Upload
david-correa
View
644
Download
8
Embed Size (px)
Citation preview
Província São Francisco Geologia do Brasil - 2011 Profa. Dra. Ana Cláudia Dantas da Costa I - Os limites (segundo dados geológicos e geofísicos, Ussami, 1993) são delineados pelos seguintes cinturões dobrados durante a orogênese Brasiliana:
• (i) os Cinturões Riacho do Pontal e Sergipano
• (ii) o Cinturão
(Brito Neves et al, 2000) que limitam o Cráton a norte e a nordeste, respectivamente;
Araçuaí
• (iii) o Cinturão
(Almeida 1977), uma possível extensão norte do Cinturão Ribeira situado a sul;
Brasília• (iv) o Cinturão
(Almeida 1969) situado na margem oeste e Rio Preto (Inda & Barbosa 1978, Brito Neves et al, 2000), uma pequena faixa
de rochas dobradas localizada mais ao norte do Cráton (Fig. 1)
II - Compartimentação Internamente pode ser dividido em três compartimentos principais, orientados aproximadamente N-S (Barbosa, 1997):
– Compartimento Oriental – Compartimento Central – Compartimento Ocidental
Aflora em extensas áreas de GO, MG e BA.
– Dois núcleos Arqueanos: Compartimento Oriental
• Bloco Jequié (sul) • Bloco Serrinha (norte)
– Blocos são margeados pelos cinturões granulíticos Itabuna e Salvador –Curaçá (Paleoproterozóico).
– Encaixadas as seqüências vulcano-sedimentares do tipo Greenstone Belt do Rio Itapecuru e Rio Capim (Paleoproterozóico).
– Compreendido entre os lineamentos da Serra da Jacobina (leste) e da Serra do Espinhaço (oeste);
Compartimento Central
– Terrenos mais antigos do Escudo Atlântico (~3,4Ga) Bloco Gavião/Paramirim; – Bloco Gavião: gnaisses, anfibolitos e ortognaisses de natureza tonalítica-granodiorítica;
• Encravadas seqüências vulcano-sedimentares do tipo Greenstone Belt: Umburana, Ibitira-Ubiraçaba, Guajeru e Brumado e seqüências exalativas: Boquira e Urandi.
– Coberto pelos sedimentos cratônicos neoproterozóicos do Grupo Bambuí e sedimentos cretácicos do Grupo Urucuia;
Compartimento Ocidental
– Duas áreas aflorantes distintas: . Bloco Guanambi-Correntina-São Domingos (N) . Bloco do Quadrilátero Ferrífero (S) III - A divisão com base no Tempo geológico
• Remanescentes Paleoarqueanos – Bloco Gavião – Greenstone Belts (Mundo Novo, Contendas-Mirante e Riacho de Santana);
• Blocos Mesoarqueanos – Complexos Granito – Gnáissicos; – Greenstone Belts (vários).
• Ciclos de Wilson Neoarqueanos – Greenstone Belt Rio das Velhas – Orógeno Itabuna – Salvador - Curaçá – Greenstone Belts de Retroarco
• Tafrogênese Sideriana • Colagem Riaciana
– Cinturão Mineiro – Cinturão Móvel Bahia Oriental – Terreno Rio Preto
• Acresção Crustal Orosiriana – Complexos Máfico – Ultramáficos Acamadados; – Complexo Carbonatítico ; – Maciços Sieníticos; – Granitóides Peraluminosos
• Bacias Transtracionais do Orosiriano – Orógeno Jacobina e seus Setores.
• Tafrogênese Estateriana • Bacias Intracratônicas Paleoproterozóicas a Mesoproterozóicas
– Espinhaço Meridional e Setentrional; – Chapada Diamantina.
• Bacias Neoproterozóicas e Cambro-Ordovicianas Aulacógeno Santo Onofre Bacias de Margem Passiva – Estância e Rio Pardo Bacias do Supergrupo São Francisco Bacia Transcorrente Rio Preto Bacias Molássicas de Antepaís – Palmares e Salobro
Figura de Delgado et al. (2003; IN: Bizzi et al. 2003 – CPRM)
III.1 - Remanescentes Paleoarqueanos
• Ocorrências dispersas em meio aos terrenos Mesoarqueanos: – Sul do Bloco Gavião: TTG, domos, maciços e plútons
• Sete Voltas, Boa Vista, Bernarda (3,4; 3,35; 3,33Ga) • Aracatu, Mariana (3,24 – 3,26Ga)
– Norte do Bloco Gavião : TTG migmatítico – • Complexo Mairi (3,44 – 3,26)
– Rochas Supracrustais: • Vullcanossedimentares dos Greenstone Belts Mundo Novo e Contendas Mirante;
– Bloco Guanambi: Greenstone Belt Riacho de Santana III.2 - Blocos Mesoarqueanos
• A crosta formada é uma associação de (1) Complexos granito-gnáissicos e de (2) Greenstone Belts:
Estes representam as primeiras placas e microplacas continentais estabilizadas no tardi-Mesoarqueano. • Minas Gerais: Quadrilátero Ferrífero, Guanhães e Porteirinha; • Bahia: Complexo Mairi (Bl. Gavião), Paramirim, Guanambi-Correntina, Serrinha e Sobradinho.
Bloco Gavião + Paramirim + Sobradinho: substrato da Chapada Diamantina Rifte Espinhaço: estrutura de idade Estateriana;
;
Bloco Serrinha: Segmento Crustal Meso-Arqueano (Ortogn e granulitos TTG).
• Características marcantes arquitetura de domos (complexos) e quilhas (greenstone); • (1) Greenstone Belts
– Bahia: Brumado, Guajeru, Ibitira, Ubiraçaba, Umburanas, Riacho de Santana, Contendas – Mirante e Mundo Novo;
– Minas: Fortaleza de Minas, Rio Mata-Cavalo, Pium-hi e Serro; • (2) Complexos Granito-Gnáissicos
Estes complexos são suítes ígneas do tipo TTG, intrudidos por tonalitos, granodioritos e granitos associados a faixas e relíquias de rochas supracrustais e corpos intrusivos máfico-ultramáficos e gabro-anortosíticos.
III.3 – Neoarqueano
• Ciclos de Wilson Neoarqueanos – Os microcontinentes estabilizados no fim do Mesoarqueano constituíam massas
continentais originalmente bem maiores; – Dados isotópicos Sm-Nd confirmam que parte destes foram reciclados no Neoarq. e
Paleoproter. – Evolução dos terrenos Neoarqueanos:
• 1) Orogênese Rio das Velhas em Minas (gerou o Greenstone Belt Rio das Velhas). • 2) Orogênese – Ciclo Jequié na Bahia.
• (1) Greenstone Belt Rio das Velhas
– Depósito de ouro mais conhecido do Brasil (Mineração Ouro Velho); – Supergrupo Rio das Velhas:
• Grupo Nova Lima • Grupo Maquiné
– Greenstone Belt Rio das Velhas • Modelo evolutivo com estágios, desde 2,9 a 2,69Ga:
• Geração de crosta oceânica em ca. 2,9Ga; • Geração de arcos magmáticos plutono-vulcânicos relacionados à subducção
em ca. 2,78-2,75Ga; • Geração de granitos potássicos relacionados à colisão em ca. 2,75-2,69Ga; • Geração de granitos subalcalinos a alcalinos e diques máficos em ca. 2,62Ga.
• (2) Ciclo Jequié: Orógeno Itabuna – Salvador – Curaçá
– Extenso segmento de crosta Neoarqueana formada durante a orogenia Jequié; – Domínio Norte: Cinturão Salvador – Curaçá – Domínio Sul: Cinturão Itabuna. Registros Magmáticos da Orogenia Jequié: – Suíte São José do Jacuípe 2,7 a 2,9Ga; – Complexos Caraíba e Itabuna e Bloco Jequié: 2,81-2,69; – Magmatismo calcioalcalino potássico: 2,69 – 2,61Ga; – Magmatismo tardi a pós-colisional 2,69 – 2,55Ga.
• (3) Greenstone Belts de Retroarco:
-Formaram-se em áreas intracontinentais no contexto da Orogenia Jequié;
-Posicionam-se sobre os Cplxs. Gr.-Gn. Mesoarq. e constituem-se ao longo de faixas lineares limitadas por falhas; - Seq. Inferior: vulc. máf. e corpos ultramáficos; - Seq. Superior: espessa sedimentação química, com Bifs e ou Mn; Exemplos
– Complexo Boquira, Licínio de Almeida e Urandi – relacionados ao Lineamento Espinhaço; – Complexo Itapicuru (porção intermediária) e Complexo Rio Salitre relacionados ao
Lineamento Contendas Jacobina. III.4 - Tafrogênese Sideriana
• Crosta continental no Neoarqueano registros de fragmentação a partir de 2,6Ga; • No Quadrilátero Ferrífero aconteceram os primeiros sinais de tectônica extensional:
– Enxames de diques máficos NW-SE; – Intrusões de diques graníticos 2,61-2,55Ga.
• Regime extensional evoluiu até o desenvolvimento de bacias de margens passivas e terminou com abertura oceânica:
– Supergrupo Minas e Grupo Colomi • Ambos são depósitos dominados por espessas formações ferríferas do tipo Lago
Superior (Canadá e EUA=> MARCO LITOESTRATIGRÁFICO E METALOGENÉTICO DO SIDERIANO;
– Complexo Saúde (leste de Jacobina) e Suíte Água Sumida (SE da Bahia) • Registro de abertura oceânica:
– Bloco Serrinha • Unidade vulcânica máfica basal do GB Rio Itapicuru • São metabasaltos tholeíticos do tipo MORB • Idade U-Pb 2,21Ga e TDM 2,2; εnd +4
III.5 - Colagem Riaciana
• Ciclo chamado de “Transamazônico” • Brito Neves (1999) reconhece 3 orogêneses neste ciclo (ver artigo); • Representantes:
– Cinturão M. Paleop. Dianópolis-Silvânia (Prov. To); – Cinturão Mineiro; – Cinturão M. Bahia Oriental (leste do lineam. C-J); – Terreno Rio Preto.
• O crescimento lateral ocorreu por acresção crustal e aglutinação de massas continentais durante a colagem Riaciana.
• Cinturão Mineiro
– Quadrilátero Ferrífero: evol. policíclica complexa – Sedimentação inicia-se com SGr. Minas Gr. Caraça Gr. Itabira Gr. Piracicaba com
evolução da fx. Móvel Gr. Dom Silvério e Itacolomi.
• Cinturão Móvel Bahia Oriental (CMBO) – Extensa faixa de terrenos de alto grau – cinturão móvel Arqueano ou Paleoproterozóico; – Arcos Magmáticos de Caraíba e Itabuna que constituem o Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá
e o C.M. Bahia Oriental; Estágio Pré-orogênico – Regime extensional do Sideriano provocou fragmentação cratônica oceanização em
2,2Ga no Bl. Serrinha; Estágio Orogênico
• Sul do CMBO = Cplx. Itabuna (2,09Ga) • Norte CMBO = domos de Barrocas e Teofilândia 2,13Ga
Modelo Tectônico: – Orógeno edificado durante a colagem Riaciana, em consequência da colisão entre o
“paleocontinente Sanfranciscano” e o “protocráton ou paleocontinente do Congo” e diversos blocos Arqueanos (microplacas) amalgamadas no Paleoproterozóico.
III.5 - Acresção orosiriana
• Após o desfecho da colisão Riaciana ~ 2,08Ga; • Cenário: retrata a reação do manto à formação do Supercontinente Atlântica (Brito Neves, 1999). • Registros:
– Complexos Máfico-Ultramáficos Acamadados (Cu-Ni, Cr, Fe-Ti-V). Ex. Campo Formoso, oste de Jacobina.
– Batólitos sieníticos e maciços correlatos. Ex. Guanambi; – Suítes graníticas tipo A; – Complexo carbonatítico, ex. Angico dos Dias – fosfato; – Enxames de diques máficos.
III.6 - Bacias Transtracionais do Orosiriano
• Grupo Jacobina e Formação Areião • Grupo Itacolomi
Constituem seqüencias sedimentares clásticas de metaconglomerado, quartzito, metarcóseo, filito e xisto.
• Orógeno Jacobina • Grupo Jacobina: representa o mais notável dep. Sedimentar formado no Orosiriano; • Cadeia de montanhas de direção N-S com mais de 300km de extensão. • Rica província mineral polimetálica:
• Au, Cr, esmeralda, Mn, Ba e quarzo industrial. III. 7 - Tafrogênese estateriana
• Regime francamente extensional “manto ativado e litosfera ativada” = Tafr. Estateriana. • Entre 1,8 e 1,6 este regime foi responsável pela ruptura da crosta continental e pela formação de
riftes intracontinental. • Plutonismo granítico tipo A, intraplaca
– Suítes Intrusivas Lagoa Real e Borrachudos • Vulcanismo Félsico Subaéreo
– Formações Rio dos Remédios e Pajeú – Metaígneas Conceição do Mato Dentro
• Corpos Subvulcânicos de Granito granofírico (no rifte Espinhaço). III.8 - Bacias Intracratônicas Paleo e Mesoproterozóicas
• Bacias onde se depositaram os sedimentos do Supergrupo Espinhaço: – Minas: Serra do Espinhaço Meridional – Bahia: Espinhaço Setentrional e Chapada Diamantina;
• Em sua área de abrangência o SGr. Espinhaço configura um sistema de bacias: – Algumas abortadas na fase rifte, outras evoluindo para sinéclises interiores e outras
configurando orógenos colisionais.
• Chapada Diamantina: – Uma bacia do tipo rifte-sag onde se tem dois estágios:
• 1° pelo tipo de vulcanismo e presença de leques aluviais; • 2° pela ausência de conglomerados e falhas regionais.
Esquemas Retirados de Delgado et al. (2003, In: Bizzi et al. 2003)
III.9 - Bacias neoproterozóicas e Cambro-Ordovicianas
• Áreas deprimidas geradas na PSF no intervalo de 1000 a 540Ma: – Grupos Santo Onofre, Estância, Rio Pardo e Rio Preto e o SGr. São Francisco
(Neoproterozóico) – Formações Palmares e Salobro (Camb-Ordov.)
• Durante a desagregação de Rodínia individualizou-se o segmento litosférico designado de Paleocontinente São Francisco-Congo.
• Nesse período, formaram-se: – Entre 1000 e 850Ma:
• Aulacógeno Santo Onofre e as Bacias de Margem Passiva Estância e Rio Pardo – Entre 850Ma e 770Ma:
• a depressão flexural/termal onde se depositaram as unidades que integram as Formações Bebedouro e Jequitaí, do SGr. São Francisco.
• • Bacias Molássicas Palmares e Salobro
– Bacia Palmares se instalou sobre a Margem Passiva Estância e abriga as rochas da Fm. Palmares;
– Bacia Salobro se formou na Margem Passiva Rio Pardo e foi preenchida pelos depósitos da Fm. Salobro.