Upload
others
View
0
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Aula 4 – Química da Atmosfera
Profa. Lílian Silva
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Instituto de Ciências Exatas
Depto. de Química
Juiz de For a, 2018
Química do Meio Ambiente
Causas da Poluição do Ar
A poluição do ar pode ser definida como o resultado da alteração das características físicas e/ou química e/ou biológica da atmosfera de forma a causar danos ao homem e/ou fauna e/ou flora, e/ou aos materiais ou de forma a restringir o pleno uso e gozo da propriedade. É caracterizada pela presença de gases tóxicos e partículas líquidas ou sólidas no ar.
Os escapamentos dos veículos, as chaminés das fábricas, as queimadas estão constantemente lançando no ar grandes quantidades de substâncias prejudiciais à saúde.
“A poluição do ar não é um problema recente”
Causas da Poluição do Ar A própria natureza tem na sua constituição fenômenos geológicos e reações químicas que são fontes de poluição
Erupções vulcânicas que lançam gases e poeira na atmosfera (material particulado e gases) Incêndios florestais que produzem muito gás carbônico
Nos grandes centros urbanos e industriais tornam-se freqüentes os dias em que a poluição atinge níveis críticos
Os escapamentos dos veículos automotores emitem gases como o monóxido (CO) e o dióxido de carbono (CO2 ), o óxido de nitrogênio (NO), o dióxido de enxofre (SO2 ) e os hidrocarbonetos
As fábricas de papel e cimento, indústrias químicas, refinarias e as siderúrgicas emitem óxidos sulfúricos, óxidos de nitrogênio, enxofre, partículas metálicas (chumbo, níquel e zinco) e substâncias usadas na fabricação de inseticidas
Causas da Poluição do Ar
“Todos esses poluentes são resultantes das atividades humanas e são lançados na atmosfera”
Causas da Poluição do Ar Denomina-se por fonte de poluição, toda e qualquer atividade, sistema, processo, operação, maquinaria, equipamento ou dispositivo, móvel ou não, que direta ou indiretamente, pode gerar, produzir, lançar ou liberar poluente, ou induzir a poluição do meio ambiente
As fontes de poluição do ar são classificadas como:
Naturais - erupções vulcânicas (partículas e compostos de enxofre), evaporação natural, tempestades de areia e poeiras em geral, decomposição de vegetais, decomposição de animais e incêndios florestais. Artificiais - estão subdivididas em:
a) Estacionárias: queima de combustível na indústria e emissão por processos e operações industriais; queima de lixo ao ar livre, incineração de lixo, limpeza a seco, poeiras fugitivas em geral, comercialização e armazenamento de produtos voláteis.
Causas da Poluição do Ar
b) Móveis: veículos automotores (gasolina, álcool e diesel)
“Defini-se poluente como toda a forma de matéria ou energia que causar direta ou indiretamente a poluição do
meio ambiente”
Causas da Poluição do Ar
Toxicidade e freqüência de ocorrência
Poluentes padrões – são os que ocorrem com grande frequência sendo danosos à saúde e ao bem estar geral da população além de comumente causar danos a outros receptores.
São controlados através de padrões de qualidade do ar: monóxido de carbono, dióxido de enxofre, ozônio e material particulado
Poluentes perigosos – são os que podem causar ou contribuir para o aumento da mortalidade ou para o aumento da ocorrência de doenças irreversíveis ou reversíveis, mas incapacitantes.
Usualmente causam problemas localizados e são controlados através de padrões de emissão asbestos (amianto), benzeno, cloreto de vinila, berílio, mercúrio e arsênio
Causas da Poluição do Ar
Poluentes incômodos – são os que apresentam odores mercaptanas (compostos organosulfurados que contém um grupo –SH), gás sulfídrico, etc.
Efeitos da poluição do ar
“A emissão excessiva de poluentes tem provocado sérios danos à saúde”
Problemas respiratórios (bronquite crônica e asma) Alergias Lesões degenerativas no sistema nervoso ou em órgãos vitais Câncer
Esses distúrbios agravam-se pela ausência de ventos e no inverno com o fenômeno da inversão térmica Ocorre quando uma camada de ar frio forma uma parede na
atmosfera que impede a passagem do ar quente e a dispersão dos poluentes
Efeitos da poluição do ar
Os danos não se restringem à espécie humana Toda a natureza é afetada
Efeitos da poluição do ar
Os principais impactos ao meio ambiente são a redução da camada de ozônio, o efeito estufa e a precipitação de chuva ácida.
Poluição do ar na troposfera
Ozônio Urbano e Chuva ácida
Ozônio Urbano Muitas áreas urbanas no mundo sofrem ocorrências de poluição do ar durante os quais níveis altos de ozônio troposférico são produzidos como resultado das reações entre os poluentes induzidas pela luz
O3 :Um constituinte indesejável do ar presente em concentrações apreciáveis a baixas altitudes
Smog fotoquímico
“ Camada de ozônio no lugar errado”
Abrange centenas de reações diferentes , envolvendo um número indeterminado de substâncias químicas, que ocorrem simultaneamente
Ozônio Urbano
Atmosferas urbanas = reatores químicos gigantescos
Reagentes mais importantes nas ocorrências do smog fotoquímico: NO e hidrocarbonetos
Emitidos no ar resultantes da queima incompleta dos motores de combustão interna e de outras fontes
Concentrações são algumas ordens de grandeza maiores que as encontradas em ar puro
As substâncias, incluindo hidrocarbonetos e seus derivados, que se vaporizam facilmente são chamados de compostos orgânicos voláteis (COVs)
Ozônio Urbano COVs + NO. + O2 + luz solar mistura de O3, HNO3, compostos orgânicos
Óxidos de nitrogênio gasosos são produzidos sempre que um combustível é queimado na presença de ar com uma chama quente
N2 + O2 2 NO. chama
Para que uma cidade fique sujeita ao smog fotoquímico: 1) Deve haver um tráfego de veículos substancial para que hajam
emissões suficientes de NO., hidrocarbonetos e outros COVs no ar
2) Devem ocorrer temperaturas moderadamente elevadas e
luminosidade solar abundante (para que reações corram a uma velocidade elevada)
Ozônio Urbano
3) Deve existir pouco movimento relativo da massa de ar para que os reagentes não sejam diluídos
Por razões geográficas (como a presença de montanhas) e de densidade populacional , cidades ensolaradas e quentes ajustam-se de maneira esplêndida a essas condições e apresentam casos frequentes de smog
Exemplos: São Paulo, Los Angeles, México, Tóquio, Atenas e Roma
Ozônio Urbano O nível de ozônio no ar puro é de aproximadamente 30 ppb
Mais veículos nas ruas e o emprego de usinas termelétricas para abastecer o País fizeram com que a emissão de ozônio, um dos gases mais críticos para a poluição atmosférica, aumentasse de forma drástica na região metropolitana de São Paulo. Em 2012, o limite estabelecido para a concentração do gás foi ultrapassado 576 vezes, média de duas vezes a cada três dias. A emissão de ozônio, oriunda da queima de combustíveis fósseis, voltou a subir em 2009 e desde então não parou, segundo os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) 2015, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
O limite de concentração média do gás é de 160 microgramas por metro cúbico de ar em uma hora, segundo resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que prevê ainda que o teto não deve ser excedido mais de uma vez por ano.
http://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,concentracao-de-ozonio-supera-o-
limite-2-vezes-a-cada-3-dias-em-sp,1709309
Ozônio Urbano
O ozônio é um poluente invisível. Não tem nenhuma relação com aquela camada cinza no horizonte, típica nos céus de São Paulo em dias mais poluídos. Nem tem cheiro algum. Mas é o poluente que mais aumenta na Região Metropolitana, segundo o último relatório da Cetesb. Os efeitos para a saúde do ozônio são parecidos com os de outros poluentes: tosse, irritação na garganta, nos olhos e no nariz. Em casos extremos, segundo os médicos, a poluição pode agravar problemas cardiovasculares e levar até ao infarto. “Pessoas com doenças crônicas, cadiorespiratórias ou cardiovasculares. Exacerbar as doenças. Crianças podem ter mais problemas respiratórios por causa da poluição. São mais frágeis”, explica o médico pneumonogista Igor bastos. Para diminuir as concentrações de ozônio, só com controle mais eficiente das fontes de emissão, como carros e indústrias.
http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/04/concentracao-de-ozonio-aumentou-na-atmosfera-de-sao-paulo-em-2012.html
Chuva Ácida Um dos problemas ambientais mais graves que muitas regiões do mundo vêm enfrentando atualmente é a chuva ácida.
O fenômeno da chuva ácida foi descoberto por Argus Smith, na Grã-Bretanha, em meados de 1800, mas permaneceu esquecido até os anos 50. Ele refere-se à precipitação mais ácida que a chuva natural ligeiramente ácida devido à presença de dióxido de carbono atmosférico dissolvido, que forma ácido carbônico:
CO2(g) + H2O(aq) H2CO3(aq)
Em seguida, o H2CO3 se ioniza parcialmente liberando íon hidrogênio com a resultante redução no pH do sistema:
H2CO3(aq) H+ + HCO3
-
Chuva Ácida Devido a essa fonte de acidez, o pH da chuva “natural”, não poluída, é de cerca de 5,6 Apenas a chuva que é apreciavelmente mais ácida que isso, com pH menor que 5 é considerada chuva “ácida”.
Tendo em vista a presença de quantidades de traço de ácidos fortes naturais
O que leva a acidez da chuva em ar puro a um nível um pouco mais alto que aqueles existentes pela presença apenas de dióxido de
carbono
Ácidos fortes, como o HCl, liberados por erupções vulcânicas podem produzir temporariamente chuva ácida “natural” em regiões como o
Alasca e a Nova Zelândia
Chuva Ácida Os dois ácidos predominantes na chuva ácida são os ácidos sulfúrico, H2SO4, e o ácido nítrico, HNO3. Em termos gerais, a chuva ácida precipita-se segundo a direção do vento
Em um local distante da fonte dos poluentes primários (SO2 e NOx)
Os ácidos são gerados durante o transporte da massa de ar que contém os poluentes.
A chuva ácida é um problema de poluição que não respeita nem estados nem fronteiras nacionais em razão do deslocamento de longa
distância que sofrem com frequência os poluentes atmosféricos
Chuva Ácida
Chuva Ácida
Efeitos da Chuva Ácida Nas Florestas
Tem sido percebido pelos cientistas ao longo dos anos, que em muitas florestas as árvores não crescem como deveriam e as folhas, em vez de
estarem verdes e normais, ficam castanhas e acabam caindo
Os investigadores acreditam que o principal fator responsável pelos danos causados às plantas e a morte de muitas florestas é a chuva ácida
A chuva ácida não é responsável direta da morte das árvores
O que ocorre geralmente é que a árvore enfraquece e as suas folhas morrem, limitando assim os nutrientes de que precisa ou envenenando
o solo com substâncias tóxicas
De acordo com os cientistas, a água acidificada dissolve os nutrientes que estão no solo e arrasta-os rapidamente antes que as plantas os possam utilizar para crescer
Efeitos da Chuva Ácida
A chuva ácida pode causar ainda a liberação de algumas substâncias tóxicas como o alumínio no solo, prejudicando sua fertilidade As proteções das folhas são destruídas quando são banhadas por nuvens ácidas, e suas folhas acabam ficando danificadas e com manchas castanhas Uma vez que as árvores estejam enfraquecidas serão mais facilmente
atacadas por doenças e insetos
Efeito da precipitação ácida sobre uma floresta (Alemanha, 1970 - 1983)
Efeitos da Chuva Ácida
Efeitos da Chuva Ácida
Nas Águas
A maioria dos rios e lagos possuem um pH entre 6 e 8 O pH dos lagos no entanto pode atingir valores aproximados a 5 quando os solos e a água não têm a capacidade de neutralizar a chuva ácida Todos os organismos que vivem em meios aquáticos poderão morrer
por consequência deste fenômeno
Os sapos suportam as variações de pH maiores e poderiam resistir, mas se o seu alimento também desaparecer acabarão morrendo.
À medida que a acidez dos lagos aumenta os peixes vão desaparecendo
Efeitos da Chuva Ácida
Mesmo que alguns mais resistentes consigam sobreviver, é muito difícil que a sua continuidade esteja assegurada uma vez que os
seus ovos não têm hipóteses de eclodir
Efeitos da Chuva Ácida
Diagrama mostrando a tolerância à acidez de algumas espécies
Em construções
Efeitos da Chuva Ácida
A chuva ácida pode ser responsável pela corrosão de pedra, metal ou tinta
Praticamente todos os materiais se degradam gradualmente quando expostos à chuva e ao vento
A chuva ácida acelera esse processo, destruindo estátuas, prédios ou monumentos
O principal constituinte dos mármores, os quais são utilizados na construção de prédios e monumentos, é o calcário (Carbonato de cálcio)
reage com os ácidos contribuintes da acidez da chuva ácida como na reação a seguir:
Efeito da precipitação ácida numa estátua em calcário
Efeitos da Chuva Ácida
As Fontes e a Redução da Poluição por Dióxido de Enxofre
Em uma escala global, a maior parte do SO2 é produzida por vulcões e pela oxidação de gases sulfurados produzidos pela decomposição de plantas
Contudo, uma quantidade de SO2 superficial é atualmente emitida no ar troposférico sobretudo no hemisfério norte
A principal fonte antrópica de SO2 é a combustão de carvão que dependendo da área geográfica pode conter de 1 a 9% de enxofre
A indústria de petróleo emite dióxido de enxofre no ar diretamente como SO2 ou indiretamente como H2S quando o petróleo é refinado e o gás natural purificado antes da distribuição
Grandes fontes pontuais de SO2 estão também associadas à indústria de extração de metais não ferrosos (conversão do minério em metais puros)
Exemplo: Muitos metais valiosos de cobre e níquel
As Fontes e a Redução da Poluição por Dióxido de Enxofre
2NiS(s) + 3 O2(g) 2 NiO(s) + 2 SO2(g)
Concentração de SO2 é elevada: passagem do gás sobre um catalisador para promover sua oxidação
2SO2(g) + 3 O2(g) 2SO3(g)
SO3(g) + H2O (aq) H2SO4 (aq)
(Produção de ácido súlfurico comercial)
As Fontes e a Redução da Poluição por Dióxido de Enxofre
Possíveis medidas para evitar a chuva ácida: a) Purificação do carvão mineral, antes de seu uso; b) Emprego de caldeiras com sistemas de absorção de SO2; c) Uso de petróleo de melhor qualidade e purificação de seus derivados; d) Construção de motores de carros mais eficientes (que destruam os gases nocivos);
Efeito Estufa e Aquecimento Global
O Balanço de Energia da Terra
Como qualquer outro corpo aquecido, a Terra emite energia
A quantidade de energia que o planeta absorve e aquela liberada devem ser iguais para que a temperatura se mantenha constante
A superfície e a atmosfera da Terra são mantidas aquecidas principalmente pela energia proveniente do Sol
“Radiação emitida não se situa na região do visível ou UV, mas na região do Infravermelho (IR)”
O Balanço de Energia da Terra
Apresenta comprimentos de onda que variam de 4 a 50 µm - Infravermelho Térmico porque a energia é uma forma de calor
“O mesmo tipo de energia é irradiado por uma panela de ferro quando
aquecida”
Alguns gases presentes no ar podem absorver temporariamente luz infravermelha térmica de comprimentos de onda específicos
Nem todo IR emitido pela superfície da Terra e pela atmosfera escapa diretamente para o espaço
Logo após sua absorção pelas moléculas presentes no ar, como o CO2, a luz infravermelha é reemitida em todas as direções, de modo
completamente aleatório
Uma parte do IR térmico é direcionada de volta em direção à superfície, sendo reabsorvida
Provocando o aquecimento adicional tanto da superfície como do ar
“O redirecionamento ou desvio do IR térmico em direção à Terra é chamado de Efeito Estufa”
Responsável pelo fato da temperatura média da superfície da Terra ser de aproximadamente +150C em vez de -150C
“Temperatura que predominaria se gases que absorvem IR não estivessem presentes na atmosfera”
O Balanço de Energia da Terra
Efeito Estufa
Efeito Estufa
O Balanço de Energia da Terra
O fenômeno que preocupa os cientistas ambientais é que o aumento da concentração de gases traço no ar, que absorvem luz infravermelha térmica (colocando mais “cobertores” sobrepostos)
Resultaria no redirecionamento de uma maior quantidade de energia infravermelha refletida, o que poderia aumentar a temperatura média
da superfície além de 150C
Efeito Estufa Intensificado
Para distinguir seus efeitos daquele que vem atuando naturalmente durante milênios
(Aumento exacerbado na concentração de gases estufa como o CO2 e o CH4)
Efeito Estufa Devido à liberação de gás carbônico para a atmosfera, em função de processos industriais (queima de combustíveis fósseis), tem sido observado um aumento na concentração desse gás
O que vem sendo correlacionado com o aumento da temperatura média da atmosfera
Segundo vários pesquisadores, a exacerbação do aquecimento global é um efeito que já vem ocorrendo há algum tempo
Reconhece-se hoje que este efeito é responsável pelo aumento na temperatura da troposfera terrestre de cerca de 2/3 a 1 grau Celsius e que vem ocorrendo desde 1860
“Início da revolução industrial nos países desenvolvidos da Europa e América do Norte”
Efeito Estufa
Picos são representados pelos períodos de primavera e os vales de outono e têm os processos da fotossíntese e respiração como os principais responsáveis
Efeito Estufa
1 - O alagamento de muitas regiões costeiras do globo devido ao derretimento do gelo das calotas polares (como ao que ocorreria por exemplo com Bangadlesh e Egito que perderiam até um décimo de seus territórios) 2 – Longos períodos de secas ou devastações por grandes enchentes com sérias repercussões negativas na produção de alimentos 3 - Extinção de espécies 4 – Ocorrências de epidemias de doenças transmissíveis por insetos
Consequências do Efeito Estufa:
Efeito Estufa
Pode-se ver que alguns desses compostos têm tempos de residência suficientemente altos na atmosfera, o que torna o risco ainda maior.
Efeito Estufa No contexto dos gases estufa há que se considerar o metano, que é um gás emitido por diversas fontes, antrópicas (70%) e naturais, que é também de grande importância
“As áreas alagáveis ou os pântanos, ambientes muito reduzidos, são os
grandes emissores”
Como os são de um outro gás de grande importância ambiental, o N2O, que além de ser uma gás estufa, é um precursor da destruição da camada de ozônio
Embora outras fontes sejam também importantes como os cupins e a flatulência bovina
Este gás tem, por molécula, um poder de absorção de radiação IV cerca de 21 vezes maior que o CO2.
No entanto, como o CO2 encontra-se numa concentração muito maior na atmosfera do que o metano, seu efeito como gás estufa é também maior.
Os processos sumidouros de metano na natureza são as interações com o solo, perdas do gás à estratosfera e a mais importante é a reação com radicais hidroxila
Efeito Estufa
CH4 + OH• CH3• + H2O CO CO2
Camada de Ozônio na Estratosfera
Camada de Ozônio A camada de ozônio protege a terra dos raios ultravioleta do sol, que são extremamente prejudiciais à vida.
Os raios ultravioletas provocam alterações estruturais no DNA das células, oxidam os lipídios, produzem perigosos radicais livres, causam
inflamação, rompem a comunicação celular, modificam a expressão dos genes em contrapartida ao estresse e enfraquecem a resposta
imune da pele
Além disso, os raios UV são causadores de queimaduras, envelhecimento precoce e câncer de pele
Camada de Ozônio Os raios ultravioletas são divididos em UVC, UVA e UVB. Os raios UVC são extremamente lesivos a pele humana, podendo causar efeitos mutantes e cancerígenos Mas a grande parte desses raios é retida na camada de ozônio, apenas uma
pequena quantidade é capaz de atingir os homens
Os raios UVB são responsáveis por queimar, manchar e descamar a pele
A radiação UVA induzem a pigmentação da pele promovendo o bronzeamento por meio do escurecimento da melanina
Os fotoprotetores ou protetor solar foram criados para formar uma barreira ou um filme na pele impedindo ou minimizando a penetração dos raios ultravioletas. A maioria dos protetores não informa a proteção contra os raios UVA sendo esses os principais causadores do câncer de pele.
Camada de Ozônio
• Taxas de incidência de câncer de pele sem melanoma entre
pessoas brancas na idade de 40 anos. A probabilidade de desenvolvimento de câncer aumenta com a exposição ao sol e com a tonalidade mais clara da pele.
Camada de Ozônio
• Melanona maligno do dedo do Pé (campanha australiana contra o câncer)
A Química da camada de ozônio
Diferentes moléculas absorvem a radiação solar em diferentes comprimentos de onda devido aos diferentes estados eletrônicos que estas podem assumir
-Muitas espécies absorvem energia na região do visível (de 400 a 750 nm)
-Enquanto outras, como o oxigênio diatômico, absorvem radiação UV (que vai de 50 a 400 nm) preferencialmente na faixa de cerca de 70 a 250nm - Acima da e na estratosfera, moléculas de O2 e N2 filtram a radiação solar de um modo que nenhuma energia com comprimento de onda () menor que 220 nm atinge a superfície da Terra
A Química da camada de ozônio
Já a radiação na faixa de 220 a 320 nm é filtrada principalmente pelas moléculas do oxigênio triatômico O3 , o ozônio (pico de absorção entre 250-260 nm), que se distribui na parte média e baixa da estratosfera.
Moléculas de O3 são formadas e destruídas em reações não catalíticas na estratosfera Estas reações são exotérmicas, conferindo portanto o perfil típico de temperatura desta camada da atmosfera
Acima da estratosfera (Mesosfera) o ar é muito rarefeito e as moléculas de O2 são decompostas pela radiação UV do Sol
A estratosfera contém um maior número de moléculas de O2
Assim, essas moléculas em colisão com átomos de oxigênio resultam na produção de ozônio segundo a equação
O + O2 O3 + calor
A Química da camada de ozônio
“Esta reação é a principal fonte de geração do O3 da estratosfera”
A Química da camada de ozônio
No entanto, uma terceira molécula é requerida para transmitir o calor desta reação
As moléculas de N2, por serem mais abundantes, geralmente desempenham este papel
Portanto, a equação acima é mais realisticamente escrita incluindo-se essas moléculas da forma apresentada abaixo, que é denominada de processo não-catalítico da formação do ozônio
O + O2 + M O3 + M + calor
A destruição das moléculas de O3 na estratosfera é predominantemente um resultado da fotodecomposição pela absorção de fótons UV com < 320 nm
A Química da camada de ozônio
O3 + UV ( < 320 nm) O2 * + O*
- A maioria dos átomos de oxigênio formados na decomposição do O3 ou do O2 reagem com moléculas de O2 regenerando o O3
- Alguns átomos de oxigênio reagem com o ozônio, destruindo-o através da conversão em duas moléculas de O2
Os processos catalíticos de destruição do ozônio são de fundamental importância no estudo da química atmosférica e começaram a ser desvendados no início da década de 1960
Várias são as espécies atômicas ou moleculares que fazem esta destruição através da remoção de um átomo de oxigênio da molécula de O3
Essas espécies são denominadas “catalisadores da depleção da camada de ozônio”
Esses catalisadores são radicais livres, átomos ou moléculas com pelo menos um elétron não emparelhado, o que os torna espécies altamente
reativas
A Química da camada de ozônio
A Química da camada de ozônio
Dentre eles podem ser citados: OH•, CH3•, CF2Cl•, H3COO•,
H3CO•, ClOO•, ClO•, HCO•, e NO•
Alguns desses catalisadores têm origem natural, como é o caso do óxido nitroso (N2O) em áreas alagáveis
O N2O, quando é transportado da troposfera à estratosfera, colide com átomos excitados de oxigênio e produz parcialmente radicais NO•
O NO•, por sua vez, decompõe cataliticamente o O3.
NO2• + O NO• + O2
NO• + O3 NO2• + O2
Reação total: O3 + O 2 O2
A Química da camada de ozônio
Enquanto os radicais NO• são os mais importantes na destruição do ozônio na parte média e alta da estratosfera
Os radicais hidroxila (OH•) dominam as partes muito altas (>45 km) desta camada
Em uma sequencia de reações em que se forma o radical peroxila (HOO•), um radical químico ainda mais reativo do que a hidroxila
OH• + O3 HOO• + O2
HOO• + O OH• + O2
Reação total: O3 + O 2O2
A Química da camada de ozônio
O radical hidroxila origina-se na estratosfera a partir de uma reação entre átomos de oxigênio excitados (O*) com moléculas de água ou metano O* + H2O 2OH•
O* + CH4 OH• + CH3
O Buraco na camada de Ozônio
Na Antártida, em 1985, descobriu-se que havia uma redução na concentração do ozônio estratosférico de cerca de 50% durante vários meses do ano
De setembro a novembro que corresponde à primavera no Pólo Sul
Os dados mostram que este processo está acontecendo desde o ano de 1979
No ano 2000, foi detectado o maior buraco de ozônio sobre a Antártida até agora, com uma área de mais de 25 milhões de km2
Espécies cataliticamente não ativas na forma de HCl e de ClONO2 são fotoconvertidas em radicais Cl• e ClO• em um mecanismo complexo
que destrói o O3
O Buraco na camada de Ozônio Criando o que se convencionou chamar pelos cientistas de “buraco na camada de ozônio”
Cl• + O3 ClO• + O2 OH• + O3 HOO• + O2 ClO• + HOO• HOCl + O2 HOCl (luz solar) OH• + Cl
O Buraco na camada de Ozônio
Referências
• Rocha, J. C; Rosa, A. H. e Cardoso, A. A, Introdução à Química Ambiental, Porto Alegre Bookman, 2004.
• Baird, C. Química Ambiental; Tradução Maria Angeles Lobo Recio e Liz Carlos M. Carrera, 2 ed, Porto Alegre, Bookman, 2002.
• Maioli, O.L.G., Nascimento, G.N. Composição da Atmosfera, Ciclos Globais e Tempo de Vida.
Notas de aula. UFES
• Mozeto, A. Química Atmosférica: A química sobre nossas cabeças. Cadernos Temáticos de
Química Nova na Escola. 2001
• Tolentino, M., Filho, R.C. . A Química no efeito estufa. Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola. 1998.
• http://escolabompastor.com/os-danos-causados-pelos-raios-ultravioletas/
• http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=81, acessado em 09/04/2018
• http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=100, acessado em 09/04/2018
• http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=41, acessado em 09/04/2018
• http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=294, acessado em 09/04/2018
• http://197.249.65.74:8080/biblioteca/bitstream/123456789/1022/1/Qu%C3%ADmica%20Ambiental.pdf, acessado em 06/04/2018