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Querida FilhaEspero que esteja tudo bem contigo,
tua mãe e familiares.
Desculpe minha ausência. Ando meio desnorteado, a procura de
um rumo profissional-existencial ou ideológico, como queira.
Minha práxis intelectual e engajamento social apoiaram-se por demais na política, e a política, ora a
política, ela nos atrai e depois trai nossos melhores sonhos.
Sabe, identifiquei-me muito com uma imagem -combativa, dizem.
E, agora, não encontro forças para retornar à arena, tamanhas foram as
decepções.
Desculpa desabafar contigo, mas filhos (e amigos) são para essas coisa:
para o consolo dos pais... rss.
Por isso, aconselho-te: voe. Mas, como diz a canção:
voe baixo, com os pés não muito longe do chão.
Porque no alto está a falsidade.
E na terra, está a verdade, por mais dura que pareça aos nossos
olhos e sentimentos.
Você como geógrafa deve entender isso no seu contato com o social.
Para você, que é jovem:--isso você tira de letra.
O teu curso ajuda: fala da terra, da ocupação do espaço,
e a humanidade dentro dele.
Este teu velho pai, ao contrário, começou sua formação etéreo,
fazendo incursões sobrea filosofia e a teologia:
Distanciei-me do real e quando me dei conta, imaginei uma humanidade idealizada, que não corresponde
àquela verdade socrática...
Acho que já tergiversei demais. Me perdoa.
Mas essa também é uma formade dizer: TE AMO.
Quero dividir minha vida e minha história contigo. Onde quer que você ande
estarás sempre comigo, porque...
a carrego na dobra mais terna do meu coração.
Um beijão, do pai Carlito.
Abril de 2009.