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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL – CEPAE I CONGRESSO NACIONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA I CONALIBRAS-UFU
ISSN 2447-4959
Realização:
PROPOSTAS E ESTRATÉGIAS DE USOS DOS RECURSOS VISUAIS PARA O ENSINO DE QUÍMICA AOS ALUNOS SURDOS
Eixo: 2.3 Propostas e estratégias de Ensino aos alunos surdos
Matheus Rocha da Costa – UFU
1
Orientadora: Profa. Marisa Dias Lima – UFU 2
RESUMO Por muitos anos a história da educação de surdos sempre esteve voltada a questões linguísticas, permeada pela discussão do seu ensino ser intermediada com a Libras, porém não é o que se ver na maioria dos professores que atuam com os alunos surdos, no entanto, há a necessidade de uma mudança de uso pedagógico no ensino com estes indivíduos, buscando desenvolver neles o uso da Libras e recursos visuais em diferentes tipos de abordagens de ensino. Diante da necessidade de mudança pedagógica nos ensinos para alunos surdos os professores são deparados constantemente com as carências de materiais produzidos com recursos visuais a ser utilizado com os alunos surdos na sala de aula, verifica se que esta carência é maior no ensino de Química por ser uma área complexa interligada com o estudo das ciências exatas que limita a produção de materiais com recursos visuais a ser utilizados no ensino de Química a alunos surdos. No entanto o objetivo deste trabalho é apresentar a proposta de desenvolvimento de recursos visuais aos alunos surdos no conteúdo discutido na disciplina de Química que tem por finalidade em contribuir com a melhoria do ensino aprendizagem dos surdos no ensino de Química. Dessa forma é necessário criar estratégias para efetivar o aprendizado dos surdos no ensino de Química e propiciar a elas uma maior acessibilidade já que as suas limitações podem ser superadas quando se fornece meios para o desenvolvimento das potencialidades individuais entre eles o uso de recursos visuais. Portanto, por meio de uma revisão bibliográfica traçaremos as principais metodologias trabalhadas no ensino da química, relacionando as propostas de ensino com o uso de recursos visuais que vise possíveis contribuições no processo de aprendizagem do aluno surdo mediante a minha experiência como aluno graduando no curso de Química com pretensão de me tornar professor desta disciplina. As análises e propostas desenvolvidas neste estudo indicam que é possível promover o ensino aprendizagem de Química para surdos por meio de métodos diferenciados, neste caso os recursos visuais, que privilegiem a visão para o desenvolvimento de seus conceitos e conteúdos aplicados. Palavras-Chaves: Ensino de Química; Bilíngue; Recursos Visuais; Alunos Surdos.
1. INTRODUÇÃO
1 Licenciando em Curso de Química pela Universidade Federal de Uberlândia. 2 Professora Assistente da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Uberlândia vinculada
ao Núcleo de Libras e Educação Especial. Doutoranda em Educação. C-coordenadora do Grupo de Pesquisas em Estudos da Linguagem, Libras, Educação Especial e a Distância e Tecnologias (GPELEDT) e membro do Grupo de Pesquisa em Pesquisa em Políticas Públicas e Práticas em Educação Especial (GEPEPES).
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Hoje em dia, a Educação dos Surdos sob os moldes da política de educação inclusiva
que recebem diversos tipos de alunos inclusive os alunos surdos têm enfrentado grandes
dificuldades em se organizarem como espaços, primordialmente, de ensino e aprendizagem.
Essa dificuldade é produto método do Oralismo e da Comunicação total, em que os surdos
considerados portadores de uma patologia, deveriam aprender a expressar-se oralmente, se
quisessem vislumbrar alguma participação na sociedade (Doziart, 1999).
Entretanto, a educação de surdos ainda são impressos nas visões do oralismo e da
comunicação total na metodologia de ensino para surdos, pois grande parte dos professores
que atuam com os alunos surdos é fruto dessa visão, pois a sua formação docente não
contemplou a perspectiva da inclusão dos surdos inconsequentemente contribuiu com o
enraizamento de práticas reabilitadoras específicas dos alunos surdos, em detrimento de
discussões que contemplassem os conteúdos pedagógicos (para quem ensinar; onde ensinar; o
que ensinar; como ensinar; quando ensinar; para que ensinar...).
Com a falta de conhecimento e formação de professores no ensino de Química para
utilizar se de um método que vise o uso de recursos visuais que contribuem o aprendizado dos
alunos nos determinados conceitos e conteúdos utilizando se de imagens, vídeos e materiais
concretos e Libras no contexto da sala de aula.
Contundo, acreditamos na necessidade de uma mudança pedagógica no ensino de
Química para surdos, para que esta mudança de fato ocorra, os profissionais envolvidos
devem mudar o seu foco no trabalho com os surdos, e esse trabalho deve ser centrado no
desenvolvimento da linguagem, mas que não se resuma apenas à inserção da Libras com um
intérprete de Libras na escola.
O ideal é que as escolas organizem o currículo partindo de uma perspectiva
visual/espacial, e se o processo educacional ocorre mediante a interação linguística, deve
ocorrer, portanto, na língua de sinais brasileira juntamente com outras experiências visuais,
tais como língua portuguesa escrita, mímica/dramatização, figuras, recursos tecnológicos
(vídeo/TV, slides, computador, retroprojetor) e leitura, desenvolvendo nos alunos a memória
visual e o hábito de leitura; recebendo apoio de professor especialista conhecedor de língua de
sinais, além de proporcionar intérpretes de Libras, para o maior acompanhamento das aulas.
Para além destas questões está a sala de aula de Química com sua linguagem
socialmente negociada e simbólica. De maneira que como professores de Química
objetivamos, neste trabalho, propor e analisar diferentes estratégias de acesso ao
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conhecimento da Química para alunos surdos contemplando-os em sua diferença, mediados
pela linguagem.
Retomamo-nos na discussão de que a escola inclusiva, na perspectiva que
defendemos, deve ter algumas preocupações específicas em relação à educação de surdo que
procura promover uma interação constante entre professores e alunos surdos como também
produzir atividades alternativas, uso de tecnologia, materiais concretos, vídeos em Libras,
visitas técnicas, didáticas com experiências visuais dos surdos; organização do currículo
segundo uma perspectiva visual-espacial para garantir o acesso a todos os conteúdos escolares
em Libras e por fim, promover uma pedagogia da diferença, que reconheça a surdez como
diferença política e experiência visual, e não como deficiência ou marca de exclusão e
marginalização do indivíduo.
Para Andretta (2008), educação inclusiva é um processo em que alunos com
necessidades educativas especiais, neste caso os surdos, frequentam redes comuns de ensino,
que deverão estar preparadas para dar apoio, instrução, atender às potencialidades individuais
e promover a integração com a comunidade. E os professores que atuam com os alunos surdos
devem verificar o seu conhecimento de ciências naturais ao que deve ser relacionado no
ensino para surdos, pois a formação dos mesmos na área de química destacados nas Diretrizes
para formação de professores da Educação Básica destacam que os mesmos devem saber lidar
com a diversidade, sendo importante aos professores de Química construir, além do auxílio
dos intérpretes de Libras, metodologias e estratégias com recursos visuais que favoreçam a
articulação dos conceitos científicos em sala de aula.
Partindo se num panorama geral, verifica se que são poucas pesquisas que abordam
sobre a inclusão no ensino de Química para os alunos surdos, pois a maioria delas tem a sua
discussão relacionada ao ensino de Ciências com o foco em ensino de Física e Biologia. A
Química, que faz uso de símbolos (modelos, fórmulas e equações) para explicar fenômenos a
partir de conceitos tão abstratos (no nível atômico-molecular), teria uma grande necessidade
de propostas diferenciadas, voltadas para a inclusão. Sousa e Silveira (2011) afirmam que, em
especial para os professores que trabalham com alunos surdos, uma vez que “quanto maior o
grau de abstração, maior a dificuldade de apreensão e entendimento pelos surdos”.
Enfim, este trabalho busca discutir sobre as dificuldades vivenciadas por professores
de Química nas atividades de ensino-aprendizagem desse conteúdo, principalmente as que se
referem à terminologia Química, em uma classe inclusiva com os alunos surdos, partindo se
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desta apresentaremos algumas das propostas e estratégias de ensino de Química para surdos
com o uso de recursos visuais.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O ensino de Química na Educação Básica é trabalhado, quase que em sua totalidade,
de forma tradicional, no qual o docente é a figura central encarregado de transmitir o
conhecimento. As aulas são expositivas utilizando-se apenas os recursos mais básicos como
livros didáticos, além de quadro negro e giz. Não são utilizadas metodologias diferenciadas.
Os alunos são meros elementos passivos que devem assimilar o que é transmitido. O sistema
de avaliação dá ênfase à memorização e reprodução do conteúdo e, portanto, mede a
quantidade de informação absorvida pelos alunos.
Quando se volta ao ensino de Química para os alunos surdos o seu método de ensino
baseada numa metodologia tradicional deixa a desejar, pois acarreta em dificuldades de
compreensão por esse método ser inconveniente para o desenvolvimento de aprendizagem dos
surdos já que os mesmos não possuem a audição e aulas expositivas focalizam a oralidade
podendo gerar distorção do conteúdo, prejudicando o aluno surdo.
No entanto, este estudo teórico irá envolver a discussão sobre a Educação dos Surdos
tendo o seu enfoque no Ensino de Química para surdos com sua proposição e propostas de
estratégias de usos de recursos visuais, destacam-se os trabalhos de Brito & Silva (2008);
Sousa & Silveira (2008 e 2011); Macedo & Abreu (2008), Marques e Silveira (2010); Pereira
& Benite e Benite (2010); Ramos (2011) e Saldanha (2011).
Ensino de Química para Surdos
Nos anos 1980, víamos um ensino de ciência centrado quase exclusivamente na
necessidade de os alunos adquirirem conhecimento científico através da transmissão maciça
de conteúdos, a conhecida educação bancária denunciada por Paulo Freire (1987). A partir do
final dos anos 1990 surge na área de ensino de ciências uma demanda diferente da tradicional.
Chassot (2003) defende a necessidade de uma alfabetização científica e argumenta que a
ciência é uma linguagem. Portanto, “[...] ser alfabetizado cientificamente é saber ler a
linguagem em que está escrita à natureza” (CHASSOT, 2003).
Hoje em dia, o ensino-aprendizagem das ciências deve ser orientada na busca de
aspectos cotidianos e pessoais dos alunos. No entanto, aprender Química não é memorizar
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fórmulas, decorar conceitos e resolver um grande número de exercícios. Aprender Química é
entender como essa atividade humana tem se desenvolvido ao longo dos anos, como as suas
teorias explicam os fenômenos que nos rodeiam e como podemos fazer uso de seu
conhecimento na busca de alternativas para melhorar a condição de vida do planeta.
(SANTOS e MÓL, 2005)
Para atentar a finalidade no ensino de Química, Ribeiro e Benite (2010) descrevem na
necessidade de formar profissionais na área de Ciências, inclusive o da Química antes a fim
de estarem mais preparados para atuar na Educação Inclusiva, pois acreditam que a Educação
Científica deve ser promovida para todos os alunos independente de sua raça, religião e
deficiências de desenvolverem as habilidades de dialogar os conceitos e conteúdos
trabalhados na sala de aula.
Como comenta Macedo e Abreu (2008), desde o início da civilização ocidental os
considerados “deficientes”, inclusive os surdos, são excluídos da sociedade. Somente a pouco
mais de uma década começou a se cogitar um processo de adaptações de estratégias e
metodologias utilizadas para ensinar Química nas escolas brasileiras, reforma esta ainda
muito restrita.
Em outro trabalho, Sousa e Silveira (2011) salientaram que os alunos surdos não
recebem esta Educação dita “Para Todos”, excluindo-os e fazendo com que desistam de seus
estudos ainda na fase inicial, fazendo-se necessário uma melhor preparação por parte dos
docentes em suas áreas específicas de formação e conhecimentos na Libras, além de apoiar a
presença de intérpretes para auxiliar em suas aulas.
Entende se que a Química está intimamente ligada a aspectos visuais o que nos reforça
a repensar na necessidade de uso constante dos recursos visuais na sala de aula com os alunos
surdos como argumenta Nunes e colaboradores (2010), pois segundo eles, é muito mais fácil
para o aluno aprender visualizando fenômenos macroscópicos e, a partir daí, materializar –
através da simbologia, o meio microscópico com experimentos aplicáveis.
Partindo do pressuposto que os alunos surdos com qualquer nível de
comprometimento deve ter o direito a se desenvolver social e intelectualmente, mesmo que
esse desenvolvimento ocorra de maneira diferente de uma pessoa considerada “normal”, com
o intuito de redirecionar o oralismo utilizado por professores de Química para o uso de
recursos visuais (PEREIRA & BENITE E BENITE, 2011). Os mesmos autores constaram
através de entrevistas com alunos surdos consideram a disciplina de Química muito complexa,
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pois se necessita de um nível maior de abstração e constatação dos fenômenos observados, e
outro problema enfrentado por eles é a ausência de um material de apoio adequado.
Partindo se deste reforçamos nos se ao ensinar Química para alunos surdos fazendo o
seu uso nos recursos visuais é possível sanar as dificuldades de todos os alunos surdos. Para
isso é importante que os licenciandos/licenciados em Química assimilem esta discussão de
propostas e estratégias de ensino para alguns conteúdos, inserindo assim, a importância da
Libras e recursos visuais para os alunos surdos no contexto da sala de aula.
3. METODOLOGIA: PROPOSTAS E ESTRATÉGIAS DE RECURSOS VISUAIS
PARA O ENSINO DE QUÍMICA
Os recursos visuais para os alunos surdos elaborados como uma metodologia reflexiva
para a construção de seus conhecimentos contextualizadas na área do ensino de Química que
é essencial para a sua apropriação e entendimentos nos conceitos e conteúdos presentes
durante as aulas.
No processo de significação conceitual em aulas de química a linguagem tem um
importante papel para melhor entendimento dos seus conteúdos. No entanto, ao referir se aos
alunos surdos, verificamos que o aprendizado não ocorre ou, incide de forma precária,
sobretudo quando os professores recorrem somente à língua portuguesa para intermediar a
apresentação da cultura científica (QUEIROZ et al., 2010).
Contundo, assim foram planejadas diferentes estratégias para a ação docente
priorizando a utilização de recursos visuais para estabelecer relações entre o conhecimento
científico e o senso comum como apresenta as propostas selecionadas a seguir:
Proposta 1 – Sinais em Libras
Para apresentar os sinais em Libras nos termos utilizados na simbologia da química a fim de
evitar alguns termos de duplo sentido utilizadas nos conceitos químicos, como por exemplo, a
palavra Química que tem a relação com a disciplina e outra com as coisas tóxicas. No entanto,
propomos apresentar através
do dicionário Deit-Libras e
online devidamente
consultada.
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Acredita se que ao situar os alunos surdos a utilização de alguns sinais em um
determinado conceito melhor será a compreensão dos mesmos como também colabora com o
seu desenvolvimento de aprendizagem nos conceitos de Química.
Proposta 2 – Material
Para abordar a distinção entre o conceito de modelos atômicos de Dalton e Thomson.
Propomos produzir cartazes com imagens para que os alunos pudessem familiarizar com os
modelos.
Outra estratégia seria trabalhar com os alunos surdos a fazerem uma busca no site do Google
imagens ou de vídeos. Fazendo a associação das imagens/vídeos com os conceitos e
explicando-os no idioma de instrução libras.
Acreditamos que com essas intervenções pudemos propiciar: aquisição e
internalização de conceitos químicos para os alunos e admitindo ensino-aprendizagem como
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processo de “mão dupla”, aquisição e internalização de algumas premissas da cultura surda
para os professores.
Proposta 3 – Experimento
Para relacionar os conceitos químicos com o seu contexto presentes no cotidiano dos alunos.
Propomos o desenvolvimento de experimentos com os recursos visuais através de objetos
concretos a ser elaborados através de um instrumento didático, usado em uma aula dinâmica
e contextualizados com a temática Bebidas Destilados.
Acreditamos que o uso de experimentos no ensino de Químico para os alunos surdos
aprimorará a capacidade dos alunos em de relacionar os conceitos com a sua vivência
cotidiana.
Proposta 4 – Avaliação
Diante da exigência curricular de que devem aplicar exercícios de avaliação da disciplina.
Propomos elaborar a avaliação num moldes tradicional, ou seja, questões de memorização do
conteúdo embasadas no entendimento de ensino-aprendizagem como sinônimos de
transmissão-recepção. Porém foram planejados com vistas a contemplar as estratégias de
ensino (Portilho, 2009), tais como revisão (marcar, destacar aspectos dos conceitos
aprendidos), elaboração para construção do significado (evocação do apreendido por meio de
imagens/signos) e organização (construção
de relação de significados com identificação das
estruturas destes).
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Outra avaliação seria através da realização de trabalho a ser realizado em grupo onde os
alunos criarão um grupo nas redes sociais; no projeto
do trabalho no vídeo onde poderá interagir,
questionar e discutir as traduções feitas por eles mesmos
sobre os conteúdos apresentados.
Enfatizamos se na crença de que com a realização de avaliação do projeto os alunos
surdos terão a oportunidade de relatar as apreensões do conteúdo, do que mais gostaram e do
que acham que pode ser feito de outra forma e em seguida registrá-las em químicos.
Ao promover diversos recursos alternativos para o ensino de Química, aos alunos
surdos é um instrumento indispensável, uma vez que desperta nos alunos a curiosidade de
descobrir o desconhecido, desafiando-os a pensar e hipotetizar em resultados, compará-los e
discuti-los, associando em suas vidas conhecimentos científicos que antes eram apenas
superficiais, levando assim, a um conhecimento mais fácil, prazeroso, duradouro e
significativo sem deixar de mencionar o avanço que este instrumento proporcionará o seu
desenvolvimento de ensino-aprendizagem.
4. CONCLUSÃO
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Sabe-se que a proposta bilíngue, ainda não está sendo efetivamente implantada, na
Educação dos Surdos como um todo. Por muitos anos o ensino de química para surdos são
constituídos por práticas norteadas numa metodologia “ouvintista” persistidos até hoje em
instituições públicas e privadas, que ainda negam a existência da cultura surda, da Libras e
das experiências visuais promovidas através de recursos de materiais didáticos, que
determinam o conjunto de peculiaridades da identidade surda, gerando diversas dificuldades
no processo de ensino-aprendizagem dos alunos surdos no ensino de Química.
A disciplina de Química é considerada uma disciplina difícil por muitos alunos
ouvintes e para os alunos surdos é mais complexa ainda, pois envolve vários conceitos
específicos e abstratos, muitos deles relacionados ao mundo microscópico dos átomos e das
moléculas, entidades tão pequenas que são invisíveis até aos melhores microscópios de um
laboratório de pesquisa, e envolve também raciocínio lógico e habilidade para cálculos, onde
a Libras não supre devido a falta de sinais correspondentes com a simbologia química e aos
termos específicos utilizados na disciplina de Química.
Diante do exposto, ressalta se que é preciso dar início a um processo de reflexão
profunda sobre em que bases estão sendo sedimentadas as ações político-pedagógicas em
torno do ensino de Química para surdos. Contudo, essa reflexão não deve ser apressadamente
interpretada sobre o modo como os surdos podem ser educados e, muito menos ainda, como
uma sequência de objetivos pedagógicos a serem desenvolvidos em termos de uma
proposição metodológica.
Para tanto, é necessário considerar na proposta de ensino de Química aos alunos
surdos com os usos de recursos visuais além das suas questões fundamentais que é as
implicações linguísticas do surdo, também devem considerar as necessidades formativas dos
professores de Química para que estes possam estar aptos a atribuir reconsiderações à sua
prática pedagógica com os alunos surdos dentro da sala de aula.
Concluímos que para incluir os alunos surdos não requem somente em garantir o seu
acesso as escolas regulares, mas oferecer aos alunos a qualidade de ensino. Desta forma é
necessário que profissionais da educação recebam formação e condições para trabalhar de
forma coerente e pedagógica, com um método realmente inclusivo e eficiente, que faça com
que haja uma aprendizagem significativa por parte dos alunos surdos.
Portanto, nesta pesquisa pretendeu-se perpetuar as discussões sobre a Educação e a
Inclusão nas quais são percebidas e presenciadas através da própria experiência enquanto
licenciandos/licenciados em Química em várias Instituições de ensino.
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REFERÊNCIAS
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SOUSA, S.F. de; SILVEIRA, H.E. Terminologias Químicas em LIBRAS: A utilização de sinais na aprendizagem de alunos surdos. Química nova na escola. São Paulo, 2011, vol. 33, nº 1, p. 37-46. ______. O ensino de química para surdos como possibilidade de aprendizagens mútuas. In XIV Encontro Nacional de Ensino de Química (ENEQ). Universidade de Uberlândia, 2008.