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R.156.056.084.14
“Produto II – Relatório Consolidado (Composição Gravimétrica)”
Município de Elias Fausto
CLIENTE:
Fundação Agência das Bacias PCJ
Contrato – n° 25/2013
“Prestação de Serviços Técnicos Especializados para a Elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico e de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos”
1 1
APRESENTAÇÃO
O presente relatório, denominado Relatório Consolidado (Composição Gravimétrica),
apresenta os trabalhos de consultoria desenvolvidos no âmbito do Aditivo ao Contrato nº
25/13, assinado entre a Fundação Agência das Bacias PCJ e a B&B Engenharia Ltda., que
tem por objeto a “ELABORAÇÃO DE ESTUDO GRAVIMÉTRICO, EM CONFORMIDADE COM A
LEI Nº 12.305/2010, PARA 15 (QUINZE) MUNICÍPIOS PERTENCENTES ÀS BACIAS DOS
RIOS PIRACICABA, CAPIVARI E JUNDIAÍ”.
O Estudo Gravimétrico que será elaborado exclusivamente para o município de Elias
Fausto/SP é objeto do TERMO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA firmado entre a Fundação
Agência das Bacias PCJ e a Prefeitura Municipal de Elias Fausto no dia 24 de julho de 2013.
O presente documento é apresentado em um único volume, contendo anexos.
2 2
ÍNDICE ANALÍTICO
1. INTRODUÇÃO ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4
2. OBJETIVO .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7
3. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE ELIAS FAUSTO ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
3.1. Aspectos Regionais e Demografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
3.2. Clima .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
3.3. Recursos Hídricos .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
3.4. Distr i tos e Municípios Limítrofes .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
3.5. Ativ idades Econômicas .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3.6. Sistema Viário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
4. METODOLOGIA DO ESTUDO GRAVIMÉTRICO ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
5. RESULTADOS ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
5.1. Composição Gravimétr ica .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
5.2. Peso Especí f ico Aparente dos Resíduos .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
5.3. Teor de Umidade .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
5.4. Geração per Capita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
7. REFERÊNCIAS .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3 3
INTRODUÇÃO
4 4
1. INTRODUÇÃO
Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos é, em síntese, o envolvimento de
diferentes órgãos da administração pública e da sociedade civil com o propósito de realizar a
limpeza urbana, a coleta, o tratamento e a disposição final do lixo, elevando assim a
qualidade de vida da população e promovendo o asseio da cidade, levando em consideração
as características das fontes de produção, o volume e os tipos de resíduos, para a eles ser
dado tratamento diferenciado e disposição final técnica e ambientalmente corretas.
As características sociais, culturais e econômicas dos cidadãos e as peculiaridades
demográficas, climáticas e urbanísticas locais são importantes para auxiliar nas discussões
do resultado alcançado referente à composição gravimétrica do município. Os resíduos
sólidos (RS) são definidos, segundo a NBR 10.004 (ABNT, 2004) como: “Resíduos nos
estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica,
hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os
lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e
instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades
tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam
para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia
disponível”.
Para tanto, as ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento que envolvem
a questão devem se processar de modo articulado, segundo a visão de que todas as ações e
operações envolvidas encontram-se interligadas, comprometidas entre si.
Para além das atividades operacionais, o gerenciamento integrado de resíduos sólidos
destaca a importância de se considerar as questões econômicas e sociais envolvidas no
cenário da limpeza urbana e, para tanto, as políticas públicas, locais ou não, que possam
estar associadas ao gerenciamento do lixo, sejam elas na área de saúde, trabalho e renda,
planejamento urbano etc.
Políticas como a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sistemas e arranjos de
parceria diferenciados, como a parceria público privada, deverão ser articulados para tratar
de forma específica os resíduos recicláveis, tais como o papel, metais, vidros e plásticos
para que ocorram avanços no setor como formalização da situação trabalhista dos catadores
informais, investimentos em maquinários que auxiliem a segregação e outras etapas de
5 5
manejo destes resíduos nas cooperativas, além de melhorias na organização administrativa
destas cooperativas. Estas melhorias auxiliam na rentabilidade destes resíduos; resíduos
orgânicos, passíveis de serem transformados em composto orgânico, para enriquecer o solo
agrícola; entulho de obras, decorrentes de sobra de materiais de construção e demolição, e
finalmente os resíduos provenientes de estabelecimentos que tratam da saúde. Esses
materiais devem ser separados na fonte de produção pelos respectivos geradores, e daí
seguir passos específicos para remoção, coleta, transporte, tratamento e destino correto.
Consequentemente, os geradores têm de ser envolvidos, de uma forma ou de outra, para se
integrarem à gestão de todo o sistema.
O gerenciamento integrado revela-se com a atuação de subsistemas específicos que
demandam instalações, equipamentos, pessoal e tecnologia, não somente disponíveis na
prefeitura, mas oferecidos pelos demais agentes envolvidos na gestão, entre os quais se
enquadram:
• A própria população, empenhada na separação e acondicionamento diferenciado dos
materiais recicláveis em casa;
• Os grandes geradores, responsáveis pelos próprios rejeitos;
• Os catadores, organizados em cooperativas, capazes de atender à coleta de
recicláveis oferecidos pela população e comercializá-los junto às fontes de
beneficiamento;
• Os estabelecimentos que tratam da saúde, tornando-os inertes ou oferecidos à coleta
diferenciada, quando isso for imprescindível;
• A prefeitura, através de seus agentes, instituições e empresas contratadas, que por
meio de acordos, convênios e parcerias exerce, é claro, papel protagonista no
gerenciamento integrado de todo o sistema.
6 6
OBJETIVO
7 7
2. OBJETIVO
O estudo direcionado para a análise das características do lixo é uma atividade importante
para os municípios, uma vez que, através das informações coletadas, os órgãos
responsáveis pelo serviço de limpeza pública poderão verificar as alterações ocorridas nos
aspectos referentes à qualidade dos materiais e do volume de rejeitos gerados na região.
A análise da composição dos RS viabiliza conhecer os resíduos produzidos em determinada
localidade, identificando o percentual dos materiais em sua constituição, permitindo assim,
inferir sobre a viabilidade da implantação de coleta diferenciada, instalações adequadas,
equipe de trabalho, equipamentos, além de estimar receitas e despesas decorrentes
(FUZARO e RIBEIRO, 2003).
Segundo Freitas (2006), Macêdo (2006), Philippi Jr. e Aguiar (2005), Lacerda (2003) e
Jardim et. AL (1995), a classificação que os RS recebem é determinante para se estabelecer
qual ou quais as melhores formas de tratamento e disposição final que devem ser adotadas
em determinado município, buscando assim, minimizar os impactos socioeconômicos e
ambientais.
8 8
CARACTERIZAÇÃO DO
MUNICÍPIO DE ELIAS
FAUSTO
9 9
3. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE ELIAS FAUSTO
3.1. Aspectos Regionais e Demografia
Elias Fausto é um município do estado de São Paulo. Localiza-se a uma latitude 23º02'34"
sul e a uma longitude 47º22'26" oeste, estando a uma altitude de 605 metros. A população
estimada pelo SEAD (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) em 2013 era de
16.265 habitantes e segundo SEAD (2013) a área da unidade territorial é de 202,69 km².
Fonte: IBGE (2014).
Figura 1 - Município de Elias Fausto.
3.2. Clima
Elias Fausto possui um clima quente e temperado, com pluviosidade significativa durante
todo o ano, inclusive nos meses mais secos. Segundo Köppen a classificação do clima de
Elias Fausto é Cfa, com temperatura média anual de 19,9ºC e pluviosidade média anual de
1.199 mm.
3.3. Recursos Hídricos
A hidrografia do município de Elias Fausto tem como principais rios o Tietê e Capivari.
3.4. Distritos e Municípios Limítrofes
O município de Elias Fausto tem como vizinhos: Indaiatuba, Capivari, Monte Mor, Salto, Itu,
Porto Feliz e está a 131 Km da capital.
10 10
3.5. Atividades Econômicas
Segundo o IBGE (2009), Elias Fausto é um município em que a maior parcela da economia
local provém das industrias, tais como: montagens industriais, fundições, tornearia de
precisão, plásticos, serrarias, dentre outras. A prestação de serviços corresponde ao
segundo maior PIB seguida pela agropecuária. Segundo SEAD (2011), o município possui
PIB per capita de R$41.102,14, e segundo o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD, 2010) possui um IDH-M de 0,695.
3.6. Sistema Viário
O município de Elias Fausto tem como eixos principais que cortam o município as seguintes
rodovias:
• Rodovia SP-101
• Rodovia SP-308
11 11
METODOLOGIA DO
ESTUDO
GRAVIMÉTRICO
12 12
4. METODOLOGIA DO ESTUDO GRAVIMÉTRICO
O Método da Composição Gravimétrica foi realizado nos dias 02 e 03 de setembro de 2014
em uma área anexa à garagem da prefeitura municipal, já que atualmente o Elias Fausto
destina seus resíduos direto para o aterro sanitário de Indaiatuba, município vizinho.
O dia 02 foi utilizado para realização do preparo da amostra final e determinação do teor de
umidade dos resíduos, enquanto que o dia 03 foi utilizado para determinação do peso
específico aparente, cálculo da geração de resíduos per capita e composição gravimétrica.
A atividade baseou-se nas orientações das NBRs 10.004 (ABNT, 2004) e 10.007 (ABNT,
2004), além do Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (IBAM, 2001) e
principalmente do Termo de Referência referente ao aditivo do contrato 25/13, respeitadas
as características de geração do município em estudo.
Foram respeitadas principalmente as seguintes orientações do Termo de Referência:
• Realizar a coleta de amostras fora dos feriados e períodos sazonais como
em datas de eventos importantes, períodos turísticos, etc.;
• Realizar o estudo entre segunda e quinta-feira.
Essas orientações são para evitar distorções nos resultados da composição gravimétrica,
uma vez que a sazonalidade interfere na dinâmica do município, que pode receber turistas,
ter migração temporária de munícipes para outros municípios em período de férias, dentre
outros fatores que interferem na geração de resíduos do município.
O estudo então foi dividido em duas etapas. A primeira etapa iniciou-se com a coleta da
amostra inicial. A coleta do resíduo domiciliar é realizada diariamente e abrange todo o
município em um dia, dessa forma o resíduo coletado para o estudo gravimétrico foi
referente ao dia 02.
Foram necessários apenas dois caminhões para representar a geração de resíduos de todos
os setores do município. Foi retirada então uma amostra inicial de 3m³ de cada caminhão.
Nesta amostra foram realizados dois quarteamentos com objetivo de obter-se 750 litros de
cada caminhão. Ao final do dia 02 de setembro, obteve-se um total de aproximadamente
1,500 m³, sendo este total homogeneizado e selecionado aproximadamente 1 m³ de
resíduos que foram utilizados para os demais estudos realizados no dia 03 de setembro.
Para execução do trabalho de campo do primeiro dia foram utilizados os seguintes materiais:
dois tambores metálicos de 200 litros, uma lona plástica de 6 x 6 metros, sacos de lixo de
13 13
50 e 100 litros, 3 enxadas e 3 pás metálicas, duas vassouras, além dos EPI’s básicos como
máscara anti-odor e luvas para os três integrantes da equipe técnica.
Fonte: B&B Engenharia Ltda (2014).
Figura 2 - Materiais e EPI's utilizados no método.
A sequência das atividades realizadas em campo foi:
• De cada um dos dois caminhões coletores, compactadores, disponibilizados para
coleta domiciliar de Elias Fausto eram coletados sacos e sacolas de resíduos,
aleatoriamente, e seguindo o procedimento da NBR 10.007/2004, de onde foram
retirados das laterais, base e topo da pilha de resíduos. Estes sacos e sacolas foram
suficientes para encherem 15 tambores de 200 litros, totalizando aproximadamente
3.000 litros ou 3m³.
Fonte: B&B Engenharia Ltda (2014).
Figura 3 - Coleta de resíduos realizada pelos caminhões compactadores e seleção de amostra
inicial.
14 14
Fonte: B&B Engenharia Ltda (2014).
Figura 4 - Amostra de 3m³ sendo separada.
• A amostra de cada caminhão foi colocada sobre a lona plástica, em área plana a céu
aberto e misturadas com o auxílio de pás e enxadas, rasgando-se os sacos
plásticos, caixas de papelão, caixotes e outros materiais utilizados no
acondicionamento dos resíduos, até se obter um lote homogêneo.
Fonte: B&B Engenharia Ltda (2014).
Figura 5 - Disposição dos resíduos sobre a lona e retirada dos sacos e sacolas.
Fonte: B&B Engenharia Ltda (2014).
15 15
Figura 6 - Homogeneização dos resíduos.
• Na fração de resíduos homogeneizada foram realizados dois quarteamentos de cada
amostra referente a cada um dos dois caminhões, sendo todos disponibilizados no
dia 02/09. Os dois quartos opostos selecionados do primeiro quarteamento de cada
caminhão totalizaram uma amostra de 1,5m³, sendo esta homogeneizado novamente
e quarteado pela segunda vez. Os dois quartos novamente selecionados deste
segundo quarteamento totalizaram 750 litros de amostra por caminhão, estas
amostras foram armazenadas temporariamente em bags.
Fonte: B&B Engenharia Ltda (2014).
Figura 7 - Quarteamento e seleção de amostragem homogeneizada.
Fonte: B&B Engenharia Ltda (2014).
Figura 8 - Armazenamento das amostras coletadas.
16 16
• Ao final do dia 02/09 as duas amostras foram misturadas, totalizando 1,5 m³ de
resíduos, com objetivo de homogeneizá-las e posteriormente foi selecionado
aproximadamente 1 m³ de resíduos, amostra esta considerada como final e utilizada
para os demais estudos.
• Desta amostra final, foram retirados aproximadamente 2 litros de resíduos
aleatoriamente com objetivo de determinar o teor de umidade. Esta amostra foi
picotada com facão e inserida dentro de um recipiente de inox aferido em 2 litros.
Este recipiente foi tarado, posteriormente pesado com o resíduo, e na sequência
inserido em uma estufa de secagem e esterilização onde permaneceu a 105ºC por
24 horas.
Fonte: B&B Engenharia Ltda (2014).
Figura 9 - Amostra de 2L de resíduos sendo pesada e posteriormente inserida em estufa que
aquecerá até 105ºC.
• Após a separação da amostra de 2 litros para determinar o teor de umidade do
resíduo, a amostra final de aproximadamente 1m³ foi pesada para determinação do
peso específico do resíduo. Para isso foram utilizados 2 tambores de 200 litros,
identificados como 1 e 2, tarados, ou seja, pesados vazios, e posteriormente
preenchidos por algumas vezes até que se obtivesse o equivalente a 5 tambores
(1m³).
17 17
Fonte: B&B Engenharia Ltda (2014).
Figura 10 - Tambores com resíduos da amostra final sendo transportados até a balança e
pesados.
As atividades referentes aos dias 02/09 se encerraram após a pesagem dos tambores
contendo a amostra final de 1m³. Já as atividades referentes ao dia 03/09, segunda etapa do
estudo, iniciaram-se com a composição gravimétrica conforme descritas a seguir:
• O volume de 1m³, amostra final, selecionado no período da manhã do dia 02/09 foi
espalhado sobre a lona plástica e os resíduos foram separados minuciosamente de
acordo com as subdivisões descritas na Tabela posterior às figuras.
Fonte: B&B Engenharia Ltda (2014).
Figura 11 - Segregação e armazenamento de cada tipo de resíduo.
18 18
Tabela 1 - Subdivisões dos Resíduos Sólidos Urbanos.
Estudo Gravimétrico Orgânicos
Matéria orgânica + Massa Verde Recicláveis secos
Papel/Jornais/Revistas Papelão
Plástico maleável (sacolas, sacos, etc) Plástico duro (embalagens, etc)
PET Metais ferrosos
Alumínio Vidros
Embalagens mistas Demais Recicláveis
Isopor Borracha Madeira Ráfia
Rejeitos Papel higiênico/fraudas/absorventes, etc
Tecidos/sapatos Demais rejeitos (bituca de cigarro, espuma,
etc.) Serviço de Saúde
Outros Lâmpadas e lixas
Total
• Após a segregação, cada tipo de resíduo foi pesado separadamente e anotado
seu valor com objetivo de determinar a composição gravimétrica através do
peso em Kg e do percentual de peso de cada resíduo.
Material (Resumo)
Orgânicos
Recicláveis secos
Demais Recicláveis
Rejeitos
Serviço de Saúde
Outros
19 19
Fonte: B&B Engenharia Ltda (2014).
Figura 12 - Pesagem dos resíduos segregados conforme Tabela 1 e identificados através de
etiquetas.
• Paralelamente a pesagem dos resíduos segregados, a amostra de 2 litros,
armazenada na estufa a 105ºC, atingiu o tempo de 24 horas. Então foi retirada e
pesada para obtenção do teor de umidade, encerrando assim as atividades do
dia 03/09.
Fonte: B&B Engenharia Ltda (2014).
Figura 13 - Retirada do recipiente de 2 L da estufa e pesagem para determinação do teor de
umidade.
As atividades realizadas nos dias 02 e 03/09 possibilitaram a obtenção das características
qualitativas e quantitativas dos resíduos, evidenciando seus aspectos físicos. Os resultados
serão apresentados no item seguinte.
20 20
Vale ressaltar que os resíduos excedentes das coletas de amostras realizadas nestes dias
foram removidos para os caminhões basculantes, através de pá carregadeira, que
transportaram estes resíduos ao aterro sanitário de Indaiatuba.
RESULTADOS
21 21
RESULTADOS
22 22
5. RESULTADOS
5.1. Composição Gravimétrica
Na tabela a seguir é apresentada a tradução percentual de cada componente em relação ao
peso total da amostra de resíduo analisada (peso de cada componente / peso total da
amostra). Esses resultados representam valores da amostra final de 1m³ coletada e pesadas
individualmente no final do dia 03/09.
Tabela 2 - Composição Gravimétrica do município de Elias Fausto.
Estudo Gravimétrico Peso (Kg) Peso (%) Orgânicos 72,440 51,35
Matéria orgânica + Massa Verde 72,440 51,35 Recicláveis secos 37,440 26,54
Papel/Jornais/Revistas 6,800 4,82 Papelão 3,510 2,49
Plástico maleável (sacolas, sacos, etc) 14,620 10,36 Plástico duro (embalagens, etc) 3,500 2,48
PET 0,740 0,52 Metais ferrosos 0,860 0,61
Alumínio 0,580 0,41 Vidros 3,920 2,78
Embalagens mistas 2,910 2,06 Demais Recicláveis 3,380 2,40
Isopor 0,100 0,07 Borracha 2,800 1,98 Madeira 0,480 0,34 Rejeitos 27,340 19,38
Papel higiênico/fraudas/absorventes, etc 20,400 14,46 Tecidos/sapatos 6,920 4,91
Demais rejeitos (bituca de cigarro, etc.) 0,020 0,01 Serviço de Saúde 0,080 0,06
Outros 0,390 0,28 Lâmpada, pilhas e baterias. 0,390 0,28
Total 141,070 100,00
Tabela 3 - Resumo da Composição Gravimétrica do município de Elias Fausto.
23 23
Material (Resumo) Peso (Kg) Peso (%) Orgânicos 72,440 51,35
Recicláveis secos 37,440 26,54 Demais Recicláveis 3,380 2,40
Rejeitos 27,340 19,38 Serviço de Saúde 0,080 0,06
Outros 0,390 0,28
Para facilitar a visualização, o gráfico seguinte demonstra as porcentagens dos componentes
subdivididos de forma mais macro.
Quadro 1 - Composição Gravimétrica do município de Elias Fausto.
5.2. Peso Específico Aparente dos Resíduos
Através do estudo, determinou-se também o peso específico aparente dos resíduos. Peso
específico aparente é o peso do resíduo solto em função do volume ocupado livremente,
sem compactação. O peso específico foi retirado da amostra final de 1m³ antes da
realização da segregação para determinar a composição gravimétrica, por isso seu peso foi
superior à soma final de todos os componentes segregados, já que pode ocorrer pequenas
perdas durante a segregação. A tabela seguinte demonstra o peso dos 5 tambores cheios,
totalizando 1m³.
24 24
Tabela 4 - Peso específico dos RSD do município de Elias Fausto.
A determinação do peso específico é fundamental para o dimensionamento de equipamentos
e instalações. O Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (IBAM, 2001)
orienta a utilização dos valores de 230 kg/m3 para o peso específico do resíduo domiciliar,
280 kg/m3 para os resíduos de serviços de saúde e de 1.300 kg/m3 para resíduos da
construção civil, valores estes estimados e não necessariamente ideais. O obtido do estudo
foi:
������������������ ��
��������������� = 142,98 kg/m 3
Esse valor encontrado é inferior ao adotado pelo manual por vários fatores, como por
exemplo: a porcentagem de matéria orgânica resultou em aproximadamente 51,35% neste
estudo realizado, inferior ao resultado apresentado pelo Manual que é de 65%. Os resíduos
recicláveis secos representados por este estudo foram de aproximadamente 26,54%,
enquanto que no Manual é de aproximadamente 25%. Estes dados influenciam diretamente
no peso específico, uma vez que a matéria orgânica é o resíduo com maior densidade,
conforme visto nos resultados da tabela 3, enquanto que os resíduos recicláveis secos são
mais volumosos, porém com menor peso, o que proporciona alguns vazios no tambor,
ELIAS FAUSTO-SP
02/set
COLETA FINAL 1m³
TAMBORES
TAMBOR 1
TAMBOR 2
TAMBORES PESO (Kg) TAMBOR UTILIZADO PESO - TARA (Kg)
TAMBOR 1 34,66 TAMBOR 1 21,24
TAMBOR 2 41,90 TAMBOR 2 28,52
TAMBOR 3 50,02 TAMBOR 2 36,64
TAMBOR 4 50,46 TAMBOR 1 37,04TAMBOR 5 32,92 TAMBOR 2 19,54PESO TOTAL (Kg) SUBTRAINDO-SE A TARA DOS TAMBORES
142,98
PESO ESPECÍFICO DA AMOSTRA DE 1m³
13,42
13,38
DATA DAS COLETAS DOS RSD
MUNICÍPIO
PESO DO TAMBOR (TARA) (Kg)
25 25
ocasionando a redução de peso específico da amostra. Os resultados serão discutidos com
maior abrangência no item “considerações finais”.
5.3. Teor de Umidade
O Teor de umidade, segundo (IBAM, 2001), representa a quantidade de água presente no
lixo, medida em percentual do seu peso. Este parâmetro se altera em função das estações
do ano e da incidência de chuvas, podendo este índice variar, sendo estimado entre 40 a
60%. Esta característica do resíduo pode influenciar principalmente nos processos de
tratamento e destinação final do lixo.
A incineração é um exemplo importante de tratamento que deve considerar a umidade dos
resíduos, uma vez que a umidade se relaciona com outras características, como é o caso da
massa específica e calor calorífico, este último essencial para obter-se o potencial de
aproveitamento energético proveniente da incineração.
O resultado obtido do teor de umidade de Elias Fausto está representado na tabela seguinte:
Tabela 5 - Determinação do teor de umidade.
O teor de umidade dos resíduos sólidos urbanos provenientes da coleta regular realizada em
Elias Fausto é de 61,90%, valor próximo ao percentual citado pelo Manual.
5.4. Geração per Capita
A metodologia sugerida pelo termo de referência indica a conjunção entre dados primários,
obtidos durante o estudo, e secundários, estes últimos obtidos através de informações
literárias.
PESO RECIPIENTE (Kg) 0,22 Recipiente 2L
PESO AMOSTRA RSD
INICIAL(kg)0,64 PESO AMOSTRA RSD (Kg) - PESO RECIPIENTE (kg) 0,42
PESO RSD SECO (Kg)
PÓS ESTUFA0,38 PESO RSD SECO (kg) - PESO RECIPIENTE (Kg) 0,16
PESO AMOSTRA RSD - PESO RSD SECO TEOR DE UMIDADE = 61,90%
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE
TEOR DE UMIDADE =
PESO AMOSTRA RSD
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Segundo (IBAM,2001), a geração per capita pode ser obtida através do peso específico
obtido durante o estudo, que combinado a quantidade de caminhões que o município recebe
durante um dia é possível obter-se a massa deste resíduo, ou seja, peso específico =
massa/volume, onde o volume é referente aos resíduos que chegaram dos caminhões para
serem aterrados.
Ainda segundo o Manual, obtendo-se a massa (Kg) gerada durante o dia é necessário
verificar qual percentual da população é atendida pela coleta. Posteriormente é necessário
aplicar este percentual na população total do município, dado este disponível em fontes
como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por fim, ao identificar a
população atendida, basta dividir o valor da massa pela população atendida, obtendo-se a
geração per capita do município.
No quadro seguinte é apresentado o resultado da geração per capita segundo metodologia
utilizada em campo:
Quadro 2 – Geração per capita de RS domiciliares do município de Elias Fausto.
Durante a aplicação desta metodologia, notou-se que o resultado foi satisfatório quando
comparado à estimativa de produção per capita em função da população urbana
estabelecida pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) em seu Inventário
Estadual de Resíduos Sólidos Urbanos (2013) e no Plano Estadual de Resíduos Sólidos do
Estado de São Paulo – Versão Preliminar Volume I Panorama (2014). Vale ressaltar que
estes índices foram elaborados pelo Grupo de Trabalho composto por técnicos da CETESB e
da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SMA), com participação de outros órgãos
estaduais específicos, sob coordenação da Coordenadoria de Planejamento Ambiental
(CPLA), todos com vasta experiência no segmento.
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Quadro 3 – Índices estimativos de produção per capita de resíduos sólidos urbanos,
adotados em função da população urbana.
POPULAÇÃO (hab) PRODUÇÃO (Kg/hab.dia)
Até 25.000 0,7
De 25.001 a 100.000 0,8
De 100.001 a 500.000 0,9
Maior que 500.000 1,1
FONTE: CETESB (2013)
Segundo o Inventário Estadual de Resíduos Sólidos elaborado pela CETESB, para os
municípios onde são efetuadas pesagens das quantidades de resíduos destinados ao
tratamento e/ou disposição final, poderão ocorrer índices diferentes dos acima indicados, em
decorrência de vários fatores, tais como: tipo de atividade produtiva predominante no
município, nível socioeconômico, sazonalidade de ocupação, existência de programas de
coleta seletiva e de ações governamentais que objetivam a conscientização da população
quanto à redução da geração de resíduos.
Nestas condições, o inventário deve ser utilizado como um instrumento de acompanhamento
das condições ambientais e sanitárias dos locais de tratamento e disposição final dos
resíduos sólidos urbanos e não como fonte de informações sobre as quantidades de
resíduos efetivamente geradas nos municípios.
Assim como descrito no inventário pode-se considerar que para a metodologia utilizada
neste trabalho, extraída do Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos IBAM
(2001), podem ocorrer discrepâncias em decorrência destas variações naturais citadas, e de
outros fatores adversos relacionados a metodologia, tais como: os caminhões coletores
compactadores considerados no dia de estudo não estarem completamente ocupados, o
que interfere no volume livre calculado; dificuldades em identificar o percentual de população
atendida por bairro coletado na data de estudo, o que pode afetar a relação geração de RS
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por habitante; considerar apenas um dia de estudo uma vez que a quantidade coletada pode
variar durante a semana.
As duas metodologias visam a estimativa de geração per capita de resíduos sólidos urbanos
por habitante.dia, por isso entende-se que os dados de geração provenientes delas não
deverão ser utilizados como fonte de informações conforme supracitado, uma vez que para
isto é necessário a pesagem dos resíduos.
O estudo realizado é de extrema importância por oferecer um panorama sobre os aspectos
físicos da gravimetria dos resíduos, porém é imprescindível que os municípios atualizem
estes estudos e realizem outros complementares em períodos diferentes, tais como em
períodos de férias, grandes eventos, com objetivo de obter dados contínuos e mais
abrangentes. Também é necessário que os municípios se mobilizem para realizar a pesagem
dos resíduos, o que tornam mais precisos os resultados de geração per capita.
Portanto, como os resultados foram semelhantes, deve-se adotar a geração per capita deste
estudo realizado.
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CONSIDERAÇÕES
FINAIS
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Cada característica dos resíduos sólidos, em particular, seja ela física, química ou biológica,
exerce determinada influência sobre o planejamento de um sistema de limpeza urbana ou
sobre o projeto de determinadas unidades que compõem tal sistema.
Os estudos realizados em Elias Fausto-SP objetivaram determinar as características físicas
dos resíduos.
Há que se considerar ainda, diversos fatores que influenciam as características dos resíduos
sólidos. Por exemplo, é fácil imaginar que em época de chuvas fortes o teor de umidade no
lixo cresce, que há um aumento do percentual de alumínio (latas de cerveja e de
refrigerantes) no carnaval e no verão e que os feriados e períodos de férias escolares
influenciarão a quantidade de lixo gerada em cidades turísticas. Assim, tomou-se o devido
cuidado com os valores que traduzem as características dos resíduos, já que foram levados
em considerações estes fatores que influenciam principalmente no que concerne às
características físicas, pois os mesmos são muito influenciados pela sazonalidade, que
podem conduzir o projetista a conclusões equivocadas.
Os principais fatores que exercem forte influência sobre as características dos resíduos
estão listados na Tabela 6.
Tabela 6 - Fatores que influenciam as características dos resíduos sólidos.
FATORES INFLUÊNCIA 1. Climáticos
Chuvas
Outono
Verão
• Aumento do teor de umidade
• Aumento do teor de folhas
• Aumento do teor de embalagens de bebidas
(latas, vidros e plásticos rígidos) 2. Épocas especiais
Carnaval
Natal/ Ano Novo/ Páscoa
Dia dos Pais/ Mães
Férias escolares
• Aumento do teor de embalagens de bebidas
(latas, vidros e plásticos rígidos)
• Aumento de embalagens (papel/papelão, plásticos maleáveis e metais)
• Aumento de matéria orgânica
• Aumento de embalagens (papel/papelão e
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plásticos maleáveis e metais) • Esvaziamento de áreas da cidade em locais
não turísticos • Aumento populacional em locais turísticos
3. Demográficos População urbana
• Quanto maior a população urbana, maior a
geração per capita 4. Socioeconômicos
Nível cultural
Nível educacional
Poder aquisitivo
Poder aquisitivo (no mês)
Poder aquisitivo (na semana)
Desenvolvimento tecnológico
Lançamento de novos produtos
Promoções de lojas comerciais
Campanhas ambientais
• Quanto maior o nível cultural, maior a
incidência de materiais recicláveis e menor a incidência de matéria orgânica
• Quanto maior o nível educacional, menor a incidência de matéria orgânica
• Quanto maior o poder aquisitivo, maior a
incidência de materiais recicláveis e menor a incidência de matéria orgânica
• Maior consumo de supérfluos perto do
recebimento do salário (fim e início do mês)
• Maior consumo de supérfluos no fim de semana
• Introdução de materiais cada vez mais leves, reduzindo o valor do peso específico aparente dos resíduos
• Aumento de embalagens
• Aumento de embalagens
• Redução de materiais não-biodegradáveis
(plásticos) e aumento de materiais recicláveis e/ou biodegradáveis (papéis, metais e vidros)
A maior parcela da economia local do município de Elias Fausto provém das indústrias, tais
como: montagens industriais, fundições, tornearia de precisão, plásticos, serrarias, dentre
outras. O segundo maior setor da economia do município é o de prestação de serviços,
seguido pela agropecuária como a criação de gados e suínos.
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O município ainda possui PIB per capita muito elevado, que segundo (SEAD, 2011) é de
R$41.102,14, e elevado IDH-M que segundo o (PNUD, 2010) corresponde a 0,695.
Neste caso, é importante frisar que o elevado PIB per capita resulta em consumo elevado de
recicláveis, porém nota-se que o resultado da composição gravimétrica referente aos
resíduos recicláveis secos, (26,54%), está abaixo da média nacional estimada no Plano
Nacional de Resíduos Sólidos (MMA, 2012) que é de 31,9%. Este resultado pode ser
justificado através dos mecanismos de coleta utilizados pelo município. Elias Fausto
disponibilizou contêineres específicos para resíduos sólidos recicláveis secos e para os
demais resíduos sólidos domiciliares nos bairros do município, incentivando a população a
realizar segregação destes resíduos. Posteriormente é realizada a coleta mecanizada, através
de caminhões que realizam a coleta seletiva e outros que realizam a coleta dos resíduos
domiciliares. O resultado é que os resíduos sólidos recicláveis possuem percentual menor
do que a média nacional.
Cabe ao município, que já pratica ações que contribuem com a coleta seletiva identificar
maneiras de aprimorar a gestão deste processo, seja através do aumento de contêineres nos
bairros, da aquisição de maquinário que auxilie na triagem final, pois ainda existem resíduos
recicláveis secos sendo destinados ao aterro, ou através da elaboração de plano municipal
de coleta seletiva que proporcione a visão administrativa e operacional da coleta seletiva.
Em Elias Fausto a prática da agropecuária não é expressiva, gerando o mínimo de restos de
cultivos e massa verde. Atualmente não é realizada compostagem pelo município.
Embora a agropecuária não tenha resultado expressivo na economia, a composição
gravimétrica indicou 51,35% de matéria orgânica, que está abaixo do indicado no Manual
(IBAM, 2001) e próximo ao resultado do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que indicam
65% e 51,4% respectivamente. Este resultado é devido às ações realizadas pelo município
para coleta segregada dos resíduos conforme supracitado, por isso é importante para que o
município que reflita sobre implantação da compostagem.
O resultado do teor de umidade, apesar de ser uma amostra de 2 litros retirada de forma
aleatória de uma amostra final de 1m³, foi de 61,90%. Neste caso, o resultado poderia ser
inclusive superior, mesmo estando pouco acima da média de 40 a 60% citada no Manual
(IBAM,2001), já que possui alto índice de matéria orgânica, porém como a amostra de 2
litros é retirada aleatoriamente, é comum que não se obtenha um resultado de umidade que
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seja possível comparar com a composição gravimétrica, já que os resíduos da amostra final
são variados, e na escolha da amostra de 2L não leva-se em consideração a composição
gravimétrica.
Os resíduos de serviço de saúde (RSS) encontrados na composição gravimétrica
representaram 0,06% do total dos resíduos integrantes do estudo, o que pode ser
considerado normal, já que é realizada a terceirização dos serviços de coleta e destinação
final deste resíduo, o que minimiza a quantidade na coleta regular quando é feita fiscalização
adequada.
Para os demais resíduos recicláveis, o percentual gerado considerando todos somados é
ínfimo (2,40% do total), cabendo ao poder público avaliar a viabilidade de se implantar
tecnologias para o tratamento ou reciclagem de resíduos como isopor, madeira, borracha,
dentre outros, ou proceder com a destinação final correta dos mesmos.
Os resíduos considerados como outros foram as lâmpadas, eletroeletrônicos, pilhas e
baterias, enfim, resíduo da logística reversa. São resíduos que deverão ser abordados no
plano de gestão integrada de resíduos sólidos do município para indicar o correto manejo
destes, pois estão sendo destinados erroneamente ao aterro sanitário.
Nota-se que finalmente os rejeitos, resíduos a serem aterrados, representam 27,34% do total
da amostra estudada, o que evidencia a importância de se tomar ações que possibilitem o
aproveitamento dos resíduos avaliados, tendo ciência de que a destinação final ao aterro
sanitário poderá ser ínfima comparada a atual realidade.
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REFERÊNCIAS
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7. REFERÊNCIAS
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