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Projetos Póstumos de Brás Cubas

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Page 1: Projetos Póstumos de Brás Cubas

Colégio Galois, BrasíliaColégio Galois, BrasíliaProfessor Hélio JustinoProfessor Hélio Justino

LiteraturaLiteratura

Aluna: Fernanda BrandãoAluna: Fernanda Brandão de Souzade Souza

Turma: 8ª série BTurma: 8ª série B20082008

Machado de Assis

Ivan Jaf

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Ivan Jaf é um escritor, roteirista e editor nascido em 5 de janeiro de 1957 no Rio de Janeiro. Fez Filosofia e Comunicação na faculdade UFRJ, porém, não completou nenhum dos dois cursos. Em 1980, foi roteirista de histórias em quadrinhos (terror e ficção científica) publicadas em revistas nacionais e uma revista italiana. Também fez o roteiro do filme Maleita, em 1998, que foi premiado pelo Sundance Institute. Atualmente, Ivan Jaf tem 51 anos, mora no Rio de Janeiro, tem um filho chamado Pedro e possui 36 livros publicados, entre eles, “O Super Tênis”, “A Primeira vez”, “O Vale da Eternidade”, “O Vampiro que descobriu o Brasil”, e, é claro, “Projetos Póstumos de Brás Cubas”.

Joaquim Maria Machado de Assis foi um cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, nascido na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Ainda muito novo, ele perdeu a mãe, então foi criado pela madrasta, Maria Inês, no morro do Livramento. A madrasta se dedicou ao menino e o matriculou na escola pública, mas com a morte do pai, em 1851, Machadinho, como era chamado, tornou-se vendedor de doces. Portanto, só assistia às aulas quando não estava trabalhando. Mas mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender.

Aos 16 anos, o poema “Ela”, seu primeiro trabalho literário, foi publicado. E, com 17 anos, conseguiu emprego como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, quando começou a escrever durante o tempo livre. Então, passou a publicar obras românticas e, em 1859, foi revisor e passou a escrever para jornais e revistas.

Seu primeiro livro foi impresso em 1861, com o título “Queda que as mulheres têm para os tolos. No ano de 1862, era censor teatral e nessa época, passa a colaborar em O Futuro, órgão sob a direção do irmão de sua futura esposa. Então, publicou seu primeiro livro de poesias. Mais tarde, é nomeado ajudante do diretor de publicação do Diário Oficial.

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Em 12 de novembro de 1869, casa-se com Carolina Augusta Xavier de Novais. Foi uma união feliz, mas sem filhos, que durou 35 anos, até a morte de sua esposa.

Seu primeiro romance, “Ressurreição”, foi publicado em 1872. E logo, começou a publicar em folhetins o romance “A mão e a luva”. Além disso, escreveu crônicas, contos, poesias e romances para revistas. E sua primeira peça teatral foi encenada no Imperial Teatro Dom Pedro II em junho de 1880. Também foi nomeado para o cargo de primeiro oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Em 1881, Machado assume o cargo de oficial de gabinete. No ano de 1889, tornou-se diretor da Diretoria do Comércio no Ministério.

Grande amigo do escritor paraense José Veríssimo, que dirigia a Revista Brasileira, em sua redação promoviam reuniões os intelectuais que se identificaram com a idéia de criar uma Academia Brasileira de Letras. Então, no dia 28 de janeiro de 1897, quando se instalou a Academia, Machado foi eleito presidente da instituição, cargo que ocupou até sua morte, ocorrida no Rio de Janeiro em 29 de setembro de 1908.

Machado de Assis teve várias obras importantíssimas publicadas, entre elas, “Dom Casmurro”, “Esaú e Jacó”, “Quincas Borba”, “Papéis Avulsos” e “Memórias Póstumas de Brás Cubas” - que foi considerado marco do realismo na literatura brasileira.

“Memórias Póstumas de Brás Cubas” foi publicado em 1881, e este se tornou um livro muito importante, pois inaugurou o Realismo brasileiro. Machado de Assis, ao escrevê-lo foi muito atrevido. Contou a história da vida inútil e desperdiçada do anti-herói Brás Cubas e, para isso utilizou elementos inovadores. Apresentou as mais radicais experimentações na prosa do país até então, fez um narrador que era um defunto, utilizou-se bastante da ironia como um recurso para fazer o leitor desconfiar das declarações, pensamentos e conclusões de Brás Cubas. Ou seja, Machado coloca vários recursos narrativos e gráficos inusitados, conseguindo surpreender a cada página e prender a atenção até do leitor mais desconfiado.

A história é contada por Haroldo Paiva, um narrador-personagem que também é intruso, pois, toda hora, ele mesmo fala com leitor: conta o que vai acontecer nos próximos capítulos, faz promessas ao leitor e uma vez ele diz: “Não. Não vou me expor assim a um leitor que nem conheço.” É como se ele realmente estivesse falando com o leitor, interagindo com

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ele e criando certa intimidade. Além disso, o narrador tem uma característica bem diferente: ele é póstumo – apesar de descobrirmos no final que ele está apenas em coma -, ou seja, por estar morto ele consegue ter uma ótica diferenciada, consegue ver tudo com mais clareza, por poder ler a mente das pessoas, estar em qualquer lugar ou qualquer época. O que acaba fazendo-o mudar seu ponto de vista em relação ao que costumava fazer quando estava vivo. Percebe como ele tem poucos amigos de verdade, como as pessoas, entre elas, seu cunhado e irmã, são corruptas e traidoras. E ele mesmo consegue ver seus erros: como esnobava aos outros, tinha uma vida inútil e desperdiçada. O narrador possui todas essas características, pois, sem elas, a história não poderia ter sido contada dessa forma. Primeiramente, se o narrador não fosse póstumo, ele não poderia estar conversando com Brás Cubas e não poderia fazer muitas coisas de fantasmas, como ler a mente das pessoas, viajar no tempo, estar em qualquer lugar... E, se Haroldo não tivesse aquele jeito desleixado de playboy, não seria possível fazer as críticas em relação à imagem, ao tédio, a ambição, e outros assuntos abordados. Sem contar que, a comparação entre a vida de Brás Cubas e a de Haroldo Paiva só pôde ser feita, pois ambos tinham muitas semelhanças no estilo de vida, independente da época.

A história tem um espaço temporal diluído. Mas podemos perceber que a história se passa em alguns poucos dias, tempo em que Haroldo Paiva entra em coma e volta ao normal. Na obra há algumas passagens que expressam tempo, podemos citar: durante o meu velório (pg.14); dois capítulos atrás (pg. 18); depois da morte da minha mãe (pg. 32); É cedo (pg. 46); Quando cheguei à agência (pg.51); entre outras.

A história acontece no Rio de Janeiro – espaço mais amplo. Mais restritamente, há outros espaços físicos, como o cemitério, a empresa publicitária, a casa da irmã de Haroldo, a sala de aula da faculdade onde Tânia lecionava. Podemos apontar as transformações que ocorreram no Rio de Janeiro entre a época de Brás Cubas e a de Haroldo Paiva. Nos tempos de Brás Cubas, tudo era menos moderno. Era época da escravidão, portanto as paisagens eram marcadas por engenhos, escravos vendendo às ruas, prédios coloniais, mulheres com vestidos longos. Já na era de Haroldo Paiva, nos dias atuais, o Rio de Janeiro possui muitos prédios com arquitetura moderna, aonde muitos trabalhadores, normalmente vestidos de terno, se dirigem diariamente, enquanto algumas pessoas vão se divertir nas famosas praias da cidade ou, outras, vivem em favelas e mendigam esmolas ou até cometem crimes.

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O principal conflito da história é Brás Cubas e Haroldo Paiva quererem inventar o emplastro Brás Cubas. Portanto, eles passam por muitos obstáculos para conseguirem torná-lo real. Apesar de que, no final, descobrimos que no futuro o emplastro não alcançaria as expectativas das personagens, porque a irmã e o cunhado de Haroldo passariam a provocar mais e mais depressão para a população comprar mais e mais emplastros, e eles ganharem mais dinheiro ainda. Além desse conflito, podemos observar outros secundários: como Haroldo querer namorar Tânia, mas não poder por causa das diferenças de classes sociais; o fato de Haroldo ficar com medo de não ter a companhia de Brás Cubas e ficar só e sem nada para fazer enquanto morto; outro conflito é de Haroldo querer tanto falar para a irmã da traição do marido e vice-versa, mas não poder por estar morto; e Haroldo querer ter seu lugar de volta na sociedade, sem ser substituído no trabalho logo após a morte ou ser esquecido pelos “amigos” é outro conflito.

As duas personagens principais são Brás Cubas e Haroldo Paiva. Brás Cubas é uma personagem de Machado de Assis que viveu no século XIX. Brás Cubas era muito formal, um senhor de casaca preta de cetim, calça e cartola também pretas, fartos bigodes e óculos sem aro presos ao nariz. Vivia apoiado em uma bengala. Em “Projetos Póstumos de Brás Cubas” ele estava morto e foi quem guiou o narrador, Haroldo, para entender a vida de fantasma. Mas enquanto vivo, era aquele tipo de pessoa que leva uma vida inútil e despreocupada, aproveitando-se apenas do status social que leva por hereditariedade. Mas quando vira um fantasma, ele se torna mais experiente apesar de ser ainda muito interesseiro e orgulhoso. Fica consciente de como aproveitou a vida apenas com futilidades e tem muita vontade de mudar o passado. Portanto, se esforça muito para conseguir que seu nome seja lembrado pelo emplastro Brás Cubas. Haroldo Paiva tinha uma incrível semelhança com Brás Cubas enquanto vivo, também tinha o estilo de playboy, vivia por causa do dinheiro do pai, apenas se divertindo e não fazendo nada de útil. Precisou muito da ajuda de Brás Cubas para enxergar como ainda não sabia viver. Homem de 56 anos, morador do Leblon, esnobe e ambicioso. Trabalhava como publicitário numa empresa que o pai havia lhe comprado.

As personagens secundárias são Tânia, Almir e Roberta. Tânia era por quem Haroldo era apaixonado. Uma mulher de quarenta anos, bonita, traços marcantes, cabelos pretos e lisos até a cintura, olhos brilhantes. Era professora de literatura numa faculdade de Letras. Era humilde e pertencia a uma classe social mais baixa. Roberta era a irmã mais velha de Haroldo. Era gananciosa e ambiciosa. Casara-se com Almir, por ele ser trabalhador, então ela não precisaria trabalhar apesar de ser presidente de uma agência publicitária. Dormia até tarde e depois ficava vendo filmes. Almir, vice-presidente da agência de propaganda e cunhado de

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Haroldo, era ganancioso e esperto. Apesar de muito trabalhador, traía a esposa e desviava dinheiro da empresa.

Apesar de não haver personagens antagonistas na história, há o antagonismo. Este se refere a quando Haroldo percebe as atitudes erradas que cometia quando vivo, e começa a repensar sobre elas. Admite que estivesse errado e que se começasse a levar a vida mais a sério poderia ser muito mais útil para a sociedade e para ele mesmo. Então não teria morrido se lamentando de não ter feito nada.

O clímax mais importante da história é no penúltimo capítulo: “A Revelação”, quando Brás Cubas está desaparecendo e Haroldo se vê prestes a ficar sozinho. Então, Cubas faz a maior revelação de todas: que Haroldo, assim como ele, era personagem de livro, e aquilo só estava acontecendo com eles pois nem um dos dois existiam realmente. O que nos leva a questionar nossa existência.

A obra conta a história de Haroldo Paiva, um publicitário que, ao morrer em um acidente de carro, vai para um cemitério e lá encontra o fantasma de uma das personagens mais famosas de Machado de Assis: Brás Cubas. Este, por acaso, tem enormes semelhanças com Haroldo. Quando vivo também levava uma vida inútil e despreocupada, usufruindo apenas o dinheiro do pai. Mas não é só isso que faz Cubas despertar interesse pelo recém-morto, ele também se interessa pela empresa de publicidade que Haroldo tem. Porque dessa forma ele realizaria o seu sonho de fazer alguma coisa para ser lembrado, o que não havia feito durante a vida. O seu objetivo era realizar um emplastro que curava as pessoas do tédio. Deixava todos felizes. Para isso, a nova dupla de fantasmas entra na cabeça das pessoas, vai a diferentes lugares a fim de realizarem o sonho de Brás Cubas. Porém, depois eles viajam no tempo para ver qual será o futuro da humanidade com o emplastro. E descobrem que não é bom. As pessoas continuavam a sofrer, mas com um sorriso no rosto. E sofriam até mais, pois mais guerras e tristezas eram provocadas para as pessoas comprarem mais e mais emplastros. Então, eles voltam ao tempo atual, e Cubas desaparece, pois já poderia descansar em paz, já havia tentado se destacar. E Haroldo descobre que, na verdade, não havia morrido, tinha apenas passado um período em coma.

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A história de Ivan Jaf se passa nos dias atuais. Dessa forma, o autor foi capaz de utilizar fatos existentes no dia-a-dia para envolver os relatos da história e as características ambiciosas de Haroldo. Como a empresa publicitária, o atual bairro Leblon, entre outros. Mas, Brás Cubas, que viveu em outro período, também tinha os defeitos de ser esnobe, ganancioso, interesseiro como Haroldo. Sem contar que relativamente tinham o mesmo status na sociedade. Mas como há mudança até de século, essas semelhanças são encaixada cada uma no seu próprio contexto histórico, dando verossimilhanças às duas obras.

A época em que viveu Brás Cubas era no segundo reinado, que começa em 23 de julho de 1840, quando Dom Pedro II é declarado maior de idade, e vai até 15 de novembro de 1889, com a proclamação da República. É um período de consolidação das instituições nacionais e de desenvolvimento econômico. Em sua primeira fase, entre 1840 e 1850, o país passa por uma série de repressões aos movimentos rebeldes e separatistas, reorganizações do cenário político em bases bipartidárias, introduções de práticas parlamentaristas inspiradas no modelo britânico; reorganizações da economia pela expansão da cafeicultura e normalizações do comércio exterior, principalmente com o Reino Unido.

Na segunda metade do século XIX, as manifestações culturais mantêm as influências européias, mas cresce a presença de temas nacionais. O romantismo é marcante na literatura até o final do século XIX, quando cede lugar para o realismo. Aluísio Azevedo é um dos mais completos autores do período com sua obra “O mulato”. E “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, também é outro marco do realismo. No século XIX, no período do segundo reinado, o maior representante da crítica social na literatura é Machado de Assis. Este funda a Academia Brasileira de Letras, em 1876, da qual é o primeiro presidente. Na poesia, destaca-se Castro Alves, que, por sua dedicação à causa abolicionista, é um dos primeiros representantes da arte engajada no Brasil.

Então, é possível perceber o motivo pelo qual Machado de Assis escreveu “Memórias Póstumas de Brás Cubas” com o contexto histórico do século XIX. Porque ele mesmo viveu naquela época e participou de todas as classes sociais, e como não podia deixar de ser, já se destacava desde então.

O livro de Ivan Jaf, “Projetos Póstumos de Brás Cubas”, tem, principalmente, relação intertextual com a obra de Machado de Assis, “Memórias Póstumas de Brás Cubas”. Isto está nítido já de princípio pelo fato de ambos terem Brás Cubas como personagem em comum. Também há a questão do narrador, em ambas as obras eles são póstumos. Depois, podemos perceber que Ivan Jaf fez uma espécie de continuação para a obra de Machado de Assis, realizando um desejo inacabado que Brás Cubas não fez durante a vida.

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Algumas das citações feitas no livro de Ivan Jaf foram de escritores ingleses do século XVIII, como Pascal, Schopenhauer e Montaigne, além de Laurence Sterne, escritor inglês que morreu em 1768 e escreveu “A vida e as opiniões do Cavalheiro Tristam Shandy”. Estes escritores foram citados, pois foram em quem Machado de Assis se espelhou para escrever “Memória Póstumas de Brás Cubas”. E Sterne foi quem comparou a sensação de um menino quando cavalgava seu cavalinho-de-pau com a do homem feito que encontra uma idéia fixa a que se apegar. Outras pessoas citadas foram o músico Jimmy Hendrix; Picasso e Van Gogh, famosos pintores; e Raul Seixas, cantor e compositor anarquista brasileiro. Estas pessoas eram quem Haroldo gostaria de conhecer enquanto fantasma.

A obra de Ivan Jaf, “Projetos Póstumos de Brás Cubas” não é atemporal ou universal, pois só é conhecida aqui no Brasil, não é traduzida em nenhuma outra língua e provavelmente ela logo será esquecida pelos próprios brasileiros. Porém, o tema que o livro aborda é com certeza atemporal e universal. Porque as diferenças sociais, o tédio, a ganância, o egoísmo, a falta de caráter, – temas da obra – acontecem em qualquer sociedade de qualquer época. No próprio livro isto é comprovado, pois faz uma comparação entre Brás Cubas e Haroldo Paiva. Ambos, apesar de serem de épocas diferentes, passavam pelos mesmos tipos de situações: os dois eram privilegiados por serem de classe alta e, portanto, se aproveitavam daqueles com menos poder aquisitivo. Como Brás Cubas disse que fazia com um moleque da casa onde morava, e o mesmo fazia Haroldo com o filho do seu motorista. A obra de Machado de Assis, assim como o tema, também é atemporal e universal, pois foi escrita no século XIX e até hoje é lida e discutida não só pelos brasileiros, como pelo mundo inteiro.

O livro aborda muitos temas que fazem parte da nossa realidade. Como o emplastro, ele representa a grande quantidade de antidepressivos que são comprados diariamente. O egoísmo e a ganância, quantas vezes não vemos pessoas passarem a perna na outra por inveja? Também, em relação à imagem, temos como exemplos o caso Isabella, no qual os pais, os, muito prováveis, assassinos (fingem que) choram, (ensaiam) para falar que não foram eles que cometeram o crime. Provavelmente nem são verdades, mas falam isso para manter uma imagem. Também teve o caso do Ronaldo, que ele ensaia o que falar para a mídia, para abafar o caso de que dormiu com travestis e que estava drogado. Tudo para manter a imagem.

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A obra de Ivan Jaf nos leva a refletir sobre muitos assuntos que fazem parte das sociedades de todas as épocas e lugares: as diferenças sociais – como há uma grande concentração de renda enquanto tantos morrem de fome -, a questão da manipulação – devemos ficar atentos até que ponto as televisões, jornais, revistas, pessoas nos manipulam para fazer o que elas querem -, o tédio – a cada dia mais e mais gente compra antidepressivos -, a imagem – as pessoas tem que ter certo cuidado, ainda mais se for pessoa pública, de qual imagem está passando para os outros -, a falsidade das pessoas – a maioria se preocupa apenas com a questão do ter e não do ser. Também é falado no final do livro, que devemos nos perguntar se existimos mesmo, se não somos apenas personagens. Porque até no livro nós fomos personagens, fomos os leitores.