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ASSOCIAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR E TECNOLÓGICO DO PIAUÍ
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI
CURSO DE MEDICINA
MARIÁ SOARES LEAL DE MOURA
PALOMA CARVALHO PINHEIRO
QUALIDADE DE VIDA DE ESTUDANTES DE MEDICINA DO
PRIMEIRO E ÚLTIMO PERÍODO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO
UNINOVAFAPI: UM ESTUDO COMPARATIVO
Teresina - Piauí
2019
2
MARIÁ SOARES LEAL DE MOURA
PALOMA CARVALHO PINHEIRO
QUALIDADE DE VIDA DE ESTUDANTES DE MEDICINA DO
PRIMEIRO E ÚLTIMO PERÍODO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO
UNINOVAFAPI: UM ESTUDO COMPARATIVO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Medicina do
Centro Universitário UNINOVAFAPI, como requisito parcial para obtenção do
título de graduado em Medicina.
Orientador (a): Cíntia Maria de Melo Mendes
Teresina - Piauí
2019
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QUALIDADE DE VIDA DE ESTUDANTES DE MEDICINA DO PRIMEIRO E ÚLTIMO
PERÍODO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI: UM ESTUDO
COMPARATIVO
QUALITY OF LIFE OF MEDICAL STUDENTS OF THE FIRST AND LAST PERIOD OF
THE UNIVERSITY CENTER UNINOVAFAPI: A COMPARATIVE STUDY
CALIDAD DE VIDA DE LOS ESTUDIANTES DE MEDICINA DEL PRIMER Y ÚLTIMO
PERÍODO DEL CENTRO UNIVERSITARIO UNINOVAFAPI: UN ESTUDIO
COMPARATIVO
1MARIÁ SOARES LEAL DE MOURA
2PALOMA CARVALHO PINHEIRO
3CÍNTIA MARIA DE MELO MENDES
1 Acadêmica de Medicina do Centro Universitário Uninovafapi, Bloco 12. Endereço: Rua São Pedro, 3274,
Bairro: Frei Serafim, CEP: 64001-914, Teresina - Piauí. E-mail: [email protected]
2 Acadêmica de Medicina do Centro Universitário Uninovafapi, Bloco 12. Endereço: Rua César Leal, 5642.
Bairro: Santa Isabel, CEP: 64053-110, Teresina - Piauí. E-mail: [email protected]
3 Professora no Centro Universitário Uninovafapi. Endereço: Rua Vitorino Orthiges Fernandes, 6123, Bairro
Uruguai, CEP: 64073-505, Teresina – Piauí. E-mail: [email protected]
4
QUALIDADE DE VIDA DE ESTUDANTES DE MEDICINA DO
PRIMEIRO E ÚLTIMO PERÍODO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO
UNINOVAFAPI: UM ESTUDO COMPARATIVO
RESUMO
Qualidade de vida é a percepção do indivíduo de sua posição no contexto da cultura e
sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e
preocupações. Este trabalho tem como objetivo comparar a QV de estudantes de medicina do
primeiro e último período do UNINOVAFAPI. É uma pesquisa observacional, descritiva,
quantitativa, comparativa e transversal. Foi utilizado o questionário de Whoqol-bref adaptado,
que abrange domínios: físico, psicológico, social, meio ambiente e hábitos. Os resultados
identificaram uma diferença no escore de qualidade de vida, de saúde, de domínio físico,
psicológico, social e ambiental, com médias maiores no primeiro período do que no último,
corroborando a influência do curso de Medicina nos diversos âmbitos da vida do estudante.
Descritores: Qualidade de vida, Estudantes de medicina, Estudo comparativo.
ABSTRACT
Quality of life is the individual's perception of their position in the context of the
culture and value system in which they live and in relation to their goals, expectations,
standards and concerns. This study aims to compare the QoL of medical students of the first
and last period of UNINOVAFAPI. It is an observational, descriptive, quantitative,
comparative and cross-sectional research. The adapted Whoqol-bref questionnaire was used,
covering domains: physical, psychological, social, environment and habits. The results
identified a difference in the quality of life, health, physical, psychological, social and
environmental score, with averages higher in the first period than in the last one,
corroborating the influence of the medical course in the different areas of the student's life.
Descriptors: Quality of life, Medical students, Comparative study..
RESUMEN
La calidad de vida es la percepción del individuo de su posición en el contexto de la
cultura y el sistema de valores en los que vive y en relación con sus objetivos, expectativas,
patrones y preocupaciones. Este trabajo tiene como objetivo comparar la CV de estudiantes de
5
medicina del primer y último período del UNINOVAFAPI. Es una investigación
observacional, descriptiva, cuantitativa, comparativa y transversal. Se utilizó el cuestionario
de Whoqol-bref adaptado, que abarca ámbitos: físico, psicológico, social, medio ambiente y
hábitos. Los resultados identificaron una diferencia en la puntuación de calidad de vida, de
salud, de dominio físico, psicológico, social y ambiental, con promedios mayores en el primer
período que en el último, corroborando la influencia del curso de Medicina en los diversos
ámbitos de la vida del estudiante.
Descriptores: Calidad de vida, Estudiantes de medicina, Estudio comparativo.
INTRODUÇÃO
O significado conceitual de qualidade de vida (QV) começou a ser estudado por volta
da década de 70, decorrente de uma convergência de interesses das ciências sociais, humanas,
econômicas e da saúde, conforme FLECK MP. (2008). Segundo FIEDLER PT (2008), a
Organização Mundial de Saúde (World Health Organization – WHO) criou um Grupo de
Qualidade de Vida (Quality of life – QOL), o The WHOQOL Group, que a caracteriza como
sendo a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de
valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e
preocupações (WHOQOL Group, 1994, p.28).
De acordo com ALVES et. al (2010), a QV tem um conceito bastante abrangente,
influenciado de forma complexa pelo estado psicológico, nível de independência, saúde física,
relações sociais – trabalho, família, amigos - e com o meio ambiente do indivíduo, estando
relacionada tanto a fatores biológicos e comportamentais, quanto a aspectos sócio
demográficos e culturais. Além de condições de existência de uma população, do seu acesso a
certos bens e serviços econômicos e sociais, como emprego, renda, educação básica,
alimentação adequada, acesso a bons serviços de saúde, habilitação e transporte, segundo
GORDIA et. al (2011).
GORDIA et. al (2010) demonstrou que a qualidade de vida dos estudantes de
Medicina, recentemente, tem ganhado atenção dos pesquisadores científicos no Brasil, tanto
pelo crescente receio individual e coletivo com a saúde e o bem-estar da população geral,
como pelo fato desse curso ter o conceito de ser um dos mais trabalhosos do mercado devido
a sua considerável exigência, que requer dos alunos dedicação, resistência física e emocional,
esforço, sacrifício. Todos esses fatores são progressivamente agravados com o decorrer do
6
curso. Inevitavelmente, a exigência do ensino cresce, o que acaba sobrecarregando o cotidiano
do estudante ainda mais. O aumento da carga horária e da quantidade de provas, a pressão de
concluir o curso e entrar no mercado de trabalho e em programas de residência médica afetam
o ser humano bem mais do que apenas emocionalmente, de acordo FIOROTTI et. al (2010).
Ao avaliar a qualidade de vida dos estudantes de Medicina nota-se uma influência
marcante da profissão e da estrutura do currículo do curso em suas vidas em diversos âmbitos.
Esse é um dos aspectos de destaque dos recentes estudos sobre a qualidade de vida desse
grupo, visto que este será o responsável pelo cuidado da saúde da população no futuro.
Dessa forma, o trabalho em estudo tem como objetivo geral avaliar e comparar a
qualidade de vida de estudantes de medicina do primeiro e do último período do Centro
Universitário UNINOVAFAPI, e como objetivo específico caracterizar a população estudada
quanto ao gênero e idade, e observar a percepção acerca da sua qualidade de vida e de saúde.
METODOLOGIA
O trabalho em questão trata-se de uma pesquisa observacional, descritiva,
quantitativa, comparativa e transversal. O estudo busca expor, classificar, interpretar,
definir semelhanças e diferenças entre fatos, fazendo a análise mais precisa possível, sem
interferência pessoal dos pesquisadores.
Este estudo foi iniciado após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro
Universitário UNINOVAFAPI (CAAE: 97585218.3.0000.5210) (Anexo 2) e após
consentimento da instituição, em consonância com a Resolução 466/2012 do Conselho
Nacional de Saúde que regulamenta as questões operacionais e éticas dos trabalhos
científicos envolvendo seres humanos.
A seleção dos indivíduos foi feita por amostragem aleatória simples e os critérios
de inclusão foram os estudantes do primeiro e do décimo segundo período do curso de
Medicina do Centro Universitário UNINOVAFAPI que aceitaram participar da pesquisa
assinando o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) (Anexo A). Tendo sido
usado como critério de exclusão os alunos com menos de 18 anos de idade.
Para o cálculo do tamanho da amostra (n), foi considerada uma margem de erro de
5% (E), com nível de significância de 95% (Z = 1,96) e valor do parâmetro (P) de 0,50.
Assim, para uma população (N) finita de 167 discentes (109 alunos do primeiro período e
58 do décimo segundo), utilizou-se a seguinte fórmula:
7
n =𝑍2. 𝑃. (1 − 𝑃). 𝑁
𝐸2. (𝑁 − 1) + 𝑍2. 𝑃. (1 − 𝑃)
Na qual, obteve-se n = 117. Dessa forma, por meio de uma amostragem não
probabilística do tipo intencional, a população em análise foi composta de 76 graduandos
do primeiro período e 41 alunos do último período do curso de Medicina do Centro
Universitário UNINOVAFAPI.
O levantamento de dados foi realizado no Centro Universitário UNINOVAFAPI,
localizado na cidade de Teresina - PI, durante os meses de março a abril de 2019, através
da aplicação de um questionário (APÊNDICE A) em que foi feito uma caracterização do
sujeito, com idade e gênero, e avaliação da qualidade de vida através do Questionário de
Whoqol-bref adaptado.
Este questionário contém 25 perguntas, duas delas sendo questionamentos gerais
sobre a qualidade de vida e avaliação da saúde, e o restante abrangendo os domínios:
físico, com 6 questões, com ênfase nas facetas: dor e desconforto, energia e fadiga, sono e
repouso, mobilidade, atividades da vida cotidiana, dependência de medicação ou de
tratamentos e capacidade de trabalho; psicológico, com 5 questões, focalizando as
seguintes facetas: sentimentos positivos, pensar, aprender, memória e concentração, auto-
estima, imagem corporal e aparência, sentimentos negativos; relações sociais, com 2
questões abordando as facetas: relações pessoais, suporte (apoio) social, atividade sexual;
meio ambiente, com 2 questões, abrangendo as facetas: ambiente no lar, oportunidades de
recreação/lazer, e ambiente físico (poluição, ruído, trânsito, clima e transporte); hábitos,
com 8 questões, discorrendo sobre as facetas: alimentação (consumo de frutas e verduras,
fast food, alteração do hábito alimentar), consumo de substâncias para manter-se acordado
ou para dormir.
O instrumento Whoqol-bref adaptado considera o último mês vivido pelos
respondentes, e o tempo médio de seu preenchimento foi de cerca de dez minutos. As
respostas às questões são dadas numa escala com um único intervalo de 0 (zero) a 5
(cinco), segundo a metodologia proposta pelo instrumento.
A OMS sugere uma equação para estimativa de escores de cada domínio, em que
serão calculados pela média de cada faceta dentro de cada domínio. Tendo como uma
8
classificação final como: III. Necessita melhorar (quando média 1 até 2,9); IV. Regular
(quando média 3 até 3,9); V. Boa (média 4 até 4,9); VI. Muito boa (média 5).
Os dados foram adquiridos depois de fornecidas as informações e esclarecimentos
acerca da pesquisa e após assinatura do TCLE pelos estudantes. Posteriormente, os
questionários preenchidos foram criticados pelos autores afim de verificar falhas no
preenchimento, e em seguida foram registrados numa planilha no Microsoft Excel e
exportados para o programa IBM SPSS Statistics 20.0 que processou os dados e realizou
os testes estatísticos.
A análise estatística foi descritiva e inferencial. A parte descritiva foi pautada em
leitura de frequências absolutas (Nº) e relativas (%) quando a variável era qualitativa, e
em leitura da estatística de posição (média e mediana) e de dispersão (desvio padrão)
quando a abordagem era de variáveis quantitativas.
Para detectar as diferenças estatísticas na qualidade de vida entre os dois períodos
estudados, foi utilizado o teste de normalidade de Shapiro-Wilk que rejeitou a hipótese de
que os escores seguem a curva normal, dessa forma, tendo sido necessário o teste não
paramétrico de Mann-Whitney. O nível de significância do teste foi de 5% (P < 0,05). Os
resultados coletados estão apresentados em forma de tabelas e gráficos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Considerando um universo de 109 discentes do primeiro e 58 discentes do último
período do curso de medicina do Centro Universitário UNINOVAFAPI, foi calculada uma
amostra de 117 estudantes, tendo sido entrevistados 76 alunos do primeiro período e 41
alunos do décimo segundo.
Observou-se que o perfil predominante dos indivíduos estudados corresponde ao
sexo feminino com 60,6% e de idade entre 18 e 25 anos com 71,8%, tanto nos estudantes
do primeiro como nos do décimo segundo período (Gráfico 1, 2 e 3).
Gráfico 1. Gênero dos alunos do 1º período
9
Fonte: Pesquisa direta por WHOQOL-bref adaptado.
Gráfico 2. Gênero dos alunos do 12º período
Fonte: Pesquisa direta por WHOQOL-bref adaptado.
Gráfico 3. Idade dos Alunos do 1º e 12º períodos
46%
54%
Masculino Feminino
27%
73%
Masculino Feminino
10
Fonte: Pesquisa direta por WHOQOL-bref adaptado.
Em relação à primeira questão respondida – como o participante avaliava sua
qualidade de vida -, os alunos do primeiro período apresentaram melhores resultados, com
57,8% avaliando-a como boa, 22,3% como muito boa e 19,7% como nem ruim nem boa,
obtendo uma média de 4,0 pontos (em que os parâmetros inferiores e superiores vão de 1,0 a
5,0 respectivamente) (Tabela 1). Enquanto os alunos do décimo segundo período
apresentaram resultados inferiores, com 41,4% considerando a sua qualidade de vida como
boa, 36,5% como nem ruim nem boa, 12,1% como ruim e 7,3% como muito ruim, alcançando
uma média de 3,2. Nesse âmbito, houve diferença de escore entre os dois períodos
supracitados, com P=0,000.
Quanto à segunda questão – satisfação dos acadêmicos quanto a sua saúde -, também
houve uma diferença estatística de P=0,012, com o primeiro período pontuando uma média de
3,6 (Tabela 1), com 43,4% dos discentes avaliando sua saúde como boa, 31,5% como nem
ruim nem boa, 15,7% como muito boa, 6,5% como ruim e 2,6% como muito ruim. Enquanto
que nos alunos do décimo segundo, 34,1% estimou sua saúde como boa, 29,2% como ruim,
26,8% como nem ruim nem boa, apenas 7,3% como muito boa e 2,4% como muito ruim,
totalizando uma média de 3,1 (Tabela 1).
80,30%
56%
15,70%
29,20%
4,00%
14,60%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
1º período 12º período
18 - 25 25 - 30 > 30
11
Tabela 1. Média dos escores por domínio e período Teresina
(PI), 2019
Período
1º 12º
Média Média
Qualidade de vida 4,0 3,2
Qualidade da saúde 3,6 3,1
Domínio físico 3,2 2,6
Domínio psicológico 3,3 3,0
Relações sociais 3,7 3,3
Meio Ambiente 3,4 2,9
Hábitos 3,5 3,4
Fonte: Pesquisa direta por WHOQOL-bref adaptado.
Em relação aos escores de cada domínio separadamente, o físico foi o de menor média
nos dois períodos em questão, e apresentou, ainda, maiores escores nos estudantes do
primeiro período em relação aos do décimo segundo (Tabela 1), com um intervalo de
confiança no primeiro período de [3,03; 3,33] (Tabela 2) e no último de [2,42 ; 2,86].
De acordo com SANTOS et. al. (2012), dentro do domínio físico, as práticas de
exercícios são indicadores de saúde positivos, e contribuem para avaliação da qualidade de
vida à medida que possibilitam a melhoria de funções cognitivas, capacidades
cardiorrespiratória e muscular, o controle de massa corporal, a diminuição da depressão e da
ansiedade. Segundo MOTA et. al. (2012) e MACHADO et. al. (2013), esse hábito previne
doenças e obesidade e controla comorbidades que possam existir, contribuindo para o bem-
estar do sono e prolongando a expectativa de vida.
12
Tabela 2. Intervalo de confiança de 95% para a média por domínio
Domínio Intervalo de Confiança – IC 95%
Qualidade de vida [ 3,88 ; 4,18 ] [ 2,89 ; 3,50 ]
Qualidade de saúde [ 3,42 ; 3,84 ] [ 2,83 ; 3,47 ]
Físico [ 3,03 ; 3,33 ] [ 2,41 ; 2,86 ]
Psicológico [ 3,20 ; 3,46 ] [ 2,85 ; 3,23 ]
Social [ 3,48 ; 3,83 ] [ 3,04 ; 3,62 ]
Meio Ambiente [ 3,27 ; 3,60 ] [ 2,65 ; 3,13 ]
Hábitos [ 3,29 ; 3,63 ] [ 3,19 ; 3,56 ]
Fonte: Pesquisa direta por WHOQOL-bref adaptado.
De acordo com inúmeras pesquisas na área de educação médica, incluindo MOTA et.
al. (2012), a natureza integral do curso de Medicina pode ser o maior obstáculo para o não
cumprimento de atividade física diariamente, caracterizando um estilo de vida sedentário, o
qual tem alta prevalência entre os estudantes de medicina e residentes médicos. Segundo
pesquisa de FIGUEIREDO et. al. (2014), alunos de uma universidade brasileira de Medicina
apontaram que a falta de horários compatíveis para frequentar academias e a carga horária
extensa atrapalhavam o desejo e a necessidade de praticar esportes. Essa “falta de tempo” é
tida como a responsável pelo impedimento de horas de descanso, de lazer, de trabalho e até
mesmo de alimentação, o que acaba por prejudicar diversos âmbitos da vida do aluno. Fato
esse comprovado no presente estudo visto que, com o decorrer do curso, a disponibilidade de
tempo torna-se ainda mais reduzida, refletindo na piora da qualidade do âmbito físico dos
alunos do primeiro para o décimo segundo período.
O trabalho de CARDOSO et. al. (2009) evidenciou que a qualidade do sono também é
fator importante na manutenção da QV, tendo em vista que o sono é imprescindível na
consolidação da memória, na conservação e restauração da energia e na renovação do
metabolismo energético cerebral, de forma que interferências nesse repouso podem levar a
13
alterações importantes no funcionamento físico, cognitivo e social do indivíduo,
comprometendo consideravelmente a qualidade de vida.
Neste mesmo estudo de CARDOSO et. al. (2009) foram avaliados os hábitos de sono
de estudantes de medicina numa universidade brasileira pública, e constatou-se o sono como
um problema para a QV desses indivíduos. A média de horas de sono dos graduandos
estudados (6,13h) foi menor do que a população adulta (7 a 9h), e caracterizaram a qualidade
do sono como ruim, com excessiva sonolência diurna, comprometendo o desempenho na
universidade.
Em outro estudo, de FRANK et. al. (2006), numa universidade dos Estados Unidos,
foi observada piora da condição do sono conforme a evolução do curso, no qual a média de
horas de sono de estudantes de medicina diminuiu de forma significante do ingresso da
universidade (média de 7 horas por noite), para o início das práticas hospitalares (6,6-6,7
horas por noite) e para o último ano (6,8 horas por noite).
No domínio dos hábitos, não houve diferença entre os escores dos alunos do primeiro
e do décimo segundo período, com P=0,336, tendo sua média do primeiro período em 3,5
(Tabela 1), com intervalo de confiança [3,29 ; 3,63] (Tabela 2) e no último período com
média de 3,4 (Tabela 1), com intervalo de confiança [3,19 ; 3,56] (Tabela 2).
Dentro desse domínio, o ponto mais impactante negativamente na qualidade de vida é
a alimentação. De acordo com MOTA et. al. (2012) a formação do profissional médico impõe
algumas modificações de rotina que acabam sendo nocivas ao estilo de vida, predispondo o
ganho de peso. Dentre essas modificações, está o consumo em quantidades exageradas e o
predomínio da dieta ocidental – rica em gorduras, açúcares e alimentos refinados, com
quantidade menor de carboidratos complexos e vegetais – entre os estudantes e médicos,
devido à facilidade de acesso e praticidade dessas refeições rápidas que são escolhas frente
aos horários disponíveis reduzidos. Associa-se ainda à decaída progressiva da prática de
exercícios físicos desse grupo, o que tem cooperado para o aumento do sobrepeso e da
obesidade nas últimas décadas, segundo FIGUEIREDO et. al. (2014).
Trevisol e Luca avaliaram 76% de estudantes de medicina que relataram mudanças
negativas em seu padrão alimentar após o ingresso na universidade, informando ingestão
frequente de frituras, embutidos, doces, balas e bolos, e 27,7% dos graduandos revelaram
comer todos os dias pelo menos um desses alimentos. Além do mais, 64% dos estudantes
informaram trocar, com frequência, o almoço ou o jantar por lanches rápidos. O que é
corroborado no trabalho em questão, visto que mesmo sem haver diferenças entre os escores
14
do primeiro e último período, a média do domínio de hábito é 3,5 e 3,4 respectivamente,
sendo classificada como regular. Dado esse que infelizmente, demonstra um paradoxo na
qualidade de vida do profissional de saúde, visto que este deveria ser o responsável por
promover a saúde da população, mas não aplica as orientações na própria vida.
O domínio psicológico apresentou uma diferença entre os escores dos alunos do
primeiro e do décimo segundo período, com P=0,013, tendo sua média do primeiro período
em 3,3 (Tabela 1), com intervalo de confiança [3,20 ; 3,46] (Tabela 2) e no último período
com média de 3,4 (Tabela 1), com intervalo de confiança [2,85 ; 3,23] (Tabela 2).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece a importância do estudo da saúde
mental, refletindo na definição de saúde não como apenas ausência de doença ou
enfermidade, mas como estado completo de bem-estar físico, mental e social, tornando-se
assim imprescindível para manutenção da qualidade de vida, conforme mostra estudo de
CUNHA et. al. (2009).
Nesse contexto, a saúde mental dos estudantes de medicina há muito tempo vem sendo
objeto de atenção e estudo em pesquisas, pois mesmo tendo conhecimento de que a promoção
da qualidade de vida dos indivíduos está atrelada tanto as suas condições físicas, como
também à condição psicológica, nem sempre aplicam tal estratégia em benefício próprio, de
acordo com FIGUEIREDO et. al. (2014).
CHAZAN et. al. (2013) comprovou em seu estudo que estresse, problemas mentais
como ansiedade e depressão são referidos nesse meio, relacionando-se com baixo rendimento
acadêmico. Usando o questionário Whoqol-bref, um estudo de ALVES et al. (2010)
evidenciou uma queda nos escores do domínio psicológico entre os acadêmicos de medicina
do início do curso com os do final. Da mesma forma que o evidenciado neste trabalho em
estudo (Tabela 1).
Muitos são os fatores considerados desencadeantes desse comprometimento
psicológico: pressão para aprender, grande volume de matérias, competição entre os
estudantes, experiência de contato com a morte, rotina e carga horária extenuantes, sentimento
de desamparo dos estudantes frente ao poder dos professores, dilemas éticos, descoberta de
que o médico não é onipotente, insegurança em relação ao ingresso no mercado de trabalho,
cobrança da sociedade e da instituição de ensino além de auto cobrança, plantões no internato,
escolha da especialidade, receio com a não aprovação na residência médica, conforme
CUNHA et. al. (2009) e QUERIDO et. al. (2016). Em consequência dessas condições,
observa-se um aumento na prevalência de suicídio, depressão, ansiedade, uso de drogas,
15
disfunção profissional entre os estudantes de medicina e médicos, o que acaba por afetar o
cuidado com o paciente.
No domínio de relações sociais, houve uma diferença entre os escores dos alunos do
primeiro e do décimo segundo período, com P=0,036, tendo a média do primeiro período em
3,7 (Tabela 1), com intervalo de confiança [3,48 ; 3,83] (Tabela 2) e no último período com
média de 3,3 (Tabela 1), com intervalo de confiança [3,04 ; 3,62] (Tabela 2), apontando que,
com o desenrolar do curso, as relações interpessoais ficam ainda mais prejudicadas, refletindo
negativamente na saúde mental, e, consequentemente, na qualidade de vida.
Na esfera ambiental, a diferença estatística entre os escores dos alunos do início do
curso e dos concludentes foi com P 0,001, com uma média do primeiro período em 3,4
(Tabela 1), com intervalo de confiança [3,27 ; 3,60] (Tabela 2) e no último período com
média de 2,9 (Tabela 1), com intervalo de confiança [2,65 ; 3,13] (Tabela 2), concluindo-se
que o lazer dessa população é restrito, como já foi evidenciado, tanto pelas poucas horas de
tempo livre, como pelo cansaço do dia-a-dia do estudante de medicina. Como agravante, nas
escassas oportunidades de distração, tanto os médicos como os graduandos levam trabalhos e
estudos para casa, tornando ainda mais difícil o descanso.
No que diz respeito ao ambiente de estudo, diversas vezes, este coincide com o
ambiente de trabalho, onde o estudante, principalmente os dos últimos anos de curso, acaba
sendo obrigado a estudar em plantões ou nos tempos livres entre atividades do estágio,
resultando em um ambiente de estudo caótico e inadequado para a qualidade da
aprendizagem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em conclusão, pelo estudo realizado neste trabalho com instrumento Whoqol-bref
adaptado, a qualidade de vida dos estudantes de Medicina sofre desgastes nos domínios físico,
psicológico, social e ambiental no decorrer da graduação médica. Nossos dados indicam que,
antes da conclusão do curso, o médico já sofre prejuízos em diversos âmbitos da qualidade de
vida que se agravam progressivamente nos 6 anos de curso, o que implica negativamente na
saúde futura desse profissional. Logo, esse é um tópico prioritário para os educadores da área
de saúde, ainda que novos estudos, com desenhos de coorte, sejam necessários para identificar
16
os fatores que determinam essas alterações na qualidade de vida dos estudantes de Medicina
durante a graduação.
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Efetividade de uma intervenção nutricional associada à prática de atividade física.
Cad. Saúde Colet. Rio de Janeiro, v.21, n.2, p.148-53, 2013.
Trevisol DJ, Luca RS. Avaliação da mudança de hábitos alimentares dos acadêmicos
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CARDOSO, Hígor Chagas et al. Avaliação da qualidade do sono em estudantes de
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Frank E, Carrera JS, Elon L, Hertzberg VS. Basic Demographics, Health Practices,
and Health Status of U.S. Medical Students. Am J Prev Med. 2006; 31(6):499-505
CUNHA, Marco Antonio Buch et al. Transtornos psiquiátricos menores e procura por
cuidados em estudantes de Medicina. Rev. bras. educ. med., Rio de Janeiro, v. 33, n.
3, p. 321-328, Sept. 2009
CHAZAN, Ana Claudia Santos; CAMPOS, Mônica Rodrigues. Qualidade de vida de
estudantes de medicina medida pelo WHOQOL-bref - UERJ, 2010. Rev. bras. educ.
med., Rio de Janeiro, v. 37, n. 3, p. 376-384, Sept. 2013
18
Alves JGB, Tenório M, Anjos AG, Figueroa JN. Qualidade de vida em estudantes de
Medicina no início e final do curso: avaliação pelo Whoqol-bref. Bras Educ Med.
2010.
QUERIDO, Izabela Almeida et al. Fatores Associados ao Estresse no Internato
Médico. Rev. bras. educ. med., Rio de Janeiro, v. 40, n. 4, p. 565-573, Dec. 2016
19
APÊNDICE
20
APÊNDICE A
‘’QUALIDADE DE VIDA DE ESTUDANTES DE MEDICINA DO PRIMEIRO
E DO ÚLTIMO PERÍODO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI: UM
ESTUDO COMPARATIVO”
QUESTIONÁRIO
I. Caracterização do sujeito
1) Idade: __________
2) Peso: ___________
3) Altura: __________
4) IMC: ____________
5) Qual o seu gênero? ( ) Masculino ( ) Feminino
6) Qual seu semestre na faculdade de Medicina?
( ) 1º período
( ) 12º período
7) Você possui alguma doença crônica?
( ) Depressão
( ) HAS
( ) Cardiopatia
( ) Diabetes mellitus
( ) Doença reumática
( ) Doença respiratória
( ) Outros: ____________
8) Sua doença está em tratamento farmacológico? ( ) Sim ( ) Não
II. Aspectos da Qualidade de vida – Questionário Whoqol-bref adaptado.
Instruções:
Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida,
saúde e outras áreas de sua vida. Por favor responda a todas as questões. Se você não tem
certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre as alternativas a que
lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá ser sua primeira escolha. Por favor,
21
tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações. Nós estamos perguntando
o que você acha de sua vida, tomando como como referência o último mês.
M
uito ruim
R
uim
Nem
ruim, nem boa
B
oa
M
uito boa
1 Como você avaliaria sua
qualidade de vida? 1 2 3 4 5
Muit
o insatisfeito
In
satisfeito
Nem
satisfeito, nem
insatisfeito
S
atisfeito
M
uito
satisfeito
2
Quão satisfeito
(a) você está com a sua
saúde?
1 2 3 4 5
As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas no último
mês.
N
ada
M
uito
pouco
M
ais ou
menos
B
astante
Extre
mamente
3
Em que medida você acha que
sua dor (física) impede você de fazer o
que você precisa?
1 2 3 4 5
4 O quanto você aproveita a vida? 1 2 3 4 5
5 O quanto você consegue se
concentrar? 1 2 3 4 5
6
Quão saudável é o seu
ambiente físico (clima, barulho,
poluição, atrativos)?
1 2 3 4 5
As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é
capaz de fazer certas coisas no último mês.
22
N
ada
M
uito pouco
M
édio
M
uito
Compl
etamente
7 Você tem energia suficiente para seu
dia-a-dia? 1 2 3 4 5
8 Você está satisfeito com sua aparência
física? 1 2 3 4 5
9 Em que medida você tem
oportunidades de atividade de lazer? 1 2 3 4 5
As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a
respeito de vários aspectos de sua vida no último mês.
M
uito
insatisfeito
In
satisfeito
Nem
satisfeito nem
insatisfeito
S
atisfeito
M
uito
satisfeito
1
0
Quão satisfeito(a)
você está com o seu sono? 1 2 3 4 5
1
1
Quão satisfeito(a)
você está com sua
capacidade de desempenhar
as atividades do seu dia-a-
dia?
1 2 3 4 5
1
2
Quão satisfeito(a)
você está com sua capacidade
para o estudo?
1 2 3 4 5
1
3
Quão satisfeito(a)
você está consigo mesmo? 1 2 3 4 5
1
4
Quão satisfeito(a)
você está com suas relações
pessoais (amigos, parentes,
conhecidos, colegas)?
1 2 3 4 5
1
5
Quão satisfeito(a)
você está com sua vida sexual? 1 2 3 4 5
1
6
Quão satisfeito(a)
você está com sua
alimentação?
1 2 3 4 5
23
As questões seguintes referem-se a com que frequência você sentiu ou experimentou
certas coisas no último mês.
N
unca
A
lgumas
vezes
Freque
ntemente
Muito
frequentemente
S
empre
1
7
Com que frequência
você tem sentimentos
negativos tais como mau
humor, desespero, ansiedade,
depressão?
1 2 3 4 5
1
8
Com que frequência
você consome substâncias
para dormir?
1 2 3 4 5
1
9
Com que frequência
você consome substâncias
(remédios, café, cafeína,
energético...) para se manter
acordado?
1 2 3 4 5
2
0
Com que frequência
você deixa de dormir para
estudar?
1 2 3 4 5
2
1
Com que frequência
você troca refeições principais
por lanches rápidos?
1 2 3 4 5
2
2
Com que frequência
você deixa de se alimentar
(pula refeições) por causa da
rotina da faculdade?
1 2 3 4 5
As questões seguintes referem-se a com que frequência você sentiu ou experimentou
certas coisas no último mês.
24
N
unca
2
vezes na
semana
3 -
4 vezes na
semana
5 –
6 vezes na
semana
T
odo
dia
2
3
Com que frequência você
pratica atividade física? 1 2 3 4 5
2
4
Com que frequência você
consome verduras, frutas, alimentos
integrais?
1 2 3 4 5
2
5
Com que frequência você
consome fast-foods, enlatados,
frituras, refrigerantes?
1 2 3 4 5
Esse questionário é composto de 25 perguntas (sendo as perguntas número 1 e 2 sobre
a qualidade de vida geral), as respostas seguem uma escala de 1 a 5, em que quanto maior a
pontuação, melhor a qualidade de vida. Fora essas duas questões (1 e 2), o instrumento tem
mais 23 facetas, as quais compõem 4 domínios que são: físico, psicológico, relações sociais,
meio ambiente e de hábitos.
Neste instrumento terá que aparecer o resultado somente em média (1 a 5) por domínio
e por faceta.
Atenção: neste instrumento é necessário também recodificar o valor das questões 17,
18, 19, 20, 21, 22, 25 (1=5) (2=4) (3=3) (4=2) (5=1).
As perguntas 1 e 2 deverão aparecer da seguinte forma.
1 – Percepção da qualidade de vida (resultado em média 1 a 5);
2 – Satisfação com a saúde (resultado em média 1 a 5)
Cada faceta é só somar os valores da entrevista (de 1 a 5) e dividir pelo número de
participantes e fazer uma média onde o resultado vai ser de 1 até 5.
Abaixo estão os domínios e suas facetas correspondentes. Cada faceta com um número
identificador conforme o questionário.
Domínio 1: Domínio Físico
3. Dor física
7. Sono e repouso
10. Atividades da vida cotidiana
11. Dependência de medicação ou tratamentos
25
12. Capacidade de estudo
23. Frequência de realização de atividade física
Para calcular o domínio físico é só somar os valores das facetas e dividir por 6.
(Q3, Q7, Q10, Q11, Q12, Q23) /6
Domínio 2: Domínio Psicológico
4. Sentimentos positivos
5. Autoestima
8. Imagem corporal e aparência
13. Sentimentos negativos
17. Espiritualidade/religião/crenças pessoais
Para calcular o domínio psicológico é só somar os valores das facetas e dividir
por 5. (Q4, Q5, Q8, Q13, Q17) /5
Domínio 3: Relações Sociais
14. Relações pessoais
15. Atividade sexual
Para calcular o domínio relações sociais é só somar os valores das facetas e
dividir por 2. (Q14, Q15) /2
Domínio 4: Meio Ambiente
6. Ambiente no lar
9. Oportunidades de adquirir novas informações e habilidades
Para calcular o domínio do meio ambiente é só somar os valores das facetas e
dividir por 2. (Q6, Q9) /2
Domínio 5: Hábitos:
16. Alimentação
18. Uso de substâncias para controle do sono
19. Uso de substâncias para controle do sono
20. Interferência dos estudos no sono
21. Interferência dos estudos na alimentação
22. Interferência dos estudos na alimentação
24. Qualidade da alimentação
25. Qualidade da alimentação
Para calcular o domínio de hábitos é só somar os valores das facetas e dividir
por 8. (Q16, Q18, Q19, Q20, Q21, Q22, Q24, Q25) /8.
26
Todos os resultados vão ser em média tanto no domínio quanto nas facetas.
A classificação será:
III. Necessita melhorar (quando for 1 até 2,9);
IV. Regular (3 até 3,9);
V. Boa (4 até 4,9);
VI. Muito boa (5)
Os dados tabulados devem ser compatíveis para importação para o Microsoft Excel,
caso seja necessário.
27
ANEXOS
28
ANEXO 1
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE SAÚDE, CIÊNCIAS HUMANAS E
TECNOLÓGICAS DO PIAUÍ - UNINOVAFAPI
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
Prezado participante,
Você está sendo convidado (a) a participar da pesquisa “Qualidade de vida de
estudantes de medicina do primeiro e último período do Centro Universitário
UNINOVAFAPI: um estudo comparativo”, desenvolvida por Mariá Soares Leal de Moura
e Paloma Carvalho Pinheiro, discentes do curso de Bacharelado em Medicina do Centro
Universitário Uninovafapi, sob orientação do Professora Cíntia Maria de Melo Mendes.
O objetivo central do estudo é comparar a qualidade de vida de estudantes de medicina
do primeiro e último período do Centro Universitário Uninovafapi. A importância desse
trabalho está relacionada com a compreensão de como o curso de Medicina pode influenciar a
vida do estudante e de como essa influência vai se intensificando a medida que a exigência da
faculdade progride.
Sua participação é voluntária, isto é, ela não é obrigatória, e você tem plena autonomia
para decidir se quer ou não participar, bem como retirar sua participação a qualquer momento.
Você não será penalizado caso decida não participar da pesquisa ou, tendo aceitado, desistir
desta.
Serão garantidas a confidencialidade e a privacidade das informações por você
prestadas. Os questionários preenchidos serão recolhidos em grupo e de forma aleatória, a fim
de garantir o anonimato dos participantes.
Qualquer dado que possa identificá-lo será omitido na divulgação dos resultados da
pesquisa, e os questionários serão armazenados em local seguro e só terão acesso as
pesquisadoras e sua orientadora.
Ao final da pesquisa, todo material será mantido em arquivo, por pelo menos 5 anos,
conforme Resolução 466/12 e orientações do CEP/UNINOVAFAPI.
O benefício relacionado com a sua colaboração nesta pesquisa é o de possibilitar um
melhor conhecimento acerca da qualidade de vida desses indivíduos para vestibulandos,
29
acadêmicos e profissionais médicos e a partir desses dados subsidiar ações que possam
melhorar esses hábitos de vida, o que pode proporcionar melhor desempenho profissional no
atendimento prestado à população.
Você estará submetido ao risco de constrangimento e dano emocional durante o
preenchimento do questionário por tratar-se de questões subjetivas. Além de existir a
possibilidade de gerar transtornos psicológicos, desencadeados pela avaliação dos domínios
psicológico e social do questionário.
Os resultados serão divulgados em apresentação de Trabalho de Conclusão de Curso e
artigos científicos.
Ressalta-se que os participantes da pesquisa que vierem a sofrer qualquer tipo de dano
previsto ou não no termo de consentimento e resultante de sua participação no estudo, além
do direito à assistência integral, têm direito à indenização, conforme itens III.2.0, IV.4.c, V.3,
V.5 e V.6 da Resolução CNS 466/12.
Este termo é redigido em duas vias, sendo uma para o participante e outra para o
pesquisador. Todas as páginas deverão ser rubricadas pelo participante da pesquisa e pelo
pesquisador responsável.
Em caso de dúvida quanto à condução ética do estudo, entre em contato com o Comitê
de Ética em Pesquisa do UNINOVAFAPI, no endereço: Rua Vitorino Orthiges Fernandes,
6123 – Uruguai, CEP: 64073-505 - Teresina – Piauí, Tel - (086) 2106-0738, e-mail:
[email protected]. O Comitê de Ética em Pesquisa é a instância que tem por objetivo
defender os interesses dos participantes da pesquisa em sua integridade e dignidade e para
contribuir no desenvolvimento da pesquisa dentro de padrões éticos. Dessa forma o comitê
tem o papel de avaliar e monitorar o andamento do projeto de modo que a pesquisa respeite os
princípios éticos de proteção aos direitos humanos, da dignidade, da autonomia, da não
maleficência, da confidencialidade e da privacidade.
______________________________________________
Cíntia Maria de Melo Mendes – CPF: 553.691.203-82
Pesquisadora Responsável
______________________________________________
Mariá Soares Leal de Moura – CPF: 054.996.833-44
Pesquisador Participante
30
_______________________________________________
Paloma Carvalho Pinheiro - CPF: 059.386.753-08
Pesquisadora Participante
Contato com a pesquisadora responsável:
Telefone Institucional: (086) 2106-0700
e-mail: [email protected]
LOCAL E DATA _______________________________________________
Declaro que entendi os objetivos e condições de minha participação na pesquisa e
concordo em participar.
_________________________________________
(Assinatura do participante da pesquisa)
Nome legível do participante: ______________________________________
RG e CPF: _________________________________
31
ANEXO 2
32
33