 80,6 e 81,1 %, respectivamente ). As distribuições dos referidos elementos estãofortemente truncadas, artificialmente, pelo limite de detecção dos métodos analíticos e a obtenção dosparâmetros estatísticos de cada distribuição torna-se impossível. As figuras V.5 e V.8 apresentam osdiagramas de juntas elaborados utilizando-se os resultados analíticos destes elementos. Os limitesinternos superiores para ouro e prata são respectivamente 0,25 ppb e 0,10 ppm, consequentementevalores maiores que os limites de detecção dos métodos analíticos, 0,50 ppb para ouro e 0,20 ppm paraprata, foram considerados anômalos.
O histograma do arsênio ( figura V.3 ) mostra uma aderência ao modelo de distribuiçãolognormal e 21,4 % dos teores estão abaixo do limite inferior de detecção do método analítico. Avisualização do diagrama de juntas ( figura V.6 ) está prejudicada em função da escala utilizada tendoem vista a amplitude dos resultados analíticos, todavia foi feita uma ampliação do trecho do diagramaonde estão situados os principais parâmetros ( figura V.7 ). O pequeno valor da disjunta ( 9 ppm ),indica que na parte central da distribuição as concentrações têm uma variabilidade baixa. O diagramaexibe uma assimetria positiva e os valores anômalos desviam-se bastante do corpo principal de dadosde maneira que distorceriam os parâmetros clássicos das distribuições. De acordo com os critériosanteriores foi estabelecido um limiar igual a 23,50 ppm. ( lis ). Valores maiores que 10,00 ppm ( js )menores ou iguais a 23,50 ppm foram considerados concentrações elevadas.
��
No intuito de verificar o grau de dependência entre os elementos acima referidos, foramelaborados diagramas de dispersão ( figuras V.9, V.10, e V.11 ) e uma matriz de correlação ( tabela V.3). Os resultados devem ser vistos com cautela, haja vista o alto percentual de amostras comconcentrações inferiores aos limites de detecção dos métodos analíticos e a influência de "outliers".
Log10Au Log10As Log10Ag
Log10Au 1,00
Log10As 0,51 1,00
Log10Ag 0,54 0,39 1,00
Tabela V.3 � Matriz de correlação
Figura V.2 � Histograma para ouro
Figura. V.3 � Histograma para arsênio
Expected
Categoria ( limite superior)
log10 As ( As em ppm)
Freq
üênc
ia re
lativ
a (%
)
21,3844
10,25957
13,72064
28,43016
15,9456
6,674907
1,1124841,1124840,9888750,370828 0
0
5
10
15
20
25
30
35
-0,70 -0,28
0,14 0,55
0,97 1,39
1,81 2,23
2,65 3,06
3,48 3,90
Expected
Categoria ( limite superior)
Log10 Au (Au em ppb)
Rel
ativ
e Fr
eque
ncy
(%)
80,5933
2,595797
6,551297
2,9666252,9666251,1124840,7416560,7416561,2360930,494438 0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
-0,700 -0,291 0,118 0,527 0,936 1,345 1,755 2,164 2,573 2,982 3,391 3,800
��
Figura. V.4 � Histograma para prata
Figura V.5 � Diagrama de juntas para ouro
Figura. V.6 � Diagrama de juntas para arsênio.
Figura V.7 � Diagrama de juntas para arsênio,parcialmente ampliado.
Expected
Categoria (limit superior)
Log10 Ag (Ag em ppm)
Freq
uenc
ia re
lativ
a (%
)
81,08776
0
9,0234865,93325
1,977750,4944380,2472190,2472190,3708280,4944380,123609
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
-1,200 -0,991 -0,782 -0,573 -0,364 -0,155 0,055 0,264 0,473 0,682 0,891 1,100
Non-Outlier Max = 20Non-Outlier Min = 0,75% = 1025% = 1Median = 4OutliersExtremes
Arsênio (ppm)0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Non-Outlier Max = 0,Non-Outlier Min = 0,75% = 0,2525% = 0,25Median = 0,25Extremes
Ouro (ppb)0 500 1000 1500 2000 2500
Non-Outlier Max = 20Non-Outlier Min = 0,75% = 1025% = 1Median = 4OutliersExtremes
Arsênio (ppm)0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
��
Figura. V.8 � Diagrama de juntas para prata
Figura V.9 � Diagramas de dispersão log10A u x log10A s
Figura. V.10 � Diagramas de dispersão log10A u xlo10A g
Non-Outlier Max = 0,Non-Outlier Min = 0,75% = 0,125% = 0,1Median = 0,1Extremes
Prata (ppm)0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Correlação: r = 0,53895
Log10Au (Au em ppb)
Log 1
0Ag
(A
g em
ppm
)
-1,2
-0,8
-0,4
0,0
0,4
0,8
1,2
-1 0 1 2 3 4
Correlação: r =0,50752
Log10Au (Au em ppb)
Log 1
0As
(A
s em
ppm
)
-1
0
1
2
3
4
-1 0 1 2 3 4
��
Figura. V.11 � Diagramas de dispersão A g x A s
Os mapas anexos apresentando as distribuições das concentrações de ouro arsênio e prata nossedimentos de corrente, e a figura V.12 mostrando a distribuição das concentrações anômalas dosreferidos elementos, foram elaborados usando os resultados dos diagramas de juntas.
Ouro
Os teores de ouro variaram de menor que 0,50 ( limite de detecção do método analítico ) a2.434,00 ppb e o percentual da amostras com concentrações inferiores ao limite de detecção é de 80,6%. Como o valor do limite interno superior ( lis ) é 0,25 ppb, todos os valores maiores que o limite dedetecção do método analítico ( 0,50 ppb ) foram considerados anômalos e as seguintes zonas anômalasforam obtidas:
% Leste de Baixio do Fumo
% Região noroeste e nordeste de Saburá
% Nordeste de Bezerros
% Três zonas a este-sudeste de Melos
% Duas zonas a oeste de Uruguai
% Nordeste de Tubibas
% Sudeste de Tubibas
% Sul-sudeste de Tubibas
% Juá
% Oeste de Baixio Grande
% Oeste de Alegre
% Norte de Riacho do Meio
% Oeste de Pirapora
% Nordeste de Ibacipe
% Baixio do Ouro
Arsênio
O percentual de amostras com concentrações inferiores ao limite de detecção foi de 21,4 % eos resultados analíticos variaram de menor que l,00 a 2.750,00 ppm. O limite interno superior ( 23,50ppm ) permitiu a identificação das seguintes zonas anômalas:
Correlação: r =0,39187
Log10As (As em ppm)
Log 1
0Ag
(A
g em
ppm
)
-1,2
-0,8
-0,4
0,0
0,4
0,8
1,2
-1 0 1 2 3 4
��
% Leste de Minador
% Sul de Bezerros
% Norte de Uruguai
% Leste de Mocó
% Oeste de Alegre
% Norte de Riacho do Meio
% Nordeste de Ibacipe
Prata
Os resultados analíticos referentes a este elemento variaram de 0,20 a 7,80 ppm e 81,1 % dasamostras apresentaram resultados analíticos menores que o limite inferior de detecção. Visto que olimite interno superior foi 0,10 ppm, todos valores superiores ao limite de detecção do métodoanalítico ( 0,20 ppm ) foram tomados como anômalos, desta forma as seguintes zonas anômalas foramobtidas:
% Duas zonas a sul de Feijão
% Norte de Indiana
% Noroeste de Serrita
% Norte de Tubibas
% Leste de Mocó
% Norte de Santa Cruz
% Oeste de Alegre
% Norte de Alegre
% Norte de Riacho do Meio
As concentrações mais elevadas de ouro arsênio e prata são encontradas predominantementeao longo dos riachos do Amolar e das Trairas e na parte nordeste da área.
As zonas anômalas de ouro situadas à norte de Riacho do Meio e a oeste de Alegre sedestacam pelos teores elevados deste elemento e por coincidirem com outras de arsênio e prata ( figuraV.12 ), também de teores elevados. A primeira zona é atravessada pela falha do Logradouro comdireção NE-SW, enquanto que a segunda situa-se entre as falhas do Riacho do Meio e da Barra Verde,ambas com direção NE-SW ( figura V.12 ).
Na zona anômala situada nas regiões noroeste e nordeste de Saburá ocorrem duas estaçõesnuma área de afloramento de granito-granodiorito.
Diversas estações anômalas de ouro estão situadas no batólito granítico-granodiorítico deSerrita, porém não constituem zonas anômalas Todavia são conhecidas mineralizações de ouroassociadas a chumbo e prata, em veios de quartzo encaixados neste batólito, onde estão sendodesenvolvidas atividades garimpeiras. Do mesmo modo, mineralizações de ouro associada a prata echumbo ocorrem em veios de quartzo encaixados no “ stock” granítico-granodiorítico de Barra verde,onde também estão sendo desenvolvidas atividades garimpeiras.
Uma pequena zona anômala foi delineada na área de afloramentos do batólito granodioríticodo Baixio do Fumo.
As concentrações anômalas de ouro, arsênio e prata encontradas ao longo dos riachos dasTrairas e do Amolar ( principais cursos d’água da área ), podem ser interpretados como resultados dasintensas atividades garimpeiras nas localidades drenadas pelos citados riachos (Barra Verde, Ingá,Tabuleirinho, Poços dos Cachorros etc.).
Fig. V.12 � Concentrações anômalas de ouro. arsênio e prata em sedimentos de corrente
SERRITA
Baixio do Fumo
Bezerros
Canafístula
Uruguai
Gameleira
IbacipePirapora
Massapê
Alegre
Tubibas
Juá
Cruz
Santa Cruz
Minador
Barriguda
Baixio do Juá
Melos
Saburá
Mocó
Riacho do Meio
Baixio Grande
Serrote
Baixio do Ouro
Feijão
Indiana
Cabeceiras
9116000
9118000
9120000
9122000
9124000
9126000
9128000
9130000
9132000
9134000
9136000
9138000
9140000
9142000
9144000
m N
458000 460000 462000 464000 466000 468000 470000 472000 474000 476000 478000 480000
m E
&('*),+.-/+
1:200.0000 1 2 3 4 5
Origem da quilometragem UTM: Equador e meridiano 39graus W. GR. acrescidas as constantes 10.000 e 500km, respectivamente.
/(*(1'$Au > O,50 ppb
As > 23,50 ppm
Ag > 1,00 ppmEsta
ções
anô
mala
s
Garimpo de ouro (ativo ou inativo)Au
Bacia Sedimentar de Cedro
Estrada asfaltada (PE-507)
Estrada de revestimento solto
Localidade
Cidade
Área do Projeto Serrita (CPRM)
Através do mapa geológico e de distribuição de arsênio pode ser observado que asconcentrações menores ou iguais ao limite de detecção do método analítico, 1,00 ppm, se situam deum modo geral nos batólitos graníticos-granodioríticos, enquanto que valores maiores que 1,00 ( ji ) emenores que 10,00 ppm ( js ) ocorrem aleatoriamente nos riachos que drenam as rochas dos GruposInferior Salgueiro e Cachoeirinha. Concentrações superiores a 10,00 ppm, e inferiores ou iguais a 23,50ppm ocorrem nos limites das zonas anômalas ou formando agrupamentos isolados, algumas vezescoincidentes com zonas anômalas de ouro ou prata..
A zona anômala de prata a oeste de Mocó encontra-se atravessada por uma falha ( direçãoENE-WSW) e coincide com uma de arsênio. Vale salientar que as zonas anômalas de prata a noroestede Serrita e norte de Indiana ocorrem no batólito granítico-granodioritíco de Serrita, enquanto queaquelas a sul de Feijão estão localizadas em outros dois corpos graníticos no extremo sudeste da área.
Por ocasião do Projeto Serrita ( CPRM ), desenvolvido numa área situada na porção centro-norte da área deste projeto, foram realizadas análises químicas em sedimentos de corrente para cobre,chumbo, zinco e arsênio. No intuito do comparar os resultados, os dados analíticos foramreinterpretados através da Análise Exploratória de Dados ( Santos, l994 ). Os resultados referentes aarsênio não revelaram a continuidade da zona anômala deste elemento situada a norte de Riacho doMeio, no limite da área do projeto supracitado ( figura V.12 ), apenas uma estação anômala foidetectada nesta localidade. Uma outra estação, com teores anômalos de chumbo, zinco e cobre, foidetectada a oeste da referida zona.
A tabela V.3 apresenta os coeficientes de correlação entres os elementos em pauta. O valor0,68, do coeficiente de correlação entre ouro e arsênio indica a existência de um bom relacionamentoentre estes elementos, do mesmo modo ocorre entre ouro e prata ( 0,62 ). Entre prata e arsênio, ocoeficiente de correlação, 0,48, indica um menor grau de dependência. De um modo geral as anomaliasde ouro, arsênio e prata estão espacialmente relacionadas e desta forma pode-se pensar que arsênio eprata podem ser usados como “ pathfinders” para ouro em condições geológicas similares.
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VI CONCLUSÕES E SUGESTÕES
O levantamento geoquímico através de sedimentos de corrente realizado na área do ProjetoSerrita-Cedro revelou diversas zonas anômalas de ouro, arsênio e prata, havendo coincidência entreelas ou entre algumas delas. O tratamento estatístico através da Analíse Explotatória de Dados (sumário dos cinco número/ diagrama de juntas ), mostrou-se efetivo na detecção de zonas anômalas.Os coeficientes de correlação indicam que o arsênio e a prata podem ser utilizados como “ pathfinders”para ouro nesta e em regiões com condições geológicas similares. Embora não tenham sido detectadaszonas anômalas de ouro no batólito granítico-granodiorítico de Serrita, as zonas anômalas de prata sãobastante sugestivas, mesmo porque são conhecidas mineralizações de ouro, associadas a prata echumbo, em veios de quartzo encaixados nestas rochas. A distribuição das concentrações de arsêniona área é bastante interessante dentro do contexto geológico uma vez que delimita, de um modo geral,os corpos granodioríticos e as rochas dos Grupos Inferior, Salgueiro e Cachoeirinha.
Tendo em vista os resultados obtidos foram sugeridas as seguintes zonas anômalas paraestudos detalhados, através de levantamentos pedogeoquímicos.
0 Norte de Riacho do Meio
0 Leste de Mocó
A primeira constitui uma importante zona anômala de ouro coincidente com zonas anômalasde arsênio e de prata, e a segunda uma zona anômala de arsênio coincidente com uma de prata, ondefoi detectada uma concentração de ouro de 762,00 ppb.
Uma amostragem de sedimentos de corrente utilizando a fração granulométrica inferior a 50mesh é recomendada no intuito de verificar sua efetividade na prospecção geoquímica através desedimentos de corrente nesta área e em outras similares.
Prospecção geofísica detalhada, orientativa, através dos métodos polarização induzida,resistividade e magnetometria, é recomendada em áreas de mineralizações conhecidas com o propósitode servir de modelo para aplicação em alvos geoquímicos em condições geológicas similares.
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BIBLIOGRAFIA
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Resultados Analíticos
* Obs.: Os resultados analíticos menores que o limite de detecção dos métodos analíticos estão precedidos dosinal "-" ( menos).