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Reabilitação dos centros históricos
Carmen Fernandes
Coimbra, Dezembro de 2008
Ficha técnica:
Disciplina: Fontes de Informação Sociológica.
Docente: Paulo Peixoto
Projecto: Trabalho no âmbito da avaliação continua.
Titulo: Reabilitação dos centros históricos.
Autora do trabalho: Carmen Zita Silva Fernandes
Nº de estudante: 20081260
Imagem da capa retirada de:
http://olhares.aeiou.pt/universidade_de_coimbra_foto1905658.html
“Nas ruas há também uma quantidade de ruídos equívocos que perpassa.
Produziu‐se pois uma mudança durante estas últimas semanas. Mas onde? É
uma mudança que não se fixa em sítio nenhum. Fui eu que mudei? Se não fui,
então foi este quarto, esta cidade, esta natureza; é preciso escolher.”
Jean‐Paul Sartre, in A Náusea
Índice
1 Introdução ………………………………………………………………………………………………… 5
2 Estado das artes ………………………………………………………………………………………7
2.1 Concepções, evolução e reflexões sobre a Reabilitação dos
Centros Históricos…………………………………………………………………………… 7
2.2 Realidade na reabilitação do centro histórico de
Coimbra………………………………………………………………………………………………. 11
2.3 Mapa dos centros históricos da cidade de
Coimbra……………………………………………………………………………………………….13
2.4 Efeitos favoráveis e não favoráveis dos centros
históricos.……………………………………………………………………………….……………14
3 Descrição detalhada da pesquisa ………………………………………………………………. 18
4 Avaliação de uma página da Internet………………………………………………………… 22
5 Ficha de leitura……………………………………………………………………………………….24
6 Conclusão ……………………………………………………………………………………………. 29
7 Referencias Bibliográficas………………………………………………………………………….31
Anexo A
Página da internet
Anexo B
Livro da ficha de leitura
1
1 Introdução
Para a realização deste trabalho académico, o tema que escolhi foi
Reabilitação dos Centros Históricos, na disciplina de Fontes de Informação
Sociológica. Seleccionei este tema por ser o que mais se identifica comigo, pelo
prazer que me dá passear‐me por um centro histórico onde haja vida, para a
contemplação de pedras, a admiração da arte, entre conversas que vamos
trocando com o chão que pisamos, porque antes de o pisarmos, nós, meros
cidadãos, já o pisaram ilustres figuras, que contribuíram para o enriquecimento
da nossa cultura. E através delas temos hoje em dia, os saberes mais
profundos, para desvendar os mistérios decorridos de uma época antiga.
Contar o passado e destapar o que nele aconteceu, sempre me cativou,
por isso a escolha deste tema, foi imediata.
E no decorrer desta minha pesquisa, apercebi‐me que a cidade, sendo
diversificada é ideal para desenvolver a liberdade, e não diz respeito apenas ao
morar, mas também ao construir, ao renovar. O tema que vou desenvolver irá
centrar‐se na análise de noções, evoluções dos processos de reabilitação destes
centros, e de mentalidades mais abertas, como da importância dada a esta
questão, seguindo‐se planos elaborados para fomentar esta importância,
finalizando com a reabilitação particular no centro histórico de Coimbra.
Escolhi a cidade de Coimbra por ser rica em história. Porque para cada lugar
que nos destinamos a vaguear, visitar, olhar, há qualquer coisa de
contemplativo. Coimbra era a cidade ideal para efectuar este trabalho no
sentido em que é para mim mais familiar, é‐me mais fácil entender as pessoas
e a sua história. Porque me sinto um habitante desta cidade.
2
De um modo mais geral, vou esclarecer os benefícios trazidos pela
reabilitação dos centros históricos, bem como alguns aspectos negativos, por
exemplo, a criminalidade, o aumento da insegurança, o abandono de edifícios,
entre outros.
Em suma, tentarei ilustrar de modo objectivo e claro todos os itens a que
me propus.
3
2 Estado das artes
2.1 Concepções, evolução e reflexões sobre a Reabilitação dos
Centros Históricos
Foi no século XIX que se assistiu ao aparecimento de novas ideologias,
com o objectivo de preservação, conservação, inovação, renovação,
restauração, reformação, reparação, reabilitação, dos centros históricos. As
cidades são, em primeiro lugar, o sitio que dá maior importância á arte e a
cultura, representando o seu lado estético e de grande valor artístico, onde a
sua particularidade está na configuração arquitectónica.
Inicialmente, queria referir através de uma citação a noção de
reabilitação de centros históricos:
“ Acervo de uma herança comum e indivisível, que sendo insubstituível é,
também, indissociável quer da História da humanidade, quer do seu futuro. (…)
Para além dos edifícios individuais com valor monumental, os conjuntos
construídos e o tecido urbano: cidades, bairros, centros históricos, etc.”
(Peixoto, 2006)
O conceito de centros históricos remete‐me para grandes ruas, praças
enigmáticas, imóveis e construções com um passado amplo, onde o mistério e
o encanto da história de cada rua, praça, imóvel e construção, me faz idealizar
um passado que não tive, mas que o torna tão memorável, autêntico e
singular. E assim, vou deambulando pelas ruas e calçadas, observando
pormenorizadamente desde as imagens, e tudo o que elas transmitem, até às
4
lajes que pisamos, pois cada uma delas é tão importante para percebermos o
fascínio de um tempo clássico, do qual este tempo já não faz parte.
Os centros históricos têm como finalidade, satisfazer os interesses de
atracção turística e de lazer dos indivíduos. Pois, descobre‐se uma certa
identidade e uma grande qualidade de vida nestas áreas. Mas, para isso é
necessário que estas áreas estejam em boas condições para, de um ponto de
vista estético agradar aos olhos de todos.
“ (…) Quando falamos de cidade, devemos falar também, por um lado,
das imagens que lhe vão sendo associadas e que devem a sua existência a
práticas e discursos diversos e, por outro lado, dos poderes que lhe dão força e
que a apresentam tendo em conta as imagens para eles mais vantajosas.”
(Baptista apud Gomes, 2005)
“ As cidades são, além de tudo o resto, conjunto de símbolos que, ao
longo da história, vão sendo hierarquizados e têm expressão tanto nas
estruturas físicas como nos aspectos da vida quotidiana e nos discursos acerca
da cidade. Esta dimensão está intimamente relacionada com os indivíduos que
lá residem, uma vez que os locais vão sendo associados a valores,
acontecimentos históricos e sentimentos.” (Shields apud Gomes, 2005)
Tal como está referido acima, para os indivíduos que vivem nesta zona,
que passaram a sua existência nestes locais e os querem que fique
resguardada, é para eles difícil observar a decadência a que os centros
históricos estão sujeitos. Seria uma sensação de revolta, tristeza, melancolia,
acompanhada depois de uma certa nostalgia de tempos que a sociedade quer
ver reabilitados. Tempo esse que os esqueceu e os menosprezou.
5
Mas, a dimensão que registou esta temática tem vindo a crescer. Os
centros históricos servem para analisar a lógica urbana e a mudança para se
aprender a cidade no seu todo, e ao pormenor. Numa forma de fortalecer o
presente através da atribuição de uma “segunda vida” e um passado mais ou
menos parado e supostamente distante. Para uns é preciso morrer para nascer
de novo, para outros é preciso nascer e viver, guardando tudo o que se viveu,
para mais tarde recordar. Assim foram criados alguns processos de intervenção
nos centros históricos, como: PRAUD (1988), que tem como objectivo re‐
estabelecer os espaços públicos, a qualidade do ambiente urbano e a
salvaguarda do património. Depois foi criado o RECRIA (1998), com a finalidade
de recuperar os edifícios degradados. Por fim, foi criado o REHABITA (1996),
que pretende, melhorar as condições de habitabilidade dos edifícios antigos e
contribui para a melhoria da imagem visual das zonas mais antigas. Através
destes três princípios a questão dos centros históricos ganhou mais
importância na sociedade. Embora actualmente o centro histórico, que antes
era visto como uma recusa de um objecto, agora alarga‐se para o lado do
interessante porque promove a tradição e a conservação dos centros
históricos. Portanto, a cidade deve ser transformada através do seu passado.
Com os centros históricos recuperados, ficamos com uma nova realidade
metafórica da cidade.
“O espaço recuperado aparece assim como uma nova plataforma de
pendor artístico capaz de gerar significados sociais, como se o visual fosse a
condição fundadora de novas sociabilidades. Finalmente, os centros históricos
funcionam como alegoria nas situações em que o seu esplendor e a qualidade
urbanística dos seus espaços, as cores garridas das fachadas recuperadas,
frequentemente contrastando com o resto da cidade que os envolve, os tornam
6
uma espécie de obra de arte que representa uma ideia abstracta de qualidade
de vida. Neste âmbito, funcionam como imagem metonímica da cidade,
convidando a tomar a parte, ordenada e embelezada, pelo todo.” (Peixoto,
2006)
Para preservar e conservar esta cultura que nos melhora e nos torna
desmedidos enquanto pessoas, passou a ser moda este conceito de reabilitar
os centros históricos. Agora, é uma preocupação geral da sociedade que não
quer ver “morrer” o Portugal e as suas características mais harmoniosas e
inspiradoras.
7
2.2 Realidade na reabilitação do centro histórico de Coimbra
“Coimbra é uma cidade média à escala nacional. Em termos territoriais e
administrativos, é a principal cidade da Região Centro de Portugal e situa‐se na
sub‐região do Baixo Mondego. É capital de um distrito composto por 17
concelhos, e sede de um município, com cerca de 319 Km², constituído por 31
freguesias.” (Gomes, 2008)
A Câmara Municipal de Coimbra tem vindo a desenvolver a recuperação
e protecção dos centros históricos, visto que tem um património histórico
bastante degradado. Por consequência elaborou três planos para promover o
seu núcleo urbano mais antigo. O primeiro plano, visa apoiar as áreas urbanas
degradadas, pretendendo que os proprietários das imóveis recuperassem as
fachadas dos edifícios. O segundo plano é um “ Projecto de revitalização da
Baixinha: programa de apoio à modernização do comércio na área central da
cidade.” Neste espaço ainda é hoje em dia a zona comercial que predomina em
em Coimbra, e é abundantemente ocupada por uma população envelhecida.
Então pegou‐se nesta principal característica, e fez‐se dela uma grande
estratégia para a recuperação urbana. O terceiro plano, é destinado à
reabilitação urbana. Este plano tem como objectivo combater os principais
problemas sociais da Baixa, como o envelhecimento da população, a
prostituição e crianças na rua e sem apoio familiar.
Assim, todos estes planos concebidos pela Câmara Municipal de
Coimbra, com o desejo de se realizarem, mostram o quanto é apaixonante e
marcante trabalhar para a recuperação da zona mais bonita e esplendorosa da
cidade.
8
Como resultado espera‐se desenvolver a “qualidade, dignidade e a
vivência perdida” (Fernandes et al apud Pereira e Midões, 1996), para deste
modo continuar a testemunhar a história da cidade.
“O termo reabilitação designa toda a série de acções empreendidas
tendo em vista a recuperação e beneficiação de um edifício, tornando‐o apto
para o seu uso actual. O seu objectivo fundamental consiste em resolver as
deficiências físicas e anomalias construtivas, ambientais e funcionais,
acumuladas ao longo dos anos, procurando ao mesmo tempo uma
modernização e uma beneficiação geral do imóvel sobre o qual incide –
actualizando as suas instalações, equipamentos e a organização dos espaços
existentes – melhorando o seu desempenho funcional e tornando esses edifícios
aptos para o seu completo e actualizado re‐uso”. (Gomes, 2005)
Assim com as palavras de Carina Gomes, concluo que a reabilitação do
centro histórico de Coimbra está a re‐usar a sua história da melhor feição,
sendo a Baixa um dos melhores sítios para espairecer, conviver, conversar,
sentir. Com uma vista magnífica sobre o rio Mondego deleitamos os nossos
olhares enquanto nos passeamos pelos restaurantes ou pelos cafés.
9
2.3 Mapa dos centros históricos da cidade de Coimbra:
10
2.4 Efeitos favoráveis e não favoráveis dos centros históricos:
Neste item debruço‐me principalmente sobre os aspectos negativos e
positivos dos centros históricos. Neste sentido procuro referenciar a
importância (ou a falta dela) dada à reabilitação dos mesmos. Do geral ao
particular; do tradicionalismo ao modernismo; do passado, presente e futuro;
do visível ao habitacional; do Homem ao indivíduo. Irei considerar os
semblantes de ligação, de separação e união mais relevantes de todos estes
pareceres.
Inicialmente vou referir os aspectos negativos:
As cidades, devido a várias transformações que têm ocorrido ao
longo dos anos, deixaram para trás funções sociais e económicas
importantes, que se devem à moda que se generalizou à volta dos
centros históricos.
Os centros históricos originam riscos, porque expulsam idosos e
classes sociais mais modestas. Quando se encontram em crise os
centros históricos as classes médias acabam por os abandonar,
ficando só aqueles que não têm alternativa.
Há centros históricos que foram esquecidos, mas depois
relembrados e sujeitos a uma função diferente daquela que
tinham anteriormente. Assim, em alguns casos os centros
históricos são vistos como um entrave ao desenvolvimento e à
mudança.
Durante a noite verifica‐se uma maior desertificação, excepto nos
centros históricos que se tornaram centros de actividades
nocturnas. Isto gera um crescente clima de insegurança.
Os centros históricos têm uma zona habitacional mais degradada.
11
As ruelas estreitas e a anarquia em termos de estacionamento
dificultam as situações de emergência.
Os prédios abandonados são frequentemente ocupados pelos
sem‐abrigo o que pode causar incêndios por negligência.
Os aspectos positivos são:
A maior consequência perante esta situação é a sustentabilidade
que junta a função e a tradição dos centros históricos. Através
desta unificação assegura um maior poder financeiro, ecológico e
gestionário.
Durante o dia os centros históricos são repletos de vida. Os
habitantes da cidade põem em prática as suas actividades,
convívios com o outro e os turistas sedentos de fotografias e
recordações culturais que podem guardar para a posteridade.
Neste aspecto tenho que salientar que a faixa etária abrangente é
idosa.
A higienização dos centros históricos passa pela consciencialização
da sociedade. Há uma preocupação maior com as condições de
vida dos habitantes dos centros históricos.
“ (…) A título de exemplo, é significativo que a câmara municipal de Guimarães
tenha destacado um dos seus funcionários para afastar do coração do centro
histórico, (…), os toxicodependentes que aí se costumam reunir. O recurso ao
derrame de lixívia (um produto que simboliza a pureza e a higiene) para impedir
que os toxicodependentes façam uso dos bancos de pedra da praça (iniciativa
que foi adoptada pelo funcionário), é simbolicamente reveladora de medidas de
12
higienização social que estão a ocorrer nos centros históricos.” (Fortuna et al,
2003)
Os centros históricos são espaços óptimos para festas,
manifestações recreativas e culturais, entre outras dinâmicas de
lazer.
Actualmente os centros históricos tentam afirmar‐se como
identidades capazes de converter o passado em elemento
renovador. Se por um lado o passado atribui identidade ao centro
histórico, é também o passado que mostra a importância do
desenvolvimento no presente e o impulsiona para o futuro.
Um dos aspectos pode ser considerado positivo e negativo:
Os centros históricos requalificados procuram ser um exemplo
tanto para os próprios centros históricos como para o resto da
cidade. Estando sujeitos a constantes formas de mercado,
encarados como empresas. Desta forma os centros históricos são
frequentemente utilizados como meio de industrialização
passando a cidade a ter uma imagem um pouco negativa. O facto
de os centros históricos de certo modo reflectirem o resto da
cidade através da industrialização pode ser considerado um
aspecto positivo na medida em que essa industrialização é
sinónimo de desenvolvimento. Em contrapartida, os centros
históricos sofrem com essa industrialização, por causa do
alargamento do mercado.
13
“ O objectivo desta estratégia tem a ver com o facto de o estado
degradado do centro histórico permitir uma dramatização da condição da
cidade que acaba por funcionar como justificação e factor de legitimação da
reivindicação de recursos financeiros e de instrumentos legais que agilizem a
desejada renovação identitária.” (Peixoto, 2006)
Assim, verificamos que as cidades se transformam cada vez mais rápida e
verdadeiramente.
Mas, há cidades que pretendem ter uma imagem de cidade histórica
para se tornar sustentável a todos os níveis, principalmente económicos. E
assim, se opõe o antigo e o moderno, o passado e o presente, para criar a
imagem de marca que os centros históricos representam. Com a afirmação do
moderno numa estética de estilos arquitectónicos diferente, origina a
diversidade de géneros e feitios, assim pode ser uma condição para continuar a
confirmar a sustentabilidade cultural no seu todo. Recordando assim, que a
cidade não tem só um passado mas também um futuro.
14
3 Descrição detalhada da pesquisa
Para a realização deste trabalho foi útil para a minha pesquisa arranjar
duas formas de me instruir acerca do assunto seleccionado, assim foi por
internet e recorrendo a Bibliotecas que consegui matéria suficiente para a
execução do mesmo.
Inicialmente a minha pesquisa começou na Biblioteca Geral da
Universidade de Coimbra, onde através do catálogo online da biblioteca
seleccionei dois livros e uma tese, foi através deles que começou o avanço do
meu trabalho. Um deles foi uma tese de doutoramento de Paulo Peixoto, no
qual me baseei primitivamente para a realização do trabalho e o segundo foi
um livro intitulado, “Regionalização e Identidades Locais. Preservação e
reabilitação dos centros históricos”, que tem vários autores e inspiradores no
seu interior. O qual utilizei para fazer uma abordagem mais abrangente sobre a
reabilitação dos centros históricos em Coimbra. O terceiro livro, “Reabilitação
dos centros históricos. O exemplo da cidade do Porto”, o qual não teve grande
interesse e intervenção no meu trabalho, visto que me fundamentei no centro
histórico de Coimbra e não do Porto, ao qual se limitava o livro.
Seguidamente foi ao CES, Centro de Estudos Sociais, uma instituição
onde obtive um maior número de livros, revistas e teses. Com a ajuda de
pessoas que trabalham nesta instituição ao fim de poucos minutos tinha uma
mesa cheia de matéria relacionada com meu tema. Depois de uma análise
profunda sobre os temas que estavam presentes nos livros, teses e revistas,
acabei por seleccionar os capítulos que mais me interessavam, para desse
modo tentar clarificar o meu ponto de vista sobre a reabilitação dos centros
históricos. Acabei por acarretar duas teses de Carina Gomes, “Modos de vida
das cidades. E processos de reabilitação urbana. O caso de Coimbra” e “ A (re)
15
criação dos lugares. Coimbra: cidade e imaginário turístico”, foram essenciais
para o meu trabalho, esta última, é bastante recente, feita em 2008, o que fez
com que eu tivesse um ponto de vista mais actual. Uma tese feita pelo CES, “
Intermediários culturais, espaço público e cultura urbana. Um estudo sobre a
influência dos circuitos culturais globais em algumas zonas da cidade”, esta
tese foi sugerida pelo Dr. Paulo Peixoto, ganhei esse conhecimento pelo
comentário feito do funcionário que me estava a ajudar na minha desenfreada
procura de matéria para acrescentar no meu trabalho.
Por último, fiz uma pesquisa na Internet para progredir os
conhecimentos sobre o tema do meu trabalho. Comecei pelo motor de
pesquisa Google, onde em pesquisa simples, na Web, coloquei Reabilitação dos
centros históricos, onde me apareceu 283.000 registos, mas era muito
abrangente, e tive que limitar a minha pesquisa. Seguidamente na caixa de
texto introduzi, reabilitação dos centros históricos em Portugal, e o número de
registos diminuiu para 139.000, como ainda era um número bastante elevado
limitei a minha pesquisa, mais uma vez, e coloquei pesquisar só em páginas de
Portugal, o número de registos diminuiu drasticamente para 56.400. Depois de
uma análise profunda sobre as páginas que me foram apresentadas, concluí
que de todas as páginas que analisei nenhuma se referia concretamente ao que
pretendia, a maior parte dessas páginas tinha uma cidade específica e
nenhuma das analisadas era Coimbra. Assim, apesar da diminuição de registos,
não considerei nenhuma página importante voltando atrás e pesquisando nas
páginas da Web. Onde tinha encontrado uma página que se referia
concretamente ao que eu esperava. Mas não me ficando só por uma página,
porque reprimia o meu trabalho, voltei a iniciar uma pesquisa no Google, mas
desta vez em pesquisa avançada. Então, com todas as palavras: Reabilitação.
Com frase exacta: Centros históricos. Com pelo menos uma das palavras:
16
Portugal. Onde me apareceu 28.500 registos, um número bem menor dos
analisados anteriormente
Seguidamente, para ter base de comparação, iniciei uma pesquisa no
Altavista, onde procedi exactamente da mesma maneira. Em pesquisa simples
coloquei Reabilitação dos centros históricos, e fiquei com 4.308 registos. Um
número muito mais reduzido comparando com os registos do Google.
Contrastando com o interesse que tive sobre as páginas do Google, o Altavista
convinha‐me muito mais. Encontrei logo, duas páginas que suscitaram
imediatamente o meu interesse e entusiasmo. Mesmo assim, e com o
propósito de arranjar mais matéria para o meu trabalho, continuei a pesquisa.
Apliquei na caixa de texto Reabilitação dos centros históricos em Portugal, e
como tinha acontecido previamente, os registos diminuíram em ralação ao
Google, 536 registos. No qual um deles promoveu a minha curiosidade. Depois
substitui a parte de pesquisar em todo o mundo para só em Portugal. Mas os
registos não diminuíram muito, o valor dado foi 534 registo, com dados
equitativos aos anteriores. Por fim, em pesquisa avançada coloquei, em todas
as palavras: Reabilitação; em frase exacta: centro histórico e em qualquer uma
destas palavras: Portugal. Da mesma maneira que fiz com a página do Google,
e os resultados foram 6 registos. Muito pequenos e delimitados para o
pretendido.
Com a pesquisa feita, passei a analisá‐la mais profundamente. A selecção
de matéria foi muito difícil, pois havia variadíssimas coisas que eram
interessantes, no entanto, algumas fugiam um pouco do assunto ao qual me
comprometi e me foquei mais neste trabalho.
Seleccionei primeiramente matéria dos livros, teses e revistas que
possuía sobre o tema, e comecei a fazer o trabalho sem me preocupar muito
com a parte da internet, porque de todas as páginas que observei, apesar de
17
serem interessantes e estando disponíveis a todo o que pretendia, a
informação que continham era muito escassa e não satisfazia a ambição a que
me propus.
Para concluir, e depois da difícil tarefa de seleccionar matéria, acho que
todos os itens a que me propus estão clarificados de modo a entender bem o
pretendido, que era mostrar de uma maneira translúcida e transparente a
importância que há em mostrar o passado reabilitado de histórias, tradições e
costumes no presente e, assim espero, no futuro.
18
4 Avaliação de uma página da Internet
Para avaliar esta página da internet utilizei de base a ficha modelo para
avaliação de um sítio da internet dado pelo docente Paulo Peixoto. Deste modo
o site seleccionado para a realização do meu trabalho foi:
http://www.ub.es/geocrit/‐xcol/70.htm, que me foi proporcionado pelo motor
de pesquisa Altavista.
Escolhi esta página da internet por se enquadrar completamente com o
tema do meu trabalho, por considerar que desenvolvimento, conservação,
intervenção sócio‐urbanista e património urbano sejam palavras‐chave que
têm uma distinta importância na cultura e na tradição. Aborda o tema da
reabilitação de uma maneira geral, não se confina a Portugal, apesar de ser
esse o ponto principal do trabalho, mas como é uma página muito interessante
e acessível acabei por utiliza‐la.
Foi escrito por Marluci Menezes, com a intenção de dar a sua opinião
informando a sociedade este problema, é de fácil leitura mas nota‐se que a
autora percebe muito bem do que fala, pela sua abordagem ao tema deparo‐
me com a enorme capacidade de discurso que tem.
O site e de fácil acesso e é um documento do X colóquio internacional de
geocritica feito na universidade de Barcelona.
A sua linguagem oficial e espanhola, mas está traduzido para português.
Dispõe apenas de um ícone que o faz voltar ao menu principal onde
encontramos outros ícones sobre a mesma matéria, sendo este o mais
interessante e acessível. A informação é bastante esclarecedora do ponto de
vista do autor, este recorre a variados autores para citar as suas fontes e
opiniões, mostrando no final do documento uma bibliografia da qual Marluci se
baseou para este congresso. O texto apresenta uma leitura perceptível e
19
informativa. No que diz respeito ao seu grafismo é agradável, não contendo
imagens nem publicidade, talvez por não ser necessário, porque o seu texto é
muito esclarecedor.
No que diz respeito ao período de tempo da página, este e muito actual
porque e referente no titulo do texto que este congresso se realizou no dia 26‐
30 de Maio de 2008.
Este página desfrutou de um protagonismo importante na elaboração da
minha opinião e do meu tema, de modo a aumentar, enriquecer, desenvolver e
contemplar a Reabilitação dos centros históricos.
20
5 Ficha de leitura
Título de publicação: Regionalização e identidades locais. Preservação e
reabilitação dos centros históricos.
Autores: Arnaldo Pereira e Ágata Midões.
Local onde se encontra: Biblioteca geral.
Data de publicação: 1997
Edição: 1ª Edição
.
Local de edição: Lisboa.
Editora: Cosmos.
Cota: 972‐762‐061‐2
Assunto: Reabilitação dos centros históricos de varias cidades.
Palavras‐chave: Reabilitação, reformação, renovação, re‐estruturar,
restaurar, refazer, reviver, preservar, conservar …
Data de leitura: 19 de Dezembro de 2008
Observações: nada a registar.
21
Notas sobre os autores:
Arnaldo António pereira:
Presidente da Comissão organizadora. Vereador da câmara
municipal de Oeiras.
Ágata Patacho Midões:
Socióloga. Câmara municipal de Oeiras.
Carlos Tavares Rodrigues:
Vereador da câmara municipal de Oliveira de Frades.
Tem como objectivo que a autarquia pertença ao PLANALTO
BEIRÃO, Associação de Municípios do Planalto Beirão, cuja entidade
gestora é a Ecobeirão. Deste sistema fazem parte os concelhos de Aguiar
da Beira, Carregal do Sal, Castro d'Aire, Gouveia, Mangualde, Mortágua,
Nelas, Oliveira de Frades, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo, Santa
Comba Dão, Sátão, São Pedro do Sul, Seia, Tábua, Tondela, Vila Nova de
Paiva, Viseu e Vouzela, num total de 365 mil habitantes. A Associação de
Municípios tem prevista a instalação de uma central de valorização
orgânica por digestão anaeróbia, em Tondela.
O livro é composto por um conjunto de textos sobre a reabilitação em
varias cidades de Portugal, mas o que irei resumir é o capítulo B que começa na
página 189 e acaba na página 201. É intitulado de “Recuperação dos centros
históricos e reabilitação urbana: perspectivas multidisciplinares” e tem como
subtítulo “ A identidade local no contexto europeu”.
22
Resumo:
A identidade imagina‐se num espaço e numa cultura, onde se tem em
conta o tempo e a actividade humana que não param. Desta maneira juntam‐
se duas dimensões: a mutabilidade essencialmente a dinâmica e a permanência
que é mais estática. Todas as identidades caracterizam‐se pela sua
homogeneidade, nos valores e na afirmação com vida própria. Nasce assim o
cidadão português. Seguidamente nascem as culturas. Valorizando deste modo
o nosso património, porque sem ele não há identidade que resista, nem
diferença que se afirme.
Os valores, os conceitos, as tradições, os costumes, os patrimónios, a
língua, o espaço e o meio, são factores que exprimem a diferença e são
determinantes para a própria identidade.
Assim, relativamente aos centros históricos, a contemplação de pedras, a
admiração da arte, a identificação com aqueles espaços, é um maior bem para
os cidadãos.
“Numa época em que o crescimento demográfico é regra corrente, a
nível mundial, mas não verificasse, assimetricamente, em tantas das nossas
terras, devolver aos centros históricos à permanência de habitantes é
imperiosa necessidade. (…) Mais de um desenvolvimento urbano circular, que
empurre para fora da porta as pessoas e encha de serviços esses mesmos
centros. Impõe‐se a sua reutilização, para evitar as noites vazias e uma
asfixiante terciarização durante o dia de trabalho.”
Sem se ser exageradamente tradicionalista pode criar‐se condições
agradáveis de habitação sem prejudicar o património cultural. Também é
necessário atrair os habitantes de níveis etários mais baixos para evitar o
esvaziamento.
23
Em suma, e necessário defender o património, com ideias, indicações e
regulamentos, de modo a reabilitar, preservar e conservar estes agradáveis
lugares. Com o objectivo de pensar na sociedade primeiramente, e por ultimo
nos serviços. Assim, só nos afirmaremos se conseguirmos defender e preservar
a nossa identidade, com o valor de construir permanentemente.
Estrutura:
Os autores que se encontram na obra são variados, e com profissões
também elas diversas e distintas. Este tema, reabilitação dos centros históricos
é de interesse público, e ninguém fica indiferente perante este assunto. Assim
cada um dos autores se disponibiliza para falar dos centros históricos que
fazem parte. As cidades mencionadas na obra são: Lisboa, Oeiras, Coimbra,
Seixal, Santarém, zona baixa de Tancos, Serpa, Funchal, Porto, Alvito, Paço
d´Arcos, Barcarena, Lagos, Beja, Évora, Vila do Conde, Cascais, Viana do
Castelo, Abrantes, Macau e Aguiar da Beira. E cada uma destas localidades é
um capítulo do livro. O livro é dividido em duas partes, a primeira é,
“Intervenções autárquicas: projectos e experiências”, e o segundo é
“Recuperação dos centros históricos e reabilitação urbana. Perspectivas
multidisciplinares”.
Antes da primeira parte do livro estão as secções de abertura, onde os
presidentes, fazem um discurso sobre as questões mais relevantes do tema
reabilitação. Na primeira parte do livro, os autores pronunciam‐se sobre as
questões das autarquias e como estas têm conduzido os centros históricos,
acompanhando‐os de vários planos para exercer nos pontos mais fracos
portugueses. A segunda parte do livro, faz referência essencial á reabilitação,
24
restauração, preservação, conservação, reutilização, entre outros, aos centros
históricos.
Deste modo, com o encontro que foi estabelecido no inicio do livro, veio
se a constatar que os objectivos foram cumpridos, como constituir‐se como
fórum de reflexão e debate o problema da salvaguarda e recuperação do nosso
património, como espaço de troca de conhecimentos e projectos autárquicos.
Com a abordagem feita pelos autores às várias cidades portuguesas ficamos
com a possibilidade de constatar pontos de vista e de percursos, de contactar
realidades diferentes, de cruzar saberes, experiencias e perspectivas
diversificadas. Mas estavam ambos unidos na defesa e recuperação do
património, no que diz respeito á história e raízes onde se funda a identidade e
se prepara melhor o futuro.
Para concluir, a importância dos centros históricos na consciência da
sociedade veio reforçar a grandeza que é a preservação e a revitalização desta
cultura magnânima.
25
6 Conclusão
No inicio do meu trabalho a opinião que possuía sobre reabilitação dos
centros históricos, era que esta expressão apenas dizia respeito a
monumentos, estava completamente errada, afinal centros históricos é muito
mais que monumentos, são ruas, são casas, são estátuas, são travessas, são
praças, são calçadas… Uma infinidade de história que percorre os olhares da
sociedade a cada passo que dê.
Mas cada sociedade se constrói a si própria, através dos seus símbolos,
da sua cultura, da sua tradição. Os grandes edifícios são livros que nos contam
histórias passadas, conduzindo‐nos para o lado preferível da existência, o
imaginário. É dominante levantar as estratégias para construir o futuro
respeitando o passado.
Os centros históricos são hoje, os testemunhos mais complexos das
sociedades que, um dia, elegeram um lugar para viver e implementar as
suas condições, que são elas económicas, sociais, habitacionais, políticas e
culturais, em respeito mútuo. Como documentos vivos, representam
autênticas crisálidas do património cultural, da organização do espaço
urbano, dos sistemas e dos materiais de construção, dos valores estéticos
de referência, da cor e da imagem da vila e da cidade, das relações de
vizinhança aí contraídas e dos sistemas de relação e de comunicação.
O que mais me fascina são as cores, a imagem, as pedras
trabalhadas, a arte do pormenor, a história, o conto de aventuras e
desventuras, tristezas e alegrias, guerras e glórias que nos são
transmitidas por pequenos cantos de cada centro histórico. Levando‐me
para sítios e recantos que ao estar eu dentro deles me fazem crer que são
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meus. Cada visita consumada para este trabalho caracteriza‐se por uma
utopia de sensações novas e afectos violentos que me vão fazendo querer
continuar a saber estas historia e tradições de um tempo passado. Por
tudo isto compreendo que a sociedade não queira deixar esse passado
que tão bem marca a história de Portugal morrer, quer vê‐lo reabilitado,
reafirmado, reformado, preservado e nunca abandonado.
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7 Referencias Bibliográficas
Livros e teses:
Fortuna, Carlos et al (2003), “ Intermediários culturais, espaço público e
cultura urbana. Um estudo sobre a influência dos critérios culturais
globais em algumas cidades portuguesas.” Coimbra: Centro de estudos
sociais.
Gomes, Carina Gisela Sousa (2005), “Modos de vida nas cidades e
processos de reabilitação urbana. O caso da baixa”, dissertação de
licenciatura em sociologia. Coimbra: Faculdade de Economia da
Universidade de Coimbra.
Gomes, Carina Gisela Sousa (2008), “ A (re) criação dos lugares. Coimbra:
cidade e imaginário turístico”, dissertação de mestrado em sociologia.
Lisboa: Faculdade ciências sociais e humanas da universidade nova de
Lisboa.
Pereira, Arnaldo e Midões, Ágata (1997), “Regionalização e identidades
locais: preservação e reabilitação dos centros históricos: actas / do IV
encontro Nacional de Municípios com centro histórico.” Lisboa: Cosmos.
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Peixoto, Paulo Jorge Marques (2006), “O passado ainda não começou.
Funções e estatuto dos centros históricos no contexto urbano
Português”, Tese de doutoramento em sociologia. Coimbra: Faculdade de
Economia da Universidade de Coimbra.
Internet:
Menezes, Marluci (1999), “Diez años de cambios en el Mundo, en la
Geografía y en las Ciencias Sociales, 1999‐2008. Actas del X Coloquio
Internacional de Geocrítica.” Pagina consultada a 21 de Dezembro de
2008. Disponível em http://www.ub.es/geocrit/‐xcol/70.htm.
Portela, Ana Margarida e Queiroz, Francisco (2004), “Restauro urbano e
integrado e estudos sobre núcleos históricos.” Pagina consultada a 15 de
Dezembro de 2008. Disponível em
http://www.queirozportela.com/resturba.htm.
Portela, Ana margarida e Queiroz, Francisco (2004), “ Restauro urbano e
integrado.” Pagina consultada a 17 de Dezembro de 2008. Disponível em
http://www.queirozportela.com/cursoresturb.htm
Imagem do mapa do centro histórico de Coimbra retirado de:
http://viajar.clix.pt/chegar.php?c=143&lg=pt&mc=coimbracentro&mg=1
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Anexo A:
Página da internet:
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Anexo B:
Livro da ficha de leitura:
Pereira, Arnaldo e Midões, Ágata (1997), “Regionalização e identidades locais:
preservação e reabilitação dos centros históricos: actas / do IV encontro
Nacional de Municípios com centro histórico.” Lisboa: Cosmos.
Capitulo seleccionado:
Capitulo B, “Recuperação dos centros históricos e reabilitação urbana.
Perspectivas multidisciplinares.” Subtítulo: “Identidade local no contexto
europeu”.