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__________________________________________________________________________________________ Mostra de Iniciação Científica e Mostra de Criação e Inovação ISSN: 2316 -1566 Getúlio Vargas RS - Brasil 1 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU PROLAPSO DA GLÂNDULA DA TERCEIRA PÁLPEBRA EM CÃO DA RAÇA BULLDOG INGLÊS RUDNICKI, Héllen Ferreira ¹ [email protected] DUARTE, Elton Cleicimar¹ [email protected] PINTO, Gleissa Webber¹ [email protected] PODENSKI, Anderson¹ [email protected] ZAT, Stefani¹ [email protected] FACCIN, Angela² [email protected] SEBEN, Juliana Gottlieb² [email protected] PANDOLF, Rafael² [email protected] CARNEVALI, Taiane Rita² [email protected] GUIMARAES, Tarcisio Guerra² [email protected] RIBEIRO, Ticiany Maria Dias 2 [email protected] BARRIQUELLO, Almir Luis² [email protected] RITTER, Filipe² [email protected] ¹ Discentes do Curso Medicina Veterinária, Nível 5 2016/1- Faculdade IDEAU Getúlio Vargas/RS. ² Docentes do Curso Medicina Veterinária, Nível 5 2016/1 - Faculdade IDEAU Getúlio Vargas/RS. RESUMO: O prolapso da glândula da terceira pálpebra caracteriza-se pelo edema e inflamação da glândula, resultando em exposição desta no canto naso medial do olho. Esta é uma patologia relativamente comum nos canídeos, acometendo principalmente cães jovens, dos três meses aos dois anos de idade de ocorrência uni ou bilateral. A predisposição genética das raças como Beagle, do Cocker Spaniel, e de algumas raças braquicefálicas incluindo Lhasa Apso, Shih-Tzu e Bulldog. O presente estudo relata o tratamento cirúrgico utilizando a técnica de Moore, do prolapso da glândula da terceira pálpebra bilateral, em um cão, com aproximadamente um ano de idade e da raça, Bulldog Inglês atendida em uma clínica particular da cidade de Erechim. O procedimento cirúrgico usando a técnica de Moore continua sendo a técnica cirúrgica de fácil aprendizado, mais simples de se realizar e não afeta a mobilidade da terceira pálpebra. Por isso recomenda-se que frente a um caso de prolapso da glândula da terceira pálpebra, se realize um procedimento cirúrgico, que vise reposicionar a glândula evitando assim que o animal apresente problemas secundários causados por técnicas cirúrgicas que venham a danificar ou retirar a glândula prolapsada. Palavras-chave: Exposição Glandular, Caninos, Reposicionamento Cirúrgico.

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PROLAPSO DA GLÂNDULA DA TERCEIRA PÁLPEBRA EM CÃO

DA RAÇA BULLDOG INGLÊS

RUDNICKI, Héllen Ferreira ¹

[email protected]

DUARTE, Elton Cleicimar¹

[email protected]

PINTO, Gleissa Webber¹

[email protected]

PODENSKI, Anderson¹

[email protected]

ZAT, Stefani¹

[email protected]

FACCIN, Angela²

[email protected]

SEBEN, Juliana Gottlieb²

[email protected]

PANDOLF, Rafael²

[email protected]

CARNEVALI, Taiane Rita²

[email protected]

GUIMARAES, Tarcisio Guerra²

[email protected]

RIBEIRO, Ticiany Maria Dias2

[email protected]

BARRIQUELLO, Almir Luis²

[email protected]

RITTER, Filipe²

[email protected]

¹ Discentes do Curso Medicina Veterinária, Nível 5 2016/1- Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.

² Docentes do Curso Medicina Veterinária, Nível 5 2016/1 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.

RESUMO: O prolapso da glândula da terceira pálpebra caracteriza-se pelo edema e inflamação da glândula,

resultando em exposição desta no canto naso medial do olho. Esta é uma patologia relativamente comum nos

canídeos, acometendo principalmente cães jovens, dos três meses aos dois anos de idade de ocorrência uni ou

bilateral. A predisposição genética das raças como Beagle, do Cocker Spaniel, e de algumas raças

braquicefálicas incluindo Lhasa Apso, Shih-Tzu e Bulldog. O presente estudo relata o tratamento cirúrgico

utilizando a técnica de Moore, do prolapso da glândula da terceira pálpebra bilateral, em um cão, com

aproximadamente um ano de idade e da raça, Bulldog Inglês atendida em uma clínica particular da cidade de

Erechim. O procedimento cirúrgico usando a técnica de Moore continua sendo a técnica cirúrgica de fácil

aprendizado, mais simples de se realizar e não afeta a mobilidade da terceira pálpebra. Por isso recomenda-se

que frente a um caso de prolapso da glândula da terceira pálpebra, se realize um procedimento cirúrgico, que

vise reposicionar a glândula evitando assim que o animal apresente problemas secundários causados por técnicas

cirúrgicas que venham a danificar ou retirar a glândula prolapsada.

Palavras-chave: Exposição Glandular, Caninos, Reposicionamento Cirúrgico.

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ABSTRACT: The prolapsed third eyelid gland is characterized by swelling and inflammation of the gland,

resulting in an exposure of the nasal medial canthus. This is a relatively common disease in dogs, affecting

mainly young dogs three months to two years of age occur unilateral or bilateral. Genetic predisposition breeds

like Beagle, Cocker Spaniel, and some brachycephalic breeds including Lhasa Apso, Shih- Tzu and Bulldog.

This study reports the surgical treatment for prolapse Moore technique gland of the third eyelid bilateral, the dog,

with about one year of age and race, English Bulldog treated at a private clinic in the city of Erechim. The

surgical procedure by Moore's technique remains the surgical technique easier to learn, simple to perform and

does not affect the mobility of the third eyelid. There fore it is recommended that before a case of the third

eyelid gland prolapse, to conduct a surgical procedure aimed at repositioning the gland thus preventing the

animal shows secondary problems caused by surgical techniques that may damage or remove the gland

prolapsed.

Keywords: Glandular Exhibition, Canines, Surgical Repositioning.

1. INTRODUÇÃO

A terceira pálpebra ou membrana nictitante é uma prega semilunar (GELATT &

GELATT, 2001), que tem origem na porção ventromedial da órbita, é formada por uma

cartilagem e coberta pela conjuntiva, fornecendo sustentabilidade ao conjunto ocular (FILHO,

2004; CUNHA, 2008). Segundo Filho (2007), na sua base localiza-se uma glândula

considerada como glândula lacrimal acessória, responsável por cerca de 30% a 40% da

produção da fração aquosa do filme lacrimal.

Anatomicamente, o sistema lacrimal é constituído por uma porção secretora e outra

excretora, responsáveis, respectivamente, pela produção e drenagem do filme lacrimal

(SLATTER, 1990; WALDE et al., 1998; DYCE et al., 2004). Topograficamente, situa-se na

base da cartilagem hialina, na superfície interna da terceira pálpebra (BLOGG, 1980;

DIESEM, 1986; HABIN, 1993; WALDE et al., 1998) conectada por um retináculo, aos

tecidos orbitários adjacentes (CONSTANTINESCU, 2005).

Gelatt (1991) informou que o prolapso glandular é mais frequente em animais jovens,

com até dois anos de idade, de ocorrência uni ou bilateral. Em relação ao prolapso da

glândula, sabe-se que existe a suscetibilidade racial do Beagle, do Cocker Spaniel, e de

algumas raças braquicefálicas incluindo Lhasa Apso, Shih-Tzu e Bulldog (GELATT, 2003;

EDELAMANN et al. 2013). Esta afecção raramente é relatada em gatos, pois nesta espécie o

retináculo periorbitário apresenta fibras de músculo liso que o mantêm mais fixo à fáscia

periorbitária (CHRISTMAS, 1992; SCHOOFS, 1999; CHAHORY et al., 2004).

Para Smith & Petrelli (1978), o prolapso do lobo orbital está mais relacionado ao

relaxamento do tecido subcutâneo decorrente de edema palpebral recorrente, tornando a

pálpebra fina, flácida e enrugada. Esse processo é conhecido como blefarocalase. Existem

outras causas que determinam o prolapso da glândula, entre elas podemos destacar o

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afrouxamento natural, com o decorrer da idade, das estruturas ligamentares e musculares

responsáveis pela sustentação da glândula lacrimal no seu sítio anatômico (BEER &

KOMPATSCHER, 1994).

O objetivo do presente estudo foi relatar um caso clínico de prolapso de terceira

pálpebra de um canino da raça Bulldog Inglês na cidade de Erechim.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Relatou-se o atendimento de um cão da raça Bulldog Inglês macho não castrado, de

aproximadamente um ano, em uma clínica particular da cidade de Erechim. Temperamento

dócil, sem histórico de cirurgias anteriores e estado nutricional bom, onde o mesmo

apresentava prolapso da terceira pálpebra bilateralmente. No exame clínico apresentou

parâmetros normais considerados para a espécie, com 38,4° de temperatura retal, 25kg de

peso corporal e glicose 65 mg/dl, com ausência de sons anormais pulmonares e/ou cardíacos.

Realizou-se eritrograma, leucograma, contagem total de plaquetas, urinálise

bioquímica sérica para avaliação das funções hepáticas e renais. Todos os valores

apresentaram-se dentro dos padrões normais da espécie conforme os quadros 1, 2 e 3.

Quadro 1- Eritrograma de um cão da raça Bulldog Inglês, macho não castrado de um ano de idade, confirmando

seu estado saudável, sem apresentação de anemia. Fonte: Centro Clínico Veterinário Late+Auuto

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Quadro 2- Leucograma de um cão da raça Bulldog Inglês, macho não castrado de um ano de idade, sem

apresentação de imunossupressão, com leucocitose basofílica devido a um anterior processo alérgico cutâneo.

Fonte: Centro Clínico Veterinário Late+Auuto.

Quadro 3- Exames bioquímicos de um cão da raça Bulldog Inglês, macho não castrado de um ano de idade.

Fonte: Centro Clínico Veterinário Late+Auuto.

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Segundo o diagnóstico médico veterinário baseado em afirmações literárias, o cão

apresentava prolapso da glândula de terceira pálpebra (Figura 1 e 2), onde segundo ele, o

procedimento adequado a ser realizado é o tratamento cirúrgico.

A técnica cirúrgica utilizada foi a “bolsa conjuntival de Morgan e Moore”, que é uma

técnica de embricação ou de envelope, everte-se a membrana nictitante com duas pinças

hemostáticas tipo mosquito, expondo a sua face bulbar. Realiza-se uma incisão em forma de

meia-lua ventral à glândula e outra incisão dorsal, com a ajuda de uma lâmina de bisturi nº 15

num cabo de Baird-arker nº 3. Utilizando um fio de sutura reabsorvível multifilamento, como

vicryl 3 ou 4-0, coloca-se o primeiro ponto na face externa da terceira pálpebra, atravessa-se

para a face interna e realiza-se uma sutura simples contínua, finalizando na face externa da

membrana nictitante com um nó de cirurgião (MOORE, 1987).

Foi feito o uso de pré-anestésico Acepromazina com a dose de 0,05mg/kg IM e

Tramadol 4 mg/kg IM, para indução usou-se de Propofol 4 mg/kg IV. Para anestesia

inalatória foi empregado Isoflurano com fluxo de O² de 4L/min (Figura 3).

Figura 1 e 2 - Prolapso da glândula da membrana nictitante bilateral num Bulldog Inglês macho de

aproximadamente 1 ano de idade, com grande exuberância de sinais clínicos. Foto: Rudnicki, H. F., 2016.

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Durante a cirurgia (Figura 4) observou-se a frequência cardíaca entre 140/150 bpm,

quanto a frequência respiratória nos primeiros 10 min obteve-se 20 mpm e após os 20 min 60

mpm, neste intervalo de tempo o paciente baixou sua temperatura para 38,0°C, não

apresentando nenhuma complicação na recuperação da anestesia.

Figura 3: Processo anestésico inalatório por isoflurano. Foto: Duarte, E. C., 2016.

Foto 4: Procedimento cirúrgico sendo realizado com a técnica de Moore. Foto: Rudnicki, H. F., 2016.

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Para cuidados pós cirúrgicos (Figuras 5 e 6), receitou-se soluções oftálmicas

Tobramicina com uma gota de oito em oito horas, além de Diclofenaco de Sódio também com

uma gota de oito em oito horas. Recomendou-se o uso de colar elizabetano durante 8 a 10 dias

(Figura 7). Sete dias após o processo cirúrgico, foram realizados eritrograma e leucograma

novamente para avaliação do estado de saúde do animal (Quadros 4 e 5).

Figura 5 e 6: Resultado pós-cirurgico após utilização da técnica de “bolso”. Foto: Duarte, E. C., 2016.

Figura 7: Uso do colar elisabetano no tratamento pós cirúrgico. Foto: Duarte, E. C., 2016.

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Quadro 4- Eritrograma de um cão da raça Bulldog Inglês, macho não castrado de um ano de idade, após o

processo cirúrgico com apresentação de policitemia devido a uma possível desidratação pós-cirúrgica. Fonte:

Centro Clínico Veterinário Late+Auuto.

Quadro 5- Leucograma de um cão da raça Bulldog Inglês, macho não castrado de um ano de idade, após o

processo cirúrgico, com leucocitose basofílica devido a um anterior processo alérgico cutâneo, linfopenia e

monocitopenia em consequência ao abalo imunológico pós-cirúrgico.

3. RESULTADOS E ANÁLISE

O prolapso da glândula de terceira pálpebra pode ser de origem congênita ou

hereditária, sendo que a neoplasia e a inflamação primária não estão relacionadas à causa

primária. A etiologia está relacionada com traumas e diminuição de sustentabilidade dos

ligamentos que unem a glândula ao globo ocular (WARD, 1999; FILHO, 2004). Os sinais

clínicos comuns são a presença de uma massa oval e hiperêmica unilateral ou bilateral que se

projeta por trás da margem principal da terceira pálpebra, a secreção ocular purulenta e a

conjuntivite (WARD, 1999; PEIFFER, 1999; FILHO, 2004; BRANDÃO et al., 2007).

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Segundo Ward (1999) e Gelatt (2003), o prolapso da glândula da terceira pálpebra

acomete maioritariamente cães jovens, dos três meses aos dois anos de idade, tal como se

observou no presente relato de caso.

Gelatt et al. (1975), Severin (1975), Slatter (1990) e Brooks (1991) mencionaram que

o tecido glandular adquire aspecto edemaciado e hiperêmico em decorrência da inflamação e

da hipertrofia glandular após exposição, sendo que alguns animais podem apresentar secreção

ocular e inflamação conjuntival (MOORE, 1998). Quanto às causas, há descrições de

predisposição racial e etária. Walde et al. (1998) acredita que o prolapso é decorrente da

hiperplasia glandular, devido à malformação da órbita e das pálpebras.

São descritas na literatura diversas técnicas para cirurgia de reposicionamento da

glândula da terceira pálpebra. As técnicas de Blogg (1979), Kaswan & Martin (1985) e de

Stanley e Kaswan (1994), utilizam princípios de ancoragem da glândula e tecidos periorbitais.

As técnicas de Moore (1983) e de Morgan (1993) são denominadas técnicas de bolso sendo

assim a mais usada.

Todas as técnicas cirúrgicas resultam em um efeito estético adequado, mas há menor

recidiva nas técnicas de “bolso”. Um estudo comparando os resultados obtidos com diferentes

técnicas cirúrgicas para a resolução cirúrgica do prolapso da glândula da terceira pálpebra

demonstrou 34% de recidivas quando o reposicionamento fora realizado com técnicas de

ancoragem, contra 6% quando a escolhida foi a técnica de Moore (MORGAN et al., 1993). A

técnica de Moore foi descrita em 1983, como uma técnica que reduzia a glândula prolapsada a

um “bolso” conjuntival, não havendo a necessidade de dissecação de tecidos da periórbita.

O tratamento cirúrgico consiste em excisão ou substituindo a glândula prolapso

(DUGAN ET AL, 1992; STANLEY & KASWAN, 1994). No entanto, a sua remoção pode

promover ou aumentar o desenvolvimento de KCS devido à importante contribuição da

terceira pálpebra da glândula lacrimal em produzir a fracção aquosa do filme lacrimal. A

condição iatrogénica acontece especialmente quando a função lacrimal já está comprometida

ou quando o procedimento é realizado em raças predispostas à doença (KASWAN &

MARTIN, 1985; MCLAUGHLIN et al, 1988; DUGAN et al, 1992; MORGAN et al, 1993;

STANLEY & KASWAN, 1994).

Gelatt et al. (1975) descreveram que a excisão da glândula da terceira pálpebra

promoveu uma diminuição do volume lacrimal STT1 de 29 a 57%, mas não há sinais clínicos

de KCS eram evidentes. Brooks (1991) descreveu em seu estudo que a excisão da glândula

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prolapso é potencialmente capaz de induzir KCS.

Segundo Nasisse (1997), a remoção parcial da glândula só deve ser considerada

quando as tentativas de recolocação falharem, uma vez que pode reduzir a secreção lacrimal,

e só deve ser feita quando os valores de produção lacrimal documentados previamente com o

Teste de Schirmer excedem os 20 mm/minuto. Pode remover-se metade do tecido glandular,

tendo o cuidado de não afectar a cartilagem (NASISSE, 1997). Outros autores consultados são

omissos em relação a esta possibilidade, provavelmente devido aos riscos acrescidos de

queratoconjuntivite seca (SLATTER, 1992; WARD, 1999; RAMSEY, 2001; GELATT E

GELATT, 2001).

Em trabalho semelhante usou-se a técnica proposta por Plumer et al. (2008) que teve

como objetivo ancorar a cartilagem nictante da glândula prolapsada. Por outro lado, a

colocação da sutura dentro da cartilagem pode potencialmente restringir o fluxo sanguíneo

dos vasos adjacentes, produzir inflamação, deiscência ou ruptura dos pontos de sutura e

consequente recidiva.

Na pesquisa feita por Delgado (2005), três animais das raças Bulldog Inglês, Grande

Dinamarquês e Pequinês foram submetidos a exérese parcial das glândulas por opção dos

donos, apesar de ser sugerido nova tentativa de recolocação, e detectou-se que o Bulldog

Inglês desenvolveu queratoconjuntivite seca unilateral dois meses após a segunda cirurgia. O

Bulldog Inglês apresentava protusão bilateral das glândulas e recidiva também foi bilateral,

embora tenha ocorrido em alturas diferentes. Os outros dois casos apresentavam prolapsos

unilaterais. Estes insucessos deveram-se provavelmente à enorme hipertrofia e inflamação das

glândulas.

Em estudo semelhante feito por Baungarten et al (2008), foram utilizados sete cães,

sem raça definida, com idade de três a cinco anos, machos e fêmeas com peso médio entre

10,2 e 1,6 kg, provenientes do canil do Centro de Controle de Zoonoses da cidade de

Uberlândia, MG. Foi realizada mensuração da produção de lágrima do olho direito dos cães

24 horas antes do início da intervenção cirúrgica, com a utilização do teste lacrimal de

Schirmer. No pós-operatório, os animais permaneceram com colar tipo elizabetano. A cada 12

horas e durante sete dias foi realizada aplicação tópica de pomada oftálmica contendo

dexametasona 0,1%, neomicina 0,35% e polimixina B.

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As chamadas técnicas de bolso, diferentemente das técnicas de ancoragem, não

envolvem dissecção e sutura em tecidos periorbitários, mas consistem do reposicionamento da

glândula prolapsada através de sutura na face bulbar da terceira pálpebra (MOORE, 1983;

MORGAN et al., 1993).

No presente relato de caso foi usada a técnica de Moore por ser a mais descrita pela

literatura, devido à facilidade do aprendizado da técnica cirúrgica em relação às outras

técnicas, principalmente pela preservação da mobilidade da terceira pálpebra e sem alterar o

tecido glandular ou os seus dutos excretores (GELATT, 2003).

Por outro lado, a mucosa periglandular invaginada dentro do saco subconjuntival pode

desencadear uma reação inflamatória do tipo corpo estranho, acompanhada por deiscência e

recidiva do prolapso (LACKNER, 2001).

Segundo Ward (1999), outro detalhe a ser observado é começar a sutura 1 a 2 mm do

início das incisões e terminá-la 1 a 2 mm do fim das incisões da conjuntiva bulbar. Isto

permite que a lágrima possa ser drenada para o saco conjuntival evitando seu encarceramento

e formação de um cisto.

4. CONCLUSÃO

De acordo com as características apresentadas neste relato de caso, conclui-se que a

técnica de Moore apresenta um excelente resultado e um prognóstico muito favorável para o

tratamento cirúrgico do prolapso da glândula da terceira pálpebra, pois além de visar o correto

reposicionamento da glândula prolapsada sem danificar a mesma, ainda mantém todas as suas

funções normais, pois essa técnica de bolso alem de ser de fácil aprendizado e simples

realização, não afeta em momento algum a mobilidade da glândula.

Por isso recomenda-se que frente a um caso de prolapso da glândula da terceira

pálpebra, se realize um procedimento cirúrgico, que vise reposicionar a glândula, pois como

já foi mencionado, essa tem várias funções fisiológicas importantes, além de fazer proteção da

superfície ocular, evitando assim que o animal apresente problemas secundários causados por

técnicas cirúrgicas que venham a danificar ou retirar a glândula prolapsada.

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REFERÊNCIAS

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