8
RECONHECIMENTO GEOLoGICO DA SERRA DO RONCADOR, ESTADO DE MATO GROSSO Por F. F'. M. DE ALMEIDA e W. T. HENNI ES ABSTRACT Geological investi gation in the Roncador plateau and adjacent ar eas have shown that typical g eo- logical deposits of the Paraguaian miogeosincline reach the Araguaia basin. The Roncador plateau indicates the aproximat e contact of the Gu apore pl atform with one ma rginal basin of this geonain- cline. Presence of ro cks from th e Chapad a Group in the detritical coverture of the plat eau was confirmed, as w ell as young er beds, p oss ibly 01 P al eozoic age, where oolitic iron ore was discov ered New data about the Cenozoic cov erture in the Araguaia and Sete de S etembro river basins aro pr esented. RESUMO Reconh ecim ento geol6gico re alizado na s erra do Roncador e ar eas adjac entes mostrou que forma- <;oes e est ru turas tipicas da faix a de dobramentos do geossinclineo Para guaio se estendem it bacia do rio Araguaia. A serra do Roncador ass inala a po- si<;iio aproximada da borda da plataforma do Gua pore em contacto com uma bacia marginal desse geo ssinclineo . Confirmou -se a presenca de rochas do Grupo Chapada na cob ertura detritica da s erra do Roncador, assim como a de camadas mals mo- dernas, prov av etrnente tambern paleoz6icas, entre as quais se encontrou minerto de ferro oolitico Novos conhecimentos saO apresentados sabre as co- berturas cenoz6icas dos rios Araguaia e Sete de E'etembro. INTR ODUQA O o vale do rio das Mortes e a serra do Ron- cador, na area nordeste do Estado de Mato Grosso, permaneciam geologicamente desconhe- cidos ate 1947, quando a Divisao de Geologia e Mineralogia organizou uma expedicao a regiao, da qual participaram K. E. Caster, 0 Barbosa, S. Petri e F. F. M. de Almeida. Servindo-se de aviao, unico meio de acesso entao disponivel, a expe dicao visitou Xavanti- na, localid ade que vinha de ser criada pela Fundaeao Brasil Central , sobrevoou a serra do Roncador e alcancou uma aldeia de indios Ka- lapalos situada no rio Xingu. Verificou a ex- pedicao que 0 Grupo Cuiaba, com muitas das caracteristicas com que se apresenta na area tipo dos arredores da capi tal mato -grossense, se estendi a a. bacia do rio Araguaia ( K. E. Caster, 1947; F. F. M. de Almeida, 1948). Ve- rificou, tarnbern, que a chamada serra do Ron- cador era uma extensa chapada dividindo aguas das bacias dos rios Araguaia e Xingu, Sua cobertura sedimentar foi entao atribuida ao Cretaceo (F. F. M. de Almeida, 1948). A a rea da ser ra do Roncador, nessa ocasiao ina- cessivel por terra , era povoada por selvicolas hostis, da tribu Xa vante . Em 1957 0 geologo K. Beurlen, da Divisao de Geologia e Mineralogia, realizou novo reco- nhecimento da regiao situada entre os rios das Gar cas, Araguaia e Mortes. Percorreu a es- trada que en tao havia sido aberta ligando Aragar eas a Xavant ina e realizou Investigacoes ern varias diregoes, nos arredores deste povoa- do. Confirmou a presence do Grupo Cuiaba na alta bacia do rio Araguaia e no rio das Mortes. Para a preparacao do Mapa Geologico do Brasil, edigao de 1960, a Cia. Prospec foi en- carregada pela Dlvisao de Geologia eMinera- logia de elaborar uma interpretacao fotogeolo- gica de fotografias a ereas trimetrogon, da alta bacia do rio Xingii e da do rio das Mortes. Essa lnterpretacao, executada POl' O. Barbosa e E. H. G. Braun, foi apresentada em mapa em escala ao milioneslmo mas publicada em escala aproximada de 1 :2 .360 .000, no Relate- rio Anual do Diretor da Divisao de Geologia

RECONHECIMENTO GEOLoGICO DA SERRA DO ...boletim.siteoficial.ws/pdf/1969/18_1-23-30.pdfcaracteristicas com que se apresenta na area tipo dos arredores da capital mato-grossense, se

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: RECONHECIMENTO GEOLoGICO DA SERRA DO ...boletim.siteoficial.ws/pdf/1969/18_1-23-30.pdfcaracteristicas com que se apresenta na area tipo dos arredores da capital mato-grossense, se

RECONHECIMENTO GEOLoGICO DA SERRA DORONCADOR, ESTADO DE MATO GROSSO

Por

F . F'. M. DE ALMEIDA e W. T. HE NNIES

ABSTRACT

Geological investigation in th e Roncador plateauand adjacent areas have shown that typical g eo­logical deposits of the Paraguaian miogeosinclinereach the Araguaia basin. The Roncador plateauindicates the aproximate contact of the Gu aporeplatform with one marginal basin of this geonain­cline. Presence of rocks from th e Chapada Groupin the detritical coverture of the plateau wasconfirmed, as well as younger beds, possibly 01P al eozoic age, where oolitic iron ore was discoveredNew data a bout the Cenozoic coverture in theAraguaia and Sete de Setembro river basins aropresented.

RESUMO

Reconhecim ento geol6gico re alizado na serra doRoncador e areas adjacentes mostrou que forma­<;oes e es t rutu ras tipicas da faixa de dobramentosdo geossinclineo Paraguaio se estendem it bacia dorio Araguaia. A serra do Roncador assinala a po­si<;iio aproximada da borda da plataforma do Guapore em contacto com uma bacia marginal dessegeo ssinclineo. Confirmou-se a presenca de rochasdo Grupo Chapada na cob ertura detritica da serrado Roncador, assim como a de camadas mals mo­dernas, provav etrnente tambern pal eoz6icas, entreas quais se encontrou minerto de ferro ooliticoNovos conhecimentos saO apresentados sabre as co­berturas cenoz6icas dos rios Araguaia e Sete deE'etembro.

INTR ODUQA O

o vale do rio das Mortes e a serra do Ron­cador, na area nordeste do Estado de MatoGrosso, permaneciam geologicamente desconhe­cidos ate 1947, quando a Divisao de Geologiae Mineralogia organizou uma expedicao aregiao, da qual participaram K. E . Caster, 0Barbosa, S. Petri e F . F. M. de Almeida.Servindo-se de aviao, unico meio de acessoentao disponivel, a expedicao visitou Xavanti-

na, localid ade que vinha de ser criada pelaFundaeao Brasil Central, sobrevoou a serra doRoncador e alcan cou uma aldeia de indios Ka­lapalos situada no rio Xingu. Verificou a ex­pedicao que 0 Grupo Cuiaba, com muitas dascaracteristicas com que se apresenta na areatipo dos arredores da capi tal mato-grossense,se estendia a. bacia do rio Araguaia (K. E.Caster, 1947; F. F. M. de Almeida, 1948 ). Ve­rificou , tarnbern, que a chamada serra do Ron­cador era uma extensa chapada dividindo aguasdas bacias dos rios Araguaia e Xingu, Suacobertura sedimentar foi entao atribuida aoCretaceo (F . F. M. de Almeida, 1948 ). Aarea da ser ra do Roncador, nessa ocas iao ina­cessivel por terra, era povoada por selvicolashostis, da tribu Xavante.

Em 1957 0 geologo K. Beurlen, da Divisaode Geologia e Mineralogia, realizou novo reco­nhecimento da regiao situada entre os rios dasGarcas, Araguaia e Mortes . Percorreu a es­trada que en tao havia sido aberta ligandoAragareas a Xavantina e realizou Investigacoesern varias diregoes, nos arredores deste povoa­do. Confirmou a presence do Grupo Cuiaba naalta bacia do rio Araguaia e no rio das Mortes.

Para a preparacao do Mapa Geologico doBrasil, edigao de 1960, a Cia. Prospec foi en­carregada pela Dlvisao de Geologia e Minera­logia de elaborar uma interpretacao fotogeolo­gica de fotografias aereas trimetrogon, da altabacia do rio Xingii e da do rio das Mortes.Essa lnterpretacao, executada POl' O. Barbosae E. H. G. Braun, foi apresentada em mapa

em escala ao milioneslmo mas publicada emescal a aproximada de 1 :2 .360 .000, no Relate­rio Anual do Diretor da Divisao de Geologia

Page 2: RECONHECIMENTO GEOLoGICO DA SERRA DO ...boletim.siteoficial.ws/pdf/1969/18_1-23-30.pdfcaracteristicas com que se apresenta na area tipo dos arredores da capital mato-grossense, se

24 BOL. DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE GEOLOGIA - V. 18, NQ 1. 1969

e Mineralogia referente ao ana de 1959. Em­

bora feita sem contr61e de campo. e referindo­se a uma regiao geologicamente quase desco­nhecida, representa corretamente a exten sao doGrupo Chapada a serra do Roncador, ondeantes se supunha existirem camadas cretaceas,ass irn como as extensas coberturas cenozoicasdos vales dos rios Araguaia e das Mertes, cujaimportancia havia escapado aos investigadoresanterlores, Outros elementos representadosnesse mapa serao oportunamente comentados.

"Oltimamente foi pacificada a tribo Xavan­teo que ocupa as faldas e os campos do altoda Serra do Roncador, tendo uma companhiade colonizacao se estabelecido em terras dobaixo vale do rio Sete de Setembro, proximoa sua foz no rio Culuene. Em 1965 a Fun­dacao Brasil Central deu in icio a chamada Ex­pedicao Xavantina-Cachimbo, encarregada deabri r uma estrada entre essas duas localidades.Apresentava-se, com isso, oportunidade de seinvestigar a desconhecida regiao da serra doRoncador e verificar-se a suposta extensao,ao vale do rio A raguaia, das estruturas do geos­sinclineo Paraguaio. Urn convenio foi estabe­lecido entre a Fundacao Brasil Central e aUniversidade de Sao Paulo pel o qual aquelafornece aos pesquisadores desta, facilidades deacesso as invias regioes penetradas pela ex­pedicao. Valendo-se de tats facilidades. umaprimeira viagem foi realizada POl' Almeida aserra do Roncador em abril de 1966. Em julhodaquele ano, os autores penetraram por terrana regtao, partindo de Xavantina, e sobrevoa­ram extensas areas do triangulo compreendidoentre Santa Isabel do Morro na ilha do Ba­nanal, Garapu e Xavantina. 0 rio das Mortesfoi navegado ate a foz do rio A reoes e levan­tada uma reg iao geologica entre as localidadesde Xavantina e Garapu. 0 espigao da serra doRoncador foi percorrido ao longo de cerca de

200 quilometros, ate as nascentes do rio Suia­

Missu, nesse trajeto tendo sido atravessado 0

vale do rio Mangarura, afluente da margem

esquerda do rio das Mortes.

Os autores agradecem as seguintes institui­

c;oes as facilidades de varias naturezas que lhes

tornaram possivel penetrar ne ssa despovoada

regiao do solo mato-grossense: Conselh o Na­

cional de Pesquisas, Divisao de Geologia e Mi ­

neralogia do D .N . P . M .. Fundaeao Brasil Cen­

tral. Fundaeao de Amparo a Pesquisa do Es­

tado de Sao Paulo e Universidade de Sao

Paulo.

o ALTO VALE DO RIO DAS MORTES

o rio das Mortes procede dos chapadoesdevonianos do planalto mato-grossense, dosquais se precipita na cachoeira da F'umaca,para percorrer trecho de rochas metamorficasantes de se Iancar nas extensas planicies de

seu baixo curso. Entre a referida cachoeira ea foz do rio Pindaiba seu curso encaixado eatormentado pol' numerosos rapidos e apertadoentre morros quartziticos. A regiao que nessetrecho atravessa e de relevo colinoso baixo, en­talhado sobretudo em filitos com algumas in­tercalacces de quartzitos que se destacam napaisagem como morros de discreta elevacao,Afastadas das proximidades dos principais rios,as elevacoes sao recobertas de depositos mo­dernos, de natureza areno-argilosa, que em­prestam a paisagem seu aspecto uniforme esuavizado.

A estrada de Xavantina a serra do Ron­cador apresenta somente uns poucos cortes,sendo raras as exposicoes das rochas xistosas.Nela. e nas barrancas dos rios das Mortes eAreoes, pode-se verificar serem os filitos seri­citicos as rochas mais abundantes do GrupoCulaba na regiao. Posto que sem pre muitoalterados pelo intemperismo, observa-se queIltologicamente sao comparaveis aos filitos daBalxada Cuiabana. identidade que se manifestatambern na grande abundancia de veios dequartzo leitoso, localmente auriteros. comoacontece na lendaria reglao do morro dosAraes, a oeste de Xavantina.

Aqui as maiores massas de quartzlto, quesustentam as saliencias do relevo, pod em tel'mais de duas leguas de extensao, Podem serexaminadas nos morros proximos ao campo deavlacao de Xavantina, os situados nas irnedia ­(;oes da foz do rio Areoes e os que a estradapara a serra do Roncador atravessa a uns 20

quilometros apos Xavantina. Sempre se apre­sentam tais rochas como quartzitos muito pu­ros, de granulacao media a fina, localmentemicaceos, com estratiricacao pouco aparente.Nao vimos grauvacas ou subgrauvacas, nemassociacoes com carater de turbiditos comoexistem nos arredores da cidade de Cuiaba, Osquartzitos da regiao do rio das Mortes lern­bram, contudo, os de Santo Antonio do Lever­ger, Barao de Melgaco e os da borda sul daSerra de Sao Vicente, na bacia do rio Cuiaba.

K. Beurlen (1959 ) referiu a extstencla de

menores Intercalacoes de calcarios nos filitos

da regiao de Xavantina e das proximidades de

Page 3: RECONHECIMENTO GEOLoGICO DA SERRA DO ...boletim.siteoficial.ws/pdf/1969/18_1-23-30.pdfcaracteristicas com que se apresenta na area tipo dos arredores da capital mato-grossense, se

F. F', M. DE ALMEIDA e W. T. HENNIES - Reconhecimento geologico.. . 25

l

53°

LEGENDA

EJ QUATERNARIO- -

0 TERCIARIO. .

~~~~;·il~~~l CARBONiFERO

[TI DEVONIANOo " GRUpa GHAPAOA

[l]] CAMBRIANO0 GRUpa ALro PARAGUAI

f?Zl PROTEROZ01COGRUPO GUIASA

E SCALA

0 km so! !

14°

II

II

I

30

100i

60 16, .

MAPA GEOLOGICO DA SERRA DO RONCADORModi/lea.do de O. Ba.rbosa. e £: H. G. Bra u r2 ,1960

53 ° 30 ' 52 ° 30 '

Page 4: RECONHECIMENTO GEOLoGICO DA SERRA DO ...boletim.siteoficial.ws/pdf/1969/18_1-23-30.pdfcaracteristicas com que se apresenta na area tipo dos arredores da capital mato-grossense, se

26 BOL. DA 80CIEDADE BRA8ILEIRA DE GEOLOGIA - V. 18, N9 1, 1969

Aragarcas. Posto que as procurassemos, naologramos identifica-Ias, 0 que atribuimos aofato de haverem sido abandonados os caminhospercorridos POl' Beurlen.

A 22 quilometros de Xavantina, num dosraros cortes da estrada para a serra do Ron­cador, observamos a presenca de filitos serici­ticos muito alterados, mas claramente possui­dores de seixos mal rolados e deformados, dequartzito, podendo alcancar cerca de 20 centi­metros de diametro, Embora a ocorrencia te­nha-nos sugerido a preesnca, no local, de res ­tos dos drifts do Grupo J angada, podem igual­mente constituir urn metaconglomerado do pro­prio Grupo Cuiaba,

o metamorfismo denunciado pelas rochasexaminadas do Grupo Cuiaba, tanto no vale dorio das Mortes como no do alto rio Araguaia,nao ultrapassa a facies xisto verde. Na baci aAraguaia, em Mato Grosso, desconhecemos apresenca de granitos intrusivos no Grupo Cuia­ba, Os que existem em Araguaiana, a mar­gem esquerda do rio Araguaia (K. Beurlen,1959), parece-nos serem associados a rochas doComplexo Basal Goiano . Os granitos da SerraNegra, a sui de Aragarcas, e os do vale do rioPiranhas, em Coias, devern contudo, ser corre­lativos dos da Serra de Sao Vicente, em MatoGrosso, como parece comprovarem-no datacoesgeocronologteas em execucao em Sao Paulo.

As camadas do Grupo Cuiaba na regiaosituada entre 0 rio das Mortes e a serra doRoncador acham-se holomorflcamente dobra­das, e aparentemente falhadas, segundo direcoesgerais predominantemente orientadas entre 459e 609 NE, exibindo mergulhos moderados a for­tes para urn e outro lados. Essa tect6nica pro­voca a repeticao de camadas e responde pelasvariadas cristas subparalelas de quartzito quese observam no relevo da alta bacia do rio. Anorte do paralelo 14930'8 as direcoes estrutu­rais infletem-se para cerca de 30oNE, que passatarnbem a ser a direcao geral de t6da a drena­gem que busca a area da ilha do Bananal,assim como de algumas cristas quartziticas,presumivelmente pertencentes ao Grupo Cuiaba,que se destacam das planicies existentes entreos rios Araguaia e das Mortes a sui daquelailha.

Dep 6sitos aluviais cenozolcos cobrem amajor parte da bacia do rio das Mortes, es­tando presentes mesmo onde ele entalha rochasdo Grupo Cuiaba, Incluem-se em dupla catego­ria: as aluvi5es modernas, de natureza areno­argilosa, existentes somente nas planicies alu-

viais e leitos maiores e baixos terraces dos rios,e os depositos elevados que recobrem os inter­fluvtos, podendo se apresentar a mais de meiacentena de metros acima dos rios. Os primei­ros t ern distribuiqao restrita na area que per­corremos, mas ganham extrema importancia naque sobrevoamos, do baixo curso do rio, a ju­sante da confluencia do rio Pindaiba. Distrr­buibuicao inversa se observa quanto aos dep6­sitos aluviais antigos, que cobrem a major par­te da area da bacia do rio Pindaiba e da doMortes a montante da foz daquele. Em Xa­vantina medimos espessura de 52 metros dasaluvioes antigas, que repousam sobre embasa­mento algo movimentado dos xistos do GrupoCuiaba. Nas barrancas do rio, a jusante davila, e em escavacoes nesta, pode-se observarserem tais camadas de constituicao arenosa ouareno-argilosa, localmente podendo conter sei­xos centimetricos de quartzo e quartzito. Saopouco consistentes, sen do geralmente indistintasua estratiftcacao, pois que se mostram sempremuito alteradas pelo intemperismo. A este fe­norneno atribuimos as cores vivas e variegadascom que se apresentarn, em contraste com astonalidades palidas ou cinzentas dos dep6sitosmodernos. Freqiientemente nelas se desenvol­vern crostas lateriticas de estrutura granular,fato que favorece 0 desenvolvimento de relevotabular, que nos arredores de Xavantina seeleva a meia centena de metros acima do rio.A vila, edificada num terrace entalhado nessaformacao aluvial antiga, acha-se a 15 metrosacima do nivel do rio, mas 0 aero porto, a 329metros de altitude, situa-se em plena chapadasedimentar, a 52 metros acima do leito do riodas Mortes.

Aparentemente grandes volumes da cober­tura aluvial antiga foram retirados pela erosaomoderna, da bacia do rio das Mortes e da doAraguaia a montante da ilha do Bananal, paracederem lugar as extensas planicies aluviais

que ali se observam e que, juntamente com aarea daquela ilha, multo lembram 0 Pantanalde Mato Grosso. Como este, tambern devemocupar area de subsidencia moderna.

Na Carta Geol6gica da America do Sui,edic;ao de 1964, atribui-se a formacao aluvialantlga ao Terciario, e nao mais ao Quaternariopluvial, como no Mapa Geologico do Brasil(1960 ). Embora a idade dessa formacao sejarealmente desconhecida, nao deixa de chamara atencao do observador a semelhanca queapresenta com rochas do chamado Grupo Bar­reiras, da regiao Amazonica.

Page 5: RECONHECIMENTO GEOLoGICO DA SERRA DO ...boletim.siteoficial.ws/pdf/1969/18_1-23-30.pdfcaracteristicas com que se apresenta na area tipo dos arredores da capital mato-grossense, se

F. F. M. DE ALMEIDA e W. T. HENNIES - Reconhecimento geologico ... 27

Serra do Roncador

A serra do Roncador, a norte de Xavanti­na, e a borda escarpada e festonada de umacuesta em cujo fronte, voltado para 0 rio dasMortes, se apresentam camadas do Grupo AltoParaguai, sendo 0 reverse sustentado pelos are­nitos e folhelhos devonianos do Grupe Cha­pada.

o Grupo Alto Paraguai, na serra do Ron­cador, acha-se representado por duas de suasforrnacoes da regiao tipo: Sepotuba e Diaman­tino. Faltam quaisquer- cam adas que possamser atribuidas ao Arenito Raizama, como deresto, tambem representantes das sequenciascarbonatadas da regiao centro-oeste do Estado.

No mapa geologico da regiao do Alto Xingue rio das Mortes, reproduzido no Relat6rioAnual do Diretor da Divisao de Geologia eMineralogia para 1959, pertence realmente aoGrupo Alto Paraguai toda a area atribuida a«Serle Tocantins ou Culaba», na alta bacia dorio Sete de Setembro, enquanto que a area re­presentada como pertencente a «Serie Araxa»na alta bacia dos rios das Mortes e Pindaibaconstitui-se de rochas do Grupo Cuiaba.

Formacao Sepotuba - A Formacao Sepo­tuba, na estrada de Xavantina a serra do Ron­cador, aflora numa faixa com cerca de 5 qui­lometros de largura. Sua base acha-se ocultasob os sedimentos antigos do Cenoz6ico. Osmais baixos horizontes expostos da formacaoconstituem-se de folhelhos ardosianos de corcinza escuro, chocolate ou esverdeada, rochasque quase sempre se mostram muito alteradas,adquirindo aspecto de folhelho argiloso algo mi­caceo, Intercalam-se-Ihes laminas mllimetrioase camadas centimetricas de siltito e arenitofeldspatico micaceo, em associacao com perfei­ta estratincacao plano-paralela. As vezes cons­tituem alternancias ritmicas em que camadasde siltito com poucos decimetros ou alguns cen­timetros de espessura se separam por outrasbern mais delgadas, de natureza argilosa.

Os arenitos, mals ou menos micaceos efeldspaticos, que se intercalam aos termos pe­liticos da formacao, sao geralmente de granu­la<;ao fina e uniforme e estrutura macica,

Observamos claramente que no alto da for­macae passam a se intercalar nos folhelhos esiltltos, camadas pouco espessas de arcosio fino,tal como as conhecemos na regiao situada entreas cidades de Alto Paraguai e Diamantino (F.F . M. de Almeida, 1964). Assim se caracterizacomo de transieao a passagem entre as For­macoes Sepotuba e Diamantino, pelo que ado-

tamos, na falta de melhor crtterlo, 0 apareci­mento da primeira camada de arcosio comocaracterizando a base da rormacao superior.

As intensas deforrnacoes com que se apre­sentam as rochas do Grupo Alto Paraguainessa area dificultam a estimativa da espes­sura de suas camadas, mas cremos que Sepo­tuba tern, na estrada percorrida, varias cen­tenas de metros de espessura.

Furmacao Diamantino - A FormacaoDiamantino apresenta-se as faldas da serra doRoncador, onde se mostra intensamente dobra­da , ou nos altos dela, onde suas camadas saosub-horizontals. Sao numerosas suas exposi­~6es nos cortes da estrada, nas gargantas doscorregos que descem a serra ou em afloramen­tos esparsos, nos campos de seus altos ou lei­tos dos rios que os drenam. Sua rocha maiscaracteristica e urn arcosio arenoso macico, degranulaeao fina e uniforme, cor vermelha nasexposicoes de rocha alterada e muito caracte­ristica esfoliacao esferoidal. Dificilmente deixaperceber qualquer estratificacao, a menos queinclua leitos de litologia diferente. Marcas deonda sao localmente observaveis. A cor origi­nal da rocha parece cinza escuro ou cinza aver­melhado escuro, e quando assim se mostra ede extrema resistencia ao choque do martelo.o aspecto macico da rocha predomina nas ex­posicoes das escarpas da serra, em horizontesdo alto da formacao. Os horizontes inferioresapresentam litologia variada, em que se alter­nam, as vezes ritmicamente, arenitos, arcosios,siltitos e folhelhos.

Entre as poucas estruturas notaveis obser­vadas na formacao chama atencao a freqiientepresenea de aparas de folhelho (clay galls) nosarcosios, Suas dimens6es variam de milimetrosa pouco mais de urn palmo, sendo subangularesa bern arredondadas, mas sempre de baixa es­fericidade. Disp6em-se em posicoes subparalelasao acamamento, lembrando as vezes fragmen­tos pouco deslocados de mud cracks; outrasvezes, foram claramente transportados, com 0

que adquiriram formas arredondas. Localmenteconstituem delgados leitos de conglomerado in­traformacional.

Grupo Chapada - As camadas do GrupoChapada, que tao grande desenvolvimentoapresentam na alta bacia do rio das Mortesacima da cachoeira da Fumaca, estendem-sedali para norte, para constituirem estreita elonga cobertura tabular na serra do Roncador,como representada no mapa da PROSPEC. Ti­vemos oportunidade de examinar, nao longe dasnascentes do rio Suia-Missu, pared6es de are-

Page 6: RECONHECIMENTO GEOLoGICO DA SERRA DO ...boletim.siteoficial.ws/pdf/1969/18_1-23-30.pdfcaracteristicas com que se apresenta na area tipo dos arredores da capital mato-grossense, se

28 BOL. DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE GEOLOGIA - V. 18, N'-' 1, 1969

nitos argilosos brancos, com estratiftcacao cru­zada e atitude sub-horizontal, que em nada sedistinguem dos que se mostram nos blocos defalha da alta bacia do rio Pindaiba e na serrada Fogaca proximo a Aragarcas,

Ao atingir 0 alto da serra do Roncador, aestrada que se dirige de Xavantina para Ga­rapu atravessa pequena espessura desses mes­mos arenitos, que com atitude proxlmamentehorizontal recobrem, discordantemente, os arco­sios da Formacao Diamantino. Desse local emdlrecao as nascentes do rio Suia-Missu acumieira da serra acha-se revestida de are6esorlginarios dos arenitos devonianos, que somuito localmente se exp5em em rochedos iso­lados, Nesse mesmo trajeto atravessamos tre­chos constituidos de folhelhos da parte supe­rior do Grupo Chapada, correlativos do Fo­lhelho Ponta Grossa. Sua area de ocorrenciacaracteriza-se pela presenca de extrema abun­dancia de chapinhas de canga no solo, produtode generalizada lateritizacao, f'enomeno tipicodas areas de ocorrencia dos folhelhos devonia­nos na regiao Centro-Oeste. Sobrevoando-se aserra, percebe-se claramente a topografia tipicados folhelhos, destacando-se discretamente noplanalto arenitico.

Estrutura - Na serra do Roncador as ca­madas da Formacao Diamantino apresentam­se simplesmente onduladas, quando nao sub­horizontais em grandes extens6es, como as vi­mos na alta bacia do rio Mangarura. Uns pou­cos quilometros a suI da testa da serra, toda­via, as mesmas camadas, e bern asim as daFormacao Sepotuba, acham-se intensamentedobradas, nao raro em atitude vertical. Os fo­lhelhos adquirern, entao, aspecto de ardosias,se bern que tipica clivagem ardosiana nao hajasido observada. Veios de quartzo Ieitoso, po­dendo ter alguns centimetros de espessura, tor­nam-se freqiientes nas areas de mais intensadef'ormacao, dispondo-se em atitude subvertical,preenchendo fraturas que predominantementese orientam em posicoes quase normais a dire­<;ao das camadas. Tais veios tambern existemna area dos filitos do Grupo Cuiaba, onde sao,

porem, incomparavelmente mais abundantes eespessos, resultando do metamorfismo que suasrochas manifestam.

As direc;6es dos dobramentos do GrupeAlto Paraguai a norte de Xavantina sao vizi­nhas de ENE, aparentemente em discordanciacom as do Grupo Cuiaba, rna is proximas dadirecao NE. As condicoes precarlas de obser­vacao na area de contato dos dois grupos nao

nos permitiram comprovar no campo tal discor­dancia angular.

Embora os dobramentos do Grupo Alto Pa,raguai exercam decidida influencia no tracadodos menores coletores da drenagem da regiao,por falta de camadas suficientemente compe­tentes nao suportam qualquer relevo estrutural.Importa notar, porem, que 0 fronte escarpadoda serra do Roncador aproximadamente coin­cide com a posicao em que os intensos dobra­mentos cedem lugar a camadas da FormacaoDiamantino em atitude sub-horizontal. A serra.de tal modo, nao e sornente urn divisor deaguas das bacias dos rios Xingu e das Mor­tes, mas aproximadamente assinala urn limiteestrutural e geotectonico, qual seja a borda domiogeossinclineo Paraguai-Araguaia em contatocom a cobertura nao holomorficamente dobradado craton do Guapore, numa perfeita replica doque temos observado na bacia do alto rio Pa­raguai a oeste da Provincia Serrana (F. F. M.de Almeida, 1964) e a borda suI do PlanaltoDaniel (W. T. Hennies, 1967), em Mato Gros­so, e a Serra Geral de Golas, a leste do vale dorio Parana (F. F. M. de Almeida, 1967). A Fig.9 do Relatorio Anual do Diretor da Divisao deGeologia e Mineralogia do D. N. P. M. para1959, e reproducao de uma fotografia aereaobliqua em que claramente se podern observaras vertentes festonadas da serra do Roncadorcoroadas pelas camadas sub-horizontais do are­nito devoniano. 0 que na respectiva legendase aponta como sendo «xistos quartziticos defraca inclinacao» corresponde a Formacao Dia­mantino. Tal paisagern, sobrevoada por nos,apresenta atraves da rala vegetacao campes­

tre, a coloraeao avermelhada tipica da area de

ocorrencia dessa formacao.

Vale do rio Sete de Setembro

o rio Sete de Setembro, 0 principal afluen­te da margem direita do rio Culuene, tern seusmananciais na serra do Roncador, a cerca de450 metros de altitude. Seu alto curso drenaarea de rochas da Formacao Diamantino per­tencentes a cobertura da plataforma do Gua­pore. A cerca de 30 qullornetros a noroeste daborda da serra, nas proximidades da fazendaSete de Setembro, 0 rio penetra na area doGrupo Chapada, estreitando-se seu vale entreos rebordos festonados do planalto arenoso, ele­vado de uma centena de metros, que a rio atra­vessa em angusta passagem conseqiiente. A ju­sante desse local, passa a percorrer regiao derelevo colinoso baixo, em que a superficie do

Page 7: RECONHECIMENTO GEOLoGICO DA SERRA DO ...boletim.siteoficial.ws/pdf/1969/18_1-23-30.pdfcaracteristicas com que se apresenta na area tipo dos arredores da capital mato-grossense, se

F. F'. M. DE ALMEIDA e W. T. HENNIES - Reconhecimento geologico ... 29

solo se acha coberta de chapinhas de cangaindicando a presenca dos folhelhos devonianos,que nao afloram na estrada. Penetra entao 0

rio, ja a uns 30 quilometros a montante deGarapu, numa area de geologia dlversa, em queos morros sao constituidos de camadas aparen­temente concordantes com as devonianas, dearenitos e siltitos ferruginosos, com coloracoesviolacea de intemperismo. Sua espessura totaldeve exceder 100 metros. No alto dos morrosmais proxlmos da estrada, incluem-se nessessedimentos, camadas de minerio de ferro ooli­tico muito parecido com 0 que em 1961 exami­namos nas Iorrnacoes paleozoicas da bacia dorio Jatapu, no Amazonas. Constituem-se deoolites esterrcos, ou elipsoidais mais ou menosalongados, uns aos outros unidos POI' cimentoIerrugtnoso, sem que m atriz os sepa re. Sao no­taveis essas rochas pela uniformidade granule­metrica, pois os oolitos, no material que exa­minamos, tern diametro compreendido entre 0,2e 0,5 milimetros. Ao microscopic os granulesdenunciam estrutura interna concentrica e deIi­cado zoneamento. Parece consistirem constitui­Gao de hematita e goetita, sem que se mostremagnetita, mineral componente de parte apre­clavel do rmnerio do Jatapu. A goetita formacristais vermelhos, com clivagens e gemlnacaotipicas, podendo urn so cristal constituir todoa oolito. Nao notamos sulf etos nem carbonatos,no material examinado, todo constituido de oxi­dos e hidroxidos de ferro, com granules dequartzo em porcentagens variaveis,

Na interpretacao fotogeologica da regiaodo Alto Xingu e rio das Mortes, de autoria deO. Barbosa e E. H . G. Braun, e indicada apresenea do Grupo Aquidauana nas proximida­des do local onde encontramos 0 minerio deferro oolitico. Embora nos pareca improvavelque tal grupo se estenda a norte do paralelo15"S, e possivel a presenca de camadas carbo­niferas no media vale do rio Sete de Setcmbro.

assim como assinalado no referido mapa em

relacao as nascentes do rio Suia-Missu, e a elas

pertenceria 0 minerio de ferro descrito. So es­

tudos futuros permltirao fazer-se ldeia de pos­

sivels reservas desse minerio nessa remota re­

giao, POI' ora despovoada e de dificil acesso.

A baixa bacia do rio Sete de Setembrocornpreende-se na vasta depressao sedimentarcenozoica do Alto Xingu. As margens do rioapresentam-se camadas areno-argilosos poucoconsistentes, em tudo comparaveis as que aci­rna descrevemos do vale do rio das Mortes. Su­portam relevo tabular erodido pel a drenagem

moderna, nele se expondo ate cerca de 30 me­tros de espessura de tais sedimentos. Pouco ajusante de Garapu 0 rio passa a percorrer pla­nicie aluvial moderna, ainda em vias de as­

soreamento, atraves da qual alcanca 0 rioCuluene.

Conclusdes

1 - Com a presente Investigacao ficoucomprovada a extensao das estruturas Para­

guaides a bacia do rio das Mertes, onde estao

presentes dois de seus grupos tiplcos, Cuiaba

e Alto Paraguai, representando respectivamente

os estagios estruturais inferior e superior do

miogeossinclineo.

2 - Faltam. na reg lao, as sequencias car­

bonatadas do Grupo Araras e a Formacao Rai­

zama. Metaconglomerados localmente identifi­

cados poderao representar 0 Grupo Jangada.

3 - A serra do Roncador, alern de ser

uma divisa geomorrologica, e tambem urn limite

estrutural e geotect6nico, assinalando aproxi­

madamente a borda do geossinclineo Paraguai­

Araguaia em contato com a plataforma do

Ouapore.

4 - Confirma-se a extensao das forma­

C;6es devonianas do Grupo Chapada a da serra

do Roncador.

5 - Comprova-se a vasta extensao de 1.600

quilornetros da faixa de ocorrencia do Grupo

Alto Paraguai, que assinala grande foredeep

desenvolvido a borda da plataforma do Guapore

no estagio tardio da tecto-orogenese Brasiliana

na regiao Centro-Oeste.

6 - Com a presente investigacao mais se

destaca a semelhanca geotect6nica entre os mio­

geossinclineos Paraguai-Araguaia e Brasilia,

mostrando-se que as serras do Roncador e Ge ­

ral de Golas assinalam a posicao das bordas

dos respectivos forelands, onde as faixas de

clobramentos orogenicos cedem lugar a defer­

macoes menos intensas, tipicas de plataforma.

7 -- Abre-se a possibilidade de ocorrerem

na alta bacia do rio Xingu, mlnerios de ferro

ooliticos de idade paleozoica, semelhantcs aos

do Estado do Amazonas.

Page 8: RECONHECIMENTO GEOLoGICO DA SERRA DO ...boletim.siteoficial.ws/pdf/1969/18_1-23-30.pdfcaracteristicas com que se apresenta na area tipo dos arredores da capital mato-grossense, se

30 BOL. DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE GEOLOGIA - V. 18, NQ 1, 1969

BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, F. F. M. de (1948) - Contribui~ao flgeologia dos Estados de Goias e Mato Grosso.Dlv. Gool. Mlnetalogla, D. N. P . M., Notas PrelEstudos nQ 46, 16 p. Rio de .Janeiro.- (1964) - Geologia do Centro-Oeste MatoGrossense. Div . Geol. Mineralogia, D. N. P. M.,Bol. nv 215, 137 p. Rio de .Janeiro.- (1967) - Evolu~ao tectOnlca do Centro-Oestebrasileiro no Proteroz6ieo Superior. Simp6siosObre 0 Manto Superior. Anals Acad . Bras. CI~n­

clas (no prelo) ,BARBOSA, O. e E . H. G. BRAUN (1960) - Mapa

geol6gico da regiiio do Alto Xlngu e rio das

Mortes. Dlv. Geol. Mineralogia, D. N. P. M.,ReI. Anual do Dlretor para 1959, Fig. 20. Riode .Janeiro.

BEURLEN, K. (1959) - Geologia da zona de Barrado Gar~as a Chavantina. Div . Geol. Mlneralogla,D. N. P. M.. Bo!. nQ 193, 56 P. Rio de .Janeiro.

CASTER, K. E . (1947) - Expedi~ll.o geol6gica emGoias e Mato Grosso. Min . Metalurgia, v, XII,nv 69, p, 126-127. Sao Paulo.

HENNIES, W. T. (1967) - Geologia do Centro­Norte Mato-Grossense. Esoola Pulitecnlca Unlv.Sao Paulo, Dep. Eng. Minas. 65 p., mapa. (teseInedita), Sll.o Paulo.